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Fı́sica Experimental Básica: Mecânica

Oscilação de um sistema massa-mola

Gustavo Silveira Teles


Turma PX3

1 Introdução teórica:
Nesse experimento, observaremos a oscilação de um sistema massa-mola como retratatado esquematicamente
na Fig. 1.

Figura 1: Em (a), o sistema está em equilı́brio, com o objeto na posição x0 , em (b), feito um deslocamento ∆x,
o objeto passa a oscilar, com um perı́odo T, em torno de x0

E, para isso, descrevemos matematicamente que a força de uma mola é dada pela Lei de Hooke:

F = −kx (1)

sendo a F a força que é exercida sobre o bloco pela mola, k a constante da mola e x o deslocamento a partir
do ponto de equilı́brio como mostrado na Fig. 1. Além disso, pelo sinal negativo da força inferimos que ela
sempre se manterá em sentido contrário ao movimento do corpo e mesma direção a fim de restaurar o sistema
para sua posição de equilı́brio x0 . Observamos também que força é proporcional ao deslocamento pelo termo k.
Nesse sentido, podemos determinar a costante da mola utilizando quantidades de massa diferentes, acoplando
em um sistema vertical e medindo sua posição de equilı́brio, repetindo o processo para as variadas massas. Dessa
maneira, podemos construir um gráfico de Fg ×x ou um gráfico de x×m, e determinar k. Nesses cassos, partimos
do pressuposto que a força gravitacional será igualada à força da mola:

g
Fg = kx ⇒ mg = kx ⇒ x = m (2)
k

g
assim sendo, o coeficiente angular seria, respectivamente, α = k ou α = .
k

1
Porém, se retirarmos o sistema de sua estabilidade com uma pequena energia externa, a massa iniciará um
movimento periódico em torno do ponto de equilı́brio com variações de posição, velocidade e equilı́brio. Como
o corpo possui aceleração, usamos a segunda lei de Newton e concluı́mos que existe uma resultante na massa
do sistema, que é a própria força da mola:

d2 x
F = ma ⇒ −kx = m (3)
dt2

já que a aceleração é a segunda derivada da posição em função do tempo.


Por meio da equação 3 encontra-se a equação diferencial que descreve a posição do corpo:

d2
m + kx = 0 (4)
dt2

tal que a solução da equação 4 é do tipo senoidal, nesse caso uma função cosseno:

x(t) = xm cos(ωt + φ) (5)

sendo φ a constante de fase que poderia ser determinada no inı́cio do experimento.


Vemos que essa equação é a mesma do movimento harmônico simples em descrição matemática.
Agora, realizando a primeira e segunda derivadas da equação 5 podemos obter a velocidade (6) e a aceleração
(7):

dx
v= = −xm (ωt + φ) (6)
dt

dv d2 x
a= = 2 = −xm ω 2 cos(ωt + φ) = −ωx(t) (7)
dt dt

Reescrevendo a equação 3 com a aceleração da equação 7, constatamos:

F = ma ⇒ −kxt = −(ω 2 m)x(t) (8)

Assim, podemos afirmar que o movimento harmônico simples é causado por uma força restaurada pro-
porcional ao deslocamento. Desenvolvendo a relação da equação 8, obtemos a frequência angular do sistema
massa-mola em oscilação:

r
2 k
k=ω m⇒ω= (9)
m

assim podemos afirmar que com a mesma mola, a frequência é alterada pela massa que é colocada no sistema.

Considerando ω = , o perı́odo T do sistema massa-mola é dado por:
T
r
m
T = 2π (10)
k

Portanto, a costante k de uma mola pode passar a ser conhecida de duas formas tanto parada quanto em
oscilação. Para o segundo método, coletaremos dados da massa em função do perı́odo ao quadrado:

2
k
m = T2 (11)
4π 2

k
O coeficiente angular da relação linear será α = .
4π 2

2 Objetivos:
Neste experimento, determinaremos a constante elástica desconhecida de uma mola com a equação 11 dedu-
zida na seção anterior. Nesse sentido, faremos uma série de medidas de 10 perı́odos de oscilação da mola para
quantidades diferentes de massa dos objetos colocados em uma de suas pontas.

De acordo com a equação 11, a relação entre essas duas quantidades deve ser linear, o coeficiente linear sem
deformação deve ser zero para o estado inicial da mola e 4πk 2 , o coeficiente angular. Dessa forma, esperamos
que para diferentes medidas se encontrem - aproximadamente - sobre uma reta crescente, em um gráfico m ×
T 2 , de modo que a constante elástica k poderá ser extraı́da do seu coeficiente angular após algumas operações
elementares.

3 Aparato experimental, material e equipamentos:

Figura 2: Aparato e equipamento utilizado

Para medir a deformação das molas, utilizamos uma régua milimetrada. E, nas pontas das duas molas,

existem ganchos para prendê-los em ambos os suportes da régua e dos objetos. Além disso, utilizamos um

cronômetro para medir os perı́odos de oscilação da mola.

3
4 Procedimentos:

Nesse experimento, penduramos uma série de objetos verticalmente em uma mola como mostrado na Fig. 1,

fazendo-a oscilar um pouco e medindo o tempo de 10 perı́odos para cada quantidade de massa utilizada. Nesse

viés, os dados extraı́dos do experimento foram colocados na Fig. 3.

Figura 3: Dados da massa do objeto e tempo de oscilações.

Com isso, podemos fazer a tabela 1 a partir da Fig. 3:

Massa do objeto (±0, 1g) Tempo e erro médios (s)


100 4, 67 ± 0, 05
110 4, 954 ± 0, 041
120 5, 174 ± 0, 041
130 5, 364 ± 0, 041
140 5, 644 ± 0, 041
150 5, 814 ± 0, 041
160 6, 104 ± 0, 041

Tabela 1: Dados da massa do objeto, tempo e erro médio das oscilações.

E, com a tabela 1, conseguimos construir o gráfico da Fig. 4:

4
Figura 4: Gráfico de Massa utilizada m (Kg) versus Perı́odo T 2 (s2 )

5 Resultados:
O resultado da regressão linear feita pelo software SciDAvis [1], nos dá:

Tendo em vista a relação Y = αx + β, constatamos:


k
O gráfico linear é preciso visto que R2 é muito próximo de 1. E, sendo α = temos k = α4π 2 , logo:
4π 2

k = (15, 80 ± 0, 03)N/m

6 Resultado final e conclusões:


Portanto, percebemos que pode-se e é apropriado descobrir a constante elástica desconhecida de uma mola,
utilizando-se a equação 11 por um método em que a mola está oscilando tendo em vista a precisão dos dados
experimentais. Nesse sentido, o objetivo do experimento foi cumprido.

5
7 Referências:
[1] Halliday, Resnick, Walker. Fundamentos de Fı́sica, vol. 1 e 2. Editora LTC, 6° edição

[2] http://scidavis.sourceforge.net

[3] Página web do Departamento de Fı́sica da UFMG, https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/disciplinas/feb-


mecanica/

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