Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3981/preparando-o-reconto
Preparando o reconto
Por: Fabiana Júlia de Araújo Tenório / 09 de Janeiro de 2019
Código: LPO5_02SQA11
Sobre o Plano
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Fabiana Tenório
Mentor: Luciana Schiele
Especialista: Heloísa Jordão
Esta é a 11ª aula de uma sequência de 15 planos de aula. Recomendamos o uso deste plano em sequência.
Materiais complementares
Documento
Atividade para impressão - Conto
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/nrvgy5pVnk4uBKwgTv5JA7wNU2eYjc6mSwrb8hJMvqHNWsSmXQQUXbkkPrmq/atividade-
para-impressao-conto-lp05-02sqa11.pdf
Documento
MARCUSCHI, Luiz Antonio_Oralidade e escrita
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/j6gjgwMfTwsMG6Z2CrJz6vUMHGGghmH2zyHEhcCFdB6AvQ5EGZuVPuF87AzH/marcuschi-
luiz-antonio-oralidade-e-escrita.pdf
Preparando o reconto
Slide 3 Introdução
Preparando o reconto
Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 35 minutos.
Orientações: O tempo deve ser dividido em: leitura do conto realizada pela professora (5 minutos), reflexão sobre a história + a leitura
compreensiva (10 minutos) e ensaio da apresentação (20 minutos).
Leia a história para os alunos em voz alta e peça que eles atentem para a leitura, observando sua entonação expressiva e a prosódia. Esta é a
oportunidade de ajudá-los a se apropriar destes recursos para exercitarem na próxima aula.
Slide 5 Desenvolvimento
Explore a compreensão do texto com as perguntas deste slide. As respostas podem ter como sugestões:
a) O conto popular é uma história curta, passada de geração para geração e que possui uma lição no final.
b) Sim. Tem os elementos de um texto narrativo.
c) Jair.
d) Que tem mais idade, pois conhece a tradição da comunidade.
e) São Pedro e Nosso Senhor e eles encontraram dois homens que cultivavam milho.
f) A diferença é que um deles cultivava em terra fértil, mas era mal-humorado, ambicioso e não foi respeitoso com o homem que lhe interrogou, e o
outro, mesmo plantando numa terra infértil, acreditava na ajuda dos céus para colher seu milho e, além disso, não foi rude e nem desrespeitoso com
o desconhecido que se aproximou dele.
g) O homem mal-humorado plantava em terra fértil e deveria ter, portanto, uma boa colheita. Mas, como disse que estava plantando pedra, colheu
espigas cheias de pedra. Enquanto isso, o homem que plantava em terra infértil e deveria, portanto, não ter colhido nada, teve uma colheita
excelente e pode ver a recompensa de sua fé e gentileza.
h) A gente colhe aquilo que planta. É preciso incentivar, nesta questão, a reflexão sobre as boas ações e o fruto que colhemos delas. O primeiro
plantou em terra fértil, portanto acreditou que teria uma boa colheita. Entretanto, sua colheita foi de acordo com sua ausência de respeito e de
consideração com a pessoa que se dirigiu a ele (que no caso era Nosso Senhor). Assim, boas ações nos trazem coisas boas e más ações nos trazem
consequências ruins.
Relembrar a estrutura textual narrativa, bem como a ideia global do texto, seu enredo, a finalidade da leitura (que neste caso é o reconto oral) é
favorecer esta leitura compreensiva, exigida pela habilidade EF15LP19).
Além desta preocupação com a habilidade, que exige uma leitura compreensiva, esse gênero também deve favorecer a dramatização que será feita na
aula 12.
Por isso, é preciso ressaltar, durante toda a aula, que este conto representa a tradição, as crenças e a vida de uma comunidade quilombola. É deste
espírito sensível que os alunos devem estar imbuídos. Toda esta sequência de 15 aulas têm esse propósito de trabalhar, além dos gêneros, a cultura
afro-brasileira. Este é o foco essencial das atividades.
Materiais complementares:
Para saber mais sobre leitura compreensiva: JOU, G. I.; SPERB, T. M. Leitura compreensiva: um estudo de caso. Linguagem & Ensino, Vol. 6, No. 2,
2003 (13-54), disponível em http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rle/article/viewFile/221/188. Acesso em: 8/11/2018.
Slide 6 Desenvolvimento
Faça um reconto coletivo com os grupos a fim de treinar para a performance oral. Inicie a história (sem ler, fazendo o reconto) e peça para que os
grupos continuem a história. Dê voz a cada grupo. Provoque a reflexão quando os alunos esquecerem alguma parte.
Após o reconto, explique que cada grupo contará esta história para uma das turmas da escola e que, para esta apresentação, os alunos utilizarão
ilustrações ou fantoches de palito como material de apoio. Relembre os alunos, com base no que foi trabalhado na aula anterior, quais são os
aspectos que caracterizam uma contação de histórias (aula 10: na contação ou encenação, outros elementos ajudam a perceber a subjetividade do
texto: as sensações são provocadas pelos gestos, pela mudança na voz, pelas emoções dos personagens como risos, choro, mímicas faciais de
tristeza, medo, alegria).
Oriente cada grupo a escolher quem desempenhará o papel dos personagens no reconto (São Pedro, Nosso Senhor, o homem de mau humor e o
homem que foi gentil) e quem desempenhará o papel de narrador.
Solicite aos alunos que iniciem o ensaio e, durante o mesmo, circule pela sala, acompanhando e orientando os grupos. Aqui é importante sinalizar os
aspectos a ser observados pelos alunos durante a dramatização (o ritmo da fala e a intensidade que devem imprimir à voz durante a narração e a
enunciação das falas; a maneira como os alunos criam a voz para cada personagem e os gestos que compõem estas mudanças; a postura corporal na
contação, que deve estar a serviço da apresentação; as mímicas do rosto que revelam os sentimentos dos personagens; a adequação da linguagem do
conto escrito para a linguagem oral, além da adequação do vocabulário para as crianças menores que irão escutar a história, as entonações que
imprimirão determinados sentidos às falas). Estes serão os aspectos avaliados, e os alunos precisam conhecer estes critérios para que avaliem, por si
próprios, a sua performance durante o ensaio.
Slide 7 Fechamento
Tempo sugerido : 5 minutos.
Orientações:
Explique que, na próxima aula, serão feitos as ilustrações ou pequenos bonecos de papel (colados em palitos) para servir como fantoches dos
personagens. Estes recursos servirão de apoio para recontar a história oralmente (dramatizando) para outras turmas da escola. O tempo desta aula
poderá ser insuficiente, portanto, retome em outra aula a confecção dos materiais.
Este trabalho de planejamento não será finalizado nesta aula; utilize mais uma aula, ensaiando o reconto já com os recursos (ilustrações) preparados.
Após a conclusão da confecção dos bonecos ou ilustrações, peça a um dos grupos que apresente a sua encenação e use este momento para, ao ajustar
e intervir nos pontos que necessitam de aprimoramento, retomar os aspectos que devem receber maior atenção dos alunos na realização do
reconto: o ritmo da fala e a intensidade que devem imprimir à voz durante a narração e a enunciação das falas; a maneira como os alunos criam a
voz para cada personagem e os gestos que compõem estas mudanças; a postura corporal na contação, que deve estar a serviço da apresentação; as
mímicas do rosto que revelam os sentimentos dos personagens; a adequação da linguagem do conto escrito para a linguagem oral, as entonações
que imprimirão determinados sentidos às falas, além da adequação do vocabulário para as crianças menores que irão escutar a história.
Apoiador Técnico
Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.
Plano de aula
Preparando o reconto
Jair contava que um dia São Pedro e Nosso Senhor desceram à Terra, em
um Domingo de Aleluia, para visitar o mundo. Passaram por um homem que
estava cavando, cavando, cavando e plantando uma roça num terreno muito
fértil. O homem se chamava Tomé. O sol estava quente, quente mesmo, e Tomé
cavava um bocadinho e plantava, cavava um bocadinho e plantava. Aí Nosso
Senhor, que ia passando, perguntou a Tomé:
- Tô plantando pedra. Quando eu colher o milho não vou vender pra
ninguém, somente quando eu tiver vontade.
- Pedra se colhe!
Eles seguiram em frente e, logo adiante, outro homem semeava em uma
beirada de terra da pior qualidade. Ele cavava e plantava, cavava e plantava.
Nosso Senhor o vê e pergunta:
São Pedro perguntou pra Nosso Senhor: - Senhor, como é que Senhor fala
uma coisa dessa? Aquele homem plantando na beira do morro, a roça dele pode
dar bom milho?
O homem que estava plantando na beira do morro, quando o milho
nasceu, já nasceu com bonequinha. Deu espiga, nasceu a primeira folha até
chegar no pendão. Ele guardou milho no paiol e muita gente que não tinha
milho pedia a ele para colher um pouco e ainda assim dava para encher o paiol.
O homem que plantava “pedra”, colheu o milho com pedra dentro, guardou no
paiol, e não vendeu pra ninguém. Guardou pra vender mais caro, porque dizia
que o milho não estava com bom preço.
Aí, quando ele encontrou alguém que pagasse o valor que ele queria,
abria a espiga de milho e encontrava pedra, abria outra era pedra. O paiol dele
ficou cheiiiiinho de pedra. Foi pedra mesmo!
- A gente conta estória… muita gente acha que é mentira, mas essas
estórias não são mentira não. Seu Jair solta uma alta e gostosa gargalhada.
MOURA, G. (org.) Estórias Quilombolas. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade. Coleção Caminho das Pedras. V. 3, , 2010. Disponível em
http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/estorias_quilombola_miolo.pdf. Acesso em:
8/11/2018.