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GESTÃO INTEGRADA
AULA 2
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prioridades e estratégias de ação, bem como compartilhar com as
responsabilidades pela segurança da sua comunidade.
Essa questão fica caracterizada na sociedade moderna e democrática
com existência de instituições de segurança pública e defesa social que
desempenham funções que vão muito além do lidar com o crime, uma vez que
estão atualmente empenhadas em desenvolver ações de prevenção primária,
cuja principal finalidade é desenvolver atividades de educação social
comunitária, pois esses profissionais, de acordo com Granjeiro (2001, p. 21)
são “um permanente ator social e socializador, e que no seu dia a dia
profissional, têm de agir na instauração da paz social”. No Brasil, as
concepções de polícia comunitária foram adiadas em razão da demora na
implantação dos conceitos de direitos humanos. Essa demora ocorre em razão
do forte vínculo das polícias com o modo de pensar e fazer a “polícia
tradicional”, fortemente vinculada ao desenvolvimento de ações em segurança
pública, voltadas à mera resolução do problema, do crime, de respostas
pontuais.
Nesse sentido, o desenvolvimento de métodos e ferramentas pelas
Instituições torna-se útil, pois facilita o acesso da comunidade com a sua
aproximação da população. As comunidades vislumbram que as instituições
superem os problemas internos, frutos de aspectos culturais e paradigmáticos
das organizações, com a formação inicial e continuada dos profissionais de
segurança pública e defesa social que acompanhem a evolução social e as
suas conformidades e variações, por intermédio do comprometimento com o
resultado final do processo de trabalho.
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Tradicional, o Policiamento Estratégico, o Policiamento Orientado para o
Problema (POP) e a Polícia Comunitária. Esses grupos de estratégias seguem
um processo histórico e evolutivo das instituições, partindo-se do policiamento
tradicional, à última perspectiva, que é a polícia comunitária.
O combate profissional do crime ou policiamento tradicional foi a
estratégia administrativa que orientou mundialmente o policiamento a partir de
1950 e no Brasil ainda orienta a maioria das polícias, e tem como principais
características o foco direto sobre o controle do crime. O objetivo da estratégia
de combate profissional do crime é criar uma força de combate do tipo militar,
disciplinada e tecnicamente sofisticada.
No policiamento estratégico, o gestor desenvolverá ações para a
resolução de pontos fracos do policiamento profissional de combate ao crime e
manterá o foco sobre o controle efetivo do crime, reconhecendo que a
comunidade pode ser um importante instrumento de auxílio para a polícia. A
terceira estratégia é o policiamento orientado para o problema (POP) e seu
objetivo é a melhoria da estratégia de policiamento profissional, com o
acréscimo da reflexão e prevenção. No policiamento comunitário, a atividade
de polícia, como ação prática da filosofia de trabalho da polícia comunitária,
enfatiza a criação de uma parceria eficaz entre a comunidade e a polícia, em
que o sucesso da polícia está não somente em sua capacidade de combater o
crime, mas na habilidade de criar e desenvolver comunidades sustentáveis
para solucionar problemas gerados neste espaço.
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de uma força pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não
para utilidade particular daqueles a quem é confiada”.
No Regime Imperial brasileiro, de acordo com Souza (2016), as
primeiras noções normativas sobre Direitos Humanos viriam com a
Constituição de 1824, que determinava à Polícia o cumprimento de sua missão.
Após a Revolução Constitucionalista de 1932, apesar das limitações de
direitos, foi promulgada a Constituição de 1934, que previu um capítulo sobre
direitos e garantias individuais e coletivas. Segundo Moraes (1997, p. 33), pela
primeira vez a polícia é citada na Constituição. Após a Ditadura Vargas, na
Segunda República, a Carta Magna de 1946 destinou um capítulo específico
para os direitos e garantias individuais e estabeleceu diversos direitos sociais
relativos aos trabalhadores e empregados.
Com a Revolução de 1964 foi promulgada a Constituição de 1967, e
editado o Ato Institucional nº 5 (AI-5), em que as polícias militares do Brasil
foram vítimas e instrumentos de repressão.
Como podemos observar, no Brasil os ambientes organizacionais das
polícias, até então, não eram propícios para a implantação de inovações como
uma força pública de segurança que promovesse maior interação com a
sociedade, em função do amadurecimento tardio e de sua ruptura com os anos
1960 a 1980, do processo democrático no país.
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mantêm até os dias atuais, e orientaram as principais polícias, presentes na
maioria dos manuais de procedimentos institucionais.
Segundo Skolnick e Bayley (2002, p. 23), Sir Robert Peel estabeleceu
dez Princípios para a aplicação na Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada
em 1829:
Princípios Conteúdo
1º Princípio A missão básica para a polícia existir é prevenir o crime e a desordem;
2º Princípio A capacidade da polícia em realizar suas obrigações depende da aprovação
pública de sua ações;
3º Princípio A polícia necessita realizar segurança com o desejo e cooperação da
comunidade, na observância da lei, para ser capaz de realizar seu trabalho
com confiança e respeito do público;
4º Princípio O nível de cooperação do público para desenvolver a segurança pode
contribuir na diminuição proporcional do uso da força;
5º Princípio O uso da força pela polícia é necessário para a manutenção da segurança,
devendo agir em obediência à lei, para a restauração da ordem, e só usá-la
quando a persuasão, conselho e advertência forem insuficientes;
NA PRÁTICA
Determinado gestor da área de planejamento de Segurança Pública foi
incumbido pelos seus superiores para elaborar um plano efetivo a fim de conter
o tráfico de drogas nos arredores de quatro estabelecimentos de ensino em um
bairro de uma determinada capital brasileira.
Diante de desafio, e adotando-se os princípios dos grandes grupos de
estratégias de policiamento, devemos determinar:
Como essas estratégias seriam efetivadas com a adoção do combate
profissional do crime ou policiamento tradicional?;
Como seria o planejamento de adotássemos a estratégia de polícia
comunitária?
Quais as vantagens e desvantagens dos dois grupos de estratégias para
o problema relatado?
Qual dos dois grupos de estratégias seria mais efetivo para o
planejamento e por quê?
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FINALIZANDO
Conforme podemos observar em nossa aula, os princípios de
policiamento do Sir. Robert Peel estabeleceram parâmetros para a análise de
processos de gestão para a atuação das polícias, assim como o delineamento
conceitual dos quatro grandes grupos de estratégias.
Essas estratégias de policiamento orientam os objetivos das instituições,
o foco de atuação, a forma como se relaciona com a comunidade e as ações
táticas operacionais.
Assim, conclui-se que o foco do trabalho desenvolvido pelos gestores
das áreas de segurança pública e defesa social deve estar centrado na
atividade preventiva primária, caracterizada pela antecipação de ações de
instalação de ambientes com elevado nível de agressividade, de violências que
possam ser transmutadas em delito.
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REFERÊNCIAS