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EFEITOS DA HOSPITLIZAÇÃO SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL


DOS IDOSOS.1
Jose Arnaldo Martins Borja2

RESUMO

O envelhecimento populacional aumenta a procura por serviços de


saúde. Este aumento da população idosa trouxe como conseqüência a
mudança no perfil das necessidades sanitárias, uma vez que as doenças que
acometem indivíduos na terceira idade são, na maioria das vezes, crônicas
degenerativas, distúrbios mentais, doenças cardiovasculares, câncer e
estresse. Estas doenças têm produzido impacto importante em todos os níveis
de atenção à saúde, aumentando o numero de idosos hospitalizados. Embora
a hospitalização seja necessária em casos de doença aguda ou crônica
descompensada, ela pode resultar em uma série de complicações não
relacionadas ao motivo inicial da internação. Durante o tempo que o idoso
permanece hospitalizado, ocorre a perda de capacidade funcional, já que o
idoso é retirado do seu contexto familiar e passa por diversos procedimentos
que podem comprometer a realização de suas atividades habituais. Objetivo:
deste estudo é verificar os efeitos da hospitalização sobre a capacidade
funcional dos idosos. Trata-se de revisão bibliográfica, realizado junto às bases
de dados Bireme, Scielo e Medline. Utilizaram-se como critérios de inclusão
artigos publicados em língua portuguesa e inglesa, cujo acesso foi permitido, e
livros do acervo das bibliotecas da Faculdade de Tecnologia e Ciências de
Feira de Santana e Universidade Estadual de Feira de Santana que abordam
tema em questão, excluídos artigos de literatura informal. A revisão iniciou-se
com 38 artigos selecionados e analisados de modo a preencher os requisitos e
classificados de acordo com o tema estudado, considerando para análise 10
artigos.

Palavras chave: hospitalização. Idoso. Capacidade funcional.


.

ABSTRACT
Population aging increases the demand for health services. This increase
in the elderly population has brought about a change in the profile of health
needs, since the diseases that affect elderly people are, in most cases, chronic
degenerative diseases, mental disorders, cardiovascular diseases, cancer and
stress. These diseases have had an important impact at all levels of health
care, increasing the number of hospitalized elderly. Although hospitalization is
necessary in cases of acute or chronic decompensated disease, it can result in

1
Trabalho apresentado à Faculdade Adventista da Bahia no Curso Lato Sensu em Fisioterapia Hospitalar
como requisito obrigatório final para conclusão de curso.
2
Pós-graduando no curso Lato Sensu em Fisioterapia Hospitalar.
2

a series of complications unrelated to the initial reason for hospitalization.


During the time the elderly person remains hospitalized, there is loss of
functional capacity, since the elderly are removed from their family context and
undergo several procedures that may compromise the performance of their
usual activities. Objective: to study the effects of hospitalization on the
functional capacity of the elderly. It is a bibliographical review, carried out with
the Bireme, Scielo and Medline databases. The inclusion criteria were articles
published in Portuguese and English, whose access was allowed, and books
from the libraries of the Faculty of Technology and Sciences of Feira de
Santana and Feira de Santana State University that deal with the subject in
question, excluded Articles of informal literature. The review began with 38
articles selected and analyzed in order to meet the requirements and classified
according to the topic studied, considering 10 articles for analysis.

Keywords: hospitalization. Old man. Functional capacity.

INTRODUÇÃO

Dentro de uma abordagem transdisciplinar, envelhecer é um fenômeno


natural e social que se desenrola sobre o ser humano único e indivisível, o qual
durante o processo de envelhecimento tem que lidar com problemas e
limitações de ordem biológica, econômica e sociocultural (SIQUEIRA;
BOTELHO; COELHO, 2002).
Um ponto em comum entre os países desenvolvidos e os em
crescimento é o aumento da população idosa. O Brasil, em 2025, terá mais de
34 milhões de indivíduos acima de 60 anos, isso representa 15% da população
total (GONÇALVES, 2001).
À medida que envelhecemos tarefas do cotidiano, consideradas
simples, podem gradativamente tornar-se difíceis de serem realizadas e,
muitas vezes, indivíduos percebem-se dependentes de outra pessoa para
tarefas de auto cuidado. Assim, a avaliação da capacidade funcional é
importante como indicador de qualidade de vida do idoso e pode ser entendida
como desempenho das atividades de vida diária (ARAÚJO e CEOLIM, 2007).
3

No entanto, o aumento da população idosa no país trouxe como


conseqüência a mudança no perfil das necessidades sanitárias, uma vez que
as doenças que acometem indivíduos na terceira idade são, na maioria das
vezes, crônicas degenerativas, distúrbios mentais, doenças cardiovasculares,
câncer e estresse (REZENDE; GAED-GARRILHO; SEBASTIÃO, 2012).

Segundo Chaimonwicz, (1997) as alterações relacionadas com a idade


são á presença de fatores de risco e a ocorrência de doenças crônico-
degenerativas, que determinam para o idoso certo grau de dependência,
relacionado diretamente com a perda ou diminuição da capacidade funcional e
dificuldade de realizar as atividades básicas de vida diária, interferindo na sua
qualidade de vida.
Os idosos se utilizam dos serviços hospitalares mais do que as demais
faixas etárias, sendo as internações hospitalares mais freqüentes. Assim,
envolvendo maiores custos institucionais de tratamentos de duração mais
prolongados e recuperação mais lenta e complicadas. (COELHO FILHO JM,
2000).

Para os idosos, a hospitalização resulta em perda de capacidade


funcional apesar da cura ou reparo da condição para qual foi internado. A
hospitalização pode resultar em complicações não relacionadas ao fator
primário que levou a intenção. (CREDITOR M.C, 1993).

Nesse contexto e sabendo-se que o tempo de hospitalização resulta


em perda ou diminuição da capacidade funcional do idoso, o presente artigo
traz esta problemática: quais os efeitos da hospitalização sobre a capacidade
funcional nos idosos?
O autor da pesquisa em questão, já atua como fisioterapeuta em
atendimentos a pacientes idosos com pós-alta hospitalar e professor de Yôga,
onde trabalha com turmas de idosos e por isso se interessa em aprofundar-se
mais no assunto.
Nesse contexto, observando a carência de estudos relacionados ao
tema, o objetivo desse estudo é identificar na literatura Os efeitos da
Hospitalização Sobre a Capacidade Funcional em Idosos.
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Com o avançar da idade as perdas funcionais tornam-se evidentes e o


idoso deixa de realizar totalmente ou com ajuda de outro algumas atividades
básicas da vida diária, diminuindo assim sua capacidade funcional. A
capacidade funcional é dimensionada em termos de habilidade e
independência para realizar determinadas atividades, sendo esta uma dos
grandes componentes da saúde do idoso. (GUIMARÃES LHCT, et al,2004).
Quando indivíduo é hospitalizado, ele é afastado de suas funções no
emprego, de sua vida social e do convívio familiar. Colocado em uma
enfermaria e ou apartamento, passa a ser manuseado por uma equipe
multidisciplinar com seus procedimentos invasivos e suas palavras frias,
difíceis e desconhecidas. Ele passa a experimentar uma fase nova da vida, em
que na maioria das vezes suas vontades ficam a mercê da equipe de saúde.
(GOMES, L. C., et al 1997).
Seguinte Gordilho, A. et al (2000) capacidade funcional é a capacidade
de manter as habilidades físicas e mentais necessárias a uma vida
independente e autônoma.
Para Alves lC; Leite IC; Machado CJ,(2008) A incapacidade funcional
pode ser definida pela dificuldade ou necessidade de ajuda para o indivíduo
executar tarefas cotidianas básicas ou mais complexas necessárias para a vida
independente na comunidade e tarefas relacionadas à mobilidade.
A capacidade funcional e medida por dois tipos de atividades:
Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) e Atividades Instrumentais de Vida
Diária (AIVD). A divisão em ABVD e AIVD começou com os estudos de
Mahoney, FI. e Barthel, D. (1965) e Lawton MP. e Brody EM.(1969). Eles
apresentaram duas escalas de avaliação funcional que classificavam as
atividades cotidianas de acordo com o seu nível de complexidade. Lawton e
Brody (1969) criaram uma escala para avaliar AIVD com oito atividades:
executar tarefas domésticas, fazer refeições, lavar roupas, manusear dinheiro,
usar o telefone, tomar medicações, fazer compras e utilizar os meios de
transporte.
Já o índice de Katz é um dos instrumentos utilizados para avaliar as
ABVD e foi criado por Sidney Katz, em 1963, para avaliar a capacidade
funcional do idoso (KATZ, S., et al, 1963). Katz estabeleceu uma lista de seis
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itens (alimentação, continência, transferência, sanitário, vestimenta, banho) que


são hierarquicamente relacionados e refletem os padrões de desenvolvimento
infantil, ou seja, que a perda da função no idoso começa pelas atividades mais
complexas, como vestir-se, banhar-se, até chegar as de auto-regulação como
alimentar-se e as de eliminação ou excreção.
(JANNUZZI & CINTRA, 2006), ressalta algumas dificuldades
importantes na hospitalização de pessoas idosas, tais como a restrição ao leito;
falta de estímulo para atividades motoras e mentais; dificuldade para adaptar-
se ao novo ambiente, devido às alterações visuais e auditivas, essencialmente;
procedimentos diagnósticos e terapêuticos alguns invasivos; estresse inerente
à enfermidade; afastamento dos laços religiosos ou culturais; sensação de
proximidade da morte e medo da doença que está manifestada.
A hospitalização para pessoas idosas apresenta um grande risco.
Cerca de 50% das internações hospitalares de idosos têm como causas mais
freqüentes as doenças do aparelho circulatório e aparelho respiratório. Como
repercussões, a hospitalização é seguida, em geral, por uma perda total ou
parcial da capacidade funcional e isso causa mudanças na qualidade de vida,
muitas vezes, irreversíveis. Os idosos internados são mais suscetíveis a
complicações causadas pelo repouso prolongado no leito durante a
hospitalização. (DA COSTA FM, et al,2014).
Segundo Kawasaki K, e Diogo MJDE, (2007) Alguns fatores podem
alterar o desempenho e a independência funcional dos pacientes como o
gênero, presença de acompanhante familiar durante a hospitalização
oferecendo suporte emocional e estímulo psíquico, uso de determinadas
medicações enquanto hospitalizado e o número de internações anteriores.
Estas variáveis podem provocar oscilações na capacidade funcional. A
literatura demonstra que o declínio funcional acomete de 34 a 50% dos
pacientes durante o período de hospitalização. Contudo ainda não se sabe, ao
certo, até onde esse comprometimento é secundário apenas ao processo de
hospitalização ou influenciado por fatores como gravidade da doença, estado
nutricional, terapêutica empregada e ambiente não adequado. Identificar os
efeitos dessas variáveis na independência funcional do idoso hospitalizado
pode trazer efeitos benéficos ao idoso e a equipe multidisciplinar de saúde na
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medida em que a presença de acompanhante, as medicações em uso são


variáveis passíveis de intervenções, tudo isso com o intuito de preservar ao
máximo a capacidade funcional desse idoso hospitalizado.

Estudos realizados em pacientes hospitalizados, ambulatoriais e em


reabilitação, identificaram que a avaliação funcional pode detectar deficiências
importantes no desempenho funcional em idosos, que podem se ocultar
durante os exames clínicos convencionais. (SIQUEIRA AB et al,2004). Durante
a hospitalização, o teste da avaliação funcional fornece dados que são
importantes no prognóstico e proporcionam uma linguagem comum, entre a
equipe multidisciplinar, além de facilitar a pesquisa epidemiológica. Em geral,
as avaliações do estado funcional são instrumentos de medida simples e
baratos, baseados em questionários e testes rápidos de desempenho
observável, que podem ter um peso considerável ao predizer a incidência de
óbitos em hospitais. (DAVIS, RB. et al,1995).

A hospitalização para os idosos, embora necessária, apresenta alto


risco para a saúde. Estudos mostram que a hospitalização nessa faixa etária
implica em riscos de declínio cognitivo, diminuição da capacidade funcional,
imobilidade, desnutrição, depressão incontinência, desenvolvimento de
comorbidades e até mesmo de óbito. (GIL TM, 2004; SAGER MA, 1996;
WILSON RS, 2012).

A força motriz da atividade multiprofissional dentro de um hospital é o


restabelecimento da saúde do idoso, melhorando sua capacidade funcional
geral e diminuindo o tempo de hospitalização. Dentro da equipe multidisciplinar
o papel do fisioterapeuta é mais amplo, não deve estar restrito somente à
fisioterapia respiratória. Ela tem papel importante tanto nas escolhas dos
recursos terapêuticos como na preservação da função e adiamento da
instalação de incapacidades em sua forma preventiva, evitando assim a
diminuição da capacidade funcional. (FARIAS A.M, 2011).
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METODOLOGIA

Trata-se de um estudo desenvolvido por meio de uma abordagem


qualitativa, exploratória, do tipo pesquisa bibliográfica que busca identificar
Efeitos da hospitalização sobre a capacidade funcional dos idosos.
Esse estudo é uma revisão bibliográfica, realizado junto às bases de
dados Bireme, Scielo e Medline. Utilizaram-se como critérios de inclusão
artigos em língua portuguesa e inglesa, e cujo acesso foi permitido, além de
livros do acervo das bibliotecas da Faculdade de Tecnologia e Ciências de
Feira de Santana e Universidade Estadual de Feira de Santana que abordam o
tema em questão.
Para efeito de análise, a pesquisa selecionou artigos, utilizando como
palavras chave: hospitalização. Idoso. Capacidade funcional. O critério
estabelecido para a seleção foi: literatura aprofundada no tema, que
descrevesse os efeitos da hospitalização sobre a capacidade funcional dos
idosos. A revisão iniciou-se com 38 artigos selecionados que foram analisados
de modo a preencher os requisitos anteriores e classificados de acordo com a
necessidade pela busca do tema, foram considerados para análise 10 artigos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo foi realizado a partir da análise de 10 artigos, que


discorrem sobre Efeitos da hospitalização sobre a capacidade funcional dos
idosos. Tais artigos são apresentados no quadro abaixo (Quadro 1) e serão
apresentados e discutidos a partir das abordagens em comum, segundo
título/autor/ano e seus objetivos.
TÍTULO/AUTOR/ANO OBJETIVOS

Qualidade de vida em pessoas Este estudo compara a QV em pessoas idosas


idosas hospitalizadas: comparação (≥ 65 anos) no momento da admissão e alta hospitalar,
da admissão com alta do em termos de: aspetos sensoriais (visão, audição e
comunicação); cuidar de si; mobilidade; segurança;
internamento. (SANTOS G.; local de residência e finanças; manter-se saudável;
SOUSA, L., 2013) saúde mental e bem-estar.
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Variação da independência Identificar a variação da capacidade funcional


funcional em idosos hospitalizados em idosos no decorrer da hospitalização e relacionar a
relacionada a variáveis sociais e de diferença com variáveis sociais e de saúde..
saúde. (Kawasaki K; Diogo MJDE,
2007)

Este estudo foi conduzido para (1) determinar a


alta e os resultados funcionais pós-descarga de 3
Functional outcomes of acute meses para uma grande coorte de idosos
hospitalizados por doença médica, (2) determinar em
medical illness and hospitalization in
que medida os pacientes Foram capazes de recuperar
older persons.(SAGER, MA et os níveis de funcionamento da pré-admissão após a
al,1996). alta hospitalar e (3) identificar os fatores do paciente
associados ao aumento do risco de desenvolver
incapacidade associada a doença aguda e
hospitalização.

Identificar a funcionalidade global de idosos


submetidos à internação, correlacionando o
Funcionalidade global de
desempenho para as atividades básicas de vida diária
idosos hospitalizados. (PEREIRA,
(ABVD) e instrumentais (AIVD) com os principais
E.E.B. et al,2014)
sistemas funcionais (cognição, humor, mobilidade e
comunicação).

Descrever as alterações da capacidade


Impacto funcional da
funcional de idosos durante a internação hospitalar e o
internação hospitalar de pacientes
grau de associação dessas alterações na ocasião da
idosos. (SIQUEIRA, A.B. et al,2004)
alta hospitalar a variáveis sociodemográficas.

Para determinar se uma pergunta simples


Unsteadiness reported by sobre a estabilidade na admissão prevê declínio
older hospitalized patients predicts
funcional no hospital e se a insegurança na admissão
functional decline.
prevê falha na recuperação funcional no hospital de
(LINDENBERGER, EC. et al.,2003) pacientes que declinaram imediatamente antes da
hospitalização.
Loss of independence in
Descrever as mudanças nas atividades da vida
activities of daily living in older adults diária (ABVD) que ocorrem antes e após a admissão
hospitalized with medical illnesses: hospitalar em pessoas idosas internadas com doença
increased vulnerability with.
médica e para avaliar o efeito da idade na perda de
(COVINSKY KE, et al,2003). função.
Can we predict functional
Queremos testar a capacidade preditiva de uma
decline in hospitalized older people ferramenta de triagem avaliando o risco de declínio
admitted through the emergency funcional (FD), denominada SHERPA, 10 anos após a
department? (De Brauwer, et al,
sua concepção, e avaliar o valor agregado de outros
2017).
fatores clínicos ou biológicos associados ao FD.
Trajectories and predictors
Delinear as trajetórias do estado funcional em quatro
of functional decline of hospitalised pontos de tempo e examinar preditores de declínio
older patients. (Huang H, et al.,2013) funcional (FD) em pacientes idosos hospitalizados.
The prediction of
functional decline in older Para desenvolver e validar um modelo de predição para
hospitalised patients (Hoogerduijn avaliar o risco de declínio funcional em pacientes
JG, et al, 2012) hospitalizados mais velhos.
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Quadro 1- Quadro comparativo dos artigos analisados pelo autor, 2017.


(conclusão)

Santos, g. e Sousa, l., (2013) Em estudos realizados identificaram que


pessoas idosas, após o internamento hospitalar, tendem a apresentar menor
qualidade de vida (QV), Este estudo compara a QV em pessoas idosas (≥ 65
anos) no momento da admissão e alta hospitalar, em termos de: aspetos
sensoriais (visão, audição e comunicação); cuidar de si; mobilidade; segurança;
local de residência e finanças; manter-se saudável; saúde mental e bem-estar.
Os dados apontam para diminuição da QV, principalmente ao nível da
capacidade funcional e da percepção de bem-estar. Na dimensão cuidar de si,
ocorre diferenças entre a admissão e a alta hospitalar: nos itens relativos a
vestir-se, realizar tarefas domésticas e preparar refeições, diminuem aqueles
que não precisam de ajuda e aumentam os incapazes de realizar as atividades;
nos itens alimentar-se, tomar a medicação, incontinência urinária e utilizar o
sanitário, verifica-se o aumento dos participantes que necessitam de alguma
ajuda; nos itens cuidar da aparência, lavar as mãos e a cara e utilizar a
banheira, aumentam os que precisam de ajuda. Na mobilidade, existem
diferenças entre a admissão e a alta; essencialmente diminuem os
participantes que referem não ter problemas e aumentam os que precisam de
ajuda ou que são incapazes. Este estudo compara a QV de pessoas idosas no
momento de admissão e alta hospitalar. Os dados sugerem diminuição das
ABVD e instrumentais caracterizando assim diminuição ou perda da
capacidade funcional.

Kawasaki K. e Diogo MJDE, (2007),Nos estudos com idosos


hospitalizados em unidades de clínica médica permitiram concluir que a média
da MIF em todos os domínios foram negativos, evidenciando o declínio
funcional do idoso no decorrer de sua hospitalização. A MIF é um instrumento
multidimensional que avalia o desempenho do indivíduo em 18 atividades
distribuídas em domínio motor, com ênfase no autocuidado, no controle de
esfíncter, na transferência e na locomoção, englobando 13 atividades, e
10

domínio cognitivo/social que compreende as funções da comunicação e


cognição social, contendo cinco atividades.

Sager, MA. et al,(1996),Encontraram nos seus estudos feito com 1279


pacientes residentes na comunidade, de 70 anos ou mais, hospitalizados por
doença médica aguda uma alta incidência de declínio funcional após
hospitalização. Embora existam várias explicações potenciais para esses
achados, este estudo sugere a necessidade de reexaminar práticas atuais de
internação e pós-dispensação que possam influenciar o funcionamento de
pacientes idosos.

Os resultados de 3 meses foram o resultado da perda de função durante o


índice de hospitalização, a falha de muitos pacientes para se recuperar após a
alta e o desenvolvimento de novas deficiências pós-alta.

Pereira, E.E.B. et al,(2014) através de seus estudos com 94 pacientes


idosos internados numa clinica conseguiram evidencias moderadas e
significativa associação entre o desempenho para as ABVDs(atividades de vida
diária básicas) e AIVDs (atividades de vida diária instrumentais) com quase
todos os sistemas funcionais. Chegaram a conclusão que a população
estudada apresentou funcionalidade global alterada,durante a hospitalização
devido a algum grau de dependência para as ABVDs e AIVDs, com autonomia
preservada e independência prejudicada. As correlações evidenciaram que
com o decréscimo dos principais sistemas funcionais, ocorreu declínio da
funcionalidade global.
Siqueira, A.B. et al.(2004) No presente estudo mostrou haver
associação entre a baixa capacidade funcional, déficit cognitivo e estado
confusional agudo,e que a maioria dos idosos voltou para a comunidade com
necessidade de alguma forma de assistência para os cuidados pessoais,
mobilidade e locomoção. Além do número elevado de dias de internação,
suficientes para a verificação de declínios funcionais verificaram-se
associações significantes entre os maiores comprometimentos funcionais e
maiores dias de hospitalização.
11

Lindenberger, EC. et al.(2003) No estudo de corte num hospital


universitário e um hospital de ensino comunitário com Mil e quinhentos e
cinqüenta e sete pacientes hospitalizados com 70 anos ou mais, na admissão,
os pacientes relataram sua estabilidade com a caminhada e se eles poderiam
realizar de forma independente cada uma das cinco atividades básicas de vida
diária (ABVDs) na admissão e 2 semanas antes da admissão (linha de
base).Para a análise primária, o resultado foi o declínio na função ABVD entre
admissão e alta, ou seja, durante sua hospitalização. Para a análise
secundária, o resultado foi a recuperação intra-hospitalar para a função ABDV
basal em pacientes que sofreram declínio de ABDV nas 2 semanas antes da
admissão.

Covinsky KE, et al,(2003) Apresentou um estudo prospectivo de


observação em dois hospitais, com Dois mil duzentos e noventa e tres
pacientes com 70 anos ou mais (idade média 80, 64% mulheres, 24% não-
brancas).No momento da admissão no hospital, os pacientes ou seus
representantes foram entrevistados sobre sua independência em cinco ABVDs
(banho, vestir, comer, transferir e ir ao banheiro) 2 semanas antes da admissão
(linha de base) e na admissão. Os indivíduos foram entrevistados sobre a
função ABVD na alta. As medidas de resultado incluíram declínio funcional
entre a linha de base e alta e alterações funcionais entre a linha de base e a
admissão e entre admissão e alta. O resultado foi que trinta e cinco por cento
dos pacientes diminuíram na função ABVD entre a linha de base e a alta. Isso
incluiu os 23% dos pacientes que diminuíram entre a linha de base e a
admissão e não conseguiram recuperar a função basal entre admissão e alta e
os 12% dos pacientes que não diminuíram entre a linha de base e a admissão,
mas diminuíram entre a admissão hospitalar e a alta. Vinte por cento dos
pacientes diminuíram entre a linha de base e a admissão, mas recuperaram a
função basal entre admissão e alta. Concluíram que muitas pessoas idosas
hospitalizadas são descarregadas com função ABVD que é pior do que sua
função basal. Os pacientes mais velhos apresentam risco particularmente alto
de resultados funcionais desfavoráveis porque são menos propensos a
recuperar a função ABVD perdida antes da admissão e mais propensos a
desenvolver novos déficits funcionais durante a hospitalização.
12

De Brauwer, et al, (2017), Num estudo de coorte prospectivo de


pacientes idosos (n = 305, ≥ 75 anos) admitido através do departamento de
emergência, por pelo menos 48 h em enfermarias não geriátricas, avaliaram
através do SHERPA (idade, estado instrumental de pré-admissão do estado de
vida diária (ABVD),e que foi seguido por 3 meses por telefone. FD(declínio
Funcional) foi definido como uma diminuição aos 3 meses de pelo menos um
ponto no índice ABVD básico de pré-admissão.Nos resultados cento e cinco
pacientes (34%) desenvolveram FD de 3 meses após a hospitalização.

Seguinte Huang H, et al.,(2013) cerca de 30-60% dos pacientes mais


velhos desenvolvem nova dependência nas atividades básicas da vida diária
(ABVD) durante a internação, o que resulta em incapacidade progressiva após
a alta. As trajetórias funcionais e os fatores de risco de FD entre idosos
hospitalizados requerem identificação. Nos seus estudos foram recrutados 273
pacientes com 65 anos ou mais admitidos em um centro médico no sul de
Taiwan. A trajetória funcional, pelo escore de ABVD, foi observada em quatro
pontos de tempo: duas semanas antes da admissão, admissão, alta e três
meses após a alta. O índice ABVD duas semanas antes da admissão foi
utilizado como um estado funcional inicial. Os resultados encontrados foram
que Oitenta e três (30,4%) pacientes experimentaram DF aos três meses após
a alta. A trajetória funcional, conforme demonstrado pelos escores da ABVD
indicou que todos os 273 pacientes caíram abruptamente à admissão e que
dois terços foram gradualmente restaurados três meses após a alta. A
regressão logística revelou o estado do Instrumento de Vida Diária (AIVD)
antes da admissão, comorbidades e declínio de ABVD entre pré-admissão e
alta foram preditores significativos de FD três meses após a alta. O declínio do
índice ABVD durante a hospitalização foi o mediador da FD três meses após a
alta.

Conforme Hoogerduijn JG, et al, (2012) 30 a 60% dos pacientes idosos


adquirem declínio funcional após a hospitalização, associado a aumento da
dependência, readmissão, colocação de lar de idosos e mortalidade. Nos seus
13

estudos de desenvolvimento: estudo de coorte (n = 492). estudo de validação:


análise de dados secundários de um estudo de coorte (n = 484) em uma
população independente. ambos com acompanhamento após 3 meses. o
declínio funcional foi definido como um declínio de pelo menos um ponto no
índice katz no acompanhamento em comparação com o estado pré-admissão.
Estudo de desenvolvimento ocorreu em: salas de medicina interna geral de
dois hospitais universitários e um hospital regional. Estudo de validação: salas
internas gerais de um hospital universitário, com pacientes com ≥65 anos de
internação e hospitalização durante pelo menos 48 h. Nos resultados foram
encontrados trinta e cinco por cento de todos os pacientes na coorte de
desenvolvimento e 32% na coorte de validação desenvolveram declínio
funcional após internação.

Com base nesses estudos apresentados, observa-se que ocorre uma


diminuição ou perda da capacidade funcional no idoso devido à hospitalização
do mesmo, afetando assim suas atividades básicas da vida diária e
instrumentais após a hospitalização.
Os autores em questão se utilizaram de diversos tipos de testes,
métodos, técnicas e mesmo sendo métodos diferentes, os efeitos da
hospitalização sobre o idoso traz inúmeras conseqüências sobre a perda da
independência dos idosos sobre as ABVD e instrumentais. Por esta
diversividade de conseqüências que reduzem a capacidade funcional do idoso,
se faz necessário compreender mais detalhadamente os fatores associados à
hospitalização sobre a capacidade funcional dos idosos.
Apesar dos artigos não se limitarem apenas a diminuição da
capacidade funcional dos idosos durante a internação, mas também a
qualidade de vida deles pós alta hospitalar, não podemos restringir os objetivos
reais das práticas fisoterapeuticas que vão muito além de simplesmente
atuação no campo físico, e sim visa a total grandiosidade de melhorar,
aumentar, ampliar a capacidade física, emocional, mental e energética do idoso
o preparando para o retorno a vida social mantendo-se igual ou superior nas
execuções das ABVD e instrumentais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A população de idosos tem aumentado em todo o mundo. Esse fato


tem despertado interesse em toda comunidade acadêmica em desenvolver
pesquisas e, do Estado em elaborar políticas públicas direcionadas para o
envelhecimento saudável. A manutenção da capacidade funcional dos idosos é
um dos fatores que contribuem para uma melhor qualidade de vida dessa
população. Se identificarmos as principais causas de internação entre idosos,
iremos permitir que a atenção básica atue na prevenção desses agravos para
evitar internações desnecessárias, melhorando a qualidade de vida dessa
população e reduzindo custos ao Sistema único de Saúde. Os estudos aqui
apresentados documentam uma alta incidência de declínio funcional após
hospitalização. Embora existam várias explicações potenciais para esses
achados, os estudos sugerem a necessidade de reexaminar práticas atuais de
internação e pós-alta que possam influenciar o funcionamento de pacientes
idosos. O idoso deve ser atendido em suas necessidades biopsicossociais,
com base em uma avaliação multidimensional gerontológica-geriátrica,
identificando-se as necessidades físicas, funcionais, mentais e sociais e
relacionando-as a possíveis síndromes geriátricas. Assim, faz-se necessário
uma abordagem multiprofissional e interdisciplinar, avaliando os fatores de
risco a que os idosos hospitalizados estão expostos para que sejam adotadas
estratégias preventivas para manutenção da saúde. Neste sentido, é
fundamental que os profissionais da área da saúde, tenham conhecimento das
particularidades inerentes aos idosos e ao processo de envelhecimento para
que os sinais e sintomas característicos do surgimento de uma síndrome
geriátrica sejam previamente diagnosticados, principalmente durante a
hospitalização, a fim de evitar a progressão do quadro, levando ao um declínio
da capacidade funcional, proporcionando planos terapêuticos que garantam
sua execução em curto, médio e longo prazo, considerando um continuum de
cuidado, desde a promoção, prevenção, tratamento e reabilitação adequada
das suas funções.
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A manutenção e a preservação da capacidade para desempenhar


as atividades básicas de vida diária são pontos básicos para prolongar o maior
tempo possível a independência, com isso o idoso mantém a sua capacidade
funcional. A promoção/prevenção/tratamento e reabilitação visa à preservação
da função, adiamento da instalação de incapacidades, através de medidas
preventivas tendo ainda como objetivo diminuir o comprometimento imposto
por incapacidades, promovendo um modo de vida mais saudável e adaptando
o indivíduo de forma a propiciar uma melhor qualidade de vida.

Parece que a dependência do idoso é vista como algo natural e


esperado, mas, na verdade, sabe-se que quando ele é acometido por
patologias que o levam à condição de dependência parcial ou total, é possível
ainda reabilitá-lo para que recupere a capacidade de realizar a maior parte das
ABVD e instrumentais. A reabilitação de algumas funções, embora muitas
vezes possa parecer insignificante para a família, devolve ao idoso a
capacidade do fazer por ele mesmo, ou seja, do autocuidado.
Os resultados desse estudo somado aos supracitados anteriormente só
confirmam o que se pretendia com esse artigo, verificar os efeitos da
hospitalização sobre a capacidade funcional dos idosos. Existem poucos
estudos relacionados ao tema. Através de ações simples como implementação
de equipes interdisciplinares atuando em conjunto, com um único foco, que é
cuidar do idoso é assim, poder trazer melhorias na qualidade de vida e
autonomia do idoso.

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