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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

Ponto de partida para o exercício da


CONHECIMENTOS cidadania, a construção da consciência
ESPECÍFICOS sanitária implica, necessariamente, tanto
para gestores e profissionais quanto para
os usuários, a consciência dos aspectos
ATENDENTE DE que condicionam e determinam um dado
CONSULTÓRIO DENTÁRIO estado de saúde e dos recursos
existentes para sua prevenção, promoção e
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL recuperação.
O estímulo à construção de uma
As diretrizes aqui apresentadas consciência sanitária, em que a
apontam para uma reorganização da integralidade seja percebida como direito a
atenção em saúde bucal em todos os ser conquistado permitirá, com as formas
níveis de atenção, tendo o conceito do possíveis de participação, desenvolver o
cuidado como eixo de reorientação do processo de controle social das ações e
modelo, respondendo a uma concepção de serviços em saúde bucal.
saúde não centrada somente na Para a organização deste modelo é
assistência aos doentes, mas, sobretudo, fundamental que sejam pensadas as
na promoção da boa qualidade de vida e “linhas do cuidado” (da criança, do
intervenção nos fatores que a colocam em adolescente, do adulto, do idoso), com a
risco — pela incorporação das ações criação de fluxos que impliquem ações
programáticas de uma forma mais resolutivas das equipes de saúde,
abrangente e do desenvolvimento de ações centradas no acolher, informar, atender e
intersetoriais. encaminhar (referência e contra-
A produção do cuidado traz consigo referência). Onde o usuário, através de um
a proposta de humanização do processo de acesso que não lhe deve ser negado, saiba
desenvolver ações e serviços de saúde. sobre cada lugar que compõe a estrutura
Implica a responsabilização dos serviços e do serviço a partir da sua vivência nele:
dos trabalhadores da saúde, em construir, como uma pessoa que o conhece e se
com os usuários, a resposta possível às sente parte dele, e que é capaz de influir
suas dores, angústias, problemas e aflições em seu andamento. A linha do cuidado
de uma forma tal que não apenas se implica um redirecionamento do processo
produzam consultas e atendimentos, mas de trabalho onde o trabalho em equipe é
que o processo de consultar e atender um de seus fundamentos mais importantes.
venha a produzir conhecimento, Constituída assim, em sintonia com o
responsabilização e autonomia em cada universo dos usuários, esta linha tem como
usuário. pressuposto o princípio constitucional da
Assim, as ações e serviços devem intersetorialidade e, por seu potencial de
resultar de um adequado conhecimento da resolutividade, possibilita o surgimento de
realidade de saúde de cada localidade laços de confiança e vínculo,
para, a partir disso, construir uma prática indispensáveis para melhorar a qualidade
efetivamente resolutiva. É imprescindível, dos serviços de saúde e aprofundar a
em cada território, aproximar-se das humanização das práticas.
pessoas e tentar conhecê-las: suas Em consequência, os profissionais
condições de vida, as representações e as da equipe de saúde bucal devem
concepções que têm acerca de sua saúde, desenvolver a capacidade de propor
seus hábitos e as providências que tomam alianças, seja no interior do próprio sistema
para resolver seus problemas quando de saúde, seja nas ações desenvolvidas
adoecem bem como o que fazem para com as áreas de saneamento, educação,
evitar enfermidades. assistência social, cultura, transporte, entre
outras.
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No âmbito da assistência essas Definir política de educação


diretrizes apontam, fundamentalmente, permanente para os trabalhadores em
para a ampliação e qualificação da atenção saúde bucal, com o objetivo de
básica, possibilitando o acesso a todas as implementar projetos de mudança na
faixas etárias e a oferta de mais serviços, formação técnica, de graduação e pós-
assegurando atendimentos nos níveis graduação para que atendam às
secundário e terciário de modo a buscar a necessidades da população e aos
integralidade da atenção. princípios do SUS. Estabelecer
responsabilidades entre as esferas de
1. PRESSUPOSTOS governo, com mecanismos de cooperação
técnica e financeira, visando à formação
A reorientação do modelo de imediata de pessoal auxiliar, para
atenção em saúde bucal tem os seguintes possibilitar a implantação das equipes de
pressupostos: saúde bucal na ESF. Nos Estados em que
Assumir o compromisso de os Pólos de Educação Permanente
qualificação da atenção básica, garantindo estiverem implantados, a educação
qualidade e resolutividade, continuada dos trabalhadores em saúde
independentemente da estratégia adotada bucal deve ser dar através deles;
pelo município para sua organização; Estabelecer política de
Garantir uma rede de atenção básica financiamento para o desenvolvimento de
articulada com toda a rede de serviços e ações visando à reorientação do modelo de
como parte indissociável dessa; atenção.
Assegurar a integralidade nas ações Definir uma agenda de pesquisa
de saúde bucal, articulando o individual científica com o objetivo de investigar os
com o coletivo, a promoção e a prevenção principais problemas relativos à saúde
com o tratamento e a recuperação da bucal, bem como desenvolver novos
saúde da população adscrita, não produtos e tecnologias necessários à
descuidando da necessária atenção a expansão das ações dos serviços públicos
qualquer cidadão em situação de urgência; de saúde bucal, em todos os níveis de
Utilizar a epidemiologia e as atenção.
informações sobre o território subsidiando o
planejamento —deve-se buscar que as 2. PRINCÍPIOS NORTEADORES DAS
ações sejam precedidas de um diagnóstico AÇÕES
das condições de saúde-doença das
populações, através da abordagem familiar O desenvolvimento de ações na
e das relações que se estabelecem no perspectiva do cuidado em saúde bucal
território onde se desenvolve a prática de tem os seguintes princípios, além dos
saúde; expressos no texto constitucional
Acompanhar o impacto das ações de (universalidade, integralidade e equidade):
saúde bucal por meio de indicadores Gestão Participativa: definir
adequados, o que implica a existência de democraticamente a política de saúde
registros fáceis, confiáveis e contínuos; bucal, assegurando a participação das
Centrar a atuação na Vigilância à representações de usuários, trabalhadores
Saúde, incorporando práticas contínuas de e prestadores, em todas as esferas de
avaliação e acompanhamento dos danos, governo;
riscos e determinantes do processo saúde- Ética: assegurar que toda e qualquer
doença, atuação intersetorial e ações sobre ação seja regida pelos princípios universais
o território; da ética em saúde;
Incorporar a Saúde da Família como
uma importante estratégia na Acesso: buscar o acesso
reorganização da atenção básica; universal para a assistência e dar atenção
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a toda demanda expressa ou reprimida, saúde e às necessidades dos diferentes


desenvolvendo ações coletivas a partir de grupos populacionais.
situações individuais e vice-versa e
assumindo a responsabilidade por todos os 3. PROCESSO DE TRABALHO EM
problemas de saúde da população de um SAÚDE BUCAL
determinado espaço geográfico. Prioridade
absoluta deve ser dada aos casos de dor, A adequação do processo de
infecção e sofrimento. trabalho ao modelo de atenção que se está
Acolhimento: desenvolver ações propondo requer:
para o usuário considerando-o em sua Interdisciplinaridade e
integralidade bio-psico - social. Multiprofissionalismo: a atuação da equipe
Acolhimento pressupõe que o serviço de de saúde bucal (ESB) não deve se limitar
saúde seja organizado de forma usuário- exclusivamente ao campo biológico ou ao
centrada, garantido por uma equipe trabalho técnico–odontológico. Ademais de
multiprofissional, nos atos de receber, suas funções específicas, a equipe deve
escutar, orientar, atender, encaminhar e interagir com profissionais de outras áreas,
acompanhar. Significa a base da de forma a ampliar seu conhecimento,
humanização das relações e caracteriza o permitindo a abordagem do indivíduo como
primeiro ato de cuidado junto aos usuários, um todo, atenta ao contexto sócio-
contribuindo para o aumento da econômico-cultural no qual ele está
resolutividade. inserido. A troca de saberes e o respeito
Vínculo: responsabilizar a unidade mútuo às diferentes percepções deve
ou serviço de saúde na solução dos acontecer permanentemente entre todos os
problemas em sua área de abrangência, profissionais de saúde para possibilitar que
através da oferta de ações qualificadas, aspectos da saúde bucal também sejam
eficazes e que permitam o controle, pelo devidamente apropriados e se tornem
usuário, no momento de sua execução. O objeto das suas práticas. A ESB deve ser
vínculo é a expressão-síntese da — e se sentir — parte da equipe
humanização da relação com o usuário e multiprofissional em unidades de saúde de
sua construção requer a definição das qualquer nível de atenção.
responsabilidades de cada membro da Integralidade da Atenção: a equipe
equipe pelas tarefas necessárias ao deve estar capacitada a oferecer de forma
atendimento nas situações de rotina ou conjunta ações de promoção, proteção,
imprevistas. O vínculo é o resultado das prevenção, tratamento, cura e reabilitação,
ações do acolhimento e, principalmente, da tanto no nível individual quanto coletivo.
qualidade da resposta (clínica ou não) Intersetorialidade: as ações de
recebida pelo usuário. promoção de saúde são mais efetivas se a
Responsabilidade Profissional: escola, o local de trabalho, o comércio, a
implicar-se com os problemas e demandas mídia, a indústria, o governo, as
dos usuários, garantindo respostas organizações não -governamentais e
resolutivas, tornando-se co-responsável outras instituições estiverem envolvidas. A
pelo enfrentamento dos fatores associados intersetorialidade neste sentido implica
com o processo saúde-doença em cada envolver no planejamento os diferentes
território. Corresponde ao desenvolvimento setores que influem na saúde humana:
de práticas profissionais baseadas no entre outros a educação, agricultura,
respeito à identidade do usuário, comunicação, tecnologia, esportes,
conhecimento do contexto familiar e saneamento, trabalho, meio ambiente,
laboral, disponibilizando o tempo cultura e assistência social.
necessário à escuta da queixa e ao
atendimento e providências pertinentes, Ampliação e Qualificação da
criando suportes para a atenção integral à Assistência: organizar o processo de
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trabalho de forma a garantir procedimentos qualidade dos serviços prestados e


mais complexos e conclusivos, de forma a observando as normas de biossegurança.
resolver a necessidade que motivou a
procura da assistência evitando o 4. AÇÕES
agravamento do quadro e futuras perdas
dentárias e outras sequelas. Para isso, os O conceito ampliado de saúde,
serviços precisam disponibilizar tempo de definido no artigo 196 da Constituição da
consulta suficiente e adequado à República deve nortear a mudança
complexidade do tratamento. Nessa progressiva dos serviços, evoluindo de um
organização sugere-se: modelo assistencial centrado na doença e
a) maximizar a hora-clínica do baseado no atendimento a quem procura,
CD para otimizar a assistência – 75% a para um modelo de atenção integral à
85% das horas contratadas devem ser saúde, onde haja a incorporação
dedicadas à assistência. De 15% a 25% progressiva de ações de promoção e de
para outras atividades (planejamento, proteção, ao lado daquelas propriamente
capacitação, atividades coletivas). As ditas de recuperação.
atividades educativas e preventivas, ao Para melhor identificar os principais
nível coletivo, devem ser executadas, grupos de ações de promoção, de
preferencialmente pelo pessoal auxiliar. O proteção e de recuperação da saúde a
planejamento, supervisão e avaliação serem desenvolvidas prioritariamente, é
implicam participação e responsabilidade necessário conhecer as características do
do CD; perfil epidemiológico da população, não só
b) garantir o atendimento de em termos de doenças de maior
urgência na atenção básica e assegurar prevalência, como das condições sócio-
cuidados complementares a esses casos econômicas da comunidade, seus hábitos e
em outras unidades de saúde (pronto estilos de vida e suas necessidades de
atendimento, pronto socorro e hospital) de saúde — sentidas ou não —, aí incluídas
acordo com o Plano Diretor de por extensão a infra-estrutura de serviços
Regionalização; disponíveis.
c) Adequar a disponibilidade de As ações de saúde bucal devem se
recursos humanos de acordo com o fluxo inserir na estratégia planejada pela equipe
de demanda da realidade local. de saúde numa inter-relação permanente
Condições de Trabalho: para com as demais ações da Unidade de
assegurar a plena utilização da capacidade Saúde.
instalada da rede de serviços, propõe-se o 5.1. Ações de Promoção e Proteção
desenvolvimento de políticas de suprimento de Saúde – esse grupo de ações pode ser
de instrumentos e material de consumo e desenvolvido pelo sistema de saúde,
de conservação, manutenção e reposição articulado com outras instituições
dos equipamentos odontológicos, de modo governamentais, empresas, associações
a garantir condições adequadas de comunitárias e com a população e seus
trabalho. É indispensável, neste aspecto, órgãos de representação. Tais ações visam
observar estritamente as normas e padrões à redução de fatores de risco, que
estabelecidos pelo sistema nacional de constituem ameaça à saúde das pessoas,
vigilância sanitária. podendo provocar -lhes incapacidades e
Parâmetros: os parâmetros para doenças. Neste grupo situam-se, também,
orientar o processo de trabalho devem ser a identificação e difusão de informações
discutidos e pactuados entre as sobre os fatores de proteção à saúde. Esse
coordenações de saúde bucal (nacional e grupo compreende um elenco bastante
estaduais; e estaduais e municipais), com vasto e diversificado de ações de natureza
o objetivo de garantir a dignidade no eminentemente educativo-preventivas.
trabalho para profissionais e usuários, a
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A promoção de saúde bucal está espaços sociais, oferecidos de forma


inserida num conceito amplo de saúde que contínua e compreendem:
transcende a dimensão meramente técnica
do setor odontológico, integrando a saúde Fluoretação das águas
bucal às demais práticas de saúde coletiva.
Significa a construção de políticas públicas Entende-se que o acesso à água
saudáveis, o desenvolvimento de tratada e fluoretada é fundamental para as
estratégias direcionadas a todas as condições de saúde da população. Assim,
pessoas da comunidade, como políticas viabilizar políticas públicas que garantam a
que gerem oportunidades de acesso à implantação da fluoretação das águas,
água tratada, incentive a fluoretação das ampliação do programa aos municípios
águas, o uso de dentifrício fluoretado e com sistemas de tratamento é a forma mais
assegurem a disponibilidade de cuidados abrangente e socialmente justa de acesso
odontológicos básicos apropriados. Ações ao flúor. Neste sentido, desenvolver ações
de promoção da saúde incluem também intersetoriais para ampliar a fluoretação das
trabalhar com abordagens sobre os fatores águas no Brasil é uma prioridade
de risco ou de proteção simultâneos tanto governamental, garantindo-se continuidade
para doenças da cavidade bucal quanto e teores adequados nos termos da lei
para outros agravos (diabete, hipertensão, 6.050 e normas complementares, com a
obesidade, trauma e câncer) tais como: criação e/ou desenvolvimento de sistemas
políticas de alimentação saudável para de vigilância compatíveis. A organização de
reduzir o consumo de açúcares, tais sistemas compete aos órgãos de
abordagem comunitária para aumentar o gestão do SUS.
auto cuidado com a higiene corporal e
bucal, política de eliminação do tabagismo Educação em Saúde
e de redução de acidentes.
A busca da autonomia dos cidadãos Compreende ações que objetivam a
é outro requisito das ações de promoção apropriação do conhecimento sobre o
de saúde. A equipe de saúde deve fazer processo saúde-doença incluindo fatores
um esforço simultâneo para aumentar a de risco e de proteção à saúde bucal,
autonomia e estimular práticas de auto assim como a possibilitar ao usuário mudar
cuidado por pacientes, famílias e hábitos apoiando-o na conquista de sua
comunidades. Também é recomendável autonomia.
trabalhar numa linha de combate a A atenção à saúde bucal deve
automedicação, medicalização, e considerar tanto as diferenças sociais
dependência excessiva dos profissionais quanto às peculiaridades culturais, ao
ou serviços de saúde. discutir alimentação saudável, manutenção
As ações de proteção à saúde da higiene e auto cuidado do corpo,
podem ser desenvolvidas no nível considerando que a boca é órgão de
individual e /ou coletivo. Para as ações que absorção de nutrientes, expressão de
incidem nos dois níveis, deverá garantir-se sentimentos e defesa.
acesso a escovas e pastas fluoretadas.
Além disso, os procedimentos coletivos são Os conteúdos de educação em
ações educativo- preventivas realizadas no saúde bucal devem ser pedagogicamente
âmbito das unidades de saúde (trabalho da trabalhados, preferencialmente de forma
equipe de saúde junto aos grupos de integrada com as demais áreas. Poderão
idosos, hipertensos, diabéticos, gestantes, ser desenvolvidos na forma de debates,
adolescentes, saúde mental, planejamento oficinas de saúde, vídeos, teatro,
familiar e sala de espera), nos domicílios, conversas em grupo, cartazes, folhetos e
grupos de rua, escolas, creches, outros meios. Deve -se observar a lei
associações, clube de mães ou outros federal nº 9394/96, que possibilita a
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estruturação de conteúdos educativos em estigmatizações. A HBS deve ser


saúde no âmbito das escolas, sob uma desenvolvida preferencialmente pelos
ótica local, com apoio e participação das profissionais auxiliares da equipe de saúde
equipes das unidades de saúde. bucal. Sua finalidade é a busca da
Estas atividades podem ser autonomia com vistas ao auto cuidado.
desenvolvidas pelo cirurgião-dentista (CD),
técnico em higiene dental (THD), auxiliar de Aplicação Tópica de Flúor
consultório dentário (ACD) e agente
comunitário de saúde (ACS) especialmente A aplicação tópica de flúor (ATF)
durante as visitas domiciliares. As escolas, visa à prevenção e controle da cárie,
creches, asilos e espaços institucionais são através da utilização de produtos fluorados
locais preferenciais para este tipo de ação, (soluções para bochechos, gel-fluoretado e
não excluindo qualquer outro espaço onde verniz fluoretado), em ações coletivas.
os profissionais de saúde enquanto Para instituir a ATF recomenda-se
cuidadores possam exercer atividades que levar em consideração a situação
estimulem a reflexão para maior epidemiológica (risco) de diferentes grupos
consciência sanitária e apropriação da populacionais do local onde a ação será
informação necessária ao auto cuidado. realizada. A utilização de ATF com
Considerando a importância de que abrangência universal é recomendada para
o trabalho do CD não se restrinja apenas a populações nas quais se constate uma ou
sua atuação no âmbito da assistência mais das seguintes situações:
odontológica, limitando-se exclusivamente
à clínica, sugere-se cautela no a) exposição à água de
deslocamento frequente deste profissional, abastecimento sem flúor;
para a execução das ações coletivas. Estas b) exposição à água de
devem ser feitas, preferencialmente, pelo abastecimento contendo naturalmente
THD, pelo baixos teores de flúor (até 0,54 ppm F);
ACD e pelo ACS. Compete ao CD c) exposição a flúor na água há
planejá-las, organizá-las, supervisioná-las e menos de 5 anos;
avaliá-las sendo, em última instância, o d) CPOD maior que 3 aos 12
responsável técnico-científico por tais anos de idade;
ações. e) menos de 30% dos indivíduos
do grupo são livres de cárie aos 12 anos de
Higiene Bucal Supervisionada idade;

A higiene bucal é um componente Ações de Recuperação –


fundamental da higiene corporal das esse grupo de ações envolve o diagnóstico
pessoas. Mas realizá-la adequadamente e o tratamento de doenças.
requer aprendizado. Uma das
possibilidades para esse aprendizado é o O diagnóstico deve ser feito o mais
desenvolvimento de atividades de higiene precocemente possível, assim como o
bucal supervisionada (HBS), pelos serviços tratamento deve ser instituído de imediato,
de saúde, nos mais diferentes espaços de modo a deter a progressão da doença e
sociais. A HBS visa à prevenção da cárie – impedir o surgimento de eventuais
quando for empregado dentifrício fluoretado incapacidades e danos decorrentes. Por
– e da gengivite, através do controle isso, os serviços de saúde, especialmente
continuado de placa pelo paciente com os do nível primário da assistência, devem
supervisão profissional, adequando a buscar o adequado desempenho dessas
higienização à motricidade do indivíduo. duas ações fundamentais de recuperação
Recomenda-se cautela na definição de da saúde – diagnóstico e tratamento.
técnicas “corretas” e “erradas”, evitando-se
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Em relação ao diagnóstico, destaca- encaminhamentos requeridos em cada


se a inclusão nas rotinas de assistência, de caso e monitorar a evolução da
métodos que aprimorem a identificação reabilitação, bem como acompanhar e
precoce das lesões (biópsias e outros manter a reabilitação no período pós-
exames complementares). tratamento. Considerando a complexidade
A identificação precoce das lesões dos problemas que demandam à rede de
da mucosa bucal deve ser priorizada, atenção básica e a necessidade de buscar-
garantindo-se, na rede assistencial, se continuamente formas de ampliar a
atendimento integral em todos os pontos oferta e qualidade dos serviços prestados,
de atenção à saúde, para recomenda-se a organização e
acompanhamento e encaminhamento para desenvolvimento de ações de:
tratamento nos níveis de maior
complexidade. Prevenção e controle do câncer bucal
O tratamento deve priorizar
procedimentos conservadores — a) realizar rotineiramente
entendidos como todos aqueles exames preventivos para detecção precoce
executados para manutenção dos do câncer bucal, garantindo-se a
elementos dentários — invertendo a lógica continuidade da atenção, em todos os
que leva à mutilação, hoje predominante níveis de complexidade, mediante
nos serviços públicos. negociação e pactuação com
Na lista de insumos da farmácia da representantes das três esferas de
Saúde da Família serão incluídos alguns governo.
insumos odontológicos estratégicos, com b) oferecer oportunidades de
vistas a superar dificuldades frequentes identificação de lesões bucais (busca ativa)
para sua aquisição em muitos municípios seja em visitas domiciliares ou em
— inviabilizando muitas vezes a realização momentos de campanhas específicas (por
de procedimentos elementares da exemplo: vacinação de idosos);
assistência odontológica e comprometendo c) acompanhar casos suspeitos
a continuidade de ações coletivas (como é e confirmados através da definição e, se
o caso do mercúrio, da limalha de prata, da necessário, criação de um serviço de
resina fotopolimerizável, do ionômero de referência, garantindo-se o tratamento e
vidro e, também, das escovas e pastas de reabilitação.
dentes, além de outros itens adequados à d) estabelecer parcerias par
realidade local de produção de serviços a prevenção, diagnóstico,
odontológicos básicos). tratamento e recuperação do
câncer bucal com Universidades e outras
Ações de Reabilitação organizações.

Consistem na recuperação parcial Implantação e aumento da


ou total das capacidades perdidas como resolutividade do pronto-atendimento
resultado da doença e na reintegração do
indivíduo ao seu ambiente social e a sua a) organizar o pronto-
atividade profissional. atendimento de acordo com a realidade
local.
b) avaliar a situação de risco à
5. AMPLIAÇÃO E saúde bucal na consulta de urgência;
QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA c) orientar o usuário para
retornar ao serviço e dar continuidade ao
À atenção básica compete assumir a tratamento.
responsabilidade pela detecção das
necessidades, providenciar os
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Inclusão de procedimentos mais programas integrais de saúde: 1) por linhas


complexos na atenção básica de cuidado; e, 2) por condição de vida. A
primeira prevê o reconhecimento de
Deve-se considerar a possibilidade especificidades próprias da idade, podendo
de, em cada local, inserir na atenção ser trabalhada como saúde da criança,
básica procedimentos como pulpotomias, saúde do adolescente, saúde do adulto e
restauração de dentes com cavidades saúde do idoso. Já a proposta de atenção
complexas ou pequenas fraturas dentárias por condição de vida compreende a saúde
e a fase clínica da instalação de próteses da mulher, saúde do trabalhador,
dentárias elementares, bem como portadores de necessidades especiais,
tratamento periodontal que não requeira hipertensos, diabéticos, dentre outras.
procedimento cirúrgico. Tais Nesse sentido, ações de saúde bucal
procedimentos contribuem para aumentar o também estarão incluídas nos documentos
vínculo, ampliar a credibilidade e o específicos definindo as políticas para a
reconhecimento do valor da existência do intervenção governamental segundo as
serviço público odontológico em cada local, linhas de cuidado ou condição de vida.
aumentando-lhe o impacto e a cobertura.
Para os grupos a seguir destacam -se as
Inclusão da reabilitação protética na seguintes orientações:
atenção básica
Grupo de 0 a 5 anos:
Considerar em cada local a organizar o ingresso de crianças deste
possibilidade de inserir na atenção básica grupo etário no sistema, no máximo a partir
procedimentos relacionados com a fase de 6 meses, aproveitando as campanhas
clínica da instalação de próteses dentárias de vacinação, consultas clínicas e
elementares. Assim será possível avançar atividades em espaços sociais.
na superação do quadro atual, onde os Desenvolver atividades em grupo de pais
procedimentos relativos às diferentes e/ou responsáveis para informações,
próteses dentárias estão inseridos nos identificação e encaminhamento das
serviços especializados e, portanto, não crianças de alto risco ou com necessidades
são acessíveis à maioria da população. para atenção individual, com ampliação de
A viabilização dessas possibilidades procedimentos, incluindo os de ortopedia
implica suporte financeiro e técnico funcional dos maxilares e ortodontia
específico a ser proporcionado pelo preventiva. Não se recomenda criar
Ministério da Saúde que: “programas” específicos de saúde bucal
para esse grupo etário, verticalizados e
a) Contribuir para a instalação isolados dos demais programas de saúde.
de equipamentos em laboratórios de Ao contrário, é altamente recomendável
prótese dentária, de modo a contemplar as que ações de saúde bucal voltadas a esse
diferentes regiões; grupo sejam parte de programas integrais
b) capacitará Técnicos em de saúde da criança e, assim,
Prótese Dentária (TPD) e Auxiliares de compartilhadas pela equipe
Prótese Dentária (APD) da rede SUS, para multiprofissional.
a implantação desses serviços. Grupo de crianças e
adolescentes (6-18 anos): a atenção deve
Ampliação do acesso ser adaptada à situação epidemiológica,
identificando e encaminhando os grupos de
Com o objetivo de superar o modelo maior risco para atenção curativa
biomédico de atenção às doenças, individual. Ressalta-se a necessidade de
propõem-se duas formas de inserção organizar fluxos para garantir o
transversal da saúde bucal nos diferentes atendimento aos adolescentes.
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Grupo de Gestantes: organizar grupos de idosos(as)na unidade


Considerando que a mãe tem um papel de saúde e instituições para desenvolver
fundamental nos padrões de atividades de educação e prevenção. Pode
comportamento apreendidos durante a igualmente garantir atendimento clínico
primeira infância, ações educativo- individual do idoso(a) evitando as filas e
preventivas com gestantes qualificam sua trâmites burocráticos que dificultem o
saúde e tornam-se fundamentais para acesso, com reserva de horários e dias
introduzir bons hábitos desde o início da específicos para o atendimento. Ao
vida da criança. Deve-se realizar ações planejar ações para este grupo, deve-se
coletivas e garantir o atendimento levar em conta as disposições legais
individual. Em trabalho conjunto com a contidas no Estatuto do Idoso.
equipe de saúde, a gestante, ao iniciar o Como elemento estratégico para
pré-natal, deve ser encaminhada para uma ampliar o acesso à assistência, sugere-se a
consulta odontológica, que minimamente aplicação de tecnologias inovadoras que, a
inclua os seguintes atos: exemplo do tratamento restaurador
atraumático (ART) e dos procedimentos
a) orientação sobre possibilidade periodontais de menor complexidade,
de atendimento durante a gestação; possibilitem abordagens de maior impacto
b) exame de tecidos moles e e cobertura.
identificação de risco à saúde bucal;
c) diagnóstico de lesões de cárie 6. AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO
e necessidade de tratamento curativo; DA ATENÇÃO SECUNDÁRIA E
d) diagnóstico de gengivite ou TERCIÁRIA
doença periodontal crônica e necessidade
de tratamento; A assistência odontológica pública
e) orientações sobre hábitos no Brasil tem -se restringido quase que
alimentares (ingestão de açúcares) e completamente aos serviços básicos —
higiene ainda assim, com grande demanda
f) em nenhuma hipótese a reprimida. Os dados mais recentes indicam
assistência será compulsória, respeitando- que, no âmbito do SUS, os serviços
se sempre à vontade da gestante, sob odontológicos especializados
pena de gravíssima infração ética. correspondem a não mais do que 3,5% do
Grupo de adultos: os adultos, em total de procedimentos clínicos
especial os trabalhadores, têm dificuldades odontológicos. É evidente a baixa
no acesso às unidades de saúde nos capacidade de oferta dos serviços de
horários de trabalho convencionais destes atenção secundária e terciária
serviços. Estas situações conduzem a um comprometendo, em consequência, o
agravamento dos problemas existentes, estabelecimento de adequados sistemas
transformando -os em urgência e motivo de de referência e contra-referência em saúde
falta ao trabalho, além das consequentes bucal na quase totalidade dos sistemas
perdas dentárias. Sugere-se disponibilizar loco-regionais de saúde. A expansão da
horários de atendimento compatíveis às rede assistencial de atenção secundária e
necessidades de atenção a este grupo. terciária não acompanhou, no setor
Integrar a atenção odontológica aos odontológico, o crescimento da oferta de
programas de saúde do trabalhador e serviços de atenção básica.
segurança no trabalho, viabilizando a Com a expansão do conceito de
detecção dos riscos específicos. atenção básica, e o consequente aumento
Grupo de idosos: a saúde bucal da oferta a de diversidade de
representa um fator decisivo para a procedimentos, fazem-se necessários,
manutenção de uma boa qualidade de vida. também, investimentos que propiciem
Para garantir o acesso, o serviço pode
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aumentar o acesso aos níveis secundário e ACS. A ampliação e qualificação das ações
terciário de atenção. de saúde bucal também se fazem através
Para fazer frente ao desafio de de organização de visitas da equipe de
ampliar e qualificar a oferta de serviços saúde bucal às pessoas acamadas ou com
odontológicos especializados, o Ministério dificuldades de locomoção, visando à
da Saúde contribuirá para a implantação identificação dos riscos e propiciando o
e/ou melhoria de Centros de Referência de acompanhamento e tratamento necessário.
Especialidades Odontológicas (CREO). Ao apresentar, como característica,
Os CREO serão unidades de uma enorme capilaridade, a estratégia de
referência para as equipes de Saúde Bucal saúde da família é socialmente sensível:
da atenção básica e, sempre integrados ao suas ações colocam frente a frente
processo de planejamento loco-regional, profissionais e realidade. São espaços
ofertarão, de acordo com a realidade pedagógicos em que a prática é o objeto
epidemiológica de cada região e município, das ações e onde muitas situações falam
procedimentos clínicos odontológicos por si, permitindo às equipes um
complementares aos realizados na atenção aprendizado e uma compreensão
básica. Entre esses procedimentos absolutamente reais e novos, a cada vez
incluem-se, dentre outros, tratamentos que ocorrem. São situações onde o fazer
cirúrgicos periodontais, endodontias, se aproxima da realidade de vida das
dentística de maior complexidade, e pessoas e possibilitando um espaço
procedimentos cirúrgicos compatíveis com privilegiado para o trabalho com os
esse nível de atenção. usuários.

7. A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA Nestas situações é fundamental que


FAMÍLIA se tenha cuidado com as pessoas: suas
condições de vida, seus valores e seus
Fundamental à organização da hábitos. Há uma história, peculiar,
atenção básica do SUS, a estratégia de envolvendo cada situação. É fundamental
Saúde da Família foi criada em 1994 e ter a consciência das diferenças sociais e
normatizada pela Norma Operacional culturais entre profissionais do serviço e
Básica do SUS de 1996 – NOB/SUS-96, usuários. Diferenças que estão colocadas
que definiu suas formas de financiamento, são reais e perfeitamente sentidas pelos
incluindo-a no Piso da Atenção Básica – interlocutores, seja no atendimento que
PAB. É, pois, uma estratégia do SUS, acontece na unidade de saúde, seja no
devendo estar em consonância com seus momento de uma visita domiciliar.
princípios e diretrizes. O território e a Outro aspecto fundamental desta
população adscrita, o trabalho em equipe e estratégia diz respeito ao processo de
a intersetorialidade constituem eixos trabalho. Ao colocar para a saúde bucal a
fundamentais de sua concepção, e as proposta de sua inserção em uma equipe
visitas domiciliares, uma de suas principais multiprofissional, além de introduzir o
estratégias, objetivando ampliar o acesso “novo”, afronta valores, lugares e poderes
aos serviços e criar vínculos com a consolidados pelas práticas dos modelos
população. A compreensão desses que o antecederam. Esta situação traz o
aspectos é fundamental para a discussão desafio de se trabalhar em equipe.
do processo de trabalho em saúde, dos Para a Saúde Bucal esta nova forma
processos de gestão, de educação de se fazer às ações cotidianas representa,
permanente/continuada e de avaliação de ao mesmo tempo, um avanço significativo e
serviços. um grande desafio. Um novo espaço de
Na estratégia de Saúde da Família, práticas e relações a serem construídas
a visita domiciliar é um procedimento com possibilidades de reorientar o
rotineiro, preferencialmente realizado pelo processo de trabalho e a própria inserção
10
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da saúde bucal no âmbito dos serviços de → Quais sinais indicam que a sua boca
saúde. Vislumbra -se uma possibilidade de está com problemas?
aumento de cobertura, de efetividade na Alguns sinais indicam que a sua
resposta às demandas da população e de saúde bucal está comprometida de alguma
alcance de medidas de caráter coletivo. As forma, sendo necessário, nesses casos,
maiores possibilidades de ganhos situam- procurar um odontologista. Entre os
se nos campos do trabalho em equipe, das principais problemas, podemos destacar:
relações com os usuários e da gestão,  Mau hálito;
implicando uma nova forma de se produzir  Gosto ruim na boca;
o cuidado em saúde bucal.  Sangramento nas gengivas;
 Feridas na boca;
SAÚDE BUCAL  Recuo ou retração da
gengiva;
A saúde bucal é um assunto  Dor de dente;
bastante importante e muitas vezes Não pare agora... Tem mais depois
ignorado por grande parte da população, da publicidade ;)
principalmente crianças e
 Sensibilidade;
adolescentes. Quem não conhece uma
 Dores ao mastigar.
criança que odeia escovar os dentes, não é
mesmo? E quantas pessoas você conhece
→ Como posso ter uma saúde bucal
que usam o fio dental diariamente?
adequada?
O que vemos, normalmente, é uma
Para isso, é necessário ter alguns
negligência com a saúde da boca. De
cuidados básicos. Veja alguns deles:
acordo com o Conselho Federal de
Odontologia, cerca de 27% das crianças de  Escovar bem os dentes
18 a 36 meses apresentam pelo menos um após as refeições: Escovar os dentes pelo
dente com cárie. Na faixa etária de cinco menos três vezes ao dia, após as principais
anos, mais da metade das crianças possui refeições. Isso impede a formação de placa
o problema. A questão é ainda mais bacteriana, que pode causar gengivite e
preocupante nos adolescentes com idade cárie, por exemplo;
entre 15 e 19 anos. Nessa faixa etária, pelo  Utilizar o fio dental todos os
menos 90% dos indivíduos já dias: O uso do fio dental ajuda a retirar a
enfrentaram cárie em pelo menos um placa bacteriana localizada entre os dentes
dente. e próximo à gengiva, local onde a escova
geralmente não alcança;
→ Qual a importância de termos uma  Utilizar creme dental com
boa saúde bucal? flúor: O creme dental ajuda a limpar os
Muitas pessoas pensam que ter uma dentes, prevenindo diversos problemas,
boca saudável é fundamental apenas para como a cárie, placa, tártaro, gengivite e
garantir uma boa aparência, um sorriso mau hálito. Além disso, os cremes dentais
bonito e um hálito puro. Entretanto, isso com flúor ajudam a proteger e fortalecer os
não é verdade. Uma boca saudável é dentes;
essencial, por exemplo, para garantir  Ter uma alimentação
uma boa mastigação dos alimentos e saudável: Uma pessoa que se alimenta de
conseguir um processo de digestão alimentos ricos em açúcares e amido cria o
eficiente. Além disso, os dentes ajudam ambiente perfeito para a multiplicação de
também na articulação de palavras, bactérias. Esses organismos apresentam
sendo fundamentais, portanto, no relação direta com a cárie;
processo da fala.  Evitar cigarros: Além de
aumentar riscos de câncer de pulmão e
enfisema, o cigarro pode causar problemas
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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

como o câncer de boca, doença periodontal dentes; 45% dos brasileiros não têm
(infecção da gengiva e ossos ao redor dos acesso regular à escova de dente.
dentes), mau hálito e pigmentação dos
dentes; Centros de Especialidades Odontologia
 Consultar sempre um
odontologista: Esse profissional, além de O governo está implantando
fazer uma análise de toda a saúde bucal, aproximadamente 400 Centros de
fornecerá dicas valiosas a respeito da Especialidade Odontologia (CEO)
higiene bucal, mostrando os locais onde a distribuídos em todos os estados brasileiros
boca merece mais cuidados. e implantados nos municípios que já
Lembre-se sempre de que a saúde apresentarem um histórico de referência
bucal é essencial e de que a prevenção em atendimento especializado de outras
é a melhor forma de evitar problemas áreas.
mais graves. Cada CEO fará o atendimento
clínico especializado que não puder ser
SB BRASIL: BRASIL SORRIDENTE executado nas unidades básicas e contará
com um laboratório de próteses dentárias
O Brasil Sorridente é uma política do que poderá executar os serviços protéticos
governo federal com o objetivo de ampliar o que estão sendo desenvolvidos por
atendimento e melhorar as condições de qualquer outro serviço odontológico.
saúde bucal da população brasileira. É a
primeira vez que o governo federal Distribuição de Insumos para as
desenvolve uma política nacional de saúde Equipes de Saúde Bucal – PSF
bucal, ou seja, um programa estruturado,
não apenas incentivos isolados à saúde As equipes de saúde bucal passarão
bucal. a receber insumos para a realização de
procedimentos clínicos restauradores e
Razão da política preventivos, bem como para o trabalho de
promoção da saúde junto à comunidade.
O Brasil Sorridente foi lançado pelo Essa ação apoiará o trabalho dos
Ministério da Saúde em 17 de março de profissionais, evitando a falta de material e
2004 para ampliar o acesso ao tratamento a interrupção dos serviços.
odontológico. Grande parte dos brasileiros
não sabe que podem receber tratamento Fluoretação da Água de Abastecimento
odontológico gratuito pelo Sistema Único
de Saúde (SUS). Dados do Instituto As empresas de saneamento terão
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apoio do Ministério da Saúde para a
apurados em 1998 indicam que, até aquele aquisição dos equipamentos necessários
ano, 30 milhões de brasileiros nunca para a implantação da fluoretação da água
tinham ido ao dentista.  de abastecimento. Esta é uma das medidas
mais eficientes para a prevenção em saúde
A quem se destina bucal, já que o flúor na água de consumo
tem o poder de reduzir em até 60% a
A todos os brasileiros que dependam incidência da cárie.
da rede pública de saúde para receber
tratamento odontológico. De acordo com o Aumento da Resolutividade da Atenção
primeiro levantamento nacional de saúde Básica
bucal, concluído em março de 2004 pelo
Ministério da Saúde, 13% dos adolescentes Os procedimentos de prótese total e
nunca foram ao dentista; 20% da prótese parcial removível foram
população brasileira já perderam todos os modificados e passam a significar apenas a
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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

parte protética deste tipo de tratamento. Na • Atendimento a portadores de


atenção básica foi criado o procedimento necessidades especiais.
“moldagem, adaptação e Os centros são uma das frentes de atuação
acompanhamento” (03.051.01-3) que do Brasil Sorridente. O tratamento
servirá para lançar a parte clínica da oferecido nos Centros de Especialidades
reabilitação oral. Agora todos os Odontológicas é uma continuidade do
profissionais de odontologia do SUS trabalho realizado pela rede de atenção
poderão executar as partes clínicas das básica e no caso dos municípios que estão
próteses totais ou parciais removíveis e os na Estratégia Saúde da Família, pelas
laboratórios protéticos credenciados ou os equipes de saúde bucal.
laboratórios dos CREOs ficam Os profissionais da atenção básica
responsáveis por executar a parte são responsáveis pelo primeiro
laboratorial. atendimento ao paciente e pelo
encaminhamento aos centros
Fornecimento de Equipo odontológico especializados, apenas casos mais
completo para as Equipes complexos.
Cada Centro de Especialidade
As equipes de saúde bucal Odontológica credenciado passa a receber
modalidade II receberão um novo equipo recursos do Ministério da Saúde, de acordo
odontológico para que comecem a atuar com o que está definido pela Portaria nº.
com dois consultórios, um para o cirurgião- 599/GM de 23 de março de 2006. A
dentista e outro para o técnico em higiene implantação de centros de especialidades
dental (THD) aumentando, funciona por meio de parceria entre
consideravelmente a produção destas estados, municípios e o governo federal,
equipes. isto é o Ministério da Saúde faz o repasse
SB Brasil - Levantamento das de uma parte dos recursos e estados e
Condições de Saúde Bucal da População municípios contribuem, cada um, com outra
Brasileira Foi finalizado o maior e mais parcela.
completo levantamento em saúde bucal já Além da implantação de CEOs, há
realizado no país. Ao todo foram mais de também a implantação de Laboratórios
100.000 exames realizados por mais de Regionais de Prótese Dentária – LRPD –
2.000 profissionais em 250 municípios. que são unidades próprias do município ou
unidades terceirizadas credenciadas para
Centros de Especialidades Odontológica confecção de próteses totais ou próteses
parciais removíveis.
São estabelecimentos de saúde, Ao lado do câncer de boca, a
participantes do Cadastro Nacional de ausência de dentes é um dos mais graves
Estabelecimentos de Saúde - CNES, problemas da saúde bucal no Brasil. Hoje
classificadas como Clínica Especializada 75% dos idosos são desdentados. Entre
ou Ambulatório de Especialidade. Os adultos com idade de 30 a 44 anos esse
Centros de especialidades Odontológicas índice é de 30%. O Ministério da Saúde
estão preparados para oferecer à registra, ainda, um total de 5 mil
população, no mínimo, os seguintes adolescentes desdentados sem prótese na
serviços: boca. Estima-se que 8 milhões de pessoas
• Diagnóstico bucal, com ênfase no precisam de prótese dentária no país.
diagnóstico e detecção do câncer de boca De acordo com a Portaria nº.
• Periodontia especializada 1572/GM de 29 de julho de 2004 que
• Cirurgia oral menor dos tecidos estabelece o pagamento de próteses
moles e duros dentárias em Laboratórios Regionais de
• Endodontia Próteses Dentárias - LRPD, o pagamento
será por produção no valor de R$ 30,00 por
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cada prótese total confeccionada. No caso O agente comunitário de saúde é


das próteses parciais removíveis, o valor parte da equipe de saúde do PSF e tem um
pago é de R$ 40,00 por unidade. Estes papel muito importante em:
recursos são repassados diretamente do -Desenvolver ações de promoção à
Ministério da Saúde para os municípios ou saúde bucal;
estados que possuem laboratórios - Identificar espaços coletivos e
credenciados não comprometendo seus grupos sociais para o desenvolvimento das
recursos de saúde já existentes, ou seja, ações educativas e preventivas em saúde
recursos extrateto. bucal;
- Identificar necessidades, barreiras
PERFIL E COMPETÊNCIAS e riscos em relação à saúde bucal junto às
PROFISSIONAIS DO TÉCNICO EM famílias;
SAÚDE E AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL. - Identificar usuários com
necessidade de encaminhamento à equipe
As funções do ACD também podem de saúde bucal a partir do conhecimento da
ser realizadas pelo THD. O ACD poderá priorização do atendimento e dos sinais de
exercer as seguintes funções sob a risco;
supervisão do CD ou do THD: - Identificar usuários com
- Preparar o usuário para atendimento; necessidade de visita domiciliar por parte
- Auxiliar no atendimento ao usuário; da equipe de saúde bucal;
- Preparar e organizar instrumental e - Nesse sentido, torna-se importante
materiais necessários; que seja definido um conteúdo para a
- Instrumentalizar o CD ou THD capacitação desse profissional por parte da
durante a realização de procedimentos equipe.
clínicos;
- Manipular materiais de uso Competências específicas do Técnico
odontológico; em Prótese Dentária (TPD)
- Promover isolamento do campo
operatório; Executar a parte mecânica dos
- Selecionar moldeiras e trabalhos odontológicos.
confeccionar modelos em gesso; Ser responsável perante o serviço de
- Realizar ações de promoção e fiscalização respectivo.
prevenção em saúde bucal para famílias, Realizar treinamento de auxiliares e
grupos e indivíduos, mediante serventes do laboratório de prótese
planejamento local e protocolos de atenção odontológica.
à saúde; Competências específicas do auxiliar de
- Agendar consultas; prótese dentária (APD)
- Preencher fichas clínicas e manter Compete ao APD realizar, sob supervisão
o arquivo e o fichário em ordem; do CD ou TPD:
- Participar do gerenciamento de Reprodução de modelos, vazamento
insumos; de moldes, montagem de modelos em
- Cuidar da manutenção e articuladores, prensagem de peças
conservação dos equipamentos protéticas em resina acrílica, fundição em
odontológicos; metais, inclusões simples, confecção de
- Proceder à lavagem, desinfecção e moldeiras individuais, acabamento e
esterilização de instrumentais e polimento de peças protéticas.
equipamentos utilizados.
Processo de Trabalho em Saúde Bucal
Atuação do Agente Comunitário de
Saúde (ACS) em saúde bucal O trabalho em equipe é fundamental
no processo da organização da atenção
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primária em saúde bucal. Essa mudança áreas de lazer como praças e ginásios
de postura está ligada a um esportivos, etc).
redirecionamento do trabalho centrado em No PSE a criação dos Territórios
ações individuais, como tem sido a lógica locais é elaborada a partir das estratégias
da organização atual, para um trabalho firmadas entre a escola, a partir de seu
conjunto, tanto no nível da própria equipe projeto político-pedagógico e a unidade
de saúde bucal como no nível da equipe de básica de saúde. O planejamento destas
saúde. ações do PSE considera: o contexto
Isso significa a possibilidade de escolar e social, o diagnóstico local em
inserção dos profissionais de saúde bucal saúde do escolar e a capacidade operativa
na equipe de saúde, formando um contexto em saúde do escolar.
de equipe única, e não mais duas equipes A Escola é a área institucional
trabalhando de forma distinta, além de privilegiada deste encontro da educação e
favorecer a abordagem do indivíduo como da saúde: espaço para a convivência social
um todo. e para o estabelecimento de relações
favoráveis à promoção da saúde pelo viés
SAÚDE NA ESCOLA de uma Educação Integral.
Para o alcance dos objetivos e
O Programa Saúde na Escola (PSE) sucesso do PSE é de fundamental
visa à integração e articulação permanente importância compreender a Educação
da educação e da saúde, proporcionando Integral como um conceito que
melhoria da qualidade de vida da compreende a proteção, a atenção e o
população brasileira. Como consolidar essa pleno desenvolvimento da comunidade
atitude dentro das escolas? Essa é a escolar. Na esfera da saúde, as práticas
questão que nos guiou para elaboração da das equipes de Saúde da Família, incluem
metodologia das Agendas de Educação e prevenção, promoção, recuperação e
Saúde, a serem executadas como projetos manutenção da saúde dos indivíduos e
didáticos nas Escolas. coletivos humanos.
O PSE tem como objetivo contribuir Para alcançar estes propósitos o
para a formação integral dos estudantes PSE foi constituído por cinco componentes:
por meio de ações de promoção, a) Avaliação das Condições de
prevenção e atenção à saúde, com vistas Saúde das crianças, adolescentes e jovens
ao enfrentamento das vulnerabilidades que que estão na escola pública;
comprometem o pleno desenvolvimento de b) Promoção da Saúde e de
crianças e jovens da rede pública de atividades de Prevenção;
ensino. c) Educação Permanente e
O público beneficiário do PSE são os Capacitação dos Profissionais da
estudantes da Educação Básica, gestores Educação e da Saúde e de Jovens;
e profissionais de educação e saúde, d) Monitoramento e Avaliação da
comunidade escolar e, de forma mais Saúde dos Estudantes;
amplificada, estudantes da Rede Federal e) Monitoramento e Avaliação do
de Educação Profissional e Tecnológica e Programa.
da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Mais do que uma estratégia de
As atividades de educação e saúde integração das políticas setoriais, o PSE se
do PSE ocorrerão nos Territórios definidos propõe a ser um novo desenho da política
segundo a área de abrangência da de educação e saúde já que:
Estratégia Saúde da Família (Ministério da (1) trata a saúde e educação
Saúde), tornando possível o exercício de integrais como parte de uma formação
criação de núcleos e ligações entre os ampla para a cidadania e o usufruto pleno
equipamentos públicos da saúde e da dos direitos humanos;
educação (escolas, centros de saúde,
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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

(2) permite a progressiva ampliação • O mapeamento da Rede SUS de


das ações executadas pelos sistemas de AB/SF e das Redes de Ensino - estadual e
saúde e educação com vistas à atenção municipal, criando espaços comuns, os
integral à saúde de crianças e territórios de responsabilidade;
adolescentes; e • As atribuições das equipes da ESF
(3) promove a articulação de e das escolas em cada um dos territórios
saberes, a participação de estudantes, de responsabilidade, quantificando o
pais, comunidade escolar e sociedade em número de escolas, de estudantes de cada
geral na construção e controle social da estabelecimento e as questões prioritárias
política pública. do perfil desses alunos. Definição dos
Nos quadros a seguir, estão responsáveis das áreas da saúde e da
expostos os tópicos principais do Projeto educação pelo projeto dentro de cada
Municipal, elaborado no processo de território;
adesão ao PSE pelo Grupo de Trabalho • A identificação das instituições de
Intersetorial (GTI) e, na sequência, a ensino atendidas pelo Programa Saúde na
proposta da Agenda de Educação e Saúde, Escola. Definição do professor responsável
como estratégia de implementação nos pela articulação das ações de prevenção e
territórios da escola. promoção da saúde na escola.

O que é o Projeto Municipal? O que é a Agenda de Educação e


Saúde?
O Projeto Municipal é um dos
requisitos do processo de adesão, como A Agenda de Educação e Saúde é
“leitura técnica” da situação municipal, uma estratégia fundamental de
elaborada para iniciar o processo de implementação das ações compartilhadas
construção coletiva para a ação, visando a nos territórios municipais. São escolhidos
implementação do PSE. Documento “recortes” do território integrando escolas e
desenvolvido a partir da articulação de unidades de saúde, a fim de gerar uma
informações de diversas fontes, acessíveis articulação das práticas. A Agenda definirá
nas bases de dados dos órgãos federais, as propostas comunitárias para estes
estaduais e municipais. microterritórios onde as escolas estão
O Projeto identifica as prioridades e inseridas, refletindo as expectativas
aspectos que precisam ser comunitárias em relação à interface
redimensionados e/ou qualificados no educação e saúde.
âmbito das ações de educação e saúde no No âmbito da escola as atividades
território municipal. de planejamento e gestão do coletivo,
Em uma espécie de “recorte” da formulação dos inventários detalhados e da
área de atuação, o Projeto Municipal condução de processos participativos
delimita os territórios de responsabilidade, integrados aos estudos e ao Projeto
definidos segundo a área de abrangência Político Pedagógico representam uma
das equipes da Estratégia Saúde da oportunidade impar para os exercícios de
Família (ESF) e define o conjunto de cidadania.
escolas integrantes de cada território, Por meio do diálogo entre
apresentando informações sobre: comunidade escolar e equipe da Estratégia
• O diagnóstico situacional com as Saúde da Família, a Agenda de Educação
questões referentes a determinantes e Saúde envolve interlocuções entre
sociais, cenário epidemiológico e diferentes setores da sociedade e dos
modalidades de ensino das escolas programas/políticas já em desenvolvimento
vinculadas às equipes da ESF e que na escola e com parceiros locais.
atuarão no PSE;

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REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DA II - participar das ações educativas


PROFISSÃO atuando na promoção da saúde e na
prevenção das doenças bucais; 
LEI Nº 11.889, DE 24 DE III - participar na realização de
DEZEMBRO DE 2008. levantamentos e estudos epidemiológicos,
Regulamenta o exceto na categoria de examinador; 
exercício das profissões IV - ensinar técnicas de higiene
Mensagem de Técnico em Saúde bucal e realizar a prevenção das doenças
de veto Bucal - TSB e de bucais por meio da aplicação tópica do
Auxiliar em Saúde Bucal flúor, conforme orientação do cirurgião-
- ASB.  dentista; 
O PRESIDENTE DA V - fazer a remoção do biofilme, de
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso acordo com a indicação técnica definida
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte pelo cirurgião-dentista; 
Lei:  VI - supervisionar, sob delegação do
        Art. 1o  (VETADO)  cirurgião-dentista, o trabalho dos auxiliares
         Art. 2o  (VETADO)  de saúde bucal; 
         Art. 3o  O Técnico em Saúde VII - realizar fotografias e tomadas
Bucal e o Auxiliar em Saúde Bucal estão de uso odontológicos exclusivamente em
obrigados a se registrar no Conselho consultórios ou clínicas odontológicas; 
Federal de Odontologia e a se inscrever no VIII - inserir e distribuir no preparo
Conselho Regional de Odontologia em cuja cavitário materiais odontológicos na
jurisdição exerçam suas atividades.  restauração dentária direta, vedado o uso
         § 1o  (VETADO)  de materiais e instrumentos não indicados
         § 2o  (VETADO)  pelo cirurgião-dentista; 
         § 3o  (VETADO)  IX - proceder à limpeza e à
         § 4o  (VETADO)  antissepsia do campo operatório, antes e
         § 5o  Os valores das anuidades após atos cirúrgicos, inclusive em
devidas aos Conselhos Regionais pelo ambientes hospitalares; 
Técnico em Saúde Bucal e pelo Auxiliar em X - remover suturas; 
Saúde Bucal e das taxas correspondentes XI - aplicar medidas de
aos serviços e atos indispensáveis ao biossegurança no armazenamento,
exercício das profissões não podem manuseio e descarte de produtos e
ultrapassar, respectivamente, 1/4 (um resíduos odontológicos; 
quarto) e 1/10 (um décimo) daqueles XII - realizar isolamento do campo
cobrados ao cirurgião-dentista.  operatório; 
         Art. 4o  (VETADO)  XIII - exercer todas as competências
         Parágrafo único.  A supervisão no âmbito hospitalar, bem como
direta será obrigatória em todas as instrumentar o cirurgião-dentista em
atividades clínicas, podendo as atividades ambientes clínicos e hospitalares. 
extraclínicas ter supervisão indireta.  § 1o  Dada a sua formação, o
         Art. 5o  Competem ao Técnico Técnico em Saúde Bucal é credenciado a
em Saúde Bucal, sempre sob a supervisão compor a equipe de saúde, desenvolver
do cirurgião-dentista, as seguintes atividades auxiliares em Odontologia e
atividades, além das estabelecidas para os colaborar em pesquisas. 
auxiliares em saúde bucal:  § 2o  (VETADO) 
I - participar do treinamento e Art. 6o  É vedado ao Técnico em
capacitação de Auxiliar em Saúde Bucal e Saúde Bucal:  
de agentes multiplicadores das ações de I - exercer a atividade de forma
promoção à saúde;  autônoma; 

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II - prestar assistência direta ou XIV - adotar medidas de


indireta ao paciente, sem a indispensável biossegurança visando ao controle de
supervisão do cirurgião-dentista;  infecção. 
III - realizar, na cavidade bucal do Art. 10.  É vedado ao Auxiliar em
paciente, procedimentos não discriminados Saúde Bucal: 
no art. 5o desta Lei; e  I - exercer a atividade de forma
IV - fazer propaganda de seus autônoma; 
serviços, exceto em revistas, jornais e II - prestar assistência, direta ou
folhetos especializados da área indiretamente, a paciente, sem a
odontológica.  indispensável supervisão do cirurgião-
Art. 7o  (VETADO)  dentista ou do Técnico em Saúde Bucal; 
Art. 8o  (VETADO)  III - realizar, na cavidade bucal do
Parágrafo único.  A supervisão direta paciente, procedimentos não discriminados
se dará em todas as atividades clínicas, no art. 9o desta Lei; e 
podendo as atividades extraclínicas ter IV - fazer propaganda de seus
supervisão indireta.  serviços, mesmo em revistas, jornais ou
Art. 9o  Compete ao Auxiliar em folhetos especializados da área
Saúde Bucal, sempre sob a supervisão do odontológica. 
cirurgião-dentista ou do Técnico em Saúde Art. 11.  O cirurgião-dentista que,
Bucal:  tendo Técnico em Saúde Bucal ou Auxiliar
I - organizar e executar atividades de em Saúde Bucal sob sua supervisão e
higiene bucal;  responsabilidade, permitir que esses, sob
II - processar filme radiográfico;  qualquer forma, extrapolem suas funções
III - preparar o paciente para o específicas responderá perante os
atendimento;  Conselhos Regionais de Odontologia,
IV - auxiliar e instrumentar os conforme a legislação em vigor. 
profissionais nas intervenções clínicas,          Art. 12.  Esta Lei entra em
inclusive em ambientes hospitalares;  vigor na data de sua publicação.
V - manipular materiais de uso   
odontológico;  Brasília, 24 de dezembro de 2008;
VI - selecionar moldeiras;  187o da Independência e 120o da
VII - preparar modelos em gesso;  República. 
VIII - registrar dados e participar da
análise das informações relacionadas ao LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
controle administrativo em saúde bucal;  Carlos Lupi
IX - executar limpeza, assepsia, José Gomes Temporão
desinfeção e esterilização do instrumental,
equipamentos odontológicos e do ambiente CÓDIGO DE ÉTICA
de trabalho;  ODONTOLÓGICO
X - realizar o acolhimento do
paciente nos serviços de saúde bucal;  Aprovado pela Resolução CFO-
XI - aplicar medidas de 118/2012
biossegurança no armazenamento,
transporte, manuseio e descarte de CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES
produtos e resíduos odontológicos;  PRELIMINARES
XII - desenvolver ações de
promoção da saúde e prevenção de riscos Art. 1º. O Código de Ética Odontológica
ambientais e sanitários;  regula os direitos e deveres do cirurgião-
XIII - realizar em equipe dentista, profissionais técnicos e auxiliares,
levantamento de necessidades em saúde e pessoas jurídicas que exerçam atividades
bucal; e  na área da Odontologia, em âmbito público
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e/ou privado, com a obrigação de inscrição IV - recusar-se a exercer a profissão em


nos Conselhos de Odontologia, segundo âmbito público ou privado onde as
suas atribuições específicas. condições de trabalho não sejam dignas,
Art. 2º. A Odontologia é uma profissão que seguras e salubres;
se exerce em benefício da saúde do ser V - renunciar ao atendimento do paciente,
humano, da coletividade e do meio durante o tratamento, quando da
ambiente, sem discriminação de qualquer constatação de fatos que, a critério do
forma ou pretexto. profissional, prejudiquem o bom
Art. 3º. O objetivo de toda a atenção relacionamento com o paciente ou o pleno
odontológica é a saúde do ser humano. desempenho profissional. Nestes casos
Caberá aos profissionais da Odontologia, tem o profissional o dever de comunicar
como integrantes da equipe de saúde, previamente, por escrito, ao paciente ou
dirigir ações que visem satisfazer as seu responsável legal, fornecendo ao
necessidades de saúde da população e da cirurgião-dentista que lhe suceder todas as
defesa dos princípios das políticas públicas informações necessárias para a
de saúde e ambientais, que garantam a continuidade do tratamento;
universalidade de acesso aos serviços de VI - recusar qualquer disposição
saúde, integralidade da assistência à estatutária, regimental, de instituição
saúde, preservação da autonomia dos pública ou privada, que limite a escolha dos
indivíduos, participação da comunidade, meios a serem postos em prática para o
hierarquização e descentralização político estabelecimento do diagnóstico e para a
administrativa dos serviços de saúde. execução do tratamento, bem como
Art. 4º. A natureza personalíssima da recusar-se a executar atividades que não
relação paciente/profissional na atividade sejam de sua competência legal; e,
odontológica visa demonstrar e reafirmar, VII - decidir, em qualquer circunstância,
através do cumprimento dos pressupostos levando em consideração sua experiência
estabelecidos por este Código de Ética, a e capacidade profissional, o tempo a ser
peculiaridade que reveste a prestação de dedicado ao paciente ou periciado,
tais serviços, diversos, portanto, das evitando que o acúmulo de encargos,
demais prestações, bem como de atividade consultas, perícias ou outras avaliações
mercantil. venham prejudicar o exercício pleno da
Odontologia.
CAPÍTULO II DOS DIREITOS Art. 6º. Constitui direito fundamental das
FUNDAMENTAIS categorias técnicas e auxiliares recusarem-
se a executar atividades que não sejam de
Art. 5º. Constituem direitos fundamentais sua competência técnica, ética e legal,
dos profissionais inscritos, segundo suas ainda que sob supervisão do cirurgião-
atribuições específicas: dentista.
I - diagnosticar, planejar e executar Art. 7º. Constituem direitos fundamentais
tratamentos, com liberdade de convicção, dos técnicos em saúde bucal e auxiliares
nos limites de suas atribuições, observados em saúde bucal:
o estado atual da Ciência e sua dignidade I - executar, sob a supervisão do cirurgião-
profissional; dentista, os procedimentos constantes na
II - guardar sigilo a respeito das Lei nº 11.889/2008 e nas Resoluções do
informações adquiridas no desempenho de Conselho Federal;
suas funções; II - resguardar o segredo profissional; e,
III - contratar serviços de outros III - recusar-se a exercer a profissão em
profissionais da Odontologia, por escrito, âmbito público ou privado onde as
de acordo com os preceitos deste Código e condições de trabalho não sejam dignas,
demais legislações em vigor; seguras e salubres.

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CAPÍTULO III DOS DEVERES devendo dirigir-se, nesses casos, aos


FUNDAMENTAIS órgãos competentes;
XII - propugnar pela harmonia na classe;
Art. 8º. A fim de garantir a fiel aplicação XIII - abster-se da prática de atos que
deste Código, o cirurgião-dentista, os impliquem mercantilização da Odontologia
profissionais técnicos e auxiliares, e as ou sua má conceituação;
pessoas jurídicas, que exerçam atividades XIV - assumir responsabilidade pelos atos
no âmbito da Odontologia, devem cumprir e praticados, ainda que estes tenham sido
fazer cumprir os preceitos éticos e legais solicitados ou consentidos pelo paciente ou
da profissão, e com discrição e seu responsável;
fundamento, comunicar ao Conselho XV - resguardar sempre a privacidade do
Regional fatos de que tenham paciente;
conhecimento e caracterizem possível XVI - não manter vínculo com entidade,
infringência do presente Código e das empresas ou outros desígnios que os
normas que regulam o exercício da caracterizem como empregado,
Odontologia. credenciado ou cooperado quando as
Art. 9º. Constituem deveres fundamentais mesmas se encontrarem em situação
dos inscritos e sua violação caracteriza ilegal, irregular ou inidônea;
infração ética: XVII - comunicar aos Conselhos Regionais
I - manter regularizadas suas obrigações sobre atividades que caracterizem o
financeiras junto ao Conselho Regional; exercício ilegal da Odontologia e que sejam
II - manter seus dados cadastrais de seu conhecimento;
atualizados junto ao Conselho Regional; XVIII - encaminhar o material ao laboratório
III - zelar e trabalhar pelo perfeito de prótese dentária devidamente
desempenho ético da Odontologia e pelo acompanhado de ficha específica assinada;
prestígio e bom conceito da profissão; e,
IV - assegurar as condições adequadas XIX - registrar os procedimentos técnico-
para o desempenho ético-profissional da laboratoriais efetuados, mantendo-os em
Odontologia, quando investido em função arquivo próprio, quando técnico em prótese
de direção ou responsável técnico; dentária.
V - exercer a profissão mantendo
comportamento digno; CAPÍTULO IV DAS AUDITORIAS E
VI - manter atualizados os conhecimentos PERÍCIAS ODONTOLÓGICAS
profissionais, técnico-científicos e culturais,
necessários ao pleno desempenho do Art. 10. Constitui infração ética:
exercício profissional; I - deixar de atuar com absoluta isenção
VII - zelar pela saúde e pela dignidade do quando designado para servir como perito
paciente; ou auditor, assim como ultrapassar os
VIII - resguardar o sigilo profissional; limites de suas atribuições e de sua
IX - promover a saúde coletiva no competência;
desempenho de suas funções, cargos e II - intervir, quando na qualidade de perito
cidadania, independentemente de exercer ou auditor, nos atos de outro profissional,
a profissão no setor público ou privado; ou fazer qualquer apreciação na presença
X - elaborar e manter atualizados os do examinado, reservando suas
prontuários na forma das normas em vigor, observações, sempre fundamentadas, para
incluindo os prontuários digitais; o relatório sigiloso e lacrado, que deve ser
XI - apontar falhas nos regulamentos e nas encaminhado a quem de direito;
normas das instituições em que trabalhe, III - acumular as funções de perito/auditor e
quando as julgar indignas para o exercício procedimentos terapêuticos odontológicos
da profissão ou prejudiciais ao paciente, na mesma entidade prestadora de serviços
odontológicos;
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IV - prestar serviços de auditoria a pessoas vantagem física, emocional, financeira ou


físicas ou jurídicas que tenham obrigação política;
de inscrição nos Conselhos e que não III - exagerar em diagnóstico, prognóstico
estejam regularmente inscritas no ou terapêutica;
Conselho de sua jurisdição; IV - deixar de esclarecer adequadamente
V - negar, na qualidade de profissional os propósitos, riscos, custos e alternativas
assistente, informações odontológicas do tratamento;
consideradas necessárias ao pleito da V - executar ou propor tratamento
concessão de benefícios previdenciários ou desnecessário ou para o qual não esteja
outras concessões facultadas na forma da capacitado;
Lei, sobre seu paciente, seja por meio de VI - abandonar paciente, salvo por motivo
atestados, declarações, relatórios, exames, justificável, circunstância em que serão
pareceres ou quaisquer outros documentos conciliados os honorários e que deverá ser
probatórios, desde que autorizado pelo informado ao paciente ou ao seu
paciente ou responsável legal interessado; responsável legal de necessidade da
VI - receber remuneração, gratificação ou continuidade do tratamento;
qualquer outro beneficio por valores VII - deixar de atender paciente que
vinculados à glosa ou ao sucesso da procure cuidados profissionais em caso de
causa, quando na função de perito ou urgência, quando não haja outro cirurgião-
auditor; dentista em condições de fazê-lo;
VII - realizar ou exigir procedimentos VIII - desrespeitar ou permitir que seja
prejudiciais aos pacientes e ao profissional, desrespeitado o paciente;
contrários às normas de Vigilância IX - adotar novas técnicas ou materiais que
Sanitária, exclusivamente para fins de não tenham efetiva comprovação científica;
auditoria ou perícia; e, X - iniciar qualquer procedimento ou
VIII - exercer a função de perito, quando: tratamento odontológico sem o
a) for parte interessada; consentimento prévio do paciente ou do
b) tenha tido participação como mandatário seu responsável legal, exceto em casos de
da parte, ou sido designado como urgência ou emergência;
assistente técnico de órgão do Ministério XI - delegar a profissionais técnicos ou
Público, ou tenha prestado depoimento auxiliares atos ou atribuições exclusivas da
como testemunha; profissão de cirurgião-dentista;
c) for cônjuge ou a parte for parente, XII - opor-se a prestar esclarecimentos e/ou
consanguíneo ou afim, em linha reta ou fornecer relatórios sobre diagnósticos e
colateral até o segundo grau; e, terapêuticas, realizados no paciente,
d) a parte for paciente, ex-paciente ou quando solicitados pelo mesmo, por seu
qualquer pessoa que tenha ou teve representante legal ou nas formas previstas
relações sociais, afetivas, comerciais ou em lei;
administrativas, capazes de comprometer o XIII - executar procedimentos como técnico
caráter de imparcialidade do ato pericial ou em prótese dentária, técnico em saúde
da auditagem. bucal, auxiliar em saúde bucal e auxiliar em
prótese dentária, além daqueles
CAPÍTULO V DO RELACIONAMENTO discriminados na Lei que regulamenta a
SEÇÃO I COM O PACIENTE profissão e nas resoluções do Conselho
Federal; e,
Art. 11. Constitui infração ética: XIV - propor ou executar tratamento fora do
I - discriminar o ser humano de qualquer âmbito da Odontologia.
forma ou sob qualquer pretexto;
II - aproveitar-se de situações decorrentes SEÇÃO II COM A EQUIPE DE SAÚDE
da relação profissional/ paciente para obter

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Art. 12. No relacionamento entre os identifique, em qualquer meio de


inscritos, sejam pessoas físicas ou comunicação ou sob qualquer pretexto,
jurídicas, serão mantidos o respeito, a salvo se o cirurgião-dentista estiver no
lealdade e a colaboração técnico científica. exercício da docência ou em publicações
Art. 13. Constitui infração ética: científicas, nos quais, a autorização do
I - agenciar, aliciar ou desviar paciente de paciente ou seu responsável legal, lhe
colega, de instituição pública ou privada; permite a exibição da imagem ou
II - assumir emprego ou função sucedendo prontuários com finalidade didático-
o profissional demitido ou afastado em acadêmicas.
represália por atitude de defesa de Parágrafo Único. Compreende-se como
movimento legítimo da categoria ou da justa causa, principalmente:
aplicação deste Código; I - notificação compulsória de doença;
III - praticar ou permitir que se pratique II - colaboração com a justiça nos casos
concorrência desleal; previstos em lei;
IV - ser conivente em erros técnicos ou III - perícia odontológica nos seus exatos
infrações éticas, ou com o exercício limites;
irregular ou ilegal da Odontologia; IV - estrita defesa de interesse legítimo dos
V - negar, injustificadamente, colaboração profissionais inscritos; e,
técnica de emergência ou serviços V - revelação de fato sigiloso ao
profissionais a colega; responsável pelo incapaz.
VI - criticar erro técnico-científico de colega Art. 15. Não constitui quebra de sigilo
ausente, salvo por meio de representação profissional a declinação do tratamento
ao Conselho Regional; empreendido, na cobrança judicial de
VII - explorar colega nas relações de honorários profissionais.
emprego ou quando compartilhar Art. 16. Não constitui, também, quebra do
honorários; descumprir ou desrespeitar a sigilo profissional a comunicação ao
legislação pertinente no tocante às Conselho Regional e às autoridades
relações de trabalho entre os componentes sanitárias as condições de trabalho
da equipe de saúde; indignas, inseguras e insalubres.
VIII - ceder consultório ou laboratório, sem
a observância da legislação pertinente; e, CAPÍTULO VII DOS DOCUMENTOS
IX - delegar funções e competências a ODONTOLÓGICOS
profissionais não habilitados e/ou utilizar-se
de serviços prestados por profissionais Art. 17. É obrigatória a elaboração e a
e/ou empresas não habilitados legalmente manutenção de forma legível e atualizada
ou não regularmente inscritos no Conselho de prontuário e a sua conservação em
Regional de sua jurisdição. arquivo próprio seja de forma física ou
digital.
CAPÍTULO VI Parágrafo Único. Os profissionais da
DO SIGILO PROFISSIONAL Odontologia deverão manter no prontuário
os dados clínicos necessários para a boa
Art. 14. Constitui infração ética: condução do caso, sendo preenchido, em
I - revelar, sem justa causa, fato sigiloso de cada avaliação, em ordem cronológica com
que tenha conhecimento em razão do data, hora, nome, assinatura e número de
exercício de sua profissão; registro do cirurgião-dentista no Conselho
II - negligenciar na orientação de seus Regional de Odontologia.
colaboradores quanto ao sigilo profissional; Art. 18. Constitui infração ética:
e, I - negar, ao paciente ou periciado, acesso
III - fazer referência a casos clínicos a seu prontuário, deixar de lhe fornecer
identificáveis, exibir paciente, sua imagem cópia quando solicitada, bem como deixar
ou qualquer outro elemento que o de lhe dar explicações necessárias à sua
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compreensão, salvo quando ocasionem X - a liberdade para arbitrar seus


riscos ao próprio paciente ou a terceiros; honorários, sendo vedado o aviltamento
II - deixar de atestar atos executados no profissional.
exercício profissional, quando solicitado Parágrafo Único. O profissional deve
pelo paciente ou por seu representante arbitrar o valor da consulta e dos
legal; procedimentos odontológicos, respeitando
III - expedir documentos odontológicos: as disposições deste Código e
atestados, declarações, relatórios, comunicando previamente ao paciente os
pareceres técnicos, laudos periciais, custos dos honorários profissionais.
auditorias ou de verificação odontolegal, Art. 20. Constitui infração ética:
sem ter praticado ato profissional que o I - oferecer serviços gratuitos a quem possa
justifique, que seja tendencioso ou que não remunerá-los adequadamente;
corresponda à verdade; II - oferecer seus serviços profissionais
IV - comercializar atestados odontológicos, como prêmio em concurso de qualquer
recibos, notas fiscais, ou prescrições de natureza; III - receber ou dar gratificação
especialidades farmacêuticas; por encaminhamento de paciente;
V - usar formulários de instituições públicas IV - instituir cobrança através de
para prescrever, encaminhar ou atestar procedimento mercantilista;
fatos verificados na clínica privada; V - abusar da confiança do paciente
VI - deixar de emitir laudo dos exames por submetendo-o a tratamento de custo
imagens realizados em clínicas de inesperado;
radiologia; e, VI - receber ou cobrar remuneração
VII - receitar, atestar, declarar ou emitir adicional de paciente atendido em
laudos, relatórios e pareceres técnicos de instituição pública, ou sob convênio ou
forma secreta ou ilegível, sem a devida contrato;
identificação, inclusive com o número de VII - agenciar, aliciar ou desviar, por
registro no Conselho Regional de qualquer meio, paciente de instituição
Odontologia na sua jurisdição, bem como pública ou privada para clínica particular;
assinar em branco, folhas de receituários, VIII - permitir o oferecimento, ainda que de
atestados, laudos ou quaisquer outros forma indireta, de seus serviços, através de
documentos odontológicos. outros meios como forma de brinde,
premiação ou descontos;
CAPÍTULO VIII DOS HONORÁRIOS IX - divulgar ou oferecer consultas e
PROFISSIONAIS diagnósticos gratuitos ou sem
compromisso; e,
Art. 19. Na fixação dos honorários X - a participação de cirurgião-dentista e
profissionais, serão considerados: entidades prestadoras de serviços
I - condição sócio-econômica do paciente e odontológicos em cartão de descontos,
da comunidade; caderno de descontos, “gift card” ou “vale
II - o conceito do profissional; presente” e demais atividades
III - o costume do lugar; mercantilistas.
IV - a complexidade do caso; Art. 21. O cirurgião-dentista deve evitar o
V - o tempo utilizado no atendimento; aviltamento ou submeterse a tal situação,
VI - o caráter de permanência, inclusive por parte de convênios e
temporariedade ou eventualidade do credenciamentos, de valores dos serviços
trabalho; profissionais fixados de forma irrisória ou
VII - circunstância em que tenha sido inferior aos valores referenciais para
prestado o tratamento; procedimentos odontológicos.
VIII - a cooperação do paciente durante o
tratamento; CAPÍTULO IX DAS ESPECIALIDADES
IX - o custo operacional; e,
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Art. 22. O exercício e o anúncio das credenciamento, administradoras,


especialidades em Odontologia intermediadoras, seguradoras de saúde, ou
obedecerão ao disposto neste capítulo e às quaisquer outras entidades.
normas do Conselho Federal. Art. 30. Os profissionais inscritos
Art. 23. O especialista, atendendo a prestadores de serviço responderão, nos
paciente encaminhado por cirurgião- limites de sua atribuição, solidariamente,
dentista, atuará somente na área de sua pela infração ética praticada, ainda que não
especialidade requisitada. desenvolva a função de sócio ou
Parágrafo Único. Após o atendimento, o responsável técnico pela entidade.
paciente será, com os informes pertinentes, Art. 31. Constitui infração ética a não
restituído ao cirurgião-dentista que o observância pela entidade da obrigação de:
encaminhou. I - indicar um responsável técnico de
Art. 24. É vedado intitular-se especialista acordo com as normas do Conselho
sem inscrição da especialidade no Federal, bem como respeitar as
Conselho Regional. orientações éticas fornecidas pelo mesmo;
Art. 25. Para fins de diagnóstico e II - manter a qualidade técnico-científica
tratamento o especialista poderá dos trabalhos realizados;
conferenciar com outros profissionais. III - propiciar ao profissional condições
adequadas de instalações, recursos
CAPÍTULO X DA ODONTOLOGIA materiais, humanos e tecnológicos que
HOSPITALAR garantam o seu desempenho pleno e
seguro;
Art. 26. Compete ao cirurgião-dentista IV - manter auditorias odontológicas
internar e assistir paciente em hospitais constantes, através de profissionais
públicos e privados, com ou sem caráter capacitados, desde que respeitadas a
filantrópico, respeitadas as normas técnico- autonomia dos profissionais;
administrativas das instituições. V - restringir-se à elaboração de planos ou
Art. 27. As atividades odontológicas programas de saúde bucal que tenham
exercidas em hospital obedecerão às respaldo técnico, administrativo e
normatizações pertinentes. financeiro;
Art. 28. Constitui infração ética: VI - manter os usuários informados sobre
I - fazer qualquer intervenção fora do os recursos disponíveis para atendê-los; e,
âmbito legal da Odontologia; e, VII - atender as determinações e
II - afastar-se de suas atividades notificações expedidas pela fiscalização do
profissionais, mesmo temporariamente, Conselho Regional, suspendendo a prática
sem deixar outro cirurgião-dentista irregular e procedendo as devidas
encarregado do atendimento de seus adequações.
pacientes internados ou em estado grave. Art. 32. Constitui infração ética:
I - apregoar vantagens irreais visando a
CAPÍTULO XI DAS ENTIDADES COM estabelecer concorrência com entidades
ATIVIDADES NO ÂMBITO DA congêneres;
ODONTOLOGIA II - oferecer tratamento abaixo dos padrões
de qualidade recomendáveis;
Art. 29. Aplicam-se as disposições deste III - anunciar especialidades sem constar
Código de Ética e as normas dos no corpo clínico os respectivos
Conselhos de Odontologia a todos àqueles especialistas, com as devidas inscrições no
que exerçam a Odontologia, ainda que de Conselho Regional de sua jurisdição;
forma indireta, sejam pessoas físicas ou IV - anunciar especialidades sem as
jurídicas, tais como: clínicas, policlínicas, respectivas inscrições de especialistas no
cooperativas, planos de assistência à Conselho Regional;
saúde, convênios de qualquer forma,
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V - valer-se do poder econômico visando a § 1º. É dever do responsável técnico,


estabelecer concorrência desleal com primar pela fiel aplicação deste Código na
entidades congêneres ou profissionais pessoa jurídica em que trabalha.
individualmente; § 2º. É dever do responsável técnico,
VI - deixar de manter os usuários informar ao Conselho Regional,
informados sobre os recursos disponíveis imediatamente, por escrito, quando da
para o atendimento e de responder às constatação do cometimento de infração
reclamações dos mesmos; ética, acontecida na empresa em que
VII - deixar de prestar os serviços ajustados exerça sua responsabilidade.
no contrato;
VIII - oferecer serviços profissionais como CAPÍTULO XIII DO MAGISTÉRIO
bonificação em concursos, sorteios,
premiações e promoções de qualquer Art. 34. No exercício do magistério, o
natureza; profissional inscrito exaltará os princípios
IX - elaborar planos de tratamento para éticos e promoverá a divulgação deste
serem executados por terceiros, inclusive Código. Art. 35. Constitui infração ética:
na forma de perícia prévia; I - utilizar-se do paciente e/ou do aluno de
X - prestar serviços odontológicos, forma abusiva em aula ou pesquisa;
contratar empresas ou profissionais ilegais II - eximir-se de responsabilidade nos
ou irregulares perante o Conselho Regional trabalhos executados em pacientes pelos
de sua jurisdição; alunos;
XI - usar indiscriminadamente Raios X com III - utilizar-se da influência do cargo para
finalidade, exclusivamente, administrativa aliciamento e/ou encaminhamento de
em substituição à perícia/auditoria e aos pacientes para clínica particular;
serviços odontológicos; IV - participar direta ou indiretamente da
XII - deixar de proceder a atualização comercialização de órgãos e tecidos
contratual, cadastral e de responsabilidade humanos;
técnica, bem como de manter-se V - permitir a propaganda abusiva ou
regularizado com suas obrigações legais enganosa, de cursos de especialização,
junto ao Conselho Regional de sua aperfeiçoamento e atualização;
jurisdição; e, VI - aproveitar-se do aluno para obter
XIII - constitui infração ética a participação vantagem física, emocional ou financeira;
de cirurgiões-dentistas como proprietários, VII - aliciar pacientes ou alunos, oferecendo
sócios, dirigentes ou consultores dos vantagens, benefícios ou gratuidades, para
chamados cartões de descontos, assim cursos de aperfeiçoamento, atualização ou
como a comprovada associação ou especialização;
referenciamento de cirurgiões-dentistas a VIII - utilizar-se de formulário de instituições
qualquer empresa que faça publicidade de de ensino para atestar ou prescrever fatos
descontos sobre honorários odontológicos, verificados em consultórios particulares; e
planos de financiamento ou consórcio. IX - permitir a prática clínica em pacientes
por acadêmicos de Odontologia fora das
CAPÍTULO XII DO RESPONSÁVEL diretrizes e planos pedagógicos da
TÉCNICO E DOS PROPRIETÁRIOS instituição de ensino superior, ou de regular
INSCRITOS programa de estágio e extensão,
respondendo pela violação deste inciso o
Art. 33. Ao responsável técnico cabe a professor e o coordenador da respectiva
fiscalização técnica e ética da instituição atividade.
pública ou privada pela qual é responsável,
devendo orientá-la, por escrito, inclusive CAPÍTULO XIV DA DOAÇÃO, DO
sobre as técnicas de propaganda TRANSPLANTE E DO BANCO DE
utilizadas. ÓRGÃOS, TECIDOS E BIOMATERIAIS
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Art. 36. Todos os registros do banco de Art. 41. A comunicação e a divulgação em


ossos e dentes e outros tecidos devem ser Odontologia obedecerão ao disposto neste
de caráter confidencial, respeitando o sigilo Código.
da identidade do doador e do receptor. § 1º. É vedado aos técnicos em prótese
Art. 37. Constitui infração ética: dentária, técnicos em saúde bucal,
I - descumprir a legislação referente ao auxiliares de prótese dentária, bem como
banco de tecidos e dentes ou colaborar aos laboratórios de prótese dentária
direta ou indiretamente com outros fazerem anúncios, propagandas ou
profissionais nesse descumprimento; publicidade dirigida ao público em geral.
II - utilizar-se do nome de outro profissional § 2º. Aos profissionais citados no § 1º, com
para fins de retirada dos tecidos e dentes exceção do auxiliar em saúde bucal, serão
dos bancos relacionados; permitidas propagandas em revistas,
III - deixar de esclarecer ao doador, ao jornais ou folhetos especializados, desde
receptor ou seus representantes legais que dirigidas aos cirurgiões-dentistas, e
sobre os riscos decorrentes de exames, acompanhadas do nome do profissional ou
intervenções cirúrgicas e outros do laboratório, do seu responsável técnico
procedimentos nos casos de transplantes e do número de inscrição no Conselho
de órgãos e tecidos; e, Regional de Odontologia.
IV - participar direta ou indiretamente da § 3º. Nos laboratórios de prótese dentária
comercialização de órgãos e tecidos deverá ser afixado, em local visível ao
humanos. público em geral, informação fornecida pelo
Conselho Regional de Odontologia da
CAPÍTULO XV DAS ENTIDADES DA jurisdição sobre a restrição do atendimento
CLASSE direto ao paciente.
Art. 42. Os anúncios, a propaganda e a
Art. 38. Compete às entidades da classe, publicidade poderão ser feitos em qualquer
através de seu presidente, fazer as meio de comunicação, desde que
comunicações pertinentes que sejam de obedecidos os preceitos deste Código.
indiscutível interesse público. Art. 43. Na comunicação e divulgação é
Parágrafo Único. Esta atribuição poderá ser obrigatório constar o nome e o número de
delegada, sem prejuízo da inscrição da pessoa física ou jurídica, bem
responsabilidade solidária do titular. como o nome representativo da profissão
Art. 39. Cabe ao presidente e ao infrator a de cirurgião-dentista e também das demais
responsabilidade pelas infrações éticas profissões auxiliares regulamentadas. No
cometidas em nome da entidade. caso de pessoas jurídicas, também o nome
Art. 40. Constitui infração ética: e o número de inscrição do responsável
I - servir-se da entidade para promoção técnico.
própria, ou obtenção de vantagens § 1º. Poderão ainda constar na
pessoais; comunicação e divulgação:
II - prejudicar moral ou materialmente a I - áreas de atuação, procedimentos e
entidade; técnicas de tratamento, desde que
III - usar o nome da entidade para precedidos do título da especialidade
promoção de produtos comerciais sem que registrada no Conselho Regional ou
os mesmos tenham sido testados e qualificação profissional de clínico geral.
comprovada sua eficácia na forma da Lei; Áreas de atuação são procedimentos
e, pertinentes às especialidades reconhecidas
IV - desrespeitar entidade, injuriar ou pelo Conselho Federal;
difamar os seus diretores II - as especialidades nas quais o cirurgião-
dentista esteja inscrito no Conselho
CAPÍTULO XVI DO ANÚNCIO, DA Regional;
PROPAGANDA E DA PUBLICIDADE
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III - os títulos de formação acadêmica assuntos odontológicos deixe de ter caráter


'stricto sensu' e do magistério relativos à exclusivo de esclarecimento e educação da
profissão; coletividade;
IV - endereço, telefone, fax, endereço VI - divulgar nome, endereço ou qualquer
eletrônico, horário de trabalho, convênios, outro elemento que identifique o paciente, a
credenciamentos, atendimento domiciliar e não ser com seu consentimento livre e
hospitalar; esclarecido, ou de seu responsável legal,
V - logomarca e/ou logotipo; e, desde que não sejam para fins de
VI - a expressão "clínico geral", pelos autopromoção ou benefício do profissional,
profissionais que exerçam atividades ou da entidade prestadora de serviços
pertinentes à Odontologia decorrentes de odontológicos, observadas as demais
conhecimentos adquiridos em curso de previsões deste Código;
graduação ou em cursos de pós- VII - aliciar pacientes, praticando ou
graduação. § 2º. No caso de pessoa permitindo a oferta de serviços através de
jurídica, quando forem referidas ou informação ou anúncio falso, irregular,
ilustradas especialidades, deverão possuir, ilícito ou imoral, com o intuito de atrair
a seu serviço, profissional inscrito no clientela, ou outros atos que caracterizem
Conselho Regional nas especialidades concorrência desleal ou aviltamento da
anunciadas, devendo, ainda, ser profissão, especialmente a utilização da
disponibilizada ao público a relação destes expressão “popular”;
profissionais com suas qualificações, bem VIII - induzir a opinião pública a acreditar
como os clínicos gerais com suas que exista reserva de atuação clínica em
respectivas áreas de atuação, quando Odontologia;
houver. IX - oferecer trabalho gratuito com intenção
Art. 44. Constitui infração ética: de autopromoção ou promover campanhas
I - fazer publicidade e propaganda oferecendo trocas de favores;
enganosa, abusiva, inclusive com X - anunciar serviços profissionais como
expressões ou imagens de antes e depois, prêmio em concurso de qualquer natureza
com preços, serviços gratuitos, ou através de aquisição de outros bens
modalidades de pagamento, ou outras pela utilização de serviços prestados;
formas que impliquem comercialização da XI - promover direta ou indiretamente por
Odontologia ou contrarie o disposto neste intermédio de publicidade ou propaganda a
Código; poluição do ambiente;
II - anunciar ou divulgar títulos, XII - expor ao público leigo artifícios de
qualificações, especialidades que não propaganda, com o intuito de granjear
possua, sem registro no Conselho Federal, clientela, especialmente a utilização de
ou que não sejam por ele reconhecidas; imagens e/ou expressões antes, durante e
III - anunciar ou divulgar técnicas, terapias depois, relativas a procedimentos
de tratamento, área da atuação, que não odontológicos;
estejam devidamente comprovadas XIII - participar de programas de
cientificamente, assim como instalações e comercialização coletiva oferecendo
equipamentos que não tenham seu registro serviços nos veículos de comunicação; e,
validado pelos órgãos competentes; XIV - realizar a divulgação e oferecer
IV - criticar técnicas utilizadas por outros serviços odontológicos com finalidade
profissionais como sendo inadequadas ou mercantil e de aliciamento de pacientes,
ultrapassadas; através de cartão de descontos, caderno
V - dar consulta, diagnóstico, prescrição de de descontos, mala direta via internet, sites
tratamento ou divulgar resultados clínicos promocionais ou de compras coletivas,
por meio de qualquer veículo de telemarketing ativo à população em geral,
comunicação de massa, bem como permitir stands promocionais, caixas de som
que sua participação na divulgação de portáteis ou em veículos automotores,
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plaqueteiros entre outros meios que acesso às escolas, empresas e demais


caracterizem concorrência desleal e entidades.
desvalorização da profissão. SEÇÃO II DA PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA
Art. 45. Pela publicidade e propaganda em
desacordo com as normas estabelecidas Art. 49. Constitui infração ética:
neste Código respondem solidariamente os I - aproveitar-se de posição hierárquica
proprietários, responsável técnico e demais para fazer constar seu nome na coautoria
profissionais que tenham concorrido na de obra científica;
infração, na medida de sua culpabilidade. II - apresentar como seu, no todo ou em
Art. 46. Aplicam-se, também, as normas parte, material didático ou obra científica de
deste Capítulo a todos àqueles que outrem, ainda que não publicada;
exerçam a Odontologia, ainda que de III - publicar, sem autorização por escrito,
forma indireta, sejam pessoas físicas ou elemento que identifique o paciente
jurídicas, tais como: clínicas, policlínicas, preservando a sua privacidade;
operadoras de planos de assistência à IV - utilizar-se, sem referência ao autor ou
saúde, convênios de qualquer forma, sem sua autorização expressa, de dados,
credenciamentos ou quaisquer outras informações ou opiniões coletadas em
entidades. partes publicadas ou não de sua obra;
V - divulgar, fora do meio científico,
SEÇÃO I DA ENTREVISTA processo de tratamento ou descoberta cujo
valor ainda não esteja expressamente
Art. 47. O profissional inscrito poderá reconhecido cientificamente;
utilizar-se de meios de comunicação para VI - falsear dados estatísticos ou deturpar
conceder entrevistas ou palestras públicas sua interpretação; e,
sobre assuntos odontológicos de sua VII - publicar pesquisa em animais e seres
atribuição, com finalidade de humanos sem submetê-la à avaliação
esclarecimento e educação no interesse da prévia do comitê de ética e pesquisa em
coletividade, sem que haja autopromoção seres humanos e do comitê de ética e
ou sensacionalismo, preservando sempre o pesquisa em animais.
decoro da profissão, sendo vedado
anunciar neste ato o seu endereço CAPÍTULO XVII DA PESQUISA
profissional, endereço eletrônico e telefone. CIENTÍFICA
Art. 48. É vedado ao profissional inscrito:
I - realizar palestras em escolas, empresas Art. 50. Constitui infração ética:
ou quaisquer entidades que tenham como I - desatender às normas do órgão
objetivo a divulgação de serviços competente e à legislação sobre pesquisa
profissionais e interesses particulares, em saúde;
diversos da orientação e educação social II - utilizar-se de animais de
quanto aos assuntos odontológicos; experimentação sem objetivos claros e
II - distribuir material publicitário e oferecer honestos de enriquecer os horizontes do
brindes, prêmios, benefícios ou vantagens conhecimento odontológico e,
ao público leigo, em palestras realizadas consequentemente, de ampliar os
em escolas, empresas ou quaisquer benefícios à sociedade;
entidades, com finalidade de angariar III - desrespeitar as limitações legais da
clientela ou aliciamento; profissão nos casos de experiência in
III - realizar diagnóstico ou procedimentos anima nobili;
odontológicos em escolas, empresas ou IV - infringir a legislação que regula a
outras entidades, em decorrência da utilização do cadáver para estudo e/ou
prática descrita nos termos desta seção; e, exercícios de técnicas cirúrgicas;
IV - aliciar pacientes, aproveitando-se do

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V - infringir a legislação que regula os I - imputar a alguém conduta antiética de


transplantes de órgãos e tecidos post- que o saiba inocente, dando causa a
mortem e do "próprio corpo vivo"; instauração de processo ético;
VI - realizar pesquisa em ser humano sem II - acobertar ou ensejar o exercício ilegal
que este ou seu responsável, ou ou irregular da profissão;
representante legal, tenha dado III - exercer, após ter sido alertado,
consentimento, livre e esclarecido, por atividade odontológica em pessoa jurídica,
escrito, sobre a natureza das ilegal, inidônea ou irregular;
consequências da pesquisa; IV - ocupar cargo cujo profissional dele
VII - usar, experimentalmente, sem tenha sido afastado por motivo de
autorização da autoridade competente, e movimento classista;
sem o conhecimento e o consentimento V - ultrapassar o estrito limite da
prévios do paciente ou de seu competência legal de sua profissão;
representante legal, qualquer tipo de VI - manter atividade profissional durante a
terapêutica ainda não liberada para uso no vigência de penalidade suspensiva;
País; VII - veiculação de propaganda ilegal;
VIII - manipular dados da pesquisa em VIII - praticar infração ao Código de Ética
benefício próprio ou de empresas e/ou no exercício da função de dirigente de
instituições; e, entidade de classe odontológica;
IX - sobrepor o interesse da ciência ao da IX - exercer ato privativo de profissional da
pessoa humana. Odontologia, sem estar para isso
legalmente habilitado;
CAPÍTULO XVIII DAS PENAS E SUAS X - praticar ou ensejar atividade que não
APLICAÇÕES resguarde o decoro profissional;
XI - ofertar serviços odontológicos de forma
Art. 51. Os preceitos deste Código são de abusiva, enganosa, imoral ou ilegal; e,
observância obrigatória e sua violação XII - ofertar serviços odontológicos em sites
sujeitará o infrator e quem, de qualquer de compras coletivas ou similares.
modo, com ele concorrer para a infração, Art. 54. A alegação de ignorância ou a má
ainda que de forma indireta ou omissa, às compreensão dos preceitos deste Código
seguintes penas previstas no artigo 18 da não exime de penalidade o infrator.
Lei nº. 4.324, de 14 de abril de 1964: Art. 55. São circunstâncias que podem
I - advertência confidencial, em aviso agravar a pena:
reservado; I - a reincidência;
II - censura confidencial, em aviso II - a prática com dolo;
reservado; III - a inobservância das notificações
III - censura pública, em publicação oficial; expedidas pela fiscalização, o não
IV - suspensão do exercício profissional até comparecimento às solicitações ou
30 (trinta) dias; e, intimações do Conselho Regional para
V - cassação do exercício profissional ad esclarecimentos ou na instrução da ação
referendum do Conselho Federal. ética disciplinar;
Art. 52. Salvo nos casos de manifesta IV - qualquer forma de obstrução de
gravidade e que exijam aplicação imediata processo;
de penalidade mais grave, a imposição das V - o falso testemunho ou perjúrio;
penas obedecerá à gradação do artigo VI - aproveitar-se da fragilidade do
anterior. paciente; e,
Parágrafo Único. Avalia-se a gravidade VII - cometer a infração com abuso de
pela extensão do dano e por suas autoridade ou violação do dever inerente
consequências. ao cargo ou função.
Art. 53. Considera-se de manifesta Art. 56. São circunstâncias que podem
gravidade, principalmente: atenuar a pena:
29
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

I - não ter sido antes condenado por momento da geração, do


infração ética; acondicionamento e do descarte, até sua
II - ter reparado ou minorado o dano; e, coleta e destinação final. A formulação de
III - culpa concorrente da vítima. políticas de gerenciamento torna-se
Art. 57. Além das penas disciplinares essencial para solucionar problemas
previstas, também poderá ser aplicada diretamente relacionados ao odontólogo,
pena pecuniária a ser fixada pelo Conselho ao paciente, ao meio ambiente e também
Regional, arbitrada entre 1 (uma) e 25 para prover o melhor destino e tratamento
(vinte e cinco) vezes o valor da anuidade. dos resíduos. Assim, o gerenciamento visa
§ 1º. O aumento da pena pecuniária deve orientar a implantação, a implementação e
ser proporcional à gravidade da infração. acompanhamento de políticas adequadas
§ 2º. Em caso de reincidência, a pena de de manejo dos resíduos e controle dos
multa será aplicada em dobro. riscos deles decorrentes.
Segundo Mandelli (1997),
CAPÍTULO XIX DISPOSIÇÕES FINAIS gerenciamento de risco implica no conjunto
articulado de ações normativas,
Art. 58. O profissional condenado por operacionais, financeiras e de
infração ética à pena disciplinar combinada planejamento baseadas em critérios
com multa pecuniária, também poderá ser sanitários, ambientais, sociais, políticos,
objeto de reabilitação, na forma prevista no técnico, educacionais, culturais, estéticos e
Código de Processo Ético Odontológico. econômicos para a geração, manejo,
Art. 59. As alterações deste Código são da tratamento e disposição final dos resíduos
competência exclusiva do Conselho sólidos.
Federal, ouvidos os Conselhos Regionais. Schneider, et al. (2001) relatam a
Art. 60. Este Código entrará em vigor a importância do gerenciamento como
partir de 1º de janeiro de 2013. instrumento que minimiza e até mesmo
impede efeitos diversos causados pelos
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS resíduos, do ponto de vista sanitário,
ambiental e ocupacional, sempre que
Os resíduos sólidos de saúde (RSS) realizado racional e adequadamente. As
são aqueles definidos como resultantes de legislações ambientais da maioria dos
atividades exercidas nos estabelecimentos países, inclusive a do Brasil, vem evoluindo
que prestam serviços de saúde, e se adaptando à nova realidade, visando
compreendendo: hospitais, clínicas coibir severamente o não cumprimento da
médicas, ambulatórios, farmácias, prática de gerenciamento do lixo biológico.
laboratórios, clínicas odontológicas, entre
outros (NBR 12807 – ABNT, 1993). Classificação dos resíduos
Entre as principais classes de RSS
em odontologia têm-se, substâncias Há diferentes legislações que
químicas, material biológico, material classificam de forma diferenciada os
radioativo e materiais de diversos usos em resíduos sólidos de serviços de saúde.
serviços odontológicos. O entendimento Existem, por exemplo, as normas da
sobre o risco potencial que os RSS ABNT– Associação Brasileira de Normas
representam na odontologia, explicita o Técnicas e a Resolução CONAMA nº 5/93
quanto é necessário um adequado do Ministério do Meio Ambiente.
gerenciamento deste. De acordo com a Norma Brasileira
Em odontologia o risco de Regulamentadora (NBR) 10.004/87 da
contaminação através do contato com Associação Brasileira de Normas Técnicas
resíduos perfurocortantes, culturas (ABNT), os resíduos sólidos são
microbiológicas ou substâncias ricas em classificados como todos aqueles
metais pesados é elevado, desde o resultantes de atividades da comunidade
30
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

de origem, na qual estariam incluídas as materiais resultantes de atividades


seguintes atividades: industrial, doméstica, humanas que contenham radionuclídeos
hospitalar, (Serviços de Saúde), comercial, em quantidades superiores aos limites de
agrícola, de serviços e de varrição, entre isenção especificados na norma CNEN-NE-
outros. Os resíduos sólidos dos serviços de 6.02.
saúde são classificados em cinco classes,
de acordo com o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA):

● Grupo A – Potencialmente Infectantes –


resíduos com a possível presença de
agentes biológicos que por suas
características de maior virulência ou Figura 3 – Simbologia de risco radioativo
concentração, podem apresentar risco de
infecção. Nas dependências com riscos ● Grupo D – Resíduos comuns – são
biológicos, é indicado o uso do símbolo de todos os resíduos gerados nos serviços
risco biológico representado na Figura 1. abrangidos por esta resolução, que por
suas características, não necessitam de
processos diferenciados relacionados ao
acondicionamento, identificação e
tratamento, devendo ser considerados
resíduos sólidos urbanos – RSU.

Figura 1 – Símbolo indica a presença ou


manipulação de material biológico com
potencial infectante.

● Grupo B – Químicos – resíduos


contendo substâncias que apresentem
risco à saúde pública ou ao meio ambiente,
independente de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e Figura 4- Simbologia de matérias
toxicidade. Nas dependências com risco recicláveis
químico, é indicado o uso do símbolo de
risco químico representado na Figura 2. ● Grupo E – Perfurocortantes – são os
objetos e instrumentos contendo cantos,
bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e
agudas, capazes de cortar ou perfurar.

Figura 2 – Símbolo indica a presença ou


manipulação de substâncias com risco
químico

●Grupo C – Rejeitos radioativos – são


Figura 5 – Embalagem utilizada para
considerados rejeitos radioativos quaisquer
descarte classe E
31
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

epidemiologicamente importante ou cujo


A temática acerca dos resíduos de mecanismo de transmissão seja
serviços de saúde, em especial os de desconhecido.
serviços odontológicos, necessita
ampliação e aprofundamento de estudos, Manejo:
devido às controvérsias decorrentes das • Devem ser acondicionados em sacos
implicações desses resíduos no que se vermelhos, que devem ser substituídos
refere à saúde ambiental. Nela estão quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou
contidas questões vinculadas à saúde pelo menos uma vez a cada 24 horas, e
ocupacional e dos usuários dos serviços identificados conforme o item 1.3.3 da RDC
odontológicos e ao saneamento ambiental. 306/04.
O gerenciamento é tido como um • Devem ser submetidos a tratamento
processo capaz de minimizar ou até utilizando-se processo físico ou outros
mesmo impedir os efeitos adversos processos que vierem a ser validados para
causados pelos Resíduos de Serviços de a obtenção de redução ou eliminação da
Saúde (RSS), do ponto de vista sanitário, carga microbiana, em equipamento
ambiental e ocupacional, sempre que compatível com o Nível III de Inativação
realizado racional e adequadamente. Os Microbiana.
resíduos gerados nos serviços Após o tratamento, devem ser
odontológicos causam risco à saúde acondicionados da seguinte forma:
pública e ocupacional equivalente aos • Se não houver descaracterização física
resíduos dos demais estabelecimentos de das estruturas, devem ser acondicionados
saúde. conforme a RDC 306/04, em sacos brancos
Seus responsáveis técnicos devem leitosos, que devem ser substituídos
implantar um plano de gerenciamento de quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou
acordo com o estabelecido na RDC/Anvisa pelo menos uma vez a cada 24 horas, e
n0 306, de 07 de dezembro de 2004, ou a identificados conforme o item 1.3.3 da
que vier substituí-la. Os resíduos gerados mesma RDC.
nos serviços odontológicos podem ser • Havendo descaracterização física das
classificados em biológicos, químicos, estruturas, podem ser acondicionados
perfurocortantes ou escarificantes e como resíduos do Grupo D. B) Recipientes
comuns. e materiais resultantes do processo de
assistência à saúde, contendo sangue ou
Resíduos biológicos líquidos corpóreos na forma livre.

São resíduos com possível Manejo:


presença de agentes biológicos, que por • Devem ser acondicionados conforme o
suas características podem apresentar item 1.2 da RDC 306/04, em sacos
risco de infecção. Os resíduos biológicos vermelhos, que devem ser substituídos
devem ser manejados de diferentes quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou
formas, de acordo com sua composição: pelo menos uma vez a cada 24 horas, e
A) Resíduos resultantes da atenção à identificados conforme o item 1.3.3 da
saúde de indivíduos com suspeita ou mesma RDC.
certeza de contaminação biológica por • Devem ser submetidos a tratamento
agentes com classe de risco 4, em utilizando-se processo físico ou outros
conformidade com a RDC/Anvisa n0 306, processos que vierem a ser validados para
de 07 de dezembro de 2004, ou a que vier a obtenção de redução ou eliminação da
substituí-la, por microrganismos com carga microbiana, em equipamento
relevância epidemiológica e risco de compatível com o Nível III de Inativação
disseminação ou causadores de doença Microbiana (Apêndice IV da RDC 306/04) e
emergente que se torne que desestruture as suas características
32
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

físicas, de modo a se tornarem apresentar risco à saúde pública ou ao


irreconhecíveis. meio ambiente, dependendo de suas
características de inflamabilidade,
Após o tratamento, podem ser corrosividade, reatividade e toxicidade:
acondicionados como resíduos do Grupo
D. Caso o tratamento previsto venha a ser a) Produtos antimicrobianos, citostáticos e
realizado fora da unidade geradora, o antineoplásicos; imunossupressores,
acondicionamento para transporte deve ser quando apresentarem prazo de validade
em recipiente rígido, resistente a punctura, vencido ou se tornarem impróprios para o
ruptura e vazamento, com tampa provida consumo.
de controle de fechamento e devidamente b) Anestésicos.
identificado, conforme o item 1.3.3 da RDC c) Efluentes de processadores de imagem
306/04, de forma a garantir o transporte (reveladores e fixadores).
seguro até a unidade de tratamento. d) Saneantes e desinfetantes.
e) Resíduos de amálgama.
C) Recipientes e materiais resultantes do f) Radiografias odontológicas.
processo de assistência à saúde, que não g) Demais produtos considerados
contenham sangue ou líquidos corpóreos perigosos, conforme classificação da NBR
na forma livre (luvas, óculos, máscaras, 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos,
gaze e outros) e peças anatômicas (órgãos inflamáveis e reativos).
e tecidos) e outros resíduos provenientes
de procedimentos cirúrgicos ou de estudos As características dos resíduos
anatomopatológicos ou de confirmação pertencentes a este grupo são as contidas
diagnóstica. na Ficha de Informações de Segurança de
Produtos Químicos – FISPQ (NBR 14.725
Manejo: da ABNT, de julho de 2001).
• Esses resíduos podem ser dispostos, sem
tratamento prévio, em local devidamente - Os resíduos químicos que apresentam
licenciado para disposição final de RSS. risco à saúde ou ao meio ambiente, quando
• Devem ser acondicionados em sacos não forem submetidos a processo de
brancos leitosos, que devem ser reutilização, recuperação ou reciclagem,
substituídos quando atingirem 2/3 de sua devem ser submetidos a tratamento e
capacidade ou pelo menos uma vez a cada disposição final específicos.
24 horas, e identificados conforme o item - Os resíduos no estado sólido, quando não
1.3.3 da RDC 306/04. tratados, devem ser dispostos em aterro de
resíduos perigosos – Classe I.
Os sacos devem estar contidos em - Os resíduos no estado líquido devem ser
recipiente de material lavável, resistente a submetidos a tratamento específico, sendo
punctura, ruptura e vazamento, com tampa vedado o seu encaminhamento para
provida de sistema de abertura sem disposição final em aterros. Quando
contato manual, com cantos arredondados, submetidos a processo de tratamento
e resistente ao tombamento. Devem ser térmico por incineração, devem seguir as
dispostos em local devidamente licenciado orientações contidas na Resolução
para disposição final, e, na ausência deste, Conama n0 316, de 29 de outubro de 2002,
as orientações do órgão ambiental ou a que vier substituí-la.
competente devem ser observadas. - O acondicionamento deve ser feito em
recipientes individualizados, observadas as
Resíduos químicos exigências de compatibilidade química do
resíduo com os materiais das embalagens,
Os seguintes resíduos contêm de forma a evitar reação química entre os
substâncias químicas que podem componentes, enfraquecendo-a ou
33
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

deteriorando-a, ou a possibilidade de que o gestores de recursos hídricos e de


material da embalagem seja permeável aos saneamento competentes.
componentes do resíduo.
Os reveladores utilizados em radiologia Resíduos perfuro cortantes
podem ser submetidos a processo de
neutralização para alcançarem pH entre 7 e São todos os objetos e instrumentos
9, sendo posteriormente lançados na rede contendo cantos, bordas, pontos ou
coletora de esgoto ou em corpo receptor, protuberâncias rígidas e agudas capazes
desde que atendam às diretrizes de cortar ou perfurar (bisturis, agulhas,
estabelecidas pelos órgãos ambientais, ampolas de vidro, brocas, limas
gestores de recursos hídricos e de endodônticas, pontas diamantadas e
saneamento competentes. outros).
- Os fixadores usados em radiologia podem Devem ser acondicionados em
ser submetidos a processo de recuperação recipientes rígidos, com tampa vedante,
da prata ou então ao constante do item estanques, resistentes à ruptura e à
11.16 da RDC 306/04. punctura. Devem ser dispostos em local
- O descarte de pilhas, baterias e devidamente licenciado para disposição
acumuladores de carga contendo chumbo final de RSS, e, na ausência deste, seu
(Pb), cádmio (Cd) e mercúrio (Hg) e seus manejo deve seguir as orientações do
compostos deve ser feito de acordo com a órgão ambiental competente.
Resolução Conama n0 257/99, ou a que Dependendo da concentração e do
vier substituí-la. volume residual de contaminação por
- Os demais resíduos sólidos contendo substâncias químicas perigosas, esses
metais pesados podem ser encaminhados resíduos devem ser submetidos ao mesmo
a aterro de resíduos perigosos – Classe I tratamento dado à substância
ou submetidos a tratamento, de acordo contaminante.
com as orientações do órgão local de meio
ambiente, em instalações licenciadas para Resíduos comuns
este fim.
- O manejo dos resíduos líquidos deste São aqueles resíduos que não
grupo deve seguir orientações específicas apresentam risco biológico, químico ou
dos órgãos ambientais locais. radiológico à saúde ou ao meio ambiente,
- Os resíduos contendo mercúrio (Hg) podendo ser equiparados aos resíduos
devem ser acondicionados em recipientes domiciliares. Para o gerenciamento desses
sob selo d’água e encaminhados para resíduos devem ser seguidas as
recuperação. orientações estabelecidas pelo órgão
- Resíduos químicos que não apresentam ambiental competente e pelo serviço de
risco à saúde ou ao meio ambiente não limpeza urbana.
necessitam de tratamento, podendo ser
submetidos a processo de reutilização, Plano de gerenciamento de resíduos
recuperação ou reciclagem. odontológicos
- Resíduos no estado sólido, quando não
submetidos à reutilização, recuperação ou O Plano de Gerenciamento de
reciclagem, devem ser encaminhados para Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)
sistemas licenciados de disposição final. é o documento que aponta e descreve as
- Resíduos no estado líquido podem ser ações relativas ao manejo dos resíduos
lançados na rede coletora de esgoto ou em sólidos, observadas suas características e
corpo receptor, desde que atendam, riscos, no âmbito dos estabelecimentos.
respectivamente, as diretrizes Contempla os aspectos referentes à
estabelecidas pelos órgãos ambientais, geração, segregação, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte,
34
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

tratamento e disposição final, bem como as • Ações referentes aos processos de


ações de proteção à saúde pública e ao prevenção de saúde do trabalhador.
meio ambiente. • Etapas de desenvolvimento e implantação
O Plano deve ser baseado nas de programas de capacitação, abrangendo
características e no volume dos RSS todos os setores geradores de RSS, os
gerados e deve ser compatível com as setores de higienização e limpeza, a
normas locais relativas à coleta, ao Comissão de Controle de Infecção
transporte e à disposição, estabelecidas Hospitalar (CCIH), os Serviços de
pelos órgãos responsáveis. Quando exigido Engenharia de Segurança e Medicina no
pelas autoridades locais de saúde e/ou Trabalho (SESMT), a Comissão Interna de
ambiente, deve ser submetido à aprovação Prevenção de Acidentes (Cipa), em
prévia. Uma cópia do PGRSS deve estar consonância com as legislações de saúde
disponível para consulta sob solicitação da e ambiental e normas da Comissão
autoridade sanitária ou ambiental Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
competente, dos funcionários, dos vigentes.
pacientes e do público em geral.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
O PGRSS deverá conter os seguintes EM SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS
itens:
• Identificação do gerador: razão social, Biossegurança “é o conjunto de
nome fantasia, endereço, fone, fax, ações voltadas para a prevenção,
endereço eletrônico, atividades minimização ou eliminação de riscos
desenvolvidas, horários de funcionamento, inerentes às atividades de pesquisa,
dados dos responsáveis técnicos pelo produção, ensino, desenvolvimento,
estabelecimento e pelo plano (nome, RG, tecnologia e prestação de serviço visando a
profissão e registro profissional). saúde do homem, dos animais, a
• Caracterização do resíduo: este deve ser preservação do meio ambiente e a
quantificado e classificado segundo a RDC qualidade dos resultados”
Anvisa n.º 306/04, ou a que vier substituí- [CTbio/FIOCRUZ].
la. Os profissionais de Odontologia,
• Etapas do manejo: descrever como serão Cirurgiões-Dentistas, Auxiliares de
realizadas as etapas de segregação, Consultório Odontológico, Higienistas,
acondicionamento, transporte interno e Técnico de Higiene Dental e Técnico de
externo, armazenamento temporário e Laboratório de Prótese estão sob risco
externo, coleta, tratamento e disposição constante de adquirir doenças no exercício
final para cada tipo de resíduo gerado. de suas funções.
Comprovadamente os
Quando adotada a reciclagem de microorganismos têm ludibriado as
resíduos, o desenvolvimento e a medidas de segurança adotadas na
implantação de práticas devem estar de atualidade, colocando em risco o
acordo com as normas dos órgãos profissional e o paciente; e a falta de
ambientais e de limpeza urbana. cuidados, em relação a biossegurança, tem
propiciado a intensificação do ciclo de
O Plano de Gerenciamento de Resíduos infecções cruzadas.
de Serviços de Saúde deverá também É responsabilidade do
descrever: Cirurgião-Dentista a orientação e
• Medidas preventivas e corretivas de manutenção da cadeia asséptica por parte
controle integrado de insetos e roedores. da equipe Odontológica e o cumprimento
• Ações a serem adotadas em situações de das normas de qualidade e segurança
emergência e acidentes. quanto ao radiodiagnóstico e descarte de
resíduos gerados pelo atendimento.
35
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

O controle de infecção é constituído Sabemos que a cada segundo


por recursos materiais e protocolos que substâncias químicas e microorganismos
agrupam as recomendações para estão sendo introduzidos no meio ambiente
prevenção, vigilância, diagnóstico e e que os resultados dessa verdadeira
tratamento de infecções, visando a alquimia biotecnológica ainda são
segurança da equipe e dos pacientes, em desconhecidas para a humanidade.
quaisquer situações ou local onde se
prestem cuidados de saúde. III. CONCESSÃO DE LICENÇAS
A Biossegurança nunca é suficiente III.
quando profissionais da Saúde atendem a 1. Consultório Odontológico A.
um paciente ou manipulam instrumentos, Licença inicial
material biológico e superfícies
contaminadas. Porém, o fato de sempre 1. Requerimento próprio do
haver risco, deve ser um estímulo à nossa CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável
dedicação, e não o inverso, ou seja, uma técnico (em duas vias);
justificativa às nossas falhas. 2. Comprovante do pagamento
As principais doenças infecto- da respectiva taxa de serviços estaduais
contagiosas que representam riscos em (DARJ, Código da Receita 201-1);
consultório odontológico podem ser
causadas por vírus, como: Catapora, 3. Cópia do contrato de locação
Hepatite B, Hepatite C, Conjuntivite ou título de propriedade do imóvel ou
Herpética, Herpes Simples, Herpes Zoster, declaração de cessão, acompanhada da
Mono-nucleose Infecciosa, Sarampo, copia da licença inicial do cedente
Rubéola, Parotidite, Gripe, Infecção pelo (declaração);
Papilomavírus Humano, Infecção pelo Ci- 4. Cópia das folhas 3, 4, 5 e 6 da
tomegalovírus e infecção pelo HIV. Podem identidade profissional do Conselho
também ser causadas por bactérias que Regional de Odontologia - CRO-RJ;
levam à Pneumonia, à Infecção por 5. Cópia do pagamento da
Estafilococos, Estreptococos, anuidade do Conselho Regional de
Pseudomonas, Klebsiella; por bacilos como Odontologia – CRO-RJ;
o da Tuberculose e, ainda, por fungos, 6. Cópia do Alvará de
sendo a Candidíase a mais comum. Os Localização expedido pelo órgão
profissionais de Odontologia também competente da Prefeitura Municipal
devem se vacinar, embora não existam correspondente;
todas as vacinas para prevenção destas 7. Cópia autenticada da
doenças. procuração do representante legal se for o
Os serviços de Odontologia caso.
necessitam cumprir as normas de III. 2. Clínicas Odontológicas e
biossegurança baseadas em leis, portarias, demais Estabelecimentos com Serviços
resoluções e normas técnicas do Ministério Dentários A. Licença Inicial
da Saúde, Ministério do Trabalho e 1. Requerimento próprio do
Secretarias Estaduais e Municipais, que CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável
observam desde proteções contra técnico (em duas vias);
radiações ionizantes, radiações de luz 2. Comprovante do pagamento
halógena, uso de medicamentos e da respectiva taxa de serviços estaduais
saneantes, medidas para o controle de (DARJ, Código da Receita 201-1);
doenças infecto-contagiosas, destinação de 3. Cópia do contrato de locação
resíduos e proteção ao meio ambiente. ou título de propriedade do imóvel;
O que temos que implantar é a 4. Cópia do Contrato Social ou
cultura da valorização do homem e a Ata de constituição da empresa e suas
valorização da sua qualidade de vida.
36
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

alterações, se houver, registrado na Junta 2. Comprovante do pagamento


Comercial; da respectiva taxa de serviços estaduais
5. Declaração indicando o (DARJ, Código da Receita 201-1);
responsável técnico (cirurgião – dentista 3. Relação dos cirurgiões-
com inscrição definitiva no Conselho dentistas que trabalham no
Regional de Odontologia - CRO-RJ estabelecimento, com os respectivos
obrigatoriamente), com o “de acordo” do números do Conselho Regional de
mesmo (nome, assinatura e nº do CRO- Odontologia - CRO-RJ e assinaturas,
RJ), datada e assinada pelo diretor do inclusive do responsável técnico, datada e
estabelecimento; assinada pelo diretor do estabelecimento e
6. Relação dos cirurgiões- anexando cópias das identidades
dentistas que trabalham no profissionais correspondentes (livreto -
estabelecimento, com os respectivos folhas 3, 4, 5 e 6)
números do Conselho Regional de 4. Cópia do Certificado de
Odontologia - CRO-RJ e assinaturas, Inscrição da Clínica no Conselho Regional
inclusive do responsável técnico, datada e de Odontologia - CRO-RJ;
assinada pelo diretor do estabelecimento e 5. Cópia autenticada da
anexando cópias das identidades procuração do representante legal se for o
profissionais correspondentes (livreto - caso.
folhas 3, 4, 5 e 6);
7. Cópia da anuidade do C. Alteração / Mudança de
Conselho Regional de Odontologia – CRO- Responsável Técnico
RJ de todos os profissionais que trabalham 1. Requerimento próprio do
no estabelecimento; CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável
8. Cópia do Certificado de técnico (em duas vias);
Inscrição da Clínica no Conselho Regional 2. Comprovante do pagamento
de Odontologia – CRO-RJ; da respectiva taxa de serviços estaduais
9. Projeto arquitetônico de (DARJ, Código da Receita 201-1);
acordo com “Instruções para Apresentação 3. Declaração datada e assinada
de Projeto no Setor de Arquitetura do pela direção do estabelecimento, com o “de
CVS/SES-RJ” (Anexo II); acordo” do profissional que esta deixando a
10. Cópia do Alvará de responsabilidade técnica e do que esta
Localização expedido pelo órgão assumindo, com respectivos números do
competente da Prefeitura Municipal Conselho Regional de Odontologia - CRO-
correspondente; RJ e cópias das folhas 3, 4, 5 e 6 das
11. Cópia do documento de identidades profissionais - livreto do CRO-
inscrição na Secretaria de Estado da RJ e assinaturas;
Receita; 4. Cópia autenticada da
12. Cópia do documento de procuração do representante legal, se for o
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa caso.
Jurídica - CNPJ;
13. Cópia autenticada da D. Mudança de Endereço
procuração do representante legal se for o
caso. 1. Requerimento próprio do
CVS/SES-RJ assinado pelo profissional
B. Revalidação de Licença requerente (em duas vias);
2. Comprovante do pagamento
1. Requerimento próprio do da respectiva taxa de serviços estaduais
CVS/SES - RJ, assinado pelo responsável (DARJ, Código da Receita 201-1);
técnico (em duas vias); 3. Cópia do contrato de locação
ou título de propriedade do imóvel;
37
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4. Cópia do Contrato Social ou competente da Prefeitura Municipal


Ata de constituição da empresa e suas correspondente;
alterações, se houver, registrado na Junta 11. Cópia do documento de
Comercial; inscrição na Secretaria de Estado da
5. Cópia do Alvará de Receita;
Localização expedido pelo órgão 12. Cópia do documento de
competente da Prefeitura Municipal inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
correspondente; Jurídica - CNPJ;
6. Cópia do documento de 13. Cópia autenticada da
inscrição na Secretaria de Estado da procuração do representante legal se for o
Receita; caso.
7. Cópia do documento de
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa B. Revalidação de Licença
Jurídica - CNPJ;
8. Cópia autenticada da 1. Requerimento próprio do
procuração do representante legal, se for o CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável
caso. técnico (em duas vias);
III. 3. Serviços de 2. Comprovante do pagamento
Radiodiagnóstico Odontológico A. Licença da respectiva taxa de serviços estaduais
Inicial (DARJ, Código da Receita 201-1);
1. Requerimento próprio do 3. Cópia da Certidão ou
CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável Certificado de Regularidade Técnica
técnico (em duas vias); expedida pelo Conselho Regional de
2. Comprovante do pagamento Odontologia (CRO-RJ);
da respectiva taxa de serviços estaduais 4. Cópia autenticada da
(DARJ, Código da Receita 201-1); procuração do representante legal, se for o
3. Cópia do Contrato Social ou caso.
Ata de constituição da empresa e suas C. Alteração / Mudança de
alterações, se houver, registrado na Junta Responsável Técnico
Comercial;
4. Cópia do contrato de locação 1. Requerimento próprio do
ou do título de propriedade do imóvel; CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável
5. Cópia da Certidão ou técnico (em duas vias);
Certificado de Regularidade Técnica 2. Comprovante do pagamento
expedida pelo Conselho Regional de da respectiva taxa de serviços estaduais
Odontologia - CRO-RJ; (DARJ, Código da Receita 201-1);
6. Declaração do responsável 3. Cópia da Certidão ou
técnico indicando o seu substituto eventual, Certificado de Regularidade Técnica
com ciente deste, datada e assinada; expedida pelo Conselho Regional de
7. Cópia da identidade Odontologia (CRO-RJ);
profissional e anuidade do Conselho 4. Declaração do responsável
Profissional correspondente do responsável técnico indicando o seu substituto eventual
técnico e do substituto eventual; com o ciente deste, datada e assinada;
8. Título de especialista ou 5. Título de especialista ou
equivalente do responsável técnico; equivalente do responsável técnico;
9. Projeto Arquitetônico de 6. Cópia autenticada da
acordo com “Instruções para Apresentação procuração do representante legal, se for o
de Projeto no Setor de Arquitetura da caso.
CFS/CVS/SES-RJ” (Anexo II);
10. Cópia do Alvará de D. Mudança de Endereço
Localização expedido pelo órgão
38
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

1. Requerimento próprio do 6. Livro de registro dos trabalhos


CVS/SES-RJ, assinado pelo responsável executados;
técnico (em duas vias); 7. Relação de todos os
2. Comprovante do pagamento auxiliares, com o número da carteira
da respectiva taxa de serviços estaduais profissional fornecida pelo Ministério do
(DARJ, Código da Receita 201-1); Trabalho, datada e assinada pelo
3. Cópia do contrato de locação responsável técnico;
ou do título de propriedade do imóvel; 8. Cópia do Alvará de
4. Cópia do Contrato Social ou Localização expedido pelo órgão
Ata de constituição da empresa e suas competente da Prefeitura Municipal
alterações, se houver, registrado na Junta correspondente;
Comercial;
9. Cópia do documento de
5. Projeto arquitetônico de inscrição na Secretaria de Estado da
acordo com “Instruções para Apresentação Receita;
de Projeto no Setor de Arquitetura do 10. Cópia do documento de
CVS/SES-RJ” (Anexo II); inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
6. Cópia do Alvará de Jurídica - CNPJ;
Localização expedido pelo órgão 11. Cópia autenticada da
competente da Prefeitura Municipal procuração do representante legal se for o
correspondente; caso.
7. Cópia do documento de
inscrição na Secretaria de Estado da B. Revalidação de Licença
Receita;
8. Cópia do documento de 1. Requerimento próprio do
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa CVS/SES-RJ, assinado pelo profissional
Jurídica - CNPJ; requerente (em duas vias);
9. Cópia autenticada da 2. Comprovante do pagamento
procuração do representante legal, se for o da respectiva taxa de serviços estaduais
caso. (DARJ, Código da Receita 201-1);
3. Cópia do comprovante de
III.4. Laboratório de Prótese Dentária habilitação profissional (inscrição no
Conselho Regional de Odontologia - CRO-
A. Licença Inicial RJ) do responsável técnico;
4. Cópia autenticada da
1. Requerimento próprio do procuração do representante legal, se for o
CVS/SES-RJ, assinado pelo profissional caso.
requerente; C. Alteração / Mudança de
2. Comprovante do pagamento Responsável Técnico
da respectiva taxa de serviços estaduais
(DARJ, Código da Receita 201-1); 1. Requerimento próprio do
3. Cópia do contrato de locação CVS/SES-RJ, assinado pelo profissional
ou título de propriedade do imóvel; requerente;
4. Cópia do Contrato Social ou 2. Comprovante do pagamento
Ata de constituição da empresa e suas da respectiva taxa de serviços estaduais
alterações, se houver, registrado na Junta (DARJ, Código da Receita 201-1);
Comercial; 3. Cópia do comprovante de
5. Cópia do comprovante de habilitação profissional (inscrição no
habilitação profissional (inscrição no Conselho Regional de Odontologia - CRO-
Conselho Regional de Odontologia - CRO- RJ) do responsável técnico;
RJ) do responsável técnico;
39
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

4. Cópia autenticada da IV.2 Assepsia


procuração do representante legal, se for o
caso. Visa o controle de infecção a partir
do uso de substâncias microbicidas ou
D. Mudança de Endereço microbiostáticas de uso em superfícies,
equipamentos e instrumentos.
1. Requerimento próprio do
CVS/SES-RJ, assinado pelo profissional
requerente; IV.3 Artigos
2. Comprovante do pagamento
da respectiva taxa de serviços estaduais Instrumentos de naturezas diversas,
(DARJ, Código da Receita 201-1); que podem ser veículos de contaminação.

3. Cópia do contrato de locação IV.4 Artigos Críticos


ou título de propriedade do imóvel;
4. Cópia do Alvará de São aqueles que penetram através
Localização expedido pelo órgão da pele e mucosa adjacente. Estão nesta
competente da Prefeitura Municipal categoria os materiais como agulhas,
correspondente; lâminas de bisturi, sondas exploradoras,
5. Cópia do documento de sondas periodontais, materiais cirúrgicos e
inscrição na Secretaria de Estado da outros. Exigem esterilização ou uso único
Receita; (descartáveis).
6. Cópia do documento de
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa IV.5 Artigos Semi-Críticos
Jurídica - CNPJ;
7. Cópia autenticada da São aqueles que entram em contato
procuração do representante legal, se for o com a pele não íntegra ou com mucosas
caso. íntegras, como condensadores de
amálgama, espátulas de inserção de
− NOTA: Pessoa jurídica deverá resinas, alicates de uso ortodôntico etc.
revalidar a licença anualmente até 30 de Exigem desinfecção de alta atividade
Abril. biocida ou esterilização.

IV. TERMINOLOGIA IV.6 Artigos Não-Críticos

Para melhor entendimento, São destinados ao contato com a


facilidade e diferenciação entre os diversos pele íntegra do paciente. Requerem
termos aqui empregados - associados às limpeza ou desinfecção de baixo ou médio
estruturas, meios e resultados - que têm nível.
como objetivo orientar os estabelecimentos
odontológicos, seja no sentido da IV.7 Artigos Descartáveis
autorização de funcionamento, aos usos e
práticas relacionados à Biossegurança, São aqueles que após o uso perdem
apresentamos a seguir algumas definições: suas características originais.

IV.1 Antissepsia IV.8 Barreira

Visa o controle de infecção a partir Pode ser considerada como um


do uso de substâncias microbicidas ou bloqueio físico que deve existir nos locais
microbiostáticas de uso de pele ou mucosa. de acesso à área onde seja exigida
assepsia e somente se permita a entrada
40
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

de pessoas com indumentária apropriada


(paramentação) e/ou todo meio físico que IV.17 Monitoramento
possa ser utilizado como forma de impedir
ou dificultar o carreamento de agentes Controlar a rotina operacional e
patogênicos de um indivíduo para outro. mantê-la dentro do padrão estabelecido.

IV.9 Limpeza
IV.18 Janela Imunológica
Processo pelo qual são removidos
materiais estranhos (matéria orgânica, Período no qual o organismo, após o
sujidade) de superfícies e objetos. contágio pelo agente infeccioso, deflagra o
mecanismo de ativação linfocitária, no
IV.10 Enxágue intuito de produzir anticorpos. Como estes
anticorpos ainda não atingiram níveis
Processo efetuado com água detectáveis pelos métodos usuais de
corrente potável. diagnósticos, tais como Elisa e
Imunofluorescência e outros, podem
IV.11 Secagem aparecer resultados falso-negativos. Este
período pode durar de 3 a 6 meses ou
É o processo efetuado com papel mais, conforme o agente infeccioso.
toalha, secadora de ar quente ou ar
comprimido. V. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI)
IV.12 Desinfecção
É toda a forma de vestimenta
É um processo físico ou e /ou acessório que evita o contato direto
químico, que destrói microorganismos do profissional com sangue, saliva, tecidos
presentes em objetos inanimados, mas não e secreções, além de instrumentos
necessariamente os esporos bacterianos. contaminados, protegendo também o
paciente do contato acidental com
IV.13 Esterilização instrumentos pérfuro-cortantes ou durante
o uso de radiações ionizantes com
É o processo, físico ou químico, finalidade diagnóstica.
através do qual são destruídas todas as Ao utilizarmos instrumentos
formas microbianas, inclusive os esporos rotatórios, jatos de ar, ar/água/bicarbonato
bacterianos. e ultra-som, a contaminação gerada em até
1,5 metros de distância é muito grande,
IV.14 EPI pelo lançamento de saliva/sangue na forma
de partículas e aerossóis. Devemos utilizar
Equipamentos de Proteção todas as barreiras de forma a minimizar a
Individual. propagação de patógenos. Podendo ser:
protetores oculares, máscaras, luvas,
IV.15 Lavatório gorros, avental, protetores oculares para
luz halógena, roupa branca de uso
Peça sanitária destinada exclusivo para o atendimento no
exclusivamente à lavagem de mãos. consultório, avental plumbífero (para
gônadas e tireóide) e outros.
IV.16 Pia de lavagem
As formas de contaminação são:
Peça sanitária destinada à lavagem
de artigos.
41
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a) Direta: Ocorre pelo contato direto lugar específico. Não devem ficar dentro de
entre o portador e o hospedeiro, por gavetas com outros artigos.
exemplo: doenças sexualmente
transmissíveis, hepatites virais, HIV... b) Luvas para procedimentos
semi-críticos
b) Indireta: Quando o hospedeiro
entra em contato com uma superfície ou São usadas para procedimentos não
substância contaminada, por exemplo: invasivos.
hepatite B, herpes simples... - Lavar as mãos com água e
sabão líquido, secando-as com toalha de
c) À distância: Através do ar, o papel antes de se calçar as luvas;
hospedeiro entra em contato com os - Descartar as luvas, após o
microorganismos, por exemplo: uso, no lixo contaminado;
tuberculose, influenza, sarampo, varicela... - Não reutilizá-las;
- Lavar as mãos após retirar as
V.1. Uso de luvas no consultório luvas e secar com toalha de papel.
c) Luvas para procedimentos
As luvas são consideradas críticos
imprescindíveis como barreira mecânica
para as mãos, pois é a medida de proteção São aquelas para procedimentos
do profissional, pessoal auxiliar e do invasivos.
paciente.
- Lavar e escovar as mãos com
Seu uso é indispensável durante os água e sabão líquido, utilizando a seguir
procedimentos odontológicos clínicos, solução anti-séptica, secando-as com toa-
cirúrgicos e laboratoriais, pois esses lhas de papel antes de se calçar as luvas;
procedimentos permitem o contato direto - Em procedimentos de longa
ou indireto com o sangue e a saliva. duração, acima de 2 horas, recomenda-se
trocar as luvas durante o procedimento;
V.1.2 Tipos de luvas - Descartar as luvas, após o
uso, no lixo contaminado;
a) Luvas de borracha grossa - Não reutilizá-las;
- Lavar as mãos após retirar as
São usadas para manipular luvas e secá-las com toalha de papel.
materiais, instrumentais contaminados e
durante os procedimentos de limpeza e V.3 Uso de Máscaras no Consultório
desinfecção do consultório. Deve-se utilizar
um par para cada tipo de procedimento: A máscara é a mais importante
- um par para limpeza e medida de proteção das vias aérea
desinfecção de instrumentais e materiais; superiores contra os microorganismos
- um par para limpeza e presentes nos aerossóis produzidos
desinfecção de pisos; durante os procedimentos odontológicos.
- um par para limpeza e
desinfecção de equipamentos e similares. V.3.1 O uso adequado da máscara
facial deve:
Indica-se o uso de cores diferentes
para identificação das luvas. a) Promover conforto e boa
adaptação;
As luvas deverão ser lavadas com b) Não irritar a pele;
água e sabão, secadas, desinfetadas e c) Não embaçar o protetor
colocadas ao ar de ponta à cabeça, em um ocular;
42
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

O avental, de preferência, deve ser


d) Não ficar pendurada no descartável, ter gola do tipo “gola de
pescoço (a máscara é considerada material padre”, com mangas longas, punho de
contaminado); elástico e com comprimento de ¾ cobrindo
e) Descartá-la após o uso; os joelhos. Pode ser confeccionado em
f) Trocar a máscara no intervalo algodão ou polipropileno. Deve ser sempre
entre os pacientes. As máscaras úmidas usado nos atendimentos odontológicos,
perdem o poder de filtração, facilitando a devendo-se trocar o avental diariamente e
penetração dos aerossóis bacterianos. sempre que for contaminado por fluidos
g) Sempre utilizar na posição corpóreos. Retirar todas as vezes que sair
correta, de modo a evitar o embaçamento da sala clínica. Evitar manipular o avental
dos óculos de proteção. contaminado. Após o uso, ele deve ser
acondicionado em saco plástico e só
V.4 Uso de gorros descartáveis no retirado para lavagem (quando não for
consultório descartável).

Devem sempre ser usados no Como lavar o avental quando for de


consultório, pois evitam que haja a algodão ou similar:
contaminação dos cabelos dos
profissionais por gotículas de saliva e de • Deve ser imerso em solução
sangue provenientes da cavidade bucal. de hipoclorito de sódio a 1% diluído em 5
partes de água por 30 minutos, ser fervido,
Impede também a infestação e depois lavado.
paciente/profissional por piolhos. Como guardar o avental:
V.5 Uso de óculos de proteção no
consultório • Deve-se destinar um módulo
A proteção dos olhos do cirurgião- ou gaveteiro à parte, apenas para a guarda
dentista e do pessoal auxiliar deve ser feita desses aventais.
com óculos de proteção ou com protetor
ocular especial. Os olhos do profissional e V.7 Uso de toalhas no consultório
do auxiliar, assim como todo o rosto,
podem ser atingidos pelos aerossóis ou Deve-se utilizar toalhas de papel
partículas dos procedimentos realizados. como rotina, por todo pessoal do
Estas partículas podem lesar e contaminar consultório. Os testes têm demonstrado
a córnea. É importante que, após o que após o uso, as toalhas de pano
atendimento do paciente, os óculos apresentam cultura positiva para um
contaminados sejam lavados com sabão número muito grande de bactérias.
líquido, soluções detergentes, e anti-
sépticas (devem ser desinfetados com VI. REQUISITOS PARA
glutaraldeído a 2% por 30 minutos sob INSTALAÇÃO DE CONSULTÓRIO
imersão) e, então, sejam bem enxaguados ODONTOLÓGICO (EAS-Odontológico)
e secos com toalhas de papel ou VI.1 Descrição
guardanapos.
É necessário também o uso de O Cirurgião-Dentista procederá à
óculos de proteção para o paciente, que montagem do consultório odontológico de
têm a finalidade de proteger os olhos de acordo com a legislação vigente, ema-nada
produtos irritantes, contaminados, da União, Estados e Municípios. Esta
pérfurocortantes , luzes ... legislação abrange temas como: aspecto
físico-estrutural, higiênico-sanitário e
V.6 Uso de aventais no consultório ergonômico do consultório. Devem ser
sempre consideradas as últimas edições ou
43
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substitutivas de todas as Legislações ou VI.2.3 A lavagem de artigos deve ser


Normas utilizadas ou citadas neste Manual processada em pias próprias para este fim.
(todo trecho).
VI.2.4 Portanto, no Estabelecimento
VI.1.1 Os materiais adequados para Odontológico, deve-se ter no mínimo um
o revestimento de paredes e pisos de lavatório para lavagem das mãos por sala
ambientes de áreas críticas, semi-críticas e clínica e uma pia para lavagem de artigos.
não-críticas têm de ser do tipo liso,
impermeáveis, laváveis e resistentes aos VI.3 Instalações
desinfetantes. Sua lavagem requer
produtos de limpeza que obedeçam às VI.3.1 Instalações elétricas e
normas e requisitos de qualidade: RDC hidráulicas devem ser embutidas ou
50/02 (21/02/2002), RDC 307 (14/11/2002), protegidas por calhas ou canaletas
Decreto Nº 79094 (05/01/1977), Portaria externas (tapa tubos) para que não haja
Nº15 da SVS/MS (23/08/1988). depósitos de sujidades em sua extensão.

VI.1.2 Os tetos em áreas críticas VI.3.2 O compressor de ar deve


(especialmente nos compartimentos estar localizado em lugar arejado, de
destinados a realização de procedimentos preferência fora do consultório. No
cirúrgicos ou similares), devem ser banheiro existe o inconveniente de
contínuos, sendo proibido o uso de forros comprimir o ar ali existente e,
falsos removíveis. consequentemente, levá-lo até a boca do
paciente. Atual-mente, existem
VI.1.3 Iluminação natural e/ou compressores de ar silenciosos, que
artificial que possibilite boa visibilidade, podem permanecer dentro da sala de
sem ofuscamentos ou sombras. clínica e que são providos de filtro de ar
Necessitam de iluminação artificial especial com maior capacidade de filtração, fazendo
no campo de trabalho todos os ambientes maior purificação do ar comprimido.
onde os pacientes são manipulados. (NBR-
05382, NBR-5413). VI.3.3 No uso de ar condicionado,
para se conseguir a purificação do ar, faz-
VI.2. Colocação de Lavatórios e Pias se necessário o uso de filtros como os de lã
de fibra de vidro ou eletrostáticos. Deve-se
VI.2.1 Sempre que houver paciente manter o exaustor aberto, permitindo a
(acamado ou não), examinado, renovação diária do ar do ambiente. Os
manipulado, tocado, medicado ou tratado, filtros dos aparelhos de ar condicionado
é obrigatória a provisão de recursos para a deveram ser limpos uma vez por semana,
lavagem de mãos por meio de lavatórios. registrando no
Estes lavatórios devem ser do modelo que mesmo, através de uma etiqueta a
dispensa o contato de mãos contaminadas data da última limpeza. É obrigatória a sua
através do volante, da torneira ou registro manutenção anual por empresa
do fechamento da água. reconhecida, sendo necessária à guarda da
documentação comprobatória.
VI.2.2 O acionamento de água deve
ser feito por comando de pé, joelho, braço VI.3.4 Os aparelhos de refrigeração
ou por sistema de sensor, e a dispensação utilizados para guarda de material
de sabão temporizador líquido e de anti- odontológico, não servirão
séptico é igualmente realizada por pressão simultaneamente para guarda de
de pé ou de outros meios, exceto as mãos. alimentos, bebidas ou água.

44
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VI.3.5 Os bebedouros não devem São EAS Odontológicos que


ser instalados dentro da área de comportam no mínimo um (1) conjunto de
atendimento. equipamento odontológico, dotado ou não
de aparelhos de Raios - X, com sala de
VI.3.6 A água de abastecimento do espera, área de atendimento, instalação
estabelecimento deve ser previamente sanitária, bancada com um (01) lava-tório
tratada, lembrando que a qualidade da especifico para lavagem das mãos e uma
mesma, muitas vezes, pode ser bancada com pia para limpeza, enxágue,
comprometida pelo estado de conservação secagem, embalagem e esterilização de
e limpeza das caixas dos prédios. Como artigos, além de espaço destinado à guarda
consumidor do serviço, solicite ao de material esterilizado. Pode manter em
responsável, a limpeza periódica dos anexo, oficina de prótese e/ou estar
reservatórios (de 6/6 meses) e a análise consorciado a outras especialidades
por firmas idôneas, da qualidade da reconhecidas da área de saúde.
mesma. Nos reservatórios de água dos Uma outra configuração usual para
equipos odontológicos, a água deve ser consultórios se apresenta quando no
filtrada e tratada. (2,5 ml de Hipoclorito de mínimo dois (2) conjuntos de equipamentos
Sódio a 1% por 1000 ml de água). O odontológicos independentes dividem a
sistema de refrigeração para pontas e mesma recepção e instalações sanitárias,
abastecimento de água para a seringa sendo admitido, neste caso, respeitando-se
tríplice deve ser em circuito fechado. Os os dimensionamentos recomendados para
reservatórios de água devem ser de cada área, o compartilhamento de uma
material inquebrável, transparente e de fácil área de esterilização à parte, composta de
acesso à inspeção. Deve haver Sistema de uma bancada com pia de lavagem usada
Auto-Limpeza acoplado ao mesmo sistema. para limpeza, enxágue, secagem,
embalagem e esterilização do instrumental.
VI.3.7 As instalações sanitárias Neste caso, necessitaria apenas da
devem ser providas de vaso sanitário e instalação de um lavatório para lavagem de
lavatório em material impermeável, que mãos, por cada sala de atendimento.
facilite a limpeza, como também porta-
toalhas de papel e dispensador de sabão b) Clínicas
liquido que devem ser fixados a parede
(estando vedada a utilização de sabão em Esta nomenclatura é atribuída a todo
barras e saboneteiras neste ambiente) e EAS Odontológico, organizado como
coletor de lixo com tampa e pedal. pessoa jurídica, não há obrigatoriedade
quanto ao número mínimo de conjuntos de
VI.3.8 Os espaços destinados à equipamentos odontológicos e
limpeza, enxágue, secagem, embalagem, independência dos mesmos, tampouco
esterilização e ao armazenamento nos quanto à dotação de aparelhos de Raios X,
E.A.S. Odontológicos devem seguir os apenas quanto às dimensões da sala de
parâmetros do Programa de Arquitetura e espera e sala de atendimento e demais
Caracterização dos Espaços destinados à áreas de apoio. As instalações sanitárias
Esterilização segundo a RDC deverão ser exclusivas para
50(21/02/2002) e a RDC 307 (14/11/2002) pacientes/acompanhantes e para
funcionários. Poderão ainda manter em
Assim os EAS Odontológicos para anexo laboratório de prótese e/ou estar
efeito do cumprimento dessa portaria consorciada a outras especialidades
podem ser tipificados como: reconhecidas na área de saúde.
Por suas características, alto número
a) Consultórios de atendimentos e grande volume de
artigos, exige-se que a esterilização seja
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realizada fora da sala clínica. Assim, como – Bancada de apoio do material


forma de racionalizar os espaços e a após lavagem.
circulação de pessoal, e objetivando
minimizar o risco de contaminação, b) Antecâmara para
normalmente, será destinado a estes paramentação. Ambiente destinado a
estabelecimentos um Núcleo de paramentação dos funcionários. Deverá
Esterilização Comum, respeitando-se os possuir área suficiente para paramentação
parâmetros da legislação vigente e suas dos funcionários, pia e armário.
atualizações, devendo possuir: c) Área para esterilização
Ponto de água, cubas para lavagem, d) Ambiente destinado ao
bancadas para recepção de material preparo e esterilização dos materiais.
contaminado, bancada para limpeza, e) Área de guarda do material
enxágue, secagem, embalagem e esterilizado
esterilização. Deverá haver ainda, armários
para a guarda de material esterilizado ao Ambiente destinado a guarda do
final do fluxo e para a guarda do vestuário material esterilizado.
de funcionários em ambiente próprio, fora
da área de atendimento e esterilização. VI.5 Barreiras Necessárias no
Consultório Odontológico
NOTA: É facultado a estes
estabelecimentos manter instalações VI.5.1 As barreiras podem ser assim
destinadas a ensino e pesquisa como classificadas:
análises clínicas/histopatológicas,
tratamento fisioterápico e exames a) As que protegem o
radiológicos, relacionados à sua profissional (EPI): luvas, máscaras, gorros
especialidade, desde que adequados às e vestuários;
leis e normas específicas vigentes.
b) As que protegem superfícies:
VI.4 Áreas e Bancadas folhas de alumínio, folhas de plástico (capa
plástica e filme de pvc);
VI.4.1 Configurações sugeridas para
bancada de consultório odontológico: c) As que impedem a
contaminação de pontos específicos:
Conforme Anexos IA, IB, IC, ID, IE, controle de pé nas cadeiras, uso de flush
IF, Anexo II e IIA. (sistema de autolimpeza nos
equipamentos), canetas de alta rotação
VI.4.1.1 Programa de Arquitetura e que podem ser autoclaváveis, uso de
Caracterização dos Espaços para um sabão anti-sépticos líquidos no consultório,
Núcleo de Esterilização Odontológico toalhas de papel descartáveis e adoção de
um fluxo para descontaminação, lavagem,
a) Área para expurgo secagem e esterilização de instrumentais
(EAS);
Ambiente destinado à limpeza dos
materiais utilizados. Na redução de microorganismos nos
aerossóis: técnicas de antissepsia, uso de
– Deverá ser provido de bancada suctores de alta potência e identificação do
com pia para lavagem do material, paciente de risco;
VI.5.2 Proteção de superfícies:
– Bancada de apoio à chegada do
material para lavagem,

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VI.5.2.1 As superfícies mais Os Compostos Fenólicos são os


contaminadas pelas mãos do profissional e mais indicados, e devem ser usados em
seu auxiliar são: duas etapas.

– Cabos e interruptores; Na 1ª etapa, renova-se toda matéria


orgânica com uma esponja embebida em
– Encosto de cabeça; desinfetante. Na 2ª etapa, pulveri-za-se a
superfície e, então, com uma toalha de
– Comando manual da cadeira; papel, espalha-se o líquido em toda a área.
Seu efeito germicida será atingido em 10
– Pontas - seringa tríplice, alta- minutos, permanecendo a ação residual.
rotação e micro-motor; Uma das principais vantagens do uso dos
– Encaixe das pontas; Compostos Fenólicos é a reativação de seu
efeito residual germicida sempre que a
– Unidade auxiliar; superfície se tornar úmida por água ou
mesmo por fluídos orgânicos, como o
– Unidades de controle; sangue e a saliva. Deve-se usar uma
bomba de pulverização e, no momento de
– Mesa auxiliar; sua aplicação, se usa o EPI, pois estes
produtos são tóxicos.
– Cabo de RX e seus controles. É importante lembrar que essas
soluções devem ser preparadas
VI.5.2.2 Estas superfícies devem ser diariamente, uma vez que, com o passar do
cobertas para que sejam estabelecidas as tempo, perdem sua atividade
barreiras. A cobertura deve ser feita por antimicrobiana.
material impermeável à água, como o
plástico (PVC), folha de alumínio e o látex. b) Iodóforos como Desinfetante
VI.5.2.3 As barreiras de superfícies
devem ser práticas, ter preços acessíveis, Os Iodóforos com o uso contínuo
serem impermeáveis e resistentes. podem manchar as superfícies dos
Necessitam ser trocadas a cada equipamentos e instrumentos,
atendimento odontológico. principalmente os estofados das cadeiras.
VI.5.2.4 A principal consideração Não havendo no mercado nacional iodo
que deve sefeita sobre desinfecção dessas para desinfecção de artigos e superfícies.
superfícies, no consultório, para sua
eficácia, é a de manutenção dessas c) Hipoclorito de Sódio a 1%
superfícies bem limpas, isto é, sem restos
de materiais orgânicos, como: saliva, muco, O Hipoclorito de Sódio enferruja e
restos de tecidos e sangue. destrói os metais, tem um cheiro
VI.5.2.5 Desta maneira, as soluções desagradável e pode também descorar e
desinfetantes de superfícies mais indicadas destruir os tecidos.
são aquelas capazes de limpar e de-
sinfetar. VI. 5.3 Medidas que impedem a
contaminação em pontos específicos
VI. 5.2.6 Os três grupos de
substância que cumprem esta finalidade É obrigatório o uso de sabão
são: líquido e toalha de papel, cobertura dos
controles dos comandos da cadeira,
a) Fenóis Sintéticos (a 5%) lavatórios e reservatórios de sabão líquido
por comando a pedal. Podem ser usados
também lenços com substâncias químicas,
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que são capazes de destruir vírus como tolerância biológica. Esta foi a conclusão a
HIV, HCV, HBV assim como bactérias, que chegaram os pesquisadores Joselow
fungos e esporos. et Lii em 1968, após pesquisarem 50
VI. 5.4 Barreiras de redução do consultórios e encontrarem, em 14%
número de microorganismos nos aerossóis destes, concentração de vapor de mercúrio
VI. 5.4.1 Suctores da alta potência no ar, acima do limite de tolerância
(ciclone - bomba de vácuo). As bombas de estabelecido, que é de 0,05mg/m3. Em
vácuo representam um sistema muito temperatura ambiente, o mercúrio se
eficiente para reduzir os aerossóis e, volatiliza.
consequentemente, a quantidade de
microorganismos. É medida de alta eficácia Em 1970, Gronkaet Lii
colocar o bico do aspirador adjacente à demonstraram que o momento de maior
área onde se está trabalhando. risco de contaminação do mercúrio é
VI. 5.5 Antissepsia da Cavidade durante a preparação do amálgama de
Bucal prata. Se derramado, contaminando o
VI. 5.5.1 A anti-sepsia pode reduzir ambiente de trabalho, torna-se necessária
de 75,0% a 90 % a quantidade de a descontaminação ambiental, e embora
microorganismos na boca do paciente. É seja um processo extremamente difícil, é
evidente, portanto, que uma correta anti- essencial. A intoxicação crônica de
sepsia pré-procedimento odontológico é mercúrio pelo CD e sua equipe deve ser
altamente eficiente no controle da evitada. Seus sintomas iniciais são: a
contaminação no consultório. Foi relatada inquietude, a irritabilidade, a insônia, a
ainda uma redução significativa nas sialorreia, a gengivite e o tremor das mãos.
bacteremias transitórias, responsáveis A exposição do CD a níveis superiores ao
pelas endocardites, com o uso prévio de estabelecidos (0,05mg/m3), foi observado
anti-sépticos bucais, à base de clorexidine. através de análise do teor de mercúrio em
cabelo, pêlos e unhas, revelando
VII. MERCÚRIO correlação direta entre a contaminação de
mercúrio encontrada nestes tecidos, e a
VII.1 Cuidados com a Manipulação concentração de mercúrio presente no ar.
Comparando-se diferentes vias de
Segundo Ferreira e Appel, (1991), absorção, nota-se a predominância da
estimava-se que no Brasil, cerca de 16 transferência do metal através das mãos,
toneladas de Mercúrio eram empregadas alimentos e cigarros, em relação aos
anualmente em serviços odontológicos. O procedimentos operatórios. Durante a
problema é que cerca de 55% do remoção de restaurações ocorre a
amálgama preparado pelo CD é perdido, e liberação do metal, sob a forma de vapor e
este material é descartado normalmente no de poeira de amálgama.
lixo domiciliar. De acordo com as
considerações feitas anteriormente, cerca O vapor de mercúrio inalado pelo
de oito toneladas de mercúrio são Cirurgião-Dentista fica alojado nos sistema
descartadas no meio ambiente oriundo dos nervoso e renal causando patologias
consultórios odontológicos. irreparáveis. Como consequência da
Dentro do universo de substâncias contaminação, os profissionais podem
químicas que o CD utiliza no consultório desenvolver o mal de Parkinson, chegando
odontológico, o mercúrio (Hg) é o mais a ter dificuldade de se alimentar e se
preocupante. locomover, e nos casos mais avançado da
Os profissionais que ficam doença, chegar à deficiência renal aguda
constantemente expostos a este metal por deterioração do sistema renal.
pesado comumente apresentam valores de
mercúrio na urina superiores ao limite de
48
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VII.2 Como Evitar a Contaminação VIII. TRATAMENTO DE RESÍDUOS


do Mercúrio no EAS Odontológico ODONTOLÓGICOS VIII.1 O que fazer com
o Lixo
O piso do ambiente deverá ser
impermeável, sem poros e trincas, e de Com vistas a preservar a saúde
fácil limpeza. pública e a qualidade do meio ambiente,
A bancada de trabalho deverá ser considerando os princípios da
lisa e de fácil limpeza. Em caso de ocorrer biossegurança e empregando o
derrame de mercúrio, lançar sobre o conhecimento dos riscos atribuídos a estes
mesmo enxofre em pó que combinará com resíduos, criou-se um conjunto de leis,
o mercúrio, formando o sulfeto de mercúrio, normas e portarias regulamentando o seu
que não oferece perigo à saúde. gerenciamento. Merecem destaque as
O amalgamador deve ficar guardado Resoluções 306/2004 da ANVISA e
em local isento de calor, longe de Resolução 358/2005 do CONAMA: Os
autoclaves e afastado do aparelho de ar estabelecimentos de saúde devem seguir a
condicionado, para evitar a formação e legislação que rege todas as etapas do seu
dissipação dos vapores de mercúrio. manejo, desde a segregação, o
Cuidados especiais deverão ser tomados acondicionamento, identificação, transporte
no momento de usar o amalgamador, interno, armazenamento temporário, a
evitando acidentes. coleta e o destino final de resíduos
Existem dois tipos de aparelhos biológicos e/ou quimicamente
amalgamadores: os dosadores e os de contaminados. As medidas técnicas,
cápsulas. Os amalgamadores de cápsula administrativas e normativas para prevenir
devem ser utilizados com a tampa de acidentes, preservando a saúde pública e o
proteção e as cápsulas hermeticamente meio ambiente, devem ser consolidadas
fechadas. Recomenda-se que o num documento chamado - Plano de
dispensador do amalgamador dosador seja Gerenciamento de Resíduos de Serviços
cuidadosamente rosqueado e substituído de Saúde - PGRSS, que é a formalização,
de tempo em tempo para evitar escapa- pelo estabelecimento, da adesão às
mento de mercúrio. normas e exigências legais, desde o
momento de sua geração até a sua
A remoção de restaurações de destinação final. Devemos assumir como
amálgama de prata deverá ser feita sob um princípio básico, que o gerador do
refrigeração, uso de sugador e brocas com resíduo passou a ser responsável pelo seu
um bom poder de corte. gerenciamento, até a disposição final do
O descarte de resíduos de mesmo.
amálgama e mercúrio é considerado de
risco biológico. Portanto, é necessário que VIII.1.2 Resíduos de amálgama e
sejam colocados em frascos inquebráveis restos de mercúrio:
(contendo no seu interior água e/ou fixador
de RX), serem hermeticamente fechados, Por tratar-se de resíduos perigosos,
rotulados como “lixo biológico” e colocados sua manipulação e destino final devem ser
em saco plástico branco leitoso, segundo cercados de cuidados especiais, já
normas da ABNT. mencionados anteriormente. Embora exista
Evitar o super aquecimento no tecnologia disponível de reciclagem,
momento de fazer o polimento nas depende do interesse da indústria. Por
restaurações de amálgama. isso, a solução aceitável, desde que
É recomendável proceder corretamente acondicionado, é o despejo
anualmente à análise mercurial para toda a em aterro sanitário industrial. Devemos
equipe odontológica. evitar o despejo desses resíduos em
esgoto e lixo comum. Quando depositados
49
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em aterros sanitários comuns ou lixões, b) Recipientes e materiais


pela ação de bactérias exotérmicas, estes resultantes do processo de assistência à
resíduos atingem temperatura de 45ºC a saúde:
60ºC e liberam, desta forma, grande
quantidade de vapor de mercúrio na Como algodão, gaze, ou qualquer
atmosfera. Este fato pode contribuir ainda material contendo sangue ou fluidos
mais para a contaminação ambiental por corpóreos, curativos, resíduos de cirurgias,
este metal pesado. modelo de gesso, moldagens e kits para
exames. Devem ser acondicionados em
VIII.1.3 Manejo de Resíduos sacos plásticos de cor branca leitosa,
Infectantes. Recomendações Básicas: padronizada, com o símbolo de risco
infectante em coletores próprios. Estes
a) Quando forem resultantes da sacos devem ser substituídos quando
atenção à saúde de indivíduos com atingirem 2/3 da sua capacidade ou pelo
suspeita ou certeza de contaminação menos uma vez a cada 24 horas,
biológica por agentes com classe de risco identificados conforme o item 1.3.3 da
4, isto é, microorganismos com relevância mesma RDC.
epidemiológica e risco de disseminação ou
causadores de doença emergente que se Seu destino final deve ser a vala
torne epidemiologicamente importante, ou séptica ou célula especial em aterro
com mecanismo de disseminação sanitário.
desconhecido:
Devem ser acondicionados em c) Resíduos pérfuro-cortantes ou
sacos vermelhos, que devem ser escarificantes:
substituídos quando atingirem 2/3 da sua
capacidade ou pelo menos uma vez a cada Considera-se todos os objetos e
24 horas e identificados conforme o item instrumentos contendo bordas, pontos ou
1.3.3 da RDC 306/2004. Também devem protuberâncias rígidas e agudas (agulhas,
ser submetidos a tratamento preliminar lâminas, brocas, limas, aparas de fios
utilizando-se processo físico ou outros ortodônticos, instrumentais impróprios para
processos que vierem a ser validados uso e assemelhados). Devem ser
objetivando a redução ou eliminação da armazenados em recipientes de material
carga microbiana, em equipamento rígido, com tampa vedável, rotulado com o
compatível com o nível III de Inativação símbolo de risco biológico. Aí
Microbiana. permanecendo, até o limite da capacidade
Após o tratamento preliminar, devem do recipiente.
ser acondicionados da seguinte forma:
Quando não houver Seu destino final deve ser também a
descaracterização física das estruturas, em vala séptica ou célula especial em aterro
sacos brancos leitosos, a serem sanitário.
substituídos quando atingirem 2/3 da sua
capacidade ou pelo menos uma vez a cada d) Resíduos químicos:
24 horas, identificados conforme o item
1.3.3 da mesma RDC. São resíduos que contenham
Havendo descaracterização física substâncias químicas que podem
das estruturas podem ser acondicionados apresentar risco à saúde pública ou ao
como resíduos não infectantes ou do grupo meio ambiente, como produtos
D. farmacêuticos empregados na clínica como
anestésicos, cimento, fenol, formocresol,
eugenol, materiais restauradores, restos de
revelador e fixador, medicamentos de uso
50
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sistêmico e outros conforme classificação previamente combinados. É vedado o


NBR 1004 da ABNT. descarte deste material na lixeira.

Quando não forem submetidos a h) Coleta:


processo de reutilização, recuperação ou
reciclagem, devem ser submetidos a O destino final dos resíduos de risco
tratamento e disposição final específico. biológico deve ser a vala séptica, e seu
Após utilização, devem ser descartados em recolhimento é dever da municipalidade.
recipientes individualizados, observando-se Para isto, todos os serviços de Odontologia
a compatibilidade química do resíduo com devem contatar o serviço de limpeza
os materiais das embalagens, evitando-se pública de sua cidade, e solicitar o cadastro
reações químicas do resíduo com o para coleta especial. Se o seu Município
material da embalagem, deteriorando-a. não dispõe de coleta especial para
Isto é, em recipientes de material rígido, resíduos desta natureza, exerça a sua
com tampos vedados e destinados ao cidadania solicitando à Delegacia Regional
aterro sanitário industrial. do C.R.O. o envio de oficio à Vigilância
Os reveladores utilizados em Sanitária Municipal, Comissão de Saúde da
radiologia podem ser submetidos a Câmara de Vereadores, Companhia
processo de neutralização para alcançarem Municipal de Limpeza Urbana e Órgãos de
ph entre 7 e 9 , sendo posteriormente Defesa do Meio Ambiente, as providências
lançados na rede coletora de esgoto ou em cabíveis para implantar o serviço em sua
corpo receptor, desde que atendam as cidade. Assim, agindo localmente, os
exigências dos órgãos ambientais, gestores profissionais da Odontologia estarão
de recursos hídricos e saneamento. contribuindo efetivamente para proteção do
meio ambiente e promoção da saúde da
e) Resíduos não infectados ou população em sua comunidade.
do Grupo D:
IX. MÉTODOS FÍSICOS DE
É o chamado lixo administrativo, não ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR
necessita de cuidados especiais e pode ser
descartado na lixeira, acondicionado em Os Estabelecimentos de Assistência
sacos plásticos de qualquer cor. Odontológica são local onde o controle de
doenças transmissíveis deve ser exercido
f) Recipientes: em caráter permanente. Os meios de
esterilização e desinfecção são
No âmbito das salas, onde são tecnicamente acessíveis aos profissionais
gerados os resíduos resultantes de dos estabelecimentos de assistência
assistência ao paciente, deve haver: odontológica.
recipiente com tampa acionada por pedal e
destinada apenas ao recolhimento de IX.1 Autoclaves (Calor Úmido)
resíduos infectantes, recipientes para
resíduos infectantes contundentes e restos As autoclaves são equipamentos
de insumos, e recipientes para lixo comum. que utilizam vapor saturado para realizar o
processo de esterilização. É o método de
g) Descarte: esterilização mais conhecido, mais utilizado
e o mais eficaz. A autoclave apresenta
Ao final da jornada diária de grande eficácia na esterilização de
trabalho, depositar os resíduos infectantes, materiais, mas exige manuseio por pessoa
isto é, o recipiente contendo pérfuro- habilitada, com conhecimento básico dos
cortantes e o saco contendo os demais princípios de seu funcionamento.
resíduos em locais apropriados, Atualmente, são encontrados no comércio
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vários modelos de autoclaves, de formas e


tamanhos diversos, com câmara simples Depois de o material estar
ou dupla. Na escolha do equipamento a ser completamente limpo e seco, deve ser
adquirido deve-se levar em consideração o acondicionado por unidade e em pacotes
volume, tamanho, tipo e fluxos de artigos a envolvidos pelo seguinte material:
serem utilizados. Em temperaturas entre a) Filme Poliamida entre 50 e
121ºC e 132ºC, o vapor sob pressão é 100 micra de espessura. (uso único)
capaz de destruir todas as formas b) Grau cirúrgico
microbianas através de termocoagulação
de proteínas. O efeito letal é obtido pela OBS: Não se deve ocupar toda a
condensação que acarreta liberação de capacidade da câmara de esterilização nas
calor latente, precipitação e umidade, autoclaves automáticas. Caso a carga
penetração em materiais porosos, esteja em excesso, o ciclo não se
aquecimento rápido e coagulação de completa, abortando a esterilização. Os
proteínas. pacotes devem ser colocados de forma a
permitir a penetração e a circulação do
IX.1.2 Indicações e Uso vapor e a saída do ar. A ocupação da
câmara deve ser de aproximadamente
Para esterilização de todos os 80%.
artigos críticos (sondas periodontais e
materiais cirúrgicos) e os semi-críticos IX.1.5 Tempo e Temperatura de
(condensadores de amálgama, espátulas) Esterilização
termorresistentes, este é o método de O processo de esterilização através
menor toxicidade, mais seguro e eficaz. do vapor saturado sob pressão é obtido
observando-se as seguintes condições:
OBS: O instrumental odontológico a) Exposição por 30 minutos em
aceita bem a autoclavagem, com exceção temperatura de 121ºC em autoclave
dos instrumentos de aço carbono, que convencional (com uma atmosfera .
podem sofrer corrosão ou oxidação.
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
IX.1.3 Preparo do material a ser
esterilizado Assim como em outros ramos da
radiologia médica os exames odontológicos
Todo artigo deve ser considerado são complementares, sendo eles
como contaminado, sem levar em imprescindíveis na avaliação bucal, tendo a
consideração o grau de sujidade. Antes da finalidade de demonstrar possíveis traumas
esterilização, os artigos devem passar ou patologias bucais.
pelos seguintes processos:
Radiologia
a) Limpeza: fricção mecânica,
lavadoras ultra-sônicas; A radiologia começou a ser difundida
b) Enxágue: água potável e graças à invenção de Wilhelm Roetgen em
corrente; 1895 quando ao desacelerar abruptamente
c) Secagem: secadora de ar elétrons produziram-se os conhecidos
quente/frio ou papel toalha. raios-x. Os raiosx, na área da saúde, são
usados para visualizarmos imagens de
OBS: Durante todo o processo a nosso corpo, como ossos, dentes, órgãos,
pessoa que manipular os artigos deverá vasos, etc.
usar EPI.
Radiografias mais utilizadas em
IX.1.4 Invólucro para a esterilização odontologia:
52
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53
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

é um excelente exame quando uma visão


ampla da maxila e mandíbula é desejada.

O que é radiografia panorâmica e quais


são as suas vantagens?

O exame ortopantomográfico, mais


conhecido como radiografia panorâmica, é
um exame útil e bastante prático para
complementar o exame clínico no
diagnóstico das doenças dos dentes (cáries
ou doenças endodontias) e dos ossos da
face. Através desse exame, o dentista pode
visualizar todos os dentes de uma só vez,
inclusive os que ainda não estão
erupcionados. Cáries, fraturas dentais,
infecções ou outras doenças dos ossos que
sustentam os dentes podem ser
O que é radiografia? visualizadas e, muitas vezes,
diagnosticadas.
A radiografia é o registro fotográfico
de uma imagem produzida pela passagem Além do diagnóstico das lesões dentais,
de uma fonte de raios-x através de um quais as outras indicações das
objeto. radiografias panorâmicas?
Quais são os exames radiográficos na Praticamente no diagnóstico de
rotina odontológica? todas as lesões dos ossos da maxila e
mandíbula. Através desse exame,
O cirurgião-dentista costuma pesquisam-se reabsorções ósseas e
executar os exames intrabucais no seu radiculares, cistos, tumores, inflamações,
consultório e solicita as técnicas fraturas pós-acidentes, distúrbios da
extrabucais para serviços especializados. articulação temporomandibular (que
Na atualidade, a maioria das causam dor na região de ouvido, face,
especialidades utiliza a técnica panorâmica pescoço e cabeça) e sinusite. É comum
por ser de fácil execução e pelo fato de solicitá-lo também como exame pré-
que, numa radiografia, visualizam-se as operatório em cirurgias dos dentes e ossos.
estruturas que compõem o complexo
maxilomandibular, assim como estruturas Nas crianças, quando são indicadas as
anexas, como órbitas, seios maxilares, radiografias panorâmicas?
fossa nasal e articulações
temporomandibulares. Em Odontopediatria, esse exame
tem amplas indicações, tanto na prevenção
Radiografia Panorâmica como no diagnóstico de distúrbios dentais e
raciais. O dentista pode fazer o "pré-natal"
A radiografia panorâmica é um dos dentes, examinando-os mesmo antes
importante exame radiográfico utilizado que eles erupcionem, podendo analisar sua
para o diagnóstico e planejamento localização, forma, angulação e a presença
terapêutico das doenças dos dentes e dos de dentes extranumerários (dentes que
ossos da face. Atualmente, a maioria dos excedem o número normal) ou agenesia
dentistas solicita esse exame no início e no (falta do germe dentário) e assim prevenir
controle dos tratamentos odontológicos. Ela ou atenuar futuros problemas estéticos
54
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

e/ou relacionados à articulação. O estudo Seguro e exato. Capaz de gerar raios X


dos ossos na procura por lesões com uma escala desejada de energia e
intraósseas, como cistos e tumores, com adequados mecanismos para
também faz parte de uma boa odontologia dissipação de calor. Pequeno, Fácil de
preventiva. manusear e posicionar, Estável equilibrado
e firme quando posicionado o cabeçote.
Existe algum perigo quando se realiza a Facilmente desmontado e armazenado,
radiografia panorâmica? Simples de operar e Robusto.

Atualmente, com os modernos Raios-X Dabi


aparelhos de raios-x, a proteção dos
aventais de chumbo e os filmes mais Em pouco mais de um ano depois de
sensíveis, esse método é bastante seguro. seu lançamento, o Dabi HF 100, aparelho
Nas mulheres grávidas, optamos por de raios-X panorâmico lançado pela Dabi
realizá-lo depois do terceiro mês de em janeiro de 2005, conquistou grande
gestação ou após o parto, dependendo da aceitação no mercado brasileiro. O
necessidade do caso e sempre observando equipamento, único em sua categoria a ser
as medidas de segurança. fabricado no Brasil, é hoje o principal
produto da fabricante na linha de
Aparelho de Radiologia Odontológica diagnóstico por imagem e já está presente
Aparelho de raios X odontológicos em dezenas de consultórios e clínicas
radiológicas de todo o País.
Existem diversos aparelhos A experiência acumulada pela
produtores de Radiação X para o uso na empresa desde os anos 70 na fabricação
Odontologia. São similares aos médicos, de equipamentos por diagnóstico por
mas com propriedades diferentes, como a imagem, mais os investimentos em
impossibilidade de mudança do quilo pesquisa, possibilitaram-na a investir na
voltagem, cabendo ao fabricante fixar um produção de sua versão própria do
valor para cada modelo. aparelho de raios-X panorâmico.
Em geral, o aparelho mais comum
presente na maioria das clínicas
odontológicas é o de radiografia periapical
fixos ou móveis, podendo realizar diversos
exames, mas restrito a exames intraorais,
tais como radiografias periapicais,
interproximais e oclusais.
Exames extraorais devem ser
realizados utilizando o equipamento de
Radiografia Panorâmica. Este presente
apenas em Centros especializados em
radiologia Odontológica devido ao seu
grande tamanho e alto custo realiza o
exame de radiografia panorâmica. O
mesmo aparelho quando equipado, pode
realizar também radiografias de perfil,
ANTERO-posterior, e póstero-anterior.

Requisitos ideais O equipamento deve Tomógrafo Computadorizado


ser: Volumétrico Cone Beam I-Cat

55
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

Vamos primeiramente esclarecer o


que é uma tomografia. Tomografia é um
método de diagnóstico por imagem que se
utiliza da radiação X permitindo a
reprodução de imagens em diversos
formatos. Diferentes planos são
combinados e calculados para a formação
das imagens “em fatias” dos objetos
analisados, por meio de softwares
específicos, sendo seu uso comum nas
áreas da Medicina e Odontologia.
Os tomógrafos computadorizados
convencionais são aparelhos médicos que
fazem a obtenção de imagens em cortes
originais axiais, reconstruindo-as em
normas frontais (coronais) e sagitais Para obtenção de uma tomografia
(lateral). Torna-se assim possível a computadorizada médica, o paciente é
visualização de reconstruções colocado numa mesa que se desloca para
multiplanares RMP e reconstruções em 3D. o interior de um orifício de cerca de 70 cm
As imagens são manipuladas por meio de de diâmetro. O tempo de aquisição varia de
computação gráfica. 5 a 10 minutos para cada arco dental, o
que causa certo incômodo aos pacientes,
principalmente aos que sofrem de
claustrofobia.

(Exemplo de posicionamento do paciente


em tomógrafo computadorizado).

(Exemplo de reconstrução tridimensional


demonstrando corte Axial).

As tomadas tomográficas variam em cortes


axiais de 1 mm, 05 voxels e FOV 15cm.

56
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

associação de métodos a base de fluoretos


mais adequados.
Cabe destacar que este material foi
produzido por profissionais vinculados ao
ensino, pesquisa e extensão universitária
que se lançaram ao desafio de construir um
importante elemento de apoio às diferentes
esferas do Sistema Único de Saúde.
O Brasil registra, no início do século
XXI, um quadro epidemiológico bucal que
se caracteriza pela redução na prevalência
e gravidade da cárie dentária em crianças e
adolescentes. Parte expressiva desse
(Exemplo de reconstrução panorâmica importante avanço deve-se a medidas de
para cortes transversais, em Tomógrafo saúde bucal adotadas em escala
Computadorizado). populacional, em especial aquelas com
base no uso seguro de fluoretos. Essa
RECOMENDAÇÃO PARA O USO DE redução é uma importante conquista, fruto
FLUORETOS NO BRASIL. do trabalho de gerações de trabalhadores
em saúde bucal engajados na saúde
A Política Nacional de Saúde Bucal pública/ coletiva e, em especial, na
tem como eixos orientadores ações de construção do Sistema Único de Saúde
promoção e proteção à saúde, incluindo a (SUS) em nosso país.
fluoretação das águas, educação em O Brasil dispõe do segundo maior
saúde, higiene bucal supervisionada, sistema de fluoretação de águas de
aplicações tópicas de flúor e recuperação e abastecimento público de todo o mundo,
reabilitação da saúde bucal. possui um dos maiores contingentes
A promoção da saúde bucal está populacionais de consumidores de
inserida num conceito amplo de saúde que dentifrícios fluoretados e boa parte da
transcende a dimensão meramente técnica população está exposta a múltiplas
do setor odontológico, integrando a saúde formulações de produtos fluorados. Essa
bucal às demais práticas de saúde coletiva. situação põe em relevo a preocupação com
Significa a construção de políticas públicas as consequências do possível aumento da
saudáveis, o desenvolvimento de prevalência de fluorose dentária nas
estratégias direcionadas a todas as crianças ex-postas sistemicamente a
pessoas, como políticas que garantam o fluoretos durante a formação dos dentes e,
acesso à água tratada e fluoretada, a portanto, a necessidade de agir adotando
universalização do uso de dentifrício práticas adequadas de vigilância em saúde.
fluoretado e escova dental e assegurem a O fluoreto (F) vem sendo utilizado
disponibilidade de cuidados odontológicos como instrumento eficaz e seguro na
apropriados. prevenção e controle da cárie dentária.
O presente guia de recomendações Desse modo, o F consiste em um
para o uso de fluoretos no Brasil objetiva importante elemento estratégico nos
apresentar as várias formas de utilização sistemas de prevenção da cárie dentária,
de fluoretos tanto como métodos quando corretamente aplicado. Entretanto,
preventivos de âmbito populacional quanto pesquisas, encontros acadêmicos e
para uso individual indicados pelo experiências na gestão, coordenação e
Ministério da Saúde. assessoria de programas, ações e serviços
Os profissionais da saúde poderão, de saúde bucal revelam que boa parte dos
a partir do diagnóstico da sua realidade profissionais de saúde não está
loco-regional, optar pelo método ou
57
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suficientemente informada sobre aspectos Guia seja objeto de permanente discussão


fundamentais da utilização dos fluoretos. para seu constante aperfeiçoamento.
Poucas instituições brasileiras
elaboraram e colocaram à disposição de LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE
seus profissionais orientações sobre a 1990.
correta utilização dos fluoretos para uso no Dispõe sobre as
cotidiano dos serviços de saúde. condições para a
O objetivo deste Guia é se constituir promoção, proteção e
em uma fonte de consulta para os Mensagem de veto recuperação da
profissionais da saúde acerca do que de Regulamento saúde, a organização
mais importante, e cientificamente Regulamento e o funcionamento
comprovado, existe sobre a utilização dos dos serviços
fluoretos, destacando-se seu uso em saúde correspondentes e dá
pública/coletiva. outras providências.

Aspectos históricos, mecanismo de O PRESIDENTE DA


ação dos fluoretos, suas principais formas REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
de utilização e os principais riscos a eles Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
inerentes são apresentados neste Guia. Ao lei:
final, encontra-se uma indicação de
literatura sobre o tema dirigida àqueles que DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
desejam maiores e mais detalhadas
informações, além de indicações da Art. 1º Esta lei regula, em todo o
legislação brasileira referente ao tema. território nacional, as ações e serviços de
Boa parte das indicações e contra saúde, executados isolada ou
indicações de uso dos fluoretos aqui conjuntamente, em caráter permanente ou
apresentadas é clara, de abrangência eventual, por pessoas naturais ou jurídicas
universal. Outras devem ser analisadas em de direito Público ou privado.
cada nível do SUS e coerentemente com a
diversidade social, cultural e econômica de TÍTULO I
cada região. A eficácia, eficiência e DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
efetividade das medidas propostas deverão
ser analisadas em cada conjuntura Art. 2º A saúde é um direito
particular. Eficácia refere-se ao alcance do fundamental do ser humano, devendo o
objetivo da medida aferida por meio de Estado prover as condições indispensáveis
estudos metodologicamente rigorosos, em ao seu pleno exercício.
ambiente controlado, de pesquisa. § 1º O dever do Estado de garantir a
Efetividade é o grau de eficácia que a saúde consiste na formulação e execução
medida atinge na prática, no mundo real de políticas econômicas e sociais que
dos serviços, ações e programas de saúde visem à redução de riscos de doenças e de
(LAST, 2001). Uma medida pode ser outros agravos e no estabelecimento de
altamente eficaz, mas não condições que assegurem acesso universal
necessariamente efetiva. Eficiência diz e igualitário às ações e aos serviços para a
respeito à relação custo–benefício da sua promoção, proteção e recuperação.
medida. Em saúde pública/coletiva, o § 2º O dever do Estado não exclui o
alcance combinado das máximas eficácia, das pessoas, da família, das empresas e
efetividade e eficiência é o objetivo a ser da sociedade.
perseguido. Art. 3o  Os níveis de saúde expressam
Finalmente, a Coordenação a organização social e econômica do País,
Nacional de Saúde Bucal deseja que este tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a
58
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alimentação, a moradia, o saneamento realização integrada das ações


básico, o meio ambiente, o trabalho, a assistenciais e das atividades preventivas.
renda, a educação, a atividade física, o Art. 6º Estão incluídas ainda no campo
transporte, o lazer e o acesso aos bens e de atuação do Sistema Único de Saúde
serviços essenciais.         (Redação dada (SUS):
pela Lei nº 12.864, de 2013) I - a execução de ações:
Parágrafo único. Dizem respeito a) de vigilância sanitária;
também à saúde as ações que, por força b) de vigilância epidemiológica;
do disposto no artigo anterior, se destinam c) de saúde do trabalhador; e
a garantir às pessoas e à coletividade d) de assistência terapêutica integral,
condições de bem-estar físico, mental e inclusive farmacêutica;
social. II - a participação na formulação da
política e na execução de ações de
TÍTULO II saneamento básico;
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE III - a ordenação da formação de
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a
Art. 4º O conjunto de ações e serviços orientação alimentar;
de saúde, prestados por órgãos e V - a colaboração na proteção do meio
instituições públicas federais, estaduais e ambiente, nele compreendido o do
municipais, da Administração direta e trabalho;
indireta e das fundações mantidas pelo VI - a formulação da política de
Poder Público, constitui o Sistema Único de medicamentos, equipamentos,
Saúde (SUS). imunobiológicos e outros insumos de
§ 1º Estão incluídas no disposto neste interesse para a saúde e a participação na
artigo as instituições públicas federais, sua produção;
estaduais e municipais de controle de VII - o controle e a fiscalização de
qualidade, pesquisa e produção de serviços, produtos e substâncias de
insumos, medicamentos, inclusive de interesse para a saúde;
sangue e hemoderivados, e de VIII - a fiscalização e a inspeção de
equipamentos para saúde. alimentos, água e bebidas para consumo
§ 2º A iniciativa privada poderá humano;
participar do Sistema Único de Saúde IX - a participação no controle e na
(SUS), em caráter complementar. fiscalização da produção, transporte,
guarda e utilização de substâncias e
CAPÍTULO I produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
Dos Objetivos e Atribuições X - o incremento, em sua área de
atuação, do desenvolvimento científico e
Art. 5º São objetivos do Sistema Único tecnológico;
de Saúde SUS: XI - a formulação e execução da
I - a identificação e divulgação dos política de sangue e seus derivados.
fatores condicionantes e determinantes da § 1º Entende-se por vigilância
saúde; sanitária um conjunto de ações capaz de
II - a formulação de política de saúde eliminar, diminuir ou prevenir riscos à
destinada a promover, nos campos saúde e de intervir nos problemas
econômico e social, a observância do sanitários decorrentes do meio ambiente,
disposto no § 1º do art. 2º desta lei; da produção e circulação de bens e da
III - a assistência às pessoas por prestação de serviços de interesse da
intermédio de ações de promoção, saúde, abrangendo:
proteção e recuperação da saúde, com a I - o controle de bens de consumo
que, direta ou indiretamente, se relacionem
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com a saúde, compreendidas todas as respeitados os preceitos da ética


etapas e processos, da produção ao profissional;
consumo; e VI - participação na normatização,
II - o controle da prestação de serviços fiscalização e controle dos serviços de
que se relacionam direta ou indiretamente saúde do trabalhador nas instituições e
com a saúde. empresas públicas e privadas;
§ 2º Entende-se por vigilância VII - revisão periódica da listagem
epidemiológica um conjunto de ações que oficial de doenças originadas no processo
proporcionam o conhecimento, a detecção de trabalho, tendo na sua elaboração a
ou prevenção de qualquer mudança nos colaboração das entidades sindicais; e
fatores determinantes e condicionantes de VIII - a garantia ao sindicato dos
saúde individual ou coletiva, com a trabalhadores de requerer ao órgão
finalidade de recomendar e adotar as competente a interdição de máquina, de
medidas de prevenção e controle das setor de serviço ou de todo ambiente de
doenças ou agravos. trabalho, quando houver exposição a risco
§ 3º Entende-se por saúde do iminente para a vida ou saúde dos
trabalhador, para fins desta lei, um conjunto trabalhadores.
de atividades que se destina, através das
ações de vigilância epidemiológica e CAPÍTULO II
vigilância sanitária, à promoção e proteção Dos Princípios e Diretrizes
da saúde dos trabalhadores, assim como
visa à recuperação e reabilitação da saúde Art. 7º As ações e serviços públicos de
dos trabalhadores submetidos aos riscos e saúde e os serviços privados contratados
agravos advindos das condições de ou conveniados que integram o Sistema
trabalho, abrangendo: Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos
I - assistência ao trabalhador vítima de de acordo com as diretrizes previstas
acidentes de trabalho ou portador de no art. 198 da Constituição Federal,
doença profissional e do trabalho; obedecendo ainda aos seguintes
II - participação, no âmbito de princípios:
competência do Sistema Único de Saúde I - universalidade de acesso aos
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e serviços de saúde em todos os níveis de
controle dos riscos e agravos potenciais à assistência;
saúde existentes no processo de trabalho; II - integralidade de assistência,
III - participação, no âmbito de entendida como conjunto articulado e
competência do Sistema Único de Saúde contínuo das ações e serviços preventivos
(SUS), da normatização, fiscalização e e curativos, individuais e coletivos, exigidos
controle das condições de produção, para cada caso em todos os níveis de
extração, armazenamento, transporte, complexidade do sistema;
distribuição e manuseio de substâncias, de III - preservação da autonomia das
produtos, de máquinas e de equipamentos pessoas na defesa de sua integridade
que apresentam riscos à saúde do física e moral;
trabalhador; IV - igualdade da assistência à saúde,
IV - avaliação do impacto que as sem preconceitos ou privilégios de
tecnologias provocam à saúde; qualquer espécie;
V - informação ao trabalhador e à sua V - direito à informação, às pessoas
respectiva entidade sindical e às empresas assistidas, sobre sua saúde;
sobre os riscos de acidentes de trabalho, VI - divulgação de informações quanto
doença profissional e do trabalho, bem ao potencial dos serviços de saúde e a sua
como os resultados de fiscalizações, utilização pelo usuário;
avaliações ambientais e exames de saúde,
de admissão, periódicos e de demissão,
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VII - utilização da epidemiologia para o I - no âmbito da União, pelo Ministério


estabelecimento de prioridades, a alocação da Saúde;
de recursos e a orientação programática; II - no âmbito dos Estados e do Distrito
VIII - participação da comunidade; Federal, pela respectiva Secretaria de
IX - descentralização político- Saúde ou órgão equivalente; e
administrativa, com direção única em cada III - no âmbito dos Municípios, pela
esfera de governo: respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
a) ênfase na descentralização dos equivalente.
serviços para os municípios; Art. 10. Os municípios poderão
b) regionalização e hierarquização da constituir consórcios para desenvolver em
rede de serviços de saúde; conjunto as ações e os serviços de saúde
X - integração em nível executivo das que lhes correspondam.
ações de saúde, meio ambiente e § 1º Aplica-se aos consórcios
saneamento básico; administrativos intermunicipais o princípio
XI - conjugação dos recursos da direção única, e os respectivos atos
financeiros, tecnológicos, materiais e constitutivos disporão sobre sua
humanos da União, dos Estados, do observância.
Distrito Federal e dos Municípios na § 2º No nível municipal, o Sistema
prestação de serviços de assistência à Único de Saúde (SUS), poderá organizar-
saúde da população; se em distritos de forma a integrar e
XII - capacidade de resolução dos articular recursos, técnicas e práticas
serviços em todos os níveis de assistência; voltadas para a cobertura total das ações
e de saúde.
XIII - organização dos serviços Art. 11. (Vetado).
públicos de modo a evitar duplicidade de Art. 12. Serão criadas comissões
meios para fins idênticos. intersetoriais de âmbito nacional,
XIV – organização de atendimento subordinadas ao Conselho Nacional de
público específico e especializado para Saúde, integradas pelos Ministérios e
mulheres e vítimas de violência doméstica órgãos competentes e por entidades
em geral, que garanta, entre outros, representativas da sociedade civil.
atendimento, acompanhamento psicológico Parágrafo único. As comissões
e cirurgias plásticas reparadoras, em intersetoriais terão a finalidade de articular
conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de políticas e programas de interesse para a
agosto de 2013.           (Redação dada pela saúde, cuja execução envolva áreas não
Lei nº 13.427, de 2017) compreendidas no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).
CAPÍTULO III Art. 13. A articulação das políticas e
Da Organização, da Direção e da Gestão programas, a cargo das comissões
intersetoriais, abrangerá, em especial, as
Art. 8º As ações e serviços de saúde, seguintes atividades:
executados pelo Sistema Único de Saúde I - alimentação e nutrição;
(SUS), seja diretamente ou mediante II - saneamento e meio ambiente;
participação complementar da iniciativa III - vigilância sanitária e
privada, serão organizados de forma farmacoepidemiologia;
regionalizada e hierarquizada em níveis de IV - recursos humanos;
complexidade crescente. V - ciência e tecnologia; e
Art. 9º A direção do Sistema Único de VI - saúde do trabalhador.
Saúde (SUS) é única, de acordo com Art. 14. Deverão ser criadas
o inciso I do art. 198 da Constituição Comissões Permanentes de integração
Federal, sendo exercida em cada esfera de entre os serviços de saúde e as instituições
governo pelos seguintes órgãos: de ensino profissional e superior.
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Parágrafo único. Cada uma dessas utilidade pública e de relevante função


comissões terá por finalidade propor social, na forma do
prioridades, métodos e estratégias para a regulamento.        (Incluído pela Lei nº
formação e educação continuada dos 12.466, de 2011).
recursos humanos do Sistema Único de § 1o  O Conass e o Conasems
Saúde (SUS), na esfera correspondente, receberão recursos do orçamento geral da
assim como em relação à pesquisa e à União por meio do Fundo Nacional de
cooperação técnica entre essas Saúde, para auxiliar no custeio de suas
instituições. despesas institucionais, podendo ainda
Art. 14-A.  As Comissões Intergestores celebrar convênios com a
Bipartite e Tripartite são reconhecidas União.           (Incluído pela Lei nº 12.466,
como foros de negociação e pactuação de 2011).
entre gestores, quanto aos aspectos § 2o  Os Conselhos de Secretarias
operacionais do Sistema Único de Saúde Municipais de Saúde (Cosems) são
(SUS).         (Incluído pela Lei nº 12.466, de reconhecidos como entidades que
2011). representam os entes municipais, no
Parágrafo único.  A atuação das âmbito estadual, para tratar de matérias
Comissões Intergestores Bipartite e referentes à saúde, desde que vinculados
Tripartite terá por objetivo:         (Incluído institucionalmente ao Conasems, na forma
pela Lei nº 12.466, de 2011). que dispuserem seus
I - decidir sobre os aspectos estatutos.          (Incluído pela Lei nº
operacionais, financeiros e administrativos 12.466, de 2011).
da gestão compartilhada do SUS, em
conformidade com a definição da política CAPÍTULO IV
consubstanciada em planos de saúde, Da Competência e das Atribuições
aprovados pelos conselhos de Seção I
saúde;           (Incluído pela Lei nº 12.466, Das Atribuições Comuns
de 2011).
II - definir diretrizes, de âmbito Art. 15. A União, os Estados, o Distrito
nacional, regional e intermunicipal, a Federal e os Municípios exercerão, em seu
respeito da organização das redes de âmbito administrativo, as seguintes
ações e serviços de saúde, principalmente atribuições:
no tocante à sua governança institucional e I - definição das instâncias e
à integração das ações e serviços dos mecanismos de controle, avaliação e de
entes federados;        (Incluído pela Lei nº fiscalização das ações e serviços de saúde;
12.466, de 2011). II - administração dos recursos
III - fixar diretrizes sobre as regiões de orçamentários e financeiros destinados, em
saúde, distrito sanitário, integração de cada ano, à saúde;
territórios, referência e contrarreferência e III - acompanhamento, avaliação e
demais aspectos vinculados à integração divulgação do nível de saúde da população
das ações e serviços de saúde entre os e das condições ambientais;
entes federados.         (Incluído pela Lei nº IV - organização e coordenação do
12.466, de 2011). sistema de informação de saúde;
Art. 14-B.  O Conselho Nacional de V - elaboração de normas técnicas e
Secretários de Saúde (Conass) e o estabelecimento de padrões de qualidade e
Conselho Nacional de Secretarias parâmetros de custos que caracterizam a
Municipais de Saúde (Conasems) são assistência à saúde;
reconhecidos como entidades VI - elaboração de normas técnicas e
representativas dos entes estaduais e estabelecimento de padrões de qualidade
municipais para tratar de matérias para promoção da saúde do trabalhador;
referentes à saúde e declarados de
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VII - participação de formulação da XX - definir as instâncias e


política e da execução das ações de mecanismos de controle e fiscalização
saneamento básico e colaboração na inerentes ao poder de polícia sanitária;
proteção e recuperação do meio ambiente; XXI - fomentar, coordenar e executar
VIII - elaboração e atualização programas e projetos estratégicos e de
periódica do plano de saúde; atendimento emergencial.
IX - participação na formulação e na
execução da política de formação e Seção II
desenvolvimento de recursos humanos Da Competência
para a saúde;
X - elaboração da proposta Art. 16. A direção nacional do Sistema
orçamentária do Sistema Único de Saúde Único da Saúde (SUS) compete:
(SUS), de conformidade com o plano de I - formular, avaliar e apoiar políticas
saúde; de alimentação e nutrição;
XI - elaboração de normas para II - participar na formulação e na
regular as atividades de serviços privados implementação das políticas:
de saúde, tendo em vista a sua relevância a) de controle das agressões ao meio
pública; ambiente;
XII - realização de operações externas b) de saneamento básico; e
de natureza financeira de interesse da c) relativas às condições e aos
saúde, autorizadas pelo Senado Federal; ambientes de trabalho;
XIII - para atendimento de III - definir e coordenar os sistemas:
necessidades coletivas, urgentes e a) de redes integradas de assistência
transitórias, decorrentes de situações de de alta complexidade;
perigo iminente, de calamidade pública ou b) de rede de laboratórios de saúde
de irrupção de epidemias, a autoridade pública;
competente da esfera administrativa c) de vigilância epidemiológica; e
correspondente poderá requisitar bens e d) vigilância sanitária;
serviços, tanto de pessoas naturais como IV - participar da definição de normas
de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa e mecanismos de controle, com órgão
indenização; afins, de agravo sobre o meio ambiente ou
XIV - implementar o Sistema Nacional dele decorrentes, que tenham repercussão
de Sangue, Componentes e Derivados; na saúde humana;
XV - propor a celebração de V - participar da definição de normas,
convênios, acordos e protocolos critérios e padrões para o controle das
internacionais relativos à saúde, condições e dos ambientes de trabalho e
saneamento e meio ambiente; coordenar a política de saúde do
XVI - elaborar normas técnico- trabalhador;
científicas de promoção, proteção e VI - coordenar e participar na
recuperação da saúde; execução das ações de vigilância
XVII - promover articulação com os epidemiológica;
órgãos de fiscalização do exercício VII - estabelecer normas e executar a
profissional e outras entidades vigilância sanitária de portos, aeroportos e
representativas da sociedade civil para a fronteiras, podendo a execução ser
definição e controle dos padrões éticos complementada pelos Estados, Distrito
para pesquisa, ações e serviços de saúde; Federal e Municípios;
XVIII - promover a articulação da VIII - estabelecer critérios, parâmetros
política e dos planos de saúde; e métodos para o controle da qualidade
XIX - realizar pesquisas e estudos na sanitária de produtos, substâncias e
área de saúde; serviços de consumo e uso humano;

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IX - promover articulação com os circunstâncias especiais, como na


órgãos educacionais e de fiscalização do ocorrência de agravos inusitados à saúde,
exercício profissional, bem como com que possam escapar do controle da direção
entidades representativas de formação de estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)
recursos humanos na área de saúde; ou que representem risco de disseminação
X - formular, avaliar, elaborar normas nacional.
e participar na execução da política Art. 17. À direção estadual do Sistema
nacional e produção de insumos e Único de Saúde (SUS) compete:
equipamentos para a saúde, em articulação I - promover a descentralização para
com os demais órgãos governamentais; os Municípios dos serviços e das ações de
XI - identificar os serviços estaduais e saúde;
municipais de referência nacional para o II - acompanhar, controlar e avaliar as
estabelecimento de padrões técnicos de redes hierarquizadas do Sistema Único de
assistência à saúde; Saúde (SUS);
XII - controlar e fiscalizar III - prestar apoio técnico e financeiro
procedimentos, produtos e substâncias de aos Municípios e executar supletivamente
interesse para a saúde; ações e serviços de saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e IV - coordenar e, em caráter
financeira aos Estados, ao Distrito Federal complementar, executar ações e serviços:
e aos Municípios para o aperfeiçoamento a) de vigilância epidemiológica;
da sua atuação institucional; b) de vigilância sanitária;
XIV - elaborar normas para regular as c) de alimentação e nutrição; e
relações entre o Sistema Único de Saúde d) de saúde do trabalhador;
(SUS) e os serviços privados contratados V - participar, junto com os órgãos
de assistência à saúde; afins, do controle dos agravos do meio
XV - promover a descentralização ambiente que tenham repercussão na
para as Unidades Federadas e para os saúde humana;
Municípios, dos serviços e ações de saúde, VI - participar da formulação da
respectivamente, de abrangência estadual política e da execução de ações de
e municipal; saneamento básico;
XVI - normatizar e coordenar VII - participar das ações de controle e
nacionalmente o Sistema Nacional de avaliação das condições e dos ambientes
Sangue, Componentes e Derivados; de trabalho;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar VIII - em caráter suplementar,
as ações e os serviços de saúde, formular, executar, acompanhar e avaliar a
respeitadas as competências estaduais e política de insumos e equipamentos para a
municipais; saúde;
XVIII - elaborar o Planejamento IX - identificar estabelecimentos
Estratégico Nacional no âmbito do SUS, hospitalares de referência e gerir sistemas
em cooperação técnica com os Estados, públicos de alta complexidade, de
Municípios e Distrito Federal; referência estadual e regional;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional X - coordenar a rede estadual de
de Auditoria e coordenar a avaliação laboratórios de saúde pública e
técnica e financeira do SUS em todo o hemocentros, e gerir as unidades que
Território Nacional em cooperação técnica permaneçam em sua organização
com os Estados, Municípios e Distrito administrativa;
Federal.        (Vide Decreto nº 1.651, de XI - estabelecer normas, em caráter
1995) suplementar, para o controle e avaliação
Parágrafo único. A União poderá das ações e serviços de saúde;
executar ações de vigilância XII - formular normas e estabelecer
epidemiológica e sanitária em padrões, em caráter suplementar, de
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procedimentos de controle de qualidade XI - controlar e fiscalizar os


para produtos e substâncias de consumo procedimentos dos serviços privados de
humano; saúde;
XIII - colaborar com a União na XII - normatizar complementarmente
execução da vigilância sanitária de portos, as ações e serviços públicos de saúde no
aeroportos e fronteiras; seu âmbito de atuação.
XIV - o acompanhamento, a avaliação Art. 19. Ao Distrito Federal competem
e divulgação dos indicadores de morbidade as atribuições reservadas aos Estados e
e mortalidade no âmbito da unidade aos Municípios.
federada.
Art. 18. À direção municipal do CAPÍTULO V
Sistema de Saúde (SUS) compete: Do Subsistema de Atenção à Saúde
I - planejar, organizar, controlar e Indígena
avaliar as ações e os serviços de saúde e (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
gerir e executar os serviços públicos de
saúde; Art. 19-A. As ações e serviços de
II - participar do planejamento, saúde voltados para o atendimento das
programação e organização da rede populações indígenas, em todo o território
regionalizada e hierarquizada do Sistema nacional, coletiva ou individualmente,
Único de Saúde (SUS), em articulação com obedecerão ao disposto nesta
sua direção estadual; Lei.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de
III - participar da execução, controle e 1999)
avaliação das ações referentes às Art. 19-B. É instituído um Subsistema
condições e aos ambientes de trabalho; de Atenção à Saúde Indígena, componente
IV - executar serviços: do Sistema Único de Saúde – SUS, criado
a) de vigilância epidemiológica; e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142,
b) vigilância sanitária; de 28 de dezembro de 1990, com o qual
c) de alimentação e nutrição; funcionará em perfeita
d) de saneamento básico; e integração.        (Incluído pela Lei nº 9.836,
e) de saúde do trabalhador; de 1999)
V - dar execução, no âmbito municipal, Art. 19-C. Caberá à União, com seus
à política de insumos e equipamentos para recursos próprios, financiar o Subsistema
a saúde; de Atenção à Saúde Indígena.       (Incluído
VI - colaborar na fiscalização das pela Lei nº 9.836, de 1999)
agressões ao meio ambiente que tenham Art. 19-D. O SUS promoverá a
repercussão sobre a saúde humana e articulação do Subsistema instituído por
atuar, junto aos órgãos municipais, esta Lei com os órgãos responsáveis pela
estaduais e federais competentes, para Política Indígena do País.       (Incluído pela
controlá-las; Lei nº 9.836, de 1999)
VII - formar consórcios administrativos Art. 19-E. Os Estados, Municípios,
intermunicipais; outras instituições governamentais e não-
VIII - gerir laboratórios públicos de governamentais poderão atuar
saúde e hemocentros; complementarmente no custeio e execução
IX - colaborar com a União e os das ações.        (Incluído pela Lei nº 9.836,
Estados na execução da vigilância sanitária de 1999)
de portos, aeroportos e fronteiras; Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente
X - observado o disposto no art. 26 levar em consideração a realidade local e
desta Lei, celebrar contratos e convênios as especificidades da cultura dos povos
com entidades prestadoras de serviços indígenas e o modelo a ser adotado para a
privados de saúde, bem como controlar e atenção à saúde indígena, que se deve
avaliar sua execução; pautar por uma abordagem diferenciada e
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global, contemplando os aspectos de domiciliar.        (Incluído pela Lei nº 10.424,


assistência à saúde, saneamento básico, de 2002)
nutrição, habitação, meio ambiente, § 1o Na modalidade de assistência de
demarcação de terras, educação sanitária atendimento e internação domiciliares
e integração institucional.        (Incluído incluem-se, principalmente, os
pela Lei nº 9.836, de 1999) procedimentos médicos, de enfermagem,
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à fisioterapêuticos, psicológicos e de
Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, assistência social, entre outros necessários
descentralizado, hierarquizado e ao cuidado integral dos pacientes em seu
regionalizado.       (Incluído pela Lei nº domicílio.       (Incluído pela Lei nº 10.424,
9.836, de 1999) de 2002)
§ 1o O Subsistema de que trata § 2o O atendimento e a internação
o caput deste artigo terá como base os domiciliares serão realizados por equipes
Distritos Sanitários Especiais multidisciplinares que atuarão nos níveis da
Indígenas.        (Incluído pela Lei nº 9.836, medicina preventiva, terapêutica e
de 1999) reabilitadora.        (Incluído pela Lei nº
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e 10.424, de 2002)
referência ao Subsistema de Atenção à § 3o O atendimento e a internação
Saúde Indígena, devendo, para isso, domiciliares só poderão ser realizados por
ocorrer adaptações na estrutura e indicação médica, com expressa
organização do SUS nas regiões onde concordância do paciente e de sua
residem as populações indígenas, para família.         (Incluído pela Lei nº 10.424,
propiciar essa integração e o atendimento de 2002)
necessário em todos os níveis, sem
discriminações.        (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO VII
9.836, de 1999) DO SUBSISTEMA DE
§ 3o As populações indígenas devem ACOMPANHAMENTO DURANTE O
ter acesso garantido ao SUS, em âmbito TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-
local, regional e de centros especializados, PARTO IMEDIATO
de acordo com suas necessidades, (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
compreendendo a atenção primária,
secundária e terciária à saúde.         Art. 19-J. Os serviços de saúde do
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Sistema Único de Saúde - SUS, da rede
Art. 19-H. As populações indígenas própria ou conveniada, ficam obrigados a
terão direito a participar dos organismos permitir a presença, junto à parturiente, de
colegiados de formulação, 1 (um) acompanhante durante todo o
acompanhamento e avaliação das políticas período de trabalho de parto, parto e pós-
de saúde, tais como o Conselho Nacional parto imediato.          (Incluído pela Lei nº
de Saúde e os Conselhos Estaduais e 11.108, de 2005)
Municipais de Saúde, quando for o § 1o O acompanhante de que trata
caso.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de o caput deste artigo será indicado pela
1999) parturiente.        (Incluído pela Lei nº
11.108, de 2005)
CAPÍTULO VI § 2o As ações destinadas a viabilizar o
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E pleno exercício dos direitos de que trata
INTERNAÇÃO DOMICILIAR este artigo constarão do regulamento da
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) lei, a ser elaborado pelo órgão competente
do Poder Executivo.       (Incluído pela Lei
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito nº 11.108, de 2005)
do Sistema Único de Saúde, o atendimento § 3o Ficam os hospitais de todo o País
domiciliar e a internação obrigados a manter, em local visível de
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suas dependências, aviso informando Art. 19-O.  Os protocolos clínicos e as


sobre o direito estabelecido no caput deste diretrizes terapêuticas deverão estabelecer
artigo.        (Incluído pela Lei nº 12.895, de os medicamentos ou produtos necessários
2013) nas diferentes fases evolutivas da doença
Art. 19-L. (VETADO)          (Incluído ou do agravo à saúde de que tratam, bem
pela Lei nº 11.108, de 2005) como aqueles indicados em casos de
perda de eficácia e de surgimento de
CAPÍTULO VIII intolerância ou reação adversa relevante,
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) provocadas pelo medicamento, produto ou
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA procedimento de primeira escolha.         
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
SAÚDE”  Parágrafo único.  Em qualquer caso,
os medicamentos ou produtos de que trata
Art. 19-M.  A assistência terapêutica o caput deste artigo serão aqueles
integral a que se refere a alínea d do inciso avaliados quanto à sua eficácia, segurança,
I do art. 6o consiste em:       (Incluído pela efetividade e custo-efetividade para as
Lei nº 12.401, de 2011) diferentes fases evolutivas da doença ou
I - dispensação de medicamentos e do agravo à saúde de que trata o
produtos de interesse para a saúde, cuja protocolo.         (Incluído pela Lei nº 12.401,
prescrição esteja em conformidade com as de 2011)
diretrizes terapêuticas definidas em Art. 19-P.  Na falta de protocolo clínico
protocolo clínico para a doença ou o agravo ou de diretriz terapêutica, a dispensação
à saúde a ser tratado ou, na falta do será realizada:         (Incluído pela Lei nº
protocolo, em conformidade com o disposto 12.401, de 2011)
no art. 19-P;         (Incluído pela Lei nº I - com base nas relações de
12.401, de 2011) medicamentos instituídas pelo gestor
II - oferta de procedimentos federal do SUS, observadas as
terapêuticos, em regime domiciliar, competências estabelecidas nesta Lei, e a
ambulatorial e hospitalar, constantes de responsabilidade pelo fornecimento será
tabelas elaboradas pelo gestor federal do pactuada na Comissão Intergestores
Sistema Único de Saúde - SUS, realizados Tripartite;        (Incluído pela Lei nº 12.401,
no território nacional por serviço próprio, de 2011)
conveniado ou contratado. II - no âmbito de cada Estado e do
Art. 19-N.  Para os efeitos do disposto Distrito Federal, de forma suplementar,
no art. 19-M, são adotadas as seguintes com base nas relações de medicamentos
definições:  instituídas pelos gestores estaduais do
I - produtos de interesse para a SUS, e a responsabilidade pelo
saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras fornecimento será pactuada na Comissão
e equipamentos médicos;  Intergestores Bipartite;        (Incluído pela
II - protocolo clínico e diretriz Lei nº 12.401, de 2011)
terapêutica: documento que estabelece III - no âmbito de cada Município, de
critérios para o diagnóstico da doença ou forma suplementar, com base nas relações
do agravo à saúde; o tratamento de medicamentos instituídas pelos gestores
preconizado, com os medicamentos e municipais do SUS, e a responsabilidade
demais produtos apropriados, quando pelo fornecimento será pactuada no
couber; as posologias recomendadas; os Conselho Municipal de
mecanismos de controle clínico; e o Saúde.        (Incluído pela Lei nº 12.401, de
acompanhamento e a verificação dos 2011)
resultados terapêuticos, a serem seguidos Art. 19-Q.  A incorporação, a exclusão
pelos gestores do SUS.         (Incluído pela ou a alteração pelo SUS de novos
Lei nº 12.401, de 2011) medicamentos, produtos e procedimentos,
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bem como a constituição ou a alteração de determinações especiais:          (Incluído


protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, pela Lei nº 12.401, de 2011)
são atribuições do Ministério da Saúde, I - apresentação pelo interessado dos
assessorado pela Comissão Nacional de documentos e, se cabível, das amostras de
Incorporação de Tecnologias no produtos, na forma do regulamento, com
SUS.        (Incluído pela Lei nº 12.401, de informações necessárias para o
2011) atendimento do disposto no § 2 o do art. 19-
§ 1o  A Comissão Nacional de Q;  (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja II - (VETADO);        (Incluído pela Lei
composição e regimento são definidos em nº 12.401, de 2011)
regulamento, contará com a participação III - realização de consulta pública que
de 1 (um) representante indicado pelo inclua a divulgação do parecer emitido pela
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) Comissão Nacional de Incorporação de
representante, especialista na área, Tecnologias no SUS;        (Incluído pela Lei
indicado pelo Conselho Federal de nº 12.401, de 2011)
Medicina.        (Incluído pela Lei nº 12.401, IV - realização de audiência pública,
de 2011) antes da tomada de decisão, se a
§ 2o  O relatório da Comissão relevância da matéria justificar o
Nacional de Incorporação de Tecnologias evento.        (Incluído pela Lei nº 12.401, de
no SUS levará em consideração, 2011)
necessariamente:        (Incluído pela Lei nº § 2o  (VETADO).        (Incluído pela
12.401, de 2011) Lei nº 12.401, de 2011)
I - as evidências científicas sobre a Art. 19-S.  (VETADO).          (Incluído
eficácia, a acurácia, a efetividade e a pela Lei nº 12.401, de 2011)
segurança do medicamento, produto ou Art. 19-T.  São vedados, em todas as
procedimento objeto do processo, acatadas esferas de gestão do SUS:           (Incluído
pelo órgão competente para o registro ou a pela Lei nº 12.401, de 2011)
autorização de uso; (Incluído pela Lei nº I - o pagamento, o ressarcimento ou o
12.401, de 2011) reembolso de medicamento, produto e
II - a avaliação econômica procedimento clínico ou cirúrgico
comparativa dos benefícios e dos custos experimental, ou de uso não autorizado
em relação às tecnologias já incorporadas, pela Agência Nacional de Vigilância
inclusive no que se refere aos Sanitária - ANVISA;         (Incluído pela Lei
atendimentos domiciliar, ambulatorial ou nº 12.401, de 2011)
hospitalar, quando cabível.         (Incluído II - a dispensação, o pagamento, o
pela Lei nº 12.401, de 2011) ressarcimento ou o reembolso de
Art. 19-R.  A incorporação, a exclusão medicamento e produto, nacional ou
e a alteração a que se refere o art. 19-Q importado, sem registro na Anvisa.” 
serão efetuadas mediante a instauração de Art. 19-U.  A responsabilidade
processo administrativo, a ser concluído financeira pelo fornecimento de
em prazo não superior a 180 (cento e medicamentos, produtos de interesse para
oitenta) dias, contado da data em que foi a saúde ou procedimentos de que trata
protocolado o pedido, admitida a sua este Capítulo será pactuada na Comissão
prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, Intergestores Tripartite.          (Incluído pela
quando as circunstâncias exigirem.          Lei nº 12.401, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o  O processo de que trata TÍTULO III
o caput deste artigo observará, no que DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE
couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 ASSISTÊNCIA À SAÙDE
de janeiro de 1999, e as seguintes CAPÍTULO I
Do Funcionamento
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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

Art. 20. Os serviços privados de Art. 24. Quando as suas


assistência à saúde caracterizam-se pela disponibilidades forem insuficientes para
atuação, por iniciativa própria, de garantir a cobertura assistencial à
profissionais liberais, legalmente população de uma determinada área, o
habilitados, e de pessoas jurídicas de Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
direito privado na promoção, proteção e recorrer aos serviços ofertados pela
recuperação da saúde. iniciativa privada.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à Parágrafo único. A participação
iniciativa privada. complementar dos serviços privados será
Art. 22. Na prestação de serviços formalizada mediante contrato ou convênio,
privados de assistência à saúde, serão observadas, a respeito, as normas de
observados os princípios éticos e as direito público.
normas expedidas pelo órgão de direção Art. 25. Na hipótese do artigo anterior,
do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto as entidades filantrópicas e as sem fins
às condições para seu funcionamento. lucrativos terão preferência para participar
Art. 23.  É permitida a participação do Sistema Único de Saúde (SUS).
direta ou indireta, inclusive controle, de Art. 26. Os critérios e valores para a
empresas ou de capital estrangeiro na remuneração de serviços e os parâmetros
assistência à saúde nos seguintes de cobertura assistencial serão
casos:        (Redação dada pela Lei nº estabelecidos pela direção nacional do
13.097, de 2015) Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados
I - doações de organismos no Conselho Nacional de Saúde.
internacionais vinculados à Organização § 1° Na fixação dos critérios, valores,
das Nações Unidas, de entidades de formas de reajuste e de pagamento da
cooperação técnica e de financiamento e remuneração aludida neste artigo, a
empréstimos;        (Incluído pela Lei nº direção nacional do Sistema Único de
13.097, de 2015) Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato
II - pessoas jurídicas destinadas a em demonstrativo econômico-financeiro
instalar, operacionalizar ou que garanta a efetiva qualidade de
explorar:         (Incluído pela Lei nº 13.097, execução dos serviços contratados.
de 2015) § 2° Os serviços contratados
a) hospital geral, inclusive filantrópico, submeter-se-ão às normas técnicas e
hospital especializado, policlínica, clínica administrativas e aos princípios e diretrizes
geral e clínica especializada; do Sistema Único de Saúde (SUS),
e        (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) mantido o equilíbrio econômico e financeiro
b) ações e pesquisas de planejamento do contrato.
familiar;        (Incluído pela Lei nº 13.097, § 3° (Vetado).
de 2015) § 4° Aos proprietários, administradores
III - serviços de saúde mantidos, sem e dirigentes de entidades ou serviços
finalidade lucrativa, por empresas, para contratados é vedado exercer cargo de
atendimento de seus empregados e chefia ou função de confiança no Sistema
dependentes, sem qualquer ônus para a Único de Saúde (SUS).
seguridade social; e         (Incluído pela Lei
nº 13.097, de 2015) TÍTULO IV
IV - demais casos previstos em DOS RECURSOS HUMANOS
legislação específica.          (Incluído pela
Lei nº 13.097, de 2015) Art. 27. A política de recursos
humanos na área da saúde será
CAPÍTULO II formalizada e executada, articuladamente,
Da Participação Complementar
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pelas diferentes esferas de governo, em realização de suas finalidades, previstos


cumprimento dos seguintes objetivos: em proposta elaborada pela sua direção
I - organização de um sistema de nacional, com a participação dos órgãos da
formação de recursos humanos em todos Previdência Social e da Assistência Social,
os níveis de ensino, inclusive de pós- tendo em vista as metas e prioridades
graduação, além da elaboração de estabelecidas na Lei de Diretrizes
programas de permanente Orçamentárias.
aperfeiçoamento de pessoal; Art. 32. São considerados de outras
II - (Vetado) fontes os recursos provenientes de:
III - (Vetado) I - (Vetado)
IV - valorização da dedicação II - Serviços que possam ser
exclusiva aos serviços do Sistema Único de prestados sem prejuízo da assistência à
Saúde (SUS). saúde;
Parágrafo único. Os serviços públicos III - ajuda, contribuições, doações e
que integram o Sistema Único de Saúde donativos;
(SUS) constituem campo de prática para IV - alienações patrimoniais e
ensino e pesquisa, mediante normas rendimentos de capital;
específicas, elaboradas conjuntamente V - taxas, multas, emolumentos e
com o sistema educacional. preços públicos arrecadados no âmbito do
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, Sistema Único de Saúde (SUS); e
direção e assessoramento, no âmbito do VI - rendas eventuais, inclusive
Sistema Único de Saúde (SUS), só comerciais e industriais.
poderão ser exercidas em regime de tempo § 1° Ao Sistema Único de Saúde
integral. (SUS) caberá metade da receita de que
§ 1° Os servidores que legalmente trata o inciso I deste artigo, apurada
acumulam dois cargos ou empregos mensalmente, a qual será destinada à
poderão exercer suas atividades em mais recuperação de viciados.
de um estabelecimento do Sistema Único § 2° As receitas geradas no âmbito do
de Saúde (SUS). Sistema Único de Saúde (SUS) serão
§ 2° O disposto no parágrafo anterior creditadas diretamente em contas
aplica-se também aos servidores em especiais, movimentadas pela sua direção,
regime de tempo integral, com exceção dos na esfera de poder onde forem
ocupantes de cargos ou função de chefia, arrecadadas.
direção ou assessoramento. § 3º As ações de saneamento que
Art. 29. (Vetado). venham a ser executadas supletivamente
Art. 30. As especializações na forma pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão
de treinamento em serviço sob supervisão financiadas por recursos tarifários
serão regulamentadas por Comissão específicos e outros da União, Estados,
Nacional, instituída de acordo com o art. 12 Distrito Federal, Municípios e, em
desta Lei, garantida a participação das particular, do Sistema Financeiro da
entidades profissionais correspondentes. Habitação (SFH).
§ 4º (Vetado).
TÍTULO V § 5º As atividades de pesquisa e
DO FINANCIAMENTO desenvolvimento científico e tecnológico
CAPÍTULO I em saúde serão co-financiadas pelo
Dos Recursos Sistema Único de Saúde (SUS), pelas
universidades e pelo orçamento fiscal, além
Art. 31. O orçamento da seguridade de recursos de instituições de fomento e
social destinará ao Sistema Único de financiamento ou de origem externa e
Saúde (SUS) de acordo com a receita receita própria das instituições executoras.
estimada, os recursos necessários à § 6º (Vetado).
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II - perfil epidemiológico da população


CAPÍTULO II a ser coberta;
Da Gestão Financeira III - características quantitativas e
qualitativas da rede de saúde na área;
Art. 33. Os recursos financeiros do IV - desempenho técnico, econômico e
Sistema Único de Saúde (SUS) serão financeiro no período anterior;
depositados em conta especial, em cada V - níveis de participação do setor
esfera de sua atuação, e movimentados saúde nos orçamentos estaduais e
sob fiscalização dos respectivos Conselhos municipais;
de Saúde. VI - previsão do plano qüinqüenal de
§ 1º Na esfera federal, os recursos investimentos da rede;
financeiros, originários do Orçamento da VII - ressarcimento do atendimento a
Seguridade Social, de outros Orçamentos serviços prestados para outras esferas de
da União, além de outras fontes, serão governo.
administrados pelo Ministério da Saúde, § 1º Metade dos recursos destinados
através do Fundo Nacional de Saúde. a Estados e Municípios será distribuída
§ 2º (Vetado). segundo o quociente de sua divisão pelo
§ 3º (Vetado). número de habitantes, independentemente
§ 4º O Ministério da Saúde de qualquer procedimento
acompanhará, através de seu sistema de prévio.           (Revogado pela Lei
auditoria, a conformidade à programação Complementar nº 141, de 2012)        (Vide
aprovada da aplicação dos recursos Lei nº 8.142, de 1990)
repassados a Estados e Municípios. § 2º Nos casos de Estados e
Constatada a malversação, desvio ou não Municípios sujeitos a notório processo de
aplicação dos recursos, caberá ao migração, os critérios demográficos
Ministério da Saúde aplicar as medidas mencionados nesta lei serão ponderados
previstas em lei. por outros indicadores de crescimento
Art. 34. As autoridades responsáveis populacional, em especial o número de
pela distribuição da receita efetivamente eleitores registrados.
arrecadada transferirão automaticamente § 3º (Vetado).
ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), § 4º (Vetado).
observado o critério do parágrafo único § 5º (Vetado).
deste artigo, os recursos financeiros § 6º O disposto no parágrafo anterior
correspondentes às dotações consignadas não prejudica a atuação dos órgãos de
no Orçamento da Seguridade Social, a controle interno e externo e nem a
projetos e atividades a serem executados aplicação de penalidades previstas em lei,
no âmbito do Sistema Único de Saúde em caso de irregularidades verificadas na
(SUS). gestão dos recursos transferidos.
Parágrafo único. Na distribuição dos
recursos financeiros da Seguridade Social CAPÍTULO III
será observada a mesma proporção da Do Planejamento e do Orçamento
despesa prevista de cada área, no
Orçamento da Seguridade Social. Art. 36. O processo de planejamento e
Art. 35. Para o estabelecimento de orçamento do Sistema Único de Saúde
valores a serem transferidos a Estados, (SUS) será ascendente, do nível local até o
Distrito Federal e Municípios, será utilizada federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
a combinação dos seguintes critérios, compatibilizando-se as necessidades da
segundo análise técnica de programas e política de saúde com a disponibilidade de
projetos: recursos em planos de saúde dos
I - perfil demográfico da região; Municípios, dos Estados, do Distrito
Federal e da União.
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§ 1º Os planos de saúde serão a base Municipais de Saúde ou órgãos


das atividades e programações de cada congêneres, como suporte ao processo de
nível de direção do Sistema Único de gestão, de forma a permitir a gerencia
Saúde (SUS), e seu financiamento será informatizada das contas e a disseminação
previsto na respectiva proposta de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
orçamentária. médico-hospitalares.
§ 2º É vedada a transferência de Art. 40. (Vetado)
recursos para o financiamento de ações Art. 41. As ações desenvolvidas pela
não previstas nos planos de saúde, exceto Fundação das Pioneiras Sociais e pelo
em situações emergenciais ou de Instituto Nacional do Câncer,
calamidade pública, na área de saúde. supervisionadas pela direção nacional do
Art. 37. O Conselho Nacional de Sistema Único de Saúde (SUS),
Saúde estabelecerá as diretrizes a serem permanecerão como referencial de
observadas na elaboração dos planos de prestação de serviços, formação de
saúde, em função das características recursos humanos e para transferência de
epidemiológicas e da organização dos tecnologia.
serviços em cada jurisdição administrativa. Art. 42. (Vetado).
Art. 38. Não será permitida a Art. 43. A gratuidade das ações e
destinação de subvenções e auxílios a serviços de saúde fica preservada nos
instituições prestadoras de serviços de serviços públicos contratados, ressalvando-
saúde com finalidade lucrativa. se as cláusulas dos contratos ou convênios
estabelecidos com as entidades privadas.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E Art. 44. (Vetado).
TRANSITÓRIAS Art. 45. Os serviços de saúde dos
hospitais universitários e de ensino
Art. 39. (Vetado). integram-se ao Sistema Único de Saúde
§ 1º (Vetado). (SUS), mediante convênio, preservada a
§ 2º (Vetado). sua autonomia administrativa, em relação
§ 3º (Vetado). ao patrimônio, aos recursos humanos e
§ 4º (Vetado). financeiros, ensino, pesquisa e extensão
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de nos limites conferidos pelas instituições a
propriedade do Inamps para órgãos que estejam vinculados.
integrantes do Sistema Único de Saúde § 1º Os serviços de saúde de sistemas
(SUS) será feita de modo a preservá-los estaduais e municipais de previdência
como patrimônio da Seguridade Social. social deverão integrar-se à direção
§ 6º Os imóveis de que trata o correspondente do Sistema Único de
parágrafo anterior serão inventariados com Saúde (SUS), conforme seu âmbito de
todos os seus acessórios, equipamentos e atuação, bem como quaisquer outros
outros bens móveis e ficarão disponíveis órgãos e serviços de saúde.
para utilização pelo órgão de direção § 2º Em tempo de paz e havendo
municipal do Sistema Único de Saúde - interesse recíproco, os serviços de saúde
SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em das Forças Armadas poderão integrar-se
cuja circunscrição administrativa se ao Sistema Único de Saúde (SUS),
encontrem, mediante simples termo de conforme se dispuser em convênio que,
recebimento. para esse fim, for firmado.
§ 7º (Vetado). Art. 46. o Sistema Único de Saúde
§ 8º O acesso aos serviços de (SUS), estabelecerá mecanismos de
informática e bases de dados, mantidos incentivos à participação do setor privado
pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério no investimento em ciência e tecnologia e
do Trabalho e da Previdência Social, será estimulará a transferência de tecnologia
assegurado às Secretarias Estaduais e das universidades e institutos de pesquisa
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aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Brasília, 19 de setembro de 1990;


Federal e Municípios, e às empresas 169º da Independência e 102º da
nacionais. República.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em
articulação com os níveis estaduais e FERNANDO COLLOR
municipais do Sistema Único de Saúde Alceni Guerra
(SUS), organizará, no prazo de dois anos,
um sistema nacional de informações em  
saúde, integrado em todo o território  
nacional, abrangendo questões  
epidemiológicas e de prestação de  
serviços.  
Art. 48. (Vetado).  
Art. 49. (Vetado).  
Art. 50. Os convênios entre a União,  
os Estados e os Municípios, celebrados  
para implantação dos Sistemas Unificados  
e Descentralizados de Saúde, ficarão  
rescindidos à proporção que seu objeto for  
sendo absorvido pelo Sistema Único de  
Saúde (SUS).  
Art. 51. (Vetado).
Art. 52. Sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, constitui crime de
emprego irregular de verbas ou rendas
públicas (Código Penal, art. 315) a
utilização de recursos financeiros do
Sistema Único de Saúde (SUS) em
finalidades diversas das previstas nesta lei.
Art. 53. (Vetado).
Art. 53-A.  Na qualidade de ações e
serviços de saúde, as atividades de apoio à
assistência à saúde são aquelas
desenvolvidas pelos laboratórios de
genética humana, produção e fornecimento
de medicamentos e produtos para saúde,
laboratórios de analises clínicas, anatomia
patológica e de diagnóstico por imagem e
são livres à participação direta ou indireta
de empresas ou de capitais
estrangeiros.           (Incluído pela Lei nº
13.097, de 2015)
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312,
de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229,
de 17 de julho de 1975, e demais
disposições em contrário.

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