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(CIP)
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Paulo Freire: atualidade e perspectivas para além da
pandemia. / Luiz Dourado, Heleno Araújo e Walisson Araújo
(Organizadores). - [Meio Eletrônico] 2022.
Livro Digital
Forma de acesso: World Wide Web
Formato: PDF, 237 páginas
ISBN: 978-65-00-54365-0
1.Paulo Freire. 2.Educação. 3.Pandemia. 4.Atualidades. I.
Dourado, Luiz. II. Araújo, Heleno. III. Araújo, Walisson. IV.
Título.
Coordenação:
Deputada Federal Professora Rosa Neide - Núcleo de Educação e Cultura do Partido
dos Trabalhadores no Congresso Nacional
Parlamentares
Bohn Gass – (PT/RS, Líder da Bancada (2021)
Reginaldo Lopes (PT/MG, Lider da Bancada (2022)
Professora Rosa Neide (PT/MT)
Airton Faleiro (PT/PA)
Alencar Santana Braga (PT/SP)
José Guimarães (PT/CE)
José Ricardo (PT/AM)
Maria do Rosário (PT/RS)
Natália Bonavides (PT/RN)
Patrus Ananias (PT/MG)
Pedro Uczai (PT/SC)
Leo de Brito (PT-AC)
Merlong Solano (PT-PI)
Rogério Correia (PT/MG)
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CAPÍTULO IV
INTRODUÇÃO
1
Mestre em botânica, doutora em Ciências Humanas pela UFSC, professora da
Licenciatura em Educação do Campo e Programa de Pós-graduação Interdisciplinar
em Estudos Rurais/Faculdade Interdisciplinar em Humanidades/UFVJM. Faz parte da
Rede Mineira de Educação do Campo e da ANFOPE
2
Mestre em psicologia social, doutora em educação pela UFMG, especialista em
gestão pública pela FJP, professora-aposentada. Coordenadora do Centro de Estudo,
Pesquisa e Intervenção Ribeirão das Neves. Faz parte da Rede Mineira de Educação
do Campo. Faz parte da Rede Mineira de Educação do Campo pela CPT.
3
Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pela Universidade de Brasília,
Pedagogo pela UFC, assessor de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos
Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – CONTAG.
4
Deputado Federal Padre João (PT-MG). Membro da Frente Parlamentar Mista pela
Educação do Campo.
5
Especialista em Gestão de Projetos. Secretaria de Políticas Sociais da Confederação
Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – CONTAG.
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trabalhadores/as em suas organizações sociais e sindicais, relacionadas ao
direito universal a uma educação diferenciada para as populações do
campo, das florestas e das águas. Agregava-se, assim, importantes
avanços relacionados ao direito à alfabetização e ao acesso de jovens e
adultos a todos os níveis da escolarização formal.
6
Essas publicações podem ser acessadas em hמּps://fonec.org/biblioteca/
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com cerca de 7 mil estudantes matriculados, 600 docentes da
Educação Superior selecionados a partir de concursos públicos
para atuar nesta política de formação docente. Essas ações
qualificaram a formação educacional e profissional de
trabalhadoras e trabalhadores do campo e de povos e
comunidades tradicionais, melhorando suas vidas, afirmando
seus territórios e mudando o campo brasileiro para melhor.
(GUEDES, et al.,2018, p.11).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Para citar alguns desses programas: Programa Saberes da Terra, Programa de
Apoio às Licenciaturas em Educação do Campo, Programa de Iniciação à Docência-
Pibid Diversidade, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego,
entre outras iniciativas implementadas com o Programa Nacional de Educação do
Campo (PRONACAMPO).
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diálogo com os Movimentos Sociais e as Instituições que operacionalizam as
iniciativas e as políticas. No Dossiê Educação do Campo, organizado por Santos
et al. (2020), encontramos todos os documentos que referenciavam este diálogo
entre poder público e sociedade civil no passado, e documentos atuais que
reafirmam o caminho da Educação do e no Campo no Brasil nesses 20 anos de
pedagogia do oprimido em movimento.
Importante destacar desse Dossiê o texto FONEC (2012), que traz uma
análise de conjuntura, demarcando os avanços do movimento da Educação do
Campo, mas que, com um olhar crítico, evidencia a tendência de retorno da
concepção de educação rural, a partir dos avanços e iniciativas de projetos
educacionais organiza- dos e conduzidos pelo setor empresarial, inclusive o do
agronegócio (FONEC, 2012 págs. 335 - 338), que demarca a formação para o
mercado. Essas iniciativas são, também, financiadas pelo Estado e, vale
mencionar, são dispostas na perspectiva de uma educação neoliberal, pois,
mesmo dialogando com reivindicações dos trabalhadores/as, desvirtuam-nas, à
medida que focam na meritocracia e no “sucesso” no mercado, partindo da lógica
de submissão do trabalhador/a ao trabalho assalariado. Nesse contexto, podemos
citar as investidas e o diálogo com demandas de assistência técnica e de extensão
rural, a formação técnica das juventudes, as parcerias de empresas com escolas
da educação básica, dentre tantas outras, que revelam o importante papel da
educação para manter e ampliar o agronegócio e a lógica da agricultura
capitalista.
Por fim, vale ressaltar que, por ocasião do centenário de Paulo Freire, ainda
convivemos com 23,7% de pessoas não alfabetizadas no campo, e 6,8% na
região urbana (IBGE, 2010), vivenciando a prática frequente do fechamento de
escolas no meio rural, onde foram fechadas 31.203 escolas de 2002 a 2011
(FONEC, 2020, p. 355). Esse cenário no contexto histórico de um capitalismo que
se pretende hegemônico, mas que, na realidade, está em colapso, indica que os
conflitos e resistências são necessários. Representam, consequentemente, a
única estratégia para evitar a desconstrução de direitos. Nessas condições, é
importante resgatar o que nos embasa e nos une enquanto classe trabalhadora e
camponesa e, assim, ter clareza sobre que lugar ocupamos, e, então, nos
posicionarmos nesse contexto de disputas entre classes sociais. Estamos falando
de posicionamentos políticos que se revelam fundamentais para dar eco à
convocação de Molina (2018, pg. 38) sobre a importância de discutirmos, à
exaustão, com todas as pessoas que conhecemos, para que possamos superar
esse momento de retrocessos e, finalmente, fortalecermos a democracia, a fim
de que possamos continuar lutando pelo direito a ter direitos. Por isso, não
podemos nos cansar de afirmar: Educação do Campo é Direito e não mercadoria!
REFERÊNCIAS:
CALDART, Roseli Salete. O MST ocupa a escola. In; CALDART, Roseli. Pedagogia
do Movimento Sem Terra. 3a ed. São Paulo. Expressão Popular. 2004. p. 221-
313.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 58a ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 2014.
253p.
MOURA, Natália Faria de; LOVO, Ivana Cristina. Projetos Educativos em Disputa
no Campo: a experiência da EFA de Veredinha na Construção de uma Educação
do Campo. In: LEMES, Anielli Fabíola Gavioli; CASTRO, Carlos Henrique Silva de;
et al. (Organizadores). Os Vales que Educam: 10 anos de alternâncias, autonomia
e diálogos na Educação do Campo. São Carlos. Pedro & João Editores. 2020. 293p.
SANTOS, Clarice Aparecida dos; KOLLING, Edgar Jorge; ROCHA, Eliene Novaes,
et al. (Organização). Dossiê Educação do Campo: Documentos 1998-2018.
Brasília. Editora da Universidade de Brasília. 2020. 435p.