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POLÍTICA E PLANEJAMENTO ECONÔMICO

A DÉCADA PERDIDA

 De 1980 a 1984
 De 1985 a 1989

Josias Tagnocchi Lessa Neto


Professor Glaison Guerreiro
1980-1989
CONTEXTO

João Figueiredo 1979-1985


III PND
Crescimento médio cai para 1,5% aa durante a década
Aumento das taxas de juros internacionais
Crise externa
Secretaria Especial de Informática
Eleição de 1985 de forma indireta Tancredo/Sarney
Planos de Estabilização
Plano Plurianual
INDICADORES ECONÔMICOS AGREGADOS

Fonte: Planejamento no Brasil: memória histórica, de Paulo Roberto de Almeida


III PND – PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO

 Teve sua origem no governo do General Figueiredo


 Era uma continuação dos planos anteriores (I e II), mas com diferentes finalidades
 Foi projetado para o período 1980-1985
 Tinha como objetivos: acelerado crescimento de renda e emprego, melhoria na distribuição da renda, redução das
disparidades regionais, contenção da inflação, controle do endividamento externo e desenvolvimento do setor
energético, reequilíbrio das contas cambiais e do balanço de pagamentos.
 Foi encerrado no segundo semestre de 1980
 Impactado pelo Choque do Petróleo e pelos juros internacionais
CRISE EXTERNA E INSTABILIDADE MACROECONÔMICA

 O primeiro grande salto da inflação brasileira ocorreu em 1979, quando ocorreu o segundo choque do petróleo,
a política interna de fixação de “preços realistas” e o simultâneo aumento da frequência dos reajustes salariais de
anual para semestral dobraram a taxa de inflação que passou de 50% para 100% ao ano.
 O segundo grande salto da taxa de inflação ocorreu em 1983, impulsionado por uma maxidesvalorização de 30%
no cruzeiro em fevereiro daquele ano. Foi então alcançado o patamar de 200% ao ano.
 Período de estagnação com inflação alta.
 O planejamento governamental, tal como conhecido na fase anterior, encontrava-se desarticulado, e nesse
período conhecemos somente planos de estabilização: não um, mas cinco até o fim do governo Sarney
SECRETARIA ESPECIAL DE INFORMÁTICA

 A Política Nacional de Informática (PNI), Lei n.º 7.232, foi aprovada em 29 de outubro de 1984 pelo Congresso
Nacional, com prazo de vigência previamente estabelecido em 8 anos e visando a estimular o desenvolvimento da
indústria de informática no Brasil através do estabelecimento de uma reserva de mercado para as empresas de capital
nacional.
 Dentro de um espírito vigente da ditadura de “Brasil Grande Potência”
 Protegia fabricantes brasileiros da concorrência internacional (IBM, HP, Olivetti, etc)
 Em 1987 o presidente Ronald Reagan reage com sanções comerciais ao Brasil: aumento de taxas de importação de
produtos do Brasil, bem como a total proibição da importação de determinados produtos do setor de informática
 Positivo: crescimento rápido da indústria de informática mesmo na década de 80, 70 mil empregos criados até 1989,
gasto em P&D superior à média da indústria de transformação.
 Negativo: ausência de uma política de exportações, falta de visão estratégica, surgimento de empresários rentseekers
 Reserva de mercado vigorou até 1992, quando expirava sua vigência
ELEIÇÃO DE 1985 - INDIRETA

 O mandato de Figueiredo foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo Geisel
 Diretas Já (1985), exigindo eleições diretas já em 1985, que foi rejeitada por emenda (Emenda Dante de Oliveira)
 Eleições indiretas: Vitória de Tancredo Neves e José Sarney, por 380 a 180 votos, contra Maluf
PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

PLANO CRUZADO
 Plano Cruzado: Plano de estabilização econômica anunciado em 28 de fevereiro de 1986, no governo do
presidente José Sarney (1985-1990). Instituiu um novo padrão monetário, o Cruzado, o congelamento total de
preços e tarifas de bens e serviços e câmbio fixo. Inicialmente bem-sucedido, pois os índices inflacionários caíram
consideravelmente, o recrudescimento da inflação levou o plano ao fracasso no final de 1986.
 Num primeiro momento, as novas medidas provocaram uma forte pressão da demanda, devido à redistribuição de
renda ocorrida e o aumento da massa salarial, com um boom de consumo e aceleração do crescimento do
emprego, sem correspondente no investimento.
 O prolongado congelamento dos preços e o aquecimento da demanda resultaram em desequilíbrios entre oferta
e demanda e na estrutura dos preços relativos, reduzindo o nível de poupança interna e as reservas cambiais.
PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

PLANO CRUZADO II
 O Plano Cruzado II foi decretado em novembro de 1986, com o objetivo de conter a demanda com medidas de
desaceleração do crescimento e significativa elevação da carga tributária indireta, visando a evitar maior fuga de
divisas, concomitantemente ao reajuste de alguns preços em taxas muito acentuadas e à liberação da taxa de
juros.
 No entanto, o plano não logrou resolver esses problemas, resultando em uma explosão de preços, que apontou
para a perspectiva de um novo patamar inflacionário, superior ao do início dos anos 80, e para um aumento
acentuado do déficit público.
PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

PLANO BRESSER
 Decretado em junho de 1987, esse plano de estabilização econômica de emergência, manteve o congelamento de
preços, objetivando o controle da demanda agregada através da compressão salarial e do ajuste fiscal. O plano
visava a diminuir o déficit público por meio da correção prévia dos preços e tarifas públicas, redução de subsídios
e de gastos de capital. Com relação às contas externas, foi tentado o realinhamento da taxa de câmbio, com
minidesvalorizações, e foi mantida a moratória, que no entanto não propiciou acordo com os credores externos
ou a normalização do fluxo de capitais.
 O crescimento contínuo da inflação e o controle das finanças do governo limitaram o apoio ao plano.
PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

PLANO MAÍLSON
 Foi instituído em janeiro de 1988, e baseou-se principalmente na busca da redução do déficit fiscal tentando evitar
a hiperinflação e possibilitar a renegociação da dívida externa, com a efetivação de um acordo em agosto de 1988.
As principais medidas de contenção fiscal foram o corte de 5% dos gastos de custeio e pessoal da administração
direta e indireta, o congelamento do montante do crédito aos estados e municípios, a suspensão de reajustes
salariais do funcionalismo público, paralelamente ao estímulo à exoneração e às aposentadorias voluntárias dos
funcionários federais das autarquias.
PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

PLANO VERÃO
 No entanto, a inflação tendia a acelerar-se e, em janeiro de 1989, foi instituído o Plano Verão, baseado no congelamento,
na reforma monetária e na tentativa de desindexação da economia. As taxas de juros foram mantidas altas, o que elevou
consideravelmente a dívida pública interna, dificultando o controle da expansão monetária. As OTNs (Obrigações do
Tesouro Nacional) foram extintas, substituídas por um novo indexador – NTN (Nota do Tesouro Nacional) e, logo em
seguida, pelos BTN (Bônus do Tesouro Nacional).
 Com relação às contas externas, o câmbio foi fixado, resultando na saída de capitais ao exterior sem a entrada de novos
empréstimos. O saldo comercial caiu e em junho foi instituído uma minidesvalorização de 12%, com centralização do
câmbio, resultando em uma nova moratória em setembro. Após indexação dos salários pelo congresso, em dezembro o
país se encontrava ameaçado por hiperinflação.

Fonte: Quatro décadas de Planejamento Econômico no Brasil, de Anita Kon


INDICADORES ECONÔMICOS

Fonte: Planejamento no Brasil: memória histórica, de Paulo Roberto de Almeida


PLANO PLURIANUAL

 A Constituição de 1988, numa demonstração da preservação dos instintos de planejamento na sociedade, institui o
Plano Plurianual como o principal instrumento de planejamento de médio prazo no sistema governamental brasileiro.
 O Plano Plurianual (PPA), está previsto no artigo 165 da Constituição Federal e regulamentado pelo Decreto 2.829,
de 29 de outubro de 1998 é um plano de médio prazo, que estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem seguidos
pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro anos.
 Com a adoção deste plano, tornou-se obrigatório o Governo planejar todas as suas ações e também seu orçamento de
modo a não ferir as diretrizes nele contidas, somente devendo efetuar investimentos em programas estratégicos
previstos na redação do PPA para o período vigente.
 Pode-se afirmar que o Plano Plurianual faz parte da política de descentralização do governo federal, que já é prevista na
Constituição vigente. Nas diretrizes estabelecidas em cada plano, é fundamental a participação e apoio das demais
esferas da administração pública, que sem dúvida têm mais conhecimento dos problemas e desafios que são necessários
enfrentar para o desenvolvimento sustentável local.

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