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TUTORAS:
Andreza Linhares
Thaís Wolino
1. TOXOPLASMOSE
Portanto, pra que haja infecção em humanos através da contaminação por fezes de
felinos, há que se concordar que o hábito de coleta diária de fezes, assim como a higiene
pessoal são capazes de interromper o ciclo, evitando-se a transmissão deste protozoário.
Fontes de infecção:
São as mais abundantes e disseminadas que possam imaginar, pois Toxoplasma
gondii tem sido encontrado em animais domésticos, como o cão, o gato, o coelho, o porco, o
boi, além de ratos e de galinhas, pombos e outras aves domésticas. O número de animais
silvestres que se encontram infectados aumentam continuamente com as pesquisas.
Oocistos podem estar presentes em água contaminada, podendo ser disseminados
desta forma em verduras e através da ingestão da própria água. O consumo de carne mal
passada é um dos grandes responsáveis pela transmissão de Toxoplasma.
Mas enquanto os animais que se comportam como hospedeiros intermediários de T.
gondii, ao serem caçados ou consumidos pelos carnívoros, só contaminam a um ou poucos
predadores, os hospedeiros definitivos conseguem através da contaminação fecal do solo,
multiplicar enormemente as fontes de infecção.
O número de oocistos eliminados por um gato infectado, em uma só evacuação, é da
ordem de 2 a 20 milhões; isso em 20 gramas de fezes, que misturados com o solo, podem
assegurar uma concentração de 10 a 100 mil oocistos por grama.
Acrescente-se a isso o fato de permanecerem com os gatos infectados por longos
períodos. A dispersão desse material pela chuva, pelo vento ou pela fauna coprófila pode
representar alto poder de disseminação da toxoplasmose.
Na carne e nas vísceras, as formas infectantes são os bradizoítos contidos nos cistos. Estes
suportam temperaturas de 4ºC durante três semanas, mas morrem se a carne for congelada
a -15ºC durante mais de três dias; ou a – 20ºC durante mais de dois dias.
Mulheres com infecção crônica pelo T.gondii não contaminam seus filhos durante o
desenvolvimento intrauterino. Nem existem provas de que a toxoplasmose crônica pode
causar abortamento. No entanto, as mulheres que contraem toxoplasmose durante o
período de gestação estão sujeitas a riscos de alta gravidade.
O curso da doença parece depender da idade que tem a gestação quando se der a
infecção, e da capacidade que possam ter os anticorpos maternos para proteger o feto.
Quando a infecção materna ocorre entre a concepção e o sexto mês de gestação,
costuma haver um quadro agudo ou subagudo, invadindo os parasitos todos os órgãos
fetais, mas prevalecendo as lesões do sistema nervoso e da retina. Quando no último
trimestre, a doença tende a ser branda ou assintomática.
As formas graves da doença se iniciam com um processo agudo em que há espleno
e hepatomegalia, icterícia, exantema e, por vezes, linfadenopatia generalizada, pneumonite,
hepatite, derrames cavitários, anemia e meningoencefalite. Esse quadro agudo poucas
vezes é observado, por que ocorre geralmente entre a vida intrauterina e leva a morte fetal
ou ao abortamento. As crianças que sobrevivem apresentam, em geral, anomalias e grande
retardo no desenvolvimento físico e mental.
A infecção passa muitas vezes para a sua fase subaguda ou crônica, regredindo as
alterações viscerais e permanecendo as neurooculares. Estima-se que 20 a 30% das
crianças nascidas com a toxoplasmose tem esta forma da doença. A localização
exclusivamente ocular aparece em 10% dos casos.
Evidências da doença podem manifestar-se por ocasião do nascimento ou, mais
frequentemente, surgem alguns dias depois, ou decorridas semanas ou meses. A síndrome
mais característica compreende:
Toxoplasmose pós-natal:
a) Formas subclínicas, sem febre ou outras queixas, que são diagnosticadas somente nos
exames médicos de rotina;
Os indivíduos com infecção crônica parecem ter uma relativa proteção contra
reinfecções (estado de premunição) e correm um risco limitado de reagudização do
processo, exceto em casos de imunodepressão.
Os grupos populacionais mais expostos ao risco de infecção por Toxoplasma gondii
são crianças de baixa idade e as pessoas que não apresentam sorologia positiva,
principalmente quando convivem com gatos, ou quando manipulam carnes e produtos
cárneos crus. Para prevenir a toxoplasmose, deve-se observar rigorosamente os preceitos
seguintes:
a) O risco vem do consumo de carne crua e mal cozida de porco, de carneiro, de boi, etc
(aves e ovos sendo de menor significação), bem como de derivados cárneos que não
sofreram cocção suficiente. Portanto, a medida preventiva mais importante consiste na
cocção adequada; os cistos morrem se a carne for inteiramente submetida a uma
temperatura de 65ºC e mantida nessa temperatura durante 4 ou 5 minutos. Eles também
são destruídos nos produtos salgados ou preparados com nitratos.
b) Manter boa higiene e lavar as mãos depois de manipular alimentos crus. Habituar a esses
mesmos cuidados higiênicos as crianças que brincam em tanques de areia ou em contato
com o solo, eventualmente poluídos por gatos. Lavar as mãos também depois do contato
com gatos, cujos pelos podem estar retidos oocistos que amadurecem em poucos dias.
c) Os gatos domésticos devem receber alimentos secos, enlatados ou fervidos e não devem
permitir que cacem (combater os ratos de outra forma) ou comam carniça. Eles devem ser
examinados para ver se eliminam oocistos.
e) As fezes dos gatos e o material de forração de seus leitos devem ser eliminados
diariamente, antes que os oocistos tenham tempo para embrionar. Quando se utilizam
caixas de areia para a defecação dos gatos, estas devem ser limpas diariamente, sendo que
a areia deve ser trocada duas vezes por semana, e a caixa deve ser lavada com água
fervendo ou deixadas ao sol, para destruir os oocistos eventualmente existentes. Nunca
envolver gestantes nessas tarefas.
f) Os tanques de areia para a recreação das crianças devem ser cobertos quando não estão
em uso, ou cercados de modo a impedir o acesso aos gatos.
6. SUGDEN, K., MOFFITT, T.E., PINTO, L., POULTON, R., WILLIAMS, B.S., CASPI, A. Is
Toxoplasma Gondii Infection Related to Brain and Behavior Impairments in Humans?
Evidence from a Population-Representative. Birth Cohort, 1-14. Plos one, 2016.
7. WILKING, H., THAMM, M., STARK, K., AEBISCHER, T., SEEBER, F. Prevalence,
incidence estimations, and risk factors of Toxoplasma gondii infection in Germany: a
representative, cross-sectional, serological study. Sci. Rep. 6, 22551; doi:
10.1038/srep22551, 2016.