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Situação da Floresta Amazônica

A extensão total da Floresta Amazônica é de 5,5 milhões de quilômetros quadrados, ocupando a área
drenada pelo Rio Amazonas, na porção equatorial da América do Sul, com cerca de 60% de sua
superfície situada em território brasileiro e outros 40% distribuídos entre Bolívia, Colômbia, Equador,
Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

Até a década de 1970, a crença geral era que as florestas são resultado do clima. Elas existem em climas
tropicais por que chove muito. O cientista brasileiro Eneas Salati quis ver se era assim mesmo e
descobriu que, na Floresta Amazônica, pelo menos metade de suas chuvas é gerada por ela mesma, a
partir da evaporação e transpiração das plantas.

Mas essa água toda não fica parada. Ela viaja pela atmosfera por toda a Bacia Amazônica e só termina
de desaguar em partes da bacia do Rio Prata, entre Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Também
contribui, em menor volume mas extrema importância, para as chuvas na região sudeste do país.

O problema é que hoje cerca de 20% da floresta já não existe mais. São 1 milhão de quilômetros
quadrados, mais de quatro vezes a área do estado de São Paulo. Principalmente florestas primárias ou
áreas com as árvores mais antigas e que não são fruto de replantio. E quanto menos floresta, menos
chuva. Até chegar um momento que o clima se torna seco demais para sustentar uma floresta tropical, e
ela desaparece.

Com redução de 40% dos 5,5 milhões de km² da área original de floresta, a Amazônia sofreria uma
alteração em seu regime de chuvas, prolongando o período seco. Principalmente em sua área este,
viraria uma savana.

Enquanto isso, o uso de fogo para limpar áreas de pasto nas margens da floresta, contribui para secar os
arredores. Aumenta assim a vulnerabilidade ao fogo no ano seguinte.

As queimadas são práticas primitivas da agricultura, destinadas principalmente à limpeza do terreno


para o cultivo de plantações. Essas práticas têm acelerado o processo de formação de área
de savana no Mato Grosso e sul do Pará. Cerca de 70% da área anteriormente coberta por floresta e
91% da área desmatada desde 1970, é usada para criação de gado. Além disso, o Brasil é atualmente o
segundo maior produtor global de soja, usada sobretudo como ração para animais. À medida que o
preço da soja sobe, os produtores avançam para o norte, em direção às áreas ainda cobertas por
floresta. Pela legislação brasileira, abrir áreas para cultivo é considerado "uso efetivo" da terra e é o
primeiro passo para obter sua propriedade. A indústria da soja é uma fonte muito importante de divisas
para o Brasil, e as necessidades dos produtores de soja têm sido usadas para validar muitos projetos
controversos de infraestrutura de transportes na Amazônia.

As duas primeiras rodovias, Belém-Brasília (1958) e Cuiabá-Porto Velho (1968), eram, até o fim da


década de 1990, as duas únicas rodovias pavimentadas e transitáveis o ano inteiro na Amazônia Legal.
Costuma-se dizer que essas duas rodovias são o cerne de um “arco de desmatamento". A rodovia
Belém-Brasília atraiu cerca de 2 milhões de colonizadores em seus 20 primeiros anos. O sucesso da
rodovia Belém-Brasília em dar acesso à Amazônia foi repetido com a construção de mais estradas para
dar suporte à demanda por áreas ocupáveis. A conclusão da construção das estradas foi seguida por
intenso povoamento das redondezas, com impactos para a floresta.
Em janeiro de 2019, o Sistema de Alerta de Desmatamento, detectou 108 quilômetros quadrados de
desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 54% em relação a janeiro de 2018, quando o
desmatamento somou 70 quilômetros quadrados. Em janeiro de 2019, o desmatamento ocorreu no
Pará (37%), Mato Grosso (32%), Roraima (16%), Rondônia (8%), Amazonas (6%) e Acre (1%). As florestas
degradadas na Amazônia Legal somaram 11 quilômetros quadrados em janeiro de 2019 e ocorreram no
Mato Grosso (55%), Pará (27%), Amazonas (9%) e Rondônia (9%).

A maioria (67%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O
restante do desmatamento foi registrado em assentamentos (21%), Terras Indígenas (7%) e Unidades de
Conservação (5%).

Grandes florestas, como a Amazônia são o habitat natural de diversas plantas e animais. Esses espaços
preservam biodiversidade e possuem grande relevância econômica para um país.  Ademais o aumento
da degradação ambiental faz com que florestas tropicais não consigam mais contrabalançar as emissões
de carbono. Apesar de armazenarem grandes quantidades de carbono, as perdas têm sido maiores do
que os ganhos. Elas emitem 861 milhões de toneladas de carbono e absorvem 436 milhões, o que
representa cerca de 425 milhões de toneladas líquidas de carbono na atmosfera.

No Acordo de Paris, em 2015, o Brasil se comprometeu a recuperar 120 mil km² de floresta até 2030. Os
pesquisadores recomendam que a maior parte seja nas áreas leste e sul da Floresta Amazônica. O bem-
estar de todo mundo que vive no Brasil e em boa parte da América do Sul depende de seu ciclo
hidrológico.

Com respeito à situação na Amazônia, é uma tragédia o que está acontecendo: corre o risco de se
converter numa savana! A gente aqui tal vez veja isso como algo distante, mas os incêndios na floresta
amazónica afetam o mundo inteiro, com o impacto ambiental que todos conhecemos e que repercute
também nas relações geopolíticas entre países e na economia dos Estados.

Referências:

https://imazon.org.br/publicacoes/boletim-do-desmatamento-da-amazonia-legal-janeiro-2019-sad/

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/02/destruicao-da-amazonia-esta-perto-de-
atingir-um-ponto-sem-volta.html

https://www.brasildefato.com.br/2019/05/06/a-ameaca-de-bolsonaro-a-amazonia-ja-e-uma-realidade/

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2019/05/22/desmatamento-avanca-na-
amazonia-que-perde-19-hectares-de-florestas-por-hora.htm

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