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A Corte dos Reis de Portugal (sécs.

XV-XVIII):
Quotidiano e Práticas Rituais
Professora: Maria Paula Marçal Lourenço (maria.marcal.lourenco@gmail.com)
Métodos de avaliação: um trabalho (máximo 20 páginas- 50% da nota), a ser apresentado
oralmente, a ser entregue no dia 17/11. Após a entrega, suceder-se-ão apresentações orais a
iniciar no dia 22/11, que decorrerão até dia 29 do mesmo mês. O teste será realizado no dia 6/12,
e no dia 15 são divulgadas as notas do teste e do trabalho.

15/9- Introdução e métodos de trabalho


O estudo da cadeira inicia-se no século XV, decorrendo até ao século XVIII, num período
extenso. A cadeira foi criada em 2014, decorrente do interesse nos anos 80 do séc. XX, um tema
por vezes considerado pela historiografia como um “tema de alcofa”. Estudar-se-á a itinerância
(motivos e causas) e as residências régias, a geografia dos percursos. Falar-se-á da corte de D.
Duarte (relações interpessoais), onde será dado o significado do termo “Corte”, que pode
designar o espaço físico, a capital do reino ou os tribunais supremos: a corte como um local de
divertimento. As entradas régias em Portugal: no momento do casamento, as rainhas entravam
no território nacional, vindas de Castela e Aragão. A corte local e bragantina de Vila Viçosa, de
cariz austera. Os ritos de passagem: a aclamação dos reis (estudo da coroação de D. João V), os
nascimentos e batizados dos príncipes e as exéquias. O quotidiano régio, desde o acordar, a
oração, as preparações e refeições, o lazer, as festas e o deitar; as relações familiares de D. Pedro
II com os seus pais e irmãos, nomeadamente com D. Afonso VI. Também se estudarão as
amantes dos reis. O auto de fé como uma demonstração de poder e de espetáculo.

20/9- O que é a itinerância? Causas e motivações, ritos e preparativos


A itinerância da Idade Média mantém-se até aos séculos XV e XVI, mas a partir dos
reinados de D. Manuel I e D. João III, o rei e a sua comitiva começam a sedentarizar-se, sendo as
cidades de Lisboa e de Évora dois importantes focos de sedentarização. Durante muito tempo,
considerava-se que o objetivo destas visitas era maioritariamente económico, na busca de
rendimentos. Porém, foi contestada, porque o objetivo tornou-se mais abrangente, mais político,
no intento de uma afirmação política, devido à opulência e dos ricos preparativos, algo estudado
pelo historiador Marc Bloch, que considerava que os laços se estreitavam, tornando-se em laços
de lealdade, solidariedade, respeito (da população para com o rei) e também de um certo amor a

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quem os governava. Durante o período em que o rei se encontra em determinando lugar, a
concessão de mercês e privilégios torna-se mais intenso, como pode ser verificado nos livros de
Chancelaria Régia. Uma das motivações para as deslocações para Évora nos períodos de verão é
a procura de uma temperatura amena, bem como Sintra e Óbidos, locais muito procurados para
as deslocações da Corte; a existência de condições para as atividades lúdicas do rei,
nomeadamente para as montarias e as caçadas; questões higiénicas como a fuga às epidemias
faziam com que o rei e o séquito abandonassem Lisboa e fossem para um local mais arejado;
questões solenes, como a receção de alguma rainha consorte. De forma sistemática, apresentam-
se razões para a deslocação da família real. Porém, apresentam-se também algumas dificuldades.
Nesta época, a rede de estradas não se apresentava desenvolvida, maioritariamente feita em terra
batida, sendo necessária a preparação antecipada do percurso, tudo podendo ser aliado à escassez
dos alimentos, à criminalidade, à existência de animais selvagens, problemas climáticos e
existência de barreiras físicas naturais. No século XIV, as itinerâncias régias focam-se na região
Centro e litoral, todo o território, com exceção a Trás-os-Montes e o litoral sul. No século XV,
esta amplitude começa a reduzir, devido à crescente sedentarização. Ao entrar-se no século XV e
XVI, há uma clara redução do espaço geográfico de deslocação e um aumento da preferência
pela região centro e litoral, aliado também a algum desejo do rei, como D. Duarte, que exigia
comer peixe fresco. Os centros urbanos tornam-se mais atrativos, rivalizando com as vilas. O
abastecimento dos alimentos demonstrou-se como problemático, mas talvez mais problemático
fosse o problema do alojamento, que acarretava, além de problemas de logística, alguns
problemas de comportamentos. Muitos concelhos, em Atas da Corte, queixavam-se dos
comportamentos da comitiva, acusando-os de desorganizar o espaço. O Direito de Aposentadoria
implica que os coutos eclesiásticos e outras terras, regulamentado pelo Aposentador-mor, que
organiza o eficaz alojamento da comitiva da Casa Real. Porém, este direito não era suficiente.
No final do século XIV, foram criados os Estaus, espaços fechados, que são apoiados pela Casa
Real. Um estau era composto por 10 camas, e meio estau era composto por 5 camas. Estes
estabelecimentos existiam nas grandes cidades, como Lisboa, ordenados por D. Duarte,
Santarém (apesar da dúvida da sua existência, devido a Santarém possuir paços régios) e Évora.
Esta solução apresentou-se eficaz na resolução dos problemas decorrentes, mas em curto prazo.
O espaço e a logística eram problemáticos no decorrer da Idade Média, bem como o
abastecimento. Entre os séculos XIV e XV, nas zonas do litoral era fácil encontrar alimentos e
víveres, mas ao chegar-se à região da Beira e ao Alentejo, esta procura era mais dificultada. A
tarefa de arranjar estes alimentos tinha de ser facilitada, e para isso recorria-se ao regateio. Para o
rei, o imposto das sisas (que recai sobre os produtos básicos) é isento. O séquito régio é

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acompanhado pelo meirinho, um oficial de justiça e o corregedor, que tem a função de executar
prisões e penhoras. O séquito era assim uma máquina bem desenvolvida, com a principal função
do abastecimento da mesa do rei e da rainha. A itinerância é definida por dois fenómenos, que
podem ser considerados por “a corte em andada” e “a corte em estada”. Muitas formas foram
procuradas, mas as tendas foram as adotadas em períodos sazonais, nomeadamente no fenómeno
da “corte em andada”. Por outro lado, na Idade Média e na Idade Moderna, não existia uma
deslocação por algum percurso desconhecido. Quando o rei parte para uma nova cidade,
normalmente é acompanhado pelo chanceler (responsável por registar decisões régias) e pela
chancelaria (que não possui ainda um espaço próprio), bem como membros da Casa da
Suplicação (um dos principais órgãos jurídicos), que tinham a função de fazer chegar ao rei os
principais pedidos e queixas do foro jurídico. Sempre que é necessário aprisionar alguém de
alguma outra cidade, o corregedor vai supervisionar a função do juiz de fora, nomeado pela
Coroa. Por vezes, o juiz de fora não tem uma formação académica muito desenvolvida, sendo
que apenas na Idade Moderna é que a sua formação se intensifica, sendo também estabelecidas
algumas relações de conivência com os juízes locais. O Direito Romano e os bons costumes vão
sendo lentamente implementados por estes juízes locais, e a partir do momento em que
demonstram uma magistratura eficaz e justa, podem aceder aos Tribunais Supremos da Casa da
Rainha e da Casa do Infantado. Em casos de degredo e da condenação dos criminosos, a visita da
família régia possibilitava a estes indivíduos habitarem os coutos homiziados, locais com
melhores condições de vida e sem serem alvos de perseguição.
D. Afonso V não foi um rei muito itinerante, devido ao seu foco nas incursões no Norte de
África, algo em que D. João II e D. Duarte contrastam. Com D. Duarte, Sintra era um local
apetecível, tanto pelas qualidades das suas águas, como para as caçadas. O rei aproxima-se e
convive com as populações locais, estabelecendo laços de solidariedade, reverência, lealdade e
amor. A morada régia era o local de afirmação do status quo do rei, como forma de exibição do
seu poder, autoridade e riqueza. Além dos estaus, das tendas, dos paços e dos conventos,
existiam também os hospitais, as albergarias (que acolhiam qualquer viajante).

22/9- As relações interpessoais no espaço da Corte. A corte de D. Duarte


O conceito de corte é muito lato, com imensas acessões, e pode antes de mais significar a
cidade de Lisboa, porque esta esteve sempre instalada nesta cidade; num segundo sentido, o
espaço físico onde a família real, ou seja, o Paço da Alcáçova, até ao reinado de D. Manuel, o
Paço da Ribeira até ao terramoto de 1755, a Real Barraca da Ajuda e mais tarde o Palácio

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Nacional da Ajuda, até ao final da Monarquia. Num terceiro sentido, resume-se ao encontro dos
principais órgãos governativos.
A corte tece laços, tornando-se num espaço de interdependência e de relações, passando
pelo plano sociopolítico. O rei D. Duarte (1391-1438) teve como principal função e foco a
governação. A casa de D. Duarte seria composta por 3000 pessoas, que seria um número grande
para o espaço do Paço da Alcáçova, que em permanência convivem com o rei. O rei é
interventivo e informador, e D. Duarte tinha o plano geral da interpelação e educação dos seus
súbditos, não apenas no plano governamental, mas também em questões de etiqueta e de
comportamentos. A lealdade era um traço importante na corte de D. Duarte, sendo o cimento das
relações sociais durante as Idade Média e Moderna, sendo dotada de extrema importância para as
relações interpessoais. O rei constrói uma corte que segue a corte dos seus pais, D. João I e D.
Filipa de Lencastre, nos ideais da lealdade e do “bem viver”. Nas relações familiares, D. Duarte
enaltece a amizade, nomeadamente entre ele e os seus irmãos, apesar destes se encontrarem por
vezes ausentes da corte. D. Duarte casa com Leonor de Aragão, nascem 8 filhos: D. João de
Portugal, D. Filipa de Portugal, D. Afonso V de Portugal, D. Maria de Portugal, D. Fernando de
Portugal, o Duque de Viseu, D. Leonor de Portugal, D. Duarte de Portugal, D. Catarina de
Portugal e D. Joana de Portugal. Os filhos possuem as suas próprias cortes, com os seus
servidores, ou seja, “pequenas casas dentro de uma casa maior”. É também na corte que se
concedem mercês e benefícios, quer em dinheiro quer em géneros, sendo o centro de benefícios
concedidos pelo mérito ou pelos serviços prestados- a proximidade do rei e a lealdade ao
monarca significa a concessão dos benefícios e das mercês. No período moderno, a Corte ganha
um cariz mais de aliança e admiração, sendo que se um membro cai em desgraça, pode ser
afastado do espaço (sendo possível regressar ao mesmo algum tempo depois). Na chancelaria
régia do rei D. Duarte, o registo da concessão de mercês é vastíssimo, sendo algo “louvável”. O
amor e o temor, dois conceitos importantes, encontram-se no livro Leal Conselheiro, do rei D.
Duarte: à semelhança do amor e temor a Deus, também os seguidores do rei deveriam adotar esta
postura para com o rei e a família real. À semelhança do rei, também na câmara da rainha se
encontrava um séquito de mulheres que deveria servir de exemplo comportamental para outras
jovens donzelas. No contexto matrimonial, as relações entre o amor e o casamento são
complexas. Em Leal Conselheiro, D. Duarte defende a manutenção da virgindade, articulado
com a defesa do casamento e a sua honra (por ser um sacramento, que é prestigiado na corte). Do
ponto de vista jurídico, D. Duarte demonstra uma grande preocupação relativamente às relações
adulteras e ilegítimas de todo o género. Para D. Duarte, o amor nasce em fases irracionais, e

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torna-se ilegítimo se for apenas focado na “folgança” e no prazer, baseando-se na lealdade,
honestidade e confiança.

27/9- Conclusão da aula anterior; a Corte como local de desenfadamento


A relação entre D. Duarte e D. Leonor de Aragão terá sido de fidelidade, crendo-se que
este monarca não teve amantes. Na sua obra Leal Conselheiro, D. Duarte elogia a sua mulher,
pois estaria “à altura”. Já os laços do monarca com os seus irmãos, esta relação apesar de
fidelidade e lealdade, mostra-se um pouco distante, sendo exemplo disso o caso do Infante D.
Pedro, que se encontra no seu Ducado de Coimbra. Com o seu irmão D. Fernando, cativo em
Ceuta, D. Duarte tentou resgatá-lo, mas sem sucesso. Nas suas obras, D. Duarte defende a
conversação entre os membros da Corte, entendida como algo que o monarca tinha com os seus
confidentes, mas também membros da câmara e eclesiásticos, que poderia adotar um caráter
informal. Quando o rei se casa, a noite de núpcias torna-se numa atração e num ato expectante.
Apesar de ser um local de lealdade e fidelidade, a corte irá revelar-se como um local também de
intrigas. Porém, a Corte era também o local de desenfadamento, sem nunca descartando o
trabalho e a atividade governativa. No espaço da Corte, além das montarias e das caçadas,
existiam festas, jogos, bailes, reuniões de amigos, leituras de livros… Na corte, o jogo a dinheiro
era um ato reprovável.
As origens do Palácio de Sintra terão sido mouriscas, sendo que a primeira presença
monárquica neste Paço terá sido durante o reinado do rei D. Dinis, que se terá fixado neste local
e ordenou os mouros livres de construírem um pequeno paço, no ano de 1281. D. Dinis doará o
Paço à sua mulher, Isabel de Aragão (Sintra é uma posse das rainhas), tradição que é
interrompida brevemente por D. João I, quando é doado ao Conde de Seia, que posteriormente
muda para o lado castelhano, e é confiscada, regressando à posse das rainhas. Com D. Filipa de
Lencastre, o património das rainhas ainda não é estabilizado, mas começam a desenhar-se os
contornos. D. Dinis, D. João I e D. Manuel irão realizar intervenções no Paço.

11/10- O Paço da Alcáçova e o Paço da Ribeira


28 de outubro, 4 e 11 de novembro, aulas Zoom às 18h30.
O Castelo de S. Jorge, nomeadamente o Paço da Alcáçova é o principal local de Corte até
ao reinado de D. Manuel, aquando da construção do Paço da Ribeira. A partir das campanhas
arqueológicas dos anos 30 do século XX descobriu-se que o recinto dataria da Idade do Ferro,
apesar da ocupação islâmica. Do Paço da Alcáçova resta a cafetaria e o restaurante Casa do

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Leão. A residência régia costumava localizar-se na parte alta da cidade, sendo amuralhada e
altamente militarizada. No Paço em questão, realizavam-se as aclamações, as exéquias, os jogos,
os banquetes, nascimentos e batizados e toda a atividade quotidiana do governante. Na década de
40 do século XX realizam-se campanhas arqueológicas que colocam a descoberto algumas das
zonas do antigo paço.
O Paço da Ribeira é construído por D. Manuel, em 1501, transferindo-se da zona alta da
cidade para a zona ribeirinha (atual Terreiro do Paço) poucos anos antes de morrer. O filho de D.
Manuel, D. João III não apreciava o espaço do Paço da Ribeira, ao contrário da sua mulher,
Catarina de Áustria, que irá empreender um processo de renovação do espaço. D. João III
apreciava o Paço de Évora. Ao longo de 250 anos, o Paço da Ribeira é a principal residência da
família real. Ao transferir a residência para junto do Tejo, D. Manuel pretende ficar perto do
local onde se efetuam as transações económicas e comerciais, “desprezando” assim o cariz
militar e bélico que o Paço da Alcáçova possuía, que se desliga do reinado e filosofia manuelina.
O Paço da Ribeira liga-se a um processo de construção de uma imagem do rei ligada às figuras
de Salomão e Davi. D. Manuel governa durante 26 anos, escolhendo como locais prediletos
Coimbra e Lisboa. Além de D. João III, também o rei D. Sebastião não gosta do Paço da Ribeira.

3/11- A entrada de Catarina de Áustria


Catarina de Áustria e Carlos V eram primos, que é um problema sistemático nas
monarquias portuguesa e espanhola, que gera descendência com algumas deficiências, sendo
uma constante entre as duas monarquias. As festas são múltiplas, a Corte estava em Évora,
porque Lisboa estava “domada” pela peste. As comitivas de D. João III e de Catarina de Áustria
encontram-se, junto à fronteira. O embaixador português Pêro Correia deu informações relativas
à receção e de que forma é que esta deveria decorrer. As datas relativamente à chegada por vezes
são motivo de confusão. D. Catarina fica em Badajoz durante 6 dias antes de entrar em Portugal.
D. Catarina traz um séquito de 7 damas e 7 criadas de quarto, segundo Anne Marie Jordan 1,
ricamente vestidas, com trajes luxuosas e joias exuberantes. No entanto, quando as rainhas
chegam a Portugal e têm necessariamente de usar um traje típico de Portugal, algo que Catarina
de Áustria irá tentar conjugar com os trajes típicos dos Habsburgos. A entrada de D. Catarina foi
um espetáculo público exuberante, apresentando-se com o seu riquíssimo séquito, sendo a
música uma constante sempre presente, que se crê ter sido preparada pela própria rainha e por
Carlos V. No dia da entrega, D. Catarina de Áustria viaja num coche (?) guiado por mulas
ricamente decoradas com metais preciosos, mas também sedas. D. Catarina, ao chegar, é
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Informação que por vezes pode variar consoante fontes.

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recebida por importantes personalidades da Corte: os irmãos de D. João III, D. Luís e D.
Fernando, que vão em representação do rei, bem como Pêro de Correia, o duque de Bragança D.
Jaime, e o seu filho, D. Teodósio. D. Catarina chega a Estremoz, a sua primeira paragem, já
durante a noite. O primeiro encontro entre D. Catarina de Áustria e D. João III na antecâmara,
ainda com as amas da rainha. Deu-se então uma festa. No dia seguinte, dá-se o matrimónio de
Estado, na Igreja de S. Francisco.

8/11-
D. João III parte com D. Catarina de Áustria parte para Santarém, cidade que não era
visitada com alguma regularidade há alguns anos. D. Catarina de Áustria é uma rainha próxima
do povo. A exaltação feita à rainha é a de uma rainha-mãe, enquanto que a do rei é a de um
soberano símbolo do poder e da guerra, sendo quase um herói da Antiguidade Clássica. Em
1526, a comitiva parte para de Santarém para Coimbra, existindo em sua honra festas e a leitura
de três autos escritos por Gil Vicente, sendo também encontrados arcos triunfais significativos,
ferramentas de propaganda régia. Em Coimbra, encontram-se alguns dos arcos do triunfo. O
reinado de D. João III é marcado pelo Humanismo Cristão, que tem como principal modelo
Erasmo de Roterdão. Na primeira metade do reinado de D. João III, esta corrente é dominante no
seio da corte do monarca. A segunda etapa de D. João III é marcada pela morte dos seus filhos,
pela Contrarreforma e pelo estabelecimento da Inquisição em Portugal, “acinzentando” o
ambiente. Existem poucas descrições relativamente à cidade de Lisboa, todavia existe um
pequeno relato na Biblioteca da Ajuda. No dia 24 de janeiro, a comitiva encontrava-se em
Alcochete, iniciando a deslocação para Lisboa, instalando-se num paço existente em Santos,
depois chegando ao Paço da Ribeira, sendo recebido com missa. A rainha era um símbolo da
fertilidade, da paz e da estabilidade. Ao longo dos séculos XVII e XVIII será diferente devido à
distância entre os monarcas e a população. Os objetivos eram a exaltação régia e a obtenção de
mercês.

10/11-
As festas da Corte no período filipino (1580-1640) em Portugal, apesar da corte estar em
Madrid. Quando Filipe II de Espanha é aclamado em Madrid, em Portugal há uma reprodução
desta festa

17/11-

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Os duques de Bragança raramente saem muito do seu território, que permite manter os
rituais bragantinos. Nas cerimónias, o duque comia em público, num banquete com música,
sendo um momento bem acolhido pela população. Existem três momentos de festividades na
Casa de Bragança: chegada de Filipe II; chegada de Filipe II e cortes- ou seja, as saídas para o
encontro da comitiva régia e a participação nas cortes de 1581 (aclamação de Filipe I), 1583
(antes da partida de Filipe II para Espanha) e 1619. D. João IV nasceu em Vila Viçosa a 18 de
março de 1604 e casou com D. Luísa de Gusmão. Teve D. Teodósio, D. Joana (que morre), D.
Ana, D. Catarina, D. Manuel, D. Afonso VI (futuro rei) e D. Pedro II (futuro rei). Quais são as
prioridades de D. João IV? Reorganização do reino e reorganização militar. Quando chega a
notícia da Restauração a Vila Viçosa, no dia de 2 de dezembro, vive-se um ambiente de alegria.

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