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saberes ee
ampliar
ampliar osos caminhos
caminhos
para
para conquistar
conquistar aa terra
terra
ee oo desenvolvimento
desenvolvimento
sustentável,
sustentável, justo
justo
ee solidário
solidário
SUMÁRIO
Mensagem inicial ............................................................................................................ 4
Apresentação .................................................................................................................. 5
O Crédito Fundiário como ação complementar de reforma agrária ............................ 6
O Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) ..................................................... 7
O porquê da Capacitação Inicial ................................................................................... 8
O papel do MSTTR na mobilização e na Capacitação Inicial ..................................... 10
Objetivos da Capacitação Inicial ................................................................................... 11
Proposta Metodológica para a Capacitação Inicial...................................................... 12
Etapas que antecedem a realização da Capacitação Inicial ....................................... 15
1) Divulgação do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) ........................................ 15
2) Mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais......................................................... 15
3) Qualificação da demanda do PNCF .......................................................................................... 16
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Apresentação
Esta cartilha aborda as informações mais relevantes que devem ser trata-
das nos processos de mobilização e capacitação inicial dos trabalhadores e
trabalhadoras rurais que buscam ter acesso ao PNCF. É importante destacar
que a capacitação inicial tornou-se obrigatória para todos os beneficiários e
beneficiárias do programa, como forma de assegurar maior qualidade às de-
mandas e melhora na estruturação das unidades produtivas conquistadas.
As entidades que compõem o MSTTR – Sindicatos, Federações Estaduais
de Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura e a CONTAG, são algumas
das organizações responsáveis por realizar a capacitação inicial. Para apoiar
este trabalho foi elaborada esta cartilha, que pretende subsidiar dirigentes, li-
deranças, técnicos e técnicas que atuam na formação de trabalhadores e tra-
balhadoras rurais para o acesso ao PNCF.
Lembramos que, além desta, foi produzida outra cartilha voltada especial-
mente para os trabalhadores e trabalhadoras rurais, com informações mais
detalhadas e simplificadas do Programa, que complementam as orientações
aqui contidas e reúnem o principal conteúdo que será tratado na capacitação
inicial. Recomendamos, pois, a utilização dos dois materiais nos processos de
formação da base sindical.
Esperamos que este material seja um importante subsídio para dar mais
qualidade aos processos de formação e organização, e para fortalecer a ação
sindical cotidiana que se pauta na luta pelo direito a terra e pelo desenvolvi-
mento rural sustentável e solidário.
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C APA C ITA Ç Ã O I NICIA L Pa rt i l h a r o s s a ber es e a mp lia r o s c a min h o s p a r a c o n qui star a terra e o desenvol vi m ento sustent ável , j usto e sol i dári o
8%
3%
18%
20% 62%
89%
Fonte: IBGE
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No contexto da luta pela terra, uma das revindicações his-
tóricas do MSTTR foi a criação e a implementação de um pro-
grama de crédito fundiário que permitisse aos minifundistas
ampliarem suas áreas e para que arrendatários, meeiros e par-
ceiros, dentre outros trabalhadores e trabalhadoras rurais pu-
dessem ter acesso às terras que não fossem passíveis de de-
sapropriação por interesse social para fins de reforma agrária.
Fruto destas lutas, o II Plano Nacional de Reforma Agrária
reconheceu e contemplou o Crédito Fundiário como um dos
instrumentos de políticas públicas que permitem o acesso a
terra, além da desapropriação, da regularização fundiária e
do reconhecimento dos territórios quilombolas e de povos e
populações tradicionais. Instrumentos que têm sido essen-
ciais para assegurar o processo de ampliação e fortaleci-
mento da agricultura familiar.
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C APA C ITA Ç Ã O I NICIA L Pa rt i l h a r o s s a ber es e a mp lia r o s c a min h o s p a r a c o n qui star a terra e o desenvol vi m ento sustent ável , j usto e sol i dári o
Recursos in-
Experiência fraestrutura
Linhas de Renda Forma de
Patrimônio na Agricul- Financiamento
Crédito anual acesso básica e produ-
tura
tiva
SIB1 – reembol-
Combate à Até Coletivo e sável
Até 30 mil 5 anos Individual
Pobreza Rural R$ 9 mil individual SIC2 – não reem-
bolsável
Nossa Primei- Até Até
5 anos Individual Individual Reembolsável
ra Terra R$ 30 mil R$ 60 mil*
Consolidação
Até Até
da Agricultura 5 anos Individual Individual Reembolsável
R$ 30 mil R$ 60 mil*
Familiar
*Esse valor pode chegar a R$ 100 mil, quando a área a ser adquirida for
proveniente de herança e o comprador for um dos herdeiros.
1 - SIB - Subprojeto de Investimento Básico
2- SIC - Subprojeto de Investimento Comunitário
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mento, políticas públicas disponibilizadas, dentre as ques-
tões que potencializam a capacidade de desenvolvimento e
de autonomia dos beneficiários e beneficiárias.
A capacitação inicial propicia, também, o fortalecimento
das ações das organizações sociais no processo de controle
social do programa, assegurando que os recursos e as políti-
cas públicas aplicadas resultem, efetivamente, em melhorias
na qualidade de vida das famílias beneficiadas.
Esta atividade está prevista na Norma de Execução de
Capacitação e Ater nº 01/2013, de 16 de julho de 2013, sendo
realizada pelas entidades do MSTTR e demais organizações
que compõem a Rede de Apoio do PNCF. A capacitação inicial
deve ser comprovada por meio de certificado ou de declara-
ção de participação para ser incluída no check-list da propos-
ta, já que se trata de uma das condições obrigatórias para o
acesso ao programa.
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Objetivos da Capacitação Inicial
A capacitação deve assegurar que os potenciais benefi-
ciários e beneficiárias do PNCF compreendam e se apropriem
dos critérios e instrumentos do Programa, reunindo condi-
ções para decidirem, autonomamente, sobre suas propostas
e projetos. Dentre os principais objetivos estão os seguintes:
Qualificar as demandas com o aperfeiçoamento das
propostas e projetos, fortalecendo o processo de or-
ganização dos trabalhadores e trabalhadoras;
Aperfeiçoar o processo de seleção dos potenciais be-
neficiários(as) e aprimorar o conhecimento sobre as
normas do Programa;
Favorecer a articulação dos(as) beneficiários(as) do
PNCF com os demais atores locais, visando a imple-
mentação e integração de políticas públicas que asse-
gurem o desenvolvimento produtivo e a inclusão social;
Estabelecer condições para o exercício da autonomia
dos beneficiários(as) na elaboração, implantação e
gestão dos projetos sociais e produtivos;
Fomentar o debate sobre a importância de construir
os processos produtivos e organizativos baseados
nos princípios da Agroecologia;
Tratar de questões ambientais, a exemplo da recu-
peração de áreas degradadas, destinação de resí-
duos sólidos, lixo doméstico e de embalagens vazias
de agrotóxicos;
Compreender como são feitos os cálculos do valor
das prestações referentes ao financiamento da terra;
Aprofundar os debates sobre gênero e geração, refletin-
do sobre as situações de discriminação e as desigual-
dades observadas nas relações sociais e na família;
Qualificar as propostas de financiamento;
Assegurar a redução dos prazos de tramitação das
propostas de financiamento;
Discutir a escolha e os processos de contratação da Ater.
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C APA C ITA Ç Ã O I NICIA L Pa rt i l h a r o s s a ber es e a mp lia r o s c a min h o s p a r a c o n qui star a terra e o desenvol vi m ento sustent ável , j usto e sol i dári o
* Para saber mais sobre a Política Nacional de Formação da CONTAG (PNF), con-
sulte o site: www.contag.org.br/enfoc/biblioteca
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Desta forma, sugerimos que as atividades de capacitação se
pautem em místicas e vivências que estimulem a integração entre
os participantes e a compreensão sobre suas identidades e histórias
de lutas, promovendo reflexões sobre o valor e o significado da ter-
ra para os sujeitos do campo e para a humanidade. Nesse contexto,
cabe destacar as lutas do MSTTR pela terra, as ações de Reforma
Agrária e a função complementar do PNCF.
Nesta cartilha, disponibilizamos um roteiro orientador para subsi-
diar as atividades de capacitação que podem se dar no formato de
reuniões, encontros, dias de campo, seminários, oficinas de contação
de histórias, intercâmbios, e outros. Como ferramentas para apresen-
tação das informações e fomento dos debates, sugerimos a utilização
de: cartilhas; desenhos; cartazes; flip-chart; datashow; notebook; ví-
deos; mostra de fotografias; dentre outros meios de trabalho.
É fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras sejam esti-
mulados a falar, contando suas histórias, revelando os motivos por-
que buscam o Programa e apresentando suas dúvidas, que devem
ser respondidas em todos os detalhes que sejam necessários.
O objetivo e a missão do PNCF devem ser abordados na capa-
citação e, também, detalhadas as condições do financiamento,
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na área pretendida, considerando o potencial da região, a capacidade
técnica e a viabilidade de pagamento. Da mesma forma, é essencial iden-
tificar as características do imóvel, dialogando sobre as possibilidades
que o mesmo assegura para atender aos parâmetros de sustentabilidade
exigidos pelo PNCF, como: garantia de abastecimento; disponibilidade e
a qualidade da água; o fornecimento de energia elétrica; a existência de
infraestrutura habitacional; condições das vias de acesso e canais de co-
mercialização; avaliação do preço da terra e a relação com o valor do teto
regional, considerando os bônus da negociação do imóvel abaixo do valor
do preço, estabelecido no mercado de terras da região ou pelo Sistema de
Monitoramento de Mercado de Terra (SMMT).
É importante que o processo de Capacitação Inicial resulte na organiza-
ção de grupos, constituídos a partir da identidade dos sujeitos, que se dis-
ponham a formular propostas voltadas à obtenção das áreas, por meio de
contratos individuais ou coletivos, de acordo com seus projetos.
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Competência dos atores envolvidos com a Capacitação Inicial
O PNCF é um programa que tem competências descentralizadas entre os vá-
rios atores envolvidos no processo. Parte das atividades compete aos movimen-
tos sociais e parte aos governos estaduais e federal, conforme discriminado:
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Atribuições da Unidade Técnica Estadual (UTE):
Capacitar os potenciais beneficiários(as), quando necessário;
Acompanhar o processo de divulgação do PNCF junto às entida-
des representantes dos trabalhadores(as) rurais e comunidades
beneficiárias potenciais;
Divulgar junto aos beneficiários(as) do PNCF as demais políticas de
apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar, de inserção de jo-
vens ou outros, bem como identificar as condições para garantir o
acesso a esses programas;
Contribuir na mobilização e capacitação das entidades que atuam no
PNCF na Fase 1 (difusão, mobilização e capacitação inicial) e na Fase
2 (contratação de Ater);
Subsidiar as decisões do CEDRS sobre todos os assuntos relativos à
implementação do PNCF, até mesmo solicitar o descredenciamen-
to no Sistema de Rede de Apoio-SREDE das entidades nos casos de
constatação de irregularidades;
Garantir a efetiva participação dos movimentos sociais no processo,
assegurando-lhes, principalmente, o acesso a todas as informações
relativas ao PNCF, bem como a participação na divulgação dos nor-
mativos do Programa e nos estudos de avaliação;
Propor as interfaces e interações do PNCF com as ações de gênero,
geração, raça e etnia para a agricultura familiar desenvolvidas pelos
governos, ampliando o direito de participação e acesso dos benefi-
ciários e beneficiárias às políticas públicas;
Apoiar a articulação do PNCF junto às escolas agrotécnicas e escolas
de alternância, bem como com as organizações da juventude rural
existentes no estado;
Acompanhar e avaliar a Capacitação Inicial, para que esta seja reali-
zada com qualidade e de acordo com a proposta metodológica;
Receber e analisar os relatórios das capacitações realizadas, arqui-
vos fotográficos, listas de presença e o certificado emitido para os po-
tenciais beneficiários(as), de modo a verificar o atendimento do plano
de difusão aprovado e seus posteriores resultados/impactos;
Orientar as entidades parceiras na juntada da documentação ne-
cessária para o cadastramento e habilitá-las no Sistema de Rede de
Apoio (SREDE), conforme as fases do PNCF que irão atuar;
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Passo a passo para a operacionalização da Capacitação Inicial
É importante lembrar que, para orientar a Capacitação Inicial realiza-
da pelo MSTTR, foi elaborado, junto com esta cartilha, outro material que
traz os detalhes do Programa (PNCF – um jeito de conquistar a terra para
viver e produzir com liberdade e dignidade) e deve ser usado pelos educa-
dores e educadoras encarregados da mobilização e Capacitação Inicial.
Abaixo, apresentamos o roteiro para as atividades de formação:
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Inovações tecnológicas, com destaque para aquelas baseadas
nos princípios da agroecologia;
Agregação de valor aos produtos.
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Contratação e remuneração da Capacitação Inicial
A realização da Capacitação Inicial poderá ser remunera-
da, caso a entidade que a realizar assim desejar. Para tanto,
será efetivado um contrato entre a entidade capacitadora e
o órgão do governo federal responsável pela ação, para que
este efetue o pagamento pelo trabalho, que será feito em par-
cela única com recursos reembolsáveis ou não reembolsá-
veis, dependendo de como se enquadra a linha de financia-
mento da área a qual os beneficiários e beneficiárias estejam
vinculados. Em qualquer um dos casos, a remuneração está
condicionada aos seguintes critérios:
A remuneração somente poderá ser realizada após,
e se houver, a assinatura do Subprojeto de Aquisição
de Terra (SAT);
O seu valor será incluído no contrato do subprojeto de
investimento, mas não será considerado para o cál-
culo do teto microrregional de recursos disponíveis
por família, respeitando o limite de financiamento;
Somente poderão ser remuneradas as instituições
habilitadas no SREDE, que preencham os critérios de-
finidos na Norma;
Os valores aplicáveis à Capacitação Inicial são defini-
dos pelo Comitê Permanente do Fundo de Terras e do
Reordenamento Agrário, órgão do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), ob-
servando-se os seguintes valores máximos por pro-
posta de financiamento da linha CPR-SIC:
R$ 1.200,00 para grupamentos com menos de
15 beneficiários(as);
R$ 2.000,00 para grupamentos de 15 até
25 beneficiários(as);
R$ 3.000,00 para grupamentos com mais
de 25 beneficiários(as).
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Leis, Decretos, Resoluções, Normas, Manuais
e Regulamento para a operacionalização do
PNCF, atualmente em vigor
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SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÁRIA DA CONTAG
Paraíba - FETAG-PB
Fone/Fax: (83) 3241-1192
fetagpb@fetagpb.org.br
*O acesso ao Programa Nacional de Crédito Fundiário só está disponível nos 21 estados acima.
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EXPEDIENTE
DIRETORIA
Alberto Ercílio Broch
Presidente
Antoninho Rovaris
Secretário de Meio Ambiente
Produção Editorial
Coordenação Geral: Zenildo Pereira Xavier
Coordenação Técnica: Cleia Anice de M. Porto
Christien Marcel Christé Pereira
Soraya Brandão
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