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Consequências socioeconômicas das Cruzadas: o aburguesamento da sociedade medieval

Ainda que o objetivo inicial e fundamental das Cruzadas tenha sido religioso,
as consequências econômicas e sociais foram mais permanentes.

Do ponto de vista social, elas aceleraram problemas já existentes na sociedade


medieval:
o
crescimento demográfico na sociedade europeia, desde o século 11, pressionava a
base do poder
aristocrático, uma vez que aumentava o número de nobre sem terras e a quantidade
de servos
desligados delas;
Sendo assim, os servos percebiam a coincidência de uma conjuntura de farta oferta
de mão de
obra no campo e enfraquecimento da aristocracia para pressionar esse setor em busca
de melhores
condições de vida e trabalho.

Em algumas áreas, a inflexibilidade da nobreza em relação às demandas do


campesinato provocou
violentas revoltas servis, Tais movimentos aceleravam a desagregação das relações
de servidão,
que sofreriam novos duros golpes com as várias crises do século 14.
Outra importante consequência social das Cruzadas foi o fortalecimento do setor
burguês, que,
mesmo sendo, ainda, um grupo numericamente reduzido, ganhava importância politica
e estratégica
cada vez maior na sociedade medieval.
domínio italiano sobre o Mediterrâneo e a nova expansão do comércio com o Oriente
foi o resultado
econômico mais significativo provocado pelo movimento das Cruzadas, visto que os
portos da África
e da Ásia no Mediterrâneo eram importantes bases comerciais, pois recebiam
caravanas que traziam
os mais variados produtos, de diversas partes do Oriente, muito apreciados pelos
europeus que
não tinham como produzi-los por razões climáticas ou desconhecimento técnico.
Devido ao crescente e intenso comércio entre as regiões europeias e entre as
cidades italianas
e os portos orientais do Mediterrâneo, foram surgindo, nos caminhos das rotas
terrestres e cidades
portuárias, as feiras, que funcionavam como pontos de comércio temporário, onde
os artigos
do norte poderiam ser trocados pelos produtos vindos do sul e do Oriente.

Séculos 14 e 15: a crise do sistema feudal

Todavia, com o passar dos séculos, a fertilidade das terras cultiváveis foi
diminuindo e os campos
tornaram-se insuficientes para alimentar toda a população, o que levou à
ampliação das áreas de
cultivo.

Durante a primeira metade do século 14, cerca de 25% da população europeia morreu
devido à fome,
às guerras, às revoltas e as epidemias.
Entretanto, em meados do século 14, a procura e a oferta de produtos agrícolas
chegaram a um
equilíbrio e, como havia pouca terra livre que pudesse ser facilmente cultivada
nesse momento,
a expansão da produção encontrou uma barreira, o que ocasionou um crescimento mais
lento, em
comparação ao crescimento populacional.
Agravando a situação, nessa época, tomaram forma severos desequilíbrios climáticos
na Europa,
causados pela expansão descontrolada das áreas de plantio, do desmatamento de
florestas
e
a desnutrição resultaram no enfraquecimento físico da população, provocando o
aumento da mortalidade,
como aconteceu na Grande Fome (1315-1317), em que regiões da Europa presenciaram
um índice de
mortalidade que atingiu cerca de um quinto da população.
Para completar esse quadro, durante o século 14, a Europa foi atingida por uma
terrível peste,
a Peste Negra (1348-1350), doença transmitida pelas pulgas dos ratos que habitavam

A difusão da peste bubônica foi facilitada pelas precárias condições de higiene das
grandes
cidades medievais, que não possuíam a estrutura urbana adequada à concentração
demográfica.
As casas eram amontoadas, o lixo era atirado na rua, o esgoto corria a céu aberto,
escorrendo
pelas ladeiras e se depositando nos muros.
peste foi responsável pelo alto índice de mortalidade, o que resultou na escassez
de mão de obra
e na valorização do trabalho rural.

A GUERRA DOS CEM ANOS


O século XIV foi marcado, também, pela proliferação de guerras, como a Guerra dos
Cem Anos,
ocorrida entre os diversos setores da aristocracia e as monarquias.

Nome dado a uma série de guerras travadas entre França e Inglaterra na Baixa Idade
Média, entre
1337 e 1453. Suas causas ligam-se aos conflitos gerados pelas ligações feudais
entre os reis ingleses
e franceses. Foi nesse conflito que a figura de Joana d'Arc ficou famosa: a
camponesa, trajada de
homem, que venceu o Exército inglés, garantiu a coroação do rei francês em Reims e
foi queimada na
fogueira por inversão. Esse grande conflito teve importância fundamental para o
aprofundamento da
crise do século XIV e no processo de centralização e modernização dos Estados
Nacionais da Inglaterra
e da França.

O resultado da conjugação de todos esses elementos foi a eclosão de violentas


revoltas camponesas
(Jacqueries).
Os levantes dos servos levaram os senhores a trocar as obrigações servis por
serviços e substituir
parte da produção por contratos, por meio dos quais os servos ficariam livres, mas
com a obrigação
de pagar uma renda fixa (rendimento ou aluguel) pelo uso da terra.
No entanto, os conflitos no campo atestaram a crescente debilidade da nobreza, que
tinha dificuldades
de manter a ordem social, abrindo espaço para o fortalecimento do poder real.

Paralelamente ao enfraquecimento progressivo dos senhores feudais, ocorreu o


fortalecimento das
monarquias, que tiveram o apoio da burguesia emergente, pois esse grupo via no
feudalismo um
obstáculo ao seu desenvolvimento comercial (descentralização das regras, dos
impostos, das moedas).

A formação das monarquias nacionais ibéricas

Fundamentalmente, o processo de unificação política entre Portugal e Espanha é


Os nobres devem se unir contra os muçulmanos que invadiram a península
A Península Ibérica no século VIII. Esta luta entre cristãos e muçulmanos,
conhecidos
como mouros na região, causou
Quando os islâmicos foram expulsos da península, a guerra de reconquista começou e
se
expandiu de 711 a 1492.

A formação da monarquia espanhola

Após a invasão islâmica da Península Ibérica, os cristãos refugiaram-se no norte da


península, onde organizaram um movimento de resistência e uma estratégia de retoma
do território. Com a expulsão dos árabes (ou mouros), surgiram alguns pequenos
reinos (Astúrias, Leão e Castela), que receberam ordens de avançar para o sul,
respectivamente, no século 11, mas acabaram sendo controlados.
Castela. Outra frente de resistência formou-se a leste da península e formou o
reino de Aragão em Navarra
E Barcelona, as duas cidades foram unificadas sob o comando de Aragão. Em 1469,
com o casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela (Reis Católicos), o reino
foi unificado, restando apenas o Reino de Granada aos muçulmanos,
A parte sul da península (restaurada em 1492), acabou com o domínio muçulmano da
Península Ibérica e acabou
O processo de formação da monarquia espanhola.

A unificação territorial foi acompanhada de perseguições religiosas, que


consolidaram uma crença, a fé católica.
Durante o reinado do Rei Católico, por iniciativa de Fernando King, a Inquisição
foi fundada de forma moderna em 1478.
Aqueles que perseguiram e expulsaram judeus, bem como os convertidos ao
cristianismo, são suspeitos de continuar a exercer sua fé secretamente
(Novo Cristão). A operação investigativa incentivou a confissão e denúncia de
suspeitos. As penalidades variam de uma simples multa à pena de morte.
Um decreto foi emitido em 31 de março de 1492, expulsando oficialmente os judeus,
forçando 50 pessoas a partir.
100.000 judeus da Espanha.

Formação da monarquia portuguesa

Portugal também se originou do processo de Reconquista e foi o primeiro país a se


tornar uma monarquia constitucional
Desde 1139, a Europa consolidou o domínio do rei.

A pedido do Rei Alfonso VI do Reino de Leão, Henrique da Borgonha, aristocrata


francês
Permita o casamento com uma filha do rei e receba uma recompensa como dote, como
recompensa por ajuda.
Concelho Portucalense, o seu território inclui as cidades de Braga, Coimbra, Viseu,
Lamego e Porto. Na temporada
A relação entre o estado suserano e o vassalo suserano ainda prevalece.
Lealdade aos doadores. Após a morte de Henrique de Borgonha, seu filho Afonso
Henriques abandonou o hábito
Na Idade Média, o estado soberano do Rei Leão (Leão) faliu e declarou-se Rei de
Portugal em 1139 e deu início à
A dinastia portuguesa da Borgonha governou até 1383.

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