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A história verídica na qual foi baseado o filme.

Oscar Schindler foi descrito como um cínico, um explorador ganancioso de escravos


durante a 2ª Guerra Mundial, um mercador que fazia comércio no mercado negro,
jogador, membro do Partido Nazi eternamente à procura de lucro, um playboy
alcoólico, um desavergonhado, um mulherengo do pior tipo.

No início dos anos 60, Oscar Schindler foi honrado em Israel e declarado "Righteous"
(Justo) e convidado a plantar uma árvore na Avenida dos em Jerusalém. Uma estátua no
Parque dos Heróis louva-o como o salvador de mais de 1200 judeus.

Hoje há mais de 6000 descendentes dos "judeus de Schindler" a viver nos E.U.A., na
Europa e em Israel.

Antes da 2ª Guerra Mundial, a população judaica da Polónia era de 3,5 milhões. Hoje
são entre 3000 e 4000 pessoas.

Quem era este Oscar Schindler que começou a ganhar milhões de marcos alemães
através de uma cruel exploração de trabalhadores escravos e acabou por despender até
ao seu último cêntimo arriscando a sua própria vida para salvar os seus 1200 "judeus de
Schindler"?

Oscar Schindler nasceu a 28 de Abril de 1908 em Zwittan na Checoslováquia. Os


vizinhos mais próximos eram uma família de judeus ortodoxos cujos dois filhos se
tornaram nos melhores amigos de Oscar. A família era uma das mais ricas e respeitadas
de Zwittan, mas em resultado da grande depressão dos anos 30 a empresa da família foi
à falência.

Oscar Schindler ficou desempregado, e juntou-se como muitos outros alemães na sua
situação ao Partido Nazi. Foi recrutado pelos serviços secretos alemães para recolher
informações sobre os polacos. Esta actividade tornou-o muito considerado e estimado e
permitiu estabelecer muitos contactos com oficiais nazis, o que lhe viria a ser muito útil
mais tarde.

Deixou a sua mulher em Zwittan e foi para Cracóvia onde se estabeleceu. Com dinheiro
de judeus, reabriu uma antiga fábrica de panelas e converteu-a para produção de
armamento, empregando 350 judeus, uma vez que estes eram mão de obra barata.
À medida que o tempo passava, o plano nazi conhecido como "Solução Final" começou
a acelerar. Schindler viu o terror provocado pelos nazis e começou a encarar os judeus
não só como trabalhadores baratos, mas também como pais, mães e crianças expostas à
horrível carnificina do projecto nazi de eliminação total dos judeus.

É então que Oscar Schindler decide arriscar um plano para desviar judeus do seu destino
provável nas câmaras de gás. Na sua fábrica situada no campo de trabalho em Plazow,
nem os guardas nem ninguém sem autorização de Schindler é autorizado a entrar na sua
fábrica. Na sua fábrica os trabalhadores passam menos fome que noutras instalações do
mesmo género. Quando a quantidade de comida atinge o limite crítico, Schindler
compra-a no mercado negro. Os idosos são registados como jovens de 20 anos e as
crianças, registadas como adultos. Advogados, médicos e artistas eram registados como
metalúrgicos e mecânicos ± tudo para poderem sobreviver como elementos essenciais
para a industria de guerra. Na sua fábrica ninguém é torturado, espancado ou enviado
para as câmaras de gás. Schindler salvou os judeus deste destino.

Por duas vezes será preso pela GESTAPO mas, graças aos seus conhecimentos
consegue ser libertado.

Durante estes anos, milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração
polacos como Treblinka, Majdanek, Sorbibor, Chelmno e Aushwitz (mesmo junto à
fábrica de Oscar Schindler)
Quando os nazis foram derrotados na frente Leste, Plazow e os campos vizinhos foram
dissolvidos e fechados. Schindler não tinha ilusões quanto ao que ia acontecer.
Desesperadamente exerceu a sua influência, através dos seus contactos nos círculos
militares e industriais em Cracóvia e Varsóvia e finalmente foi a Berlim para salvar os
"seus judeus" de uma morte certa. Com a sua vida em perigo usou todos os seus poderes
de persuasão, subornou sem qualquer medo, lutou e pediu...

Onde ninguém acreditaria que era possível, Schindler teve sucesso. Obteve permissão
para mudar a sua fábrica de Plazow para Brinnlitz na Checoslováquia ocupada e levar
consigo todos os trabalhadores judeus, coisa que mais ninguém havia conseguido
durante a guerra. Desta maneira, os 1098 trabalhadores que tinham sido registados na
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mulheres e crianças de Plazow que foram enviados para as câmaras de gás de
Auschwitz, a apenas 60 kms de Plazow.

Até à Libertação na Primavera de 1945. Oscar Schindler procurou assegurar de todas as


maneiras possíveis a segurança dos "seus judeus". Gastou todo o seu dinheiro e mesmo
as jóias da sua mulher para comprar comida e medicamentos. Criou um sanatório
secreto na sua fábrica com equipamento médico comprado no mercado negro. Aqui,
Emile Schindler, a sua mulher, tratava os doentes. Àqueles que não sobreviveram foi
dado um funeral judeu (num lugar escondido) pago por Schindler.

Apesar da família Schindler ter à sua disposição uma enorme mansão junto a fábrica,
Oscar Schindler compreendeu o medo que os judeus tinham das visitas nocturnas das
SS. Em Plazow, Schindler não passou uma única noite fora do pequeno escritório da
fábrica.

A fábrica continuou a produzir munições para o exército alemão durante 7 meses.


Durante aquele período nenhuma munição passou nos testes de qualidade militar e por
isso pôde ser utilizada. Em vez disso, eram produzidos passes militares e senhas de
racionamento falsos, uniformes nazis, armas e granadas de mão.

Incansável, Schindler, conseguiu ainda convencer a GESTAPO a mandar cerca de 100


judeus belgas, dinamarqueses e húngaros para a sua fábrica para "continuar a produção
de material de guerra".
Em Maio de 1945 tudo acabou. Os russos ocuparam Brinnlitz. Na noite anterior,
Schindler juntou toda a gente na fábrica e despediu-se com muita emoção.

Mais tarde, as contas revelaram que Schindler tinha gasto algo como 4 milhões de
marcos alemães mantendo os "seus judeus" fora dos campos da morte (uma enorme
soma de dinheiro para aquele .

Oscar Schindler e os "1200 judeus de Schindler" sobreviveram. Poldek Pfefferberg, o


judeu que ajudava Schindler a arranjar mercadoria no mercado negro para subornar os
oficiais nazis durante a guerra, prometeu mais tarde a Schindler contar a sua história: "O
senhor protegeu-nos, salvou-nos, alimentou-nos. Nós sobrevivemos ao Holocausto, à
tragédia, à dura batalha, à doença, ao espancamento, às mortes! Nós temos que contar a
sua história."

A vida de Schindler depois da guerra passou por uma série de fracassos. Tentou sem
sucesso ser produtor de cinema e ficou privado da sua nacionalidade imediatamente a
seguir à guerra. Na sequência de ameaças contra a sua vida que antigos nazis lhe
fizeram pediu permissão aos E.U.A. para ir para a América, tendo-lhe sido recusado o
visto por ter pertencido ao Partido Nazi. Depois disto fugiu para Buenos Aires na
Argentina. Fixou-se como agricultor em 1946 tendo sido financiado pela organização da
União dos Judeus e também de judeus agradecidos que nunca o esqueceram.

Em Portugal houve também um "Schindler". Foi Aristides de Sousa Mendes, Cônsul em


Bordéus.

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