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Como funciona: É uma vacina de vírus vivo inativado. Os cientistas cultivam o Sars-CoV-2 em laboratório e
depois o tratam com uma substância que torna o agente incapaz de fazer suas cópias. A tecnologia é
tradicional e utilizada há décadas. O exemplo mais famoso é o da vacina contra a gripe, feita da mesma
maneira e inoculada em cerca de 70 milhões de brasileiros anualmente.
Eficácia: O estudo que justificou a liberação do imunizante no nosso país demonstrou eficácia de 50,7%
em prevenir infecções sintomáticas. Na vida real, tem se mostrado altamente protetora contra casos
graves e mortes.
Uma pesquisa feita pela governo da Indonésia, ainda não revisada por pares, mostra uma taxa de
prevenção contra óbitos de 98% em profissionais de saúde.
Recentemente, contudo, dados preliminares apontam para uma queda da eficácia em indivíduos de
idade avançada, acima de 80 anos. O achado precisa ser confirmado, mas reforça a necessidade de
tomar as duas doses e aponta que a vacina não resolve sozinha a pandemia. Na prática, mesmo
algumas pessoas vacinadas estão contraindo Covid-19. Quanto mais o vírus circula, maiores as
chances de qualquer uma delas falhar.
Reações adversas: Os mais comuns são dor de cabeça e dor no local da aplicação. Febre, cansaço, diarreia
e náusea também podem acontecer. Mais raramente, hematomas no local, diminuição de apetite e
vômito foram descritos nos participantes de estudos. Não apareceram possíveis efeitos colaterais mais
graves até agora.
Como deve ser tomada: Duas injeções com intervalo de duas a quatro semanas. No Brasil, atrasos estão
acontecendo por falta de doses. Nesse caso, complete o esquema assim que possível.
Como funciona: É uma vacina de RNA mensageiro. Ela usa o próprio corpo para fabricar o antígeno (a
parte do vírus que é apresentada ao sistema imune pelas vacinas).
O produto contém apenas um trecho do código genético do Sars-CoV-2, o responsável por ordenar a
fabricação da espícula, ou spike, uma proteína que recobre o vírus. Quando entra nas células, o tal
trecho é lido como uma receita de bolo por estruturas chamadas ribossomos, que então montam a tal
espícula.
A partir daí, o processo é o mesmo das outras vacinas: o sistema imune vai de encontro a essa
espícula e cria uma resposta personalizada para ela, que será acionada em uma eventual invasão do
vírus verdadeiro.
A abordagem promete revolucionar a medicina e estava sendo estudada há décadas, mas enfrentava
desafios técnicos e logísticos, agora praticamente superados.
Reações adversas: As mais relatadas são dor e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça e nas
articulações, febre, calafrios e diarreia. Menos de 1% dos voluntários das pesquisas tiveram sinais de
hipersensibilidade, como erupções e coceiras na pele e inchaço dos gânglios linfáticos.
Alguns casos de reação anfilática, um evento alérgico grave que exige atendimento imediato, foram
relatados pós-vacinação nos Estados Unidos. Mas as vacinas de RNA costumam ser seguras para a maioria
dos alérgicos e essas reações mais graves são contornáveis.
Como deve ser tomada: Duas doses com intervalo maior ou igual a 21 dias.
Como funciona: Por meio de um vetor viral. No laboratório, cientistas modificam geneticamente um
adenovírus que infecta chimpanzés, para que ele contenha em sua estrutura uma partezinha do
coronavírus. Sim, é a tal spike de novo. Durante a engenharia genética, o vetor também é alterado
para não se multiplicar. Ou seja, não é capaz de provocar doenças.
Essa tecnologia, assim como as vacinas de RNA mensageiro, faz sua estreia global na pandemia. Até
havia
uma fórmula nesses moldes, contra o ebola, mas ela não foi usada nessa escala.
Eficácia: Cerca de 70% nos estudos que levaram à aprovação, variando entre 62 e 90%. Dados de
vida real recém-divulgados pelo governo britânico apontam para 90% de proteção após as duas doses.
Reações adversas: As mais comuns são dor, calor, coceira e hematomas no local da picada. Febre, dor no
corpo, mal-estar e cansaço surgem em até 20% dos imunizados com a fórmula. É uma indisposição leve
e transitória, que traz desconforto, mas se resolve espontaneamente em cerca de 48 horas.
No exterior e no Brasil, foram observados coágulos sanguíneos graves, associados à queda de plaquetas no
sangue. É um quadro conhecido como trombocitopenia. Os eventos estão sendo investigados, mas foram
classficados como “provavelmente associados à vacina”, com uma frequência inferior a um caso em cada
cem mil vacinados.
Como deve ser tomada: Duas doses, com intervalo entre quatro e 12 semanas. Por causa da questão dos
coágulos, gestantes que tomaram a primeira dose devem aguardar o fim da gravidez para completar o
esquema.
A mesma tecnologia está por trás da russa Sputnik V, que vive atualmente um impasse com a Anvisa,
mas ainda pode ser aprovada.
Por fim, recentemente, a Belcher Farmacêutica, do Paraná, pediu o registro da Convidecia, fabricada pela
chinesa Cansino. Trata-se também de uma fórmula de vetor viral a ser aplicada em dose única.