Você está na página 1de 1

José Carlos Teixeira

Diretor de Tecnologia Industrial da Atvos


Op-AA-57

O impacto da inovação

Para falarmos de inovação tecnológica e do impacto na competividade em tempos atuais, é preciso voltar no tempo e
mencionar o austríaco Joseph Schumpeter, que, em 1939, associou que os períodos de desenvolvimento e prosperidade
econômica das nações estavam diretamente relacionados à difusão das inovações tecnológicas dos sistemas produtivos,
sendo que a inovação é o cerne do processo de desenvolvimento e das vantagens competitivas, conforme elencadas por
Michael Porter em seus estudos comparando diversas empresas de vários segmentos e os seus desempenhos.
 
Shumpeter, em 1961, mencionou que “o impulso fundamental que inicia e mantém a máquina capitalista em movimento
decorre de novos bens de consumo, de novos métodos de produção, de novos mercados e de novas formas de organização
industrial”. Sua obra serviu de alicerce para estudos de diversos pesquisadores para entender e compreender como ocorre o
processo de inovação dentro das empresas, sendo que os modelos dos sistemas setoriais podem ser transformados por meio
de uma forma drástica ou pela contínua acumulação de conhecimentos. 
 
O desenvolvimento tecnológico pode ser de caráter incremental e se desenvolve em aderência às rotas tecnológicas
estabelecidas pelas grandes inovações, mais endógenas aos mecanismos econômicos, e tendo como dinâmica a
descontinuidade e incertezas pautadas no acúmulo do conhecimento. Esse conceito de acumulação tecnológica dentro do
processo de inovação foi descrito por Nelson Winter, em 1982 (An evolutionary theory of economic change), sendo
denominado de path dependence, que explica como um conjunto de decisões é limitado por outras decisões tomadas no
passado e o desenvolvimento tecnológico seria produto de um conjunto de decisões com certo grau de relacionamento entre
si. 
 
O processo de inovação é provocado por uma tensão e desestabilização ao sistema, que podem estar relacionados a ciclos
políticos, movimentos culturais, ciclo de vida de produtos, pressões sociais, demandas ambientais ou qualquer externalidade
existente.  Os principais agentes de inovação tecnológica ou in uenciadores das redes de inovação tecnológica do setor
sucroenergético se dividem em político-normativo, como Ministério da Cultura e Tecnologia e o Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento; estratégicos, como Unica, Embrapa, CTBE, CTC; Universidades (Unicamp, Esalq-USP, UFSCar, Unesp,
UF-RJ); agentes operacionais, que são as usinas produtoras; e as empresas de alcoolquímica.
 
As formas de transferência de tecnologias mais utilizadas no setor sucroenergético são por meio da aquisição do
licenciamento ou patente, vigilância tecnológica e a implementação de experiências de outros setores, que se traduzem em
renovação tecnológica. Nesse processo, as unidades agroindustriais realizam a melhoria incremental e benchmarking dessa
tecnologia, na qual a absorção dessas inovações é objeto de discussões em seminários e congressos setorial.
 
A tecnologia atualmente empregada na área agrícola pode ser considerada de ponta dentro das referências mundiais. As
tecnologias de agricultura de precisão já são adotadas nas lavouras do Brasil, com técnicas cada vez mais produtivas, sendo
que grande parte das inovações tecnológicas introduzidas na agricultura constitui-se de máquinas, equipamentos, defensivos

Você também pode gostar