Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. De D. Afonso IV a D. Fernando
2. A construção do reino e seus poderes (séc. XIII-XIV)
1
Índice
Capa -------------------------------------------------------------------------- pág. 1
Índice ------------------------------------------------------------------------ pág. 2
1. De D. Afonso IV a D. Fernando
1.1- D. Afonso IV ---------------------------------------------------------- pág. 3
1.2- D. Pedro ------------------------------------------------------------- pág. 15
1.3- D. Fernando -------------------------------------------------------- pág. 17
2. A construção do reino e seus poderes (séc. XIII-XIV)
2.1- Panorama Geral de Portugal (séc. XIII-XV) ------------------ pág. 21
2.2- O comércio marítimo --------------------------------------------- pág. 26
2.3- A Economia do reino ---------------------------------------------- pág. 28
2.4- A administração (séc. XIII – XV) --------------------------------- pág. 30
2.5- A legislação, educação e cultura ------------------------------- pág. 33
2.6- Arquitetura, escultura e pintura -------------------------------- pág. 35
2.7- A crise do séc. XIV -------------------------------------------------- pág. 37
2.8- Cortes ----------------------------------------------------------------- pág. 42
2.9- Os Concelhos -------------------------------------------------------- pág. 47
2.10- Organização municipal (séc. XII/XIII) ------------------------- pág. 51
Conclusão ------------------------------------------------------------------- pág. 54
Bibliografia ----------------------------------------------------------------- pág. 55
2
1. 1- D. Afonso IV
3
Apesar de alguma controvérsia devido a problemas de
consanguinidade, após 4 anos, o Papa Bonifácio VIII autorizou os
casamentos, em 1301. 2
Em 1297, á futura nora foi concedida uma carta de arras, por D. Dinis,
onde o senhorio de Évora, Vila Viçosa, Vila Real, Gaia e Vila Nova lhe
foram entregues com a adição de 6 mil libras de rendimento anual. Tal
casamento só se consumou efetivamente em 1309 onde D. Afonso
teria 18 anos e sua esposa, D. Beatriz, com os seus 15 ou 16 anos. 2
4
rebeldia do filho de “O Lavrador” se começava a denotar e no seio de
todos os conflitos, estava a relação que este tinha para com os seus
meios-irmãos (Pedro Afonso, Afonso Sanches e João Afonso). 2
5
ativaram as desconfianças do futuro D. Afonso IV, que culminou numa
obsessão que levou o país a estado de guerra civil (1319-1324). 2 e 5
6
lhes ordenado que eliminassem qualquer um que se juntasse á causa
do infante rebelde. De notar foi a ação de D. Dinis que, segundo a
crónica de 1419, decidira “enclausurar” sua mulher, D. Isabel, em
Alenquer, para não divulgar os planos deste (antes desta decisão, D.
Isabel tinha já partilhado a eminência de um ataque ao infante,
conseguindo este fugir). 2
7
Mas o fogo ainda não estava extinto e como tal o conflito voltou a
agudizar-se. Só a 25 de fevereiro de 1324 é que foi acordado um
tratado de paz, onde 2 juízes de cada lado representavam as cabeças
do conflito. Após alguma discussão, o rei acabou por se resignar às
exigências do infante, como o exílio de Afonso Sanches e perda das
suas terras e também o benefício monetário, onde Afonso iria receber
30 mil maravedis (por ano?). 2
O próprio papa João XXII, mais tarde, reprimiu D. Afonso pelo seu
histórico desobediente e que isso contribuiria para a destruição do
reino que herdara. 2
8
Fazendo uso de uma política que reforçava o poder da Coroa, tentou
modernizar e regular a situação administrativa e o poder da justiça.
Tais atos se notaram em 1330, ano em que se instituíram os “juízes de
fora”, magistrados régios que se sobrepunham ao poder dos juízes
concelhios. Em adição, entre 1332 a 1340 iniciou uma política
regulamentar da atividade dos “corregedores”, visando inspecionar as
“manhas” da justiça local. 1 e 5
As primeiras medidas políticas deste monarca, mal sucede seu pai, fora
a perseguição a seus irmãos, sobretudo ao filho bastardo de D. Dinis,
Afonso Sanches, este falsamente acusado de tentativa de
envenenamento e de pretensões ao trono. Acusado de traição, viu D.
Afonso IV confiscar as suas terras que possuía em Portugal para a
Coroa. Respondendo ao ato de seu meio-irmão, o filho ilegítimo de “O
Lavrador” pôs em prática um conjunto de raides, compostos por seus
9
vassalos e alguns castelhanos, na fronteira portuguesa, em Trás-os-
Montes e no Alentejo. Como resposta, o seu meio-irmão e rei de
Portugal lançou uma expedição á suas possessões em Castela,
resultando, em finais de 1325 ou inícios de 1326, no cerco e destruição
da praça de La Codosera. A partir deste momento o conflito militar
cessou e os ódios acalmaram-se, assinando-se um tratado de paz onde
o monarca aceitou restituir os bens confiscados ao infante bastardo de
D. Dinis. Afonso Sanches viria a falecer em Escalona, em 1328, durante
um cerco das hostes de Afonso XI de Castela. 1
Para além do conflito familiar, logo se notou que o clero também lhe
seria um obstáculo às suas pretensões centralizadoras. Com o
arcebispo do Porto e de Braga o conflito instaura-se devido á
capacidade de legislar, onde o rei pretende impor a sua vontade na
“casa de Deus”, ou seja, surge um problema de jurisdição. 1
10
Foi neste governo que a Peste Negra começou a levar as suas primeiras
vítimas em Portugal, a partir de 1347/1348, afetando em grande escala
a capacidade laboral europeia. Por falar em capacidade laboral, surge,
em 1349, pelas mãos do monarca português, uma lei sobre o trabalho
rural onde os salários seriam tabelados pelos concelhos, os mendigos
seriam obrigados a trabalhar, a duração dos contratos de trabalho
fosse fixada e os empregadores deveriam pagar os salários
pontualmente. Porém, esta lei “inovadora” para a época revelou-se
ignorada, pela falta de divulgação e o hábito de velhos costumes. Assim
a crise económica continuou a agravar-se, seguindo o fluxo europeu da
grande crise do séc. XIV, demonstrando também uma precariedade do
monarca no exercício do seu poder. 1
11
de Guzmán. Porém, sabendo D. Afonso XI do acordo entre o monarca
português e do futuro casamento com D. Constança Manuel, onde iria
consolidar uma aliança com um dos opositores mais perigosos ao
monarca castelhano, D. João Manuel, logo o monarca castelhano
decidira raptar a dama antes que esse tratado de aliança se
consumasse. Pois foi esse rapto que definitivamente obrigou Portugal a
declarar guerra a Castela e no verão do ano de 1336 os portugueses
lançaram as suas ofensivas, por terra e por mar, que também tiveram
resposta do monarca castelhano. Por fim, a situação parecia acalmar-se
em 1338, com a ajuda do bispo de Rodes (legado do papa Bento XII) e
do bispo de Reims (enviado do rei Filipe VI de França). 1 e 5
12
reinado que a frota portuguesa, financiada pela Coroa, se expande até
às Canárias (cuja posse não fora assegurada pelo papa). 1
13
onde ficava decido que o infante iria perdoar os nobres culpados pela
morte de Inês, recebendo como contrapartida, a cogovernação do
reino. A 14 de agosto desse mesmo ano de 1355, D. Afonso IV selava o
acordo feito com seu filho. Apesar de a paz já estar normalizada,
Afonso IV ainda se encontra em 1356, dois anos após o momento
escaldante de guerra civil, a perdoar os vassalos que tinham
demonstrado lealdade ao seu filho no ato de rebeldia. 1 e 5
14
1.2- D. Pedro
15
Em contramão ia o clero, onde as situações de discórdia foram
constantes, culminando na promulgação do Beneplácito Régio, em
1261, que ordenava que as cartas pontifícias não fossem publicadas no
reino sem que o monarca português o autorizasse e tal ato,
considerado por Oliveira Marques como caprichoso e pessoal, tinha
como objetivo último combater a documentação falsa e
consequentemente conferia ao neto de D. Dinis uma maior
centralização régia. 1, 3 e 5
16
1.3- D. Fernando
18
Pedro) agravaram-se: sobretudo entre os mercadores e as classes mais
baixas. 3
19
Estava-se perante uma crise “tática”, que D. João I de Castela pretendia
aproveitar e por tal vontade sua invadiu o reino português com vista á
usurpação do poder português. Mas, além destes dois partidos como
pretendentes ao poder (D. Leonor Teles e D. João I de Portugal), surge
um terceiro, apoiado pela média e baixa burguesia, encabeçada por D.
João, Mestre de Avis, filho bastardo de D. Pedro. 3
Fruto disso, em 1387 (?) surge a primeira trégua, mas só em 1432 (?) é
que definitivamente a paz é formalmente estabelecida. A vitória do
Mestre de Avis, levou á formação da segunda dinastia portuguesa: A
dinastia de Avis (1385 – 1433). 3 e 5
20
2.1- Panorama Geral de Portugal (séc. XIII-XV)
21
recebiam as rendas da dízima e as dotações da Igreja (rendimentos,
ofertas de fiéis, direitos eclesiásticos). 3
22
as concessões régias aos descendentes legítimos (1384) e, depois, aos
filhos varões (1389). 3
Tal situação deu um enorme poder á nobreza, como foi o caso, das
imensas posses da casa de Bragança, no séc. XV. 3
25
2.2- O comércio marítimo
26
Já comercializar com Castela era como se fosse a continuação de um
comércio interno. 3
27
2.3- A Economia do reino
28
Uma das maneiras medievais de conseguir dinheiro consistia em
desvalorizá-lo, ou seja, “cunhavam-se novas moedas com o mesmo
valor oficial mas com menor quantidade de ouro ou de prata.” 3 e 5
29
2.4- A administração (séc. XIII – XV)
Além disso, surge o escrivão de puridade, outro cargo que assistia o rei
nos assuntos mais íntimos e em decisões imediatas, “rivalizando
mesmo” com as funções de chanceler-mor. 3
30
Para a administração da justiça do reino havia 3 tribunais: Santarém
(tribunal fixo, depois surge em Lisboa), ou seja, a Casa do Cível; a Casa
da Justiça da Corte, depois denominada de Casa da suplicação
(acompanhava o monarca pelo país) e o terceiro tribunal apenas
tratava da propriedade régia. 3
31
eleitos novos magistrados á escala local: os vereadores, que iriam
assistir os juízes em todos os feitos de justiça. 3
32
2.5- A legislação, educação e cultura
A primeira legislação portuguesa saiu com D. Afonso II, fruto das Cortes
de 1211. Mas o primeiro “corpo legislativo” bem estruturado apareceu
em meados do séc. XIV, chamado “o livro das leis e Posturas”,
seguindo-lhes as ordenações de D. Duarte e, a mais completa, as
ordenações afonsinas (D. Afonso V). 3
34
Os saques da reconquista (espólios) foram grandemente investidos
num surto de construção religiosa de catedrais, abadias, igrejas,
paróquias e capelas, onde se notava que eram demasiadas para um
país pequeno e relativamente pobre. O séc. XII e XIII demonstrou-se
uma época de construções onde os vários edifícios religiosos
apresentavam características de âmbito militar, como as poucas
aberturas. 3
36
estão constantemente a subir, a aristocracia se nota ostentaciosa, a
“burguesia” (mercadores: fruto do crescente comércio interno e
externo) começa a superar os nobres e exige privilégios e a terra torna-
se um lugar obsoleto, de poucos lucros em comparação com o
fomentar comercial e do artesanato. Por esta altura, tendo a
reconquista cessado á cerca de 100 anos, os nobres perdem um dos
seus trunfos económicos: o saque. 3
Em 1348 a peste Negra devasta o país e leva para a cova uma boa
porção da população culminando numa consequência geográfica
irreparável. A praga dizima cidades, mosteiros e locais de elevada
densidade populacional assim como os campos, que não escapam á
doença. Tal epidemia leva ao desesperado movimento migratório em
busca de salvação (sobretudo para as cidades maiores. Busca de
melhor assistência, talvez… mas á o inverso: quem procure fugir para o
campo). 3 e 5
37
obrigar os trabalhadores rurais a trabalhar por um salário fixo, uma
promulgação que visava o benefício dos grandes proprietários, de
estabelecerem a riqueza que estavam a perder, fruto da crise
generalizada. 3 e 5
38
Tal situação obrigou moralmente proprietários alodiais, nobres e vilãos
á doação de bens ao clero, buscando com isso obter a salvação eterna,
num momento de alto sofrimento geral. Apesar da proibição régia em
relação a tais doações, a crise e o medo sobrepuseram-se e por tal, a
salvação de Deus parecia mais credível e superior que a salvação pelo
monarca. 3
Tendo a Igreja mais terras, teria mais imunidades pelas isenções fiscais
de que tinha direito e isso contribuiria para o enfraquecimento dos
cofres da Coroa, pois tal coisa não era muito aceitável (constante
conflito entre clero e rei). 3
39
independência de D. João I, condenava o sistema financeiro português.
3
40
O séc. XIV (meados) a XV é marcado por uma pobreza cultural, onde a
poesia e a prosa se notam mais frágeis em comparação ao séc. XIII/XIV
Mas surgem algumas obras de qualidade, como as crónicas de Fernão
Lopes, o livro de D. João I e de D. Duarte. 3
2.8- Cortes
41
com as Cortes de Leiria, vemos membros do povo a ingressar nas
cortes. 5
42
vários fidalgos e senhores. Tinha como objetivos principais prover a
nova Sé e fomentar o povoamento da terra. 4
Foi neste contexto que o clero bem se deu com Afonso III, em oposição
a Sancho II, rei que apenas causava a desordem. No entanto, após
usufruir do apoio do clero, Afonso III logo se tentou livrar dele,
isolando-se num centralismo régio. 4
43
Por exemplo, na publicação da lei da quebra da moeda, em 1253, onde
o monarca manda tabelar os artigos de maior procura, nota-se o apoio
de homens de comércio e de procuradores do concelho. 4
44
Alem disso, a locomotiva pessoal daqueles que visitariam o rei ou iam
para a reunião de cortes, deveria ser limitada consoante a riqueza do
possuidor. Por exemplo, os ricos-homens que tivessem uma riqueza
avaliada em 5.000 libras, fazia-se acompanhar por 5 cavaleiros. Além
disso surgem outras normas que regulavam o acompanhamento dos
ricos-homens, infanções e cavaleiros, quando se avistavam com o
monarca. 4
45
Em 1281, as cortes realizam-se em Guarda. Estavam presentes
prelados, cavaleiros e procuradores que desejavam resposta para
certos artigos referentes á política religiosa. Mais tarde, a corte fora
transferida para Évora onde aí as queixas foram satisfeitas. 4
2.9- Os concelhos
46
A maioria da população vivia dos produtos da terra e seus
rendimentos, ou seja, uma sociedade agrícola, tendo a nobreza o
predomínio económico. 4
47
(autossustentável e dinamizador regional) que culminam na outorga de
cartas de foral. 4
Era uma povoação individualizada que para defesa dos direitos de seus
membros carecia de órgãos próprios de administração, cingindo-se á
assembleia dos vizinhos e dos magistrados. Apesar do foral não
expressar o surgimento independente do concelho, os privilégios
indiretamente os levava naquela direção (autonomia). 4
48
Questiona-se qual o modelo-tipo dos forais, surgindo o modelo do foral
de Coimbra de 1111, e os forais concedidos por D. Afonso Henriques
em 1179 (Coimbra, Santarém e Lisboa) que tiveram um objetivo
defensivo contra os almorávidas e também visaram a incrementação
populacional. 4
Além disso, surge uma outra definição tipológica que procura estipular
diferentes tipos de concelho: são os concelhos rurais e os concelhos
urbanos. 4
49
regulada regionalmente, incrementando a sua independência face ao
cada vez mais obsoleto sistema senhorial. 4
50
2.10- Organização municipal (séc. XII/XIII)
Aliás, em Lisboa, havia dois alcaides (da terra e do mar). Mais tarde,
com D. Dinis o alcaide do mar é substituído pelo cargo de Almirante-
mor. 4
52
exercer o referido ofício”, não devendo as localidades aceitar os juízes
que a Coroa impunha. 4
53
Conclusão
O séc. XIV, mais do que uma crise marcada pela peste, devastação
demográfica, guerras, devastação dos campos agrícolas, inflação
monetária, marcou Portugal por um período negro, uma pausa da
ascensão (cultural e política) que se fazia sentir com D. Afonso III e D.
Dinis e mais tarde com D. João I, mestre de Avis.
54
Bibliografia
55