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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências de Saú de


Curso de Farmácia

Data: 05/03/19
Cadeira: Técnicas de Expressã o em Língua Portuguesa (TELP)
Docente: LEONARDO NHAMÚ SSUA
I Ano, I Semestre

“Os fans do Pontapés na Gramática gostam de falar e escrever bem português”

Tavares
e Dias (2013)

FICHA INFORMATIVA
AZEVEDO, M. Olga e outros (2013); Da Comunicação à Expressão:
Referências Gramática Prática de Português, Lisboa: raiz EDITORA.

Bibliográficas SARDINHA, Leonor & RAMOS, L. Vieira (2011); O TEXTO


NORMATIVO, Porto: Didáctica Editora.

- Texto
- Textualidade
CONTEÚDOS - Pará grafo (unidade de sentido: indicaçõ es relativas ao espaço
e/ou ao tempo; mudanças de nomes de pessoas ou locais e
elementos que articulam ou retomam informaçã o de um
pará grafo precedente)
- Frase (unidade que permite construir o texto e o pará grafo)
- Cotexto (sequências linguísticas que precedem ou se seguem à s
outras)

- O texto possui uma textura pró pria – nã o é um mero somató rio


de palavras isoladas, mas sim um conjunto de palavras inter-
relacionadas em unidades maiores, com sentido (frases,
parágrafos, etc.).
- Aspectos que configura um conjunto de frases como um texto,
um todo com sentido: padrões da textualidade:

 A intencionalidade: o texto deve revelar, de algum modo,


a existência de um plano com um objectivo a atingir;
 A aceitabilidade: o receptor deve reconhecer como
relevante o que é comunicado pelo texto;
BREVE  A informatividade: aqui se tem em consideraçã o o grau
RESUMO de conhecimento / desconhecimento, previsibilidade /
imprevisibilidade do conteú do comunicado. Um texto,
para ser uma unidade com valor comunicativo, tem de ter
um conteú do com um mínimo de imprevisibilidade.
 A situacionalidade: um texto deve ter um mínimo de
relaçã o com o contexto em que emerge.
 A intertextualidade: considera-se, aqui, a relaçã o que se
estabelece entre um texto e outros que o precedem.

- Sã o ainda padrões de textualidade:


 A coesão: mecanismo linguístico de retoma de elementos,
no interior do texto, contribuindo para a sua unidade;
mecanismos de coesão:
- a substituição lexical (sinonímia/antonímia;
hiponímia/hiperonímia);
- a repetição (retoma de elementos anteriores que
acentuam o significado do texto, como uno);
- a definitivização (a utilizaçã o do artigo indefinido é
recuperada pelo artigo definido);
- a pronominalização (recuperaçã o de nomes através de
pronomes);
- a articulação interfrásica (coesã o interfrá sica)
- tempo e aspecto verbais (coesão temporo-aspectual:
adequaçã o do tempo verbal ao tempo textual, para uma
sequência ló gica dos tempos verbais).

 e a coerência (a propriedade fundamental do texto –


garante a continuidade temática e a progressão
semântica): sã o as relaçõ es de sentido que se
estabelecem, de forma explícita, entre as palavras; essas
relaçõ es de sentido devem obedecer aos três princípios:
da relevância, da não contradição e o da não
redundância. É importante também, para a apreensã o da
coerência (interna) do texto, a captaçã o da informaçã o
implícita; dois tipos de coerência: lógico-conceptual
(relaçõ es de sentido que se estabelecem, quer a nível
explícito quer a nível implícito) e pragmático-funcional
(resulta da articulaçã o do texto com a situaçã o –
adequaçã o à situaçã o de produçã o).

CONTEÚDOS Contracção de texto: resumo e síntese

- A contracção de texto (resumo e síntese): uma técnica de


BREVE
escrita cujo objectivo primordial consiste em transmitir a
RESUMO informaçã o de um texto numa economia de palavras.
- O resumo (equivalente a súmula) – uma exposiçã o breve de um
assunto; resumir é elaborar um texto com economia de palavras, a
partir de outro – é contrair informaçã o.
Etapas de elaboração
** A informaçã o deve ser contraída a 1/3 da original.
- Num primeiro momento: ler o texto base atentamente para sua
total apreensã o, identificando o tipo de texto e a situaçã o de
comunicaçã o.
- Num segundo momento: seleccionar a informação, através:
 Identificaçã o do assunto
 Divisã o do texto em partes.
Depois, analisar o vocabulário, assinalando:
 as palavras, expressõ es e frases que contêm as ideias
principais;
 a informaçã o acessó ria (repetiçõ es e pormenores);
 os articuladores discursivos;
 a estrutura em pará grafos e períodos.
Por fim, elaborar o plano do texto, tendo em conta as ideias
principais.
- Num terceiro momento, produzir o texto resumo, o qual deverá
conter os factos principais em funçã o do plano do texto
(textualizaçã o). Tenha-se em consideraçã o os seguintes
princípios bá sicos:
 Referir apenas as ideias principais do texto base;
 Respeitar a ordem das ideias;
 Seguir uma correcta articulaçã o ló gica;
 Manter a forma gramatical;
 Transformar o discurso directo em indirecto;
 Substituir as palavras e expressõ es por sinó nimos mais
simples;
 Substituir as oraçõ es subordinadas relativas por
adjectivos, nomes, particípios ou gerú ndios.
** A articulaçã o ló gica dos pará grafos dependerá do uso correcto
de conectores que designam, por exemplo, tempo, lugar, oposição,
consequência/causa, conclusão, semelhança…

O que não deve ser feito:


 Emitir ideias pessoais ou juízos de valor;
 Alterar o conteú do ideoló gico;
 Transcrever completamente frases do texto;
 Utilizar recursos expressivos;
 Recorrer a expressõ es explicativas (isto é, como se sabe,
entre outras);
 Ultrapassar 1/3 do nú mero de palavras, dependendo, em
certa medida, da natureza do texto.

Ordem dos Comentários por


Parágrafo TEXTO-FONTE Período
A ligaçã o de D. Joã o II aos Descobrimentos e à 1.º Período – razões da
Expansã o Ultramarina constitui algo de maior importância de D. João II
importâ ncia para a Histó ria de Portugal: em primeiro na História de Portugal.
lugar, porque o interesse do monarca pelas viagens de
descobrimento, que passou a acompanhar e conduzir,
é muito superior ao dos seus antecessores; depois,
porque a perspicá cia do rei e a sua visã o alargada da
realidade levaram-no a traçar um plano ultramarino,
que contemplava, pela primeira vez sem qualquer
dú vida, a busca da passagem para o Oriente,
1.º Parágrafo contornando o continente africano; finalmente, porque
o empenho e cunho pessoal do monarca nesta empresa
transformaram-no num verdadeiro empreendimento
nacional, abrindo caminho ao alargamento do mundo
conhecido na época e a eliminaçã o das barreiras que
separavam culturas e civilizaçõ es. É com D. Joã o II que 2.º Período – projecto
a política interna, o relacionamento diplomá tico com político deste rei nas
as potências europeias (nomeadamente Castela e relações diplomáticas
Argã o) e as viagens de exploraçã o do Atlâ ntico se entre Portugal, Castela e
conjugam num Projeto político, cuja execuçã o e Aragão, bem como nas
sucesso partiu, em primeiro lugar, do homem do viagens de exploração do
Estado que foi o príncipe perfeito. Atlântico.
O impulso que os Descobrimentos Portugueses 1.º Período – impulso
sofreram neste reinado é de todos bem conhecido. dos Descobrimentos no
Quando, ainda príncipe, assumiu o controlo dos seu reinado.
2.º Parágrafo assuntos ultramarinos, todo o trabalho anterior, 2.º Período – visão do
iniciado pelo Infante D. Henrique nas primeiras príncipe D. João II sobre
décadas do século XV, de exploraçã o do Atlâ ntico e de a obra do Infante D.
salvaguarda da exclusividade portuguesa, corria sérios Henrique.
riscos de se perder. Aproveitando as pretensõ es de D. 3.º Período – D. João II
Afonso V à Coroa de Castela, os Reis Cató licos afasta a ameaça de os
ignoravam as prerrogativas portuguesas e passaram a Reis Católicos
enviar armadas à s costas da Guiné, reclamando dominarem as costas da
direitos sobre as terras cuja primazia pertencia a Guiné.
Portugal. D. Joã o II conseguiu, porém, afastar tal 4.º e 5.º Períodos –
ameaça vencendo a primeira guerra ultramarina da papel preponderante de
Histó ria Europeia Moderna. O Tratado de Alcá çovas- D. João II no Tratado de
Toledo, que 1479-80 colocou um ponto final na Alcáçovas-Toledo, que
disputa existe entre as Coroas de Portugal e de salvaguardaria os
Castela/Aragã o, salvaguardava afinal os direitos de direitos de Portugal a
Portugal a todas as terras, descobertas e a descobrir, a todas as terras a sul do
sul do Bojador. Bojador.
Logo que subiu ao trono, D. Joã o II deu início ao 1.º Período – subida ao
seu plano ultramarino, que assentava na exploraçã o trono de D. João II;
dos recursos da costa africana, mediante o comércio e exploração da
estabelecimento de relaçõ es comerciais pacíficas com costa africana como
diversos reinos africanos, e na busca da passagem para objectivos.
o Oriente. As viagens passaram a ser cuidadosamente 2.º Período –
planeadas e preparadas com objectivos específicos: planeamento das viagens
3.º Parágrafo avançar o mais possível para o sul até encontrar a marítimas para o sul
ligaçã o com o Índico. Os portugueses dominam entã o, para encontrar a ligação
com notá vel à vontade, a navegaçã o no alto-mar, entre o Atlântico e o
mediante um conhecimento geográ fico e um Índico.
desenvolvimento ná utico assinalá veis que lhes permite
assegurar o domínio naval do Atlâ ntico. A viagem de 3.º Período – domínio
Bartolomeu Dias, em 1487-88, assinala o sucesso desta dos portugueses no
política, a confirmaçã o das concepçõ es geográ ficas do Atlântico.
rei e dos seus homens e a abertura do Índico à Europa, 4.º Período –
que só se viria a concretizar mais tarde, e a que o concretização do
monarca já nã o assistira. objectivo do rei levado a
cabo por Bartolomeu
In Catálogo da Exposição Comemorativa do 5.º Dias em 1487-88.
Centenário da Morte de D. João II – “D. João II e a Expansão”, 1995.

Os Descobrimentos e a expansã o de Portugal estã o associados a D. Joã o II, que, ao


acompanhar a aventura marítima, mostrou uma visã o clara do futuro que a descoberta de novos
horizontes traria.
Neste reinado, fortificaram-se as relaçõ es diplomá ticas com a Europa, sobretudo com Castela
e Aragã o, em sintonia com a sintonia com a exploraçã o do Atlâ ntico. Com D. Joã o II ainda príncipe, a
gesta dos Descobrimentos, iniciada pelo Infante D. Henrique no século XV, desperta para a
continuaçã o da exploraçã o atlâ ntica, cuja exclusividade fora posta em causa pelos Reis Cató licos que,
perante as pretensõ es de D. Afonso V à coroa espanhola, aventuravam as naus pelas costas da Guiné.
Porém, o tratado de Alcá çovas-Toledo em 1479-80 veio regulamentar a soberania portuguesa sobre
as terras a sul do Bojador.
O plano de D. Joã o II – exploraçã o da costa africana, relaçõ es comerciais com os reinos
africanos e busca da passagem do Oriente – foi posto em prá tica.
Estava traçado o caminho para o domínio total do Atlâ ntico, concretizado com a viagem de
Bartolomeu Dias, em 1487-88, que abriu o Índico à Europa.

Este texto salienta a importâ ncia de D. Joã o II na saga dos Descobrimentos e põ e em relevo a
sua relaçã o política e diplomá tica com a Europa, particularmente com os Reis cató licos. Este
empenhamento justifica-se pelo interesse que sempre revelou em relaçã o à s viagens dos
Descobrimentos, pela sua visã o sobre o futuro e pela esperança de contornar o continente africano.
No seu reinado, os Descobrimentos tiveram um forte desenvolvimento. Ainda príncipe, nã o
só seguiu a política do Infante D. Henrique, mas também se opô s à acçã o dos Reis Cató licos que, a
pretexto de D. Afonso V pretender a coroa de Castela, exploravam a costa da Guiné, alegando
direitos. Pelo tratado de Alcáçovas-Toledo de 1479-80, conseguiu D. Joã o II o poder para Portugal de
todas as terras a sul do Bojador.
O texto põ e ainda em destaque o plano de D. Joã o II quando subiu ao trono. Era seu desejo
explorar a costa africana, manter relaçõ es comerciais amistosas com os soberanos destas terras e
procurar possível passagem para o Oriente.
Assim, as expediçõ es marítimas eram cuidadosamente planeadas, permitindo aos
portugueses o domínio do alto-mar, dado já o desenvolvimento dos seus conhecimentos ná uticos.
Os objectivos de D. Joã o II foram, porém, só concretizados aquando da viagem de Bartolomeu
Dias, em 1487-88. Viu assim este rei confirmadas as suas ideias sobre o aspecto geográ fico do
continente africano e aberto o Índico à Europa, o que, no entanto, só apó s a sua morte teve plena
confirmaçã o.

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