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A CAMINHO DO CÉU:

UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NA LOMBA DO PINHEIRO

Marco Mello1, Aline Lima 2, Janderson Alex Gonçalves 3

Eixo Temático: Paulo Freire e as práticas educativas na educação básica


Palavras-chave: Cultura - Interdisciplinaridade - Lazer - Pesquisa Sócio Antropológica - Temas Geradores.

Domingo no Parque... lendo Pedagogia do Oprimido


Em 1967, Domingo no Parque, música de Gilberto Gil, um dos marcos do tropicalismo, ficou
em segundo lugar no III Festival de Música Popular da TV Record e se afirmou com um divisor
estético de águas na história da música popular brasileira. Com a presença de Os Mutantes com suas
guitarras elétricas, mixadas com o som do berimbau e a roda de capoeira, é apresentada a história de
José e João em narrativa cinematográfica, como o arranjo orquestral de Rogério Duprat (GRANDO,
2015). Em 1967, distante dali, no exílio no Chile, Paulo Freire concluía a escrita de seu manuscrito
que seria publicado um ano mais tarde, inicialmente nos Estados Unidos, “Pedagogia do Oprimido”,
sua obra mais reconhecida e marco da educação libertadora (FREIRE, 2000b).
Cinquenta anos nos separam desses marcos, mas Freire e Gil estão mais próximos de nós do
que se pensa. Vejamos os porquês...

Educação Popular Crítica


A experiência aqui narrada se situa como mais uma das iniciativas de planejamento temático
vivenciadas por nós, docentes, desde os referenciais da educação crítica. Para tanto ancoramos o

1
Professor de Filosofia (III Ciclo) e Coordenador Pedagógico EJA na EMEF Saint Hilaire. Licenciado em
História/UFPEL, Especialista em História/UFRGS e Projetos Sociais e Culturais/UFRGS. Mestre em Educação na área de
políticas educacionais e curriculares pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS. E-mail:
marcoantoniomello@terra.com.br
2
Professora de Artes Visuais (Educação Infantil, I, II e III Ciclo) na EMEF Saint Hilaire. Licenciada em Artes/ UFPEL e
História/UFRGS. Mestre em História na Linha de Sociedade Ciência e Arte pelo Programa de Pós-Graduação em
História/PUC/RS. E-mail: miccalini@yahoo.com.br
3
Professor de Geografia ((II e III Ciclo) e do Projeto de Robótica Escolar. Licenciado em Geografia/UFRGS Mestre em
Geografia na linha de pesquisa Análise Territorial, pelo Programa de Pós-graduação em Geografia /UFRGS. E-mail:
janderson.goncalves@yahoo.com.br
trabalho na base de situações-problemas desde a perspectiva epistemológica, política e pedagógica
conceituada por Paulo Freire: situações existenciais vividas, captadas pelo educador-investigador, que
apresentam limites explicativos, passíveis de serem compreendidos criticamente e de se constituírem
em objetos da ação humana na perspectiva do que Freire chamava de inédito-viável (FREIRE, 1984).
Tal opção implicou, desde a referência sistematizada por Silva (2007), em um processo metodológico
de investigação, problematização, sistematização, apreensão crítica e construção de plano de ação a
partir da Educação Popular freiriana, como evidencia o esquema a seguir.

Currículo e Construção Social do Conhecimento


Essa compreensão de currículo como processo e não como um documento prescrito e
encerrado nos desafia a (re) leitura da realidade socioeconômica e cultural a qual estamos inseridos.
O Currículo nunca é simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos, que de
alguma forma aparece nos livros e nas salas de aula de um país. Sempre parte de uma
tradição seletiva, da seleção feita por alguém, da visão que algum grupo tem do que seja o
conhecimento legítimo. Ele é produzido pelos conflitos, tensões e compromissos
culturais, políticos e econômicos que organizam e desorganizam um povo (APLLE, 2000:
p. 53).

O ponto de partida do processo de construção de conhecimento foi, na experiência narrada, a


prática social e suas representações, para daí estabelecer a dialogicidade freiriana, articulando
conhecimentos dos saberes populares com os conhecimentos sistematizados.
Nessa lógica, a realidade dos educandos e das comunidades se constituiu como fonte do
currículo e procuramos interagir na vida social da comunidade com que estivemos envolvidos,
procurando captar a rede de relações sociais que atravessa a comunidade, os problemas que a desafiam
e a percepção que a população tem de sua própria situação e de suas possibilidades de mudanças.

Contexto
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint Hilaire situa-se na zona leste de Porto
Alegre, na Vila Panorama, parte do bairro Lomba do Pinheiro e próxima à divisa com o município de
Viamão, nas cercanias do Parque Saint Hilaire, uma área de proteção ambiental com 1.148 hectares,
com flora exuberante, onde se localizam as nascentes dos principais arroios da cidade e a Barragem da
Lomba do Sabão. A escola conta atualmente com cerca de 1300 matriculados, do Jardim B até a
Totalidade 6, e 90 professores.
A Região da Lomba do Pinheiro/Agronomia tem oficialmente 62.315 habitantes, com área de
50,65 km², que representa 10,64% da área do município (OBSERVAPOA, 2015), com vastas áreas
verdes ainda preservadas. Hoje, a Lomba conta com 42 vilas e estima-se que existam dezenas de
assentamentos irregulares ou clandestinos. Historicamente teve sua vocação marcada, depois de um
período inicial marcado pela pecuária, pela produção e abastecimento da cidade com de gêneros
primários, como leite e hortifrutigranjeiros. A partir da década de 1970 surge, com o êxodo rural, a
proliferação de vários loteamentos clandestinos e uma maior ocupação urbana e as lutas sociais em
torno da regularização fundiária e serviços de infraestrutura. (FREIRE, 2000; ROSA, 2013; MELLO,
2016).
A Lomba do Pinheiro é também reconhecida publicamente por sua organização comunitária e
popular, com destaque para a atuação do Conselho Popular da Lomba, que congrega e articula as lutas
de dezenas de entidades da região.
Um dos maiores desafios postos na atualidade é, na percepção de muitas das lideranças
comunitárias (SOUSA, 2010, 2015), assegurar critérios para o crescimento demográfico, com a
manutenção do desenvolvimento sustentável e ambiental da região, haja vista a existência de um novo
ciclo de ocupação, com o crescimento desordenado dos loteamentos e condomínios habitacionais, que
tem levado à saturação e precarização dos serviços públicos, degradação ambiental e problemas de
ordem social.

Pesquisa sócio antropológica e Temas Geradores


A EMEF Saint Hilaire retomou a partir de meados de 2015, um dos ideários que marcou a
presença da organização curricular por Ciclos de Formação, o planejamento temático a partir de uma
pesquisa de realidade coletiva (PMPA, 1996). Tal processo envolveu formações internas preparatórias
e de capacitação, a criação de uma comissão organizadora, com representantes de todos os segmentos
da comunidade escolar, o planejamento coletivo e participativo e a viabilização de diversas estratégias
de investigação viabilizadas no início do ano letivo de 2016: Realização das Entrevistas com Famílias,
aplicação de Questionários para Alunos de turmas, entrevistas através de Grupos Focais com corte
geracional e etário com Alunos da EJA, Entrevistas com técnicos de serviços da região
Saúde/Assistência/Segurança, Roda de debate com lideranças comunitárias (Conselho Popular da
Lomba do Pinheiro, Horta Comunitária, Associação de Moradores da Vila Panorama, Conselho
Tutelar, ONG CPCA - Centro de Promoção da Criança e do Adolescente, ativista e ex-diretora da
escola) e Pesquisa Documental (indicadores sociais, serviços públicos e movimentos sociais).
Os dados coletados foram socializados, tabulados e analisados em formações internas, em um
extraordinário processo de (re) conhecimento das realidades locais, práticas sociais e representações
de estudantes, familiares, operadores públicos e lideranças comunitárias. A sistematização coletiva
chegou até a seleção das falas e situações mais significativas da pesquisa sócio antropológica.

No meio do caminho havia uma pedra...


Infelizmente as tensões provocadas pelo processo eleitoral interno na escola, associado ao
período de eleições municipais, não permitiram que fosse dada continuidade ao processo de
planejamento coletivo da escola a partir da investigação realizada. Em 2017, o planejamento inicial da
nova equipe diretiva, que propunha a retomada do processo, teve que ser alterado dado às turbulentas
relações estabelecidas pelos novos gestores à frente da SMED, com a imposição de nova rotina
escolar e o fim das reuniões pedagógicas com todo o coletivo de educadores e ataques à autonomia
das escolas, que se ampliaram em 2018. Tais fatores, endógenos e exógenos, ainda são temas
candentes e o processo ainda está em abertos e muitos de nós nos perguntamos: quanto e como
retomar o fio da meada?

A retomada da pesquisa no chão da sala de aula


Em que pese às dificuldades do contexto e de gestão coletiva, muitas práticas da escola
retomaram e vêm tendo êxito com base em questões levantadas pela pesquisa. No caso do III Ciclo, a
partir da iniciativa na disciplina de Filosofia, foram retomadas algumas das Falas Significativas da
Pesquisa Sócio-Antropológica e dos dados existentes em torno da temática do Lazer, dada as
características dos estudantes dos oitavos anos e da existência de um trabalho preliminar que apontara
sua pertinência. Elas foram o ponto de partida para o trabalho desenvolvido. Ei-las.

Falas Significativas da Pesquisa Sócio Antropológica (LAZER)


1.“O lazer aqui é zero.”; 2. “A única coisa boa aqui são os mercados”; 3. “O Pinheiro era
para ter um cinema, um teatro.”; 4.“Qualquer bailezinho já tem uma briga.”; 5. “Não tem
opções. A pracinha é cheia de marginal, de maloqueiro”; 6.“O lazer é escasso por que o
dinheiro não dá”.; 7. “Meu lazer é fora da Lomba”.; 8. “Minha amiga foi estuprada no
pinheirinho...”; 9. “Hoje em dia, por causa da tecnologia, da violência, não saímos mais.
Ficamos dentro de casa, mexendo no celular.”

Tais falas foram apresentadas, problematizadas e discutidas com os estudantes, levando à


identificação das contradições presentes nas visões de mundo dos mesmos e argumentos sobre a
inexistência ou insuficiência de alternativas de lazer, esporte e cultura no contexto local 4. Questões
como o desconhecimento sobre a diversidade biológica e sociocultural da Lomba do Pinheiro, dos
equipamentos públicos existentes e em construção, além dos impactos causados pelas mudanças que o
Bairro vem passando com a especulação e novos empreendimentos imobiliários, levaram a que se
buscassem parcerias entre as disciplinas de Filosofia, Geografia e Artes para uma exploração em
conjunto de tais problemáticas.

Saída de campo: o pé na estrada pela Lomba do Pinheiro


De pronto uma das iniciativas coletivas que galvanizou as ações nas disciplinas foi a
disposição para a feitura de uma saída de campo de orientada, ao longo de um dia, na Região.
Durante uma saída de campo, todos nossos sentidos são relevantes. A visão é aquela que se
sobressai, porque é a dimensão mais propícia a estímulos e a grande quantidade de informações.
Sobretudo nos dias de hoje, quando as propagandas comerciais apelam nas cores e em frases com
diferentes significados, para chamar nossa atenção. Marilena Chauí reflete sobre essa questão:

Porque cremos que a visão se faz em nós pelo fora, e simultaneamente, se faz de nós para
fora, olhar é, ao mesmo tempo, sair de si e trazer o mundo para dentro de si. Porque
estamos certos de que a visão depende de nós e se origina em nossos olhos, expondo
nosso interior ao exterior, falamos em janela da alma. (...) Porém, porque estamos
igualmente certos de que a visão se origina lá nas coisas, delas depende, nascendo do
‘teatro do mundo’, as janelas da alma são também espelhos do mundo (1988, p. 59).

O roteiro compreendeu os seguintes pontos 1.IPDAE - Instituto Popular de Arte-Educação; 2.


Haras/Centro Hípico Recanto do Pinheiro, 3 Fazenda Boqueirão/Sítio Arqueológico; 4. Museu
Comunitário Lomba do Pinheiro e Memorial da Família Remião; 5. Chácara das Nascentes e Grandes
Empreendimentos Imobiliários; 6. Horta Comunitária; 7. Arroio Taquara (ao lado da horta); 8. Centro
Cultural da Lomba (Galpão); 9. Praça da Juventude/Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU); 10.
CPCA/Centro de Promoção da Criança e do Adolescente / Centro da Juventude.
Tais pontos foram adaptados e ampliados a partir de uma experiência preexistente, o Lomba
Tur, um projeto de turismo comunitário (DALLA ZEN; SILVA; MINUZZO, 2011) na região. Os
pontos visitados tiveram propósitos múltiplos, tanto voltados para o conhecimento de lugares,
instituições e equipamentos públicos existentes como inconclusos, como para valorizar a
biodiversidade e, ao mesmo tempo, para perceber sua progressiva destruição ambiental com a
poluição e a sanha do crescimento urbano de empreendimentos de classe média e de alto padrão 5.
Tanto para perceber os problemas de gestão pública como reconhecer os Movimentos Sociais e
Comunitários existentes e as alternativas por eles propostas.

4
Tivemos acesso também ao importante trabalho do Observatório da Cultura, que mapeou os usos do tempo livre e
práticas culturais dos porto-alegrenses, através de visitas a domicílio de 1.220 porto-alegrenses de ambos os sexos, com
idade a partir de 14 Anos nas 17 regiões da cidade (PMPA, 2015).
5
Entre eles Reserva da Figueira, Altos do Bosque (Parada 2), La Atmosfera, Sítios dos Pinheiros (Parada 13), Sítio
Jundiaí (Parada 4), Jardim Ecoville (Parada.10), Chácara das Nascentes (Parada 8) (MELLO,2016)
Contamos ainda com prestimoso apoio de mediadores6 muitíssimos qualificados e que
certamente contribuíram em muito no aprimoramento de nossas próprias visões sobre a realidade local
e suas problemáticas, o que repercutiu, consequentemente, em programações educativas mais ricas e
pertinentes.
Assim, entendemos a paisagem como um livro que, como tal, precisa ser lido e está sujeito a
distintas interpretações. O primeiro passo nessas letras é ler as palavras que nos cercam, identificar o
“livro de si”. Abaixo temos um trabalho elaborado por Jonathan, Hygor e Sara, que frequentam a
turma C22 e participaram da atividade:

A saída de campo se situou como um momento ápice do planejamento e que adquiriu especial
significado por se situar em um processo que teve antes um trabalho preparatório, objetivos claros e
desdobramentos muitíssimos enriquecedores.

Articulação interdisciplinar
A seguir apresentamos uma síntese com alguns dos tópicos trabalhados por cada uma das
disciplinas, o que permite perceber a articulação e a complementaridade existente na abordagem das
situações-problemas identificadas (temas geradores).

6
Registramos aqui nosso agradecimento a parceria com o Museu Comunitário da Lomba, através da museóloga Manuela
Garcia Moraes. Ao Coordenador da Horta Comunitária Flavio Burg, a Bruna Daiane Lima, coordenadora do Centro da
Juventude do CPCA. ao líder comunitário e Coordenador do Conselho Popular da Lomba do Pinheiro Geovani Francisco
de Sousa e ao representante da região no CROP – Conselho do Orçamento Participativo José Ricardo Kuiava.
FILOSOFIA GEOGRAFIA ARTES
- Falas significativas da pesquisa - Leituras da paisagem - Fotografia e representação
sobre o lazer e problematização - A questão habitacional no - Sensibilização sobre a construção
- Concepções e mapeamento de Brasil da fotografia
opções de lazer, cultura e esporte - Especulação imobiliária - A linguagem técnica do registro
no bairro. fotográfico.
- Novos empreendimentos
- Histórico da ocupação do bairro. residenciais e seu impacto - Pesquisa em sites de busca de
- Construção de Mapa Temático do - Feudalismo urbano imagens sobre as representações do
Patrimônio Histórico e Cultural da bairro e problematização das
- Vida em condomínios fechados
Lomba do Pinheiro. mesmas.
- Banalização da natureza
- Roteiro da saída de campo - produção de fotografias na saída
- Segregação do espaço urbano e de campo
- Charges, músicas e textos sobre espaços rural e urbano e a
lazer, mídias e redes sociais - Arte Urbana e o uso da arte como
integração entre eles.
manifestação política.
- Lazer, esporte e cultura como - Vídeo Institucional “Chácara das
Direitos Humanos - Confecção de “lambe-lambes”
Nascentes”
reivindicando a abertura da praça
- Declaração Univ. dos DHs - Produção de trabalhos a partir da onde está localizado o Centro de
- Violação dos DHs no Brasil X saída de campo Esporte Unificado
Movimentos Sociais e populares e
a afirmação dos DHs

Conforme a proposta do trabalho realizado, na disciplina de Geografia trabalhamos com


diferentes enfoques da paisagem urbana. Justamente por que esse é o conceito que tem na perspectiva
do olhar a sua base. Trazendo o “de fora” para “dentro de si”, como apregoa Chauí. No entanto, não
confundamos o “de fora” com o longínquo. A partir da leitura da interface entre paisagem urbana e
rural às quais nossos alunos e alunas estão inseridos, procuramos ressaltar o que eles já sabem e,
também, dar novas interpretações para os lugares por que eles passam no cotidiano, sem muitas vezes,
haver um questionamento sobre porque as coisas são como estão.
Nesse sentido, o papel da Geografia como disciplina escolar é entender não somente os
“porquês”, mas também os “ondes”. Se não conseguimos ver as relações mais corriqueiras e
cotidianas, o que está sob nossos narizes, mas além de nossos olhos, não há sentido algum de estudar
o que fica distante e, dessa forma, descontextualizado.
Refletir sobre a realidade cotidiana é fundamental para que tenhamos uma educação
libertadora. Como destacou Paulo Freire: “Mas para mim, desde o início, nunca foi possível separar a
leitura das palavras da leitura do mundo. Segundo, também não era possível separar a leitura do
mundo da escrita do mundo. Ou seja, linguagem.” (2001, p.56).
Em Filosofia a problematização das falas significativas (temas geradores) advindas da
pesquisa apontou para um trabalho que privilegiou as relações entre as temáticas: Lazer e Cultura;
Lazer e Lazer e Politicas Públicas e Lazer e Direitos Humanos. Desse modo tiveram destaques os
campos de estudo em torno da Ética, Estética e Política.
No âmbito do Ensino Fundamental é objetivo da disciplina desenvolver a cultura da
investigação filosófica, que consiste em tomar como objeto de estudo o próprio ato de existência, a
partir de situações-problemas da realidade vivida e percebida, e construir possibilidades de superação
individual e coletiva dos desafios identificados. E Isso implica na distinção do senso comum da leitura
crítica de realidade, dada a partir do diálogo filosófico onde as perguntas e a construção de
argumentos cumprem um papel especial (CAMPOS, 2008; SARDI, 2007). Nesse caso operou-se com
conceitos como ética, poder, território, direitos humanos desigualdade e justiça social.
As Artes, representações da relação do sujeito com o meio em que está inserido, permitem
tanto ver e compreender a cidade como intervir sobre ela manifestando e divulgando ideias. Nesse
sentido, a fotografia foi usada como forma de registro e expressão e os lambe-lambes como uma
intervenção crítica.
Manifestações artísticas como grafite, pichação, lambes e adesivos compõem a paisagem de
muitas cidades ampliando um “mundo visual” repleto de linguagens institucionalizas como os cartazes
de propagando, por exemplo. A arte urbana “expõe, em muitos sentidos, as contradições e
desigualdades de uma sociedade mediada pelo capital, em que a expressão popular, muitas vezes, não
é considerada, pois, do ponto de vista das relações mercantis, não é produtiva” (FERREIRA,
KOPANAKIS, 2015, p.83). Essas produções artísticas “de rua” tornam-se expressão de pessoas que
vivem em espaços que necessitam de melhores condições de vida, de igualdade e de incentivo às
manifestações de lazer, dentre outras demandas.
Os alunos e alunas foram orientados a produção de relatórios de campo, de fotografias
relacionando os conceitos trabalhados e problematizados em sala de aula com a realidade
experienciada durante a saída de campo. Os alunos que não puderam participar do passeio 7 realizaram
pesquisas em sites de busca de imagens usando o nome do bairro como palavra-chave e avaliaram que
ideia/representação do bairro as mesmas divulgavam (dentre elas: conflitos com a polícia, acidentes,
apresentações de alunos e projetos culturais). Além disso, participaram de uma roda de conversa com
os estudantes que participaram da saída na qual dialogaram sobre a vivência no bairro e os espaços
que conheciam e não conheciam dentro da comunidade.

Sistematizações e balanço
Iniciativas como a relatada evidenciam a importância de ruptura dos “anéis de aço” entre os
componentes curriculares e anos de escolarização (PERNAMBUCO, 1993) e o quanto ganhamos
nesse processo, educadores - que percebem o quanto é mais prazeroso e eficaz a o trabalho conjunto, e
principalmente os educandos – que percebem a integração e diálogo enriquecedor entre as áreas de
conhecimento e componentes curriculares.
A capacidade de fazermos coletivamente a seleção, organização e hierarquização de
conhecimentos escolares significativos pressupõe, desde uma opção pela educação crítica contra-
hegemônica, perceber como a ideologia e a hegemonia operam no interior da instituição escolar e no
âmbito social mais amplo (FREIRE, 1984; APPLE, 2006). Daí a importância de critérios claros, como
a problematização, a contextualização e a leitura crítica de mundo como ponto de partida inicial para a
construção de programas educativos em uma perspectiva emancipatória (FREIRE, 1984; MELLO,
2005; SILVA, 2007).
Não se trata, portanto, de uma simples justaposição ou de agregação de conteúdos escolares,
mas de uma construção dialógica a partir de um processo de problematização e mediação coletiva, que
questiona a tradição seletiva (WILLIAMS, 1979) na organização dos conhecimentos escolares e
estimula a tomada de posição e o juízo por parte dos educandos.

A caminho do CEU...
Destacamos aqui uma das atividades, que teve especial importância como a síntese da
culminância do trabalho realizado. Trata-se de um trabalho surgido a partir do estudo e da visitação,
na saída de campo, do CEU - Centro de Artes e Esporte Unificado, na parada 13 da Lomba do
Pinheiro, um dos pontos que tiveram mais impacto entre os estudantes.
O CEU é um espaço criado para atividades de esporte, cultura e lazer da comunidade em uma
parceria entre Governo Federal e Prefeitura Municipal8. As obras iniciaram em 2013 e estavam
previstas para terminarem em junho de 2016. Entretanto, em dezembro de 2015 a empresa parou a
construção, alegando que não estava recebendo o pagamento do governo local. Já foram investidos R$
2.200.000,00 e a obra continua parada. Na representação do Conselheiro do Orçamento Participativo,
José Ricardo Kuiava: “A praça do CEU que virou um inferno”.
Os estudantes ao visitarem o espaço perceberam como o lugar poderia abrigar muitas pessoas e
oferecer diversas opções de lazer. Segundo duas estudantes, Laura e Isadora: “Quando ficar pronto
vai ser bonito, vai ter uma sala de cinema, uma pista de skate, uma quadra de futebol e uma Praça de
Alimentação”.
Cientes de que a Prefeitura afirmou a disposição para a retomada das obras, mas que nada
ainda havia sido feito, e que o Conselho Popular da Lomba do Pinheiro criou uma Comissão de
ativistas para acompanhar o caso, os estudantes foram desafiados a planejar uma intervenção artística
nos tapumes ao redor do CEU.
Os estudantes confeccionaram cartazes reivindicando a abertura da praça, alguns desses foram
colados e fizeram parte da paisagem urbana que compõe a Avenida João Oliveira Remião, com ampla

8
No RS foram inaugurados os CEUs de Campo Bom, Canoas, Uruguaiana, Esteio e Erechim e, segundo acompanhamento
do Ministério das Cidades, estão em andamento obras nos municípios de Ijuí, Rio Grande, Santa Maria, Santo Antônio da
Patrulha, Sapucaia do Sul. Pelotas, Novo Hamburgo, Dois Irmãos, Charqueadas, Alvorada, Bagé, Bento Gonçalves,
Cachoeirinha. Em Porto Alegre, além da Lomba do Pinheiro outro CEU, no bairro Restinga, está em fase adiantada de
obras. Fonte: http://ceus.cultura.gov.br/index.php/acompanhamento-das-obras . Acesso em abril/2018.
circulação diária de milhares de passantes. Por meio desses cartazes chamados lambe-lambe buscamos
usar a arte para fazer uma crítica social e buscar, ainda que singelamente, transformar a vida das
pessoas provocando uma reflexão sobre os espaços de lazer disponíveis nas periferias e o papel do
poder público na criação e manutenção desses espaços.
Uma arte urbana desse tipo tem um caráter efêmero, pode ser desfeita pela chuva, receber
outra colagem por cima, mas ela encontra sentido no fato que está a céu aberto em um espaço onde
todos passam e podem vê-la, é democrática, assim como devem ser espaços públicos como o CEU. O
grupo de estudantes sentiu a necessidade de chamar a atenção para a necessidade de conclusão da obra
e da ampliação das possibilidades de diversão, esporte e lazer. Afinal, como foi escrito em um dos
muitos cartazes: A PRAÇA É NOSSA!

Especulação Imobiliária
A atividade narrada adquiriu especial significância dado o estudo desenvolvido nas aulas, que
contrastou o direito á cidade e as (quase nulas) políticas públicas para a região frente ao avanço dos
empreendimentos privados de luxo e autocentrados. O extraordinário patrimônio histórico cultural da
Lomba expresso nos sítios arqueológicos já identificados (TOCCHETTO, 2013), como a sede da
Fazenda Boqueirão, vem sendo celeremente depredado por grandes construtoras com o objetivo de
expandir as obras de empreendimento ali situado, com forte impacto ambiental, social e identitário,
com o apagamento de uma memória coletiva e de um imaginário existente entre os moradores do
bairro (MORAES, 2017).
O processo de gentrificação social do espaço urbano em Porto Alegre abre uma nova fase com
o avanço do mercado imobiliário dos setores de alta e média renda sobre áreas consideradas atrativas
(MELCHIONNA, 2015). Trata-se de uma ordem urbana produzida e subordinada à lógica do mercado
e não do interesse social coletivo (MARICATO, 2015).

Desafios no porvir... exigem coragem e projeto


As dificuldades, no âmbito pedagógico, por certo ainda são consideráveis. Os ataques
sistemáticos ao serviço e aos servidores públicos, a mudança na rotina escolar, imposta pela nova
gestão da SMED, ao impedir as reuniões gerais de planejamento, associada à dificuldade, natural, de
sincronia dos tempos e ritmos de cada disciplina e das negociações coletivas, são desafios que exigem
capacidade de resistência coletiva frente aos desmandos dos gestores. Além disso, é preciso
criatividade e ousadia para fortalecer o trabalho coletivo crítico. E ele requer, necessariamente,
sintonia de projeto e afetos. Quando presentes, os ganhos são consideráveis, imensamente prazerosos
e com uma eficácia para além do imaginado inicial.
A experiência narrada se insere em um contexto de grandes transformações no tocante às
políticas públicas em educação, que vem sendo redesenhada sob um ciclo hegemônico extremamente
conservador. Sabemos que se trata de um grande desafio e não subestimamos tal influência.
Perante o cenário de avanço da nova direita e do desmonte das políticas públicas educacionais
progressistas, duramente conquistadas nos últimos trinta anos, certamente é preciso associar o
testemunho cotidiano dos educadores reafirmando a educação crítica e transformadora, desde o chão
da escola, com a ação política coletiva e organizada através dos organismos e ferramentas da classe
trabalhadora para reafirmar direitos e conter a sanha destruidora dos representantes do capital que
insistem em subordinar a educação à lógica neoliberal e mercantilista (ATEMPA, 2017, SIMPA,
2017, 2018) e amordaçá-la ideologicamente (FRIGOTTO, 2017).
Evidentemente, como nos lembra Freire (2000b), a escola não tem nenhum missão redentora
em relação às mazelas sociais de grande envergadura, operadas com o vigor que temos percebido,
com um redesenho da cidade jamais visto em tão curto espaço de tempo voltada aos interesses do
capital. Contudo, é sempre possível e necessário o esforço de construir saídas em direção á justiça
social, de gênero, racial, ambiental e pedagógica (APPLE, 2000).
Iniciativas de apoio à iniciativa que desencadeamos, como a expressa pelo Conselho Popular
da Lomba do Pinheiro (LIMA, GONÇALVES, MELLO, PAZ, 2017a), organização articuladora das
lutas globais da região, com mais de duas décadas e forte enraizamento comunitário e poder de
mobilização e, a partir disso, a repercussão em veículos da grande mídia (OBRA PARADA. 2017;
DINHEIRO RASGADO, 2018; MORADORES DENUNCIAM ABANDONO DE OBRA DE MAIS
DE R$ 2 MILHÕES, 2018), evidenciam a necessária articulação entre escola e movimentos vivos das
comunidades locais em torno de interesses comuns9.
Quando nossos educandos disseram as suas palavras, (FREIRE, 1984) expressando-as
proativamente nos tapumes de uma obra pública inconclusa, através de cartazes (lambe-lambe) com
insígnias como “A Praça é nossa”, “Temos direito ao Lazer”, “Minha, sua nossa.! A praça é de
todos. Viva o espaço público! “# É direito nosso” – e foram ouvidos e valorizados - podemos concluir
que a escola contribuiu para alargar a consciência crítica e, oxalá, para que se torne possível em breve
muitos Domingos no CEU...

Referências:
APPLE, Michael W. Política Cultural e Educação. São Paulo: Cortez, 2000.
__________. Ideologia e currículo. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

9
Outro exemplo de tal articulação e de aprendizado foi a realização do “Seminário sobre os Impactos Sociais do
Crescimento Populacional da Lomba do Pinheiro, e a Metamorfose e Rumos do Orçamento Participativo em Porto
Alegre,” do qual alguns de nós participamos, em atividade sob promoção do Conselho Popular da Lomba do Pinheiro em
parceria com Fórum Regional do Orçamento Participativo (FROP), Plano Diretor da Região, UERGS, Paróquia Santa
Clara, CPCA, Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro.
ATEMPA – Associação dos Trabalhadores em Educação. A educação resiste! A Cidade resiste!
Boletim da Resistência n. 2. Agosto 2017d.
__________. Boletim da Resistência n. 3. Março 2018.
CAMPOS, Pedro Ortega. Educar perguntando: ajuda filosófica na escola e na vida. São Paulo: Ed.
Paulus. 2008.
CHAUI, M. Janela da Alma, Espelho do Mundo. In: NOVAES, Adauto et al. O Olhar. São Paulo:
Cia. das Letras, 1988.
DALLA ZEN, Ana Maria; SILVA, Cláudia Feijó da; MINUZZO, David Kura. Turismo comunitário
como mediador cultural: a experiência da Lomba do Pinheiro, Porto Alegre, RS. Em Questão:
Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, v. 17, n. 1, 2011.
DINHEIRO RASGADO. CEU do bairro Lomba do Pinheiro está destruído. Porto Alegre. Jornal
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