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AULA 6
Etapas da avaliação
Módulo 3
Introduzindo etapas, interessados e descrição
da intervenção
MÓDULO 3
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Programa de Apoio Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde
(PROADI-SUS)
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Projeto de Institucionalização de Práticas Avaliativas: A Gestão Estratégica da
Vigilância Sanitária Baseada em Evidências
Curso Introdutório de Avaliação em Saúde com Foco em Vigilância Sanitária
EQUIPE TÉCNICA
Equipe Técnica do Projeto – Conteúdo e Texto
Ana Coelho de Albuquerque
Bruno Lopes Zanetta
Danila Augusta Accioly Varella Barca
Denise Ferreira Leite
Eronildo Felisberto
Gabriella de Almeida Raschke Medeiros
Isabella Chagas Samico
Luciana Santos Dubeux
Mônica Baeta Silveira Santos
Patrícia Fernanda Toledo Barbosa
Sumário
Introdução 07
1. Envolver os interessados 08
2. Descrever o programa 12
5. Justificar as conclusões 17
Síntese da aula 24
Referências 25
06
Ementa da aula
Objetivos de aprendizagem
Introdução
No módulo anterior foram apresentados os principais conceitos e abordagens
metodológicas do campo da avaliação em saúde. Nesta aula, serão apresentadas as etapas
da avaliação de uma intervenção em saúde, seja ela um programa, um serviço ou uma
ação. Uma avaliação contempla seis etapas: envolver os interessados, descrever o
programa, definir o desenho da avaliação, obter evidências confiáveis, justificar as
conclusões e compartilhar as lições aprendidas e assegurar seu uso (conforme apresentado
na figura 1).
PADRŌES
Compartilhar as lições
Definir o desenho da
aprendidas e assegurar Úteis avaliação
seu uso
Factíveis
Obter evidências
Justificar as conclusões confiáveis
1. Envolver os interessados
Sabemos que cada pessoa pode ter pontos de vista diferentes sobre um mesmo
objeto, o que proporciona diversidade e riqueza de olhares. No processo de avaliação isso
não é diferente. Para que um processo avaliativo seja considerado adequado, deve-se
identificar seu público potencial e comunicar-se com ele, de modo que as opiniões desse
público sejam levadas em consideração. Para tanto, o avaliador, desde o início, deve
procurar identificar os possíveis interessados no programa (também denominados de
stakeholders), e/ou nos usos da avaliação, com o propósito de envolvê-los no processo
como um todo, ou apenas em determinados momentos1,2.
Quem seriam os indivíduos ou grupos? São todos aqueles que têm alguma
expectativa em relação à intervenção/ programa. Para mapeá-los, podemos fazer os
seguintes questionamentos: quem tem interesse no programa? Quem usaria as informações
geradas pela avaliação? É importante consultar documentos sobre o programa ou
entrevistar pessoas-chave para delimitar melhor esses indivíduos.
2. Descrever o programa
A forma como um programa é Além disso, a descrição do programa
descrito estabelece o quadro de permite que os membros de um grupo de
referência para todas as decisões futuras avaliação comparem o programa a esforços
sobre sua avaliação. Por exemplo, um similares e facilita a constatação de quais
programa pode ser descrito como uma partes do programa surtiram quais efeitos.
“tentativa de reforçar o cumprimento das Diferentes partes interessadas podem ter
leis acerca do uso de agrotóxicos”, diferentes ideias sobre quais os objetivos e
enquanto outro pode ser descrito como motivações do programa. Por exemplo, em
“um programa para reduzir o número de um programa para redução risco sanitário em
agrotóxicos”. O primeiro programa portos, aeroportos e fronteiras, algumas
especifica o cumprimento da lei, partes interessadas podem acreditar que isso
enquanto o segundo programa é definido signifique aprimorar os roteiros de inspeção
mais amplamente como redução do da vigilância, enquanto outros podem
número de agrotóxicos utilizados. Os acreditar que signifique elevar a prioridade e
diferentes componentes desses dois a periodicidade das ações voltadas
programas moldarão a direção dos para esses locais.
esforços da avaliação.
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Uma vez que tenha sido determinado para quem e/ou para que se destina a avaliação, há
alguns passos para estabelecer seu desenho:
Identificar e
Definir os selecionar
Definir o
usuários e os questões de
objetivo da
usos da avaliação:
avaliação
avaliação perguntas
avaliativas
Em algumas situações, pode ser necessário solicitar conselhos sobre o(s) método(s)
mais apropriado(s) a utilizar aos especialistas em avaliação, dadas as restrições de dados,
limitações de recursos e padrões de evidências estabelecidos pelas partes interessadas.
Esse aspecto é especialmente importante em situações nas quais as preocupações com a
qualidade dos dados são altas, ou quando os erros ou inferências podem apresentar
sérias consequências.
Uma parte essencial de uma boa avaliação é uma revisão de conhecimentos prévios
e de experiências realizadas em outros tempos e lugares. A revisão da literatura publicada e
dos documentos não publicados pode ajudar a fortalecer o processo de elaboração do
projeto de uma avaliação. Os participantes do programa e outras partes interessadas
também podem ser importantes fontes de informações complementares. A familiaridade
com outras avaliações ou pesquisas em intervenções similares (ou intervenções diferentes
projetadas para abordar o mesmo problema) pode ajudar no desenvolvimento de critérios
para julgamento de seu próprio programa.
5. Justificar as conclusões
As evidências reunidas para uma
avaliação não necessariamente falam por si.
Para substanciar e justificar as conclusões, é
importante considerar cuidadosamente as
evidências a partir de uma variedade de
perspectivas das partes interessadas. As
conclusões se justificam quando são
vinculadas às evidências reunidas e julgadas
em comparação aos valores sobre os quais
as partes interessadas concordaram.
• Pontuação máxima: refere-se ao teto máximo que poderá ser atribuído àquele critério
ou indicador.
• Descrição do valor ou ponto de corte: diz respeito ao intervalo aceitável para cada
variável estudada.
• Valor atribuído: refere-se ao valor que será atribuído ao observado de acordo com os
pontos de corte estabelecidos.
6. Compartilhar as lições
aprendidas e assegurar seu uso
Não se deve assumir que as lições
aprendidas em uma avaliação serão
necessariamente usadas na tomada de
decisões e ação subsequente. Os
participantes da avaliação devem fazer um
esforço deliberado para promover o uso das
descobertas da avaliação. Além disso, eles
têm a responsabilidade de impedir o mau
uso das descobertas.
Acompanhamento ativo:
Síntese da aula
Referências
1. Center for the Advancement of Community Based Public Health (CBPH). Engajar as partes
interessadas. In: Center for the Advancement of Community Based Public Health (CBPH). Uma
Estrutura de Avaliação para os Programas de Saúde para a Comunidade. Carolina do Norte:
CBPH; 2000. p. 13-8.
2. Worthen RB, Sanders JR, Fitzpatrick JL. Definição de limites e análise do contexto da Avaliação.
In: Worthen RB, Sanders JR, Fitzpatrick JL. Avaliação de Programas: concepções e práticas. São
Paulo: Gente; 2004. p. 301-5.
5. Rossi PH, Lipsey MW, Freeman HE. The nature of the evaluation stakeholder relationship. In:
Rossi PH, Lipsey MW, Freeman HE. Evaluation: A System approach. 7ª ed. Califórnia: Sage; 2004.
p. 48-52.
Leitura Complementar
Samico I, Felisberto E, Figueiró AC, Frias PG. Avaliação em Saúde: bases conceituais e operacionais.
Rio de Janeiro: Medbook; 2010.