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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Ciências Sociais

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Curso de História

Rodrigo Turco Fernandes

Resumo do texto: O poder e a igreja: a formação das ideologias


político-religiosas no ocidente

Rio de Janeiro

2023
Este texto é dividido em quatro partes distintas, que são: O Rei Sagrado, O Imperador,
O Governo e o Episcopado, Os poderes e a Liberdade da Igreja.
Na primeira seção, O Rei Sagrado, nós temos como exemplo da ordenação real de
Pepino, o Breve, uma cerimônia desconhecida até então entre os Francos e outros povos
germânicos, que foi o resultado de um plano perseguido por longo tempo. A cerimônia então
sancionou uma situação já existente. O príncipe franco que havia reunido e presidir as
assembléias de clérigos e de laicos, e introduzido na legislação franca as primeiras reformas,
não era mais um personagem estranho à Igreja. E mais importantemente a nova dignidade de
Pepino permitia deixar ao rei, sagrado e abençoado por Deus, o direito de nomear os bispos.
A cristianização abria caminho à influência franca e dava ao príncipe franco uma autoridade
maior. Carlos Martel e Pepino, o Breve, não negociaram o seu apoio aos missionários. A
cristianização podia, contudo, ser completada em proveito dos Francos com a instalação de
uma Igreja autônoma e nacional. A sagração que tornava o rei franco um personagem à parte,
o concedia uma função religiosa mal definida.
Chegando agora na segunda seção do texto, intitulada O Imperador, foca
aparentemente nas funções e obrigações do rei, sendo esta de ser um chefe místico e isto era
o essencial. Governar era cumprir todas as tarefas que lhe contem diante da obrigação maior
de conduzir o povo. O poder de que desfrutava o rei não tinha outro fim, e corrigir o povo ou
fazê-lo viver segundo as normas da moral só podia ser compreendido dentro desta
perspectiva. O rei tinha então uma missão religiosa de salvação que fazia dele o lugar-tenente
do Cristo. A constante referência ao Salvador (novamente se referindo á Jesus) sublinhava o
lugar único de Carlos Magno como chefe do povo cristão.
Então chegamos ao que intitula esta seção que é a origem do termo império, ou
melhor o emprego do termo império, isto é para designar a comunidade formada pelos povos
civilizados, isto é, os povos cristãos. Então nos parágrafos subsequentes falando sobre a
função do Imperador de organizar a vida do povo cristão para que a harmonia fosse
estabelecida entre o céu e a terra, nos campos de justiça, moral e culto. O imperador pregava,
semeava a palavra de Deus, governando pela palavra.
Chegamos então na terceira parte do texto O Governo e o Episcopado, começando
após a morte de Carlos Magno que então não modificou em nada a união entre a Igreja e o
Império, mas então falando das mudanças ocorridas no papel que era desempenhado por estas
instituições. Sobre o episcopado, o autor diz que os homens da Igreja inspiraram a política e,
sobretudo, julgaram-na. O episcopado interveio em conjunto nos negócios da época. Ele não
se limitou mais a pedir ao imperador a promulgação de disposições canônicas relativas às
igrejas ou aos mosteiros, ele traçou abertamente um programa de reforma do Império. Os
bispos e os abades misturavam-se estreitamente aos intrigantes políticos, evitando
dificilmente o seu comprometimento com uma facção ou partido. Os bispos após definirem
claramente o poder, desenvolveram uma concepção sobre a moralidade daquele que o
detinha, como se nada mais fosse necessário.
Por fim temos a seção intitulada “Os poderes e a Liberdade da Igreja” que em seu
primeiro parágrafo define o tom desta parte: “ Para legitimar o novo poder era necessário
provar que ele não era mais digno de governar. Forçar o imperador a confessar crimes reais
ou imaginários [...] Os bispos condenaram isto e, por misericórdia, abriram-lhe as vias da
penitência, o que colocava um outro obstáculo ao seu retorno ao poder.” . Similarmente
quando uma assembleia foi convocada por Luís o Germanico e Carlos o Calvos contra
Lotário. A assembleia enumerou as violências que ele havia praticado contra as igrejas e os
seus inúmeros perjúrios. Os bispos tentaram fugir desta tarefa apelando para o julgamento de
Deus, que já o havia castigado por seus crimes ao devolver o governo do Império a seus
irmãos, melhores do que ele, o tratado de Verdun pôs fim a esta ideia.
Nos dois casos, os bispos anotaram a questão, dando-lhe uma sanção religiosa de
forma a torná-la irreversível. Provavelmente neste comportamento havia uma parte muito
grande de superstição, pois os anátemas que os bispos lançavam sobre seus adversários eram
usados para melhorar sua própria causa. Desde então, os bispos tiveram, em cada reino, a
tarefa permanente de proclamar, com sua presença ao lado do rei, a legitimidade do poder
deste último. Assim entendido, o papel ideológico do episcopado na legitimação do poder era
bem completo e variado. Ele podia julgar segundo a moral ou interpretar o julgamento de
Deus, podia ainda dar-se por satisfeito com a legitimidade da sagração e, eventualmente,
fechar os olhos para os diversos abusos.
Sobre a questão das liberdades da Igreja no texto podemos ver que a aspiração à
liberdade tinha um aspecto concreto que não gera muitos comentários. Ela era também um
estado de espírito. Tratava-se de preservar das tempestades do mundo o domínio da Igreja nos
campos temporal e espiritual. Esta tendência uniu-se à evolução do moralismo carolíngio.

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