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ORIGEM DE PORTUGAL
As relações se constroem em torno dessa unidade política (ainda não existia o Estado) que,
para tal, necessita de:
1. Um território
2. Alguém que governe
3. Reconhecimento internacional: baseia-se num poder de facto1.
No que diz respeito a PT, o 1º território é o Condado Portucalense. Ficava na fronteira com os
muçulmanos e foi entregue ao conde Dom Henrique, por Afonso VI de Leão e Castela. O conde
fica sediado em Guimarães que era a sede do poder na altura. É a partir daí que surge a ideia
de PT.
É o período da conquista definitiva do Algarve. Contudo, não basta conquistar, pois deve-se
povoar e administrar o território conquistado. Sendo assim, poupam-se vidas visto que são
necessárias pessoas para habitarem os territórios recém-conquistados. Neste sentido, de
entre outras questões, faz-se as mudanças de mesquitas por Igrejas, por exemplo. Sempre que
possível PT mantinham-se as populações vivas mudando apenas os estatutos políticos.
Ordem militar de Santiago: é um corpo militar, uma milícia que conquista praças e avançam
no território.
1. pró-galegos
2. proto-português
Os historiadores classificam como fação, visto que há época não existia a ideia de partido
político, que nasce somente no fim do século XIX. É por isso que na RF não se aceita a
expressão partido, visto que tal era pejorativa. Sempre que se escrever partido deve-se por
entre aspas.
Proto: é expressão que significa > estar antes de, ou seja, antes da história. Está mesmo na
fronteira. Logo, temos dois “partidos”.
“Partidos”/fações:
1. “Pró-galego”
2. “Proto-português”
Escolhe-se os melhores cavaleiros que deverão defrontar-se: aceita o resultado dessa Justa.
Não se trata de um torneio, mas de uma espécie de duelo em que os cavaleiros se enfrentam a
fim de sobreporem as suas vontades face ao povo representado pelo cavaleiro perdedor. A
vitória é do “partido” proto-português.
Entre 1.128 e 1.143: DAH progressivamente conquista territórios aos árabes. A noção de
cavaleiro era pejorativa e isto traz alguns problemas. Neste período DAH realiza as suas
conquistas e procura o necessário reconhecimento e independência.
1. Bispo da Santa Sé
2. Rei de Portugal
3. Imperador de Leão
A boa relação entre Portugal e o Imperador de Leão não garante que DAH fosse rei. É um
passo importante ambos entenderem-se, mas, a medida em que segue conquistando o
território a sul (zona meridional) é possível ser atacado na retaguarda, mais ao norte (zona
setentrional). Um bom entendimento político entre os primos, DAH e Afonso VII de Leão,
contribui para as relações diplomáticas, todavia é indispensável o apoio da Santa Sé (Roma).
Dada a natureza duvidosa dos cavaleiros, o Papa 2 não dava lhes dava o devido apoio que
chegou apenas 40 anos depois. No entanto, DAH oferece o reino conquistado à cristandade
com o objetivo de aumentar o território e a fé cristã. Contudo, para se tornar vassalo devia-se
pagar o censo de 4 onças de ouro que se traduz no sentido da obediência.
Vassalagem: confiança
Santa Sé: obediência
Quer do lado português e de Leão, o problema seriam os árabes ao sul. Surge a necessidade de
avançar na conquista do território. Para tentar resolver os problemas, dá-se uma trégua/pausa
2
Se pretender identificar um Papa, escreve-se em minúsculas. Ex: papa Pio XII, papa Urbano, papa João Paulo. Do contrário, usa-
se Papa com maiúscula para designar o chefe da Igreja Católica.
15/02/2023
nas hostilidades entre os primos (Conde e Imperador), mas não é o seu fim. É neste período
que realizar-se-á a Conferência de Zamora (1.143). É o momento alto da diplomacia, onde
sentam os beligerantes (DAH e Afonso VII de Leão) e o cardeal Guido de Vico (representante
do papa Inocêncio II).
Desta Conferência de Zamora surgem alguns aspetos que DAH necessitava a nível político:
Em seguimento à vassalagem prestada, junto do cardeal G. Vico, através da carta Claves regni
coelorum (1.143), dirigida ao papa Inocêncio II, DAH declarou-se vassalo de São Pedro e do
Pontífice.
Por aquela carta DAH se comprometeu, por si e os seus sucessores, a pagar um censo anual de
quatro onças de ouro. O portador da carta régia para Roma foi o arcebispo de Braga, D. João
Peculiar.
A esta carta respondeu o papa Lúcio II (1.144-1.145), através da carta Devotionem tuam3
(1.144). Nela, DAH e seus domínios eram designados por:
Dux e Província: designava DAH como dux portucalensis e os seus domínios por terra;
Rex e Regnum: não utilizava as expressões rei e reino;
Prometia proteção espiritual e material contra o ataque dos inimigos visíveis e
invisíveis: aceitação, por parte do Papa, da vassalagem à Igreja.
A vassalagem à Santa Sé, prestada sem o conhecimento do Imperador Afonso VII, dava um
relevo inesperado à independência portuguesa. Permitia a DAH solicitar a Roma, sem a
mediação do Imperador, a criação de dioceses e a designação de bispos.
Somente em 1.179 (desde a CZ de 1.143) que o papa Alexandre III (1.159-1.181) reconheceu
DAH como Rex. Ou seja, a informação negativa do cardeal Guido fez com que o Papa
esperasse 36 anos para conceder-lhe o título de Rex, contudo tal diálogo ali estabelecido foi
útil.
integridade do reino e de todos os territórios que conquistasse dos muçulmanos. Nessa bula, a
dignidade real do príncipe português já não é omitida nem sofismada pelas expressões dux e
terra (dar aparência de verdade). Há a elevação do censo anual para dois marcos de ouro. Na
base deste reconhecimento definitivo há-de se constatar, sobretudo, a consolidação político-
militar do REINO DE PORTUGAL.
Nota: O Prof. Joel considera tal bula uma espécie de Constituição portuguesa, pois nela
constam diretrizes que devem ser seguidas pelo Rex.
A razão pela qual a igreja assume a responsabilidade traduz-se no facto de que quando ocorre
a queda do Império Romano no Ocidente (476 d.C.), subsiste a Igreja além do latim. Neste
sentido, era a única instituição que se mantivera consolidada durante esse período de
transição. O latim, portanto, consagrou-se à época como a língua da cultura e quando se inicia
o Período da Reconquista o poder da Igreja é o único que está organizado, isto é, estruturado
através de bispados.
A medida que a Igreja avança, acumula mais e mais poder. O poder local, numa determinada
zona, dá-se pelo património fundiário (campos, território agrícolas, etc.). O facto de dispor de
um número crescente de fiéis faz dela rica. O rei passa a questionar-se na medida em que ele
conquista os territórios e não os administra, assim como o facto da posse ser direcionada à
Igreja.
O “Conselho de Estado” era formado, na altura, pelos Bispos que defendiam a Igreja. Eram os
homens mais letrados do país. Logo, há uma constante interferência mútua do poder político-
militar e religioso-administrativo.
Para resolver esta questão: submetem os reis, e não só, às sanções de natureza espiritual
lançadas pelo Papa.
O interdito foi lançado a Portugal e trouxe problemas que foram posteriormente resolvidos.
Logo, era aplicado perante uma situação anómala de desobediência.
O comércio é uma via democrática para as relações internacionais. (é por isso que se acredita
que a economia de mercado pressupõe a ideia de democracia > pressupõe a ideia de
liberdade).
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