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Estamos numa época em que os cavaleiros (ou porque eram deserdados, ou caíam na
desgraça), organizavam-se em bandos.
Nota: Carlos Magno (acho que é Constantino) foi o primeiro imperador da cristandade. Era o
… e, sendo assim, o Papa vai chamá-lo para…
Nota: o professor Joel considera tal bula como a “primeira Constituição” portuguesa.
Primeiro aspeto: era um texto destinado a DAH e a todos os seus sucessores. O que se
firmasse é valido para todo o sempre e não pode ser modificado, a não ser que seja possível.
Isto é, o que foi definido em 1.1179, em linhas gerais, é imutável.
Trata-se de um texto outorgado pelo Papa para DAH onde utiliza a expressão: “filho em
cristo”, isto é um rei cristão. É um compromisso entre a Santa Sé e o rei que vai passar para os
futuros reis.
Segundo aspeto: “com argumentos claros”, isto é, foi necessário percorrer um tempo
específico para que esses argumentos fossem devidamente comprovados e sustentados. Ou
seja, deu-se provas irrefutáveis que a sua intensão era exatamente aquela que o Papa espera
de um príncipe cristão ao serviço da cristandade, ou seja, que pretendia aumentar o território
cristão.
Terceiro aspeto: as primeiras palavras da bula são sempre laudatórias, ou seja, “em louvor
de”. Está a incentivar o rei na medida em que combateu diligentemente e defendeu a fé. O rei
poderia ter combatido e não defender a fé, como muitos fizeram. Fê-lo como bom filho e
príncipe católico. São as características necessárias para o Papa reconhecê-lo como rei e o
território como um reino.
Quarto aspeto: a mãe é a igreja no sentido espiritual. Todas as conquistas foram em nome da
igreja. Ao fim da vida de DAH é reconhecido por um percurso digno de menção para os
príncipes cristão futuros.
A expressão imitar é utilizada no sentido de que quando DAH morrer, deve o seu sucessor,
conforme estabelecido na conferência da Zamora, deveria deslocar-se apenas para sul e nunca
para leste. Apesar de haver tentações, nunca foram concretizadas. É um exemplo a se seguir.
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Quinto aspeto: trata-se de um individuo escolhido por Deus. “É justo que a Santa Sé apostólica
ame com o sincero afeto aquele que favor celeste lá do alto escolheu para governo e salvação
do povo”. O verbo amar é contrário ao ódio.
Poder político-militar: rei (quem conquista na prática são as ordens militares e o rei
vem atrás).
Poder político-administrativo: igreja (é exercido tacitamente pela igreja pois a ela
não compete administrar, mas é imanente a sua influência. A igreja era o único
poder político organizado no passado, razão pela qual justifica-se a sua influência na
esfera político-administrativa. É a volta da igreja que se encontra o aglomerado de
pessoas na medida em que ali é que elas se sentiam mais seguras.
Os espaços administrativos chamam-se bispados (regiões administrativas). Dentro
dos bispados está a célula administrativa que é a paróquia que é a zona
administrativa religiosa mais pequena regida pelo pároco. Hoje é confundido com a
Freguesia.
Moçarabes: são antigos cristãos que se fundiram com os árabes. Ex: línguas,
costumes, fé, etc. Localizados mais o centro do condado. Ao sul estão, de facto, os
árabes. Contudo, mais ao centro estão os moçárabes.
“Quem salva o povo” não é o rei, mas a igreja. O poder político-militar permite a posterior
chegada da igreja. Assim cristianizava-se a população submetendo-a ao cristianismo, alterando
o seu estatuto. Não se altera a moeda, pois não havia moeda própria. Neste sentido
permanecia o uso da moeda árabe (a moeda de conta/uso podia ser o maravedi ou dinar).
O poder político-militar avança a sul (zona meridional) e impõe um novo estatuto, ou seja,
define-se:
a. Autoridade política
b. Pagamento de impostos
c. Organização política
d. Quem decide, quem determina e quem condena à morte é o rei
Pedro é o Papa. Não há dúvida de que instituído o rei é criado o reino. Não se trata de
senhorio, porque, assim como foi dado pode ser retirado tal benefício.
Portanto, com o auxílio conquista o território sobre os árabes, mas com a ajuda divina. Ex:
Batalha do …
Sétimo aspeto: todo o território conquistado por DAH não pode ser conquistado pelo
imperador vizinho. Portanto, trata-se de um território autónomo reconhecido pelo Papa e que
ao mesmo tempo deve reconhecido de forma difusa por outros reis, que inclusive sucederam
Afonso VII (imperador de Castela).
Oitavo aspeto: é um território não só concedido pela autorização do Papa, mas por indicação
divina neste ambiente espiritual da época. O Papa defenderá tal território de qualquer
circunstância. Os Papa sucessos devem manter tal reconhecimento por vontade divina.
Nono aspeto: a palavra humildade e honra ao serviço da igreja romana. Deve-se continuar
para a expansão da fronteira da fé cristã. Primeiro o território é conquistado e depois a igreja
cristianiza.
Décimo aspeto: antes de 1.179, ele propôs, através de D. João Peculiar, pagar o valor
simbólico de respeito e humildade. Neste sentido, reconheceria o Papa como suserano e DAH
como vassalo. É um sinal de respeito e submissão a autoridade superior que lhe confere o
cargo. O que se firma é que o encargo da obediência e submissão não se restringe a DAH, mas
aos seus sucessores.
Décimo primeiro aspeto: o encargo não era entregue diretamente à Santa Sé, mas aos seus
representantes no Condado de Portucale, neste caso, ao arcebispo de Braga. Poderia ser ao do
Porto, Coimbra ou Lisboa, mas, por ser o mais antigo, entrega-se àquele.
Décimo segundo aspeto: não admite sejam quem for conquistar ou enfraquecer o reino que é
reconhecido a DAH. Tem a palavra do Papa que se repercute aos Papas vindouros.
Décimo terceiro aspeto: todas as pessoas (eclesiastas ou seculares) que forem avisados por 3
vezes deverão reparar a culpa, o prejuízo. Este é um problema que posteriormente afeta a
lógica de prudência por parte dos reis, pois cometem erros e não os reparam. Perdem a
dignidade para além da penalização de foro religioso/espiritual.
Décimo quarto aspeto: ideia de cristandade em proveito próprio. Se fizer o que a igreja
aconselha encontrar-se-á a paz eterna.
A bula é um documento de 1.179 em que o Papa reconhece DAH como rei, definitivamente. O
território é transmissível aos sucessores do rei, assim como o compromisso firmado pelo Papa
é transmissível aos Papas sucessores.
O rei D. Sancho I passa a questionar o domínio dos territórios. Ora, se foi ele quem os
conquistou, segundo à sua lógica, cabe a ele governá-lo. O problema é que a igreja,
paulatinamente, passa a ter poder que se fundamenta nas doações de povoações, aldeias,
grande propriedade, dinheiro etc.
O rei passa a se questionar no sentido de que não há um único poder político, mas dois. Surge
a dificuldade da interferência direta de ambos. Os reis têm um Conselho de Estado que é
composto por Bispos que fundamentam a sua tarefa no Direito Canónico. Há um certo
favorecimento destes pelo rei que se traduz numa promiscuidade que resulta em conflitos
entre o Estado (rei) e a Igreja. (?)
O grande problema consta da sucessão dos monarcas. Quando morrem os reis deixam
testamentos políticos. Tendem a deixar uma infinidade de bens a fim de remir os pecados e
salvar as suas almas. A grande questão circunscreve-se em determinar se deve ou não ser feita
a vontade do monarca na medida em que as suas decisões podem criar dificuldades para o seu
sucessor.
Na parte final da bula verifica-se que há 2 penas que são lançadas no foro religioso e espiritual:
1. Excomunhão: isolar o indivíduo que e avisado por 3 vezes. O sujeito é proscrito e não
pode fazer comércio, não pode ir à missa, ou seja, é desprezado socialmente.
2. Interdito/isolamento do reino: o reino não poderia, em teoria, ser transacionado com
outros reinos (isolar o reino).
Em Portugal foi abdicado, visto que eram as armas que o Papa tinha para disciplinar o poder
político ao serviço da cristandade. O grande problema surge com o sucessor: D. Sancho I. Ele
dificulta no sentido de que pretende centralizar o poder, ainda que não o tenha concretizado.
Desejava livrar-se da interferência sistemática da igreja na esfera política.
Ele passa a analisar todos os tipos de privilégios e das chamadas imunidades, denominadas
isenções eclesiásticas perante o poder político. Evidentemente que, anteriormente, DAH para
ter apoio tinha de conceder benefícios e privilégios.
Portanto, D. Sancho I coloca em causa e questiona a distribuição de terras porque se ele não
fica com terras fica sem rendimentos.
Terras do rei: delas resultam os reguengos. Se o rei não tem dinheiro, não há
reguengos. Ou seja, não há impostos para cobrar. Muitas das suas terras estavam
usurpadas, pois a igreja e nobreza ocupavam-nas e nada recebia o rei.
Depois, temos a tomada de força muito ousada que é deixar de pagar os marcos de ouro ao
arcebispo de Braga (representante da Santa Sé, ou seja, Papa). Quando se diz Papa, quer-se
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dizer: Arcebispo (de Braga). Há uma relação de proximidade e a denúncia é mais fácil de ser
feita.
1. Fica em dívida
2. Não reconhecimento da obediência e humildade perante o Papa
Ninguém age como autónomo na Idade Média. Há um prejuízo ao tesouro público porque se
está numa economia de guerra. Nesta altura compram-se cavalos aos árabes. Era a arma
principal do exército, ou seja, a cavalaria.
Entretanto, isto leva a problemas. Os bispados mais fortes são os do Norte: Braga, Porto e
Coimbra, assim como o da Guarda (+ fraco) que não tem o mesmo peso político. Neste
sentido, o bispo lança o interdito na cidade. No Porto, abusava-se do interdito. Toda a gente
que apoiava o rei acabava interdito. A reação é de um protesto por parte dos mercadores.
Todos os dias comprava-se carne. Não havia forma de conservá-la. Os religiosos que
aceitaram, veem-se…
D. Sancho I procede de forma a perseguir os adeptos dos bispos. A igreja quando dá o direito
de asilo e não pode ser invadida. D. Sancho I permitiu que o poder político-militar invadisse a
igreja, tratando-se de um erro muito grave. As relações entre igreja e poder político são
complexas.
Tudo isso chega ao Papa que se utiliza de intermédios (outros bispos: independente) para
advertirem através de uma bula papal. Neste sentido, ameaça excomungar (interditar?) o
reino.
Bula
Breves (chancelaria > são documentos que não vão ao Papa > documentos
recorrentes)
Concordata (acordos)
Cartas
Ementas ou emendas
Os reis deixavam bens à igreja para reparar alguns estragos. Sancho I reconcilia-se com
Coimbra.