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CRISPIN, Crisleine da Silva
GENGHINI, Edna Barberato
Professora conteudista
Professora colaboradora/coordenadora
APRESENTAÇÃO 05
INTRODUÇÃO 06
Unidade I
APONTAMENTOS PARA A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE: O QUE É
SER PROFESSOR? 08
1.1 A consolidação da profissão do professor 08
1.2 Debates sobre os constructos formativos: da formação inicial à continuada 18
1.3 Atuação e formação profissional: os saberes pedagógicos 27
Unidade II
IDENTIDADE DOCENTE: ASPECTOS NECESSÁRIOS PARA SUA CONSTITUIÇÃO 41
2.1 O papel da identidade do professor no exercício do trabalho educativo 41
2.2 Identidade e profissionalização 48
2.3 Valorização da carreira docente 52
Unidade III
AS ESPECIFICIDADES DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR 62
3.1 Características básicas da docência universitária 63
3.1.1 O que são as universidades? 64
3.2 A docência universitária na realidade atual do Ensino Superior Brasileiro 75
3.3 Desafios e perspectivas para a atuação docente do ensino superior 83
Unidade IV
A INTER-RELAÇÃO DA ÉTICA E DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR 95
4.1 Ética da educação e na educação atual, na relação entre professor-aluno 96
4.2 Ética e moral no exercício da docência no ensino superior 104
4.3 A ética e o discurso ético do professor e do aluno 113
REFERÊNCIAS 122
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno(a)!
Bem-vindo(a)!
Animado(a)?
Caro(a) aluno(a),
2 A identidade docente
6
● tratar as questões éticas no exercício da docência e a relação com os
alunos.
E aí? Preparado(a)?
Vamos aos estudos!
7
UNIDADE I
8
especialmente no que se refere à sua formação científica para exercício da profissão.
Assim, vamos compreender como se dá a profissionalização da atividade de ensino?
1
Disponível em: http://educacao.salvador.ba.gov.br/adm/wp-
content/uploads/2018/10/09_10_2018_Dia-do-Professor_Dejanira-Rainha-Melo_Foto_Jefferson-
Peixoto_Secom_Pms-12-1-800x534.jpg. Acesso em: 09 jul. 19.
9
Você sabia que compreender a importância das escolas normais na
constituição da história brasileira é fundamental? Consulte o texto para se informar
mais sobre esse tema: VILLELA, Heloisa de O. S. O mestre-escola e a professora.
In: LOPEZ, Eliane Marta Teixeira (Org.) et al. 500 anos de educação no Brasil. Belo
Horizonte: Autêntica, 2000. Acesso em: 19 jul. 2019.
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Figura 2: Relação entre ensinar e aprender
2
Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-
8Uzdacosh_g/VWpZ2eidibI/AAAAAAAAAJw/9qcqpcApmkw/s1600/582705_491267957549924_13566
74867_n.jpg. Acesso em: 19 jul. 19.
11
Figura 3: Dilemas da docência
3Disponível em:http://1.bp.blogspot.com/-
mMs9ZyQOqd0/Tfdo14i_85I/AAAAAAAAAGo/jTpPi4-d0uU/s1600/la-aventura-de-ser-docente.jpg.
Acesso em: 22 jul. 19.
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negação do seu próprio trabalho. Que ninguém tenha 2163 ilusões. Ao
alargarmos o espaço da escola, para nele incluirmos um conjunto de outros
“parceiros”, estamos inevitavelmente a tornar mais difícil este processo. Os
professores têm de ser formados, não apenas para uma relação pedagógica
com os alunos, mas também para uma relação social com as “comunidades
locais” (NÓVOA, 2002, p. 24).
4
Disponível em: http://sambio.org.br/wp-content/uploads/2012/10/20121030-2.jpg. Acesso em:
22 jul. 19.
5
Disponível em: https://sites.google.com/site/emefdelcelia/_/rsrc/1468737625665/comunidade-
escolar/nova%20escola.bmp?height=146&width=204. Acesso em: 22 jun. 19.
13
conhecimento! De acordo com Saviani, a escola e o professor devem
possibilitar ao aluno a apropriação do conhecimento científico, pois não temos
acesso a esse conhecimento nas relações cotidianas fora da escola. É o
conhecimento científico que possibilita ao ser humano analisar e compreender
a realidade. Portanto, para que o professor cumpra com sua função de ensinar
o aluno, ele deve ser formado para tal empreitada.
De acordo com Saviani (2015, p. 287), podemos dizer que ser professor
se dá por meio do ato educativo, que se caracteriza como:
Com isso, o autor quer dizer que o professor deve proporcionar aos
seres humanos, por meio do processo educativo, o acesso ao conhecimento
historicamente acumulado, para que os indivíduos apreendam a realidade. Em
outras palavras, o professor deve ensinar os elementos da cultura e da ciência,
o saber sistematizado, tais como a leitura, a escrita, o cálculo, a biologia, a
geografia, a história, a sociologia, a filosofia etc., para que seu aluno aprenda
aquilo que não lhe foi dado ao nascer. Portanto, a aprendizagem, assim como
o desenvolvimento, não ocorre de forma espontânea! Ocorre por meio de um
processo – o ato educativo – que envolve a intencionalidade e o planejamento
daquele que ensina.
Portanto, a profissão docente, e igualmente, a “identidade” docente, é
um produto das relações entre contexto e sujeitos envolvidos na organização
da vida social e nos compõe enquanto seres sociais. Além disso, está em
constante mudança e não é mais uma identidade que adquirimos.
14
Figura 7: Identidade docente
7
Disponível em:
https://ufrb.edu.br/portal/components/com_chronoforms5/chronoforms/uploads/evento/201607071658
18_identidadade-docente.jpg. Acesso em: 19 jul. 19
15
Figura 8: Intencionalidade e planejamento do ato educativo
8Disponível em:
https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/a%20importancia%20do%20plano%20de%20a
ula.jpg?i=https://brasilescola.uol.com.br/upload/e/a%20importancia%20do%20plano%20de%
20aula.jpg. Acesso em: 22 jul. 19.
16
Por fim, como já pontuado ao longo desse item, o professor deve
apreender esses conhecimentos para conseguir efetivar o ato educativo,
consolidando sua profissão. Isso se dá por meio de relações formativas e
especializadas, ou seja, por meio da formação de professores. Esse é um
processo que vai desde a formação inicial à continuada, que debateremos no
próximo item. Vamos lá?
17
Segundo Cunha, “Refletir a respeito do conceito de formação de professores exige
que se recorra à pesquisa, à prática de formação e ao próprio significado do papel do
professor na sociedade. A pesquisa acompanha os movimentos político-econômicos
e socioculturais que dão forma ao desempenho docente, quer no plano do real, quer
no ideal. Já a prática estabelece-se a partir de uma amálgama de condições teórico-
contextuais” (CUNHA, 2013, p. 3).
18
Figura 10: Teoria e prática indissociáveis como práxis docente
10Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/328401758/figure/fig2/AS:683631131500544@15400017712
95/Figura-3-Articulacao-teoria-e-pratica-na-APCC.ppm. Acesso em: 05 jun. 19.
19
Esse processo também se constituiu ao longo da história da educação. O
desenvolvimento de professores, tanto na formação inicial quanto na formação
continuada, nesse sentido, é um processo de acúmulo histórico com várias
transformações. Para Cunha:
11
Disponível em: http://www.newlifecursos.com.br/arquivos/cursos/18/large/posunip.jpg. Acesso em: 06
jun. 19.
20
Figura 12: Formação continuada
21
Figura 13: Temáticas da formação de professores
22
Figura 14: Professor se sentindo culpado
Por isso, é necessária uma formação que nos ensine a refletir para além do
contexto em sala! É preciso que aprendamos a refletir sobre o contexto mais amplo e
complexo.
É fundamental que a formação de professores, inicial e continuada, tenha como
objetivo superar a dicotomia entre teoria e prática.
Como fazer isso?
Em um primeiro passo, é preciso que compreendamos a função social da
educação escolar como uma prática social mediadora, que busca promover o
processo de humanização dos seres humanos.
Assim, para atingir esse objetivo, é preciso um professor qualificado, que
ocupará um papel central na relação educativa, pois é ele o portador do conhecimento
científico que será objeto de ensino e aprendizagem.
E, por fim, os cursos de formação devem ser constituídos de modo a possibilitar
que o professor se aproprie dos conhecimentos teóricos e práticos e faça uma análise
crítica e coletiva das finalidades a seres atingidas, assim como dos caminhos para
selecionar e dosar os conteúdos que devem compor os currículos e suas aulas.
Com isso, a formação de professores estará, de fato, contribuindo para que o
professor tenha uma prática mais efetiva diante da realidade educativa.
23
Figura 15: Prática docente
24
Fonte: Retirado de Cunha (p. 620, 2013)16.
16
CUNHA, Maria Isabel. O tema da formação de professores: trajetórias e tendências do campo
na pesquisa e na ação. Educ. Pesqui., São Paulo, n. 3, p. 609-625, jul./set. 2013. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ep/v39n3/aop1096.pdf. Acesso em: 26 jul. 2019.
25
1.3 Atuação e formação profissional: os saberes pedagógicos
26
Você já deve ter usado a palavra “didática” em alguma aula, ou lido o termo em
algum texto, ou, mesmo, teve que ser “didático” em alguma atividade que exerceu,
certo?
Então, não teremos dificuldades em pensar o que é a didática, correto?
Como é possível, para um professor, ser didático?
Existem critérios para pensarmos quais os profissionais “didáticos”?
27
A relação indissolúvel entre a teoria que é enriquecida pela prática, esse
constante processo de relação entre teoria e prática, dá elementos para enriquecer a
didática do professor no processo de ensino.
Ou seja, o professor não inicia sua carreira docente dominando todos os
aspectos da atividade docente, e sim, enriquece seus conhecimentos sobre a
realidade profissional ao se relacionar com o dia a dia da profissão, sempre mantendo
firme a relação entre as experiências práticas e a formação teórica, seja nos cursos
de formação superior, como esse, ou individualmente, em associações etc.
Além disso, a experiência é a parte mais singular de todo o processo dos
saberes do docente, porque se constitui pela relação individual, pela trajetória de cada
estudante em busca de formação humana. No caminho de se tornar professor, ele é,
na maior parte do tempo, estudante. São, então, suas relações com outros
professores e estudantes que formam seu conjunto de experiências individuais com o
processo educativo.
Por último, existem os saberes pedagógicos, que surgem da necessidade de
problematizar a realidade onde está inserido o sujeito crítico, ativo, pensante. Tais
saberes são parte constituinte do fundamento do pensamento científico, que é crítico
em relação ao conhecimento historicamente acumulado, no sentido de que busca,
sempre, avançar para além das limitações atuais; e produzem, nesse processo, novas
formas de relacionamento com a realidade e de transformação da existência humana:
representam a materialização do papel do professor diante do processo educativo.
28
Mas o que é saber?
19
Disponível em: https://blog.maxieduca.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Didatica-1-
1024x728.jpg Acesso em: 12 jun. 2019.
29
Para facilitar seus estudos, segue uma síntese dos saberes docentes
abordados por diferentes estudiosos.
20
https://image.slidesharecdn.com/saberesdocentesfinal-140614131119-
phpapp01/95/saberes-docentes-final-8-638.jpg?cb=1402751588. Acesso em: 20 jun. 19.
30
pois é à medida que vai ensinando, que o professor vê o objetivo final da sua atividade
ser atingido e, com isso, ele, igualmente, aprende.
Além disso, é na participação cotidiana da escola e nas relações com os outros
professores que os diversos conhecimentos são compartilhados e coletivizados.
21
http://www.construirnoticias.com.br/wp-
content/uploads/2015/09/15_e_quanto_a_nos_docentes.jpg. Acesso em: 05 jul. 19.
31
Quadro: Fontes dos saberes docentes, de acordo com Tardif
Assim, os saberes dos professores são temporais, uma vez que são utilizados
e desenvolvidos ao longo de sua carreira e, portanto, em um processo que dura sua
vida profissional, permeada por dimensões de identidade e de socialização
profissional, composta por fases e mudanças.
Antônio Nóvoa, um autor que estuda essa temática da formação de professores
dos saberes da docência e da formação da identidade, afirma que há uma separação
entre o eu pessoal e o eu profissional advindos de alguns saberes adquiridos nas
formações de professores.
Por isso, o autor afirma que é importante resgatar a individualidade no
desempenho da profissão docente, para que problemas, como a má qualificação, a
desvalorização e os salários miseráveis, possam ser enfrentados e solucionados na
profissão.
22
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
32
Nessa perspectiva, o professor deve ser compreendido como um intelectual em
contínuo processo de formação, no qual sua ação deve abarcar a intuição, a emoção,
as técnicas e a teoria.
Dentre os estudos sobre os saberes da docência, há a discussão acerca da
formação reflexiva, na qual o professor deve aprender a refletir sobre sua própria
prática.
Porém, Pimenta (2002) afirma que essa é apenas uma expressão da moda que
não se concretiza em reais transformações que garantam a melhoria das condições
escolares e a elevação da profissão de professor.
Isso ocorre porque essa formação reflexiva é compreendida como um ato
individual. O professor deveria, individualmente, refletir sobre sua prática.
A reflexão do professor sobre sua prática tem que fazer parte de um processo
coletivo, pois, quanto mais professores pensarem em conjunto, haverá mais
possibilidades de resolver as questões, já que há mais saberes envolvidos!
23
Disponível em: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/abjngbYGe7mt3SXANzGS4hFSVXDHx36yh8jzfzJdxKAzFteRy7GZYrqt
Zwec/como-inserir-o-trabalho-em-equipe-entre-os-professores-gettyimages.jpg. Acesso em: 10 jul. 19.
33
Chegamos ao final da primeira unidade da nossa disciplina.
Aqui, você estudou alguns elementos iniciais sobre a constituição da identidade
docente.
Dentre eles, discutimos, brevemente, a constituição da profissão docente e
alguns dilemas enfrentados pelos professores no exercício da profissão.
Também estudamos sobre o processo formativo pelo qual o professor passa e
que é parte constitutiva da identidade docente. Esses processos são a formação inicial
e a formação continuada, que devem possibilitar que o professor aprenda o
conhecimento (teoria) e saiba compreender a realidade de forma crítica, para poder
atuar nela (prática).
Por isso, discutimos a importância da prática pedagógica ser práxis, isto é, uma
atividade em constante transformação.
Vimos, ainda, quais são os saberes docentes que os professores aprendem,
tanto nos processos de formação inicial e continuada, como na própria experiência
profissional.
Todos esses temas compõem o que conhecemos por identidade docente, mas
não são somente esses!
Na próxima unidade, aprofundaremos a temática. Espero que você tenha
aprendido bastante e esteja animado para continuar.
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Atividade de aplicação
Agora, faça uma reflexão sobre a importância dos saberes docentes para a
formação e a atuação profissional. Elabore um pequeno texto sobre esse tema,
relacionando os saberes que foram discutidos nessa unidade.
Justifique e exemplifique como trabalhar com os diversos saberes abordados
nessa unidade.
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2- Explique por que a prática docente tem que ser uma atividade intencional e
planejada e qual o papel da formação de professores para que a prática
pedagógica seja práxis docente. Lembre-se de relacionar os conceitos de teoria
e prática.
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e) A competitividade, o autonomismo, a comunidade.
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UNIDADE II
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Tornar-se professor faz parte desse processo de personalização, em que, por
meio dos processos formativos e da experiência profissional, cria sua personalidade,
enquanto ser social, ao passo que atua diante da realidade.
É um processo dialético, pois, à medida que o mestre atua na realidade, por
meio do seu trabalho, ele também aprende e se desenvolve.
PERSONALIDADE
De acordo com Basso (1994), o trabalho docente é o produto das relações entre
as condições objetivas, que englobam as condições efetivas de trabalho (participação
no planejamento escolar, preparação das aulas, remuneração do professor, estrutura
e lotação das salas de aula, e as condições subjetivas, isto é, a formação de
professores.
24
Disponível em: http://revistacontemporartes.com.br/wp-content/uploads/2018/09/saude-
professor-300x248.jpeg. Acesso em: 20 de jul. de 2019.
39
O significado deste trabalho é formado pela finalidade da ação de ensinar, ou
seja, pelo objetivo do ato educativo e pelas operações a serem realizadas de forma
consciente, portanto, planejadas, considerando as condições do processo educativo.
Falar do significado do trabalho docente exige falar da mediação feita entre o
professor e o aluno, de modo que o aluno possa apropriar-se do conhecimento do
professor.
Fonte: Dicio.com.br25
Professor Aluno
Conhecimento
25
Disponível em: https://s.dicio.com.br/mediacao.jpg Acesso em: 20 de jun. 19.
40
aquilo que aprendeu na formação de professores (inicial e continuada), que faz parte
do processo de personalização.
Ou seja, o professor compreende que seu objetivo (significado social) enquanto
docente é o ensino, realiza sua atividade porque (motivo/sentido pessoal) a
compreende, e foi formado para tal, e, à medida que realiza essa atividade, ele vai
aprendendo e ajustando sua práxis pedagógica!
Nesse sentido, Basso afirma que, quando o significado social é coincidente com
o sentido pessoal da atividade docente, o trabalho do professor é menos alienado, dá
a ele prazer, e, portanto, é mais efetivo.
O professor expressa seus sentimentos, seus conhecimentos, seu modo de
ser, seu modo de interpretar a realidade, seu modo de ministrar a aula, seu modo de
planejar a aula, ou seja, sua personalidade/identidade! Esta última, sempre em
desenvolvimento a partir de todas as relações que o professor estabelece com a
realidade objetiva!
26
Disponível em: https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/04/sugestao-
professores.jpg Acesso em: 22 jul. 19
41
Porém, muitas vezes, o sentido da atividade docente não é coincidente com o
seu objetivo.
Por quê?
Vejamos o que afirma Basso (1994, p. 38):
27
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTxlbZwBAZGpp8G_PFBbZnC6KcfYVLIZMD2vEYPlHMg7mfk
i955. Acesso em: 21 jun. 19.
42
(formação de professores), dignas de formarem professores que dirijam, ativa e
conscientemente, sua atividade-ensino e que tomem para si a tarefa de superação
das condições alienantes de trabalho.
Destacamos que a principal função social do ato educativo é o acesso ao
conhecimento historicamente acumulado, pois é isso (o conhecimento de tudo aquilo
que foi produzido ao longo da história da humanidade) que nos torna humanos.
Essa é a tarefa dos professores em suas atividades docentes! E sua
personalidade/identidade deve ser constituída, também, a partir dessa função.
Agora que compreendemos que nossa identidade/personalidade é fundamental
para o exercício da atividade de ensino e que deverá, portanto, ser desenvolvida por
meio de processos formativos e condições de trabalho de qualidade, passemos a
outros aspectos que fundamentam o desenvolvimento da identidade do professor.
Dito isso, convido-o(a) a explorar brevemente a relação entre o
desenvolvimento da identidade e a profissionalização.
43
Também já compreendemos que é imprescindível uma formação inicial e
continuada de qualidade, assim como condições de trabalho que possibilitem ao
professor efetivar o que apreendeu com o seu processo formativo, ao passo que,
nesse processo, expressa sua identidade e a transforma ao mesmo tempo.
No entanto, outros fatores também fazem parte do processo de
desenvolvimento da identidade docente.
44
Figura 25: Investigando a literatura científica
29
https://img2.gratispng.com/20180324/zgw/kisspng-france-magnifying-glass-drawing-computer-
icons-loupe-5ab62e0642d033.1578637815218887742737.jpg
45
Fonte: Google imagens. 30
PROFISSIONALIZAÇÃO
PROFISSIONALISMO PROFISSIONALIDADE
30
Disponível em: http://raciocinioclinico.com.br/wp-
content/uploads/2018/11/quebracabeca3.jpg
46
investimentos da instituição para o alcance dos objetivos do trabalho pedagógico
(NÓVOA, 1992).
Assim, para o autor, a identidade docente é um espaço no qual se constroem
as maneiras de ser e estar na profissão!
47
Figura 27: Desvalorização do professor
48
Isso tem tudo a ver com a valorização docente! Pois, para que ocorra uma
efetiva profissionalização, é necessário que haja, entre outros aspectos, as condições
de exercício da profissão.
Se há uma desvalorização política e social dos professores, isso se reflete no
baixo reconhecimento social do trabalho docente, tanto na forma como o professor se
vê e atua diante da realidade quanto na forma como é visto socialmente.
49
Barretto (2010) pesquisou sobre como os professores e o trabalho docente são
vistos socialmente e destacou que ocorre uma perda de prestígio nesse exercício
profissional. De acordo com o autor, isso ocorre por causa
33
Disponível em: http://www.mensagens10.com.br/wp-content/uploads/2013/10/o-melhor-presente.jpg
50
A valorização da carreira docente tem avançado nas últimas décadas,
principalmente pelas reivindicações da categoria que culminaram na promulgação de
várias leis. Esse fato é muito importante, pois é por meio destas leis que podemos
exigir que a carreira seja valorizada.
Dentre os fatores que englobam a valorização docente, as políticas de
formação têm se destacado, pois, como afirma Oliveira:
51
Chegamos ao final da segunda unidade da nossa disciplina.
Aqui, você estudou sobre mais elementos que constituem a identidade docente.
Dentre eles, discutimos brevemente acerca do papel da identidade do professor
no exercício do trabalho educativo e como ela vai se constituindo à medida que
interfere na realidade, com o modo de ser do professor.
Também estudamos sobre a relação entre identidade e profissionalização,
demonstrando como o processo de profissionalização engloba a profissionalidade e o
profissionalismo.
Por isso, discutimos novamente a importância da formação inicial e continuada
de qualidade para que a prática pedagógica possa ser efetiva, assim como a
importância das condições de trabalho.
Vimos ainda a necessidade da valorização da carreira docente, como a
profissão docente tem sido desvalorizada, embora seja a profissão que forme outras
profissões, e a importância da valorização docente para a percepção do professor
sobre sua profissão.
Todos esses temas compõem o que conhecemos por identidade docente, por
meio de um processo em que eles se relacionam e se transformam ao longo da
história de vida do professor.
Na próxima unidade, direcionaremos nossa discussão para a docência no
ensino superior. Espero que você tenha aprendido bastante e esteja animado para
continuar.
Atividade de Aplicação
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Bom trabalho!
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Disponível em: https://s3.amazonaws.com/qcon-assets-
production/images/provas/44211/60389fd69500fea7c560.png
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e) Ética e profissionalidade.
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UNIDADE III
Nesta unidade, temos como objetivo principal apresentar para você, aluno,
futuro docente do ensino superior, algumas respostas para a seguinte questão: Qual
docente
1.7 é preciso no ensino superior?
Para isso,
1.8 Atuação debateremos,
e formação no primeiro
profissional: item, pedagógicos
os saberes as características principais que
compõem
1.9 a universidade e a atividade docente em exercício.
No. segundo item, discutiremos sobre a realidade do ensino superior hoje no
Brasil, abrangendo as questões mais emergentes.
Terminaremos essa unidade com um terceiro tópico que irá abordar os desafios
e as perspectivas para o docente em atuação hoje.
56
3.1 Características básicas da docência universitária
35
Disponível em: https://imagenes.universia.net/gc/net/images/educacion/i/im/ima/imagem-ensino-
para-adultos. Acesso em: 19 jul. 19.
57
Você sabe quais são as funções
atribuídas às universidades?
Fonte: https://publicdomainvectors.org/pt/vetorial-
gratis/Rapaz-pensando-em-
quest%C3%A3o/70001.html
Essas e outras perguntas que todo profissional do ensino superior deve saber
serão debatidas nesta unidade do livro-texto!
36
Disponível em: https://www.unip.br/presencial/ensino/graduacao/tradicionais/index.aspx. Acesso em:
15 jun. 2019.
58
Podemos sintetizar algumas das principais tarefas atribuídas ao processo de
formação superior, para melhor compreendermos sua função social:
I. Introdução ao conjunto de conhecimentos produzidos pela história das
sociedades humanas.
II. Domínio de habilidades e conhecimentos específicos que proporcionam
avanços profissionais.
III. Autonomias intelectual e profissional na busca por conhecimentos.
IV. Elaboração de novos paradigmas para o conjunto da sociedade.
59
isoladas. Além disso, o livro traz uma análise do ensino superior no contexto atual,
suas finalidades e suas tradições. Ainda são discutidas questões referentes à
identidade do professor no ensino superior, entre outras. Não deixe de estudar essa
referência importantíssima!
PIMENTA, Selma G. & ANASTASIOU, Léa G. C. Docência no Ensino Superior. 2.
ed. São Paulo: Cortez Editora, 2005, 279 p.
37
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-38536327. Acesso em: 01 jul. 2019.
60
Quem são os responsáveis pelo cumprimento da função social da
universidade?
Até aqui, partindo do que já foi debatido nas unidades anteriores e no início
desta, já é possível pensarmos em algumas respostas para essa pergunta acima.
O responsável pelo cumprimento da atividade central das universidades, que é
o ensino especializado das várias áreas do conhecimento humano, é o professor
universitário.
Vejamos, então, qual é o perfil que devem ter os docentes universitários!
As universidades têm algumas características e funções específicas de ser
diante da sociedade, certo? São elas: construções científica e de crítica ao
conhecimento historicamente produzido, ou seja, de investigação e criação de novos
horizontes e formas sociais.
Nesse sentido, notamos que o processo de ensino é parte central dessa
complexa atividade que se construiu ao longo da história nas universidades.
Essa atividade, o ato de ensinar, é especificamente uma atividade humana, que
se desenvolveu a partir da transformação do ser natural em ser social. E é, portanto,
uma atividade que sofreu uma série de transformações para se desenvolver no que
é, hoje, expressão desse processo histórico.
Existem norteadores para a atuação do professor, sejam eles leis federais,
conselhos que regulamentam a profissão, projetos políticos pedagógicos etc.
São muitas as funções atribuídas aos professores universitários. De acordo
com Zabalza (2004) são três, as funções atribuídas aos professores universitários: o
ensino, a pesquisa e a administração em diversos setores da instituição. Para Veiga
(2005) soma-se a essas funções, a orientação acadêmica: monografias, dissertações
e teses, além artigos e supervisão de estágios o que faz com que o trabalho docente
se torne mais complexo.
Podemos perceber que docência ultrapassa as tarefas de ministrar aulas, pois
os professores desempenham muitas outras funções (VEIGA, 2006).
Além disso, Veiga (2006) afirma que a docência universitária exige a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
61
Fonte: Google imagens38
A indissociabilidade entre esses três eixos é essencial ao funcionamento da
universidade e à prática do professor. De acordo com Veiga (2006):
62
Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da educação), de 1996, o sistema
educacional brasileiro está dividido em dois grandes níveis: o nível do ensino básico
(composto pela educação infantil, pelo ensino fundamental do 1º ao 9º ano e pelo
ensino médio) e pelo ensino superior e a pós-graduação.
Com relação aos profissionais do ensino superior, de acordo com a LDB (Lei
de Diretrizes e Bases da educação), de 1996, foram fixadas algumas atribuições para
a atividade docente, entre elas:
Além das características elencadas acima, não podemos nos esquecer de uma
característica importantíssima: a inovação!
40
http://www.aen.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/56420/news_interna_sinapse12.jpg -
Acesso em: 01 jul. 2019.
63
Essa característica é essencial ao exercício da docência, pois é preciso romper
com as formas conservadoras de ensinar, aprender, pesquisar e avaliar!
Além disso, de acordo com Veiga (2006), a inovação pode possibilitar a
superação de dicotomias entre o conhecimento científico e o senso comum, educação
e trabalho, teoria e prática, uma vez que se busca a reconfiguração dos saberes.
É preciso uma formação de professores universitários que possibilite o
desenvolvimento dessa habilidade tão importante, que é a inovação.
Observe a importância da formação novamente! Seja ela inicial e/ou
continuada, deve sempre servir ao desenvolvimento qualitativo do profissional.
E o que garante essa formação para professores universitários?
Com relação ao amparo legal, o artigo 66 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - Lei 9394/96 - diz o seguinte: “A preparação para o exercício do magistério
superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de
mestrado e doutorado”.
Deste modo, observa-se que o docente universitário não será formado, e sim,
preparado, nos programas de mestrado e doutorado.
O parágrafo único do mesmo artigo reconhece o notório saber, que se refere
ao título concedido por universidade com curso de doutorado em área afim.
Diante disso, observa-se que a formação pedagógica para o exercício da
docência universitária não é possibilitada em sua completude, uma vez que os cursos
de pós-graduação, muitas vezes, exigem somente uma disciplina de metodologia de
ensino e não proporcionam a formação pedagógica de professores.
Assim, é necessária a iniciativa individual aliada aos regimentos das instituições
de educação superior para que se efetive uma formação docente voltada à formação
pedagógica do professor universitário.
64
Em síntese, o que é preciso para o professor exercer o magistério no ensino
superior? "[…] o exercício do magistério da educação superior deve ser
desempenhado por doutores e mestres, com evidente prioridade para os primeiros"
(FORGRAD, 2004, p. 242).
41
https://www.ifgoiano.edu.br/home/images/IPMR/Imagens/variadas/docencia.png - Acesso
em: 03 jul. 2019.
65
Compreendemos, portanto, que os professores universitários devem ser
desenvolvidos a partir de tais características, para que tenham capacidade de
enfrentar questões fundamentais da universidade:
a) formação científica na área do conhecimento;
b) pós-graduação stricto sensu, preferentemente, no nível de doutorado;
c) domínio do processo histórico de constituição da sua área do conhecimento;
d) crítica à compreensão dos métodos que produziram o conhecimento
acumulado;
e) competência pedagógica.
Discutimos, no tópico anterior, duas questões que são fundamentais tanto para
a formação quanto para a atuação docente no ensino superior, além de constituírem
características da docência universitária. Foram elas:
Quais são as funções atribuídas às universidades?
Quem são os profissionais que atuam nas universidades?
Para este tópico, iremos apresentar alguns elementos que compõem a
realidade do ensino superior no Brasil, retomando aspectos do universo da docência
universitária e como ela tem sido efetivada no contexto brasileiro.
66
Vamos para mais essa unidade desafiadora!
42
https://www.123rf.com/photo_49320171_stock-vector-pink-brain-in-the-form-of-a-burning-
light-bulb-on-a-white-background-illustration-drawn-by-hand-.html - Acesso 03 jul. 19.
67
Figura 38: Ensino para o desenvolvimento integral
E, por outro lado, qual é o tipo de ensino que queremos ofertar aos nossos
estudantes quando estivermos em atuação no ensino superior?
Segundo Carlinda Leite e Kátia Ramos (2012, s/p.), duas pesquisadoras
importantes acerca dos processos de formação para a docência no ensino superior,
Deste modo, nosso papel como formadores, como docentes no ensino superior,
deve ser o de buscar superar a chamada "fragmentação das funções", ou seja, de
combater as visões que separam a realidade e o conhecimento cientifico em
compartimentos fragmentados, em que pouco ou nada se relaciona e contribui com o
avanço dos conhecimentos para as áreas afins.
43
Disponível em: http://www.fundacaosmbrasil.org/cms/wp-
content/uploads/2016/11/videoeducacaointegral.png - Acesso em: 30 jun. 2019.
68
Figura 39: Superação da fragmentação do conhecimento
69
Vamos apresentar, agora, alguns dados quantitativos que ajudam a compor o
complexo quadro da realidade do ensino superior no Brasil hoje.
Posteriormente, faremos um debate qualitativo acerca das interpretações
desses dados para completar ainda mais os seus conhecimentos sobre o ensino
superior.
Animado? Vamos lá!
Tabela 01: Número de vagas ofertadas no ensino superior de 1933 a 2005 por setor
70
Figura 41: A expansão do ensino superior
Sobre essa mudança no perfil das instituições de ensino que abarca a maioria
dos estudantes no ensino superior no Brasil, de instituições públicas para a rede
privada de ensino, fica evidente uma série de desdobramentos.
Uma delas diz respeito às questões referentes aos recursos destinados a cada
uma das modalidades de ensino no Brasil.
Os recursos financeiros destinados a cada uma das modalidades estão
diretamente ligados à qualidade de recursos materiais e imateriais disponíveis ao
professor para aquele determinado nível de processo de formação humana.
Segundo Alexandre de Paula Franco, em 2006, o percentual do PIB (Produto
Interno Bruto), ou seja, a soma das riquezas produzidas no Brasil ao longo de um ano,
que correspondia aos investimentos federais com a educação em todos os seus
níveis, chegava à casa dos 4,3% do conjunto das riquezas nacionais.
Franco (2008) afirma que, para alguns críticos sobre a temática, o investimento
no ensino superior é ínfimo, se comparado aos demais níveis de educação. Alguns
dados apontam que, em 2006, era até 10 vezes maior o investimento por aluno no
ensino superior em relação ao ensino fundamental.
O autor compreende que "ampliar o investimento no ensino básico não significa
reduzir o que se aplica nesse nível, mas sim ampliar o patamar do PIB, de cerca de
4,3% para 7 a 8%, de modo a aumentar recursos para a educação básica" (FRANCO,
2008, p. 55).
46
Disponível em:
http://www.portoferreirahoje.com.br/thumb/740x428/ahBzfmxvY2FsLW5ld3MtaHJkcg4LEgVJbWFnZRi
u6J4CDA.jpg. Acesso em: 23 jul. 19.
71
Tendo mais recursos à disposição, em todos os níveis de educação, teremos
mais condições de formar nossos alunos com qualidade, de forma integral, humana e
voltada ao desenvolvimento da vida em sociedade.
47
Disponível em: https://st2.depositphotos.com/4764563/9384/v/950/depositphotos_93848422-
stock-illustration-invest-in-education-vector-concept.jpg. Acesso em: 23 jul. 19.
72
Outra característica diz respeito à acentuada diferença étnico-racial entre os
estudantes que frequentam o ensino superior. De acordo com Neves (2012), cerca de
62,6% dos estudantes brancos de 18 a 24 anos estão no ensino superior, enquanto
apenas 28,2% dos estudantes negros, da mesma faixa etária, cursam faculdade ou
universidade.
Você sabia que existe uma série de discussões acerca da exclusão do ensino
superior em vários segmentos da sociedade? Por isso, é importante estudarmos e
compreendermos a necessidade das políticas de ação afirmativas, para pobres e
negros, considerando que mais da metade da população brasileira é negra e tem sido
excluída do acesso e permanência no ensino superior. Para saber mais sobre o
assunto, sugerimos a leitura de uma das publicações da Revista Universidade e
Sociedade, que debaterá, de forma primorosa, o assunto. Abaixo a referência:
ANDES-SN. Universidade e Sociedade. Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior. Ano XX, n. 46. p. 8-174, Junho/2010. Disponível em:
https://www.andes.org.br/img/midias/05cd15cdb0e6e8501dc339c5db988971_15481
75025.pdf
73
Após estudarmos sobre algumas características da realidade do ensino
superior brasileiro, passemos aos desafios e perspectivas que o professor
universitário enfrenta no exercício da profissão. Essa temática está ligada às outras
que discutimos nessa unidade, portanto, muita atenção!
Neste último item da unidade, iremos abordar o tema dos desafios e das
perspectivas para o docente universitário em atuação hoje.
Esse tópico completa a unidade 3, de forma a buscar relacionar o que foi
debatido nos dois tópicos anteriores. Assim, a partir do entendimento das
características da docência universitária e da realidade do ensino superior no Brasil,
fornecemos elementos para você, aluno, analisar e compreender os desafios e as
perspectivas que estão diante do docente universitário em nossa realidade!
Os eixos que serão abordados nesse tópico são:
• a formação docente (ensino, pesquisa e extensão) e a precarização do
trabalho docente;
• a desvalorização do trabalho universitário e os desafios diários para a
atuação do docente universitário.
74
É necessário problematizarmos: sob as condições atuais de trabalho, o
professor universitário terá, de fato, condições para desenvolver todas as atividades
que são características da docência universitária?
Algumas das adversidades que influem negativamente no trabalho do professor
são: redução dos postos de trabalho, crescente exigência por formação superior,
redução dos salários médios dos docentes universitários e, em contrapartida, aumento
das jornadas de trabalho.
Essas questões estão diretamente ligadas:
à qualidade do ensino que esse professor poderá ofertar a seus
alunos;
ao desempenho individual de cada estudante diante do processo de
formação;
à saúde mental e física de cada docente que compreende seu papel
ativo e transformador diante de uma realidade que, muitas vezes,
não apresenta possibilidades de transformação;
ao modo como a sociedade passa a compreender as relações de
ensino;
a todo um processo que sintetiza a precarização do trabalho
universitário.
48
Disponível em: https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR5EYvKeUbN_sXjPWu6Iw0xLRncGgrfDwuFj9kYSnXyITkakY
I8xQ Acesso em: 15 jun.19.
75
O processo de desvalorização da carreira e do profissional docente está
intimamente relacionado com o que foi discutido anteriormente: a precarização da
docência.
Com a precarização do trabalho docente, ampliam-se as jornadas de trabalho
e são flexibilizadas as relações trabalhistas dos professores com as instituições de
ensino.
Diante disso, toda a atividade que deveria ser o foco do docente universitário
(que é ensino, pesquisa e extensão) é secundarizada, em função das condições
materiais de se efetivar a prática docente.
Nesse sentido, a desvalorização da carreira docente entra nessa relação como
um agravante da situação de precarização do trabalho docente e traz, ainda, alguns
elementos que são específicos desse fenômeno.
O que tem maior destaque, no processo de desvalorização da carreira docente,
são questões que estão, também, relacionadas ao financeiro, ao montante de salário
que cada professor receberá ao final do mês, certo? Certo, porém não podemos parar
por aqui…
49Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjpmMudvs
vkAhU6EbkGHdI7C30QjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.culturagenial.com%2Fdicas-
livros%2F&psig=AOvVaw308g1WGBMv58V7PQmUG1aU&ust=1568384640408322 Acesso em: 15
jun. 19.
76
A maioria das relações que o docente universitário estabelece em seu ambiente
de trabalho insere-se em diversas contradições: jornadas estendidas, exigência
constante por formação, salas superlotadas, salário precários etc.
Assim, o professor universitário vivencia algo que, em outros níveis de
educação, já ocorreu, posteriormente, em nossa sociedade. Referimo-nos ao
processo onde, socialmente, se compreende o conhecimento, o estudo sistematizado,
científico, teórico, os métodos de pesquisa, que pouco, ou nada, contribuem para a
"realidade prática", para o fazer cotidiano.
É aqui que, possivelmente, se desenvolvem os elementos que chamamos de
"subjetivos" dentro do processo de desvalorização da carreira docente. É quando o
profissional docente internaliza, para si, essas falsas noções acerca do conhecimento
cientifico e passa a reproduzi-las sem crítica ou reflexão.
50Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiI6PzEnsv
kAhUvIrkGHRS3BVoQjRx6BAgBEAQ&url=http%3A%2F%2Fwww.lapfes.ufc.br%2Fprojetos-de-
pesquisa%2Fsofrimento-ps%25C3%25ADquico-uma-an%25C3%25A1lise-
fenomenol%25C3%25B3gica-existencial-dos-modos-
de&psig=AOvVaw24TgZue_eEX88F7BLf_5e3&ust=1568376075868879. Acesso em 15 jun. 19.
77
• a reprodução das práticas sociais comuns, sem reflexão acerca do seu
papel enquanto docente nessas relações;
• a perda da especificidade daquilo que o faz professor, que é o ato de
produzir, direta e intencionalmente, a humanidade historicamente
acumulada pelos homens, visto que perde, também, parte de sua própria
humanidade.
Diante desse cenário que pode parecer desanimador, é preciso levantarmos a
cabeça e compreendermos que somente poderemos agir de forma transformadora na
realidade se a compreendermos em maior grau.
Por isso, para você, aluno, que está se preparando para a realidade da
docência universitária, esse tópico é de extrema importância e o ajudará em sua
prática profissional.
Retomando o debate com as autoras Correa e Goés, é importante lembrarmos
que nem tudo, na vida do professor universitário, são adversidades! Vejamos o que
dizem as autoras:
51
http://servicos.catolicavirtual.br/conteudos/moocs/guia_metodologias/images/conteudo/img-06-maa-
06-03.jpg. Acesso em: 16 jul. 2019.
78
Como bem apontam as autoras, os desafios compõem um cenário que também
apresenta uma série de possibilidades, de perspectivas para o docente universitário.
É importante que estejamos atentos a todos os fenômenos de nossa realidade.
Os principais desafios que estão postos para os professores, atualmente, estão
ligados principalmente às novas formas de sociabilidade do século XXI, ou seja, as
inovações tecnológicas e os seus desdobramentos no cotidiano.
Esse curso que você está realizando hoje é parte desses novos desafios!
A modalidade de ensino a distância passou a ser uma realidade em nosso
cotidiano apenas após a difusão da rede mundial de computadores, a internet. Esses
desafios estão presentes tanto na vida do aluno quanto na vida do professor. Cabe a
nós, docentes, manter o radar ligado às novas mudanças da vida cotidiana e buscar,
sempre, a efetivação daquilo que nos torna sujeitos do processo de ensino - o ato de
transmitir direta e intencionalmente a humanidade no outro.
Nesse ponto, entramos no conteúdo da nossa próxima unidade da apostila, na
qual abordaremos a relação ética entre o docente do ensino superior e os alunos.
52Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiC1eTovs
vkAhVKIrkGHVOPCHQQjRx6BAgBEAQ&url=http%3A%2F%2Fwww.cfn.org.br%2Findex.php%2Fcas
os-eticos-participe-da-consulta-aberta-a-categoria%2F&psig=AOvVaw0T6ON-
ciTIg1sYvpMlt966&ust=1568384791577392). Acesso em 17 de jul. 19.
79
Chegamos ao final da terceira unidade da nossa disciplina.
Aqui você estudou sobre as questões específicas que envolvem a docência no
ensino superior.
Dentre elas, discutimos, brevemente, acerca das características tanto das
instituições de ensino superior quanto do profissional docente que atua nessas
instituições, com uma função social específica.
Dentro desse tema, abordamos, ainda, as características principais que
compõem a atividade docente em exercício e a permanente relação entre o ensino, a
pesquisa e a extensão.
Também estudamos sobre a realidade do ensino superior hoje no Brasil e a
crescente expansão das instituições de ensino superior públicas e privadas.
Vimos, ainda, a necessidade de problematização dos investimentos voltados
para a educação, assim como a relação direta entre os investimentos, a oferta de
vagas e a qualidade do ensino que pode ser ofertado pela comunidade acadêmica.
Por último, encerramos essa unidade com uma discussão acerca dos desafios
que estão postos diante da realidade do professor universitário e, por outro lado, as
perspectivas que se abrem com as mudanças constantes das sociedades em que
vivemos.
Na próxima unidade, direcionaremos nossa discussão para a relação que
envolve a ética docente no ensino superior.
Essa é uma unidade fundamental para o futuro docente universitário! Vamos
seguir para outro debate animador e fundamental para nossa formação!
Animados??
Atividades de aplicação
80
atribuídas às instituições de ensino superior? Elas condizem com aquelas
funções específicas que foram apresentadas nessa unidade? Explique.
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Fonte: Google imagens.53
Bom trabalho!
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82
(a) Deter o conhecimento e, independente da realidade dos estudantes, cumprir
os conteúdos programados.
(b) Localizar no aluno o conhecimento: cabe ao professor ensiná-lo a aprender.
(c) Entender que não é nas instituições de ensino superior que se elaboram os
conhecimentos mais complexos, eles ocorrem na prática cotidiana.
(d) Introduzir os conhecimentos históricos das sociedades humanas; o domínio de
habilidades e conhecimentos específicos; proporcionar a autonomia intelectual
e profissional; formar novos pressupostos para o conjunto das sociedades.
(e) Entender que não existem elaborações sobre as funções do professor no
ensino superior que possam orientar sua prática. Cada docente desenvolve sua
prática partindo de sua subjetividade e vivência.
83
UNIDADE IV
3.
4. A INTER-RELAÇÃO DA ÉTICA E DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
. Nesta unidade, temos como objetivo principal apresentar, para você, aluno, as
relações que fundamentam o conceito de ética e moral. De que forma esses dois
conceitos estão intimamente relacionados com os processos de formação que o
docente universitário encontrará em sua atuação profissional?
84
Já estudamos em nosso material que a educação tem a função social de
possibilitar que o indivíduo se aproprie do conhecimento historicamente acumulado,
por meio do ensino do professor. Assim, é por meio desse processo que o indivíduo
aprende tudo que é humano. Aprende a ler, escrever, resolver exercícios
matemáticos, aprende o que é sociedade, como analisá-la, como atuar diante dela,
aprende, portanto, a se tornar humano.
Este é um processo educativo, uma vez que tem como função se apropriar
desta forma de sociabilidade, como já afirmado pelo psicólogo soviético Alexis
Leontiev.
85
Mas o que é ética, afinal?
86
Figura: Ética e educação
Aqui, vemos, portanto, que o ato de ensinar, a educação e a ética são aspectos
que se relacionam e andam de mãos dadas.
Além disso, o estudo da ética não tem como objetivo estabelecer regras
fechadas de como se comportar, ou estabelecer soluções para cada situação prática
moral com a qual o professor lidaria em contexto educativo.
A importância do estudo da ética, ao professor que atua na educação, diz
respeito a dar subsídios por meio de uma ciência com princípios gerais voltados para
a reflexão de um comportamento moral e, dessa forma, a saber agir em situações
problemáticas.
De acordo com Vázquez (1982, p. 18),
[…] a ética se relaciona com outras ciências que, sob ângulos diversos,
estudam as relações e o comportamento dos homens em sociedade e
proporcionam dados e conclusões que contribuem para esclarecer o tipo
peculiar de comportamento humano, que é o moral.
56Disponível em:
http://www.ctaolavoclaro.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/9/690/4423/arquivos/Image/conselho.jpg.
Acesso em: 27 jul. 19.
87
outras, das quais o professor deve se apropriar para analisar a realidade, o contexto
educativo, e atuar diante dele.
Você sabia que Adolfo Sanches Vazquez, em seu estudo sobre Ética, nos
apresenta as principais formas de compreensão acerca das doutrinas éticas ao longo
da história? O autor destaca quatro: Ética Grega, Ética Cristã Medieval, Ética Moderna
e Ética Contemporânea. Não deixe de estudar mais sobre a temática.
VAZQUEZ, A. S. ÉTICA. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1982.
88
Figura 49: Ética e docência
57
Disponível em: https://canaldoensino.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/02/como-ensinar-etica-
na-sala-de-aula_Prancheta-1.jpg. Acesso em: 30 jul. 19.
58
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwi6w7TVsPzkAhVjFbkGHTPrA1
EQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fbr.stockfresh.com%2Fstock-
vectors%2Ffila&psig=AOvVaw3f_9kAwC0_Qib41keOJ6M9&ust=1570064566138957). Acesso em: 30
jul. 19.
89
Por que não se deve separar por gênero e qual implicação ética nesse
processo?
A resposta é simples: a função de uma fila é organizar e não separar por
gêneros. Você vai a um supermercado e não há um caixa para homens e outro para
mulheres. No banco, não existe um caixa para homens e outro para mulheres. Onde
há essa separação? Penitenciária e/ou hospício e alguns lugares muito específicos,
portanto, cautela!
59
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjs4OTSsfzkAhWZJbkGHW9XA
8EQjRx6BAgBEAQ&url=http%3A%2F%2Farchivo.unionguanajuato.mx%2Farticulo%2F2014%2F10%
2F08%2Feducacion%2Fla-interesante-historia-del-pizarron-
escolar&psig=AOvVaw0HX5Uu5qvIv3bICKyRPprJ&ust=1570064854082594. Acesso em: 31 jul. 19.
90
Em ambos os exemplos, o professor age de forma equivocada ao expor seus
alunos a situações que podem ser constrangedoras.
Ao questionar um aluno que respondeu de forma errada determinada questão
em frente a toda a sala, o professor expõe o estudante aos demais e pode criar, nesse
estudante, certos traumas, visto que o mesmo pode se tornar motivo de chacota entre
os demais alunos.
Esses exemplos partem da realidade prática do dia a dia do professor em
sala de aula, por isso, são de fundamental importância para repensarmos nossas
práticas docentes e não incorrermos em desvios éticos!
91
Sendo assim, vamos aprofundar nossos conhecimentos no próximo item dessa
unidade 4 sobre a relação entre a ética e a moral nas relações específicas do ensino
superior, na relação entre professor e aluno.
61
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjKg5qf7_3kAhVsHLkGHddGD
T4QjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.bahianoticias.com.br%2Fnoticia%2F229024-escola-
sem-partido-especialistas-alertam-para-fim-de-relacao-de-confianca-professor-
aluno.html&psig=AOvVaw3aPnQIxtnsIjJz1coFSjiM&ust=1570115767705829. Acesso em: 31 jul. 19.
92
e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social,
profissional ou de uma sociedade.
Ainda de acordo com o Dicionário de Significados (in
https://www.significados.com.br> acessado em 31/07/19, moral (relativo aos
costumes) é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da
tradição e do cotidiano e que orientam o comportamento humano dentro de uma
sociedade.
Assim sendo, ética é uma reflexão sobre a moral e seu objeto é um setor da
realidade humana: a moral, que se constitui por um tipo peculiar de fatos ou atos
humanos. São conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano
ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e
teórica.
Marilena Chauí (2009) afirma que ética e moral têm significados diferentes, uma
vez que a ética se relaciona aos valores morais que dirigem o comportamento humano
em sociedade. Por isso, é uma ciência que estuda a moral.
Já a moral se refere aos costumes, regras, tabus e convenções instituídas por
determinada coletividade.
Ainda sobre a distinção entre os conceitos de ética e moral, Terezinha Rios nos
apresenta uma definição que ajuda a avançar com as definições:
62 Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwieoqna8_vkAhW5HbkGHegOA
JQQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fdescomplica.com.br%2Fblog%2Ffilosofia%2Fquestoes-
comentadas-moral-e-
etica%2F&psig=AOvVaw2MRasHD1voieWj4QvBb5Mu&ust=1570048261604375) Acesso em: 31 jul.
2019.
93
É importante, para seguir adiante, estabelecer a diferença entre os
conceitos de ética e moral. Enquanto a moral se constitui num conjunto de
prescrições – normas, regras, leis – que orientam as ações e relações dos
indivíduos em sociedade e que, portanto, tem um caráter normativo, a ética
é a reflexão crítica sobre a moral, é o olhar agudo que procura descobrir os
fundamentos dos valores, tendo como referência a dignidade humana e como
horizonte a construção do bem comum. (RIOS, 2009, p. 18)
Essas são indagações que todo docente universitário tem de se fazer e buscar,
coletivamente, construir alternativas que busquem respondê-las.
Para isso, o docente universitário deve ser formado na perspectiva de analisar
criticamente a realidade, de modo a ter consciência e intencionalidade em ações
éticas e, dessa forma, possibilitar que seu aluno, igualmente, saiba analisar a
realidade, de modo a compreendê-la.
Analisar criticamente refere-se a atender às questões que são colocadas
diariamente no contexto educativo e que permeiam a relação ética entre professor-
aluno.
Dentre as questões, podemos pontuar as de raça, de gênero, de direitos
humanos, de diversidade, que são indagações que sempre aparecem no contexto
educativo e universitário, ainda que não seja o objeto de dada disciplina.
94
Figura 55: Debates interdisciplinares
Esse debate interdisciplinar, que abrange questões éticas está relacionado com
o conjunto de pressupostos morais da sociedade.
Aí está parte da relação entre ética e moral de que o docente universitário deve
estar ciente para uma boa prática em suas relações com estudantes de nível superior.
Saber como conduzir determinadas situações que envolvam questões éticas é
estar ciente deste conjunto de normas, modos de agir, e de toda a cultura local onde
se estabeleça a relação com o aluno.
Esse conjunto engloba e deve estar fundamentado nos direitos humanos.
Para Vasconcelos, existem algumas características desejáveis que o professor
universitário exerça em sua atividade profissional, enquanto sujeito ético:
63Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjg0trjpIHlAhWDIrkGHVmpCzU
QjRx6BAgBEAQ&url=http%3A%2F%2Fwww.adusb.org.br%2Fweb%2Fpage%3Fslug%3Dnews%26id
%3D9266%26pslug%3D&psig=AOvVaw3bimhfpnumC4e-oXlJiYfo&ust=1570233208160397. Acesso
em: 14 jul. 19.
95
modo a promover o desenvolvimento de uma consciência que conduza à ética na ação
docente.
96
Figura 57: Compondo a personalidade docente
[…] é com base nos princípios da ética que avaliamos mais amplamente
todas as dimensões de nosso trabalho. Os critérios que nos fazem
estabelecer os conteúdos e os métodos, a forma como estabelecemos
nossas relações com os colegas e os alunos, as escolhas que fazemos,
deverão ser questionados se não tiverem como fim último o bem comum. É
aí que ganha sentido a afirmação de que a escola deve ser construtora da
cidadania. E também da felicidade, que é o outro nome do bem comum
(RIOS, 2009, p. 18)
65Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjyusmbqIHlAhUhA9QKHbtQBu
kQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fblog.lahar.com.br%2Fmarketing-digital%2Festrategias-de-
marketing- digital%2F&psig=AOvVaw0tDJardlBqVoAb_8is_Uff&ust=1570234155323375). Acesso em:
03 ago. 2019.
97
Isso significa que, para o professor, que se forma e compreende os processos
de ensino e de formação humana, o ato de ensinar passa a ser algo praticado
constantemente.
Não apenas em suas aulas, mas no seu modo de vida, na forma como se
posiciona diante do mundo, o professor está ensinando algo.
Para agir cotidianamente, de modo ético, o professor de nível superior tem de
estar ciente de todo o conjunto moral daquela sociedade em que se formou.
Compreender os processos históricos de constituição da sociedade ajuda o professor
a localizar, no dia a dia, os preceitos morais bem aceitos.
66
Disponível em: https://cdn.digitalks.com.br/wp-content/uploads/2017/11/marketing-de-
influ%C3%AAncia.png. Acesso em: 03 ago. 2019.
67Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwi01oCzuoHlAhUQILkGHSQRD
vwQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fconceitos.com%2Fsociedade%2F&psig=AOvVaw1XPylIn
Aoqs_x0DIyQRMpi&ust=1570239031095399. Acesso em: 03 ago. 2019.
98
No artigo “A relação professor-aluno e a questão da ética”, as autoras Daniela
Ferreira de Freitas e Francisca Daiana Estrela Silva debatem essa relação entre a
ética e o discurso e as práticas morais do professor ao longo de sua vida. Para saber
mais, leia o artigo e aprofunde seus conhecimentos! Segue uma breve passagem do
artigo que trata dessa relação:
Vimos, nessa unidade, portanto, algumas das relações entre os temas ética e
moral e suas implicações para o exercício da docência no ensino superior. De que
forma deve agir o professor diante do tema que envolve posições éticas? Qual a
conduta esperada diante de tal situação?
Essas e outras questões serão bem respondidas e conduzidas pelo docente
universitário a partir do conhecimento do conjunto das normas morais da sociedade.
É importante que o docente universitário esteja sempre atento aos debates
mais evidentes na atualidade, seja dos movimentos sociais, organizações sociais,
sindicatos, grupos de estudantes, assembleia de bairros, partidos políticos etc.
Pois é aí que o professor terá acesso a parte das discussões que serão pauta
em suas aulas próximas.
O ambiente de ensino dentro das universidades está completamente
relacionado com a esfera da vida fora da universidade, pensando diretamente no caso
dos docentes de nível superior.
Cabe ao professor estar atualizado nas discussões e, partindo de uma conduta
ética, se posicionar diante das relações de ensino que esse estabelece e dos
eventuais debates apresentados.
99
Figura 60: Esfera social da prática docente
68
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjNm5Xdx4HlAhUOGbkGHVdtA
HEQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.oeiportugal.org%2Fen%2FOei%2FNews%2Fa-oei-
apela-a-participacao-da-sociedade-civil-na-
revisao&psig=AOvVaw16Sj02Ym2_M7Hg_Y60Vpo4&ust=1570242596620075. Acesso em: 03 ago.
2019.
100
Figura 61: Construindo um espaço ético
69Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjQspWw54LlAhUTA9QKHVwB
ATkQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.sbcoaching.com.br%2Fblog%2Fatinja-
objetivos%2Fteoria-relacoes-humanas%2F&psig=AOvVaw38fsIdbsZzS9AJbJF7IFL-
&ust=1570285470626832) – Acesso em: 03 ago. 2019.
101
Figura 62: Problematizações
Em seu primeiro dia de aula, o professor que preparou um plano de ensino para
toda a disciplina a ser ministrada organiza junto de seus alunos um momento inicial
para apresentação individual dos estudantes e, posteriormente, de
apresentação do plano de ensino da disciplina.
Esse momento, onde o professor abre espaço para seus alunos se
apresentarem, mesmo que de forma breve, aponta para os estudantes que, de fato,
aquele(a) professor(a) está disposto a conhecer e estabelecer relações humanas com
cada um de seus alunos.
Assim como, ao apresentar o plano de ensino da disciplina e os critérios e
métodos avaliativos que serão utilizados ao longo do curso, o professor age de forma
clara e ética com todos os seus estudantes, mostrando respeito e comprometimento
com o processo de ensino de cada um dos estudantes.
Esse primeiro exemplo pode parecer simples à primeira vista. No entanto,
contém, em si, o fundamento de uma boa relação entre o professor universitário e
seus alunos, uma relação sempre fundamentada em princípios éticos e morais.
70 Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiNq8vX8ILlAhVAF7kGHeBxB_
MQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fklickpages.com.br%2Fblog%2Fgatilhos-
mentais%2F&psig=AOvVaw2QMLJNH7lhafCjH1rAzpiu&ust=1570287939878878. Acesso em: 03 ago.
2019.
102
Figura 63: Conhecendo a realidade dos estudantes
Este exemplo está voltado para o agir ético dos alunos dentro das relações
educativas no ensino superior.
Deve ser parte do agir cotidiano dos estudantes o respeito aos professores e
todos os demais funcionários da instituição de ensino. Deve-se respeitar também o
direito de aprender dos outros alunos.
Isso significa que, além da necessidade do professor de buscar construir um
ambiente de ensino que seja agradável e acolhedor para seus alunos, cabe também
ao estudante o respeito, tanto ao profissional docente que está exercendo sua
profissão, quanto aos demais estudantes que procuram por conhecimentos.
Participar de um processo de ensino em nível superior é fundamentalmente
respeitar a liberdade do aluno de aprender e do professor de ensinar!! E isso deve se
dar tanto por parte dos professores quanto dos alunos e demais funcionários do
ambiente universitário.
71 Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjJnMTd7ILlAhWhJrkGHbFoCU
8QjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Frevistaladoa.com.br%2F2019%2F09%2Fnoticias%2Fibda-
realiza-iii-edicao-da-roda-de-conversa-a-pessoa-lgbt-com-deficiencia-neste-
mes%2F&psig=AOvVaw1H_9OJK_FxPo2d0YxKOJpJ&ust=1570286899492557. Acesso em: 03 out.
19.
103
Figura 64: Respeito e discurso ético
72
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiWqYmC8ILlAhW6KLkGHbskD
2oQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.udesc.br%2Fnoticia%2Fudesc_lanca_campanha_de
_conscientizacao_contra_assedios_em_ambiente_universitario&psig=AOvVaw2RWkoD_K9FrsnzMX
4ranPv&ust=1570287757744108. Acesso em: 03 ago. 2019.
104
algumas transgressões ou reinterpretações das regras do jogo. Afinal,
essas foram feitas por homens e serão mudadas por homens que
rejeitem a inexorabilidade das coisas (ROCHA e CORREIA, 2006, p.
6).
73
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjTw_noxIPlAhUKVK0KHU4ZC
AYQjRx6BAgBEAQ&url=https%3A%2F%2Fcaracol.com.co%2Femisora%2F2019%2F05%2F03%2Fp
ereira%2F1556884272_558385.html&psig=AOvVaw0P7KTPY_x-
db_KuQWUunK_&ust=1570310552240937) Acesso em: 03 ago. 2019.
105
Refletimos e nos questionamos cotidianamente acerca de nossas práticas,
saberes, fundamentos teóricos, tudo isso é parte do contínuo processo de formação
humana do docente universitário!
Esperamos que esse debate possa ter contribuído ainda mais para a sua
atuação profissional pautada em preceitos éticos e morais.
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Atividades de Aplicação
Bom trabalho!
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REFERÊNCIAS
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