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Niterói
Dezembro/2022
FICHA TÉCNICA
Diretoria de 1º e 2º ciclos
Andréia Mello Rangel
Diretoria de 3º e 4º ciclos
Camilla Ferreira Souza Alô
Diretoria de Ensino de Jovens e Adultos
Greyce Kelly F. de Almeida
Revisão
Capa
Diagramação
CAPA E DIAGRAMAÇÃO
Tatiana Freire de Moura
Ensino Fundamental
Rosane Cristina Feu Santos
Silvana Malheiro do Nascimento Gama
Educação Infantil
Andreia Viana da Silva Diniz
Cristiane Gonçalves de Souza
Delma Marcelo dos Santos
Eliza Helena Pandino Botelho Leonardo
Fernanda Macieira Bortone
Leda Marina Santos da Silva
Lílian Garcia
Lucimeire Bezerra Costa
Márcia Nico Evangelista
Rosana Ribeiro
Rosângela Motta Dias
Sandra Cristina Ferreira de Sousa
Sirlane Vieira Alves
Sonia de Oliveira Martins
Verônica da Silva Santos
Educação Ambiental
Juliana Martins de Souza
Tecnologias na Aprendizagem
Carla Sena dos Santos Pinto
Eloisa Fatima Figueiredo Semblano Gonçalves
Érika Francisco de Paulo David
Jaqueline Devillart de Macedo
Márcia Luzia Correia de Abreu
Rosangela Aurelia Motta de Alcantara
ARTE
Eires Melo da Silveira (Coordenador – 3º e 4º Ciclos)
Fernanda F. Marques Silva (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Ana Carolina Senos E Santos
Ana Catarina M. C. M. Portugal
André Luiz da Costa Valim
Andrea Santos Alves
Cristiane Rodrigues
Fábio Silva Guimarães
Isabella Ferreira Siqueira
Lisiane de Aguiar Tavares
Marcelo Inagoki Rodrigues
Máslova T. Valença
Paola Queiroz de Figueiredo
Samuel Barreto
CIÊNCIAS
Ana Regina de L. P. Peixoto (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Camilla Ferreira Souza Alô (Coordenadora – 3º e 4º Ciclos)
Camile Mizumoto
Carmen Pazoto
Cristiane M. Ferreira
Daratilde B. Santana
Deise Fernandes Santos Almeida
Felipe Carvalho de Oliveira
Geisa da Silva Capistrano
João Ricardo Assis
Kelly M. Leal
Stella Maris B. S. Kisse
Thiago Machado da Silva
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Juliana Martins de Souza (Coordenadora do NAI)
Camilla Ferreira Souza Alô
Carmen Edith Pazoto Mauricio
Carolina da Silva Ribeiro
Cristiane Menezes Ferreira
Fernando Fortunato Faria Ferraz
Janaina Silva de Souza
João Ricardo Assis da Silva
João Carlos Moreira Tristão
Kelly Mauricio Leal
Letícia D'Amato dos Reis Grigorovski
Maíra Jansen Olinisky
Márcia Cristina Palmar de Rezende
Márcia Cristina Soares de Moura Victorino
Renato do Nascimento Moser
Silvia Mauricio Leal
Thiago Machado da Silva
EDUCAÇÃO FÍSICA
Lucia Regina Bessa Voss (Coordenadora – 3º e 4º Ciclos)
Marise S. C. Fazziola Mendel (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Alexandre Marques da Costa
Aline Fernandes Louzada
Analice Antunes da Fonseca
Andressa Brasil Barbeito de Paula
Antonio Florêncio Braga Monteiro
Cecília Silvano
Diogo Oliveira Gomes
CristovãoElba Mattos Silva Fernandes
Gustavo Oliveira dos Santos
Gutemberg Barros de Moura
Jordão Bruno Neto
Júlio César Araújo da Silva
Laertes Paixão
Luciana Dantas R. Moreira
Luciana dos Santos Aguiar Tavares
Lucineide Vieira Drolhe da Costa
Luiz Felipe Martins Valladão
Marcelo Luiz de Souza
Marlon Torquato de Souza Mattos
Michelle Rodrigues Ferraz Ramos
Paulo César Nayfeld Granja
Ramon Diego Moura Tinoco
Renata de Melo Cardoso Palmares
Renata Fernandes Ramos
Renato do Nascimento Moser
Sandra Souza dos Santos
Silvia Maria Lyrio Figueira Rodrigues
Soyane de Azevedo Vargas do Bonfim
Thiago Coqueiro Mendonça
GEOGRAFIA
Luciano Palmares de Souza (Coordenador – 3º e 4º Ciclos)
Nanaíra da Silva Ferreira (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Angélica Quintanilha J. Devillart Lemos
Aparecida Abreu Ferreira da Silva
Carlos Alexandre Turque Duarte
Helena de Oliveira Silva
João Carlos M. Tristão
Juliana Martins De Souza
Márcia Cristina Palmar
Raphael e Silva Girão
Solange Tubino
Vanderlei Silva Ferreira
HISTÓRIA
Karyne Alves Santos (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Renato Luna (Coordenador – 3º e 4º Ciclos)
Aline de Almeida Hoche
Andreia Coutinho de Andrade Fonseca
Dilma Eunice Marques Silva
Hugo M. Rosa e Silva
Lilian Germano Guimarães
Marcele Moreira de Castro
Marcelo Ramos Duarte
Maria Lucia Cunha do Carmo Lannes
Raphaela de Almeida Santos
Rosiléa Silva Faria
LÍNGUA ESTRANGEIRA
Adjomara Leitão de Souza (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Ana Paula Fernandes (Coordenadora – 3º e 4º Ciclos)
Patrícia B. de Oliveira Feitosa (Coordenadora – 3º e 4º Ciclos)
Alice Piza Reis Elizeu
Amanda A. Siqueira Moritz
Ana Carolina da Silva Pinto
Bárbara Cristina de Abreu
Carolina Ecard Barros
Cíntia de Andrade N. Miranda
Fátima Lopes do Amaral Lutfy
Gabrielle O. R. Martins
Isabella S. G. Pereira
Jessica Natarelli
Luciana C. H. Bastos
Luciano do Amaral Silva
Thábata Christina Gomes de Lima
Valéria Teixeira Leite
Vanessa de A. B. A. Pereira
LÍNGUA PORTUGUESA
Fernanda de Araújo Frambach (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Letícia Fernandes Franco (Coordenadora – 3º e 4º Ciclos)
Adriana Teixeira Lima
Alessandra dos Santos Mendes Oliveira de Souza
Alex Sandro Lins Ramos
Angela Bittencourt Machado
Angélica Araújo da S. Affonso
Daianne Ribeiro
Fabiana Botelho dos Santos
Fernanda de Souza Lima
Homero dos Santos
Janaína S. Souza
Julie Francine S. Braga
Luana Rodrigues Machado
Márcia Luzia Cardoso Carneiro
Mariana Pereira de Oliveira
Marina de M. Lima Barreto
Pamela de Andrade Lima dos Santos
Raphael Cássio de Oliveira Pereira
Renata Vale Ribeiro
Renato Bruno
Robson de Souza (Educação Especial)
Wandréia Lúcia de Souza do Nascimento
MATEMÁTICA
Anne Rocha de Almeida (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Cristiane Custódio S. Andrade (Coordenadora – 1º e 2º Ciclos)
Nice de Oliveira (Coordenadora – 3º e 4º Ciclos)
Alex Fabiano Metello Silva
Bruno de Assis Xarifa
Deiwison Sousa Machado
Diego S.M. Belay
Jessica Folly
João Marcos B. Jucá
Keyla L. Bruck Thedin
Marcia Andrade Oliveira
Maria de Fátima C. Borges
Raphaela Duarte
Rodrigo Pessanha da Cunha
Rosiney de Jesus Ferreira
Vanessa Nunes de Souza
II - Representantes Especialistas:
Aline Javarini
Andréia Mello Rangel
Carla Sena dos Santos Pinto
Cristiane Gonçalves de Souza
Delma Marcelo dos Santos
Elana Cristiana dos Santos Costa
Juliana Martins de Souza
Lívia Moraes Ornelas
Luciana Laureano Costa
Roberta Teixeira de Souza
Rosane Cristina Feu
Djenane Freire
Subsecretária de Desenvolvimento Educacional
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 26
PARTE I
1. CURRÍCULO E MOVIMENTOS INSTITUINTES ....................................................... 29
2. MOVIMENTO PARA ELABORAÇÃO DOS REFERENCIAIS CURRICULARES
DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE NITERÓI ............................. 34
3. EDUCAÇÃO E INCLUSÃO: DIREITOS DE TODOS .................................................. 44
3.1 Por que é lei ................................................................................................................... 45
3.2 Por que as vivências são as ações modeladoras do ato de aprender ........................ 47
3.3 Por que a escola continua sendo o espaço no qual se é possível viver a experiência
da aprendizagem .............................................................................................................. 48
4. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: PERSPECTIVAS
CURRICULARES EM CONSTRUÇÃO ............................................................................. 49
5. CURRÍCULO, CULTURA E DIFERENÇA ................................................................... 55
6. A LEITURA LITERÁRIA E A FORMAÇÃO DO LEITOR-AUTOR NA REDE
PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE NITERÓI ................................................ 59
7. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................. 66
7.1 Educação em riscos ambientais ................................................................................... 70
8. TECNOLOGIAS NA APRENDIZAGEM ....................................................................... 73
8.1 Sociedade contemporânea ............................................................................................ 73
8.2 Sociedade em rede ........................................................................................................ 74
8.3 Cultura digital ............................................................................................................... 75
8.4 Infância e juventude na educação contemporânea..................................................... 77
8.5 Redefinição dos espaços e tempos da escola ............................................................... 78
8.6 Metodologias Ativas da Aprendizagem ...................................................................... 79
8.7 Considerações finais ..................................................................................................... 83
9. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E DA APRENDIZAGEM ....................................... 84
10. CONSIDERAÇÕES SOBRE A TRANSIÇÃO ENTRE CICLOS ............................... 88
11. CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................................... 91
11.1 A Trajetória da Revisão Curricular no Ensino Fundamental ............................. 102
11.2 Leitura e devolutiva das Unidades de Educação ................................................... 104
12. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 105
PARTE II
1. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ...................................................................... 115
2. MATRIZ CURRICULAR DA EJA POR CICLO ....................................................... 122
3. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 171
ANEXOS ............................................................................................................................... 172
ANEXO 1 – DELIBERAÇÃO CME nº 045/2021 .............................................................. 173
ANEXO 2 – PARECER CME Nº 011/2021 ........................................................................ 175
ANEXO 3 – DELIBERAÇÃO CME Nº 046/2021 ............................................................. 180
ANEXO 4 – PORTARIA SME Nº 018/2022 e SME Nº 019/2022 ..................................... 182
26
APRESENTAÇÃO1
1
Documentos referentes à Minuta dos Referenciais Curriculares da Rede Pública Municipal de Educação de
Niterói.
27
PARTE I
29
Nessa trajetória de discussão e revisão dos Referenciais Curriculares, estava claro desde
o início que não buscaríamos a univocidade teórica, ainda que fôssemos, inúmeras vezes,
questionados sem definir qual seria a teorização curricular predominante nos Referenciais
Curriculares da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói. Nossa resposta sempre
apontava para o entendimento do currículo como instituinte de sentidos, e que esses sentidos
estavam em disputa na luta pela significação curricular e que qualquer tentativa de fixação
seria fadada ao fracasso, pois os processos de significação não cessam. Cabe esclarecer
também que não defendemos a ideia de que qualquer currículo é válido, mas acreditamos que
a construção do documento curricular de uma rede deve ser realizada a partir de uma agenda
política, na qual cada unidade escolar e seu coletivo tenham participação e, neste processo
relacional de construção, enfraquecermos uma única possibilidade de definição e apostarmos
na negociação de diferentes possibilidades de significação.
Partindo do conceito de um currículo sem fundamentos (LOPES, 2015), apresentamos
ao debate uma possibilidade de pensar a proposta de currículo, de modo a não garantir uma
fixação que não seja passível de desestabilizações. Se entendermos o currículo como um texto
que será lido e traduzido cotidianamente, e assim disputando as significações sobre as práticas
curriculares: como vamos ensinar? Quais conteúdos e conhecimentos serão escolhidos? Para
quais finalidades sociais o currículo deve preparar os alunos? Ainda assim, temos pontos
consensuais sobre quais conteúdos que são importantes ser ensinados (a língua materna, por
exemplo), temos uma tradição do pensamento curricular que tem traços hegemônicos, como a
importância do planejamento e dos objetivos, com base na racionalidade tyleriana e das
disciplinas escolares que determinam a organização da grade curricular.
Desse modo, práticas instituintes são incorporadas ao instituído, promovendo na
política curricular movimentos que podem reforçar os processos de fixação, mas também
outros movimentos que desestabilizam significados, produzindo novos sentidos, tornando a
política curricular e a produção de currículos espaço de criação, em constante fluxo entre
permanência e mudança.
2
VELOSO, Caetano. Gente. Intérprete: Caetano Veloso. In: Caetano Veloso. Bicho. Rio de Janeiro: Philips. 1
disco sonoro (LP). Lado A, faixa 3. 1977.
33
Sensibilizados por esta epígrafe de abertura, em que Walter Kohan (2019, p. 160) nos
inspira a pensar a educação rememorando Paulo Freire, voltamo-nos aos ensejos de revisão do
documento curricular da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói, um convite que nos
instiga a mobilizar sentidos sobre o lugar da pergunta, da provisoriedade do conhecimento,
dos processos discursivos que redimensionam as produções curriculares, as relações escolares
que impulsionam o aprender a aprender com a ciência, a arte, a poesia, a dimensão cultural da
vida, frente ao imprevisível (inesperado) com o qual nos deparamos diariamente dentro e fora
da escola. Esses são horizontes que provocam a construção destes Referenciais Curriculares.
Ao nos debruçarmos neste intento, muitos desafios estão postos, entre eles: mobilizar
sentidos junto aos profissionais da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói e a
comunidade escolar; produzir um documento que dialogue com o documento curricular
anterior, visto que politicamente, este também passou por processos democráticos para sua
elaboração e contempla narrativas potentes quanto ao trabalho pedagógico desta Rede; e
como construir um documento curricular que, ao afirmar sentidos, mesmo que provisórios,
não congele práticas pedagógicas, nem conduza a um controle, a uma regulação que restrinja
experiências e sentidos da prática educativa.
Consideramos relevante destacar que, frente aos desafios, observamos, como potência
durante esta construção, o seu processo de elaboração, ocorrido ao longo dos anos de 2019 e
2020, com a possibilidade de favorecer encontros pedagógicos e amplas trocas para, desse
modo, fortalecermos o debate e o nosso diálogo enquanto coletivo da Rede.
A produção deste movimento de discussão curricular, desde o seu início, assumiu o
compromisso de abraçar os desafios da Educação Pública Municipal como pertinente a todo o
coletivo que o protagoniza. Contudo, sem pretender abarcar todo o movimento de corrente
desta revisão curricular, a seguir, apresentamos marcos deste processo, ações e
desdobramentos.
No final de 2018, a Assessoria Especial de Articulação Pedagógica foi mobilizada
para construir junto a Rede Pública Municipal de Educação de Niterói um movimento
coletivo para revisão do documento curricular de 2010. Identificamos como argumentos para
35
revisão dos Referenciais Curriculares para a Rede Municipal de Ensino de Niterói: uma
construção coletiva/2010, mudanças do contexto político, social e educacional após dez anos
de sua elaboração; demanda para revisão do documento, apresentada por Diretores/as e
Pedagogos/as frente à complexidade do cotidiano escolar em reunião com a Assessoria
Especial de Articulação Pedagógica, no dia 08 de outubro de 2018; necessidade de mobilizar
discussões entre os profissionais da rede e a comunidade escolar, para que através de processo
participativo e deliberativo, fosse produzido documento curricular que nos fortalecesse
enquanto Rede Pública Municipal de Educação, em consonância com as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica, passando pelo estudo sobre a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Pensamos que ao firmarmos neste documento nossas escolhas
pedagógicas, ele poderá favorecer a tomada de decisão por parte de instâncias macro para
proposição de políticas curriculares negociadas.
Podemos citar como alguns dos objetivos para realizar este movimento: fomentar o
debate sobre as produções curriculares e a possibilidade do registro destes sentidos para nos
compreendermos como Rede Pública Municipal de Educação; aprimorar o trabalho
pedagógico para Educação com crianças, adolescentes, jovens e adultos em fomento às
aprendizagens e ao desenvolvimento pelas Ciências, Artes e Tecnologias; valorizar as
produções de saberes locais, outras epistemologias, as negociações de sentidos; fortalecer
através de processos formativos, a alteridade, a diferença, culturas e meio ambiente; favorecer
a integração entre os segmentos; envolver a comunidade escolar quanto ao sentimento de
corresponsabilidade e parceria frente aos desafios da educação; incentivar o protagonismo
docente e discente pelos princípios éticos, políticos e estéticos.
Durante os anos de 2019 e 2020, podemos considerar como tônica da elaboração deste
documento sua articulação com os processos formativos e o diálogo constante entre a
Educação Básica e o Ensino Superior, com a colaboração de diferentes grupos de pesquisa.
Em 2019, o processo voltou-se para uma dinâmica de mobilização e a simultaneidade
de cursos e encontros voltados para revisão da versão anterior e para a escrita do documento
curricular. Já no início de 2020, a versão preliminar foi encaminhada para as escolas,
solicitando a participação destas através de pareceres que envolvessem toda a comunidade
escolar. Concomitantemente à elaboração destes pareceres por parte das Unidades de
Educação, as formações na Rede foram acontecendo por meio de encontros on-line (em
decorrência da situação pandêmica instaurada durante este ano) como propósito da análise da
versão preliminar.
36
3
Este foi um primeiro movimento de escrita do texto para os Referenciais Curriculares, que, ao ser encaminhado
para as Unidades de Educação em 2020, passou por modificações em diálogos com a Rede, até assumir a
versão Referenciais Curriculares da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói entregue ao Conselho
Municipal de Educação em 14 de dezembro de 2020.
38
Ciclos e
Instituição/Coordenador(es) Evento Modalidades para Datas
formação docente
22/05, 29/05,
12/06, 19/06,
PROPED/UERJ e UFRJ 03/07, 10/07,
Prof. Dr. Guilherme Augusto Educação Infantil 14/08, 28/08,
Curso de Extensão:
e Ensino 11/09,
Rezende Lemos Produção Curricular
Fundamental 25/09,09/10,
Prof. Dr. Thiago Ranniery 16/10, 13/11,
27/11, 04/12 e
11/12/2019
UNIRIO (Grupos de pesquisa
NINA e GITAKA)
03/04, 17/04,
Prof.ª Dra. Léa Tiriba Curso: Infâncias, Natureza 12/06,14/08,
Educação Infantil
e Artes 18/09, 16/10 e
13/11/2019
(EMs) para produção dos Novos Referenciais Curriculares da Rede Pública Municipal de
Educação de Niterói; e o envio às Unidades de Educação de textos acadêmicos,do documento
das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil/2009 e da BNCC, assim como, de
artigos científicos que fomentaram a análise crítica destes documentos nos Conselhos de
Planejamento da Unidade de Educação, CAP UE, em 1/02, 30/07 e 31/07/2019 e na
Formação Continuada, em 04/02/2019. Houve também o fomento às reflexões junto ao corpo
docente das Unidades de Educação (EMs/UMEIs e Núcleos Avançados de Educação Infantil),
através de formações continuadas, durante o horário de planejamento coletivo, sob o título
“Diálogos sobre a BNCC”, a partir do convite das Gestoras Escolares.
Em 2020, foi enviada às Unidades de Educação e para professores universitários (de
referência em suas áreas de pesquisa), a versão preliminar dos Referenciais Curriculares da
Rede Pública Municipal de Educação de Niterói/2020. A partir do documento recebido, foram
realizadas novas discussões com docentes e equipes de articulação pedagógica, com em média
80 participantes por sessão. Foram elas:
Diálogos sobre os
Referenciais Curriculares da
Professor Convidado Instituição Data
Rede Pública Municipal de
Educação de Niterói
Secretaria
Municipal de
Prof.ª Dra. Denise Souza
Educação de Educação Física 04/09/2020
Destro
Juiz de
Fora/MG
Prof.ª Dra. Cecília Goulart
UFF Alfabetização na Perspectiva
Prof.ª Dra. Maria Cristina 04/09/2020
IFRJ Discursiva
Corais
Leitura e Escrita na Educação
Prof.ª Dra. Bruna Molisani FFP/UERJ Infantil: a criança como sujeito 10/09/2020
da linguagem
Prof.ª Dra. Andrea Vieira
UNIRIO Matemática 14/09/2020
Thees
Setor da
Integrante da Equipe Formação
SEMECT/FME
Diretoria de Educação
Prof.ª M.ª Fernanda Bortone “Bidocência na Educação Infantil”
Infantil
Diretoria de Educação Prof.ª Delma Marcelo dos “Trabalho Pedagógico da/na Educação
Infantil Santos Infantil em Niterói”
Diretoria de Educação
Prof.ª Lucimeire Bezerra Costa “Desenvolvimento Infantil”
Infantil
44
diferente como alguém fora da norma traz aspectos negativos às práticas pedagógicas e
discursivas, que não contribuem para a formação crítica do professor e para a construção de
uma sociedade mais justa. O “outro”, nesse sentido, segundo Veiga-Neto (2011), pode ser
considerado como depositário de todos os males da humanidade, como sujeito pleno de uma
marca cultural ou como alguém a tolerar. Esse tipo de pensamento serviria para engessar
ainda mais as nossas proposições acerca da diferença. Para Larrosa e Perez (1998):
4
A PEC 25/2017 muda na Constituição Federal. Expressões como “pessoa portadora de deficiência” ou
“portador de deficiência” serão substituídos por “pessoa com deficiência”. A PEC padroniza o termo em 10
artigos da Carta Maior. A padronização segue a Convenção Internacional sobre o Direito das Pessoas com
Deficiência, da Organização das Nações Unidas, criada em 2006.
47
inclusiva e, cada vez menos, como especial. Isso significa que as metodologias, espaços e
materiais devem ser capazes de atender a todos, ao longo da vida e com foco na
potencialidade, segundo o art. 27 da LBI:
3.3 Por que a escola continua sendo o espaço no qual se é possível viver a experiência da
aprendizagem
O primeiro artigo da Declaração Universal (1948) alude que “todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e direitos, dotados de razão e consciência, devem
comportar-se fraternalmente uns com os outros”. (Declaração Universal dos Direitos
Humanos, 1948, Art. 1º)
No âmbito da Convenção dos Direitos da Criança, ficam estabelecidas as diversas
condições que garantem uma Educação em Direitos Humanos que priorize o direito da criança
a ter um desenvolvimento integral pleno, concebido como dever do Estado, da sociedade e da
família.
Nesse contexto, principalmente a partir do processo de redemocratização do Estado
brasileiro em meados da década de 1980, com as reivindicações dos diversos segmentos da
sociedade, novas concepções de direitos (civis, políticos e sociais) foram sendo
ressignificadas no âmbito das políticas públicas. Naquele momento, adquirem especial
relevância as atividades de Educação em Direitos Humanos. Uma nova consciência social e
coletiva surge pela potência que marca a luta dos movimentos sociais no Brasil pelo
reconhecimento da dignidade dos seus cidadãos.
reconhecimento de diferentes grupos socioculturais se fazem cada vez mais presentes. Além
disso, as questões relativas à diversidade vêm adquirindo cada vez mais relevância.
Parafraseando Santos (2002), Candau sintetiza de maneira especialmente oportuna
esta tensão, pois “as pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença
os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”.
A partir das reflexões que se apresentam, é possível conceber a Educação em Direitos
Humanos como uma ferramenta pedagógica potente em seus objetivos e ações efetivas, pois
viabiliza ao indivíduo em formação a capacidade de autonomia, emancipação e reflexão, ao
passo que a apropriação do saber sistematizado e das experiências produzidas no campo dos
saberes e das relações justifica, de certaforma, a ideia de uma educação de qualidade. Com
base nesta premissa, Costa (2018) destaca que
direitos, que integre, por meio de políticas curriculares, os indivíduos e que os inclua de fato
no contexto de uma educação emancipadora. Cabe aos sistemas de ensino, especificamente à
escola, reinventarem-se e instrumentalizarem-se dos elementos necessários, com o propósito
de promover a autonomia de seus educandos, por meio de um processo pedagógico claro e
efetivo em seus objetivos e metas. Acreditamos ser este o caminho possível para se
(re)estabelecer uma nova consciência social coletiva de largo alcance, pois, diante de um
contexto que modifica no tempo e no espaço, diante de um “novo cenário, é importante
analisar e debater as questões relativas ao sentido da educação em Direitos Humanos e os
objetivos que pretende alcançar” (CANDAU, 2007, p. 403).
articulação para ampliar a representação de suas culturas e suas agendas nas políticas
educacionais.
A perspectiva multicultural está presente em muitos dos discursos constantes nos
currículos da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói, a qual analisamos ser relevante
no sentido de fortalecermos que os Projetos Políticos Pedagógicos tenham como princípios a
educação antirracista, anticapacitista e contra a homofobia, em que sejam reconhecidos os
gêneros e as sexualidades e o pluralismo religioso. Contudo, iniciamos esta trajetória de
revisão dos Referenciais Curriculares, trazendo para o debate a cultura como lugar de
enunciação, não como repertório de sentidos partilhados.
Uma primeira mudança que promovemos é destacar a diferença (e não a diversidade)
como pressuposto e sentido potente no currículo, ou seja, pensar a diferença cultural para
além da identidade. Compreendemos que o conceito de identidade e as políticas de identidade
manifestam demandas por reconhecimento nos currículos, envolvendo, principalmente, o
movimento negro e os povos indígenas. Dessa forma, reconhecemos ser fundamental a
implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Juntam-se a esta agenda os temas
relacionados aos gêneros e às sexualidades.
Nesse sentido, dialogamos com Mouffe (2003), que afirma:
Estes Referenciais Curriculares apostam num projeto de construção de uma educação na qual
todos os mundos tenham o seu lugar.
Consideramos que contemplar, no currículo, o tema das relações étnico-raciais, a
presença da história e cultura dos povos indígenas e dos afro-brasileiros no Brasil, o tema da
sustentabilidade ambiental, com experiências de quilombolas e indígenas no manejo da terra,
nos estudos da botânica, na literatura e na etnomatemática, são algumas possibilidades de
produção curricular e o ato de educar em outras lógicas. Se apostarmos na produção cotidiana
de um currículo “onde todos os mundos tenham o seu lugar” (Comandante Marcos, Chiapas
apud CANDAU, 2008, p. 47), assumiremos pensar a produção curricular em diálogo amplo
com outras lógicas do educar. Educar dialogando com outras epistemologias é possibilidade
potente de produzirmos currículos na diferença.
Inserir o tema do gênero e da sexualidade no currículo não é algo novo. Com a
redemocratização dos anos 80, percebemos a inclusão dos temas relacionados à sexualidade,
ainda que significados como temas das Ciências, dos Programas de Saúde e da Biologia. Era
preciso dar o sentido da ciência e do cuidado com o corpo para que o tema fosse inserido nos
conteúdos curriculares. “Talvez, de tão higienizada, ela nem fosse reconhecida como tal pelos
corpos que passavam pelo portão” (MACEDO, 2017, p. 31). Nos últimos anos, pudemos
observar a ampliação dos temas da sexualidade e do gênero e propomos, neste documento, a
potência de vida e laços presentes na escola, não como um novo componente curricular, mas
como abertura ao impensável, aquilo que desconcerta, mas nutre de vida e plenitude as
trajetórias vividas no contexto escolar.
compromisso moral como futuro planetário. Isso contribui para pensarmos que o ser humano
não é o centro da natureza, mas parte dela, resgatando a sacralidade e a dimensão subjetiva da
natureza, presente entre os povos indígenas e nas culturas ancestrais.
A leitura pulsa em nós desde a tenra idade. Lemos o movimento das folhas das
árvores, o vai e vem das ondas do mar, as cores do céu, o olhar e os gestos daqueles que
colorem nossas vidas. Afinal, não se leem apenas letras e livros, lê-se o mundo em toda a sua
complexidade. Lemos “o verde da manga-espada verde, o verde da manga-espada inchada, o
amarelo-esverdeado da mesma manga amadurecendo, as pintas negras da manga mais além de
madura” (FREIRE, 2003, p. 13). Lemos o verde das matas ameaçadas, o verde da bandeira, o
verde-esperança pintado nos quadros. A noção ampliada de texto que aqui trazemos nos
60
Desse modo, “para que a educação seja de fato um espaço pleno de significados e
aprendizagens, é importante não esquecer que é na interação com o outro e com o mundo que
se constrói o conhecimento e se compreende a realidade” (E. M. EULÁLIA DA SILVEIRA
BRAGANÇA/Parecer, 2020)5. Conforme ressalta Tezza (2003), a palavra só diz, só é capaz
de produzir sentidos se concebida “em relação”. De igual modo, o sentido só é construído
dialogicamente de forma relacional. Nessa direção, a criação estética demanda então um
processo constante de busca por sentidos, que estão sempre no encontro com o outro. Sem a
presença inexorável do outro, não há palavra, não há construção de sentidos. O movimento de
criação estética, por conseguinte, pressupõe sempre o encontro com o outro.
Como salienta Tezza (2007, p. 244): “Para Bakhtin, o homem tem uma necessidade
estética absoluta do outro. Nossa individualidade não teria existência se o outro não a
criasse”. Temos, portanto, uma dependência constitutiva da alteridade, uma vez que “há uma
limitação intransponível no meu olhar, que só o outro pode preencher”. Assim, a relação
dialógica fundamentará todo ato de criação, pois toda arte só se constitui como tal a partir da
presença de um outro que lhe atribua sentidos, por meio do dialogismo inerente à linguagem,
uma vez que o significado é construído por meio de uma relação dialógica entre sujeitos.
Nesse sentido, compreendemos a literatura em seu caráter ético e estético, a partir de seu viés
alteritário (DALUZ, 2019).
A significativa contribuição de Bakhtin e sua filosofia da alteridade nos leva a pensar
sobre a palavra que se constrói no encontro de duas consciências, na/a partir das relações
sociais. E a literatura se constitui a partir dessa perspectiva. Bakhtin nos inspira a refletir
sobre a formação de leitores-autores pelo viés da alteridade, da relação com o outro, com o
mundo e com as palavras nos entremeios dos fios e tramas discursivos, que contribuem
também para a construção da autoria.
Compreendemos a autoria a partir de uma concepção de criação, em sua dimensão
social e alteritária, dialógica, interativa, reflexiva, intertextual, em rede, destacando-se a
importância do social nesse processo de criação, que se faz e refaz coletivamente, nas
múltiplas redes de interação. Portanto, independentemente da linguagem utilizada pela
criança, devemos “reconhecê-la como autora de suas próprias histórias, compositora de seus
5
No decorrer deste documento, serão apresentadas citações de pareceres ou de grupos de trabalho (GTs)
realizados pelos profissionais em suas Unidades de Educação da Rede Pública Municipal de Educação de
Niterói. Ressalte-se que todos os pareceres e estudos dos GTs estão disponíveis no Conselho Municipal de
Educação para consulta.
62
ritmos e criadora do belo quadro de suas artimanhas, num constante fluxo do movimento de
suas indagações e inquietações” (UMEI ANTÔNIO VIEIRA DA ROCHA/Parecer, 2020).
Kramer (1993) enfatiza a vertente humana da autoria quando afirma que
[...] ser autor significa dizer a própria palavra, cunhar nela sua marca pessoal
e marcar-se a si e aos outros pela palavra dita, gritada, sonhada, grafada...
Ser autor significa resgatar a possibilidade de “ser humano”, de agir
coletivamente pelo que caracteriza e distingue os homens... Ser autor
significa produzir com e para o outro... (KRAMER, 1993, p. 83).
e consciências, afasta as cortinas do mundo e nos faz sentir partes integrantes deste espetáculo
que é a vida.
Desse modo, faz-se imprescindível ressaltar a importância da leitura na vida dos
educandos, porquanto eles precisam, desde cedo, ter acesso aos livros e a diversos materiais
escritos. Esse encontro acontece, na maioria das vezes, no ambiente escolar, pois, para muitos
de nossos alunos, a escola torna-se o local privilegiado de encontro com o texto literário.
Portanto, “o livro precisa ser manuseado, lido, relido, ‘amassado’, consumido. Um livro
fechado, em cima de uma prateleira é só um monte de papel cheio de poeira e ácaros. Um
livro aberto na mão de um leitor é a entrada em um universo de possibilidades sem sair do
lugar” (UMEI PROFESSOR IGUATEMI COQUINOT DE ALCÂNTARA NUNES/Parecer,
2020).
Defendemos a presença da literatura, enquanto experiência, desde o início da
Educação Infantil até o final do Ensino Fundamental. Concordamos que os livros literários e
de diferentes gêneros precisam ser disponibilizados pelas instituições, tanto para uso no
próprio espaço escolar, quanto para empréstimo responsável para as crianças e suas famílias.
Os livros ainda se constituem como artigos de difícil acesso para uma parcela da população
brasileira. “A escola, desse modo, poderá agir como mediadora entre as crianças, as famílias e
os livros, fomentando contextos de leitura” (E. M. JOÃO BRAZIL/Parecer, 2020) em todos
os componentes curriculares, como uma leitura que gere reflexão, fruição, que exista para
além do momento em que foi realizada, que se converta em experiência.
A leitura constitui um elemento essencial na formação do aluno, pois é capaz de levá-
lo a desenvolver a reflexão e a capacidade crítica, sendo também uma prática que contribui
para o processo de reconhecimento de si mesmo e do outro. A leitura, mais do que um mero
exercício que desenvolve o nível intelectual do indivíduo, possibilita a ampliação da leitura de
mundo, o crescimento interior, a vivência de diferentes experiências que aguçarão emoções e
sentimentos. Por meio da leitura, o ser humano não só adquire conhecimento, como também
pode transformá-lo, em um processo contínuo de construção e aprimoramento. Ler é criar
uma teia de sentidos que se diferencia de leitor para leitor, é interagir com o texto e lhe
atribuir sentidos, em um contínuo processo dialógico.
A leitura, assim, está associada à criação, à interação, à multiplicidade de sentidos e,
portanto, contribui para o desenvolvimento da reflexão e da capacidade crítica do sujeito, não
podendo ser concebida como prática mecânica de decodificação. Ler não se associa à
passividade e à aquiescência, mas refere-se à partilha, à interação, à atribuição de sentidos, ao
processo de tecer argumentos e pontos de vista, à revisão de conceitos e quebra de
64
preconceitos. A leitura traz respostas, mas também faz nascer novas perguntas, amplia a
percepção, aguça o olhar, sensibiliza.
E o professor, também ele leitor-autor, mediador nesse processo de formação, buscará,
por meio da literatura, independentemente da etapa de ensino e do componente curricular com
o qual esteja trabalhando, contribuir com a formação crítica que vise à “autorização” dos
sujeitos e ao aprofundamento de suas leituras, que possibilite que esses sujeitos escrevam e se
inscrevam no mundo, ética e esteticamente.
Assim sendo, compreende-se que a leitura e seus sentidos não se encontram nem no
texto, nem fora dele, mas na relação, no processo de interação que se estabelece entre aquele
que escreve e aquele que lê, mediado pelo texto e, nesse processo, entram em cena, também,
outros mediadores, bem como outros sujeitos que podem compor as interações de leitura:
professor-educando, educando-educando, educando-bibliotecário etc. Dessa forma, é
importante destacar que o trabalho com a literatura não está restrito apenas ao planejamento
do professor de língua portuguesa, do professor da Sala de Leitura e daqueles cuja atribuição
está mais explicitamente direcionada ao texto literário. A leitura é uma responsabilidade de
todo professor. A literatura refere-se à vida e é um direito inalienável do sujeito (CANDIDO,
1989). A leitura é um ato político, ético e estético, e nossa função enquanto escola pública
direciona-se à formação de leitores-autores críticos, reflexivos e conscientes de seu papel
social no contexto em que vivemos e atuamos.
A literatura infantil precisa estar presente entre as crianças desde os primeiros anos de
vida. A criança, desde cedo, já demonstra interesse em ouvir a leitura de um poema ou uma
história bem contada, em manusear um livro bem ilustrado. A literatura tem o poder de
despertar o encantamento, trabalhar o imaginário, sensibilizar, mobilizar o mundo interior do
indivíduo. Defendemos, portanto, a presença do texto literário desde a creche. Salutto (2017)
salienta que a Educação Infantil pode ser um lugar de liberdade para se ter acesso à cultura
escrita, para vivê-la ampla e plenamente. E pensar a leitura literária na Educação Infantil
significa “compreendê-la como um lugar de relações, de brincadeiras, de produção de sentido,
de conhecimento de si e do outro, de constituição da subjetividade, de ampliação das
experiências e, também, de imersão na cultura escrita”, sem o propósito de alfabetizar. Nessa
direção, acreditamos que a literatura precisa estar presente na Educação Infantil como relação,
troca, ampliação, jogo, ludicidade, imaginação, criação (SALUTTO, 2017, p. 28).
Eliana Yunes e Glória Pondé (1988) afirmam que a literatura assume um papel
político muito mais amplo, deixando de ser mero sinal de erudição para “contribuir para a
formação do pensamento crítico e atuar como instrumento de reflexão, uma vez que pode
questionar, através de sua linguagem, a hegemonia do discurso oficial e o consenso
estabelecido pela ideologia dominante” (YUNES & PONDÉ, 1988, p. 37). Desse modo,
compreendemos a “força democratizadora da leitura”, sabendo que a literatura influencia não
66
7. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
níveis e modalidades do processo educativo em caráter formal e não formal. A política ainda
apresenta como princípios o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo, o
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, a vinculação entre a ética, a educação, o
trabalho e as práticas sociais. Determina como objetivos fundamentais, no artigo5°, o
desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e
complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos.
Vale ressaltar que educação e ambiente são conceitos completamente articulados,
podendo-se dizer que não há educação que não seja ambiental, já que, se não houver
ambiente, não há educação. Além disso, como humanos, somos também natureza, somos
também ambiente e temos um duplo nascimento: o biológico/natural e o social (PINO, 1999).
A cada dia que passa, a Educação Ambiental torna-se mais importante no contexto
mundial, haja vista a inserção das sociedades em uma dinâmica autodestrutiva, que se dá,
muitas vezes, por falta do conhecimento adequado e pela própria apropriação de um sistema
que promove o finito; um sistema socioeconômico que não dialoga com os pressupostos
básicos de um ambiente e sua qualidade. A preocupação com o meio ambiente envolve
principalmente mudança de hábitos e comportamentos, caso contrário, jamais seremos
agentes transformadores comprometidos com a melhoria consciente do espaço em que
vivemos.
A importância do debate e da temática ecológica (ação predatória, destruição
planetária x sustentabilidade), bem como a formação escolar sobre este assunto tão
imprescindível no momento, devem ser trabalhadas de forma sistemática para que seja
possível uma transformação dos olhares e práticas presentes e futuras. Nós temos que atuar
nas instituições existentes, impulsionando-as dialeticamente na direção dos novos objetivos
(SAVIANI, 2013).
Estamos inseridos em uma lógica na qual, por muito tempo, as questões ambientais
permearam discussões de cunho conservacionista, o que acabou por não gerir a humanidade
de forma crítica acerca do ambiente e este ser compreendido em sua esfera tanto dinâmica
quanto sistêmica.
Com o advento da Revolução Industrial e o vertiginoso crescimento dos processos de
produção, de tecnologias e aberturas de mercados, presenciaram-se e presenciam-se, a cada
instante, também novos modelos de sociedade, em que se organizam e se reorganizam para
atender às novas realidades e demandas. Os seres humanos, nesta perspectiva, passam, então,
a assumir um novo adjetivo que, por muitas vezes, acaba se tornando até mesmo um
68
substantivo. Os seres humanos, hoje, são chamados de consumidores, ou seja, são objetos de
interesse do mercado, que amplia, cada vez mais, a destruição do ambiente e cria esferas
envolventes para se acreditar que as pessoas, leia-se consumidores, precisam ter o que na
realidade não precisam, apenas para fomentar seus interesses, riquezas e promover o
desequilíbrio entre a sociedade.
Nesta nova fase, percebe-se um enorme desapego que, outrora, permeava as relações
entre homem e natureza: o cerne do respeito, que se concentra o direito de ser e de existir. Na
nova realidade, o dominar o ambiente ecoa sem preocupações significativas nos
desdobramentos e, com isso, os impactos são os mais devastadores possíveis, principalmente
quando se compreende que o ambiente trata devida.
A produção de resíduos aumenta substancialmente, os espaços vão sendo suprimidos,
a ocupação e o uso do solo ganham novas dimensões, o ar e a água ficam cada vez mais
poluídos, ações políticas desbravam para um ecogenocídio, não se respeitam as
individualidades, as diversidades dos povos, culturas e gerações, os seres humanos vão
caminhando sem olhar para as pegadas que estão deixando e que implicarão, cada vez mais, a
própria dinâmica do existir. Abandona-se o ouvir os outros, as tradições que, por séculos,
foram construídas e passadas para os que chegavam, em detrimento do domínio dos espaços
e, consequentemente, das naturezas presentes. O lugar do outro não importa mais, as diversas
manifestações culturais e identitárias não se aplicam se não couberem em um sistema rígido
de um desenvolvimento desigual e combinado.
Em um momento em que se privilegia a cultura das monoculturas nos campos, busca-
se formar também uma monocultura de pensamentos, na qual o que é real para todos que
promovem a mega sociodiversidade, que enriquece e enobrece as dinâmicas ambientais por
conta do enorme acervo de conhecimentos acumulados por meio das experiências, não é
respeitado. O que passa a ter respeito são os interesses individuais e as especulações, que
acabam por fomentar os abismos existentes entre as pessoas e a natureza. Quando falamos
com o outro, pensamos em toda a biodiversidade que nos cerca. Entendemos que não somos
dominadores dessa biodiversidade, mas sim parte integrante desse todo, que precisamos estar
em um constante equilíbrio. Essa falta do outro acaba promovendo o aumento dos
desequilíbrios que vivenciamos.
Ainda no século presente, emerge um conceito que, para muitos, surge como uma
possibilidade de mudança e, para outros, como mais uma forma de promover-se diante do
sistema para fomentar ainda mais os abismos da sociedade e do ambiente, o conceito de
desenvolvimento sustentável.
69
8. TECNOLOGIAS NA APRENDIZAGEM
6
O conceito foi introduzido pelo sociólogo e professor emérito da Universidade de Harvard Daniel Bell na sua
obra The Coming of Post Industrial Society: A Venture in Social Forecasting, de1973.
7
Também conhecida como era digital ou era tecnológica, é o nome dado ao período que vem após a era
industrial, mais especificamente após a década de 1980.
8
“a própria noção de máquina que está sendo definitivamente substituída por um agenciamento instável e
complicado de circuitos, órgãos, aparelhos diversos, camadas de programas, interfaces, cada parte podendo,
por sua vez, decompor-se em redes de interfaces” (SANTAELLA, 1997, p. 41).
74
mundo e com o outro. As tecnologias digitais passam a marcar novas atividades dos sujeitos
sociais, de forma que:
Esses diferentes contornos permitem aos sujeitos se engajarem nos modos como a
informação é veiculada, interferindo em sua forma e conteúdo. Como André Lemos (2007)
aponta, nos seus estudos sobre cibercultura, os sujeitos antes apenas receptores, agora são
produtores de mídias informativas e transitam entre os polos “emissão” e “recepção”. A
liberação do polo de emissão9 possibilita que pessoas comuns sejam capazes de produzir e
emitir suas próprias informações, por meio de diferentes formatos midiáticos, como
fotografias, vídeos ou podcasts. Hjarvard (2014, p. 23)10 sugere que como resultado dessa
liberação “várias formas de mídia foram integradas nas práticas da vida cotidiana, desde os
locais de trabalho até na família”, evidenciando uma estreita relação entre as mudanças
ocorridas nas esferas socioculturais. Dessa forma, torna-se fundamental a problematização,
junto aos educandos, dos usos e conteúdos produzidos e emitidos tanto nas mídias de massa
quanto nas mídias sociais, no contexto escolar.
9
A liberação do polo de emissão é o princípio básico da cultura pós-massiva e a principal característica da
cibercultura (LEMOS, 2007).
10
“(internet, telefones móveis, televisão via satélite etc.)” (HJARVARD, 2014, p. 23).
75
Não há como negar que a cultura digital vem sendo muito utilizada por crianças e
jovens na contemporaneidade e que esse elemento se faz presente nos seus processos
cotidianos de aprendizagem. Uma das discussões mais importantes da educação é a garantia
da construção do conhecimento. Marco Silva (2015) aponta que, para garantir uma
aprendizagem colaborativa, é essencial uma abordagem inspirada no construtivismo e no
interacionismo: “De acordo com esses referenciais, a aprendizagem acontece na interação dos
aprendizes entre si e na interação com os conteúdos, com os objetos de aprendizagem” (Ibid.,
76
p .46). Para garantir a construção da mediação da aprendizagem, o docente tem “a seu favor
expressão livre e plural da autoria, compartilhamento, conectividade, colaboração, autonomia,
diversidade, dialógica e democracia” (Ibid., p. 57), baseados na ambiência comunicacional da
cibercultura.
Pensando na construção de um referencial que reflita a realidade específica do
município de Niterói, fazemos menção à Base Nacional Comum Curricular, já que a discussão
sobre as tecnologias e a cultura digital permeia todo o texto11. Ademais, duas de suas
competências gerais12 apontam, de forma mais objetiva, a questão de interesse deste estudo:
Comunicação13 e Cultura Digital14. De acordo com essas competências, o mundo digital
insere-se nas formas de comunicação na atualidade, não podendo, portanto, ficar de fora da
formação das crianças e dos jovens contemporâneos, cabendo à escola a oferta e a
qualificação deste uso, considerando a ubiquidade propiciada pelos dispositivos móveis.
Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, evidenciou-se a necessidade de
apropriação da cultura digital, por parte de professores e estudantes, tendo em vista que esta
cultura ainda não se fazia presente no cotidiano escolar. Como é possível observarmos na
reflexão de uma escola da Rede:
são também produtoras de cultura, já que a forma como elas lidam com o conhecimento é
cultural.
Para pensar o jovem contemporâneo e as suas relações na cibercultura, os autores
Ferreira, Oswald e Chaves (2015) apontam que as juventudes, que se encontram imersas nos
contextos informacionais, vivem suas experiências na cultura pós-massiva, por meio dos
dispositivos tecnológicos, o que as leva a uma nova compreensão de suas formas de ser e estar
no mundo. Os usos que os jovens, praticantes culturais, fazem das tecnologias digitais em
rede são fundamentalmente parte integrante da formação de suas subjetividades e também
contribuem para que possamos compreender melhor o jovem deste século. Para Santos,
Carvalho e Pimentel:
O jovem imerso nesta era digital já não apenas se comporta de forma diferente, mas
também pensa diferente. A dinâmica das redes potencializa esse jovem no sentido de criar,
simular, emitir sua opinião, criticar, construir e desconstruir o mundo em tempo real.
Ao considerarmos a imersão das crianças e jovens na cultura digital na sociedade
contemporânea, é válido consultar as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e
da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) com referência ao tempo de exposição a telas por
parte desses sujeitos.
Outro aspecto que pode ser pontuado é a definição de espaço e tempo. A escola tem a
delimitação de tempos e espaços com normas específicas. Redefinir os tempos e os espaços na
escola é fundamental na atual sociedade contemporânea. Para se comunicar com o outro, não
é necessariamente mais preciso estar ao mesmo lado fisicamente. A lógica de crianças
sentadas, enfileiradas, quietas umas atrás das outras, de frente para o quadro, é colocada em
xeque no momento atual, assim como abordam Ferreira e Mattos (2015) se reportando a uma
reflexão de Bauman:
79
É nesta perspectiva que Moran (2018, p.3) nos ensina que “ ensinar e aprender
tornam-se fascinantes quando se convertem em processos de pesquisa constantes, de
questionamento, de criação, de experimentação, de reflexão e de compartilhamento crescentes
[...]” A educação, dessa forma, fica mais desafiadora e atrativa.
No contexto das metodologias ativas, temos, ainda, a aprendizagem baseada em
projetos, cuja abordagem permite a integração de diversos saberes com o protagonismo dos
alunos na construção de seu conhecimento. O trabalho baseia-se na elucidação de problemas,
desenvolvendo a criatividade e o pensamento crítico de forma cooperativa.
Segundo Campos (2013), a Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) tem sido um
dos principais focos da discussão, não apenas como abordagem de aprendizagem ativa, mas
também como alternativa para elaborarem-se currículos e adotarem-se práticas inovadoras na
educação. Exige que o professor reflita sobre a atividade docente e mude a sua postura
tradicional de especialista em conteúdo para mediador e que os estudantes assumam maior
responsabilidade em sua própria aprendizagem.
Hernández e Ventura (1998) tratam da pedagogia de projetos como um percurso
metodológico que envolve professores e alunos em uma dinâmica busca pelo conhecimento.
Movimento esse que tem como forte característica “evitar o perigo da estandardização e
homogeneização das fontes de informação” (Ibid., p. 64), garantindo espaço para a troca entre
as diferentes fontes de saberes elencadas pelo grupo envolvido no estudo. A prática
pedagógica que tem a pedagogia de projetos como forma estruturante do seu caminhar prevê a
elaboração de “um dossiê de síntese dos aspectos tratados no projeto” desenvolvido, como
podemos observar:
O referencial curricular está sendo construído para um mundo que não existe
mais como o conhecíamos e é necessário que reflitamos sobre os modos de
ensinar e aprender com base nos novos comportamentos de segurança, saúde
e tecnologia necessários.[...] É urgente pensar novos espaços educacionais
com estratégias híbridas, atraentes para as crianças das várias faixas etárias e
a criação de estratégias de “alfabetização” digital para docentes e discentes
(E. M. Eulália da Silveira Bragança/Parecer, 2020).
Dessa forma, trazemos questões que possam refletir sobre todo o trabalho já realizado
com mídias e tecnologias digitais na Rede Pública Municipal de Educação de Niterói, iniciado
em 1996, com a implementação dos laboratórios de informática nas Unidades de Ensino
Fundamental, passando pelo uso de recursos digitais diversos desde a Educação Infantil até o
trabalho com diferentes metodologias no momento atual. Tais propostas priorizam o fazer
pedagógico mediado pelas mídias e tecnologias digitais de forma crítica e reflexiva,
potencializando a produção do conhecimento entre professores e alunos, nas mais variadas
formas: uso de aplicativos, softwares, projetos com robótica educacional, atividades maker,
filmes de animação digital, produção midiática, atividades gamificadas, realidade aumentada,
plataformas digitais, aproximando a escola da cultura digital.
15
Termo cunhado pelo Grupo de Nova Londres para abranger a multiculturalidade característica das sociedades
globalizadas e a multimodalidade dos textos por meio dos quais a multiculturalidade se comunica e informa
(Rojo, 2012, p. 13).
84
Diante do papel que a avaliação tem assumido enquanto política pública no Brasil e no
mundo, provocando questionamentos e tensões, torna-se imprescindível o estabelecimento de
diálogo e parceria com a comunidade educativa, compreendendo o movimento de
participação como manifestação indispensável para o avanço das discussões no campo da
avaliação.
Na Rede Pública Municipal de Educação de Niterói, busca-se construir uma cultura
avaliativa fundamentada em princípios democráticos e de responsabilização participativa,
promovendo reflexões acerca da aprendizagem, do fazer pedagógico e dos processos de
gestão que influenciam as ações desenvolvidas.
A perspectiva participativa da avaliação busca implementar os processos de
autoavaliação, que podem estar combinados com os procedimentos de avaliação externa, e
“nisto diferem das avaliações objetivistas, quase exclusivamente externas e para uso de
pessoas que não fazem parte do cotidiano das instituições avaliadas” (SOBRINHO, 2003, p.
125). Busca, portanto, envolver os agentes internos de todos os níveis e categorias e
representantes da comunidade externa com uma intencionalidade educativa e fundamentos
assentados em princípios democráticos. “Neste caso, a relação entre os participantes não é de
autoridade, mas de intersubjetividade, ou seja, entre sujeitos que, baseados na
responsabilidade, se expressam livremente sobre os dados e processos que devem ser
interpretados e avaliados” (Ibid., p. 125).
A avaliação que se deseja participativa e democrática valoriza a participação social na
construção e execução de seus próprios processos. Distinguem-se dos enfoques tecnológicos,
de corte empirista-objetivista que, em geral, valorizam sobremaneira o aparato técnico e seus
produtos predeterminados e que, pretensamente, dariam legitimidade aos resultados
avaliativos que produzem. Trata-se, portanto, de uma outra perspectiva ética eepistemológica
distinta das avaliações que adotam modelos tecnocráticos.
Para Sordi e Freitas (2013, p. 91), “a busca de outra ética e epistemologia para os
processos de regulação da qualidade da escola pública tem desafiado as redes de ensino a
conceber e implementar modelos alternativos”, a partir de uma concepção de
“responsabilização participativa”. Sob o viés da participação e da negociação com os atores
implicados no processo avaliativo, a Rede aposta em objetivos e compromissos amplos de
85
[...] que a avaliação não seja apenas finalista, mas, sim, incluída no processo
de ensino e aprendizagem como meio para o autodesenvolvimento, tanto dos
alunos em suas aprendizagens, quanto dos professores, como profissionais,
em face das suas formas de ensinar (GATTI, 2003, p.102).
16
Parágrafo adaptado do texto apresentado pelo grupo de trabalho que discutiu a Proposta Pedagógica em 2015.
87
Caso seja percebido, durante o processo de ensino, que alguns alunos não conseguiram
atingir os objetivos propostos, é hora de redirecionar as ações para que as metas de
aprendizagem sejam atingidas. Por outro lado, também é importante que se desenvolva nos
alunos a habilidade de se autoavaliar, para que assim possam apropriar-se dos recursos
internos que utilizam (metacognição) e, dessaforma, sejam capazes de estabelecer ações que
favoreçam a autorregulação da própria aprendizagem.
Tudo isso reforça a ideia de que a prática da avaliação da aprendizagem deve apontar
para a busca do melhor (potencial) de todos os educandos, por isso é diagnóstica e não se
interrompe na simples constatação.
Acrescenta-se a esse ponto de vista o entendimento de que se faz necessária a
participação e a responsabilidade de todos os atores da comunidade educativa neste processo.
Cabe destacar que, no espaço educativo, todos ensinam e aprendem, mútua e continuamente,
portanto, todos devem avaliar seus fazeres.
88
É essa cultura avaliativa que este documento pretende disseminar, uma cultura
entendida como prática articulatória em constante negociação, engendrada em diferentes
tempos e espaços, ou seja, que não é dada a priori nem é estanque, mas se constitui pelos
diferentes sentidos, pelas diferentes leituras produzidas pelos diferentes atores e situações de
aprendizagem e de ensino.
A infância não é aqui concebida como um mero período da vida, com limites impostos
para o seu início e fim. Pelo contrário, compreendemos a infância como construção social que
se constitui na relação com o outro e com o contexto sócio-histórico-cultural, como parte
essencial dos aspectos que nos tornam humanos.
Nesse sentido, reafirmamos o compromisso de pensar a infância em sua dimensão
plural, pois caminhamos na direção contrária à ideia de concebê-la a partir de um conceito
único, abstrato e fixo, para além de sua raiz etimológica. Além disso, perspectivando pensar
sobre as crianças e suas infâncias com amorosidade, afetos e legitimação do outro como
sujeito singular/plural, concebemos a infância enquanto experiência humana, permeada por
sentidos, brincadeiras, imaginação, criação e ruptura com as tentativas de fragmentação e
engessamento da sociedade.
Assim, lançamos um olhar atento para essas questões, pois elas nos convocam a
refletir sobre a passagem da criança da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, assim
como para os processos de ensino-aprendizagem, na perspectiva da humanidade em
transformação.
Nesse sentido, dedicamos as linhas que se seguem a trazer à cena reflexões em torno
da questão da transição de alunos de uma etapa para outra, com o propósito de suscitar olhares
outros, mais sensíveis, para esse movimento inerente ao processo de escolarização.
As crianças ingressam no universo escolar com expectativas e curiosidades. Na escola,
elas interagem, estabelecem relações, vivem experiências variadas, aguçam percepções, fazem
descobertas, afloram sensibilidades e afetos, falam e agem com desenvoltura e
espontaneidade. O reconhecimento dessa infância com base em uma concepção que rompa
89
se mostra pra gente é no meio da travessia” (ROSA, 1994, p. 85). É preciso ter em conta o
caráter “processual” da aprendizagem, sem perder de vista a beleza do trajeto. Por isso,
destacamos a importância do acolhimento, da escuta sensível em relação à chegada da criança
em seu novo espaço-tempo de aprendizagem.
Somos seres relacionais, singulares, sociais, portanto a conversa, a troca e o vínculo
afetivo tanto nos dizem respeito. Daí a importância de se proporem situações e práticas que
busquem aproximações reais com a etapa escolar vivida. Fazemos esse destaque, pois, por
vezes, a ludicidade e o brincar até são incorporados ao fazer pedagógico, mas a maneira como
são concebidos e desenvolvidos acabam por burocratizar as relações. Eles são mediados de
modo diferente, às vezes com tom prescritivo e nesse momento tornam-se pretexto para o
encaminhamento de atividades pedagógicas, estratégias para deixar um determinado momento
do dia menos cansativo. Contudo, tais práticas não são reconhecidas como linguagem e força
potencial para o desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos.
Salientamos, portanto, a importância de se construir um fazer pedagógico dialógico,
interacional e contínuo. Por esse viés, a produção de conhecimento, o processo de ensino-
aprendizagem é concebido com/a partir de estratégias que valorizem e legitimem as
aprendizagens já vivenciadas na etapa anterior de estudos. Há, nesse sentido, a preocupação
em se promoverem ações que buscam favorecer a continuidade de experiências próprias do
universo infantil. Desse modo, a possível ruptura no processo do “rito de passagem” pode, em
certa medida, ser suavizada, e tal movimento constitutivo da vida moderna pode ser
vivenciado com menos ansiedade e insegurança.
Nesse sentido, destacamos a importância das interações. Ao abordar a disponibilidade
ao diálogo no processo educativo, Freire (2019) aponta que “[...] o sujeito que se abre ao
mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como
inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na história”
(FREIRE, 2019, p. 133).
Nós somos seres singulares e sociais, inconclusos. Constituímo-nos na relação com o
outro. É também nesse movimento alteritário que ampliamos nossa percepção sobre nós
mesmos e sobre o mundo, despontamos processos criativos, autorais, tomamos consciência
no/do mundo e de nós mesmos. Portanto, na interação uns com os outros produzimos
conhecimentos. Dessa forma, almejamos que os espaços escolares de todas as etapas de
ensino sejam repletos de ludicidade, vivacidade, imaginação, criação e encontros com o outro.
Em vez de focar na (re)produção, a escola precisa investir na criação, no
desenvolvimento da sensibilidade, no aguçamento dos sentidos, deslocando o conceito de
91
17
Como sujeitos históricos que são, as características de desenvolvimento dos educandos estão muito
relacionadas com seus modos próprios de vida e suas múltiplas experiências culturais e sociais, de sorte que
mais adequado seria falar de infâncias e adolescências no plural (BRASIL, 2010, p. 110).
92
18
Esses “objetos de conhecimento” a que nos referimos são temas diversos que constam nas matrizes
curriculares e serão trabalhados em sala de aula por professores e alunos para a construção do conhecimento.
19
ONU News. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2019/02/1660701.
20
Capítulo que trata sobre Educação Ambiental.
95
[...] uma proposta que se volta à formação ampliada dos alunos, que
enriquece o relacionamento humano e que vislumbra um panorama mais
comunitário. Para isso, sem dúvidas, a extensão da jornada diária é uma
estratégia facilitadora, mas que precisa ser acompanhada de outras formas de
organização social da escola. Essas outras formas irão fomentar novas
possibilidades e novos desafios a todos os envolvidos nos processos
educativos em seu interior e, consequentemente, às relações tecidas no
ambiente escolar (MAIA e FAGUNDES, 2021, p. 165).
21
A organização curricular em ciclos na Rede Pública Municipal de Educação de Niterói foi regulamentada pela
Portaria 132/2008, discutida e legitimada nos Referenciais Curriculares da Rede de 2010 e, após a
implementação destes últimos, a proposta em ciclos foi novamente regulamentada pela Portaria 085/2011, que
instituiu as Diretrizes e os Referenciais Curriculares e Didáticos da Rede.
97
de formas para se assegurar uma maior continuidade do processo educativo e uma diminuição
das rupturas da trajetória escolar, que não configura um processo linear e progressivo de
aquisição de conhecimento. A opção está diretamente relacionada a um novo paradigma para
a educação, baseado no reconhecimento das diferentes necessidades dos educandos, no
reconhecimento de diferentes e desiguais realidades socioeconômicas e na possibilidade de
construir estratégias mais includentes que abarquem ritmos diversos, com trajetórias distintas
e outros tempos e espaços no cotidiano escolar, associados a um processo de planejamento e
de avaliação continuada e formativa.
A partir, sobretudo, das contribuições dadas pela Prof.ª Dra. Érika Virgílio da Cunha
(Universidade Federal do Mato Grosso), em uma das Conversas Pedagógicas promovidas em
setembro/2020 para fomentar discussões no processo de construção destes Referenciais
Curriculares, entendemos que a política de ciclo não tem uma essência dada a priori, mas
pode se constituir como um compromisso democrático na medida em que considere múltiplas
formas de educar e que seja pensada como uma possibilidade de se abrir ao outro em seu
fluxo da diferença e em sua complexa experiência educacional.
Para isso, defendemos a importância de um constante e atentoi nvestimento nas
Unidades de Educação da Rede, sobretudo no que diz respeito aos aspectos infraestruturais,
para que a organização escolar por ciclos, anunciada em documentos da Rede de Educação de
Niterói, seja facilitada.
Também partindo principalmente das contribuições de Cunha (2020), compreendemos
que há uma dimensão da política relacionada ao que precisa ser previamente definido como
condição de realização (como os aspectos infraestruturais mencionados acima). Entendemos a
importância de ressaltar essa dimensão da política como investimento nas escolas, para que a
experiência educativa construída por professores, educandos e demais profissionais das
Unidades de Educação − que por ser incontrolável, complexa e imponderável não pode ser
definida antecipadamente − tenham condições de construir uma política de ciclos fora da
norma da aplicabilidade, pensando a política como negociações contextuais e contingentes.
Antes de passarmos à apresentação dos quatro ciclos que organizam o Ensino
Fundamental na Rede Pública Municipal de Educação de Niterói, precisamos expressar mais
algumas considerações a respeito do processo de avaliação das aprendizagens que
defendemos. A avaliação deve ser “contínua e cumulativa no percurso educativo, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
98
● crianças são detentoras de direitos e deveres. Elas têm suas necessidades, seus
processos físicos, cognitivos, emocionais e características individuais – sexo, idade,
etnia, raça e classe social – e, portanto, têm seus direitos e deveres. Destacamos, nessa
direção, a premissa de que as propostas pedagógicas devem privilegiar a participação
infantil pautada no diálogo e no compromisso ético-político com a educação pública
de qualidade socialmente referenciada;
● crianças têm direito a acessar múltiplas linguagens, inclusive a escrita. Nessa fase,
a escola deve promover a integração entre a aprendizagem da leitura e a produção
textual de forma articulada às aprendizagens dos diferentes Componentes
Curriculares, em plena sintonia e convivência com a brincadeira, com o lúdico e com
o tecnológico. “O trabalho de alfabetização não deve se restringir ao campo da Língua
22
Acompanhamos as indicações da LDBEN 9394/1996.
99
passa a contar com a colaboração de nove professores, um para cada componente curricular.
Há mudanças consideráveis na divisão do tempo escolar, na organização e no volume do
material de uso pessoal do estudante.
Por ser a escola o espaço que privilegia a aprendizagem em um processo de interação
constante com o outro, esse período de transição, que concentra tantas novidades para o
estudante, deveria ser alvo de atenção e ações de acolhimento de toda a comunidade escolar,
no entanto, muitas vezes, percebemos educandos e familiares sem a devida orientação para
vivenciar um momento tão marcante.
Reconhecemos aqui a experiência de algumas Unidades de Educação nas quais os
primeiros dias de aula são dedicados ao acolhimento dos estudantes que chegam ao 6º ano de
escolaridade. Nesses dias, professores e estudantes do 3º ciclo recebem os novos alunos e
apresentam os espaços escolares e as novidades dessa etapa do Ensino Fundamental.
É preciso um grande cuidado dos educadores em auxiliar os estudantes nessa fase, a
fim de não fortalecer barreiras na construção do conhecimento, as quais podem enfraquecer os
sentidos da escola e as relações com o que é vivido pelos alunos. A busca por práticas
interdisciplinares deve ser constante. A interdisciplinaridade não anula as especificidades das
áreas de conhecimento, mas reconhece a necessidade de articulação de saberes dos
componentes curriculares entre si e com o contexto de vida dos estudantes, a fim de propiciar
maior significado às aprendizagens. A palavra de destaque é diálogo.
A prática dialógica se faz necessária diante das diferenças. Nessa busca, o uso do
espaço-tempo das reuniões de planejamento para o diálogo entre os profissionais da educação
é essencial, permitindo a construção de planos de ação integradores. Outros espaços-tempos
para a promoção e estabelecimento do diálogo com e entre os discentes, a exemplo de
assembleias e grêmios estudantis, já citados anteriormente, precisam ser potencializados.
O Quarto Ciclo abrange a trajetória de adolescentes nos últimos dois anos do Ensino
Fundamental (8º e 9º anos de escolaridade). Nessa fase, busca-se a complexificação dos
pensamentos acerca da realidade e os estudantes devem ser incentivados a questionar e a
solucionar problemas reais que se colocam para o coletivo. Propõe-se expandir e qualificar a
capacidade de analisar, relacionar, argumentar e sistematizar diferentes questões sociais,
culturais, históricas e ambientais.
Reconhecendo toda a complexidade da prática dialógica, nossos estudantes devem ser
incentivados a expressar seus sentimentos e convicções, em um movimento marcadamente
democrático de respeito a si mesmo e ao outro.
102
12. REFERÊNCIAS
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YUNES, E. & PONDÉ, G. Leitura e Leituras da Literatura Infantil. São Paulo: FTD,
1988.
114
PARTE II
24
Trecho do poema Escola é. De acordo com os filhos de Paulo Freire, esse poema não foi escrito por ele, e sim
por uma educadora que estava assistindo a uma palestra dele. Com base no que ouvia, ela foi escrevendo o
poema utilizando frases e ideias de Freire. No final da palestra, aproximou-se dele e lhe entregou o papel, sem
se identificar. Freire nunca publicou esse poema em nenhum de seus livros, embora suas ideias sobre a escola
tenham sido captadas pela autora e traduzidas no poema. Informações disponíveis no site do Instituto Paulo
Freire (www.paulofreire.org).
116
que não pode ser considerada melhor ou pior, cabendo ao profissional da educação
estabelecer um elo entre o saber formal e a experiência vivida.
Na reflexão pedagógica sobre essa modalidade educativa, tem especial relevância a
consideração de suas dimensões social, ética e política. O ideário da Educação Popular,
referência importante na área, destaca o valor educativo do diálogo e da participação, bem
como a consideração do educando como sujeito portador de saberes que devem ser
reconhecidos. Educadores de jovens e adultos identificados com esses princípios têm
procurado, nos últimos anos, reformular suas práticas pedagógicas, atualizando-as ante as
novas exigências culturais e as novas contribuições das teorias educacionais.
Assim, uma proposta curricular deve ser um subsídio para educadores desenvolverem
planos de ensino adequados aos seus contextos. A Educação de Jovens e Adultos caracteriza-
se não só pela diversidade do público, mas também pela variedade de programas pedagógicos
que contemplam a modalidade na sua especificidade e diversidade cultural.
Percebemos a necessidade de refletirmos sobre as práticas pedagógicas, avaliativas e
curriculares, a fim de que acompanhemos nossos estudantes em seus progressos e
dificuldades, fornecendo indicadores para o aprimoramento do trabalho pedagógico, na
perspectiva da inclusão e da emancipação. Na Educação de Jovens e Adultos, tal discussão
assume relevância, pois sabemos que boa parte dos sujeitos com escolaridade interrompida,
quando crianças ou adolescentes, foram alvo de avaliações autoritárias e excludentes. Na
perspectiva da transformação social que desejamos, entendemos que as diversas práticas
desenvolvidas no cotidiano da escola devem valorizar as diferenças culturais e estimular os
estudantes a pensar de forma crítica e consciente, dentro do seu contexto social.
Oliveira (2003) valoriza essa abordagem ao nos convocar a uma reflexão global acerca
da natureza do ensino nessa modalidade:
possui. Ações pedagógicas como Cine EJA, Coral da EJA, Feira de Ciências, atividades
culturais, cursos profissionalizantes, palestras, debates, recitais de poesias, entre outros, fazem
parte de currículos que integram múltiplas práticas e que não se reduzem unicamente a uma
prática pedagógica tradicional de ensino. A construção do currículo supera, dessa forma, as
questões de ordem política, de supervisão ou de criação intelectual, transformando-se, então,
em ações verdadeiramente pedagógicas.
Há uma trajetória teórica e prática construída nos diferentes cotidianos da escola, que
apontam caminhos para a construção de um currículo que atenda a uma perspectiva crítica,
humanista e, assim, contribua para uma formação social e cidadã, atrelada ao mundo do
trabalho e às questões de ordem ambiental.
As metodologias apresentadas em nossas discussões apontam princípios de Freire na
investigação dos temas geradores e das propostas de trabalho, pois entendemos que eles
devem ser significativos, uma vez que valorizam as trajetórias socialmente construídas de
nossos estudantes. Nesse caminho, os conhecimentos prévios e as experiências vividas
socialmente pelos estudantes devem ser considerados, assim como as possibilidades de
desenvolvimento da linguagem, com a garantia de situações dialógicas e comunicativas no
cotidiano escolar. Dessa forma,
Além da experiência, outra categoria também nos é muito cara, quando pensamos
numa proposta curricular para a EJA: o conceito de trabalho. Ao refletirem sobre as
contribuições do campo “trabalho e educação” para a afirmação da EJA como direito, Fischer
e Godinho (2014, p. 6) defendem que
1º CICLO
Áreas de Conhecimento
Linguagens Ciências Humanas Ciências Naturais
Temas de Trabalho/Projetos (Língua Portuguesa, Arte, (História e Geografia) (Ciências) Matemática
Educação Física)
● Identidade do sujeito da EJA. ● Desenvolver a oralidade em diferentes ● Desenvolver a capacidade ● Construir argumentos
● Reconhecer os
● Pluralidade cultural. momentos, adequando a língua e a crítica frente às com base em dados,
significados dos
● Diversidade de gênero, linguagem em diferentes situações do diversidades do dia a dia. evidências e informações.
números e a escrita
étnico-racial, social e cotidiano. ● Reconhecer direitos e ● Compreender a produção
numérica, a partir de
religiosa. ● Reconhecer o sistema de escrita como deveres de cada cidadão. de conhecimento como
situações cotidianas.
● Cultura e trabalho. representação dos sons da fala. ● Reconhecer-se como atividade humana.
● Perceber que a
● Diversidade e trabalho. ● Interessar-se por ouvir e manifestar sujeito ativo no processo ● Identificar e vivenciar os
Matemática se constrói
● Emprego e trabalho. sentimentos, experiências, ideias e de construção de seu cuidados necessários para
historicamente, por
● Globalização e trabalho. opiniões de forma coerente e crítica. conhecimento. a saúde mental e física,
meio de tentativas e
● Meio ambiente e trabalho. ● Respeitar a colocação de outras ● Valorizar a convivência individual e coletiva.
erros, com
● Juventude e trabalho. pessoas, tanto no que se refere às em grupo, respeitando as ● Identificar diferentes
contribuições de
● Mulher e trabalho. ideias quanto ao modo de falar. diferentes atitudes e formas de contágio e
culturas e povos plurais,
● Renda familiar/trabalho. ● Ampliar as possibilidades de opiniões. prevenção de algumas
valorizando a
● Segurança e saúde na comunicação oral, escrita e artística. ● Perceber a importância da doenças.
diversidade e
sociedade e no trabalho. ● Escutar, com atenção e compreensão, preservação e manutenção ● Perceber a importância da
desafiando
● Tecnologia e as relações instruções orais, acordos e dos espaços coletivos e/ou vacinação durante a
preconceitos.
sociais. combinados que organizam a públicos. infância e a vida adulta.
● Descrever a
● Direitos humanos. convivência na sala de aula. ● Compreender e relatar ● Perceber a importância
localização de pessoas
● Alimentação saudável. ● Recuperar assuntos e informações fatos e acontecimentos, do consumo consciente e
e objetos no espaço em
● Tempo livre e trabalho. pontuais em situações de escuta respeitando sua o valor das ações ligadas à
relação à sua própria
● Responsabilidade ambiental e formal de textos. sequência temporal. preservação ambiental.
posição e segundo um
social: sustentabilidade, ● Relatar, relacionar e escrever ● Utilizar conhecimentos ● Reconhecer que a
dado ponto de
mudanças ambientais, experiências pessoais de seu cotidiano, geográficos para produção e a
referência.
reciclagem, alimentação em sequência cronológica e com nível entender a interação eliminação do lixo
saudável e economia doméstica. ● Construir sequências de
de informatividade adequado. sociedade/natureza. residencial e coletivo
● Economia solidária. números naturais em
● Reconhecer a finalidade e o uso ● Desenvolver o são fatores
● Contexto natural, social e ordem crescente ou
social de diferentes gêneros textuais. pensamento espacial, importantes para a
cultural − etnomatemática e decrescente a partir de
● Conhecer e utilizar as tecnologias da fazendo uso das vida da comunidade.
etnociência. um número qualquer,
123
● Relacionar as experiências de leitura e escrita vividas no cotidiano com o uso da língua em situações comunicativas formais.
● Compreender e utilizar o sistema de escrita em variadas situações.
● Desenvolver as competências textuais, a expressão oral, a criatividade e a articulação de raciocínios lógicos.
● Utilizar-se de diversos suportes de leitura, com vistas à ampliação da compreensão do mundo.
● Desenvolver competência comunicativa e discursiva, com capacidade de utilizar a língua de modo variado e adequado ao contexto
e às diferentes situações sociais.
● Receber aportes motores para estruturação da inteligência cognitiva.
● Compreender a arte, em suas diversas manifestações culturais, como fator de construção de conhecimento e de interação do homem
com o mundo.
● Produzir textos, considerando aspectos como organização, gênero, marcas textuais, imagens, referências, condições de produção,
usos e funções.
● Conhecer, refletir e analisar cada linguagem artística no seu contexto histórico e sociocultural.
● Relacionar as diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas, no decorrer da história da humanidade.
● Expressar-se, comunicar-se em arte, mantendo uma atitude de busca pessoal ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a
Linguagens emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas.
(Língua Portuguesa) ● Conhecer materiais, instrumentos e procedimentos variados em linguagens de artes, para utilizá-los nos trabalhos pessoais e
identificá-los culturalmente.
● Construir uma relação de apreciação e autoconfiança com sua produção artística e os conhecimentos estéticos, respeitando a própria
produção e a dos colegas no percurso da criação.
● Organizar portfólio pessoal segundo as normas da ABNT, objetivando uma organização sistemática e a apreciação pelas próprias
produções.
● Compreender as relações entre a arte e a realidade, refletindo, investigando, indagando, com interesse e curiosidade, exercitando a
discussão, a sensibilidade, argumentando e apreciando arte de modo sensível.
● Reconhecer as culturas indígenas e africanas como algumas das matrizes legítimas da cultura brasileira.
● Valorizar a própria identidade étnica, fortalecendo a autoestima e promovendo o protagonismo.
● Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas
categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).
● Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística das culturas africana e indígena e suas influências ancestrais e
contemporâneas no Brasil.
● Conhecer e interagir com obras artísticas originais em instituições culturais.
128
● Reconhecer a si mesmo como sujeito e como parte integrante dos lugares de vivências e dos diversos grupos sociais aos quais
pertence.
● Produzir o conhecimento como atividade humana que se processa histórica, social, econômica, política e culturalmente.
● Reconhecer e interagir com a diversidade de espaços e culturas como formação do povo brasileiro.
Ciências Humanas ● Entender como as relações entre pessoas, grupos sociais e o ambiente constituem os lugares de vivências.
(História e Geografia)
● Reconhecer diversidades, acolhendo diferenças e semelhanças entre pessoas e grupos socioculturais, nos seus lugares de vivência.
● Perceber e discutir problemas sociais, ambientais, culturais e políticos dos lugares de vivência, desenvolvendo noções de
corresponsabilidade em relação a eles.
● Reconhecer e respeitar as diferenças culturais do povo brasileiro, identificando as heranças africana e indígena.
129
● Entender os processos de produção e consumo, desenvolvendo atitudes cuidadosas com o ambiente e com a própria saúde.
● Utilizar redes de comunicação e informação na mobilização de pessoas de seu grupo próximo em ações voltadas ao tema da
sustentabilidade socioambiental.
● Estabelecer nexos entre fatos históricos e transformações na comunidade em que vive, percebendo relações de causalidade.
● Construir o conceito de cultura e desenvolvimento humano, valorizando sua história de vida e sua identidade.
● Identificar e compreender a dinâmica da natureza em diferentes ecossistemas, a partir das próprias vivências e conhecimentos.
● Compreender a produção do conhecimento como atividade humana que se processa histórica, social, econômica, política e
Ciências Naturais culturalmente.
(Ciências) ● Incorporar saberes na vida do cidadão a fim de que esses saberes promovam a transformação da sua qualidade de vida e da
sociedade.
● Utilizar diferentes estratégias para quantificar, agrupar, desagrupar, comparar e comunicar quantidades de elementos de uma
coleção, nas brincadeiras e em situações diversas.
● Identificar a simbologia com a qual se representa a linguagem e o raciocínio matemático, relacionando-a com a experiência de vida
e de trabalho.
● Estabelecer relações lógicas na resolução de situações-problema do cotidiano, levantando, conferindo e avaliando hipóteses,
Matemática individual e coletivamente.
● Conhecer as tecnologias da informação e da comunicação na construção de valores, conhecimentos e práticas sociais, buscando,
sempre que possível, relacioná-los com o mundo do trabalho.
● Compreender a produção do conhecimento como atividade humana que se processa histórica, social, econômica, política e
culturalmente.
130
● Paisagens naturais.
● Produção, circulação e consumo consciente.
● Meios de transporte e de comunicação.
● Paisagem rural e urbana.
● Impactos das atividades humanas.
● Uso consciente dos recursos naturais.
● Sustentabilidade.
● Localização de pessoas e objetos: na frente, atrás, entre, ao lado, perto e longe, direita e esquerda, em cima e embaixo.
● Números e contagem no dia a dia.
● Contagem crescente e decrescente.
● Correspondência.
● Comparação de quantidades.
● Dezena e meia dezena.
● Ordenação: antes de/depois de.
● Ordenação: crescente/decrescente.
● Medida de tempo: hora exata/meia hora; manhã, tarde e noite; dias da semana e meses do ano.
● Medida de massa.
● Medida de comprimento.
● Sistema monetário.
● Composição e decomposição dos números naturais (centenas, dezenas e unidades).
● Ordenação: crescente/decrescente.
● Ordenação: antecessor/sucessor.
Matemática ● Adição: ideia de juntar e acrescentar.
● Subtração: ideia de separar e retirar.
● Figuras geométricas espaciais: bloco retangular, esfera, cilindro, cone.
● Figuras geométricas planas: círculo, triângulo, quadrado, retângulo.
● Resolução de problemas de adição e subtração.
● Tabela simples, tabela de dupla entrada, gráfico de coluna simples.
● Representações numéricas nas civilizações − números e quantidades; estratégias de contagem e sistemas de numeração; números
naturais e a aritmética; número zero; números e formas. Fundamento das operações numéricas: o concreto e as técnicas de operação;
propriedades das operações aplicadas em situações simples. Figuras planas e suas propriedades básicas. Espaços, forma, dimensões
e técnicas de medidas. Ponto, reta e plano − localização na reta e no plano – sistema cartesiano. Grandezas, medidas e a importância
e o significado das unidades de medida.
● Representação de números e quantidades.
● Sistema de numeração decimal.
● Operações matemáticas.
● Grandezas e medidas.
134
2º CICLO
Áreas de Conhecimento
Temas de Trabalho/Projetos Linguagens Ciências Humanas Ciências Naturais
(Língua Portuguesa, Arte, Educação (História e Geografia) (Ciências) Matemática
Física)
● dentidade do sujeito da EJA. ● Desenvolver a expressão oral em ● Compreender, refletir e ● Associar os movimentos ● Representar os números,
● Pluralidade cultural e diferentes momentos, adequando discutir questões cíclicos da Lua e da utilizando os símbolos
especificidades regionais. língua e linguagem às diversas relacionadas à autonomia e Terra a períodos de correspondentes, sempre
● Qualidade de vida situações de comunicação. à identidade, na perspectiva tempo regulares e ao uso relacionando-os às
(consumo, trabalho, ● Fazer uso da linguagem escrita de das diferenças e das desse conhecimento respectivas quantidades e
segurança, saúde, lazer). forma clara, crítica e criativa. contribuições culturais, para a construção de à sua escrita por extenso.
● Inclusão, acessibilidade e ● Realizar leituras compreendendo e étnicas, religiosas, calendários em ● Compreender e
diversidade (de gênero, interpretando textos diversos. econômicas, sociais, de diferentes culturas. utilizar-se corretamente
étnico-racial, geracional, ● Identificar pontos diferenciais entre gênero, de orientação ● Construir propostas da sequência numérica
social, religiosa). linguagem oral e escrita. sexual, bem como seus coletivas para um em diferentes
● Contexto natural, social e ● Compreender e utilizar as múltiplas desdobramentos históricos. consumo mais contextos.
cultural − etnomatemática e linguagens, articulando-as com as ● Identificar os mecanismos consciente e criar ● Estabelecer as relações
etnociência. experiências e com os diversos de organização do poder soluções tecnológicas dos números e unidades
● Cultura e trabalho. campos do conhecimento. político com vistas à para o descarte de medida com as
● Globalização e trabalho. ● Desenvolver a capacidade crítica compreensão da ideia de adequado e a realidades que requerem
● Juventude e trabalho. frente às adversidades diárias, para Estado e/ou de outras reutilização ou interpretação
● Meio ambiente e trabalho. expressar-se em relação aos direitos e formas de ordenação reciclagem de materiais matemática.
● Mulher e trabalho. deveres dos sujeitos sociais. social. consumidos na escola ● Estabelecer relações
● Empregabilidade, trabalho e ● Identificar o conflito gerador do ● Identificar formas de e/ou na vida cotidiana. lógicas nas resoluções
campo. enredo e os elementos que marcação da passagem do ● Reconhecer os sistemas de situações-problema
● Tecnologia e as relações constroem a narrativa. tempo em distintas digestório e respiratório simples e complexas do
sociais. ● Identificar o locutor e o interlocutor a sociedades, incluindo os como corresponsáveis cotidiano, levantando,
● Direitos humanos. partir das marcas linguísticas. povos indígenas pelo processo de nutrição conferindo e validando
● Brasil e mundo: dinâmicas ● Recorrer ao dicionário para esclarecer originários e os povos do organismo, com base hipóteses mentalmente
sociais. dúvidas sobre a escrita de palavras, africanos. na identificação das e por escrito.
● Culturas afro-brasileira, especialmente no caso de palavras ● Comparar pontos de vista funções desses sistemas. ● Aplicar habilidades de
indígena e quilombola. com relações irregulares sobre temas que impactam ● Discutir a ocorrência de cálculo mental e escrito
● Lei n.o 10.639. fonema-grafema. a vida cotidiana no tempo distúrbios nutricionais para resolver problemas
● Patrimônio cultural. ● Reconhecer o caráter polissêmico das presente, por meio do (como obesidade, do cotidiano.
● Processo de criação. palavras (uma mesma palavra com acesso a diferentes fontes, subnutrição etc.) entre ● Realizar e registrar
● Meio ambiente e diferentes significados, de acordo incluindo orais. crianças e jovens a cálculos simples
sustentabilidade. com o contexto de uso), comparando ● Identificar as motivações partir da análise de seus envolvendo diferentes
● Ser humano e saúde: o significado de determinados termos dos processos migratórios hábitos (tipos e conceitos de adição,
sexualidade. utilizados nas áreas científicas com em diferentes tempos e quantidade de alimento subtração, multiplicação
136
esses mesmos termos utilizados na espaços e avaliar o papel ingerido, prática de e divisão.
linguagem usual. desempenhado pela atividade física etc.). ● Conhecer o contexto
● Identificar a função dos pontos e migração nas regiões de ● Apropriar-se de atitudes histórico de criação de
aplicar adequadamente na leitura destino. de manutenção e números e sistemas de
oral e na escrita. ● Reconhecer a história preservação de espaços numeração,
● Empregar convenções ortográficas como resultado da ação do coletivos e públicos. compreendendo a
em palavras de uso frequente. ser humano no tempo e no ● Conhecer e utilizar as lógica de sua
● Identificar em textos diversos os espaço, com base na tecnologias da utilização.
determinantes dos substantivos e identificação de mudanças informação e da ● Reconhecer diferentes
suas propriedades. e permanências ao longo comunicação na expressões da
● Distinguir, pelo contexto de uso, a do tempo. construção de valores, linguagem matemática
flexão dos substantivos e adjetivos ● Identificar as conhecimentos e práticas visando à interpretação
(gênero e número). transformações ocorridas sociais, relacionando-as de textos informativos.
● Distinguir, pelo contexto de uso, nos processos de ao mundo do trabalho. ● Perceber a linguagem
a flexão de grau dos adjetivos. deslocamento das pessoas ● Identificar fatos e matemática e o
● Diferenciar os artigos definidos dos e mercadorias, analisando características da conhecimento científico
indefinidos, escolhendo o mais as formas de adaptação ou natureza em diferentes existentes nas ações
adequado à construção de sentido de marginalização. As rotas ecossistemas. diárias e nas relações
um determinado texto. terrestres, fluviais e ● Apropriar-se de atitudes sociais.
● Identificar e diferenciar, em textos, marítimas e seus impactos de respeito e ● Resolver e elaborar
substantivos e verbos e suas funções para a formação de cidades preservação do mundo problemas de adição,
na frase: sujeito e predicado. e as transformações do natural. subtração, com os
● Identificar em textos adjetivos e sua meio natural. ● Compreender a significados de juntar,
função de atribuição de propriedades ● Identificar e descrever a produção do acrescentar, separar,
aos substantivos. importância dos caminhos conhecimento como retirar, compara e
● Identificar a expressão de presente, terrestres, fluviais e atividade humana completar quantidades,
passado e futuro em tempos verbais marítimos para a dinâmica construída ao longo do utilizando diferentes
do modo indicativo. da vida comercial. tempo histórico. estratégias de cálculo
● Identificar em textos e usar na ● Compreender o papel da ● Desmistificar tabus exato ou aproximado,
produção textual a concordância tecnologia, tanto para a na sexualidade incluindo cálculo
entre substantivo ou pronome integração das pessoas, para que se adotem mental.
pessoal e verbo (concordância quanto para a produção comportamentos ● Estimar, medir e
verbal). de exclusão social e preventivos, comparar
● Compreender e utilizar as múltiplas cultural. identificando as diversas comprimentos, tempo e
linguagens, articulando-as com os ● Identificar as maneiras de contágio das capacidade, utilizando
diversos campos do conhecimento. transformações ocorridas doenças sexualmente unidades de medida
● Utilizar diversos suportes de leitura e nos meios de comunicação transmissíveis. padronizadas mais
de escrita, com vistas à interação e (cultura oral, imprensa, ● Identificar e vivenciar os usuais, reconhecendo-as
ampliação da compreensão do rádio, televisão, cinema, cuidados necessários em leitura de rótulos,
mundo. internet e demais para a saúde como forma embalagens etc.
137
● Entender as diversas linguagens como tecnologias digitais de de prevenção às doenças ● Resolver problemas
fatores de expressão, interação, informação e sexualmente cujos dados estão
construção de valores ou elaboração comunicação) e discutir transmissíveis. apresentados em
de marcas identitárias. seus significados para os ● Compreender a tabelas de dupla
● Entender as diversas linguagens e diferentes grupos ou sexualidade e sua entrada, gráficos de
valorizar a expressão artística como estratos sociais. importância na vida das barras ou de colunas.
atitude afirmativa e/ou questionadora ● Identificar formas de pessoas. ● Resolver e elaborar
das ideologias, dos valores intervenção na realidade, ● Reconhecer a problemas que
estabelecidos e das verdades problemas e possíveis importância da saúde na envolvam a
históricas, culturais e sociais. soluções, conhecendo coletividade e os riscos comparação e a
● Oportunizar a expressão individual e formas e organizações que do consumo de drogas. equivalência de valores
coletiva, por meio das diversas possibilitem modos de ● Perceber a importância monetários do sistema
linguagens artísticas, como atuação, visando a tornar a da imunização pelas brasileiro em situações
possibilidade de valorização da sociedade mais justa, campanhas nacionais, de compra, venda e
subjetividade e de encontro com o igualitária e fraterna. estaduais e municipais troca.
outro. ● Descrever processos de vacinação.
● Conceituar arte (arte figurativa e arte migratórios e suas ● Compreender aspectos
abstrata). contribuições para a biológicos, afetivos e
● Contextualizar e refletir sobre as formação da sociedade culturais presentes na
funções da arte. brasileira. diversidade de gênero
● Contextualizar (localizar no tempo e ● Identificar as instâncias do nas escolas.
no espaço), conceituar e entender a poder público e os canais ● Despertar a curiosidade
arte como um olhar inaugural sobre de participação social. e o espírito investigativo
o cotidiano. ● Reconhecer ao observar o
● Perceber a arte como caminho para especificidades e analisar a desenvolvimento das
uma experiência de interação interdependência do campo plantas, as relações com
originária consigo mesmo e com o e da cidade, considerando os animais e a
outro. fluxos econômicos, de importância da água no
● Desenvolver a capacidade crítica informações, de ideias e de desenvolvimento do
frente às adversidades diárias, para pessoas. homem.
expressar-se em relação aos direitos e ● Selecionar, em seus lugares ● Reconhecer que a
deveres dos sujeitos sociais. de vivência e em suas qualidade de vida está
● Conhecer e interpretar os histórias familiares e/ou da ligada às condições de
símbolos/ícones que ordenam e comunidade, elementos de higiene e saneamento e à
organizam a multiplicidade dos distintas culturas qualidade do ar, da água
espaços cotidianos. (indígenas, afro-brasileiras, e do espaço.
● Reconhecer nas práticas corporais de outras regiões do país, ● Valorizar a qualidade do
aspectos relacionados ao latino-americanas, ambiente, adotando uma
desenvolvimento da saúde e europeias, asiáticas etc.), postura crítica da própria
qualidade de vida que envolvem valorizando o que é próprio realidade.
138
● Explorar a criação de tintas a partir de elementos da natureza e fazer uso de suportes grandes, além de pesquisar riscadores e
suportes.
● Explorar diversos elementos visuais associados aos conceitos de sustentabilidade considerando o ambiente natural e construído.
● Participar, individualmente e em grupos, das atividades propostas, desenvolvendo esquemas motores pessoais para solucionar
problemas que envolvam raciocínio, reflexo, coordenação motora, agilidade, lateralidade, flexibilidade, estabelecendo metas
pessoais para o autoconhecimento de suas possibilidades de movimento.
● Entender práticas corporais como formas expressivas de sentidos, de emoções e de linguagem humana, conhecendo e vivenciando
diversas experiências motoras construídas ao longo de processos histórico-sociais.
● Identificar o acesso ao lazer e ao exercício físico como direito da cidadã e do cidadão brasileiros.
● Combater o preconceito por meio da vivência e reflexão sobre culturas dos povos indígenas e afro-brasileiros.
● Reconhecer a prática de exercício físico como possibilidade de promoção da qualidade de vida.
● Vivenciar e conhecer diferentes jogos, ginásticas, esportes, danças, lutas e outras práticas corporais emergentes da cultura brasileira
e da cultura mundial.
● Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida
e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva.
● Questionar a realidade, formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a
criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
● Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,
contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente e desenvolvendo continuamente o conceito de sustentabilidade.
● Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de
mediar conflitos e tomar decisões coletivas.
● Reconhecer e valorizar seus próprios saberes e adquirir novos conhecimentos relacionados às ciências naturais.
Ciências Naturais
● Conhecer as tecnologias da informação e da comunicação na construção de valores, conhecimentos e práticas sociais, buscando,
(Ciências)
sempre que possível, relacioná-los com o mundo do trabalho e com o cotidiano.
● Identificar e compreender a dinâmica da natureza em diferentes ecossistemas a partir das próprias vivências e conhecimentos.
● Compreender o processo de conhecimento como atividade humana construída histórica, social, econômica, política e
culturalmente, relacionando-a com a vida prática e com o mundo do trabalho.
● Conhecer e utilizar conceitos, ideias e métodos das diferentes áreas das ciências como ferramentas para aprofundar a compreensão
da realidade.
● Investigar, experimentar, comprovar e compreender conceitos dos fenômenos naturais.
● Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante dela e agente de transformações do
● ambiente em que vive.
● Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter
de jogo intelectual, característico da matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e
o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.
● Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior
número possível de relações entre eles, utilizando para isso o conhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico,
algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e produzir informações relevantes a fim de interpretá-las
e avaliá-las criticamente.
● Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como
Matemática dedução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos
tecnológicos disponíveis.
● Identificar a simbologia com a qual se representa a linguagem e o raciocínio matemático, relacionando-a com a experiência de
vida e de trabalho.
● Conhecer as tecnologias da informação e da comunicação na construção de valores, conhecimentos e práticas sociais, buscando,
sempre que possível, relacioná-los com o mundo do trabalho e com o cotidiano.
● Compreender a produção do conhecimento como atividade humana que se processa histórica, social, econômica, política e
culturalmente.
● Dominar conceitos e procedimentos matemáticos necessários à vida pessoal, social e profissional.
143
conexões entre elas, sabendo utilizar tais áreas nos trabalhos pessoais e coletivos.
● Construir uma relação de cooperação, respeito, diálogo e valorização das diversas escolhas e possibilidades de interpretação e
criação em relação aos colegas. Apreciar aspectos culturais, estabelecendo sua relação com as outras modalidades artísticas e as
demais áreas do conhecimento. Definir o conceito de arte e belo. Identificar cores quentes, frias, primárias e secundárias. Utilizar
técnicas de pintura em sua produção pessoal. Apreciar músicas e seu contexto histórico. Apreciar as festas culturais.
● História da Arte: arte do afro-brasileiro, quilombolas, indígenas. Danças rituais, artefatos cerimoniais, pintura corporal, cestaria,
música, cerâmicas e objetos de uso diário. Arte dos viajantes. Família Real no Brasil.
● Morfologia (estudo das formas geométricas): ponto, linha, plano e ângulos. Formas.
● Geometria criativa: letras e números − orientações da ABNT. Expressividade artística das linhas. O quadrado, o círculo, o
triângulo e o retângulo. Desenho de observação, temático.
● Estudo da cor: cores quentes e frias.
● Índice de massa corporal, pressão arterial, sedentarismo, alimentação, atividade e saúde e ginásticas.
● Danças populares, danças folclóricas, danças de salão, danças contemporâneas e atividades circenses, dança circular e
atividades de expressão corporal.
● Padrão estético, transtorno de imagem corporal e representação étnico-corporal.
● Esporte de invasão, esportes de marca, esporte de rede divisória e parede de rebote, esporte de combate, esporte de precisão,
esporte técnico-combinatório e esporte de campo e taco.
● Jogos de matriz indígena e africana, jogos e brincadeiras populares, jogos de tabuleiro, jogos de conexão e jogos cooperativos.
● Lazer como direito, políticas públicas voltadas para o lazer e redistribuição do tempo de lazer e trabalho.
● Meio ambiente e seus elementos: ar, água, fogo e solo; matéria prima; fenômenos naturais: dia e noite, fases da lua, estações do
ano, condições do tempo, catástrofes, enchentes, deslizamentos; preservação ambiental.
● Ambiente em que vivemos.
● O corpo humano.
● Saúde, higiene e alimentação.
Ciências Naturais ● Seres vivos: plantas e animais (fauna e flora).
(Ciências) ● Universo, planeta Terra, Sistema Solar.
● Como funciona a natureza: o ecossistema.
● Conscientização da preservação e cuidado com a natureza: sustentabilidade/7Rs (repensar, recusar, reduzir, reparar, reutilizar,
reciclar, reintegrar).
● Tipos de energia.
● Ser humano e saúde: sexualidade.
● Saneamento básico.
3º CICLO
Áreas de Conhecimento
Linguagens
Temas de Trabalho/Projetos (Língua Portuguesa, Arte, Ciências Humanas Ciências Naturais Matemática
Educação Física e Língua (História e Geografia) (Ciências)
Estrangeira)
● Identidade do sujeito da ● Reconhecer a língua e utilizá-la ● Compreender a atividade ● Perceber os ● Conhecer o contexto
EJA. como instrumento de interação humana como criadora e conhecimentos científicos histórico de criação dos
● Relações interpessoais. social e fator de construção de transformadora do espaço existentes nas ações números e do sistema de
● Variação linguística. identidade. nas diferentes épocas e diárias e nas relações numeração,
● Pluralidade cultural. ● Reconhecer, distinguir e regiões. sociais. compreendendo a lógica
● Qualidade de vida, empregar as linguagens das ● Conhecer a história das ● Reconhecer-se como ser de sua utilização.
consumo e trabalho. diversas áreas do conhecimento sociedades e a integrante da natureza e ● Reconhecer a relação das
● Segurança e saúde na para dinamização de suas importância de suas de suas interações macro propriedades numéricas
sociedade e no trabalho. práticas sociais e fortalecimento organizações para o e microscópicas. com situações concretas e
● Responsabilidade ambiental da subjetividade. mundo atual em suas ● Reconhecer as principais naturais.
e social. ● Perceber mecanismos de relações doenças que afetam o ser ● Estabelecer as relações
● Dinâmica das sociedades. construção de sentido, próprios passado-presente. humano, seus meios de dos números e unidades
● Diversidade de gênero, das linguagens verbal e não ● Perceber os conflitos e contaminação, os grupos de medida com as
étnico-racial, geracional, verbal, sendo capaz de as contradições de seres vivos causadores realidades que requerem
social, religiosa. interpretá-los nas diferentes existentes nas ações (parasitas), assim como as interpretação matemática.
● Contexto natural, social e áreas do conhecimento. históricas e sua medidas profiláticas ● Estabelecer relações
cultural – etnomatemática ● Aprender os mecanismos influência nas associadas. lógicas na resolução de
e etnociência. gramaticais envolvidos na situações-problema do
estruturas
● Relações campo-cidade. produção de sentido do texto
socioeconômicas e
políticas.
147
● Relações de trabalho: verbal (ideias principais e ● Conhecer a história das ● Relacionar doenças e cotidiano, levantando,
cultura, diversidade, secundárias), estruturas políticas, epidemias em diferentes conferindo e validando
globalização, juventude, independentemente do gênero socioeconômicas, do tempos e espaços. hipóteses.
meio ambiente e mulher. textual. desenvolvimento ● Discutir os efeitos e as ● Reconhecer e nomear
● Tecnologias, mídias sociais ● Perceber as relações científico e cultural, sendo causas da poluição da diferentes formas
e sua utilização. significativas entre o texto verbal capaz de destacar água, do ar e do solo, bem geométricas no espaço
● Alimentação saudável. e o contexto discursivo. sistemas, revoluções e como as formas de que o cerca, identificando
● Sexualidade e ● Entender leitura e escrita como reformas. reversão desses possibilidades de sua
prevenção/atenção em fatores culturais ligados às ● Reconhecer as diferentes problemas. utilização.
saúde. realidades sociais, políticas, de formas de trabalho: servil, ● Conhecer as propriedades ● Compreender o
● Direitos humanos. gênero, geracionais, étnicas, escravizado, livre. específicas e gerais da pensamento algébrico
● Construção e exercício religiosas etc. ● Refletir criticamente a matéria e suas como forma de
da cidadania: relações ● Desenvolver competência na respeito das relações de transformações. desenvolvimento do
sociopolíticas. elaboração do texto escrito, consumo e suas ● Conhecer as principais raciocínio matemático e
● Saúde mental e seus exercitando os aspectos da consequências para a medidas que do método científico.
desdobramentos coesão e da coerência, bem biodiversidade. compreendem o ● Compreender os
(depressão, bipolaridade, como os outros mecanismos ● Problematizar a dinâmica saneamento básico. mecanismos de
síndrome do pânico, linguísticos envolvidos. populacional frente às ● Relacionar as interpretação matemática
suicídio, ansiedade). ● Entender as diversas linguagens condições políticas, características dos seres utilizados em diferentes
● Consumo de drogas lícitas como fatores de expressão, socioeconômicas e vivos e classificar as culturas, percebendo sua
e ilícitas e suas implicações interação, construção de valores humanitárias. principais categorias validade.
na sociedade. ou elaboração de marcas ● Reconhecer a importância taxonômicas. ● Reconhecer diferentes
● Bullying. identitárias. das diferentes culturas. ● Discutir a diversidade expressões da linguagem
● A criação artística: ● Entender as diversas linguagens e ● Identificar as biológica como forma de matemática visando à
valorização da capacidade, valorizar a expressão artística características geográficas compreender o processo interpretação de textos
autoconhecimento e como atitude afirmativa e/ou do planeta e suas evolutivo. informativos.
expressão. questionadora das ideologias, dos influências na organização ● Entender a fotossíntese ● Perceber a linguagem
● Saúde e qualidade de vida. valores estabelecidos e das das sociedades. como processo matemática e o
● Atividades rítmicas e verdades históricas, culturais e ● Compreender os direitos responsável pela conhecimento científico
expressivas. sociais. humanos como forma de introdução de matéria e existentes nas ações
● Corpo e mídia.
148
● Práticas esportivas. ● Oportunizar a expressão potencializar sua energia nas cadeias diárias e nas
● Jogos e brincadeiras. individual e coletiva, por meio cidadania. alimentares. relações sociais.
● Trabalho, lazer e sociedade. das diversas linguagens ● Praticar a cultura da paz ● Reconhecer a respiração
artísticas, como possibilidade de para o bem coletivo. celular como principal
valorização da subjetividade e de ● Incentivar práticas estratégia de obtenção de
encontro com o outro. sustentáveis. energia para os processos
● Conceituar arte (arte figurativa e vitais.
arte abstrata).
● Contextualizar e refletir
sobre as funções da arte.
● Contextualizar (localizar no
tempo e no espaço), conceituar
e entender a arte como um olhar
inaugural sobre o cotidiano.
● Perceber a arte como caminho
para uma experiência de
interação originária consigo
mesmo e com o outro.
● Desenvolver a capacidade crítica
frente às adversidades diárias,
para expressar-se em relação aos
direitos e deveres dos sujeitos
sociais.
● Conhecer e interpretar os
símbolos/ícones que ordenam e
organizam a multiplicidade dos
espaços cotidianos.
● Reconhecer nas práticas
corporais aspectos relacionados
149
ao desenvolvimento da saúde e
qualidade de vida, que envolvem
controle do peso, reconhecimento
de doenças crônicas não
transmissíveis, composição dos
alimentos, atividades aeróbicas,
anaeróbicas e de resistência.
● Identificar nas práticas corporais
as manifestações rítmicas das
diferentes regiões do Brasil e
suas diferentes formas de
representação.
● Discutir as diferentes relações
corporais e os padrões impostos
pela mídia, o que pode provocar
transtornos relacionados à
imagem corporal, como
anorexia, bulimia, vigorexia,
ortorexia.
● Respeitar as diferenças culturais
e corporais nas relações sociais
ligadas ao gênero, à etnia etc.
● Analisar e discutir as
transformações históricas dos
padrões de desempenho, saúde
e beleza, considerando a forma
como são apresentados nos
diferentes meios (científico,
midiático etc.), refletindo sobre
150
os significados conferidos ao
corpo pelo mundo do consumo.
● Compreender as diferentes
manifestações esportivas no
contexto social, histórico e
político e as diferentes formas de
ressignificação de sua prática na
sociedade.
● Identificar as transformações
históricas do fenômeno esportivo
e discutir alguns de seus
problemas (doping, corrupção,
violência etc.) e a forma como a
mídias os apresenta.
● Vivenciar jogos e brincadeiras
de forma lúdica e prazerosa,
compreendendo e valorizando
aspectos culturais e regionais.
● Valorizar atitudes e
comportamentos solidários
durante a prática de jogos e
brincadeiras.
● Refletir sobre regras de
convívio social por meio de
jogos e brincadeiras.
● Proporcionar ao aluno uma
melhor utilização de sua
capacidade funcional por meio de
exercícios de alongamento, de
prevenção de lesões ocupacionais
e dinâmicas de recreação.
151
● Capacitar o estudante a se apropriar dos conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento, correlacionando-os com os
conceitos específicos das ciências naturais.
Ciências Naturais ● Relacionar a produção de conhecimentos científicos e de tecnologia com as condições de vida do ser humano e os modos de
(Ciências) produção.
● Conhecer e interpretar a ação da humanidade sobre o mundo natural, tomando como referência a vida cotidiana e identificando
alternativas de sustentabilidade e de preservação.
● Problematizar o processo de produção do conhecimento como atividade humana, construída histórica, social, econômica,
política e culturalmente, relacionando-o com a vida prática e com o mundo do trabalho.
● Conhecer e utilizar conceitos, ideias e métodos das diferentes áreas do conhecimento como instrumentos para aprofundar a
compreensão da realidade e solucionar problemas e desafios do mundo do trabalho.
● Relacionar a produção de conhecimentos científicos e de tecnologia com as condições de vida do ser humano e os modos de
Matemática produção.
● Aprimorar-se na utilização autônoma de ferramentas das tecnologias da informação e da comunicação para a análise, a
interpretação, a elaboração e a socialização de valores, conhecimentos e prática sociais, buscando relacioná-las com a vida
cotidiana e o mundo do trabalho.
155
● Esporte de invasão, esportes de marca, esporte de rede divisória e parede de rebote, esporte de combate, esporte de precisão,
esporte técnico-combinatório e esporte de campo e taco.
● Jogos de matriz indígena e africana, jogos e brincadeiras populares, jogos de tabuleiro, jogos de conexão e jogos cooperativos.
● Lazer como direito, políticas públicas voltadas para o lazer e redistribuição do tempo de lazer e trabalho.
● Saudações usuais (cumprimentos, agradecimentos, despedidas).
● Vocabulário correspondente aos membros da família, gêneros, idade, tipos de habitação, cômodos, mobílias, objetos, cores,
animais domésticos, profissões relacionadas à escola, material, mobiliário e espaço escolar.
● Vocabulário correspondente ao município de Niterói e ao seu estado: localização, espaços culturais (museus, parques, cinemas),
eventos e datas comemorativas, características geográficas e socioeconômicas.
● Vocabulário correspondente a datas (dia, mês e ano) e referências climáticas (estações do ano, condições do tempo etc.).
● Substantivos, plural, pronomes pessoais e possessivos, preposições de lugar, artigos definidos e indefinidos, verbos, adjetivos.
● Números: sistemas de numeração, operações com números racionais, múltiplos e divisores, frações e porcentagem, elaboração e
resolução de problemas.
● Equações e inequações do 1o grau.
● Geometria plana: retas, ângulos, polígonos e suas aplicações no cotidiano; áreas do quadrado, retângulo e triângulo.
Matemática ● Utilização de instrumentos de medida (compasso, transferidor, calculadora e esquadro).
● Estatística e tratamento da informação.
● Álgebra: incógnita e variável, expressões, cálculo.
● Gráficos, pares ordenados e localização geográfica.
158
4º CICLO
Áreas de Conhecimento
Linguagens
Temas de Trabalho/Projetos (Língua Portuguesa, Arte, Ciências Humanas Ciências Naturais
Matemática
Educação Física e Língua (História e Geografia) (Ciências)
Estrangeira)
● Identidade do sujeito da ● Utilizar competentemente a ● Conhecer a história dos ● Compreender a reprodução ● Compreender a relação
EJA. língua portuguesa como processos, percebendo seus como característica entre os números e sua
● Relações interpessoais. instrumento de interação desdobramentos na principal para perpetuação aplicabilidade no
● Variação linguística. social, realizando a contemporaneidade. e evolução. desenvolvimento do
● Pluralidade cultural. adequação entre registro e ● Perceber os conflitos e as ● Discutir a respeito dos raciocínio matemático.
● Qualidade de vida, situação discursiva. contradições existentes nas órgãos reprodutores e ● Estender o conhecimento
consumo e trabalho. ● Empregar ações históricas e sua outros conceitos numérico ao conjunto dos
● Segurança e saúde na competentemente as influência nas estruturas relacionados à temática de números reais.
sociedade e no trabalho. diversas linguagens na
159
● Responsabilidade ambiental efetivação de suas práticas socioeconômicas e sexualidade, tais como ● Reconhecer a relação das
e social. sociais e fortalecimento da políticas. gravidez, parto e DSTs. propriedades numéricas
● Dinâmica das sociedades. subjetividade. ● Reconhecer as relações de ● Compreender o corpo com situações concretas e
● Diversidade de gênero, ● Dominar os mecanismos de poder existentes no humano como interação naturais.
étnico-racial, geracional, construção de sentido da contexto mundial no dos diferentes sistemas e ● Estabelecer relações lógicas
social, religiosa. linguagem verbal, passado e no presente. aparelhos que na resolução de situações-
● Contexto natural, social e interpretando-os ● Conhecer a história das desempenham as funções problema do cotidiano,
cultural − etnomatemática e independentemente da área estruturas políticas, de nutrição, digestão, levantando, conferindo e
etnociência. do conhecimento. socioeconômicas, do respiração, circulação e validando hipóteses.
● Relações campo-cidade. ● Interpretar textos verbais, desenvolvimento científico transporte, assim como a ● Compreender as
● Relações de trabalho: identificando ideia e cultural, sendo capaz de eliminação dos resíduos. propriedades das diferentes
cultura, diversidade, principal e ideias destacar sistemas, ● Entender os sistemas formas geométricas do
globalização, juventude, secundárias, reconhecendo revoluções e reformas. nervoso e endócrino espaço que o cerca.
meio ambiente e mulher. seus mecanismos ● Compreender as principais como responsáveis por ● Compreender as
● Tecnologias, mídias sociais gramaticais de produção de características dos sistemas essa integração propriedades algébricas
e sua utilização. sentido e progressão socialista e capitalista e coordenada. fundamentais ao
● Alimentação saudável. temática. seus desdobramentos. ● Compreender os conceitos desenvolvimento do
● Sexualidade e ● Reconhecer a leitura e a ● Conhecer as guerras, básicos de força, raciocínio matemático e do
prevenção/atenção em produção textual como conflitos e revoluções, movimento e formas de método científico.
saúde. práticas culturais de reconhecendo suas energia e suas ● Relacionar o conhecimento
● Direitos humanos. significação dinâmica repercussões nos interconversões. aritmético, algébrico e
● Construção e exercício ligadas às condições continentes. ● Compreender a evolução geométrico na resolução de
da cidadania: relações envolvidas no discurso e na ● Compreender as questões dos modelos atômicos, problemas e interpretação
sociopolíticas. diversidade social, política, relativas à democracia, à adversidade dos elementos de fatos naturais.
● Saúde mental e seus de gênero, geracional, igualdade e à diversidade químicos e a necessidade ● Compreender os
desdobramentos étnica, religiosa etc. no contexto atual. de sua classificação. mecanismos de
(depressão, bipolaridade, ● Realizar o percurso de ● Promover o pensamento ● Identificar e nomear os interpretação matemática
síndrome do pânico, produção de sentidos do crítico acerca do principais elementos utilizados em diferentes
suicídio, ansiedade). texto verbal, autoritarismo e do químicos e sua organização culturas, percebendo sua
totalitarismo na História. na tabela periódica, assim validade.
como as formações de
160
● Consumo de drogas lícitas independentemente de seu ● Ser capaz de interpretar a compostos por meio ● Reconhecer e interpretar
e ilícitas e suas implicações gênero textual. nova ordem mundial, das ligações químicas. diferentes expressões da
na sociedade. ● Entender as diversas analisada também como ● Classificar os tipos de linguagem matemática,
● Bullying. linguagens como fatores de produto histórico, bem misturas e seus processos sendo capaz de efetuar
● A criação artística: expressão, interação, como os desafios dela de separação. leitura crítica de textos
valorização da capacidade, construção de valores ou decorrentes. informativos.
autoconhecimento e elaboração de marcas ● Refletir criticamente a ● Aplicar a linguagem
expressão. identitárias, bem como os respeito das relações de matemática e o
● Saúde e qualidade de vida. mecanismos linguísticos consumo e suas conhecimento científico nas
● Atividades rítmicas e envolvidos. consequências para a ações diárias e nas relações
expressivas. ● Conceituar arte (arte biodiversidade. sociais.
● Corpo e mídia. figurativa e arte abstrata). ● Problematizar a dinâmica ● Relacionar e aplicar os
● Práticas esportivas. ● Contextualizar e refletir populacional frente às conhecimentos
● Jogos e brincadeiras. sobre as funções da arte. condições políticas, matemáticos e científicos
● Trabalho, lazer e sociedade. ● Contextualizar e socioeconômicas e no mundo do trabalho.
localizar arte no tempo e humanitárias.
no espaço. ● Reconhecer a importância
● Conceituar e entender a arte das diferentes culturas.
com um olhar inaugural ● Identificar as características
sobre o cotidiano. geográficas do planeta e
● Perceber a arte como suas influências na
caminho para uma organização das sociedades.
experiência de interação ● Compreender os direitos
originária consigo mesmo e humanos como forma de
com o outro. potencializar sua cidadania.
● Desenvolver a capacidade ● Praticar a cultura da paz
crítica frente às para o bem coletivo.
● Incentivar práticas
sustentáveis.
161
do fenômeno esportivo e
discutir alguns de seus
problemas (doping,
corrupção, violência etc.) e
a forma como a mídia os
apresenta.
● Vivenciar jogos e
brincadeiras de forma lúdica
e prazerosa, compreendendo
e valorizando aspectos
culturais e regionais.
● Valorizar atitudes e
comportamentos solidários
durante a prática de jogos e
brincadeiras.
● Refletir sobre regras de
convívio social por meio
de jogos e brincadeiras.
● Proporcionar ao
aluno uma melhor
utilização de sua
capacidade
funcional por meio
de exercícios de
alongamento, de
prevenção de lesões
ocupacionais e
dinâmicas de
recreação.
● Dominar os aspectos
gramaticais básicos
referentes ao uso
164
instrumental da língua
estrangeira.
● Reconhecer a língua
estrangeira como elemento
de integração entre diversas
áreas do conhecimento e
componente das
competências emergentes
no mundo globalizado.
● Apropriar-se da língua
estrangeira, associada a
múltiplos recursos, como
meio de expressão,
interação e comunicação a
partir de situações
concretas de uso.
● Reconhecer, em um nível
básico, diferenças
fonológicas entre a língua
estrangeira e o português.
● Aprimorar a produção
fonológica, apropriando-se
da musicalidade e dos
ritmos característicos da
língua estrangeira.
165
● Capacitar o estudante a se apropriar dos conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento, correlacionando-os com os
conceitos específicos das ciências naturais.
Ciências Naturais ● Relacionar a produção de conhecimentos científicos e de tecnologia com as condições de vida do ser humano e os modos de
(Ciências) produção.
● Conhecer e interpretar a ação da humanidade sobre o mundo natural, tomando como referência a vida cotidiana e identificando
alternativas de sustentabilidade e de preservação.
● Problematizar o processo de produção do conhecimento como atividade humana, construída histórica, social, econômica,
política e culturalmente, relacionando-o com a vida prática e com o mundo do trabalho.
● Conhecer e utilizar conceitos, ideias e métodos das diferentes áreas do conhecimento como instrumento para aprofundar a
compreensão da realidade e solucionar problemas e desafios do mundo do trabalho.
● Relacionar a produção de conhecimentos científicos e de tecnologia com as condições de vida do ser humano e os modos de
Matemática produção.
● Aprimorar-se na utilização autônoma de ferramentas das tecnologias da informação e da comunicação para a análise, a
interpretação, a elaboração e a socialização de valores, conhecimentos e prática sociais, buscando relacioná-las com a vida
cotidiana e com o mundo do trabalho.
168
3. REFERÊNCIAS
DE MAYER, M. Educação nas prisões não é mera atividade. Revista Educação e Realidade,
p. 33-49, 2013. In: RODRIGUES, F. Reflexões sobre concepções pedagógicas na educação
de jovens e adultos em espaço de privação de liberdade: experiências em um presídio
feminino. Revista Imagens e Educação, v. 9, n. 1, 2019.
. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a uma prática educativa. 35. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
ANEXOS
173
PREFEITURA DE NITERÓI
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ATO DO SECRETÁRIO
O Secretário Municipal de Educação, no uso de suas atribuições legais,
HOMOLOGA:
A DELIBERAÇÃO CME nº 045/2021 do Conselho Municipal de Educação de Niterói,
aprovada na Sessão Plenária do dia 05 de julho de 2021, que institui Comissão Especial para
análise e pronunciamento sobre os Referenciais Curriculares da Rede Pública Municipal de
Ensino de Niterói.
VINICIUS GOMES WU
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
I - André Antunes Martins, Lilian Azevedo da Silva, Luiz Fernando Conde Sangenis, Luiza
Cristina Rangel Pinto Sassi, Maria Felisberta Baptista da Trindade, Marta Nidia Varella
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Publicada em 23 de julho de 2021
174
Gomes Maia, Severine Carmem Macedo e Tatiana Ribeiro dos Santos – Representantes do
Conselho Municipal de Educação de Niterói;
II - Aline Javarini, Andréia Mello Rangel, Carla Sena dos Santos Pinto, Cristiane Gonçalves
de Souza, Delma Marcelo dos Santos, Elana Cristiana dos Santos Costa, Juliana Martins de
Souza, Luciana Laureano Costa, Roberta Teixeira de Freitas, Lívia Moraes Ornelas e Rosane
Cristina Feu - Representantes Especialistas;
III - Alyne Oliveira Pecly Tavares, Ana Cláudia Santana da Silva Cruz, Fernanda de Araújo
Dias, Gisele Coelho de Oliveira, Juliana Cristina da Silva Ignacio, Luciana Silva dos Santos,
Ludiany Tavares da Costa Carvalho, Mônica Gonçalves, Priscila Artte Rosa Nascimento,
Raphael Cássio de Oliveira Pereira, Rosa Aletice e Sonia de Oliveira Martins -
Representantes de Professores e Pedagogos da Rede Pública Municipal de Ensino de Niterói.
Art. 3º. A Comissão Especial será coordenada pela Prof. Luciana Laureano Costa, que será
substituída em suas faltas e impedimentos por um componente da comissão por ela designado.
Art. 4º. Ao fim dos trabalhos, a Comissão Especial apresentará suas conclusões ao Plenário
do CME que se pronunciará.
Art. 5º. Os trabalhos realizados pela Comissão Especial são considerados de relevante
interesse público.
Art. 6º. Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas todas
as disposições em contrário.
CONCLUSÃO DO PLENÁRIO
Conselheiros
VINÍCIUS GOMES WU – Presidente
EVELYN DOS SANTOS SOUZA
IDUÍNA EDITH MONT’ALVERNE BRAUN CHAVES
LILIAN AZEVEDO DA SILVA
LUIZ FERNANDO CONDE SANGENIS
LUIZ HENRIQUE MANSUR BARBOSA
LUIZA CRISTINA RANGEL PINTO SASSI
MARCELA BITTENCOURT THOMAZ DE AQUINO ESCOBAR
MARCO ANTONIO KONOPACKI
MARIA FELISBERTA BAPTISTA DA TRINDADE
MARTA NIDIA VARELLA GOMES MAIA
MAURICIO BENEVIDES SALKINI
TATIANA RIBEIRO DOS SANTOS
THIAGO SOARES RISSO POSSAS
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PREFEITURA DE NITERÓI
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
VINICIUS GOMES WU
Secretário Municipal de Educação
I – RELATÓRIO
1. HISTÓRICO
Na 264ª Sessão Plenária do Conselho Municipal de Educação, realizada em 14/12/2020,
a então Conselheira Prof. Cristiane Gonçalves de Souza apresentou, a pedido da Secretaria
Municipal de Educação de Niterói, o conjunto de minutas das Diretrizes Curriculares da Rede
Pública Municipal de Educação de Niterói, para fins de apreciação e votação pelo Colegiado.
Em 23 de julho de 2021, foi publicada a Deliberação CME nº 045/2021, que instituiu a
Comissão Especial para análise e pronunciamento sobre os Referenciais supramencionados,
Em conformidade com o previsto no Parágrafo Único do art. 35 do Regimento Interno do
CME. A Comissão ficou constituída por Conselheiros e Especialistas sob a Coordenação da
Prof. Luciana Laureano Costa.
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Publicado em 24 de dezembro de 2021.
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2. MÉRITO
Na análise do mérito, foi considerada a legislação educacional vigente.
I - André Antunes Martins, Lilian Azevedo da Silva, Luiz Fernando Conde Sangenis,
Luiza Cristina Rangel Pinto Sassi, Maria Felisberta Baptista da Trindade, Marta Nidia Varella
Gomes Maia, Severine Carmem Macedo e Tatiana Ribeiro dos Santos – Representantes do
Conselho Municipal de Educação de Niterói;
II - Aline Javarini, Andréia Mello Rangel, Carla Sena dos Santos Pinto, Cristiane
Gonçalves de Souza, Delma Marcelo dos Santos, Elana Cristiana dos Santos Costa, Juliana
Martins de Souza, Luciana Laureano Costa, Roberta Teixeira de Souza, Lívia Moraes Ornelas
e Rosane Cristina Feu - Representantes Especialistas;
177
III - Alyne Oliveira Pecly Tavares, Ana Cláudia Santana da Silva Cruz, Fernanda de
Araújo Dias, Gisele Coelho de Oliveira, Juliana Cristina da Silva Ignacio, Luciana Silva dos
Santos, Ludiany Tavares da Costa Carvalho, Mônica Gonçalves, Priscila Artte Rosa
Nascimento, Raphael Cássio de Oliveira Pereira, Rosa Aletice e Sonia de Oliveira Martins -
Representantes de Professores e Pedagogos da Rede Pública Municipal de Ensino de Niterói;
coordenada pela Professora Luciana Laureano, reuniu-se 12 vezes no período de 30 de julho
de 2021 a 19 de novembro de 2021.
Durante as reuniões foram apresentadas as observações e contribuições por parte dos
componentes da Comissão e especialistas das áreas consultados. Diversas contribuições foram
acrescidas ao texto com o propósito de aprimorar o mesmo quanto a sua redação e mesmo dar
visibilidade a alguns conceitos ou torná-los mais explicitados, sempre com a necessária escuta
dos Representantes de Professores e Pedagogos da Rede Pública Municipal de Ensino de
Niterói que compunham a Comissão e a realização de uma reunião especial com
representantes das respectivas áreas do conhecimento que participaram da elaboração do
documento analisado.
A Comissão inicialmente ressalta o valor de uma Rede Pública Municipal de Educação
Ensino envidar esforços para a escrita coletiva de seu próprio referencial curricular; reconhece
que o mesmo segue a legislação que envolve a educação pública municipal; observa o
compromisso com o debate democrático, a fidelidade ao debate teórico mais atual e a
complexidade de se redigir um texto com a participação de tantos sujeitos, tantas mãos e em
diferentes etapas.
Oportuno frisar que a construção deste Referencial contou com ampla assessoria de
especialistas da área do Currículo em diálogo com os profissionais da rede, o que não só lhe
confere qualidade e importância, como também legitimidade frente a essa Rede Pública
Municipal de Educação.
Compreendendo que toda proposta curricular traz em si um olhar sobre a história
vivida, tensões do presente e projeções para caminhos a serem trilhados, o Referencial
Curricular de Niterói se apresenta tanto como um documento histórico, quanto orientador das
práticas cotidianas e fomentador de novos estudos, análises e experiências.
Isso posto, essa Comissão recomenda:
1 - A aprovação na íntegra do Referencial Curricular de Niterói;
2 - A entrada em vigor do RCN imediatamente após a sua aprovação e consequente
publicação;
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Conselheiros (as):
André Antunes Martins
Evelyn dos Santos Souza
Luiz Fernando Conde Sangenis
Luiz Henrique Mansur Barbosa
Luiza Cristina Rangel Pinto Sassi
Marcela Bittencourt Thomaz de Aquino Escobar
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VINICIUS GOMES WU
PRESIDENTE
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PREFEITURA DE NITERÓI
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ATO DO SECRETÁRIO
O Secretário Municipal de Educação, no uso de suas atribuições legais,
HOMOLOGA:
a Deliberação CME nº 046/2021 do Conselho Municipal de Educação de Niterói, aprovada na
Sessão Plenária do dia 29 de novembro de 2021.
VINÍCIUS GOMES WU
Secretário Municipal de Educação
Considerando o Parecer CME nº 011/2021, que aprova o parecer da Comissão Especial sobre
os Referenciais Curriculares da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói.
DELIBERA:
Art. 2º. Esta Deliberação entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
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Publicada em 24 de dezembro de 2021.
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