Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A empresa é a atividade do
empresário, e não se confunde
com o seu estabelecimento,
com a pessoa jurídica, com a
sociedade, ponto comercial ou
com os seus sócios. A empresa
não é dotada de
personalidade jurídica, nem
considerada sujeito de
direitos. Quem exerce direitos
e contrai obrigações é o
empresário, e não a empresa.
A empresa é a atividade por
ele desenvolvida.[2]
Empresa e estabelecimento
são conceitos diversos,
embora essencialmente
vinculados, distinguindo-se
ambos do empresário e da
sociedade empresária, que
são os titulares da empresa.[3]
Etimologia
De acordo com o economista
espanhol Jesús Huerta de Soto:
Histórico
A antiga Teoria dos Atos de
Comércio decorrente da chamada
codificação napoleônica nunca
definiu muito bem o que eram as
atividades mercantis, os
chamados atos de comércio. A
definição do que eram os atos de
comércio não convenceu a
doutrina, pois muitas atividades
não eram consideradas comerciais
por razões históricas, como era o
caso da negociação de bens
imobiliários. Além disso, com a
constante inovação tecnológica do
mercado, diversas novas
atividades foram surgindo, mas
não eram enumeradas como atos
de comércio pela lentidão do
processo legislativo.[6]
Natureza jurídica
A natureza jurídica da empresa não
pode ser a de sujeito de direito por
se tratar de uma atividade.[8]
Remetendo à lição de Ruy de
Souza, assinala Maria Helena
Diniz:
Espécies de empresa
Segundo Maria Helena Diniz,[10]
três são as espécies de empresa:
A Teoria Poliédrica e a
imprecisão
terminológica no uso da
palavra "empresa"
O jurista italiano Alberto Asquini,
ao estudar o Código Civil italiano
de 1942, desenvolveu, em um
artigo intitulado Profili dell’impresa
("Perfis da empresa"), a chamada
Teoria Poliédrica, que entendia a
empresa como um fenômeno
jurídico, multifacetado, definido por
quatro perfis:[8][11]
Se empresário é o exercente
profissional de uma atividade
econômica organizada, então
empresa é uma atividade; a de
produção ou circulação de
bens ou serviços. É
importante destacar a
questão. Na linguagem
cotidiana, mesmo nos meios
jurídicos, usa-se a expressão
"empresa" com diferentes e
impróprios significados. Se
alguém diz "a empresa faliu"
ou "a empresa importou essas
mercadorias", o termo é
utilizado de forma errada,
não técnica. A empresa,
enquanto atividade, não se
confunde com o sujeito de
direito que a explora, o
empresário. É ele que fale ou
importa mercadorias.
Similarmente, se uma pessoa
exclama "a empresa está
pegando fogo!" ou constata "a
empresa foi reformada, ficou
mais bonita", está
empregando o conceito
equivocadamente. Não se
pode confundir a empresa
com o local em que a
atividade é desenvolvida. O
conceito correto nessas frases
é o de estabelecimento
empresarial; este sim pode
incendiar-se ou ser
embelezado, nunca a
atividade. Por fim, também é
equivocado o uso da
expressão como sinônimo de
sociedade. Não se diz
"separam-se os bens da
empresa e os dos sócios em
patrimônios distintos", mas
"separam-se os bens sociais e
os dos sócios"; não se deve
dizer "fulano e beltrano
abriram uma empresa", mas
"eles contrataram uma
sociedade".
Somente se emprega de modo
técnico o conceito de empresa
quando for sinônimo de
empreendimento. Se alguém
reputa "muito arriscada a
empresa", está certa a forma
de se expressar: o
empreendimento em questão
enfrenta consideráveis riscos
de insucesso, na avaliação
desta pessoa. Como ela se está
referindo à atividade, é
adequado falar em empresa.
Outro exemplo: no princípio
da preservação da empresa,
construído pelo moderno
Direito Comercial, o valor
básico prestigiado é o da
conservação da atividade (e
não do empresário, do
estabelecimento ou de uma
sociedade), em virtude da
imensa gama de interesses
que transcendem os dos donos
do negócio e gravitam em
torno da continuidade deste;
assim os interesses de
empregados quanto aos seus
postos de trabalho, de
consumidores em relação aos
bens ou serviços de que
necessitam, do fisco voltado à
arrecadação e outros.[1]
Ver também
Empresário
Notas
1. COELHO 2010, pp. 12 e 13
2. GUSMÃO 2015, p. 20.
3. GONÇALVES 2012, p. 201.
4. VIDO 2013, p. 33.
5. SOTO 2010, p. 33.
6. RAMOS 2012, pp. 4 – 7.
7. RAMOS 2012, pp. 9 – 12.
8. TOMAZETTE 2002
9. DINIZ 2011, p. 13.
10. DINIZ 2011, p. 14.
11. RAMOS 2012, p. 11
Referências
COELHO, Fábio Ulhoa (2010). Manual
de Direito Comercial 22ª ed. São Paulo:
Saraiva. ISBN 9788502083332
DINIZ, Maria Helena (2011). Lições de
Direito Empresarial 1ª ed. São Paulo:
Saraiva. ISBN 9788502092785
GONÇALVES, Carlos Roberto (2012).
Direito Civil Esquematizado. 1 2ª ed.
São Paulo: Saraiva.
ISBN 9788502149106
GUSMÃO, Mônica (2015). Lições de
Direito Empresarial 12ª ed. Rio de
Janeiro: Forense.
ISBN 9788530961121
RAMOS, André Luiz Santa Cruz (2012).
Direito Empresarial Esquematizado 2ª
ed. São Paulo: Método.
ISBN 9788530939939
SOTO, Jesús Huerta de (2010). A
Escola Austríaca 2ª ed. São Paulo:
Instituto Ludwig von Mises Brasil.
ISBN 9788562816116
TOMAZETTE, Marlon. A teoria da
empresa: o novo Direito "Comercial".
Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 56, 1
abr. 2002 . Disponível em:
<http://jus.com.br/artigos/2899 >.
Acesso em: 6 fev. 2014.
VIDO, Elisabete (2013). Curso de Direito
Empresarial 3ª ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais. ISBN 9788520348772
Obtida de
"https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Empresa&oldid=59330387"