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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

DISCENTE

BALANÇO DE MASSA E ENERGIA DOS PROCESSOS DE CALCINAÇÃO E


HIDRATAÇÃO NA CONCENTRAÇÃO DE P2O5 DA ROCHA CALCÁRIA DA MINA
DE IRECÊ

UBERLÂNDIA
2021

DISCENTE

BALANÇO DE MASSA E ENERGIA DOS PROCESSOS DE CALCINAÇÃO E


HIDRATAÇÃO NA CONCENTRAÇÃO DE P2O5 DA ROCHA CALCÁRIA DA MINA
DE IRECÊ

Projeto de pesquisa do Trabalho de Conclusão de


Curso no curso de graduação em Engenharia Química

Orientador:

UBERLÂNDIA
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3

1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 5

2 METODOLOGIA.............................................................................................................. 5

2.1 Revisão da Literatura ................................................................................................... 5

2.2 Caracterização das Etapas de Calcinação e Hidratação .............................................. 6

2.3 Balanço de Massa ........................................................................................................ 6

2.4 Balanço de Energia ...................................................................................................... 6

2.5 Elaboração dos fluxogramas ........................................................................................ 7

3 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................................... 7

4 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 8
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1 INTRODUÇÃO

Estima-se que o uso de fertilizantes na agricultura moderna represente cerca


de 50% do ganho da produtividade das culturas mundiais, ou seja, grande parte da
produção atual de alimentos, forragem, fibras e até mesmo combustíveis se deve à
utilização consciente e precisa dos fertilizantes para nutrição vegetal. Dentro do
escopo dos fertilizantes utilizados ao redor do mundo se encontram, dentre outros,
os nitrogenados, potássicos, corretivos e os fosfatados, sendo estes últimos
caracterizados principalmente pela presença do elemento fósforo (P) em sua
composição.

Para os vegetais O fósforo desempenha função chave na fotossíntese, no


metabolismo de açúcares, no armazenamento e transferência de energia, na divisão
celular, no alargamento as células e na transferência da informação genética,
unindo-se ao Nitrogênio (N) e Potássio (K), como macronutrientes na produção de
fertilizantes.

Figura 1 : Relação entre consumo de fertilizantes, área plantada e produção de


grãos

Fonte: (ANDA,CONAB, 2008)


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A matéria prima para os fertilizantes é mineral: as jazidas brasileiras de


fosfatos têm, em suma maioria origens ígneas (IFA, 2008), onde o teor de P2O5
varia entre 4 a 15%, um valor relativamente baixo quando comparado aos teores
encontrados em rochas sedimentares, que podem chegar a 35% (ANM, 2020).

Para que as rochas ígneas lavradas sejam utilizadas de forma viável e eficaz
devem primeiramente atingir o teor de 30 a 38% de P 2O5 em sua composição.
Depois, passam por processos de solubilização com o objetivo de tornar a absorção
vegetal mais rápida e eficiente, gerando, por consequência, maior produtividade nas
lavouras.

Uma unidade de beneficiamento de fosfato pode ser configurada de diversas


maneiras a depender tanto do tipo e concentração das impurezas características da
rocha quanto da concentração inicial de P2O5 da mesma (CHAVES, 2002), mas um
circuito típico de beneficiamento envolve majoritariamente as etapas de: moagem
até a malha de liberação, geralmente em torno de 65 malhas Tyler, seguida pela
eliminação da magnetita por separação magnética e por fim a flotação da
apatita.(CETEM, 2010).

Contudo, algumas localidades do país possuem limitações quanto ao uso de


matérias-primas necessária para a realização da flotação: uma das principais etapas
visadas no beneficiamento. É o caso da mina de Irecê, município da Bahia, que
historicamente possui condições climáticas e ambientais do semiárido brasileiro,
cuja principal característica é a baixa disponibilidade de água. Essa
indisponibilidade faz com que a flotação em larga escala seja economicamente e
ambientalmente inviável, induzindo a utilização de rotas alternativas para o
beneficiamento do minério.

Considerando estes fatores, vários grupos empresariais vêm estudando a


utilização da calcinação do mineral seguida da hidratação e recuperação, de forma
a retirar as impurezas reduzindo o uso de água e atingindo o teor de P2O5 desejado,
ou seja, acima de 32%.

A calcinação é o tratamento que se baseia na de remoção da água, CO2 e de


outros gases com fortes interações químicas com determinada substância,
realizadas em reatores do tipo forno de cuba, forno rotativo e leito fluidizado, com
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temperaturas que podem variar de 400°C a 1000°C, podendo apresentar agitação


mecânica (HECK, 2007).

A hidratação, por sua vez, visa converter óxidos em hidróxidos, por meio da
adição de água ao mineral. Na mineralogia ela pode ser aplicada de diversas
formas, cuja dinâmica depende diretamente do objetivo do processo.

Considerando que os principais indicadores para verificar a eficiência do


processo de beneficiamento de P2O5 são a recuperação, caracterizada pela massa
de concentrado obtida em detrimento da massa de minério original, e o
enriquecimento, teor de fosfato no concentrado pelo teor de fosfato no minério. Visto
isso, é interessante entender, em especial, a dinâmica do balanço de massa e
energia nas etapas de calcinação e hidratação para caracterizar sua eficiência.

1.1 Objetivos

O objetivo deste trabalho é estabelecer um fluxograma do processo de


concentração da rocha fosfática sem o uso de flotação, caracterizando as etapas de
moagem (se aplicável) calcinação e hidratação, e descrever o projeto indicando
boas práticas de operação dos equipamentos utilizados.

Dessa forma, pretende-se realizar um estudo sobre o balanço de massa e


energia das etapas realizadas em testes de laboratório, avaliando a eficiência do
processo e indicando a influência de cada etapa sobre o enriquecimento e
concentração do composto, objetivando obter um produto com um teor acima de
32% de P2O5.

2 METODOLOGIA

2.1 Revisão da Literatura

Esta etapa consistirá de uma revisão sobre os seguintes tópicos:

• Processos de beneficiamento de rochas calcárias para produção de


fertilizantes fosfatados.
• Metodologias de formulação e implementação de balanços de massa e
energia.
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• Utilização dos processos de calcinação e hidratação como métodos para a


concentração de minerais.

Serão selecionados artigos científicos, livros, dissertações, teses e bancos de


dados de relevância, cujo ano de publicação pode variar entre 2000 a 2020. As
plataformas de busca para pesquisa serão o portal de periódicos da Capes , Google
Scholar , Google Books, Repositórios universitários e Acervos públicos.

2.2 Caracterização das Etapas de Calcinação e Hidratação

Nesta etapa será realizada uma revisão dos estudos sobre os processos de
calcinação e hidratação de rochas provenientes da mina de Irecê, já realizados pelo
laboratório de processos sustentáveis da FEQ/UFU. O objetivo desta etapa é
explicitar a influência de ambas as etapas na concentração de P2O5.

Para tal, serão utilizados os relatórios gerados para a empresa FOSNOR,


responsável pela mina de Irecê, pela Faculdade de Engenharia Química. Os
relatórios possuem os resultados de testes de calcinação, hidratação e recuperação
de P O de minérios com diferentes composições;
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2.3 Balanço de Massa

Utilizando a base de dados fornecida pela empresa FOSNOR, será formulado


o balanço de massa. O balanço deve apresentar os valores balanceados para a
saída de cada equipamento, apresentando a massa e concentração de cada
componente. Os cálculos devem considerar as entradas, insumos e utilidades, e
serão realizados com o auxílio de softwares, podendo ele ser Excel, COSMOS,
dentre outros.

Os memoriais de cálculo desenvolvidos para o balanço de massa também


serão apresentados junto aos resultados.

2.4 Balanço de Energia

Também será formulado o balanço de energia do sistema. A energia do


processo como um todo será classificada quanto ao tipo e quantificada, juntamente
ao balanço de massa. Será registrado a quantidade de energia será demandada e
liberada para o ambiente ao longo do processo.
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Os cálculos para o balanço de energia serão baseados em valores


experimentais, obtidos pelas pesquisas já realizadas na Universidade Federal de
Uberlândia, e estimativas sobre o consumo de energia elétrica de cada
equipamento.

Os fluxos e conversões, individuais e totais, serão registrados para todos os


componentes do processo.

2.5 Elaboração dos fluxogramas

Serão elaborados dois fluxogramas, sendo eles e seus objetivos:

2.5.1 Fluxograma de Processo:

• Definir os equipamentos do processo e a suas interações funcionais.

• Definir fluxo das correntes;

• Definir parâmetros físico-químicos e termodinâmicos;

• Apresentar vazões de entrada e saída;

• Apresentar escopo das condições de operação.

2.5.2 Fluxograma de Operação

• Definir o fluxo de matérias primas, reagentes, subprodutos e produtos de


todos os processos envolvidos.

• Definir a quantificação de produção, consumo e rendimento

3 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

A execução das atividades enumeradas na sessão 3 deste projeto seguem


um planejamento de 6 meses. A ordem de execução segue a Tabela 1
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Tabela 1 - Cronograma

Meses
Etapas 1 2 3 4 5 6
1 X X X X X X
2 X
3 X X
4 X X
5 X X
6 X X
Fonte: O autor

4 REFERÊNCIAS

HECK, N. C. Metalurgia Extrativa dos Metais Não-Ferrosos. DEMET /UFRGS,


2007.

SOARES B. D. Estudo da decomposição térmica do calcário e das condições


ótimas de operação do calcinador na produção de óxido de cálcio industrial.
2007. Dissertação ( Mestrado em Engenharia Química ) - Faculdade de Engenharia
Química, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2007.

FERNANDES N. J. Efeito das impurezas ferro, alumínio e magnésio na cadeia


de processamento químico do fosfato. 2011. Dissertação ( Mestrado em
Engenharia Química ) - Faculdade de Engenharia Química, Universidade Federal
de Uberlândia, Uberlândia, 2011.

CHAVES, A. P. Teoria e Prática do Tratamento de Minérios, São Paulo: Signus


Editora,2002, Vol 1.

RIBEIRO G. P. Influência da concentração de óxidos de ferro e variáveis de


processo na produção de superfosfatos simples, 2012. Dissertação ( Mestrado
em Engenharia Química ) - Faculdade de Engenharia Química, Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012.

CONAB. Acompanhamento da Safra Brasileira: Grãos. Companhia Nacional de


Abastecimento. Brasília, 2008.

IFA. IFA Annual Report. International Fertilizer Association. 2008.

ANM, Anuário mineral brasileiro. Agência nacional de mineração, Brasília, 2020


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CETEM. Tratamento de Minérios. Centro De Tecnologia Mineral, Rio De Janeiro,


2010

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