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Tipos de redação para concurso

São comuns três tipos de redação: dissertação, descrição e narração. Para saber qual será trabalhada você
deve dar uma olhada na banca organizadora e seus concursos anteriores, pois sempre existe um padrão.

Dissertação

É bastante comum que os concursos prefiram textos dissertativos, aqueles que expõem ideias acerca de um
tema relevante para a sociedade. A dissertação é dividida em duas categorias:

• Dissertativo-argumentativa: o autor deve apresentar uma tese, ou seja, um ponto de vista sobre algo,
que contará com argumentos consistentes para convencer o leitor de algo. Você precisa dar sua opinião e
explicar por que a pessoa que está lendo deveria concordar com ela. Contudo, é necessário sustentar sua
argumentação com falas de autoridades no assunto ou dados científicos/matemáticos. Caso contrário são
apenas opiniões que podem ser rebatidas;

• Dissertativo-expositiva: o texto não tem o propósito de persuadir o leitor, mas apenas expor fatos a
respeito do tema trabalhado utilizando dados e fontes confiáveis. Aqui o objetivo é informar a pessoa que
está lendo, por isso você deve apresentar conceitos exemplificados e usar uma linguagem de fácil
compreensão.

Esse tipo de redação é composto por introdução do tema, desenvolvimento das ideias e conclusão que
retoma tudo que já foi dito sem acrescentar novas informações.

Descrição

Apesar de a escrita dissertativa ser mais frequente, pode ser que a banca organizadora peça um texto
descritivo. Como o próprio nome já diz, o objetivo é criar uma imagem sobre o tema utilizando palavras.
Assim, o autor deve apresentar suas próprias impressões expondo as características físicas e psicológicas de
algo. A descrição também tem duas vertentes:

• Descrição objetiva: a redação fala de traços concretos e não há opinião do autor, como num dicionário,
por exemplo. Se um objeto é verde, grande e redondo deve ser descrito assim para o leitor imaginá-lo como
de fato é;

• Descrição subjetiva: neste caso, a redação recebe as impressões pessoais do autor, como em textos
literários. Pensando no objeto verde, grande e redondo, o escritor pode dizer se é bonito e quais sensações
aquilo lhe transmite. Há uma abertura maior para o próprio leitor imaginar aquilo.

Narração

Por fim, mas não menos importante, o terceiro tipo comum é a narração. Diferentemente dos anteriores,
esse texto não precisa ter compromisso com a realidade. Uma narrativa pode falar sobre eventos reais, mas
também pode conter personagens e ações fictícias ou ser completamente inventada. Alguns exemplos são
romances, contos e fábulas. Dessa forma, a narração conta com algumas peculiaridades:

• Narrador: alguém conta uma história, podendo estar dentro ou fora dela. O narrador-personagem é
aquele que relata um acontecimento e também participa dele de forma ativa, nesse caso é usada a primeira
pessoa. Já o narrador-observador é quem apenas narra os eventos sem interferir na história, sendo usada a
terceira pessoa;

• Enredo: é o conjunto de eventos contados. Ele é dividido em apresentação, desenvolvimento, clímax e


desfecho. Ou seja, uma introdução que contextualize o leitor, a apresentação dos acontecimentos, um
episódio que gere tensão ou emoção e, ao final, uma resolução;

• Personagens: são as pessoas (reais ou fictícias) que vivem os eventos narrados. Eles podem ser
principais, como protagonistas e antagonistas, e secundários, que acompanham/ajudam os principais, são
ativos na história, mas não são parte do conflito maior;
• Tempo: existem dois tipos, o cronológico e o psicológico. O primeiro é contado em dias, semanas,
meses e até anos. O segundo vai de acordo com o que está se passando na cabeça dos personagens;

• Espaço: pode ser ambiente físico, psicológico ou social. Os eventos podem ser narrados num ambiente
palpável, como uma casa, ou nos pensamentos dos personagens, ou em locais coletivos. Isso vai variar de
acordo com o propósito da história.

Estrutura de redação para concurso

Nenhum texto é igual ao outro, por isso não existe uma fórmula para escrever. No entanto, há uma estrutura
básica para ser seguida na hora de escrever uma redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. Esses
três pontos são essenciais para você formatar o que será escrito e seguir uma linha lógica de pensamento
com começo, meio e fim de forma objetiva.

Introdução

É um parágrafo direto e não muito extenso onde você vai demonstrar que compreendeu o tema e afirmar
algo sobre ele. Em uma linha você vai dizer de forma concisa a ideia central do seu texto e o seu
posicionamento acerca daquilo. Ou seja, você vai apresentar o assunto a partir de um tópico frasal, que é
uma opinião geral relacionada ao tema, e em seguida vai dizer se é contra, a favor ou qual é a importância de
se discutir sobre isso. Essa parte deve ter até dois períodos (frases com pelo menos um verbo cada).

Então, em outras duas ou três linhas, você irá mostrar como sua tese será desenvolvida. Sendo assim, é
preciso explicar de forma simples e rápida o que cada parágrafo irá abordar. Aqui você ainda não vai
argumentar nada, mas apenas mostrar seus argumentos. Para isso, construa uma oração condensando o
assunto de cada parágrafo do desenvolvimento.

Desenvolvimento

Aqui você irá detalhar tudo aquilo que foi dito na introdução. Apesar de não haver um número certo de
parágrafos, é importante se atentar ao limite de linhas. Por isso, construa dois ou três parágrafos com mais
ou menos o mesmo tamanho para manter um padrão e calcular direitinho quanto da folha você usará. Essa é
a maior parte da redação de concurso e tem grande peso na hora da avaliação. Então, para não se enrolar
todo, siga algumas dicas:

• Faça o que você disse na introdução: você apresentou quais seriam os argumentos. Agora se atenha a
eles para debater o tema exatamente como disse ao examinador que faria;

• Não se desvie do que já foi dito: dizem que é sempre bom “extrapolar o tema”, ou seja, ir além do que
a banca de pediu. No entanto, se na sua introdução você disse que falaria sobre X, então fale sobre X
objetivamente, sem muitos rodeios. Você não precisa trazer W, Y e Z para ser claro no que quer dizer de X;

• Conecte os parágrafos: cada um trará um argumento diferente, mas todos falam sobre a mesma coisa.
Dessa forma, é necessário que eles estejam conectados um ao outro para fazer sentido e mostrar que um
complementa o outro. Use termos como “assim”, “portanto”, “em seguida”, “no entanto”, de acordo com o
que é pretendido na redação.

Conclusão

Este é o último parágrafo do seu texto e deve retomar todo o conteúdo explanado. Não vai acrescentar nada
de novo, muito menos trazer outro argumento. Sendo assim, você deve reafirmar a tese da introdução e
relembrar o leitor do que foi dito. Nesse final é válido trazer uma reflexão somada à uma solução para o
problema trabalhado. Novamente seja simples e conciso. A conclusão não deve ter um tamanho muito
diferente da introdução.

Dicas antes da prova


Existem alguns passos para você se preparar em casa antes da prova de concurso público. A primeira coisa é
pesquisar sobre a banca organizadora, ver os temas que já foram trabalhados e os tipos de texto exigidos.
Veja também as questões da prova objetiva e os conteúdos que costumam cair. Analise bem a parte de
conhecimentos gerais e atualidades, pois os assuntos abordados nas perguntas podem ser um gancho para a
redação.

Quando você já estiver num bom fluxo de estudo das demais disciplinas, pode começar a pensar no texto.
Isso porque você já vai estar por dentro de diferentes conceitos que te ajudarão a raciocinar e argumentar
melhor sobre qualquer tema. Não existe fórmula para escrever uma redação, mas nós temos um passo a
passo que pode te ajudar a melhorar esse processo.

Mantenha-se atualizado

A redação para concurso conta sempre com um tema atual relevante a nível nacional ou global. Por isso, é
importante ficar atento às novidades por meio de notícias e jornais. Alguns assuntos que podem ser
abordados são:

• Pandemia de coronavírus;

• Saneamento básico;

• Violência doméstica;

• Uso da tecnologia;

• Índios;

• Proteção ambiental;

• Racismos;

• Homofobia;

• Educação no Brasil.

Uma boa maneira de se preparar para a prova de redação é estudando para as questões de Atualidades e
Conhecimentos Gerais. Essas disciplinas naturalmente abordam discussões pertinentes ao cenário atual.
Então, quando você estiver treinando as perguntas e respostas dessas matérias, anote os temas recorrentes
para pesquisar mais a fundo depois.

Leia bastante sobre as principais discussões do momento, porque você ficará por dentro do que está
acontecendo e ainda internalizará a forma escrita. A leitura é um excelente mecanismo para desenvolver
vocabulário e compreender a estrutura textual. Sem contar que você abre a possibilidade de aprender
argumentos e ideias inovadoras que irão melhorar seu texto.

Outra dica válida é ficar ligado nas especificidades do concurso. Se for uma prova para cargos muito
diferentes entre si, a redação abordará um tema mais genérico, como os citados anteriormente. Contudo, se
for um certame da Polícia Federal, por exemplo, o teste discursivo voltará para alguma área mais específica
como Direito Constitucional, Direito Penal, Geopolítica ou Segurança Pública.

Treine semanalmente, mas sem fritar a cabeça

Agora que você já está habituado a estudar sobre temas importantes no mundo, é hora de começar a
praticar sua escrita. Diferentemente das outras disciplinas, você não precisa treinar a redação todos os dias.
Uma ou duas horas por semana já é o suficiente, porque a ideia é aprender a compor um texto sem ficar
preso num sistema fixo.
Numa prova de concurso, antes de começar a escrever, é preciso ler o tema proposto. Então, em casa, você
vai escolher um assunto importante para falar sobre. Siga os seguintes passos:

• Pesquise na internet ou em meios de comunicação um conteúdo relevante;

• Escreva qual é o problema central;

• Trace uma linha de raciocínio que percorrerá o texto;

• Anote as palavras-chave e citações que podem ser utilizadas;

• Faça um rascunho se atendo a 30 linhas, que é o limite adotado nas provas de concurso normalmente;

• Releia o que você escreveu com atenção e faça as devidas adequações de sentido e gramaticais,
porque até os menores erros de português podem diminuir sua nota;

• Passe a limpo.

No começo você pode optar por escrever tudo que vier à cabeça sem, necessariamente, uma organização
perfeita. Anote as ideias para não esquecer nada, depois as coloque em ordem num rascunho. Por fim, passe
a limpo. Faça esse exercício até ser capaz de criar um rascunho mental e redigir o texto final. A ideia é que
você esteja pronto para, na hora da prova de concurso, não precisar rascunhar.

O treino para escrever a redação também é essencial para você se afastar de emoções. Normalmente, as
provas contam com textos argumentativos em que você precisa dar sua opinião. Sendo assim, pense que o
texto é uma conversa com o leitor e imagine como você responderia às perguntas que surgem ao longo do
texto. Tente argumentar sem levantar a voz para o seu público.

Cronometre seu tempo de redação

Depois de fazer o exercício por etapas, tendo bastante calma e atenção, você estará pronto para colocar em
prática, simulando a redação de concurso. Normalmente, os candidatos têm quatro horas para fazer a prova
objetiva e discursiva. Ou seja, sobra uma hora, mais ou menos, para compor um texto de 30 linhas. Por isso,
é importante ter noção de quanto tempo você leva para realizar todos os passos: argumentos, rascunho e
texto final.

Ao cronometrar seu tempo, você aprende a se organizar melhor e planejar sua redação de uma forma mais
adequada, sem se atrapalhar com o restante da prova. Nem sempre a duração da prova será suficiente para
fazer um rascunho escrito, então essa técnica pode te ajudar a desenvolver um texto na cabeça e já passá-lo
para a folha final sem sofrer muito. Com o treino, você vai perceber que as etapas ficam mais rápidas e
fáceis.

Conheça bem a banca examinadora

Já falamos aqui algumas vezes, mas não custa relembrar: conhecer a banca examinadora é essencial para seu
estudo como um todo, principalmente a redação. Cada organizadora tem seu próprio jeito de avaliar os
candidatos, seja em questões objetivas ou por textos. Elas costumam seguir um padrão. Por exemplo, o
Cespe conta com redações discursivas, então você não precisará focar tanto em outras modalidades porque,
muito provavelmente, não será pedida uma narração, por exemplo.

Entender essa padronização de exigências pode te ajudar a ter ideias de como escrever e argumentar.
Confira também os critérios principais de avaliação da redação, o que conta ponto e o que tira ponto. Veja se
a banca dá mais peso para gramática ou conteúdo. Tente encontrar as provas com maiores pontuações dos
últimos concursos e seletivos montados por determinada examinadora.

Dessa forma, você pode criar um plano de estudos mais adequado e focado no seu objetivo. Faça o mesmo
com as questões e monte um mapa mental de estudos para concurso.
Use sempre linguagem formal- Se afaste da oralidade e nem pense em usar gírias ou expressões populares.
Na hora de escrever um texto, é melhor sempre manter a linguagem formal. Mas isso não significa usar
palavras difíceis e rebuscadas. Por isso, seja direto e use linguagem simples, porque trazer termos que você
não tem tanto domínio pode comprometer sua redação. Além do que, a grande frequência de palavras
científicas e técnicas pode poluir a leitura e prejudicar o sentido do texto.

Isso não quer dizer que você não deva usar vocabulário específico. Quando necessário e se você tiver certeza
do que determinada palavra significa, o uso dela pode enriquecer o seu texto. Por exemplo, se você está
prestando um concurso na área do Direito, utilizar termos legais é válido, desde que faça sentido com o tema
proposto. Atente-se também para:

• Sinônimos: às vezes você precisará usar um termo novamente, mas a repetição deixa a redação pobre;

• Figuras históricas: evite, a não ser que seja indispensável, porque caso você se engane com uma
informação, toda verossimilhança do seu texto será prejudicada;

• Clichês, vícios de linguagem e senso comum: evite expressões da fala e ideias muito gerais que são
faladas por muitas pessoas, pois isso mostra falta de conhecimento sobre o assunto;

• Uso da terceira pessoa: quando for dar uma opinião ou afirmar algo, prefira “acredita-se”, “discute-
se”, “afirma-se” e evite expressões como “eu acho” ou “eu penso”.

Estude a gramática portuguesa para saber as conjugações e tempos verbais corretos, bem como se
familiarizar com o uso de pronomes e conectores estabelecendo uma ordem lógica entre as frases e
parágrafos. Assim, sua redação ficará coesa, ou seja, não será um emaranhado de palavras e frases soltas,
pois uma sentença estará ligada a outra seguindo uma ideia de condição, semelhança, finalidade, conclusão
etc. Bem como terá um sentido geral e objetivo dentro da linha de raciocínio.

Dicas no dia da prova

Você já se preparou, estudou, se informou sobre os assuntos mais comentados no mundo, conheceu a banca
examinadora e treinou várias vezes. Agora é hora de fazer a prova! Chegue com pelo menos 30 minutos de
antecedência, leve uma caneta preta esferográfica de material transparente, encontre sua sala e espere o
sinal para começar. Lembre-se de todo o processo que você fez em casa, principalmente do tempo para
escrever e siga estes novos passos:

Leia com atenção o tema da redação da prova de concurso

As redações de concurso geralmente vêm com textos de apoio para o candidato saber do que é preciso falar.
Então, assim como nos treinos em casa, leia com bastante atenção sobre o assunto a ser trabalhado.
Destaque as palavras-chave e partes importantes que podem ser usadas no seu texto. Nesse momento é
muito importante entender o que está sendo pedido, porque a fuga do tema pode zerar sua redação.

Portanto, não divague muito e crie uma linha de pensamento coerente. É preciso estar focado no objetivo
final do texto e em como o problema será solucionado. Isso te ajudará a alinhar seus argumentos sem partir
para outro assunto.

Faça um esqueleto antes de escrever

Algumas organizadoras deixam explícito na prova exatamente o que elas querem que o candidato aborde em
cada parágrafo, então você deve seguir exatamente o que for pedido. Já outras examinadoras deixam livre.
Porém, é sempre bom ter uma noção da ordem que você irá apresentar os argumentos para não ficar indo e
voltando no texto. Sendo assim, crie uma estrutura de tópicos formando uma linha de raciocínio clara. Para
isso:

• Marque as palavras-chave nos textos de apoio;

• Defina o foco do seu texto: negar, apoiar, justificar ou explicar algo;


• Escolha os argumentos principais e coloque-os em ordem: o que será dito no primeiro, segundo e
terceiro parágrafos do desenvolvimento.

Lembrando que a introdução é uma explanação geral do que o texto irá tratar e a conclusão é uma retomada
da ideia principal. Vale ressaltar também que algumas bancas dão um tema único para propostas diferentes
e você sempre deve marcar qual escolheu. Já o título, geralmente, não é necessário numa redação para
concurso. No entanto, caso a prova o exija, ele é a última coisa que você deve escrever, pois o título é um
resumo do texto inteiro em uma linha.

Pense na montagem de parágrafos

Você já montou os tópicos, então agora é hora de pensar em parágrafos. Defina um tamanho médio para
seus parágrafos e tente ser consistente. Por exemplo, se um parágrafo tiver três linhas e o outro tiver oito,
seu texto ficará visualmente estranho. Mas atenção! Não quebre parágrafos ao meio apenas por causa do
tamanho, isso pode prejudicar a leitura.

O ideal é utilizar apenas um argumento por parágrafo para poder explanar bem sem ficar cansativo,
deixando um gancho para o próximo, pois uma ideia puxa a outra. Então, inicie cada um deles com um
conector, como: contudo, portanto, pois, desse modo etc. Assim você conseguirá ligar os pontos de uma
forma que faça sentido para o leitor.

Existem também algumas coisas que você deve evitar na hora de escrever. São elas:

• “Queismo”: o uso excessivo da palavra “que” empobrece o texto;

• Gerúndio: eventualmente você irá usar um verbo no gerúndio, mas muito disso aproxima a redação da
oralidade e demonstra falta de conhecimento no uso de outras conjugações;

• Pontuações que você não domina: alguns sinais como a exclamação, reticências, aspas e ponto e
vírgula têm usos muito específicos. Então, se você não tem certeza, é melhor não os usar;

• A palavra “não”: prefira escrever frases afirmativas com expressões que indiquem sentido negativo.

Em contrapartida, você pode e deve utilizar:

• Linguagem simples e clara: imagine que você está falando para uma criança de 10 anos e seu objetivo
é se fazer entendido por ela;

• Frases curtas: sentenças longas fazem o leitor se perder, mas tenha cuidado para não exagerar. Às
vezes, dividir uma frase em duas apenas por causa do tamanho pode ficar estranho;

• Ordem direta: prefira orações que sigam a ordem “sujeito, verbo e complemento”, porque assim você
evita o uso excessivo da vírgula e interpretações de duplo sentido;

• Dois pontos e travessão em diálogos: se o seu texto tiver uma conversa entre personagens, utilize dois
pontos e travessão para indicar as falas.

Fique atento também à colocação pronominal nas provas de redação em concurso. Ela se refere ao uso de
pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos) que retomam os pronomes
pessoais retos (eu, tu, ele(a), eles(as), nós, vós). Existem três formas de usá-los:

• Próclise: o pronome aparece antes do verbo quando existe um termo que inicie a frase. Exemplo:
Naquele país se fala francês e isso me motiva a estudar a língua.

• Ênclise: o pronome aparece depois do verbo separado por um hífen, pois não existe outro termo
iniciando a frase e um pronome oblíquo não pode estar no começo. Exemplo: Inscreva-se no concurso
aberto.
• Mesóclise: o pronome aparece no meio do verbo. No entanto, essa forma quase não é utilizada por ser
muito formal. Exemplo: Cantar-lhe-ia uma música se ela aparecesse na janela.

Dê um tempo para revisar o texto

Assim que você terminar seu rascunho, deixe ele de lado por um instante e vá terminar as questões que
ainda faltam. Caso você já tenha feito a prova inteira, comece a marcar as alternativas no cartão resposta.
Enquanto faz isso, você se desapega do seu texto. Dar um tempo antes de reler a redação é importante
porque, quando você retornar ao que escreveu, ficará mais fácil ver possíveis erros.

Quando você se afasta e faz outra coisa, ao reler é como se estivesse lendo algo novo e os equívocos saltam
aos olhos. Essa é uma prática importante para garantir que não haja erros gramaticais, de coesão, de
coerência e de escrita. É nesse momento que você vai notar se tem alguma palavra faltando, um conector
errado ou uma conjugação equivocada. Caso você retorne à redação imediatamente ao terminar,
provavelmente vai deixar passar vários detalhes que podem diminuir a sua nota.

Leia com atenção na hora de passar a limpo

Depois de revisar o texto, é hora de passar a limpo e, nesse momento, é preciso muita atenção. Não faça
nada correndo para não errar uma palavra ou escrever o que estava na próxima linha, por exemplo. Fique
atento, inclusive para corrigir errinhos que ainda ficaram após a revisão. Confirme se o que você colocou no
cartão resposta está de acordo com o rascunho, porque equívocos podem gerar rasuras, que não são boas
esteticamente, e perda de espaço na folha.

Outra coisa que é muito importante ao passar a limpo é fazer uma letra legível, não necessariamente bonita,
mas o examinador precisa entender o que você está dizendo. Não adianta escrever uma super redação se
quem for corrigir não conseguir compreender o conteúdo. Então, muita atenção à caligrafia.

Além disso, é essencial respeitar as margens do cartão resposta. Por isso, não escreva fora do quadro: nem
para os lados nem a mais das linhas estipuladas. Tudo que estiver fora das margens da folha será
desconsiderado.

Devo fazer a redação antes ou depois das questões objetivas?

Aqui, a resposta é: depende! Isso varia de pessoa para pessoa e tem a ver com o que te deixa mais
confortável. Se for fazer a redação de concurso antes das questões, você estará com a cabeça mais fresca
para ler os textos de apoio e interpretar. Então, se for começar pelo texto, faça ele por inteiro, porque
interromper a linha de raciocínio para responder as questões pode ser um tiro no pé.

Já se você preferir iniciar a prova pela parte objetiva, talvez você encontre ideias e argumentos que não
aparecem na coletânea. No entanto, é preciso ficar atento às questões difíceis. Se está demorando demais
para achar a resposta, pule para a próxima e, após terminar tudo, volte a tentar. Em todo caso, é preciso
calcular o tempo para conseguir fazer a prova inteira e ainda passar tudo para o cartão resposta.

Independente da sua escolha, uma dica legal é ver qual é o tema antes de iniciar a prova. Já sabendo o que a
banca quer, você pode raciocinar os argumentos mesmo que ainda esteja respondendo as perguntinhas. Mas
lembre-se dos seus treinamentos em casa. Quanto tempo leva para você ler os textos motivadores,
estruturar sua redação e passar a limpo? E quanto você demora para responder questões objetivas? Pense
nos seus hábitos de estudo e pondere o que é melhor.

Mitos e verdades sobre redação para concurso

Até este ponto já aprendemos várias dicas práticas sobre as redações de concurso, mas agora vamos
relembrar alguns mitos e verdades bastante comuns nesse tipo de prova:
A letra pode ser cursiva ou de forma

VERDADE. Não importa qual formato de letra você vai usar, desde que a escrita esteja legível e a
diferenciação entre minúsculas e maiúsculas seja clara.

“Isso” é para o que já foi falado e “isto” é para o que ainda será dito

VERDADE. Gramaticalmente a regra é essa. Por exemplo:

• Isto é o que eu tenho para dizer: você precisa beber mais água.

• Você precisa beber mais água. É isso que eu tenho para dizer.

Não posso repetir palavras ao longo do texto

MITO. Você pode, sim, repetir palavras, desde que elas não estejam muito próximas. Caso você precise usar
um termo duas vezes na mesma frase, verifique a possibilidade de trocar por um pronome ou por um
sinônimo. Se você usou determinada expressão num parágrafo, não tem problema usá-la no próximo. Mas
tente não exagerar na repetição, principalmente de vocábulos como “que” e “de”.

Não preciso escrever palavras difíceis para ser formal

VERDADE. Como já dissemos aqui, você precisa ter um bom vocabulário para escrever uma redação sem ficar
repetindo palavras. Contudo, o ideal é ser o mais simples possível e escrever de forma clara, que qualquer
pessoa poderia entender. Caso seja necessário usar algum termo técnico que nem todo mundo conhece,
explique-o de forma sucinta, mas inteligível.

Gastar tempo com rascunho é ruim

MITO. Rascunhar é importante, mesmo que não seja o texto inteiro, mesmo que sejam apenas os tópicos ou
as ideias principais. Isso porque, fazendo o rascunho, você se certifica de que não vai esquecer nada que
precisa ser dito.

Não é necessário colocar aspas em palavras estrangeiras

MITO. Tome muito cuidado quando for usar palavras que tenham origem em outras línguas, mesmo aquelas
expressões que já fazem parte do nosso vocabulário diário como “internet”, “online”, “best seller” e “home
office”. É obrigatório fazer essa marcação em palavras estrangeiras.

É melhor trocar o termo ao invés de chutar a grafia correta

VERDADE. Se você não tem certeza de como se escreve uma palavra, pense em outras que tenham o mesmo
significado para substituí-la. Só em último caso, se você não conseguir se lembrar de nenhuma, escreva como
achar que é. Mas esteja sempre consciente de que errar a grafia pode te prejudicar. Veja algumas
expressões:

• Assessor: quem faz assessoria, por exemplo, “O assessor de imprensa do Governador o ajudou durante
a coletiva”;

• Excepcional: pode ser algo fora do comum, um sinônimo para “anormal”, ou de qualidade elevada, no
sentido de “extraordinário”;

• Sessão: reuniões ou assembleias com um intervalo entre elas, por exemplo, “A sessão do filme das 14h
já vai começar, mas a das 17h foi cancelada”;

• Seção: parte de um todo, por exemplo, “Essa é a seção de sapatos e aquela a de roupas”;

• Cessão: substantivo que vem do verbo ceder, por exemplo “A família da vítima admitiu a cessão dos
seus órgãos para estudo” é igual à “A família da vítima cedeu os seus órgãos para estudo”;
• Frisar: sinônimo para ressaltar, salientar, evidenciar;

• Perda: substantivo, por exemplo, “A perda material foi muito pequena”;

• Perca: verbo, por exemplo, “Espero que você não perca tempo tentando arrumar o carro”.

Os erros mais comuns em redações de concurso

Você já sabe o que fazer e o que não fazer numa redação de concurso, mas não custa nada recapitular. São
erros comuns na hora da prova:

• Fuga do tema proposto: isso pode gerar nota zero;

• Gramática: o uso correto de pontuação, acentuação e da língua portuguesa de forma direta;

• Usar gírias e expressões da oralidade: você não pode se esquecer de que este é um texto formal;

• Vocabulário rebuscado aumenta a nota: muito cuidado, porque palavras difíceis e incomuns causam
confusão;

• Ultrapassar o limite de linhas proposto: só é pontuado o que estiver dentro das margens;

• Não ter uma estrutura textual: isso faz você ficar indo e voltando no assunto sem chegar a lugar
nenhum;

• Falta de objetividade: o famoso “encher linguiça”, ou seja, escrever demais apenas para inflar o texto
com palavras;

• Senso comum: utilizar argumentos gerais que qualquer um conhece demonstra pouco conhecimento
do tema, falta de opinião própria e baixo poder de argumentação.

Curso de redação para concursos

Na internet existem vários cursos de redação para concursos e redação em geral. Não necessariamente você
precisa buscar algo específico para seleções, todas as aulas voltadas para texto abordam os tópicos principais
para escrever uma boa redação. Nós do Concursos no Brasil até já falamos de alguns cursos da Unyleya
totalmente gratuitos.

Você pode buscar dicas e aulas on-line ou se matricular num intensivo de redação. Alguns preparatórios para
concurso oferecem lições de escrita. Se você preferir algo mais específico e puder pagar, contrate um
professor particular. Mas, mesmo que você decida fazer isso sozinho, treinar e se dedicar em casa seguindo
essas dicas pode gerar excelentes resultados.

Então, não fique aflito pensando que é preciso gastar dinheiro para aprender. Claro que com ajuda as coisas
ficam mais fáceis, mas criar o hábito de ler e escrever vai te ajudar a melhorar sua redação naturalmente.

Se você chegou agora no mundo dos concursos ou já é um concurseiro de plantão, é hora de colocar em
prática tudo o que você leu neste artigo. Pegue as dicas e crie seu próprio esquema de estudos e
treinamento. Aproveite e leia também sobre como estudar inglês para concursos públicos.

Este conteúdo faz parte do Guia do Concurseiro, uma página especial com os passos para você entender
como o universo dos concursos públicos funciona. Continue sua jornada, clicando aqui!

Isadora Tristão Redatora Nascida na cidade de Goiânia e formada em Jornalismo pela Universidade Federal
de Goiás, hoje, é redatora no site "Concursos no Brasil". Anteriormente, fez parte da criação de uma revista
voltada para o público feminino, a Revista Trendy, onde trabalhou como repórter e gestora de mídias digitais
por dois anos. Também já escreveu para os sites “Conhecimento Científico” e “KoreaIN”. Em 2018 publicou
seu livro-reportagem intitulado “Césio 137: os tons de um acidente”, sobre o acidente radiológico que
aconteceu na capital goiana no final da década de 1980.

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