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Aridez crescente, com a expansão da savana, que se reflete nos perfis de pólen e
faunas, de roedores;
Arrefecimento, com expansão de biomas temperadas para o Equador, que se reflete
na penetração das faunas da Eurásia;
Maior variação sazonal.
Crânio arredondado;
Prognatismo reduzido;
Arco zigomático menor;
Bipedismo;
Menor dimorfismo sexual;
Capacidade craniana aumentada;
Áreas de desenvolvimento da linguagem.
Homo Ergaster
A espécie Homo Ergaster foi descrita em 1975, a partir do fóssil KNM-ER 992, identificado em
1971 no sítio de Koobi-Fora. Homo Ergaster é equivalente a Homem trabalhador.
É um fóssil quase completo, tendo sido descoberto o esqueleto completo, junto ao lago
Turkana (Quénia) por Richard Leakey, Kamoya Kimeu e Tim White. Terá vivido há cerca de 1.8-
0.6 MA. A capacidade craniana era de 900 cm 3. O nível de dimorfismo sexual era igual ao do
Rudolfensis/ Habilis, com longos corpos delgados de proporções tropicais:
A observação empírica:
Uma vez que a capacidade craniana estimada para adultos é de 900 cc, a anatomia
pélvica indica padrões de crescimento individuais semelhantes aos observados entre
os humanos existentes. Isto indica longos períodos de crescimento infantil e
crescimento do cérebro ao longo dos primeiros anos de vida pós-natal. Contudo, os
dados da dentição indicam uma adolescência mais curta.
A atividade diurna tem muitas vantagens, como uma gestão mais eficiente do consumo de
água, o consumo de quantidades iguais de energia em raids de grandes distâncias, um corpo
mais linear, que diminui o aumento da exposição à radiação solar e perda de calor através da
evaporação e distância entre o tronco e a terra, com um melhor arrefecimento da pele por
correntes de ar. A maioria dos carnívoros caça ao amanhecer ou pôr do sol.
A origem da linguagem
Homo Erectus
Eurásia e América do Norte- floresta de folha caduca nas latitudes médias, tundra e
floresta de coníferas nas latitudes mais altas;
África e Ásia do Sul- floresta tropical forma bandas estreitas em torno do Equador,
rodeada por áreas abertas, savana e deserto.
Existem três teorias que pretendem explicar a “diáspora humana”:
Teoria Unilinear
Foi elaborada em 1959 por William Howells, Christopher Stringer e Peter Andrews. Segundo
esta teoria, terá havido duas vagas de migrações:
A evolução local dos Homo Erectus europeus e asiáticos leva a um impasse evolutivo, ou até
mesmo à extinção. Esta teoria foi corroborada por estudos genéticos que provam a existência
de um descendente africano comum há 150 KA, mas é uma teoria que não integra hominídeos
intermédios entre o Homo Erectus e o Homo Sapiens.
Teoria Multi-Regional
Foi elaborada por Franz Weidenreich em 1947, enunciando que apenas existia uma saída de
África com o Homo Erectus, sendo que o Homo Sapiens apareceu no planeta simultaneamente
e de forma independente. Esta teoria foi depois refutada com estudos genéticos recentes que
indicam uma origem comum recente.
Foi elaborada por Erik Trinkaus, Fred Smith e Gunter Brauer. Há 2 MA, as migrações foram
regulares e progressivas. Existiram vários tipos de migração, não somente a partir de África,
mas de outras regiões, como da Ásia para a Europa, o que leva a uma mistura genética com
várias espécies. A última migração a partir de África (150 KA) é a que deixa mais traços no
património genético do homem moderno.
A descoberta do Pitencantropus
Contexto:
A criança de Modjokerto, com cerca de 1.8 MA, teria cerca de 4-6 anos de idade, uma
capacidade craniana de 663 cm3, correspondendo a 84% do H. Ergaster ou 72% do H. Erectus.
As capacidades cognitivas eram limitadas, sem formas de linguagem, devido ao reduzido
período de crescimento do cérebro.
Tinha craniana de 1043 cm3 e uma estatura entre 1.50 e 1.65 metros. Foram detetados
vestígios de fogueira, um possível indício de linguagem, pondo-se também a hipótese de
canibalismo. A sua datação recente é de 780 KA.
Na Ilha das Flores, na Indonésia, foi descoberto em setembro de 2003 o Homo Floresiensis,
tendo sido publicado pela primeira vez em outubro de 2004, por Peter Brown, Richard Roberts
e Thomas Sutikna. A sua altura era de 1 metro, com uma capacidade craniana mais próxima do
chimpanzé que do homo (380 cm3). Existem contradições, a capacidade craniana era de facto
reduzida, mas o comportamento era complexo; uma tecnologia lítica evoluída e existência de
enterramentos. Tinha como características a existência de mandíbulas pequenas e de dentes,
sendo que alguns poderiam até ser mal formados ou até mesmo estar ausentes e a falta de
queixo, podendo pensar-se que existiria uma correlação com os pigmeus de Rampasa.
Em 1976, Joseph Gilbert descobriu o sitio de Venta Micena (Orce, Granada) e em 1982
descobre um fragmento de crânio humano publicado na revista Paleontologia Y Evolución. No
Congresso Internacional de Paleontologia Humana, em 1995, debateu-se sobre a existência do
Homem de Orce e realizaram-se novas escavações:
Venta Micena;
Barranco León;
Orce;
Cueva Victoria.
Na serra de Atapuerca, foi aberta uma passagem que permitiu a colocação de um caminho de
ferro mineiro, na região de Burgos, criando assim uma trincheira com mais de 500 metros de
comprimento e 20 de altura. Em 1976, Trinidad Torres encontrou restos de mandíbula e outros
restos humanos na Sima de los Huesos, levando a que Torres contactasse o professor Emiliano
Aguirre, o seu diretor de tese. Mais tarde, num projeto de 1991 liderado pelos discípulos do
professor Aguirre, descobriu-se de forma fortuita, na “Trincheira do Ferrocarril”, os sítios
arqueológicos de Sima del Elefante e Gran Dolina.
Homo Antecessor
Os ossos encontrados na Grande Dolina apresentam marcas de corte, parecendo que foram
descarnados, sendo interpretados pelos escavadores como evidências de canibalismo.
Encontrou-se material lítico abundante, assim como pequenas fraturas nos ossos- terão
relação direta? Encontraram-se também vestígios de descarnação post mortem (depois da
morte)- qual é o significado dos cortes nos ossos e crânios com 800 000 anos? Rituais
funerários ou canibalismo?
Homo Heidelbergensis
História da identificação:
Em 1908, um trabalhador encontrou uma mandíbula junto da vila de Mauer, perto da cidade
alemã de Heidelberg. O investigador Otto Schoentensak foi o primeiro a descrever o fóssil e
denominando-o de Homo Heidelbergensis. Identificaram-se fósseis em países como a Grécia,
Reino Unido, Espanha, Alemanha, Etiópia e Gâmbia.
Características anatómicas:
Expansão do crânio;
Ampliação do frontal;
Diminuição dos dentes;
Maior abertura do nariz;
Órbitas mais abertas e separadas;
Torus supraorbital.
Europa (500 KA- Mauer; 200 KA- Petralona):
A maioria dos ossos de La Sima de los Huesos foi identificada num poço ou galeria que hoje, e
provavelmente nesse período, deveria ter acesso através do poço vertical com mais de 13 m
de profundidade. Face à profundidade da gruta, não seria admissível que animais ou humanos
vivessem nessa cavidade. Foram encontrados ossos de alguns animais, como ursos, no acesso,
não existindo relação entre os restos humanos e os restos animais.
Artefactos votivos
Queda;
Transportes pelos vivos;
Deslocação post deposicional.
As primeiras práticas funerárias em Sima de Los Huesos
A elevada percentagem de indivíduos com mais de 20 anos indica que o perfil de mortalidade
não é o natural, no qual estariam representados todos os escalões etários. Numa deposição
natural os indivíduos com maior mortalidade são os bebés, crianças e idosos. A conservação
dos esqueletos terá sido diferenciada, apesar da conservação de partes muito frágeis, o que
acaba por desmentir esta hipótese. Pela grande presença de fragmentos de adolescentes e de
adultos jovens, seria provável que se deslocavam à Serra (zona de caça sazonal) afastada das
zonas residenciais.
Questões em aberto:
Homo Heidelbergensis como uma espécie única, em termos cronológicos (1.2 MA-200
KA) e geográficos (Europa, África e Ásia)- ou há várias espécies?
Qual o antepassado do Homo Heidelbergensis?
O Homo Heidelbergensis teve adaptações comportamentais e culturais ao clima frio?
Encontrado em Israel, numa cronologia situada entre os 92 KA e os 115 KA, tinha uma abóbada
craniana de paredes delgadas, a testa era direita, não se verificava prognatismo facial, a
capacidade craniana de 1550 cm3. Deveria medir cerca de 1.72 metros.