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Resumo do livro: Meio ambiente e representação social do autor Marcos

Reigota, Editora Cortez, São Paulo, 1995.


O livro retrata a historicidade da educação ambiental:
Reunião do Clube de Roma em 1968 e Conferência de Estocolmo em 1972 dão
à EA dimensão planetária. Congressos mundiais promovidos pela UNESCO: Tibilissi em
1977 na Geórgia (ex-URSS) e em Moscou no ano de 1987 (auge da Perestroika) –
páginas 9 e 10.
Reigota p.10/11 – parte do princípio que a EA é uma proposta que altera
profundamente a educação como a conhecemos, não sendo uma prática pedagógica
voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia. É uma educação que
visa não só a utilização racional de recursos naturais, mas basicamente a participação
dos cidadãos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental. EA deve ser uma
nova aliança entre a humanidade e a natureza, uma nova razão que não seja sinônimo
de autodestruição e estimular a ética nas relações econômicas, políticas e sociais.
Deve basear-se no diálogo entre gerações e culturas em busca da tripla cidadania
(local, continental e planetária)...
Para o autor meio ambiente é uma representação social, já que nem os
cientistas/biólogos/conhecedores definem meio ambiente igualmente. Pág. 14 – por
seu caráter difuso e variado o autor considera o meio ambiente como representação
social e o define como o lugar determinado ou percebido, onde os elementos naturais
e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam
processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de
transformação do meio natural e construído.
O homem transforma e é transformado pelo meio ambiente, implicando um
processo de criação permanente. Pág. 15
Pág. 20 – Mennheim “as utopias sempre existiram na história e o pensamento
ambientalista é uma das provas dessa continuidade... utopia não é sinônimo de
ingenuidade, de irrealizável ou de sonho. Ela não também não é monopólio nem
privilégio de um único grupo ou sistema de pensamento.” ParaNozick (21 e
22)existem três tipos de utopia: imperialista (quer obrigar a todos a se ajustarem a um
único padrão), missionária (tem a esperança de persuadir ou convencer a todos a
viver em um tipo particular de comunidade, mas sem forçá-los) e existencial (tem
esperança de que um modelo de particular de sociedade existirá, será viável, embora
não abranja necessariamente todas as pessoas, dá espaço a todos que dela queiram
participar).
Reigota (22) “pensar numa mudança radical da sociedade tendo como base
uma perspectiva ecológica, é uma utopia que não deve ser entendida como ingênua
ou impossível, mas como um conjunto de idéias que tendem a gerar atividades
visando mudanças no sistema prevalecente”.
Pág. 25 – Rawls diz que cidadão atua, exige e constrói os seus direitos
individuais e coletivos, a partir do exercício da cidadania, não privilegiando os seus
interesses individuais.
Reigota, mesma página, diz que a “EA é uma educação política, com papel
crítico perante os sistema autoritários, tecnocráticos e populistas. Sua prática se
justifica se ela coloborar na busca e construção de alternativas sociais, baseadas em
princípios ecológicos, éticos e de justiça, para as gerações atuais e futuras.”
Pág. 26 – na EA é necessário que a prática pedagógica seja criativa e
democrática, fundamentada no diálogo entre professor e aluno (pedagogia dialógica
de Paulo Freire). As interações comunicativas são fundamentais onde as pessoas
devem ser ouvidas em busca de se estabelecer um objetivo comum e onde são
definidos os planos de estudo e de ação. Participação dos cidadãos na elaboração de
alternativas.
Pág. 28 – O desafio da EA é sair da ingenuidade e do conservadorismo
(biológico e político), propondo alternativas sociais e considerando a complexidade
das relações humanas e ambientais.
Pág. 41/42 – EA é um dos elementos da pós-modernidade, já que os
movimentos ecológicos surgem como uma crítica à modernidade, aos modelos de
desenvolvimento capitalista e socialista, propondo uma autogestão, o desarmamento
e o pacifismo.
Pág.44 – segundo Serres o educado na pós-modernidade deve receber uma
educação como prática de produção e não de transmissão de conhecimento. 45- Uma
educação que vise o desenvolvimento sustentável se fundamenta nos aspectos sociais
e éticos.
Nas páginas 46 e 47 o autor retrata a questão ambiental desde a colonização,
onde os colonizadores deixaram forte herança da idéia de desenvolvimento
econômico baseado na monocultura e na exploração, até o esgotamento dos recursos
naturais. DAÍ, POSSIVELMENTE, VENHA AS NOSSAS POSTURAS ANTROPOCÊNTRICAS
PERANTE O MEIO AMBIENTE, AS QUAIS VÊM SIDO REFORÇADAS E REPASSADAS DE
GERAÇÃO EM GERAÇÃO. (GRIFO MEU).
Páginas 52-61 – falam dos principais problemas ambientais da América Latina
(questão nuclear e crise de energia, metropolização e a Amazônia).
Pág. 62 – EA como educação política está empenhada na formação do cidadão
nacional, continental e planetário, baseando-se no diálogo de culturas e de
conhecimento entre povos, gerações e gêneros. 64- Deve ser capaz de formar
cidadãos que possam participar da tomada de decisões sobre assuntos que dizem
respeito a grupos sociais e étnicos muitos diferentes.
A parte final do livro é composta por uma pesquisa que o autor realizou em
uma de suas turmas de pós-graduação, composta principalmente por biólogos, e seus
entendimentos sobre EA, meio ambiente, e suas representações sociais, ainda que
inconscientes. Também fala da importância do diálogo entre as partes dentro desta
turma sobre as questões levantadas, ressaltando a importância do mesmo para as
tomadas de decisões eficazes para a EA.

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