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Indice

1. Introdução
1.1. Importância da Construção Sustentável
1.2. Sistemas de Avaliação (BREEAM, LEED, GBtool,...)
1.3. Futuro da construção Sustentável
1.4. Descrição do Health Club (N ha metodo d avaliação)
2. Sistema da avaliação BREEAM – objectivos e parâmetros
3. Health Club (tipologia de edificio)
3.1. Descrição
3.2. Sistema de avaliação???
3.3. proposta de analise (EcoHomes e Offices)
3.4. analise do doc “eficiencia energetica” e comparar a
habitação comercio e escritorio”
4. Medidas propostas
4.1. Saúde e bem-estar
4.2. Energia
4.3. Água
4.4. Poluição
5. Conclusão

Nuno Fernandes
Marina Carreiras
1. Introdução
1.1. Desenvolvimento sustentável
1.2. Construção sustentável
1.3. Sistemas de Avaliação
1.4. Panorama português
1.5. Parque Oriente

1.1. Desenvolvimento sustentável


A consciencialização da problemática da sustentabilidade nos centros urbanos
tem vindo a aumentar substancialmente ao longo dos últimos anos, em virtude
de diversos factores que poderão por em causa a sobrevivência no nosso
planeta, tais como a escassez de água potável, as alterações climáticas que se
fazem sentir e que são atribuidas ao fenómeno “El niño” (alterações climáticas
que acontecem alegadamente devido ao aquecimento global do planeta), a
contaminação de solos aráveis, a extinção de espécies animais e vegetais por
culpa da acção Humana, entre outros.

Por outro lado, a escassez de recursos naturais é cada vez mais evidente,
ameaçando a qualidade de vida nas nossas sociedades em gerações futuras,
quer por crises energéticas que se avizinham (pela exaustão de fontes de
energia não-renováveis como o petróleo, carvão, gás, ...), quer pelo aumento
do buraco do Ozono (tendo como consequências o aumento de doenças
cancerigenas, alterações climáticas no planeta mais acentuadas, ...), ou
mesmo pela diminuição da esperança de vida (aumento substancial de
doenças cancerigenas ou outras, provocadas pela utilização/ingestão abusiva
de produtos com altos níveis de toxicidade).

Grafico com consumo


Vs graf c recursos
Face a este cenário pouco animador, para um futuro não muito distante, é
urgente tomar medidas que orientem as políticas mundiais para um
desenvolvimento sustentável1, ou seja, que compatibilizem as infra-
estruturas e actividades humanas, com o ambiente e os processos naturais,
por forma a não exceder os limites da capacidade de regeneração dos recursos
naturais e a não exceder a capacidade de carga do meio ambiente.

O nosso planeta foi fruto de um processo natural que demorou vários milhões
de anos a transformar-se numa fonte de Vida tal como a conhecemos. O
desenvolvimento das civilizações aliado ao aumento acentuado da população
humana, teve como consequências directas o aumento do consumo de
recursos naturais em benefício do Homem, bem como da poluição da estrutura
essencial à vida no planeta (Atmosfera, água, solos). Os estragos provocados
pela acção humana no ambiente podem demorar vários milhões de anos a ser
reparados, ou mesmo serem irreparáveis.

Assim, devemos evitar uma exaustão de recursos naturais (ar, água, fontes de
energia não-renováveis, materiais de construção, ...), pelo seu consumo
abusivo que tende nos dias de hoje a ser mais elevado do que a sua própria
capacidade de regeneração, pois o Homem utiliza a natureza sem qualquer
racionalidade, quer para retirar todas as suas riquezas (para provisão de bens
e serviços, bem como para o suporte técnico de actividades), quer para
depositar os resíduos que produz.

Os países desenvolvidos tendem a ter como principais preocupações o


aumento da produtividade como forma de aumentar a qualidade de vida e o
bem-estar das populações. No entanto, esta estratégia é extremamente lesiva
ao meio-ambiente uma vez que implica um consumo exagerado de energia que
se reflecte em poluição atmosférica, e desgaste de reservas petrolíferas. Os
países subdesenvolvidos têm seguido esta tendência sem qualquer política que
vise o controlo de emissões de gases para a atmosfera.

1
Desenvolvimento sustentável- “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” in Relatório
da Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, 1987 – Relatório Brundtland
A consciencialização das alterações climáticas a nível mundial, em detrimento
da poluição atmosférica, levou alguns países a realizar acordos em que se
comprometem a reduzir a emissão de gases que provoquem danos na
atmosfera, reduzindo para isso o consumo energético. No entanto, estes
acordos não passam de simples compromissos que não têm vindo, nem se
prevê que venham a ser cumpridos a curto ou longo prazo. Portugal assinou
em Dezembro de 1997, juntamente com vários países, o protocolo de Quioto
que compromete os países signatários a reduzir as emissões de dióxido de
carbono em pelo menos 5% em relação a 1990 (a nível mundial). Portugal
poderia aumentar as emissões em 27% até ao ano 2008-2012, no entanto, no
ano 2000 as emissões foram já aumentadas em 28%, sendo previsível que em
2010 sejam superiores a 50%.

Embora existam formas de consumir energia de uma forma limpa, através da


utilização de fontes renováveis (energia solar, hídrica,...), sabe-se que apenas
cerca de 3% da energia consumida a nível mundial é renovável. Por outro lado,
nem sempre é economicamente viável a instalação de sistemas de captação
de energia ao meio-ambiente.

A protecção do meio ambiente é muitas vezes considerada importante, no


entanto, é apenas pensada quase sempre a nível do planeamento urbano a
sua vertente estética, não se abrangendo outras áreas de grande relevância
como a minimização dos consumos energéticos provenientes de fontes não-
renováveis, produção de energia preferencialmente através da utilização de
fontes renováveis (solar, eólica, hídrica,...), diminuição do consumo de água
potável, ...

Assim, assistimos nos nossos dias a manobras de “fachada” no campo da


sustentabilidade, em algumas intervenções que pretendem apenas tornar os
locais bonitos e apraziveis, enganando as pessoas menos informadas sobre a
sua sustentabilidade. Como exemplo disto, podemos pensar na propaganda
efectuada para automóveis que funcionam a energia eléctrica e se dizem “não-
poluentes”, quando a energia eléctrica produzida para os alimentar, é fabricada
maioritariamente em centrais eléctricas alimentadas por petróleo, carvão, ... Os
veículos eléctricos trazem de facto grandes benifícios, nomeadamente no
campo da saúde, uma vez que desviam a poluição dos grandes centros
habitados, no entanto, só deveriam ser considerados não poluentes se a
energia por eles consumida resultasse de um processo maioritariamente não-
poluente, pois no cenário actual, as suas emissões de gases poluentes para a
atmosfera são idênticos aos de um veículo movido a combustível, com a única
diferença que a poluição emitida é concentrada numa central longe dos
grandes centros urbanos. Outro exemplo disto é a colocação de jardins em
zonas onde a água escasseia, com relva que necessita de grandes
quantidades de água de rega ao longo do ano. Apesar de estes relvados serem
bonitos e apraziveis, a verdade é que a água utilizada para manter a relva é
muitas vezes 100% potável, facto que pode ser considerado ridiculo se
pensarmos na quantidade de espécies que se adaptam bem nestas zonas sem
excessivos consumos de água (ou mesmo na possibilidade de rega com águas
reaproveitadas) e não são utilizadas, provocando assim uma má gestão da
água.

Grafico com
reservas
petroliferas
O desenvolvimento sustentável deve assim ser pensado a diferentes níveis
(educação, investigação, planeamento, energia, ,,,) e a diferentes escalas de
intervenção (planeta - Continente – país – região – local) por forma a obter
bons resultados quer a nível global, quer a nível local, pois os seus
pressupostos variam. Por exemplo, na situação do automóvel elétrico
apresentada anteriormente, poderiamos considerá-lo amigo do ambiente, se a
energia por ele consumida tivesse base em centrais planeadas previamente, de
produção de energia solar, hídrica,... Outro exemplo, no âmbito da energia
requerida para climatizar um edifício, é diferente pensarmos num país nórdico
onde as necessidades de aquecimento são muito mais elevadas do que num
país como Portugal.

1.2. Construção sustentável


A causa para a exaustão dos recursos naturais a que assistiremos num futuro
próximo, deve-se essencialmente a um crescimento cada vez mais rápido das
sociedades em todo o mundo, em consequência do aumento populacional
inadequado no planeta e de políticas que se prendem unicamente com a
economia dos vários países, não se preocupando minimamente com questões
de sustentabilidade. São construídas cidades e metrópoles que não têm limite
de habitantes, não sendo auto-suficientes em matérias-primas, consumo de
energia e água, ... Para agravar esta situação, são construídos edifícios de
habitação e escritórios em massa, apenas com preocupações económicas e
em função das necessidades humanas.

Apesar de os impactes ambientais terem origens diversas (nomeadamente nos


transportes, indústria, ...), existem estudos específicos que apontam
claramente a construção como uma das mais significativas. De facto, os
edifícios provocam grandes impactes ambientais durante a sua fase de
construção e desmantelamento (nomeadamente no consumo de matérias-
primas, uso do solo, poluição,...), mas também durante o seu tempo de vida
útil, pela exagerada utilização de energia eléctrica, emissões atmosféricas,
resíduos sólidos, consumos de água e efluentes líquidos, entre outras
emissões.
Vs graf c impactes
ambientais

Um dos maiores responsáveis e mais frequentes factos que tornam os edifícios


insustentáveis do ponto de vista ambiental, são os sistemas de ventilação
forçada, utilizados sem qualquer regra, e que consomem muita energia,
conduzindo a emissões excessivas de CO para a atmosfera. Desde sempre
verificamos a tendência humana para procurar o conforto ambiental. De facto, o
Homem age por instinto a condições climáticas adversas, abrigando-se das
acções da chuva e do vento, ou procurando zonas frescas em dias de calor e
zonas quentes em dias de frio. Os metabolismos humanos permitem-nos a
adaptação a diversos tipos de clima, reagindo o nosso corpo de forma
adequada a cada situação. Como exemplo disto podemos reflectir da forma
como o nosso corpo reage em dias de frio, em que treme por forma a libertar
energia, aquecendo-se a ele próprio. O nosso instinto leva-nos
simultâneamente a movimentar os membros com maior frequência para
produzir calor. Por outro lado, em dias de calor sentimo-nos mais lentos, sendo
os movimentos reduzidos ao mínimo por forma a evitar produção de calor que
causa grande desconforto.

A evolução intelectual do ser humano trouxe novas formas de defesa face ao


clima. O Homem procura o vestuário para se proteger do frio, constrói com
algumas preocupações relativas à acção do vento e do Sol, ... Estas
preocupações tornam-se cada vez mais evidentes ao longo da história, na
arquitectura de civilizações em todo o mundo, quer pela utilização de materiais
isolantes (como as paredes de terra em África) quer pela própria orientação de
vãos relativamente ao Sol, ou mesmo pela orientação de ruas, cidades, ...

Já no século XX, o aparecimento de novas tecnologias que possibilitam a


climatização de edifícios conduz a um esquecimento, por parte do projectista,
de normas passivas de climatização, levando a construções que ignoram por
completo a natureza e o clima da zona em que se inserem, ficando
dependentes de sistemas de climatização forçada, com consumos energéticos
extremamente elevados. De facto, a única preocupação durante a concepção
de um edifício é estética e funcional, deixando as questões energéticas para
segundo plano. Os sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
(AVAC) são utilizados como forma de esconder deficiências graves dos
projectos, passando a fazer parte da “regra” na construção e não da
“excepção”.

Grafico com consumo d


edif Vs graf c impactes
ambientais

Perante este cenário, as exigências de conforto ambiental no interior dos


edifícios crescem, sendo os sistemas de AVAC usados frequentemente como
uma infra-estrutura essencial. De facto, o importante é manter a temperatura
ambiente entre 20ºC e 24ºC, sendo qualquer temperatura fora deste intervalo
considerada inadmissivel. Este dado resulta numa utilização abusiva dos
sistemas de AVAC, mesmo em edifícios com um comportamento térmico
satisfatório onde assistimos à instalação de sistemas de Ar Condicionado que
seriam perfeitamente dispensáveis. Isto vem agravar um consumo energético
disparatado em países como Portugal onde existe uma política energética
muito atrasada.

Aliado à necessidade de pensar em sustentabilidade na construção, está o


facto de cerca de 80-90% do nosso tempo ser passado no interior de edifícios,
o que influencia directamente a saúde dos seres humanos. Assim, torna-se
cada vez mais urgente, no âmbito da definição de “desenvolvimento
sustentável”, realizar construções sustentáveis por forma a obter a criação e
gestão responsável de um ambiente construído saudável, baseado na
eficiência de recursos e principios ecológicos. O ideal sería que todas as
necessidades de um edifício em concreto fossem satisfeitas no local onde ele
se encontra construído (materiais de origem do local de implantação, energia
consumida produzida total ou maioritariamente pelo próprio edificio atravéz da
utilização de painéis fotovoltaicos ou outros ao longo da área do edifício,
consumo de água local e aproveitamento de águas cinzentas e pluviais, ...).

1.3. Sistemas de Avaliação


O facto de a energia ter um peso maior quer ao nível económico, quer ao nível
de impacte social (pois é habitualmente mais referido quando se fala de
sustentabilidade) reflete-se nos regulamentos de construção dos vários países
(nomeadamente Portugal), que têm em conta parâmetros relativos a térmica e
iluminação, por forma a reduzir consumos energéticos para climatização e
iluminação dos edifícios. No entanto, começam a aparecer em diversos países
instrumentos de verificação da sustentabilidade dos edifícios, que embora de
carácter facultativo, permitem avaliar o seu desempenho a todos os níveis.
Estas ferramentas poderão num futuro próximo ser adoptadas por diversos
países, podendo mesmo tornar-se obrigatória a sua verificação na fase de
projecto dos edifícios. Este cenário só será no entanto uma realidade quando
houver uma consciencialização de toda a sociedade (politicos, governo,
pessoas) que permita a sua adopção como regulamento obrigatório para
aprovação de projectos.

Como exemplo de sistemas de avaliação e gestão da construção sustentável


temos o BREEAM (Reino Unido), LEED (Estados Unidos), HQE (França), GB
Tool (Vários países), entre outros. Estas ferramentas são de carácter
facultativo, servindo actualmente para certificar os edifícios “sustentáveis” nos
países em que foram adoptados. Os sistemas de avaliação funcionam
normalmente como um sistema de pontos em que são feitas diversas análises
ao edifício que analisam (em termos energéticos, de consumo de água potável,
transportes, ...), sendo os edíficios com números mais elevedos considerados
como tendo um melhor desempenho. O futuro da construção passará pela
certificação de todos os projectos, sendo de prever que os países pioneiros a
adoptarem estas medidas como obrigatórias, tenham um maior
desenvolvimento económico no futuro, uma vez que os seus edifícios serão
mais sustentáveis em todos os aspectos, e serão menos dependentes dos
países produtores de petróleo.

Etiquetas do
BRREEAM, LEED, ...
(FOLHAS DA CADEIRA)

1.4. Panorama português


Em portugal temos vindo a assistir progressivamente à construção de edifícios
sem regras, e consequentemente à aplicação de sistemas de AVAC que
consomem energia de uma forma desmedida e absurda. A especulação
imobiliária dita as regras no sector da construção, sendo as urbanizações
projectadas com interesse comercial, sem quaisquer preocupações ao nível da
incidência solar nos edifícios, ou de isolamento térmico. De facto, pretende-se
vender uma imagem, que nem sempre se reflete no campo do conforto. Por
outro lado, os únicos valores que se têm em conta são o custo da obra, não se
refletindo sobre os custos energéticos e de manutenção, que embora a longo
prazo, representam uma factura muito relevante no custo total do edifício,
muitas vezes ultrapassando o próprio valor da construção. Não existe uma
consciencialização neste campo, pelo que o resultado final de um projecto
acaba por ser um edifício que necessita de uma climatização forçada,
produzindo grandes consumos energéticos para manter as condições de
conforto térmico adequadas ao trabalho. Scmith

A zona em que o nosso país se insere tem um clima ameno, sendo os


verões e Invernos pouco rigorosos na maior parte do território nacional. Talvez
por isto se tenha ignorado ao longo dos anos as exigências de satisfação do
conforto térmico, resultando as nossas construções em edifícios sem qualquer
espécie de isolamento térmico e sem preocupações ao nível da orientação
solar.

No panorama jurídico portugês existem 3 instrumentos que regulam


directamente as condições térmicas das construções:
- O Regulamento das Características de Comportamento Térmico de Edifícios
(RCCTE) tem como objectivo controlar o ambiente térmico através de medidas
passivas na construção, tendo em conta a orientação, área e tipo de
envidraçados, tipos de isolamento nas diferentes partes construtivas
(pavimentos, paredes, tectos e coberturas), volumetria e localização do
edifício,... Este instrumento não implica assim consumos energéticos para a
climatização do edifício, sendo o seu grau de exigência diminuto, pelo que
apenas é infringido quando ocorrem erros graves de projecto claramente
lesivos ao conforto térmico dos ocupantes. Ainda assim impõe limites a ter em
conta (relativamente à entrada de frio ou de calor no edifício), que em caso de
incumprimento põe em causa o licenciamento de uma obra.
- O Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização de Edifícios
(RSECE) é o instrumento que establece as regras a ter em conta no
dimensionamento e instalação de sistemas consumidores de energia para a
climatização de edifícios, sendo obrigatório quando a potência térmica nominal
de aquecimento ou arrefecimento seja superior a 25Kw ou quando a soma das
potências nominais de aquecimento e arrefecimento seja superior a 40Kw
(Art.2º RSECE). Este instrumento pretende assim controlar os consumos
energéticos em edifícios cuja instalação de sistemas AVAC seja susceptível de
produzir grandes consumos energéticos. Assim, fica obrigado a licenciamento
qualquer instalação AVAC que exceda estes valores.
- O Regulamento de Gestão dos Consumos de Energia (RGCE) establece
valores limite de consumos energéticos que não devem ser ultrapassados,
nomeadamente na construção. Este instrumento regula ainda os limites
constantes do RCCTE e do RSECE.

No entanto, no que se refere à sustentabilidade do edifício em particular, os


regulamentos cingem-se a preocupações energéticas, deixando de lado outros
factores igualmente importantes no que se refere à gestão dos recursos.
Existem alguns arquitectos que demonstram uma grande preocupação pela
sustentabilidade dos seus edifícios (como a Arqª Lívia Tirone, o Arqº Regino
Cruz, entre outros) demonstrando interesse por aspectos como o conforto
ambiental (térmico, acústico e visual), a qualidade do ar interior, as
necessidades energéticas e eficiência energética, a utilização de energias
renováveis, a limitação de emissões de CO2 para a atmosfera, a utilização
racional da água potável, ou a utilização racional de materiais enquanto recurso
natural, entre outros.

1.5. Parque Oriente


O desenvolvimento sustentável deve ser pensado a diversas escalas como já
foi referido, no entanto, a escala do edifício é fundamental neste aspecto, uma
vez que a construção ocupa um lugar muito relevante neste campo. Assim, a
formalização de construções sustentáveis é um grande passo para a
preservação do ambiente, bem como de outros factores humanos como a
saúde, a economia,...

Neste trabalho procura-se assim alertar para a problemática da


sustentabilidade dos edifícios dos nossos dias, através de uma abordagem a
um dos projectos incluidos no quarteirão do Parque Oriente (Arqª Livia Tirone),
onde se prevê a instalação de um Health Club. Uma vez que não existe um
Sistema de Avaliação concreto para este tipo de edifícios, foi feita uma
analogia dos parâmetros que poderiam adaptar-se a um Health Club, tendo
como base o sistema britânico BREEAM ECO-HOMES e BREEAM OFFICES.
Com base nas conclusões dessa análise foi listada uma série de medidas que
poderiam ser tomadas tendo sempre como objectivo fundamental melhorar o
desempenho sustentável do edifício, sem contudo afectar a sua eficiência e
funcionalidade.
Sistema da avaliação BREEAM – objectivos e parâmetros

Dizer quais os objectivos a q se propõe o BREEAM

Ve no breeam offices e ecohomes +/- os parametros utilizados e em q consiste


cada 1 (poluição, energia, agua, emissoes do co2,...)

Por ex, para a energia pods dizer q contempla a energia consumida pela rede
de AVAC, iluminação,..., e da preferencia a edificios com menos consumo e q
utilizem sistemas de fabrico d energia (como paineis fotovoltaicos)
2. Health Club (tipologia de edificio)

2.1. Descrição

- referir q não existem dados dissponíveis concretamente sobre o health club


(talvez por nao existir ainda projecto),tais como pormenores desenhados, pelo
que não pode ser feita uma avaliação do seu comportamento em termos de
sustentabilidade.(ve nas folhas dela os dados que consegues retirar como
area, cobertura ajardinada, ...).
Localizar o HC (usa planta, diz em q zona de lisboa, junto a
habitação/escritórios, c bons acessos via-transportes publicos,...)
refere q n estando disponiveis os pormenores, podemos supor q 1 HC desta
dimensão está dotado de Piscina interior e jacuzzi, balneáreos (com banhos,
saunas, salas de arrefecimento e secagem, solario,...), salas várias (para
musculação, fitness, artes marciais, yoga,...), gabinetes (gerencia,
profs,pessoal,...), bar e cozinha, kids place, eventuais compartimentos para
tratamentos de beleza, squash, Zona comercial (aluguer ou compra de
equipamentos, toalhas,...), ...
2.2. Sistema de avaliação???

– referir q o health club é 1tipo de edificio muito dificil de gerir em termos de


contrução sustentável, devido a altos consumos de água (devido a existencia
de piscina, balneários com banhos, ...), energia (equipamentos AVAC, caldeira
p aquecer água, iluminação,...), e outros impactes q te ocorram, tais como ruido
dos equipamentos (junto a habitaçoes,...). Referir no entanto q se trata d 1tipo
d edificio pontual (ao contrario da habitação, escritorios,...)e q reflete 1 +valia
no campo da saude da população, uma vez que incita á prática do desporto
(natação, musculação, ginástica, tennis, fitness, ...). neste âmbito, o Health club
é extremamente benéfico uma vez q pode ser usado num raio de acção
bastante alargado.
- referir que o BREEAM não contempla este tipo de edifícios, uma vez q se
tratam de edificios de carácter pontual, no entanto deveria existir um sistema
de Avaliação que orientasse os projectistas para algumas medidas no campo
da sustentabilidade em edifícios deste género, uma vez que se trata de
1tipologia de edifício q provoca grandes impactes no ambiente (pelos elevados
consumos energéticos, gastos de água,...), que poderiam assim ser
minimizados (apesar dos health club serem pontuais na cidade).
2.3. proposta de analise (EcoHomes e Offices)
-uma vez q não existem dados concretos sobre o HC, e que não existe tb
nenhum sistema de avaliação da sustentabilidade de edificios deste tipo,
vamos propor algumas medidas a serem adoptadas durante a construção,
operação e desmantelamento do edifício. Estas medidas serão propostas com
base em alguns pontos analisados no BREEAM EcoHomes e Offices (que se
podem aplicar ao HC), no entanto, uma análise deste tipo requer uma pesquisa
muito mais aprofundada, juntamente com o parecer de especialistas técnicos
de várias áreas ligadas à engª civil, hidráulica,... assim, a proposta foi
executada com base em ideias cognitivas que surgiram em função da analise
do BREEAM.

2.4. analise do doc “eficiencia energetica” e comparar a


habitação comercio e escritorio” – colocar hipotese de este item
vir junto à descrição
- referir mais uma vez que o hc é 1tipo d edif d gds consumos, e faz
comparação dos dados q estão na pasta “eficiencia energetica” (docs excel q
comparam hc, habitação, escritorios e comercio)
3. Medidas propostas
3.1. Saúde e bem-estar
3.2. Energia
3.3. Transportes
3.4. Água
3.5. Materiais
3.6. Uso do Solo e ecologia
3.7. Poluição

Tal como foi referido, não existem dados disponíveis concretamente sobre o
health club (talvez por não existir ainda projecto), tais como pormenores
desenhados, pelo que não pode ser feita uma avaliação do seu comportamento
em termos de sustentabilidade. Por outro lado, não existe um sistema de
avaliação para edifícios deste tipo, pelo que foi feita uma análise ao BREEAM
Offices e BREEAM EcoHomes, por forma a conjugar alguns tópicos relativos a
escritórios e habitações, que fossem aplicáveis num edifício destinado a Health
Club. Com base nestes princípios, estão apresentadas algumas medidas que
pretendem melhorar a sustentabilidade do edifício, pela racionalidade de
materiais, de energia, água, bem como pelos detritos emitidos através da
utilização do edifício (águas cinzentas, emissões de CO, ...).

3.1. Saúde e bem estar


A garantia de que um edifício pode proporcionar boas condições de saúde e
conforto aos seus ocupantes é um item obrigatório para o bom funcionamento
de qualquer edifício. No caso de uma construção Sustentável, este factor é
ainda mais importante, não só pelas questões de saúde, mas também para
garantir ao promotor que estes edifícios funcionam tão bem ou melhor que os
edifícios comuns que trazem grandes problemas a nível de sustentabilidade, e
que são resolvidos através da engenharia, consumo exagerado de matérias-
primas e de emissões de poluentes em grande escala para o ambiente. No
caso de um Health Club, devemos pensar que se trata de um edifício
normalmente lesivo ao ambiente, mas que traz grandes benefícios ao nível da
saúde, uma vez que facilita a prática do desporto. Deste modo, sería
impensável não garantir as qualidades máximas de conforto e saúde no Health
Club, em detrimento da protecção ao meio ambiente. Assim, devem ser
tomadas medidas no campo da Climatização, Iluminação e acústica, tais como:
3.1.1. Climatização
- Procurar efectuar estudos que justifiquem uma satisfação térmica em
todo o edifício, tendo em conta o vestuário e a actividade que se pratica em
cada compartimento (bar, circulações, zonas húmidas, salas de arrefecimento
junto a saunas, balneários, ginásios, Kids place,gabinetes,...);
- Torres de arrefecimento facilmente acessíveis para limpeza,
manutenção e substituição de partes (ou sem torres de arrefecimento);
- Sistemas de Aquecimento Ventilação e Ar Condicionado (AVAC)
concebidos de forma a evitarem a propagação da doença do “Legionário”
(filtragem do ar);
- Sistemas que regulem o vapor de água;
- Separação de zonas que libertem gases poluentes das zonas de
utilização dos utentes / trabalhadores do health club (como grelhas de
extracção do ar víciado);
- Utilização de sistemas AVAC que possibilitem uma diferenciação de
potência ao longo de todo o edificio, ajustando assim a climatização forçada
aos requisitos reais de cada zona;
- Favorecimento da ventilação natural através de sistemas que facilitem
a ventilação cruzada (utilização de janelas que possibilitem a sua abertura,
colocação de grelhas nas janelas e portas, ...) ou de sistemas de ventilação
forçada de baixos consumos energéticos (ventoinhas, ...);
3.1.2. Iluminação
- Áreas de maior utilização e com uma maior necessidade de
intensidade de luz, iluminadas por sistemas de iluminação natural, sem
necessidade de recorrer a mecanismos consumidores de energia (lâmpadas);
- Sistemas de iluminação artifícial que complementem a luz natural (no
caso de esta não ser suficiente para iluminar os espaços) com opção de
controlo da intensidade de luz;
- Provisionamento de iluminação em quantidade suficiente (em
escritórios, bar, salas polivalentes, ...);
- Controle da intensidade de luz diferenciável entre os diversos
compartimentos (para ajustar a iluminação necessária a cada situação e evitar
dispêndios energéticos em zonas desocupadas, possibilitando desligar a luz
nestas áreas);
- Devem ser evitadas zonas viradas para o interior do edifício, sendo
privilegiadas vistas para zonas de desafogo visual (para o exterior ou para um
eventual átrio) essencialmente para as pessoas que trabalham no interior do
edifício, passando uma grande parte do seu dia no seu interior;

3.1.3. Acústica
- Pensar na satisfação acústica no interior do edifício (evitar o contacto
de ruídos provinientes de sistemas AVAC, caldeira de aquecimento das águas
da piscina, entre outros, com os ocupantes do edifício, e isolar as zonas
passíveis de provocar maior ruído (salas de musculação, Step, ou outras onde
os equipamentos ou a utilização de música é frequentemente utilizada para
estimular os praticantes);

3.1.4. Planeamento / manutenção


- Planear zonas para fumadores (no Health Club só faz sentido esta
separação no bar, uma vez que não se prevê que hajam actos de fumar em
zonas onde se pratica desporto) libertando assim as zonas de não-fumadores;
- Realizar frequentemente inquéritos que reflitam o feedback dos
ocupantes do edifício (trabalhadores / usofruintes) em termos de saúde e
conforto, de modo a poder corrigir situações que não estejam a funcionar
correctamente.
- Planear rotinas de manutenção e limpeza dos sistemas do edifício
(AVAC, águas quentes, iluminação,...) com empregados especializados, de
modo que os mesmos funcionem bem, sendo as anomalias rapidamente
detectadas;
3.2. Energia
Os consumos energéticos de um edifício desta natureza são muito elevados,
como foi anteriormente referido, pelo que o fornecimento de energia a este
edifício deverá ser separado dos restantes edifícios do quarteirão, a não ser
que os edifícios envolventes produzam energia em excesso e possam partilhá-
la com o Health Club. Os maiores consumidores energéticos num edifício deste
género deverão ser os sistemas de AVAC, os equipamentos da lavandaria e a
caldeira da piscína, seguidos pelos equipamentos elétricos de usufruto directo
dos utentes (equipamentos elétricos no ginásio, saunas,...), sistemas de
iluminação e equipamentos da cozinha instalada no bar. Para cada tipo de
equipamento, devem ser pensadas infra-estruturas capazes de satisfazer os
seus consumos energéticos, minimizando-os. Deve-se assim, tentar reduzir ao
mínimo possível a energia consumida no edifício por forma a reduzir a emissão
de CO para a atmosfera, através de medidas como:
- Pensar na fase de projecto quais os compartimentos com maior
necessidade de iluminação, por forma a realizar jogos de luz natural, através
da orientação da fachadas. Projectar também o tipo de pressianas adequado a
proteger o edifício do calor, mas que deixe entrar luz natural em quantidade
suficiente;
- Utilização de sistemas que diferenciem a iluminação e a climatização
artificial nos vários locais do edifício (com necessidades diferentes em função
da exposição solar e tipo de utilização);
- usar lâmpadas de baixo cosumo e que provoquem pouco aquecimento;
- Usar sistemas de detecção de presença, que desactive a iluminação e
os sistemas AVAC nos diferentes compartimentos, quando estes não se
encontram ocupados, evitando-se assim desperdícios energéticos;
- Usar sistemas automáticos de corrimento das pressianas, de forma a
minimizar a entrada de calor em excesso no edfício;
- Usar fontes de energia renovável, tais como painéis fotovoltaicos
capazes de satisfazer algumas das necessidades energéticas do edifício (como
iluminação, alimentação de aparelhos do ginásio, equipamentos da cozinha,...);
- Usar equipamentos de baixo consumo, comprovado pelo rótulo
ecológico;
- Efectuar com frequência estatísticas de consumos energéticos do
edifício, e a sua relação com as emissões de CO para a atmosfera, por forma a
detectar eventuais falhas nos sistemas, ou tentar melhorar o consumo
energético todos os anos;
- Establecer rotinas de manutenção e limpeza do material elétrico
(Limpeza de lâmpadas, substituição,...).

3.3. Transportes
A localização do edifício pertence a uma escala mais abrangente do ponto de
vista da sustentabilidade (escala regional, de cidade,local,...) nem sempre
estando ao alcance do arquitecto a sua escolha. Esta é fundamental, uma vez
que condiciona a mobilidade (proximidade de habitação, emprego, escolas,...)
e determina o tipo ou necessidade de transporte utilizado para as deslocações
(transportes públicos, automóvel, bicicleta, ...). O Health Club é um edifício que
provoca grandes impactes ambientais (superiores aos da habitação ou
escritórios), no entanto é uma mais-valia para a saúde, pelo que deve ser
colocado pontualmente em zonas fácilmente acessíveis e com um raio de
acção elevado em relação à população que pode abranger. Assim, como
meddasa adoptar relativamente aos transportes podemos pensar:
- Deve estar situado numa zona de fácil acesso a transportes públicos
(Metro, Autocarros,...) por forma a abranger uma população maior, e a evitar a
utilização de automóvel para alcansar o edifício;
- Deve encontrar-se situado junto a habitação e emprego, de modo a
abranger a maior população possível, evitando assim dispêndios de energia na
deslocação entre a habitação ou trabalho e o Health Club;
- Colocação de infra-estruturas de utilização gratuita como o
estacionamento de bicicletas ou ciclovias para uma percentagem considerável
de utilizadores / trabalhadores;
- encorajar a utilização de bicicletas para chegar ao Health Club, através
de acções de incentivo como o empréstimo gratuito da toalha, cacifo, fato de
banho, shampoo e sabonete, a utentes que usem o parqueamento de
bicicletas;
- Desincentivar a utilização de automóvel, através da colocação de
parques pagos.
3.4. Água
O consumo de água num Health Club deste tipo tende a ser muito elevado,
pelo facto de o mesmo incluir no seu programa zona para piscina, jacuzzi, e
banhos (nos balneários). Deste modo, torna-se essencial fazer uma boa gestão
da água, com principios que reduzam ao mínimo possível a utilização de água
potável. Assim, devem ser criadas estruturas que possibilitem:
- limitar ao mínimo a água consumida por pessoa (trabalhador ou
utilizador do Health Club);
- Fazer o aproveitamento de águas pluviais ou o reaproveitamento de
águas cinzentas frias ou quentes (provinientes da piscina e dos banhos) para
zonas de rega ou lavagem do edifício (como os sistemas de lavagem
automática de fachadas e coberturas envidraçadas), fluxómetros, entre outros;
- Conduzir as águas cinzentas provinientes da piscina e dos balneários
para um resevatório que possibilite a sua partilha por parte dos edifícios
envolventes, evitando assim desperdícios de água reutilizável;
- Reduzir as taxas de renovação da água da piscína ao mínimo possível
(mantendo no entanto a qualidade da água) através da criação de programas
de utilização da mesma, de modo a diferenciar as taxas de renovação a horas
diferentes. Quando a piscina está vazia ou quase, não precisa de uma taxa de
renovação tão elevada como quando está cheia. Assim, poderão ser criados
programas a horas específicas (como hidroginástica para idosos, ou jogos de
pólo aquático, ou mesmo descontos de utilização a horas específicas, para
canalizar as pessoas a utilizarem a piscina a horas específicas), que
possibilitem ter uma noção de quando os equipamentos da piscina devem estar
a funcionar com maior ou menor intensidade;
- Colocar infra-estruturas no interior do edifício que sejam passíveis de
consumir grandes quantidades de água e que possam utilizar aquela que é
reutilizada (proviniente da piscina e dos banhos), evitando assim o consumo de
água potável noutros locais. Assim, poderia ser colocada uma lavandaria no
interior do Health Club, que faria um bom uso das águas cinzentas e quentes
para lavagem de toalhas emprestadas pelos serviços do Health Club, mas
também com serviços externos para o público em geral, ou mesmo para
lavagem da roupa dos hotéis que se encontram nas proximidades, em serviço
cathering. Dependendo das disponibilidades de águas cinzentas, poderia
também ser pensada uma zona para lavagem de automóveis;
- Promover o incentivo à minimização dos consumos de água e de
energia em zonas de balneários, duches, mictórios, retretes, espelhos, entre
outros. Um Health Club é um edifício de utilização colectiva por parte de
pessoas distintas e de faixas etárias diferentes, podendo redimir-se
relativamente aos impactes ambientais elevados que pode trazer, através de
uma consciencialização das pessoas, sendo usado como um instrumento de
educação da população. Deste modo, com este tipo de publicidade no Health
Club, poderá se fácil sensibilizar as pessoas para a poupança de água e
energia, não só alterando o seu consumo no interior do edifício, mas também
no seu dia-a-dia;
- Colocar contadores individuais nas fracções do Health Club que serão
exploradas por empresas particulares (bar, salão de beleza,...), incentivando-
os assim a poupar água;
- Utilizar sistemas de auto-desactivação de válvulas (torneiras dos
banhos e lavabos, fluxómetros em autoclismos e urinóis,...);
- Efectuar frequentemente a manutenção dos sistemas consumidores e
reutilizadores da água, bem como monotorizá-los para detectar eventuais
falhas.

3.5. Materiais
Os Materiais assumem uma importância vital em qualquer edifício no campo da
sustentabilidade, essencialmente ao nível da fase de construção e
desmantelamento do edifício, no entanto são também importantes ao longo do
tempo de vida útil do mesmo por motivos técnicos que directa ou
indirectamente vão influenciar o seu desempenho bem como a sua
durabilidade e necessidade de intervenções de reabilitação. Por outro lado,
assumem um papel muito importante na saúde dos utilizadores dos edifícios.
Assim, devemos ter considerações tais como:
- A utilização de materiais certificados ecológicamente, provinientes de
empresas que garantam uma extracção sustentável de matérias-primas (como
a madeira, a pedra,...) e preferencialmente provenientes do próprio local
envolvente do edifício (se possível);
- Evitar utilização de materiais de construção que possuam na sua
composição elementos tóxicos, ou cujo processo de fabrico seja susceptível de
criar grandes emissões poluentes para o meio ambiente (como exemplo do
material em que as piscinas dos Health clubs “Holmes place” são feitos-inox);
- Evitar a todo o custo a utilização de materiais perigosos para a saúde
pública, e no caso de não ser possível evitá-lo, publicar esses factos no edifício
em local bem visivel por parte de todos os ocupantes do edifício;
- Utilização de materiais reciclados e/ou recicláveis;
- Pensar em zonas que deverão ser usadas para a reciclagem ou
reutilização de materiais (no caso do Health club, propõe-se a implantação de
zonas que possam reutilizar a água gasta pela piscina e pelos banhos, através
de lavandaria, zona de lavagem de garrafas e loiças, entre outros que assim
não consumirão água potável);
- na zona comercial do Health Club, onde são habitualmente vendidos
ou alugados materiais para utilização no interior do Health Club (toalhas,
sapatilhas, T-shirts, Fatos de banho,...), colocar produtos com rótulo ecológico
e com publicidade a este típo de produtos.

3.6. Uso do solo e ecologia


O local onde se constrói qualquer edifício deve ser escolhido com várias
preocupações quer ao nível dos transportes (já referido) quer em relação ao
impacte que a construção vai causar na zona. Por outro lado devem ser
realizados estudos que demonstrem as vantagens/desvantagens da
implantação de um edifício num dado local, tendo em conta o seu carácter,
área,... Um Health Club é um tipo de edifício pontual que não é passivel de
gerar grandes fluxos de pessoas, no entanto o seu consumo elevado de água
sugere-nos que não deve ser colocado em áreas onde haja escassez de água
potável. Devemos pensar ainda em outros aspectos, tais como:
- O valor ecológico da zona de implantação, e da zona envolvente e
quais os impactes que esta construção trará (durante a fase de construção,
operacionalidade e desmantelamento);
- Dado que este tipo de edifício provoca grandes impactes ambientais
(devidos essencialmente aos consumos elevados de energia e água face à sua
dimensão reduzida), deverá estar inserido em zona urbana, abrangendo uma
população considerável que justifique a sua existência;
- A melhoria do valor ecológico que o edifício poderá trazer para o local
(de referir que o Health club prevê uma cobertura ajardinada para usofruto dos
habitantes do Parque Oriente, cujo sistema de rega pode reaproveitar as águas
cinzentas provinientes do próprio edifício);
- Protecção de valores ecológicos existentes no local;
- O aumento da biodiversidade de espécies no local (na cobertura
ajardinada proposta podem ser colocadas muitas espécies de arbustos/flores
que aumentem o valor ecológico local);
- Analisar a pegada ecológica do edifício, por forma a obter boas
utilizações do solo envolvete, em relação aos impactes que o edifício possa
trazer.

3.7. Poluição
Os aspectos de poluição emitida por um Health Club são muito relevantes, uma
vez que um edifício deste tipo é passível de provocar grandes emissões
nocivas quer para a água, quer para a atmosfera. Deste modo, é importante
analisar os aspectos energéticos e de gestão da água para verificar se os
mesmos são aceitáveis ou não a nível de emissões. Estes aspectos já foram
abordados nos pontos anteriores, no entanto para uma análise quantitativa das
emissões seria necessário um estudo muito mais aprofundado, juntamente com
técnicos específicos no ramo da engenharia. Numa análise cognitiva, podemos
no entanto referir que se as medidas apresentadas forem tidas em conta no
projecto, as emissões poluentes para o meio ambienteseram diminuidas. Ainda
assim, existem outros aspectos que podem ser observados, tais como:
- Certificar que não são emitidas substâncias nocivas para a camada do
Ozono durante a construção do edifício;
- usar sistemas de refrigeração que não libertem grandes quantidades
de ar quente para a atmosfera, e cujas eventuais fugas sejam prontamente
detectadas através de equipamentos automáticos de monotorização do
sistema;
- Fazer um aproveitamento das águas da chuvas em substituição da
água potável em alguns equipamentos,e não canalizar a mesma para a rede de
esgotos (ao contrário do que costuma acontecer);
- Não emitir águas quentes para os esgotos, e aproveitá-las noutras
situações;
- Possuir infra-estruturas de produção energética alternativa através da
utilização de fontes renováveis (energia solar, geotérmica, eólica, hídrica,...),
que possibilite alimentar parte ou mesmo a totalidade do edifício, reduzindo a
emissão de gases poluentes para a atmosfera para produção de energia;
- Incluir nos custos da utilização do Health Club, taxas de poluidor-
pagador, que possam ser aplicadas nos sistemas existentes no Health Club
para diminuição de emissões quer para a atmosfera quer para a água. Por
exemplo, o empréstimo da toalha deve ser pago (quer o utente a utilize ou
não), por forma a incentivá-lo a usar as toalhas do Health Club. Deste modo,
garante-se que as toalhas serão lavadas no Health Club com águas
reutilizadas. Por outro lado, podem ser feitos descontos na lavandaria aos
utentes do Health Club por forma a incentivá-los à utilização da mesma.
Conclusão

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