Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De forma a elaborar este guia, foram consultados livros elencados no início de cada uma das
temáticas abordadas.
A Itinerância
JORDAN, Annemarie
Catarina de Áustria- A Rainha Colecionadora
Entre 1580 e 1640, Portugal encontrou-se sob o domínio filipino, devido à morte, sem
descendência, de D. Sebastião. Em 1581, no dia 16 de abril, D. Filipe II é jurado em Tomar, sendo o
modelo inspirador o do levantamento de D. João III, em 1521. O rei encontrava-se no Convento de Cristo
em Tomar, e dirige-se para um pátio com alguns músicos, acompanhado de um cortejo, onde se
encontravam os diversos oficiais do reino: condestável, o alferes-mor, arautos e passavantes. Ao chegar
ao recinto, Filipe sentou-se no trono e o camareiro entregou-lhe o cetro, tendo à direita um estrado mais
elevado, estava o alferes com a bandeira real. É efetuado o juramento do rei aos seus vassalos, e estes
juram-no também. É feito o beija-mão, e D. Filipe recolhe-se para os seus aposentos, comprovando um
codificado cerimonial. Em 1619, D. Filipe III vem a Lisboa, e sucedem-se várias festas e cerimónias,
existindo uma “necessidade” de fixar a corte em Lisboa: a dos instrumentos (vestuário, cadeiras…), os
símbolos, e as cerimónias que concretizas estas práticas rituais: as entradas, a reunião das cortes, o
juramento do rei, as audiências régias, a ida do rei à casa da Suplicação, as refeições, a presença do rei
num auto de fé em Évora, a assistência da procissão do Corpus Christi em Lisboa… De todas estas
cerimónias, as que por vezes são mais ricamente detalhadas foram as entradas, que se inovaram desde os
tempos antigos, como a edificação de arcos de triunfo, magnânimos e complexificados, com ricos
programas iconográficos. A primeira incursão filipina em Portugal ocorre em Elvas, na qual Filipe I
entrava pela porta nobre que se encontrava revestida por um arco triunfal. O rei montava a cavalo, sendo
acompanhado por nobres, mas também oficiais de justiça. O cortejo parava na Igreja, na qual o rei beijava
o Santo Lenho (na liturgia, o Santo Lenho é um fragmento da cruz onde Cristo foi crucificado), e
terminava com a chegada ao paço. Durante este percurso até ao paço, a população dançava e cantava,
sendo que à noite, estas festas se intensificavam, com danças e mascaradas.