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Ciência do Homem

ANTROPOLOGIA
ANTROPOS + LOGOS

Homem Saber/Tratado/Razão/Estudo/Capacidade de
racionalização individual

ALICERCES BIOLÓGICOS DA CULTURA

 Emancipação dos membros superiores (associado ao manuseamento);


 Coordenação entre o movimento dos braços, mãos, vista e cérebro;
 Prever Planear Abstrair

Possibilidade de simbolizar (Associar símbolos a objetos; Tradução por símbolos, situações e


sensações)

Emancipação dos membros superiores:


Até ao final da era terciária, o clima era húmido, propiciando as grandes e vastas florestas
com uma vegetação densa, sendo, então, um local mais ou menos seguro para os pré-hominídeos
existentes.
No entanto, nos finais dessa mesma era, o clima transformou-se gradualmente em clima
seco e, como consequência disso, as florestes que existiam foram desaparecendo gradualmente e
dando lugar a uma outra vegetação de porte mais baixo, a savana.
Esta modificação do meio ambiente terá começado a contribuir para a alteração do modo
de vida e da constituição física de certos grupos pré-hominídeos.
A necessidade de adaptação ao meio envolvente e a necessidade de se defenderem dos
predadores naturais no novo meio envolvente levou-os a endireitar aos poucos o corpo para uma
melhor visualização dos predadores, para uma melhor orientação e observação em relação aos
perigos, sem distrações, e para se alimentarem de forma mais eficaz.
Assim, de forma gradual foram adquirindo uma forma de estar/posição mais vertical/ereta
(por imposição do meio) e deixaram de utilizar as mãos para caminhar, o que levou à separação dos
dedos.

Utilização de um maior nº de
Desgaste nos maxilares sendo que
utensílios e a fabricação de um
desenvolveu-se outro tipo de dentição.
maior nº de armas para “caça”
Aumento da quantidade
de carne na alimentação
Tal facto, levou-os a usarem os membros superiores para trabalhar e levou-os, portanto, ao uso e
fabrico de artefactos. Contudo, tudo isso levou-os a emanciparem/libertarem os membros
superiores e darem-lhe um melhor uso do que para andar.
Na sequência das alterações, o crânio transforma-se, também, aumentando o volume e
aumentando a capacidade craniana, por estímulos, raciocínios e reações.

ASSIM:
 A posição ereta, a emancipação dos membros superiores e a sua utilização em atividades
que vão estimulando o cérebro, ou antes, o pensamento, levam ao aumento do volume do
cérebro.
 A posição cada vez mais ereta, a maior utilização das mãos, o sentido de profundidade de
visão que foram tendo (para planear caçadas) e a coordenação dos movimentos dos braços
e das mãos com a própria visão e com o cérebro levam-no a ter um maior sentido de
previsão, planeamento e abstração.
 Em simultâneo e como consequência dessa posição ereta, dá-se um alinhamento da laringe
em relação à boca, libertando assim as cordas vocais, o que lhes dá uma maior possibilidade
de comunicar facilmente, com os restantes elementos do grupo.

SÍNTESE:

Coordenação entre o
Prever, planear e Possibilidade de
movimento dos braços, mãos,
abstrair simbolizar
visão e cérebro

CONDICIONANTES DA CULTURA:
A maior condicionante da cultura é o próprio ambiente natural, com o revelo, o solo e o
clima como elementos mais influentes, e com o meio animal e vegetal, o subsolo e o isolamento
como elementos menos influentes.
ELEMENTOS BASILARES DE UMA CULTURA:
Os elementos mais básicos, essenciais e fundamentais de uma cultura são:

 Homem Raça
 Terra Natureza
 Tradição

O homem é um ser produtor e portador de cultura:


o Produtor: pois cria em grupo os hábitos, crenças e valores que passam a caraterizá-los
como um povo;
o Portador: possuir intensamente todos esses ideais que rapidamente se refletem nas
suas atividades e costumes.
A cultura que o homem produz e contém na sua essência é ampliada constantemente e vai
passando de geração em geração e a isso denomina-se bem coletivo.

No entanto, haverá condicionantes e determinantes da cultura? Os autores antigos


explicavam a cultura dos povos pelo AMBIENTE que os envolvia. Assim, a cultura é condicionada
pelo ambiente.

Exemplo de ambientes diferentes que condicionam a cultura:


1. Caso dos Esquimós Caçadores de Focas (cultura) Neves prolongadas (ambiente)

2. Caso dos Bushimanes Caçadores de Avestruzes Deserto (ambiente), sendo


(cultura) que escavam onde há água.

No entanto, há exemplos de que, no mesmo ambiente físico, se desenvolvem culturas distintas


e diferentes. Exemplos de ambientes iguais que condicionam culturas:
1. Zona dos Esquimós, com neves prolongadas:
 Caçadores de Focas;
 Pastores de Renas, com construção de habitações à base de lonas (tecido grosso e
denso) e madeiras.

Portanto, há outros aspetos que influenciam a cultura, sem ser o ambiente.


A natureza/ambiente age, fundamentalmente, como condicionante ou limitadora das
atividades humanas (cultura) mas nunca como determinante.
ELEMENTOS DA NATUREZA QUE MAIS INTERATUAM COM A CULTURA:

Elementos mais influentes/condicionantes: Elementos menos influentes/condicionantes:


A- Relevo: Madeira (socalcos no pavimento – A- Meio animal e vegetal: Bushimanes (em
cultura em socalcos); desertos);
B- Solo: Desertos (ex.: solos inférteis com falta B- Subsolos: primeiro em solos mais elevados,
de água e vegetação), o que leva à depois em vales;
nomadização (a agricultura não pode ser C- Isolamento: transmânios (que, por
desenvolvida nestes locais e por isso isolacionismo, não praticavam a pesca).
descolam-se por sobrevivência)
C- Clima: favorece o desaparecimento da
agricultura.
Os aspetos da cultura mais influenciados pelo meio ambiente são aqueles que fazem parte da
cultura material, relacionados com as atividades económicas de subsistência (garantir a
sobrevivência e estabilidade). Assim:
o Cultura material: aquela que é palpável; os objetos regem as normas e as regras do modo
de vida”;
o Cultura não material: aspetos morais e intelectuais da sociedade (normas sociais, religião,
normas, ideologia).

Na relação ambiente-cultura, é necessário considerar a história, tendo em conta a sua variação


no tempo e no espaço. No mesmo momento histórico é possível encontrar dois tipos de cultura
diferentes, onde os ambientes diferem:
1. Caso da Grécia: Gregos: o clima agradável, a fraca exploração mineira e agrícola, a
adaptação ao meio e a estrutura social levaram a um avanço cultural extraordinário.
2. Caso das Planícies Ocidentais: Bárbaros: na mesma altura dos gregos, este povo tinha um
grau cultural muito inferior. Havia uma intensa exploração agrícola e a cultura era fraca e
pouco desenvolvida em termos de adaptação e costumes sociais.

Com o passar do tempo, deu-se uma inversão das situações e isso deve-se ao avanço técnico
que possibilitou melhores condições em recurso.
CONCLUSÃO: Um ambiente pode ser ótimo para um determinado tipo de cultura e pode não o
ser para outro.

Assim, a cultura varia com:


 Fatores Humanos: Biológicos (adaptações corporais e estruturais);
 Fatores Extra-Humanos: Ambiente (exemplo: a pouca vegetação leva a um aumento da
exposição aos predadores que leva a uma posterior adaptação ao meio);
 Fatores Comportamentais/Aspetos do comportamento.

Podemos dizer que a cultura desenvolvida e influenciada pelo meio ambiente e pela história
conduz a tipos de sociedades diferentes.

 SOCIEDADE: Conjunto de indivíduos que interatuam dentro da mesma comunidade;


 CULTURA: formas de comportamento de uma sociedade; conjunto de tradições sociais de
uma sociedade.

Muitos biologistas afirmam que os animais também vivem em sociedades e é necessário


distinguir as sociedades humanas das sociedades animais.
Esta grande diferença está na cultura pois o Homem é o único animal produtor e portador de
cultura, o único animal capaz de criar símbolos e é, também, o único animal com capacidade de
abstração.

A cultura depende de duas tendências distintas que existem em todas as culturas:


1. Conservadora: relaciona-se com o respeito pelas formas/costumes do passado – TRADIÇÃO,
e ocorre nas sociedades mais primitivas, com os valores mais vincados.
2. Inovadora: reflete os aspetos dinâmicos (alterações culturais que levarão a uma melhoria)
de uma cultura e origina MUDANÇAS na mesma. Esta tendência está relacionada com as
sociedades mais históricas com uma mentalidade mais aberta e com disponibilidade para
aceitar novas ideias.

Há uma tendência para um certo equilíbrio destas duas tendências sendo que:
 Sociedades primitivas: elemento conservador mais forte;
 Sociedades históricas: elemento inovador mais forte.

Nesse equilíbrio, dois fundem-se, originando uma muito mais equilibrada e justa. Quando esse
equilíbrio se rompe/sofre rotura, geram-se situações de desequilíbrio.

Como a sociedade é um conjunto de indivíduos, as relações desta com a cultura leva a que
tenhamos de considerar também as relações entre os indivíduos e a cultura. Diz, portanto, respeito
a um determinando indivíduo dentro da sociedade.

A interação entre um indivíduo e a sociedade em que vive e onde se integra pode apresentar
dois aspetos distintos:
 ENCULTURAÇÃO: ensinamentos que o indivíduo tem de uma sociedade, para que possa
tornar-se membro dela (os ensinamentos adquiridos fazem com que o indivíduo faça parte
da sociedade em questão);
 CRIATIVIDADE INDIVIDUAL: o indivíduo utiliza comportamentos distintos dos do grupo que
faz parte, originando conflitos entre o mesmo e a sociedade. Esses conflitos podem terminar
com a adoção do grupo a esses novos valores, ou ao contrário. Culmina, assim, com a
aceitação por parte do grupo em relação aos novos valores ou, então, com a rejeição por
parte dos mesmos e isso depende das sociedades em questão.
Assim, o conflito pode resultar em:
 Rejeição/Expulsão: tendência conservadora, em sociedades primitivas;
 Resignação/Adoção: tendência inovadora, em sociedades históricas.

Para além destes dois comportamentos globais, pode ainda haver outros entre culturas
(interculturais) ou entre os indivíduos de uma mesma cultura (intraculturais), tais como:
o DIFUSÃO: troca de padrões culturais, entre duas culturas em contato;
o ACULTURAÇÃO: imposição de uma cultura a outra;
o DISFORIA: os elementos da sociedade aculturada têm consciência que os seus padrões são
inferiores, mas, não aceitam os novos padrões (há um reconhecimento de que existem
padrões melhores mas não há uma aceitação/adoção desses padrões).

FORMAS DE VER A DIVISÃO DA CULTURA:


1. Triângulo de Titiev:

Ambiente Sobrenatural

Homem

2. Relações Homem-Ambiente: Parte material (economia-agricultura);


3. Relações Homem-Sobrenatural: Organização religiosa;
4. Relações Homem-Homem: Organização da sociedade (conjunto de indivíduos)

O Homem
Origem e Evolução Física

1ª FASE DA EVOLUÇÃO:
Até aos Primatas (Ordem) e, dentro destes, os Hominídeos (Família).
 1º Ser vivo: unicelular, passando a formas pluricelulares.
 Vida aparece no mar: passagem cos pluricelulares (peixes) a anfíbios e adaptação
destes à vida terrestre (répteis). Ou seja, a vida marinha desenvolveu-se
 Várias formas de vida/Diversidade de vida: desenvolvem-se e culminam nos
vertebrados.

HOMEM:
1. Classe: Mamíferos
2. Ordem: Primatas
3. Família: Hominídeos
4. Género: Homo
5. Espécie: Sapiens

Assim, ao longo dos milénios, houve alterações na carga genética e deram-se mutações. As
mutações são as alterações genéticas nas sequências nucleotídicas (genes). A diferenciação dos
vários ramos do Homem deve ter-se dado de 5 a 70 milhões de anos.

CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS AO LONGO DOS TEMPOS:

 Australopicsídeos (Australopitecus):
No leste de África, encontraram-se os mais antigos fósseis dos Hominídeos,
datando 3,8 milhões de anos:
o Australopithecus Afarensis: 3,8 a 2,6 milhões de anos;
o Australopithecus Grácil ou Africanus: 2,5 milhões de anos;
o Australopithecus Robusto: 2 a 1,5 milhões de anos;
o Homo Habilis: 2 milhões de anos.
O Homo Habilis é o principal autor das mais antigas indústrias de pedra lascada.
Com ele terá começado, verdadeiramente, a Humanidade.

 Pitecantropídeos (Pitecantropos)
O Pitecantropos, com cerca de 1,68m, era conhecido como o Homo Erectus e
tem como caraterísticas o domínio do fogo e a expansão para a Europa e a Ásia;

 Neanthertalianos (Neanderthal)
Os Neanderthais eram vistos como os pré-sapiens.

 Homo Sapiens
Surgiu, então, os Homo Sapiens Sapiens ou Cro-Magnon, na Europa.

Os Australopitecus, os Pitecantropos e os Neanthertalianos são os 3 ramos colaterais que


representam 3 grupos distintos e que convergem para dar origem ao Homo Sapiens. Os primeiros
restos encontrados de Homo Sapiens eram:
 Homem de Chancelade - Raça Amarela - Mongolóide (Asiáticos)
 Homem de Grimaldi - Raça Preta - Negróide (Negros)
 Homem de Cro-Magnon - Raça Branca - Caucasóide (Brancos)

A B Entre os grupos A e B, apesar de virem de um ancestral em comum,


não há a possibilidade de cruzamento. Além disso, as divergências vão
sendo cada vez maiores (neste caso).

O raciocínio é válido para:


 Ancestral comum (Primatas Pongídeos e Primatas Sinomorfos, onde há uma possibilidade
de cruzamento pois as divergências são notórias);
 Ramapitecus (Australopitecus e Pitecantropus).

EVOLUÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DA CULTURA:


Interessa-nos correlacionar a evolução dos hominídeos com a evolução dos tipos culturais que
foram aparecendo. Para tal, é necessário recorrer à geologia, paleontologia e arqueologia.

No que concerne à evolução da Cultura, temos exatamente os mesmos problemas que quanto à
evolução dos hominídeos.
Durante quase todo o Quaternário, os vestígios deixados pelo homem correspondem ao
chamado Paleolítico, caraterizado pelo uso de instrumentos de pedra lascada. Quaternário
Paleolítico
Só no fim do Quaternário Superior (Holoceno), apareceu, pela 1º vez, instrumentos de pedra
polida, que caraterizam um novo período chamado Neolítico.
ASSIM:
 Quaternário Paleolítico Pedra lascada
 Quaternário Superior (Holoceno) Neolítico Pedra polida

O Quaternário é composto pela Idade da Pedra (Paleolítico+Mesolítico), pelo Neolítico e pela


Idade dos Metais.

Neolítico
O Neolítico não representa simplesmente um progresso na técnica do fabrico de
instrumentos líticos (relacionados com pedra). Ocorre a revolução do neolítico, correspondente a
um período novo, verdadeiramente revolucionário, na história da humanidade.
Até essa altura, o homem vivia da caça (caçador) do que colhia à sua volta, na natureza, era
coletor e recoletor.
A partir do Neolítico ele começa a saber produzir alimentos (excedentes alimentares), pela
descoberta da agricultura e da domesticação de animais, através da força do homem.
Os excedentes alimentares que resultam desta descoberta abrem perspetivas novas à
humanidade que, a partir desta altura, começa a evoluir rapidamente. Os excedentes alimentares
possibilitaram a troca entre os povos (troca de utensílios, produtos agrícolas, animais mortos e as
suas peles, provenientes da caça.
A descoberta da Agricultura é acompanhada pelo fabrico e emprego da Cerâmica, assim
como pelo aperfeiçoamento das técnicas líticas (com pedra), que serviram para classificar o novo
período como o período da Pedra Polida/Neolítico.
Neolítico Período da Pedra Polida Cerâmica e aperfeiçoamento de técnicas líticas.

DIFERENTES IDADES DO HOMEM ATRAVÉS DOS VESTÍGIOS DE CULTURA DEIXADOS:

DIVISÃO DA ERA QUATERNÁRIA E OS SEUS TIPOS DE CLIMA E FAUNA:


Só no Holoceno é que se instalou um clima temperado, como nos nossos dias, pois:

ERA CLIMA FAUNA


Quaternário Antigo ou Clima quente (Europa) Europa: elefante, hipopótamo,
Inferior rinoceronte, etc.
Quaternário Médio Clima frio e húmido (Europa) Europa: mamute e rinoceronte
coberto de pêlo.
Quaternário Recente ou No início era frio e seco, mas, Animal predominante durante
Superior ou Neolítico no fim, aproxima-se do nosso muito tempo: rena
clima atual
Período da Pedra Polida até à Idade dos Metais

Objeto: Estudo pré-histórico da Cultura Cultura Material

Paleolítico

No Paleolítico, a cultura material refere-se a paus, pedras e metais, sendo eles objetos que
se regem por normas ou regras do modo de vida.

PALEOLÍTICO INFERIOR:
Nesta época, era muito difícil saber:
 A estrutura da família, uma vez que esta era implícita;
 Como se agrupavam para caçar e viver;
 De que eram feitas as tendas que existiam.

A Cultura destes povos era muito rudimentar/básica e, por isso, não deveriam ir além da divisão
sexual do trabalho, onde os homens trabalhavam na agricultura, na caça e na olaria enquanto que
as mulheres não passavam de meras cuidadoras.

PALEOLÍTICO SUPERIOR:
 Surgem as pinturas rupestres nas rochas e cavernas, que tinham como simbologia
elementos de culto ou representações da arte (das caçadas, principalmente). Eram os
homens quem praticava as pinturas rupestres e, através delas, podemos ter a certeza que
estes eram caçadores pois estas pinturas representavam, na sua maioria, animais
trespassados por lanças;
 Passou a ser possível conjeturar/supor uma vida espiritual.

NOTA: O que não é possível saber ao certo é se as pinturas seriam elementos de culto ou
apenas representações de arte.

PALEOLÍTICO VS NEOLÍTICO
Paleolítico Clima rigoroso Povos caçadores Povos nómadas
Neolítico Clima temperado Povos agricultores Povos sedentários ou
semi-nómadas

Quando se chega ao Neolítico, dá-se a Revolução Neolítica, com o aparecimento da


agricultura.
Em relação a esta Era pode-se fazer conjeturas/suposições sobre a sua organização social.

Neolítico:
 Aparecimento da roda e da olaria, relacionadas com a agricultura. Com a produção
agrícola, surgiu a necessidade de produzir recipientes para colocar os produtos
produzidos e para tal, recorreu-se à olaria.
 Se há a existência de Olaria, num determinado povo, podemos dizer que há, para além
da Divisão Sexual do Trabalho, a especialização desses mesmos trabalhos (oleiros,
agricultores, …).
 Passou a haver a possibilidade de trocas entre os povos através dos oleiros, agricultores
e caçadores.
 Surge, então, a escrita como um pressuposto/suposição final da troca. Era através dela
que eram feitas as negociações, tais como exportações e importações.
 Apesar de toda a evolução, a cultura material continuava a ser a pedra e o barro.
 A família foi ampliada para um grupo social e era independente quanto ao aspeto de se
bastar a si próprio, tal como acontecia na família no Paleolítico.

A Idade que se segue à da Pedra é a Idade dos Metais (marcada pelo Cobre, pelo Bronze que
estava ligado ao cobre e ao estanho e pelo Ferro). Com o aproveitamento dos metais e a
necessidade de construir moldes para fabricar os objetos necessários ao grupo, passa a haver
uma maior especialização.
CONSEQUÊNCIA: Relações económicas entre grupos (através de negociações e trocas).
CONCLUSÃO: A existência de excedentes numa comunidade leva a poder existir uma divisão do
trabalho por especialização. Esses excedentes eram alimentos (agricultura), utensílios
(fabricantes) e animais (caça).

CONSEQUÊNCIA: Aparecem indivíduos que passam a encarregar-se da


subsistência/sobrevivência de todo o grupo, sendo esses indivíduos denominados por chefes.
Porém, enquanto que a Idade da Pedra foi comum a toda a comunidade nesses dois
períodos do quaternário, as descobertas dos metais na Idade dos Metais fizeram-se em lugares
determinados e a sua difusão/partilha ficou circunscrita a certas civilizações. Ou seja, a Idade
dos Metais ficou restrita a certos locais, onde se descobriram os metais e apenas algumas
civilizações usufruíram das técnicas de ferro. Assim, ainda hoje, muitos povos da Terra não
conhecem as técnicas do Ferro e só obtém este metal por permuta com outras populações mais
beneficiadas.

Sucessivamente e em períodos cada vez mais curtos que se vão seguindo uns aos outros,
chegamos à Idade Atual, que alguns designam de Plástico.

OBSERVAÇÃO: Não se deve confundir a evolução biológica com a evolução cultural.


Em ambas, existe a ideia fundamental de modificações que se exercem dentro da uma
unidade complexa.
No entanto, a evolução biológica corresponde a uma teoria de evolução orgânica e a
evolução cultural corresponde à teoria da evolução histórica da humanidade. Ambas as teorias
são muito diferentes, nos seus princípios e métodos utilizados.

ESQUEMA DA EVOLUÇÃO CULTURAL:


A cultura não se deu universalmente em todos os lugares, mas apenas num ou noutro lugar,
ou época.
Existiam povos que eram, ao mesmo tempo, agricultores, caçadores e coletores.
A agricultura parece ter aparecido independentemente das outras invenções e o mesmo
terá acontecido com a olaria.

O aumento da quantidade de grupos sociais levou a um aumento da cultura. A difusão


permitiu que as invenções de cada grupo fossem partilhadas, passando de uns para outros.
Logo, uma série de grupos aproveitou, através da difusão, a agricultura.

A partir desta fase, a cultura tornou-se cada vez mais complexa. As diversas formas de
cultura que existem, hoje em dia, no mundo, são uma prova dos processos de difusão,
aculturação e enculturação.
Sínte
se

A Evolução dos Povos


A grande Revolução Neolítica ter-se-á dado, um pouco por todo o lado, em fases temporais
diferentes, consoante a atuação da Natureza.
O seu desenvolvimento está associado à capacidade de reprodução dos solos e terá
começado, principalmente, no Vale do Nilo, na Mesopotâmia e nas Margens do Indo, onde os
solos passaram a ser mais férteis.
A zona geográfica, o meio ambiente, a intercomunicabilidade dos grupos (onde chegaram a
um consenso) e o avanço técnico (novas técnicas tais como lanças, olaria, …) foram os principais
motivos que levaram os povos a ter evoluções diferentes.

Escolas
As escolas explicam a evolução dos vários povos consoante a sua cultura. Essas escolas podem
ser:
 Diacrónicas: fazem evoluir a cultura ao longo do tempo;
 Sincrónicas: estudam a cultura como um todo, num certo momento do tempo;

ESCOLAS EXISTENTES:

A- Evolucionistas unilineares ou comparatistas


Nesta escola, todos os povos passariam pelos menos estados de evolução
(independentemente do momento histórico, área geográfica, meio ambiente, hábitos e
costumes).

 Selvajaria: tem como indicadores o fogo e a fala;

 Barbárie: tem como indicadores a cerâmica, a domesticação de animais e o uso do ferro;

 Civilização: tem como indicadores a invenção do alfabeto.


B- Difusionistas
Ciclo de civilização ou culturais.

C- Funcionalistas
Tipo de escola sincrónica onde desprezam o elemento histórico da evolução cultural. O fator
tempo não é considerado nesta escola.

D- Estruturalistas
Ligados aos funcionalistas.

E- Neo-evolucionistas ou Evolucionistas Multi-lineares


Conjugam as escolas evolucionista unilinear e funcionalista.

FASES FUNDAMENTAIS NA VIDA DA HUMANIDADE:


1- Expansão: Isolamento e Diferenciação
2- Agrícola: Fusão e Universalismo
3- Metais: Sedentarização e Trocas

Nestas fases desenvolveram-se tipos de economia diferentes em função dos excedentes


produzidos, sendo cada um deles correspondentes a uma das fases da humanidade,
respetivamente:
a) Coletores, Caçadores e Pescadores; 1-a)
b) Agricultores e Pastores; 2-b)
c) Sociedades Superiores. 3-c)

a.1) Coletores simples: sem excedentes permutáveis/trocáveis. (Ex.: Bushimanes)


a.2) Coletores mais adiantados: com pequenas quantidades de produtos permutáveis. (Ex.: Índios
do noroeste do pacífico)

b.1) Agrícola Simples: sem pastorejo e com poucos excedentes. (Ex.: Índios Carajás)
b.2) Agrícola Pastoris: com ou sem pastorejo, mas produzindo excedentes abundantes (Ex.:
Mandingas)

c.1) Economias Agrícolas Superiores, comerciais e Industriais: com excedentes muito abundantes.
c.2) Economias Industriais Modernas: economias capitalista ou socialista, com mercados mundiais.
1- Fase da Expansão
Grupos mais pequenos – coletores simples;
O Homem possui conhecimentos elementares para enfrentar a natureza e obter dela o sustento
quotidiano, ou seja, o seu sustento da vida;
Para satisfazer essa necessidade (procura de alimentos no meio), necessita de áreas enormes,
onde existam frutos, raízes e animais de pequeno porte, para matar a fome;
Vivem em pequenos grupos (20/30 no máximo), denominados hordas, pois o tipo de economia
coletora não permite a formação de grandes sociedades humanas;
O Homem era obrigado a deslocar-se continuamente, em busca de novos territórios, que lhes
forneça alimento e não corriam o risco de esgotamento de recursos alimentares do meio em que
habitam, sendo que faziam a prática do nomadismo;
Durante o 1º período de existência da humanidade, a vida do homem e do grupo era sujeita a
enormes mudanças/alterações climáticas e condições naturais, ou seja, de génese natural e de
escala variável. Os métodos utilizados para a sua própria cobertura e proteção eram a destruição de
árvores, estruturas resultantes da gelo e aproveitamento das rochas e da vegetação;
A luta do Homem contra a Natureza ocorreu com o auxílio de instrumentos e armas de pedra
lascada e de outros materiais mais simples de trabalhar, como a madeira, o osso e o marfim;
Nesta época, havia a divisão do trabalho onde os homens eram caçadores ou pescadores e as
mulheres estavam responsáveis pela colheita de raízes, frutos, bagas e pequenos animais;
Neste período, não havia excedentes pelo que os grupos/famílias tinham que se bastar a si
próprios. O homem possuía, então, poucos utensílios (caça) e todos os membros do grupo eram
igualitários, não havendo, assim, um chefe hereditário porque a este é dado uma importância
relativa ou nula.
Ex de um novo nesta fase de expansão: Bushimanes (grupo de 30 pessoas)

2- Fase Agrícola
Há 10000 a.C, dá-se uma grande Revolução Técnica, que muda, consideravelmente, a vida do
Homem A Descoberta da Agricultura;
Este período denomina-se neolítico devido au uso de instrumentos lítico que acompanha a
utilização da cerâmica e o cultivo de algumas espécies vegetais (alimentos de origem natural). Tudo
isto representa o início de uma nova fase que contribui para acelerar o processo de humanizar o
Homem;
Sobressai, aqui, a fusão (relação mais estreita entre os grupos) e a tendência para a
universalidade (com uma maior relação e ligação entre os grupos, que cessou a divisão sexual do
trabalho, passando a existir uma diversificação e especialização do trabalho, por funções;
As técnicas agrárias deram origem aos excedentes alimentares que vão se aperfeiçoando e,
consequentemente, permitiram a constituição de grupos humanos mais numerosos (clãs), onde se
começa a estabelecer a tal especialização do trabalho;
A abundância de certos produtos nuns lugares e a escassez dos mesmos noutros dá origem a
permutas/trocas ou disputas/guerras devido a essa desigualdade de produtos nos terrenos
agrícolas. Essas trocas, com o tempo, transformaram-se em mercados regulares e transações
comerciais, entre uns lugares e outros;
O intercâmbio comercial de mercadorias é acompanhado do intercâmbio de ideias (culturais),
havendo, então, uma difusão, o que tornou o progresso mais acelerado;
A rede de relações que uns grupos estabelecem com outros é cada vez mais ampla e
valorizada/preservada e a consequência é que, da simples agricultura de enxada e da criação de
gado surge uma técnica agrícola superior, com a descoberta do arado e a utilização da força animal
para as lavouras e outros benefícios consequentes da combinação da agricultura com a criação de
animais. Assim, há uma evolução imensa na agricultura e na domesticação de animais, através da
junção das duas.
A sedentarização começa a dar-se de forma definitiva e, em alguns lugares mais favorecidos
através de condições ambientais mais favoráveis, a densidade torna-se enorme (ex.: Vale do Nilo,
Mesopotâmia e Margens do Indo).
Em 6000 anos, a Humanidade tinha feito um progresso espantoso e da utilização da pera
passou à dos metais tais como cobre, bronze e ferro.

3- Fase dos Metais


Os progressos materiais são acompanhados de grande complexidade sociai e, com esta,
também se desenvolveram aspetos negativos da natureza humana, como a excessiva ambição de
riqueza e de poder que, necessariamente, conduziam à guerra e à escravidão;
Enquanto que, no Paleolítico, não podia haver prisioneiros em virtude da grande
necessidade de sobrevivência, no Neolítico e na Idade dos Metais, o que interessava era fazer
prisioneiros-escravos para a necessidade das diversas atividades de mão-de-obra da época
(agricultura, olaria, pastor, minérios, …);
Começa, aqui, a grande luta do homem contra o próprio homem;
Aqueles que tinham novas fontes de riqueza e de poder impunham, aos vizinhos mais
fracos, a sua hegemonia/supremacia;
Outros, movidos por uma ancestralidade nómada, lançavam-se em grandes expedições
através dos continentes. Ex.: Povos indo-europeus que, do Oriente, chegavam até às costas
Ocidentais da Europa;
Entre eles, haviam os Celtas, senhores de técnicas de tratamento do ferro, que lhes dava
superioridade económica e militar, que vieram até à Península Ibérica e fundiram-se com o
substrato autóctone/indígena/nativo ibérico. Os celtas contribuíram. Então, para os nativos com
adesão e simpatia, através do apoio e da cooperação.

SÍNTESE E CONCLUSÃO DAS FASES:


Na primeira fase da evolução humana – o Paleolítico, os grupos espalhados pelas várias
regiões da Terra, iam-se adaptando às condições ambientais, da melhor maneira que podiam.
Assim, a sua vida decorria de um modo mais abundante e feliz, mas sem afetar, na sua essência, o
seu tipo fundamental de economia comum a todos, que era a caça e coleta.
Porém, a descoberta da agricultura, que se realizou em vários lugares da Terra e em épocas
diferentes, é que se relaciona mais com os lugares mais favoráveis à vida agrícola. Mas, muitos
lugares da Terra ficariam excluídos, pelas poucas condições que ofereciam para a economia
agrícola. O mesmo dá-se com a criação de gados.
A abundância de excedentes permite trocas e a formação de sociedades altamente
estratificadas.
A grande massa humana, liberta dos trabalhos da produção alimentar, desvia-se para a
produção de artigos desnecessários e para atividades desinteressantes.
Surgem, então, países de colonização, em lugares distantes.

Os interesses individuais e os costumes bárbaros e cruéis, que podiam ter arrastado a


grandes excessos, foram milagrosamente salvos da anarquia/confusão pelo Cristianismo. A grande
mensagem de Cristo vem suavizar os costumes, ao mesmo tempo que impõe um ideal de
unificação humana, sob o símbolo da Cruz.
As diferenças de cultura são, afinal, variantes da mesma cultura.

Família, Grupos, Instituições e Sociedade


A SOCIEDADE
Um indivíduo isolado só poderá existir esporadicamente e periodicamente.
Um indivíduo faz parte da sociedade e, nela, aparece sempre associado a outros indivíduos,
e, sem um auxílio mútuo entre eles, não poderia sobreviver. Sem suporte mútuo (interajuda), um
indivíduo não poderia sobreviver.
O indivíduo que nos aparece mais independente e mais livre, tem a sua independência e
liberdade apenas no seu plano e estado de espírito (liberdade espiritual intrínseca) pois o próprio
indivíduo é ainda mais dependente da sociedade moderna (grandes cidades) em que vive, do que
aquele que viva numa sociedade primitiva.
Todo o ser humano transporta alguma cultura, cultura esta que não foi adquirida
geneticamente pois a cultura não é geneticamente transmissível.
Assim, para que seja possível haver uma continuidade cultural, há que haver reprodução da
cultura, pois é a reprodução que permite essa continuidade cultural, ou seja, permite que os novos
indivíduos sejam capazes de contribuir com a sua criatividade individual (mudança, adaptação) e
que adotem os hábitos culturais já existentes do povo/grupo que faz parte (onde nasceu).
Recém-nascido: ao contrário da maior parte dos animai, o Homem, nos primeiros meses de
vida, não consegue ultrapassar isoladamente as dificuldades que a natureza oferece à sua
sobrevivência e necessita, então, da presença e do auxílio de um outro indivíduo mais apto e
independente que lhe ofereça um certo amparo.
O indivíduo só atinge o seu pleno desenvolvimento em sociedade.
O homem é um ser eminentemente social.
FORMAS COMO OS INDIVÍDUOS PODEM SE ASSOCIAR:
1. Associações de Parentesco
2. Associações de Utilidade

As Associações de Parentesco
São todas aquelas em que os indivíduos se encontram ligados por laços familiares reais
(genética) ou imaginários (relacionados com aqueles indivíduos que consideramos como família e,
por isso, têm um significado para nós. Estas associações relacionam-se com a família.
Apesar das associações de parentesco estarem a desvanecer para um plano secundário na
vida da maior parte dos indivíduos da sociedade moderna devido à sobrevalorização das
associações de utilidade que vão sendo cada vez mais em maior quantidade, ainda há a consciência
de que a família é o elemento fundamental motivador para a nossa existência como um ser social.
A família continua a ser a célula primitiva que entra na constituição de todo o Organismo Social.

A Família

 É o primeiro grupo social e todos os grupos humanos estão ligados por laços de parentesco;
 Como família, poderíamos entender a união de dois seres de sexo oposto, tendo como
objetivo a continuidade da espécie. Se bem que esta definição pareça ultrapassada nos
tempos atuais, devido à oficialização do homossexualismo e do feminismo, é ela que nos
interessa e será o objeto de estudo.
 A família defende e visa dar continuidade à espécie e, por isso, entende as situações de
conjugalidade e de relacionamento (união de sexos opostos). Atualmente, e ainda com a
oficialização da homossexualidade e da transsexualidade (alteração de género), a principal
preocupação continua a ser dar continuidade à espécie.

 O Homem, ao longo das várias fases da sua vida, terá fases em que a sua carência afetiva
será intensa e, por isso, terá a necessidade de uma complementaridade e de uma relação
estável e duradoura com um indivíduo de sexo oposto (atração macho-fêmea). Estas
relações entre Homem e Mulher não visam apenas a reprodução e continuidade da espécie,
mas também uma complementaridade sentimental, ou seja, uma ligação amorosa e afetiva.

Mas a complementaridade sentimental terá existido sempre? Qual a sua origem?


Paleolítico
Nos primórdios, o Homem era essencialmente caçador e, como tal, tinha de perseguir os
animais e eliminá-los com lanças/lâminas para a sua sobrevivência e alimentação. Assim, todos os
homens fisicamente válidos e que ainda não fossem velhos tinham que contribuir de igual modo
para o sustento do grupo.
A caça era de todo o grupo, apesar de nem todos a praticarem. Assim, os produtos obtidos
da caça (carne, pêlos) eram igualmente distribuídos por todo o grupo. Mas os homens que
contactaram o animal mais de perto e mais rapidamente, ou seja, os homens com um melhor
desempenho na caça podiam escolher o melhor bocado de carne.
No entanto, todos (homens, mulheres, velhos e crianças) faziam parte do mesmo grupo e
tinham igual direito à sobrevivência, independentemente da importância das atividades que
exerciam (quer pela caça – efetuada pelos homens- quer pela recolha de pequenos animais, raízes,
bagas e frutos- efetuada pelas mulheres, crianças e velhos).
EXCEÇÃO: A única apropriação privada, existente nesta altura, seria a das armas que os
homens fabricavam e utilizavam na caça pois isso só dizia respeito aos homens. De resto, era tudo
partilhado igualmente por todos os pertencentes do grupo.

Da mesma forma, podemos afirmar que se bem que houvesse formação de casais mais ou
menos permanentes, as relações entre os homens e as mulheres eram indiscriminadas. Ou seja, a
formação de casais estáveis e permanentes não influenciava em nada os direitos dos homens e das
mulheres em questão. Assim, estes indivíduos indistintos tinham o mesmo direito de sobrevivência
que todos os outros indivíduos, independentemente de estarem solteiros ou relacionados.

Assim, os filhos resultantes das várias uniões conheciam bastante bem a sua mãe que o
criava. Do lado paterno, isso era mais difícil. Assim, os filhos conheciam melhor a mãe (sua
cuidadora) do que o pai.

No paleolítico, a família era o próprio grupo.


Só com o aparecimento de excedentes (agricultura - no neolítico) é que a constituição da
família, dentro dos grupos, se terá dado, pois o homem pode agora alimentar uma ou mais
mulheres e os filhos delas resultantes. Assim, as famílias passaram a constituir pequenos grupos
dentro do próprio grupo – subdivisões no grupo e, por isso, os homens passaram a alimentar as
suas pequenas famílias e não todo o grupo.

CARATERÍSTICAS DA FAMÍLIA:
1. A união mantém-se para além do período de atividade sexual.
2. A proteção da prole/descendência.
3. O amor familiar.

ORIGENS DO CASAMENTO HUMANO:


 Biológica;
 Económica;
 Transcendente;
 Afetiva.

1. Elemento Biológico:
Há a tendência de reduzir a origem do casamento ao instinto sexual. Mas este, por si
só, não explica o casamento, mas é impossível negar que este é um elemento fundamental
nas uniões matrimoniais. O instinto sexual, por si só, não sustenta o casamento, mas a uma
prática sexual/corrupta/imoral.
Contrariamente ao instinto sexual, encontra-se a força moral, que é um elemento de
aperfeiçoamento humano, e a autodisciplina do indivíduo que vive em sociedade.

2. Elemento Afetivo:
Numa grande maioria de seres humanos nasce o desejo de se fixar a determinadas
pessoas.
Já não é qualquer indivíduo de outro sexo que basta, mas sim um indivíduo
determinado, que vai criar um estado de tensão e ansiedade, o que poderá ser um
elemento de aperfeiçoamento da sensibilidade e da personalidade. Ou seja, neste caso, já
há uma escolha minuciosa do indivíduo do sexo oposto pois este tem de gerar interesse.
A relação afetiva pode levar a um aperfeiçoamento da sensibilidade e da
personalidade dos elementos do casal.
O casamento por afeição não existe apenas nas sociedades civilizadas, mas também
nas chamadas primitivas.
Esta complementaridade com outro indivíduo do sexo oposto é o chamado
sentimento forte, ou amor, por uma pessoa que nos parece complementar.

3. Elemento Económico:
Foi considerado por alguns autores como o fator primordial da vida familiar.
Era o dote/riqueza, era o aglutinar/reunir das propriedades familiares e eram outros
fatores da mesma natureza.
A complementaridade das atividades do homem e da mulher, ou seja, da divisão
sexual do trabalho, torna-se indispensável aos indivíduos das sociedades mais primitivas.
Assim, a mulher ia buscar água e lenha, cultiva a terra que dá a alimentação vegetal e
conserva o fogo aceso no acampamento enquanto que o homem protege a mulher e
fornece o alimente cárneo. Assim, as atividades do homem e da mulher complementavam-
se.

4. Elemento transcendente
Relacionado com o desejo que o homem tem de se perpetuar (dar sucessão por
muito tempo) e de dar continuação à espécie. Esta é uma ambição do Homem.
O próprio culto dos antepassados exige que haja descendentes capazes de o manter.
Assim, os antepassados passaram o culto de geração em geração e é necessário garantir a
descendência através da reprodução para que o culto não se extinga.
Um outro elemento de ordem transcendente é a própria realização do homem. Esta
realização/ambição é o motivo para que ele quer se unir matrimonialmente (o casamento
mostra segurança, ideal da sociedade, sinal de maturação e de evolução).

CONCLUSÃO:
Há autores que consideram um destes elementos como exclusivos e primordiais.
Mas, o mais natural é a convergência de todas estes elementos que culminam na formação
de uma família humana, tipicamente natural na sociedade, com caraterísticas próprias e unida por
um conjunto de fatores aceites na sociedade. A família está na base de todas as sociedades.
O casamento é um imperativo da cultura, pois que, para além dos motivos atrás focados,
normalmente a sociedade exige que o indivíduo se case. Assim, o casamento torna-se numa
“obrigação” e “exigência” imposta pela sociedade.

As Instituições
As instituições são as estruturas ou mecanismos de ordem social que regulam o
comportamento de um conjunto de indivíduos dentro de uma determinada
comunidade/sociedade.
A caraterística fundamental do conceito de instituição é a PERDURABILIDADE.
As instituições desenvolvem-se de costumes, nos quais continuam radicados/repetidos.
Para os sociólogos, em geral, o conceito de Instituição implica a ideia de desempenho consciente de
funções definidas.

TIPOS DE INSTITUIÇÕES
1. Regulativas ou Primárias: as funções têm uma importância vital para a sociedade. Ex.:
família, propriedade, religião, estado, ensino, etc.
2. Operativas ou Secundárias: atribuem-se funções mais restritas que só interessam a setores
determinados da sociedade. Ex.: bombeiros, museus, arquivos, serviços de água, luz, etc.

Instituir: transformação de um padrão de comportamento (costume) em instituição social (com


um desempenho consciente desse costume).

FUNÇÕES DA FAMÍLIA:
São essenciais para a vida, para a cultura e para a sociedade.
1. Sexual (Marido e Mulher);
2. Económica (tarefas – complementaridade, apoio);
3. Reprodutiva (descendência, sexo);
4. Educativa (“moldar” a personalidade, aprender, transmitir à descendência).
NOTA: Apesar da sua importância não são funções exclusivas da família.

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