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O que é ética?
questões: como e por que julgamos que uma ação é moralmente errada ou correta? E
que critérios devem orientar esse julgamento? Hoje várias respostas atendem a essas
perguntas: é possível afirmar que a ação correta é aquela que (i) maximiza a felicidade
de todos, (ii) é praticada por um agente virtuoso, (iii) está de acordo com regras
determinadas, ou, ainda, (iv) pode ser justificada aos outros de forma razoável.
filosófica, bem como de acordo com a razão pela qual se adota esse procedimento. O
ética normativa. Além desta, temos ainda a metaética, que estuda as condições de
verdade e validade dos enunciados éticos, e a ética aplicada, que procura resolver
que devemos fazer?” ou, de forma mais ampla, “qual a melhor forma de viver bem?”.
devemos fazer, mas investiga a natureza dos princípios morais, indagando se são
de fato inteligíveis, ou, ainda, se podem ser verdadeiros esses princípios éticos num
decisão.
com uma certa finalidade (télos) que se pretende atingir. Suas duas subdivisões
ação. Uma das correntes mais importantes da ética deontológica é a ética kantiana ou
ética do dever.
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Éticas teleológicas
a) Ética consequencialista
utilitarismo. Ambas defendem que os seres humanos devem agir de forma tal que
é que o ser humano deve agir em seu próprio benefício, ao passo que de acordo com o
1) o indivíduo entende que as ações de todos devem convir com seu interesse
individual;
2) o indivíduo age apenas segundo seu interesse individual, sem que a ação ou o
3) o indivíduo crê que cada pessoa deve sempre agir de acordo com seu interesse
todos, ou o que traria maior benefício para todos. O problema com a primeira e a
segunda versões é que ambas seriam benéficas apenas para um indivíduo, e não
acomodar-se ao interesse da humanidade em geral, uma vez que não estipula apenas
que o interesse de um indivíduo deva ser atendido, mas que cada um deve buscar a
satisfação dos seus próprios interesses. O problema com a terceira forma é que, se
excludentes. Podemos imaginar uma situação exemplar a esse respeito: João, a fim de
satisfazer seu interesse, deve realizar a ação A; Pedro, por sua vez, para ver atendido
interesse de João, e que a ação A oponha-se ao interesse de Pedro. Não seria possível
portanto que ambos agissem, simultaneamente, conforme seu próprio interesse, pois a
máximas que tenham a pretensão de valer para todos impõe uma limitação à sua
teoria.
maior bem ou a maior felicidade para todos que o cercam. Divide-se em utilitarismo
analisar a situação particular na qual se encontra e descobrir qual a ação que trará o
maior benefício para todos os envolvidos. Uma vez que cada situação é única, não
podemos determinar regras universais de ação – como, por exemplo, “dizer sempre a
verdade” -, já que nem sempre essas regras trariam o maior benefício para os
envolvidos.
determinem o maior bem ou a maior felicidade para todos a que diz respeito nossa
indivíduos, seus motivos, características e valores não divergem tanto entre si que seja
utilitarismo de regra, poderíamos formular certos preceitos como “não matar, exceto
em caso de autodefesa”, visto que uma regra desse gênero acarretaria mais bem do
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que mal a uma sociedade, uma vez que poderia coibir que as pessoas tirassem a vida
umas das outras conforme seu próprio interesse ou, eventualmente, por considerar que
perigoso antecedente. Seria ainda possível formular uma regra como “não quebrar as
promessas”, posto que impediria que os contratos firmados entre indivíduos fossem
b) Ética de virtudes
moral ou retidão”, a ênfase incide sobre o caráter virtuoso ou bom dos seres humanos,
consequências.
Pode-se dizer que o marco inicial da ética de virtudes é a doutrina moral que
aristotélica das virtudes alude ao que nós queremos em nossa vida, indagando qual a
finalidade das nossas ações. A resposta, ou seja, a justificativa para as nossas ações, é
consiste em uma alegria momentânea nem em uma euforia efêmera, mas sim em um
apenas quando realiza bem a sua função (ergon) própria, a sua razão. Assim, o bem
vida plena. Esse desenvolvimento só é possível pela virtude, que é a excelência moral
do ser humano.
MacIntyre. No livro After virtue, ele propõe a ética de virtudes como alternativa à
moralmente.
Ética deontológica
pessoas. O que é moral ou imoral decide-se com respeito a outros padrões que não
contratualismo moral.
filosóficas elaboradas para explicar o senso comum moral só são aceitas quando
propõem justificar como correto aquilo que já o sabíamos ser intuitivamente. O ponto
positivo do intuicionismo moral é que se trata de uma teoria fiel ao fato de que as
moralidade, visto que apela à intuição, e não à razão, a fim de justificar suas crenças.
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segundo a qual a ação é moral se a regra da ação puder ser tomada como regra
universal, ou seja, se puder ser observada e seguida por todos os seres humanos, sem
contradição. Tomemos por exemplo alguém que mente para se esquivar de uma
situação embaraçosa. Poderia essa pessoa desejar que todos mentissem nessa mesma
situação? Outro exemplo: alguém sem dinheiro planeja um assalto. Poderia, em vista
disso, querer que essa regra fosse válida para todos? Certamente essa pessoa não
tardaria a concluir que embora pudesse querer que uma ou outra ação servisse para si,
não poderia recomendá-la a todos, visto que não lhe poderia ser favorável, em outra
situação, que todos mentissem, ou que todos roubassem quando bem lhes aprouvesse.
Contudo, para que uma ação seja moral, não basta apenas conformar-se à máxima
externa: é preciso que o móbil da ação seja o respeito pela lei moral, e que não derive
se-ia no que o senso moral comum chama boa vontade: uma vontade que, por respeito
morais.
medida, na teoria da justiça de John Rawls, segundo a qual as regras de justiça que
ocupariam em tal sociedade. Essa teoria foi defendida por Gauthier e Scanlon, com
hipotético firmado entre as partes, que decidem qual deve ser a regra do moralmente
correto.