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Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - UEL
Londrina – 2015
JOELMA DE SENE VIEIRA
Londrina – 2015
RESUMO
INTRODUÇÃO
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem
ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se
podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar. (MANDELA, 1995
apud ÂNGELO, 2012, p.5)
Nelson Mandela, durante anos foi feito prisioneiro pela sua constante luta a
favor da liberdade do seu país. A citação acima traz para todos a certeza de que
odiar ou não gostar das pessoas se são pobres, carentes ou deficientes, se sua cor
é diferente da cor branca, ou pela sua religião não há sentido em um mundo em que
a diversidade humana é um fato permanente. Odiar na realidade é uma palavra
cheia de desespero e muita dor. È necessário que o mundo entenda que é muito
mais fácil, desde a infância aprender a amar a todos aqueles que fazem parte da
nossa vida, desde nossa família, amigos, colegas de escola, de trabalho além das
pessoas que conhecemos. Ensinar a amar faz parte de vida de todos nós desde
criança.
Mas eu trato o facto verídico como se ele pudesse também ser ficcional (...)
Uma das mais belas funções da escrita é o convite a transgredir fronteiras.
Algo se torna verdadeiro apenas porque o dizemos com saber poético. (MIA
COUTO apud CORREIA, 2009, p.13.)
O texto do livro Raiz de Orvalho (poemas), primeira obra do autor foi lançado
em 1983 e logo após outros textos foram publicados. Vozes Adormecidas (1986) e
Cada homem é uma Raça (1990) foram as obras seguintes desse autor e outras
mais. Esse autor se destaca nas letras moçambicanas pela qualidade as sua prosa.
Ele tem uma linguagem própria e com isso atravessa as regras estabelecidas.
Escreve o mágico e o surrealismo e usa o humor com uma ironia. Usa termos que
rodeiam a condição humana dos fracos e desfavorecidos e as memórias de causos
contados pelas pessoas idosas. Tem como registro de suas marcas o provérbio,
trocadilhos, amalgamas linguísticas e os neologismos.
Fazendo parte dos novos escritores moçambicanos como Pedro Chissana,
Helder Muteia e outros, Mia Couto expressa naquilo que escreve um compromisso
permanente com a qualidade da literatura, como se pode depreender dos seus
textos. O lugar desse autor se destaca nas letras moçambicanas pela qualidade de
sua prosa. Ele tem uma linguagem própria e com isso atravessa as regras
estabelecidas. Escreve o mágico e o surrealismo e usa o humor com uma ironia.
Usa termos que rodeiam a condição humana dos fracos e desfavorecidos e as
memórias de causos contados pelas pessoas idosas. Tem como registro de suas
marcas o provérbio, trocadilhos, amalgamas linguísticas e os neologismos.
O autor registra em seu livro a missanga, todos a vêem. Ninguém nota o fio
que, em um colar vistoso, vai compondo as missangas. “Também assim é a voz do
poeta: um fio de silêncio costurando o tempo." “A vida é um colar. Eu dou o fio, as
mulheres dão as missangas. São sempre tantas as missangas”.
O personagem do conto define com essa metáfora o fato de existir. As 29
histórias agrupadas no livro tem uma poesia que de certa maneira abrange todo o
livro, ou seja, os contos estão presos ao colar que prende as missangas. O texto é
intenso e registrado como uma ficção e ter uma apresentação e condensada o que
vem se tornando raro na literatura atual. Mia Couto usa o lirismo como um renomado
mestre ou um ourives que trabalha a linguagem que usa. Sua escrita é bastante
simples e baseada na fala do homem de sua terra, Moçambique. Se entende que ele
se expressa conforme o formato similar ao de Guimarães Rosa a quem admira. As
tramas são breves e estão focadas na épica contemplação de situações, de
personagens, ou simples estados de espírito plenos dos significados de cada uma
delas conforme se usa na poesia., procedimento típico da poesia. Os neologismos
do autor são chaves fundamentais para se interpretar a leitura.
A maioria dos contos do livro O Fio das Missangas refletem de forma
sensível o universo feminino, dando voz e importância a almas que parecem não
existir e estão esquecidas. Como objetos que perdem o seu uso as mulheres são
vistas como uma saia velha, um cesto de comida, ou então a um fio de missangas.
"Agora, estou sentada olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E
parece que me sento sobre a minha própria vida” diz uma personagem que narra
uma belíssima missanga literária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS