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Referências................................................................................................................................................. 66
Gabarito ..................................................................................................................................................... 68
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GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR: POLIMORFISMOS,
MUTAÇÃO E REPARO DO DNA
1 - Considerações Iniciais
Na aula de hoje vamos estudar sobre Mutação e reparo do DNA, Polimorfismos genéticos e
Marcadores moleculares de interesse forense, que são temas que fazem parte do estudo do conteúdo de
Genética e Biologia Molecular.
Apesar da grande diversidade das etnias humanas, essas etnias compartilham sequências de DNA
que são 99% idênticas. A multiplicidade de fenótipos é determinada por apenas 1% de divergência
genética entre todos os indivíduos da espécie humana.
Quer aprender mais sobre esses assuntos? Então, sem mais demora, vamos começar a nossa aula.
Boa aula!
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2 - Mutação e reparo do DNA
Uma mutação pode ser definida como uma alteração que ocorre em uma sequência de DNA. Essa
alteração pode afetar um único par de nucleotídeos ou segmentos genéticos maiores de um cromossomo.
Mutações são relativamente comuns em nosso DNA, mas a maioria não tem efeito detectável. Porém,
dentre as mutações que desencadeiam algum efeito, nem todas são prejudiciais. Mutações ocorrem o
tempo todo e é isso que faz com que a evolução ocorra de forma contínua.
As mutações podem ocorrer naturalmente, por falhas durante o processo de replicação do DNA e
divisão celular, ou ainda em consequência de fatores externos, tais como substâncias químicas com
propriedades mutagênicas (como as substâncias presentes no cigarro) e radiação (como raios X e radiação
solar).
Além disso, as mutações podem ocorrer tanto em células germinativas (óvulos e espermatozoides)
quanto em células somáticas (quaisquer outras células do corpo). No primeiro caso, a prole do indivíduo
poderá herdar a mutação sofrida; no segundo caso, dependendo do tipo de mutação, o próprio indivíduo
pode sofrer as consequências, mas não irá passá-la adiante.
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Na triploidia (3n), a célula contém três conjuntos completos de cromossomos (ex: 69,XXX,
69,XXY, 69,XYY) causados por um dos seguintes mecanismos: 1) fertilização de um único óvulo por dois
espermatozoides; 2) fertilização entre um óvulo normal (haploide) e um espermatozoide diploide anormal;
3) fertilização entre um óvulo diploide anormal e um espermatozoide normal (haploide).
Na monossomia (2n -1), a célula possui apenas uma cópia de um cromossomo específico. Por
exemplo, indivíduos com síndrome de Turner (45,X) têm um único cromossomo X e nenhum Y. Em
humanos, a síndrome de Turner é a única monossomia compatível com a vida.
Na trissomia (2n +1), a célula possui uma cópia extra de um cromossomo específico. Como
exemplos, podemos citar a síndrome de Down (três cópias do cromossomo 21: 47,XY,+21 ou 47,XX,+21)
e a Síndrome de Klinefelter (três cromossomos sexuais: 47,XXY).
Na nulissomia (2n -2), a célula não possui ambos os cromossomos de um determinado tipo. Na
espécie humana, isso corresponde a um total de 44 cromossomos, sendo que um par completo está
ausente. Assim como a poliploidia, a nulissomia é incompatível com a vida humana.
Tanto a monossomia quanto a trissomia e a nulissomia surgem a partir de erros na meiose dos
gametas dos genitores, ou ainda de erros na mitose nas fases iniciais de divisão do zigoto.
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O tipo de translocação mais comum em seres humanos é a translocação robertsoniana,
que ocorre apenas em cromossomos acrocêntricos. Os cromossomos participantes
quebram em seus centrômeros e os braços longos se fundem para formar um único
cromossomo grande com um único centrômero. Dessa forma, o cariótipo irá conter
apenas 45 cromossomos, apesar de não perder nenhuma região funcional (braços curtos
de cromossomos acrocêntricos só contêm telômeros).
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Síndrome Classificação Cariótipo Características
Síndrome de Trissomia 47,XX,+21 Fácies típicas, deficiência intelectual e atrasos no
Down autossômica ou desenvolvimento. Pode estar associada a doenças da
47,XY,+21 tireoide ou cardíacas.
Síndrome de Trissomia 47,XX,+18 Baixo peso ao nascer, cabeça pequena de formato
Edwards autossômica ou anormal e defeitos congênitos em órgãos que causam
47,XY,+18 risco de vida. Geralmente é fatal antes do nascimento
ou nos primeiros meses de vida.
Síndrome de Trissomia 47,XX,+13 Causa malformações e deficiência intelectual grave.
Patau autossômica ou Geralmente é fatal na primeira semana de vida.
47,XY,+13
Síndrome de Trissomia 47,XXY Homens nascidos com a síndrome de Klinefelter podem
Klinefelter sexual apresentar testículos atrofiados, baixos níveis de
testosterona e massa muscular reduzida, poucos pelos
faciais e corporais, além de oligospermia ou
azoospermia.
Síndrome Trissomia 47,XYY Os homens costumam ser fenotipicamente normais.
duplo Y sexual Podem apresentar rápido crescimento durante a
infância e alta estatura na vida adulta.
Síndrome do Trissomia 47,XXX As mulheres costumam ser fenotipicamente normais.
triplo X sexual
Síndrome de Monossomia 45,X Baixa estatura, puberdade tardia, infertilidade, defeitos
Turner sexual cardíacos e dificuldades de aprendizagem.
Além disso, também é importante saber o que significam os termos sensibilidade e falso-positivo.
Sensibilidade se refere à capacidade de um teste de detectar um resultado positivo, quando a condição é de
fato positiva. Resultados falsos-positivos acontecem quando uma condição não está presente, mas mesmo
assim o resultado é positivo, isso acontece principalmente quando a especificidade do teste é baixa (por
reação cruzada).
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Letra B: errada. A síndrome de Turner (monossomia do X) foi o teste que apresentou menor sensibilidade,
88,6%. Porém, não é o teste que apresentou maior taxa de falsos-positivos, porque obteve 0,17% contra
0,2% do teste de trissomia do 13
Letra C: errada. A sensibilidade para o teste de síndrome de Patau (trissomia do 13) foi de 92,1%, sendo esta
a segunda menor taxa em comparação com os demais. Porém, este teste não foi o que apresentou menor
taxa de falsos-positivos, a sua taxa foi de 0,2%, a maior entre todos os testes.
Letra D: correta. A síndrome de Down (trissomia do 21) apresentou os melhores desempenhos tanto em
sensibilidade (99%) quanto em taxa de falsos-positivos (0,08%). Este é o nosso gabarito.
Gabarito: letra D.
As mutações de ponto, também chamadas de mutações pontuais, são os tipos mais comuns de
mutações gênicas. Elas são alterações nas quais ocorre a substituição de apenas um par de bases. Elas
podem ser de três tipos: mutação silenciosa, mutação de sentido trocado e mutação sem sentido.
Na mutação silenciosa (ou mutação sinônima) ocorre a substituição de um par de bases, porém
não ocorre alteração da proteína, pois o novo códon gerado pela mutação codifica o mesmo aminoácido do
códon original (lembrem-se que o código genético é degenerado). Ou seja, muda o DNA, muda o RNA,
mas não muda a proteína.
Por outro lado, na mutação de sentido trocado a substituição de um par de bases leva a alteração
da proteína, pois o códon produzido a partir da nova sequência leva à síntese de um aminoácido diferente
do originalmente produzido. Aqui ocorre a mudança do DNA, do RNA e da proteína.
Já na mutação sem sentido, a substituição do par de bases leva à ocorrência de um códon de parada
(UAA, UAG ou UGA), consequentemente, a tradução será interrompida de forma prematura. Neste caso, a
alteração do DNA que é transmitida para o RNA levará à produção de uma proteína truncada, ou parcial.
Além das mutações de ponto, as mutações gênicas também podem ocorrer na forma de duplicação
ou deleção de pares de bases. Estes tipos de mutação podem ser extremamente deletérios, uma vez que,
se a deleção ou duplicação não ocorrer em números múltiplos de 3, haverá uma mudança na matriz de
leitura dos códons desde o ponto da mutação até o final. Em outras palavras, todos os códons a partir da
região duplicada ou deletada serão alterados, e isso dará origem a uma proteína totalmente diferente da
proteína original. Quando isso ocorre, chamamos de "frame shift" ou "mudança da matriz de leitura".
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Um exemplo comum de doença causada por mutação gênica é a doença falciforme (ou
anemia falciforme), que é caracterizada pela presença de uma hemoglobina anormal no
sangue, conhecida como hemoglobina S.
A doença falciforme ocorre quando uma pessoa herda duas cópias anormais do gene da
β-globina (localizado no cromossomo 11), uma de cada genitor.
A mutação consiste na alteração do códon GAG para GTG no gene β-globina, que resulta
na substituição do aminoácido ácido glutâmico (Glu) por valina (Val) na posição 6. Ou
seja, trata-se de uma mutação de sentido trocado.
(NUCEPE - PC-PI - 2018 - Perito Criminal – Biologia) Roberto é afetado por distrofia muscular Duchenne
(DMD), uma desordem ligada ao X. A análise de mutações na sua família identifica uma substituição de
um único par de bases no éxon 1 do gene DMD, introduzindo um códon de término prematuro. A
consequência mais provável desta mutação é:
A) Aumento na quantidade de DNA do DMD
B) Diminuição na quantidade de DNA do DMD
C) Diminuição da proteína codificada pelo DMD
D) Aumento na quantidade do mRNA do DMD
E) Diminuição na quantidade do mRNA do DMD
Comentários:
O enunciado descreve um exemplo de mutação sem sentido, na qual a substituição do par de bases leva à
ocorrência de um códon de parada (UAA, UAG ou UGA), consequentemente, a tradução é interrompida de
forma prematura. Neste caso, a alteração do DNA que é transmitida para o RNA levará à produção de uma
proteína truncada, ou parcial.
Gabarito: letra C.
Durante a replicação do DNA acontecem muitos erros (uma taxa de aproximadamente 10-5). A
permanência destes erros no DNA pode ser prejudicial, levando a consequências como o câncer. Por este
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motivo, os seres vivos possuem mecanismos que permitem reconhecer danos no DNA e repará-los antes
que a mutação se fixe.
Essas vias de reparo agem removendo uma ou mais bases erradas e substituindo-as por novos
nucleotídeos, usando a fita de DNA oposta como molde. Vamos estudar cada um destes mecanismos.
O reparo por excisão de base atua na correção de danos ao DNA que não são muito volumosos.
Esses danos são reconhecidos por enzimas chamadas DNA glicosilases, que clivam as ligações entre a base
e o açúcar e liberam a base que está errada. A seguir, uma enzima chamada endonuclease AP faz um corte
upstream (em direção à extremidade 5' da fita codificadora) do sítio de onde a base incorreta foi removida.
A enzima desoxirribofosfodiesterase (dRpase) atua em seguida, limpando o arcabouço e removendo os
resíduos de açúcar e fosfato próximos. Com o sítio limpo, a DNA polimerase entra em ação e preenche o
espaço vazio com nucleotídeos sintetizados de forma complementar à outra fita de DNA. Por fim, a DNA
ligase atua selando os nucleotídeos recém-sintetizados à molécula de DNA.
Resumindo, temos:
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Legenda: No reparo por excisão de base, as bases danificadas são removidas e reparadas por meio da ação sequencial de
uma DNA glicosilase, uma endonuclease AP, uma desoxirribofosfodiesterase (dRpase), uma DNA polimerase e uma ligase.
Fonte: Griffiths. Introdução à Genética 11a ed.
Quando o dano ao DNA é muito volumoso, o mecanismo de reparo por excisão de bases não
consegue corrigir. Nessas situações, o reparo por excisão de nucleotídeos entra em ação. Esse mecanismo
é extremamente complexo, seu processo exige dezenas de proteínas para ser executado. No entanto,
podemos resumir o reparo por excisão de nucleotídeos em quatro etapas:
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3. Corte da fita danificada em pontos nucleotídeos antes e depois do sítio danificado, seguido
pela excisão dos nucleotídeos (cerca de 30) presentes entre os dois cortes;
4. A fita de DNA não danificada é usada como molde para a síntese de novos nucleotídeos pela
DNA polimerase e em seguida a nova fita é ligada.
Como vimos anteriormente a função de revisão das DNAs polimerases consegue reduzir a taxa de
erros para menos de 10-7. Os erros replicativos remanescentes são corrigidos principalmente pelo
mecanismo de reparo de malpareamento (reparo pós-replicação), que consegue reduzir a taxa de erros
para menos de 10-9. Essa via é capaz de reconhecer e reparar bases malpareadas, além de detectar e corrigir
pequenas alças que surgem devido à inserção e deleção de nucleotídeos (conhecidos pelo termo INDELs)
durante a replicação.
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Legenda: Reparo de malpareamento.
Fonte: Alberts et al., 2002.
(UFG - 2018) Durante o processo de replicação do DNA é comum ocorrer a incorporação incorreta de
nucleotídeos. Além disso, lesões no material genético ocorrem a qualquer momento devido a causas
ambientais. Sendo assim, existe nas células vários sistemas de reparo e tolerância de danos ao DNA.
As etapas gerais de uma via de reparo acontecem em uma determinada ordem e por proteínas
específicas.
Na via de reparo por excisão de base, a ordem das etapas e suas respectivas proteínas são:
A) reconhecimento (DNA glicosilase), excisão (DNA glicosilase, AP endonuclease e exonuclease), síntese de
DNA (DNA Pol I) e ligação (DNA ligase).
B) excisão (DNA glicosilase, AP endonuclease e exonuclease), reconhecimento (DNA glicosilase), síntese de
DNA (DNA Pol III) e ligação (DNA ligase).
C) reconhecimento (UvrA), excisão (UvrC, UvrD e UvrA), síntese de DNA (DNA ligase) e ligação (DNA Pol I).
D) excisão (UvrC, UvrD e UvrA), reconhecimento (UvrA), síntese de DNA (DNA Pol III) e ligação (DNA ligase).
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Comentários:
Conforme estudamos, o reparo por excisão de base ocorre na seguinte sequência de etapas:
1. Reconhecimento da base incorreta pelas DNA glicosilases;
2. Excisão da base incorreta pelas enzimas: DNA glicosilase, endonuclease AP e desoxirribofosfodiesterase
(dRpase);
3. Síntese de novos nucleotídeos pela DNA polimerase;
4. Ligação dos novos nucleotídeos pela DNA ligase.
Gabarito: letra A.
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3 - Polimorfismos Genéticos
Polimorfismo é um termo usado na genética para descrever várias formas de um único gene (pelo
menos duas variantes) que existem entre indivíduos ou entre grupos de indivíduos. Um gene é considerado
polimórfico se mais de um alelo ocupar o lócus desse gene em uma população. Além de ter mais de um alelo
em um lócus específico, para ser classificado como polimorfismo, o alelo menos comum deve ter uma
frequência de pelo menos 1% na população. Se a frequência for menor que isso, o alelo é considerado uma
mutação.
Polimorfismos gênicos podem ocorrer em qualquer região do genoma e a maioria ocorre de forma
silenciosa, o que significa que eles não alteram a função ou expressão gênica. No entanto, algumas
variantes polimórficas de um gene podem levar à expressão anormal ou à produção de uma forma anormal
de uma proteína, e esta anormalidade pode causar ou estar associada a doenças.
Os polimorfismos podem ocorrer tanto no DNA nuclear quanto no DNA mitocondrial. Eles podem
ser herdados, permitindo que sua herança seja rastreada de pai para filho. O polimorfismo promove a
diversidade e persiste por muitas gerações, porque nenhuma forma isolada tem uma vantagem ou
desvantagem sobre as demais em termos de seleção natural.
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Os genomas de humanos podem ser divididos em regiões codificantes e não codificantes de
proteínas. As regiões codificantes contêm sequências de DNA que determinam principalmente as
sequências de aminoácidos das proteínas para as quais codificam. O DNA não codificante geralmente
contém sequências de DNA sem função ou cuja função ainda não foi descoberta. Estas sequências podem
se apresentar na forma de uma única cópia ou existir como múltiplas cópias, chamadas de DNA repetitivo.
Por sofrer menos pressão evolutiva, as regiões do DNA que não codificam proteínas tendem a ter mais
polimorfismos.
A variabilidade genômica inclui uma ampla gama de variações, desde a mudança de um único par de
bases (pb), muitos pares de bases e sequências repetitivas. De um modo geral, os polimorfismos genéticos
podem se apresentar de várias formas, a saber:
Os polimorfismos podem ser identificados em laboratório usando uma variedade de métodos, como
polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição (restriction fragment length polymorphism - RFLP)
acompanhado por southern blots, reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction - PCR),
métodos de hibridização (southern e northern blotting) utilizando chips de microarray de DNA, e
sequenciamento do genoma completo (whole genome sequencing - WGS).
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3.1.1 - Polimorfismo de nucleotídeo único (SNP)
SNPs ocorrem aproximadamente uma vez a cada 300 nucleotídeos, ou seja, existem cerca de 10
milhões de SNPs no genoma humano. Eles são fontes importantes de variação no genoma humano e
servem como excelentes marcadores genéticos. Algumas regiões do genoma são mais ricas em SNPs do
que outras, e eles podem ocorrer dentro de sequências de genes ou em sequências intergênicas.
Os SNPs estão localizados principalmente em regiões não codificantes do genoma e a maioria não
tem impacto direto conhecido no fenótipo de um indivíduo. Mas dependendo de onde ocorrem, os SNPs,
podem ter consequências diferentes no nível fenotípico.
De forma análoga, a maioria dos SNPs não tem influência no estado geral de saúde de um indivíduo,
mas alguns podem funcionar como marcadores genéticos de doenças já existentes ou de predisposição
genética aumentada para desenvolver algumas doenças. Além disso, pesquisas apontam que os SNPs
também podem ajudar a prever a resposta de uma pessoa a medicamentos específicos, e sua genotipagem
tem sido empregada na medicina personalizada.
Os haplótipos podem ter correlações mais fortes com doenças ou outros efeitos
fenotípicos em comparação com SNPs individuais e podem, portanto, fornecer maior
precisão diagnóstica em alguns casos.
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3.1.2 - Polimorfismos de inserção/deleção
As sequências de DNA repetitivo podem compreender mais de dois terços do genoma humano e são
classificadas como repetições intercaladas ou repetições em tandem. Repetições intercaladas estão
dispersas pelo genoma dentro de sequências de genes ou sequências intergênicas e incluem retro (pseudo)
genes e transposons. Repetições em tandem, que são repetições adjacentes uma a outra, podem
apresentar apenas duas cópias ou muitos milhares de cópias. As sequências de DNA não codificadoras
repetidas em tandem também são chamadas de DNA satélite, sendo o principal constituinte de
centrômeros e telômeros.
Apesar das evidências crescentes sobre a funcionalidade das repetições de DNA, seu papel biológico
ainda não está completamente elucidado, sendo um assunto frequentemente debatido no meio científico.
Com base no tamanho de cada unidade de repetição, as repetições de DNA satélite podem ser
divididas em macrossatélites, minissatélites e microssatélites, conforme descritas a seguir:
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O termo DNA satélite originou-se na década de 1960 a partir de uma observação de uma
fração de DNA fragmentado que apresentava uma densidade flutuante distinta do DNA
principal na centrifugação de gradiente de densidade. Esta fração de "DNA satélite" foi
subsequentemente identificada como grandes repetições centroméricas em tandem.
Quando as repetições tandem mais curtas foram identificadas posteriormente, elas
passaram a ser conhecidas como minissatélites. Finalmente, com a descoberta de
iterações em tandem de motifs de sequência ainda menores, o termo microssatélites foi
cunhado.
As regiões de DNA repetitivo são altamente polimórficas por natureza, sendo que o número de
unidades das repetições em tandem em um lócus específico é extremamente variável entre pessoas
diferentes. Por este motivo, as sequências repetidas em tandem polimórficas emergiram como
marcadores genéticos importantes e, inicialmente, repetições em tandem de número variável (VNTRs)
foram usadas como impressões digitais de DNA (fingerprinting de DNA). Nos últimos anos, evidências
forneceram suporte para o emprego de VNTRs na investigação de um amplo espectro de estados
patológicos.
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Por serem altamente polimórficos e hereditários, os minissatélites foram uns dos primeiros
marcadores de DNA utilizados para identificação de indivíduos. Contudo, pelo fato de se necessitar uma
grande quantidade de DNA para análise dos minissatélites, a sua aplicação era limitada. Atualmente, os
minissatélites foram substituídos pelos microssatélites nas análises forenses.
Os microssatélites, também conhecidos como repetições curtas em tandem (STRs), são regiões
de DNA repetitivo no qual alguns motifs de DNA (variando em comprimento de 2 a 9 pares de bases) são
repetidos, normalmente 5–50 vezes. Os microssatélites ocorrem em milhares de locais dentro do genoma
de um organismo. Eles têm uma taxa de mutação mais alta do que outras regiões do DNA, levando a uma
alta diversidade genética.
Os microssatélites são marcadores moleculares altamente confiáveis, devido ao seu alto grau de
polimorfismo e comprimento relativamente pequeno, quando comparados com os minissatélites. Por
este motivo, os STRs são os marcadores atualmente empregados em investigações de parentesco e na
identificação forense.
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Os polimorfismos podem ainda ser classificados como polimorfismos de comprimento e
polimorfismos de sequência:
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Letra B: errada. Minissatélites possuem uma diversidade de alelos e apresentam muitas repetições no
DNA.
Letra C: errada. Existem uma grande diversidade de alelos de minissatélites e microssatélites na
população.
Letra D: correta. Mutações pontuais são aquelas que afetam apenas um par de bases, podendo ser uma
substituição, deleção ou adição. Os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) são a forma mais comum
de variação genética. Este é o nosso gabarito.
Letra E: errada. Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) são alterações de um único nucleotídeo que
acontecem no genoma em um local específico, sendo a forma mais comum de variação genética.
Gabarito: letra D.
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4 - Marcadores moleculares de interesse forense
O principal objetivo das investigações forenses é identificar os responsáveis pela prática de crimes,
e esse objetivo é cada vez mais alcançado com o auxílio da ciência. Durante uma investigação, a ciência
forense ajuda a reconstruir o curso dos eventos que ocorreram quando o crime foi cometido. Uma forma de
se conseguir isso é comparando amostras da cena do crime com um material coletado de suspeitos e
apresentando os resultados obtidos no tribunal.
Um ramo relativamente novo da ciência forense é a genética forense, que confere maior
confiabilidade aos resultados do que os métodos adotados anteriormente, que se baseavam em
características morfométricas, como impressões digitais ou grupos sanguíneos.
A identificação através da tipagem sanguínea era bastante limitada, uma vez que os antígenos do
grupo sanguíneo não são altamente estáveis e seu nível de polimorfismo é baixo. As análises foram sendo
gradualmente expandidas e passaram a incluir o polimorfismo de diferentes proteínas e na década de 1970
a eletroforese de proteínas, como o plasminogênio ou a transferrina, tornou-se a técnica predominante.
Várias proteínas que poderiam ser usadas para fins forenses foram descobertas, principalmente
enzimas de eritrócitos e leucócitos, como fosfoglucomutase-1 ou esterase D. Foi então que um grande
avanço ocorreu na segunda metade da década de 1980, quando a pesquisa em fragmentos não
codificantes do gene da mioglobina mostrou que eles eram altamente polimórficos entre os indivíduos.
Essa observação levou ao surgimento de um novo ramo da ciência forense: a genética forense.
O uso da genética forense para fins de identificação resulta principalmente de duas regras:
Dessa forma, o material biológico deixado para trás, contendo informações genéticas completas
sobre o organismo do perpetrador, possibilita a identificação individual.
Durante suas três décadas de existência, a genética forense fez uso de uma variedade de marcadores
genéticos. O primeiro deles foram os minissatélites: sequências que diferem no número de repetições do
motif central compostas por 10-80 nucleotídeos. As diferenças no comprimento da sequência entre os
indivíduos forneceram a base para o uso de polimorfismos em testes de identificação. O método foi
desenvolvido a partir de análises das regiões hipervariáveis contidas nos íntrons da mioglobina humana
e demonstraram a presença de regiões altamente variáveis de DNA. As sequências de minissatélites de
repetição em tandem de número variável (VNTR) foram analisadas usando a técnica de polimorfismo de
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comprimento de fragmento de restrição (restriction fragment length polymorphism - RFLP). Usando esta
técnica em combinação com técnicas de hibridização, foi possível obter uma impressão digital genética
individual única (fingerprinting de DNA). O elemento chave da metodologia era a sonda que se ligava a uma
sequência interna de minissatélites que também está presente em outros minissatélites. A próxima etapa
foi o desenvolvimento de sondas de lócus único. O primeiro emprego da genética forense foi na
identificação molecular no famoso caso Pitchfork, em que Colin Pitchfork foi a primeira pessoa a ser
condenada com base nos resultados de testes de DNA.
A próxima conquista revolucionária, não apenas na ciência forense, mas para toda a biologia
molecular, foi o desenvolvimento da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Esta técnica foi
originalmente usada para a amplificação de sequências contendo VNTRs. Os amplicons (produtos da
PCR) foram separados em gel de poliacrilamida. Devido ao tempo relativamente curto necessário para se
realizar as análises e à possibilidade de testar quantidades degradadas ou vestigiais de DNA, as variantes da
técnica de PCR ainda desempenham um papel importante na análise forense contemporânea.
O método de identificação individual com base no polimorfismo VNTR, apesar de seu poder de
discriminação relativamente alto, apresentou algumas desvantagens. Um problema era que uma grande
quantidade de material biológico não degradado era necessária para análise, o que nem sempre é
possível na prática. Portanto, pesquisas adicionais foram necessárias para se encontrar novos marcadores
que aumentassem a confiabilidade das análises e tornassem possível testar materiais parcialmente
degradados, em quantidades residuais.
Um novo grupo de marcadores foi representado pelos microssatélites, repetições curtas em tandem
(STRs) em que o motif central consiste de 2 a 9 nucleotídeos. As sequências STR são muito mais curtas do
que os minissatélites, o que possibilitou que traços de material degradado sejam analisados.
Os marcadores STR foram usados pela primeira vez no início da década de 1990 e foram
rapidamente adotados para fins de identificação individual. O primeiro sistema multiplex, que amplificava
quatro marcadores STR, foi projetado pelo Forensic Science Service no Reino Unido e foi introduzido na
prática forense em 1994. Os microssatélites ganharam popularidade principalmente devido ao seu alto
nível de polimorfismo, fornecendo resultados que representavam evidências muito fortes.
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O uso dos polimorfismos STRs como padrão-ouro em análises forenses resulta não apenas no
surgimento de novos kits de identificação com poderes cada vez maiores de discriminação, mas também
na criação e expansão de bancos de dados de perfis genéticos, uma vez que os perfis obtidos constituem
a base para a criação destes bancos de dados.
O número de loci necessários para fazer o upload de um perfil para um banco de dados de DNA da
justiça criminal varia muito de país para país. Mas, de uma forma geral, para se registrar um perfil em um
banco de dados é necessária a identificação de pelo menos oito loci STR completos. Bancos de dados de
perfis de DNA são usados para comparar perfis depositados com materiais obtidos no local do crime. Para
se estimar o valor probatório de um determinado perfil, a genética forense usa cálculos estatísticos
realizados em bancos de dados populacionais. Essas análises permitem determinar a frequência de alelos
individuais em uma população, o que é um fator significativo na escolha de regiões polimórficas para fins
de identificação e determina o valor probatório de uma análise de compatibilidade.
Variantes de sequências de DNA curtas e repetitivas também são encontradas nos cromossomos
sexuais - Y-STRs e X-STRs - e nos autossomos. No teste de paternidade, os STRs cromossômicos X podem
ser usados quando se investiga a paternidade de uma criança do sexo feminino e quando o suposto pai está
ausente (neste caso, os marcadores do cromossomo X, presentes na mãe do réu e na criança, permitem
inferências sobre a paternidade), além de casos de incesto.
A análise de Y-STRs também é usada durante a análise de misturas de material biológico, por
exemplo, em casos de estupro (em que existe uma quantidade desprezível de DNA masculino em meio a
uma grande quantidade de DNA da mulher) ou estupro coletivo.
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4.2.2 - Outras aplicações
O polimorfismo STR também pode ser usado para a identificação individual de animais em casos de
crimes como caça predatória, crueldade contra animais e contrabando de espécies ameaçadas de
extinção. Marcadores microssatélites altamente polimórficos permitem determinar se duas amostras
analisadas derivam do mesmo indivíduo. Também existem kits de reagentes STR que foram projetados para
a identificação individual de animais de estimação, como cães e gatos.
Dessa forma, a identificação de animais com base em marcadores STR desempenha um papel
crescente na resolução de crimes contra a vida selvagem, incluindo o mercado negro de marfim, caça
predatória e contrabando de espécies ameaçadas de extinção.
O polimorfismo de sequências STR está cada vez mais sendo complementado por polimorfismos
de nucleotídeo único (SNPs), que surgem como resultado de mutações pontuais, que podem ser INDELs
(inserções ou deleções) ou substituições.
Polimorfismos de nucleotídeo único, apesar de terem poder discriminatório muito menor do que
os marcadores STR, são uma boa solução no caso de identificação de material genético degradado.
Estima-se que um nível de discriminação correspondente a um painel de 15 STRs pode ser obtido analisando
40-60 SNPs. Para aumentar o poder de discriminação e reduzir o tempo de análise, multiplexes de SNP
são desenvolvidos para permitir a análise simultânea de >100 loci polimórficos.
Uma grande quantidade de SNPs pode ser analisada por sequenciamento maciço paralelo
(massively parallel sequencing - MPS), que é uma tecnologia baseada em sequenciamento de próxima
geração (next-generation sequencing - NGS). O MPS permite combinações de vários ensaios de eletroforese
tradicionais em um único ensaio de MPS. A análise única pode ser usada para detectar >160 SNPs
informativos de ancestralidade simultaneamente. Portanto, esta técnica constitui uma ferramenta
potencial para a identificação e inferência sobre a ancestralidade biogeográfica do doador de amostra. No
entanto, apesar do maior número de loci analisados, o poder de discriminação dos painéis SNP ainda é
menor do que no STR. Por este motivo, os SNPs devem ser usados como suplementos para marcadores
STR, em vez de sua substituição.
Na análise de marcadores STR, fragmentos mais longos são usados, logo, um alto nível de
degradação impossibilita a obtenção de um perfil completo. Uma solução que permite a análise de
amostras de baixa qualidade é o método miniSTR. O uso de primers específicos que se ligam mais perto da
sequência de microssatélites resulta em amplicons mais curtos do que no caso de marcadores STR
tradicionais, o que significa que miniSTRs podem ser usados para analisar DNA degradado.
26
Além disso, os marcadores SNPs são usados com muito sucesso em análises de amostras de vítimas
de desastres ou achados arqueológicos que contêm uma pequena quantidade de material genético
degradado, principalmente DNA mitocondrial (mtDNA), que pode permitir a identificação e análise de
parentesco quando o DNA nuclear não está disponível.
As mitocôndrias, como organelas semiautônomas, são circundadas por uma membrana dupla, e o
DNA nelas contido tem uma forma circular, o que torna o mtDNA mais resistente à degradação do que o
DNA nuclear. Devido a essas propriedades, o material genético pode ser obtido de amostras biológicas que
foram submetidas a vários fatores físicos e químicos, de ossos com vários milhares de anos ou de cabelos
perdidos post-mortem.
SNPs são o resultado de mutações pontuais que ocorrem durante a evolução humana e, portanto,
cromossomos Y com as mesmas mutações de nucleotídeo único e tendo uma origem comum são chamados
27
de haplogrupos e podem ser usados para fornecer informações sobre a possível ancestralidade geográfica
do autor de um crime.
(NUCEPE - PC-PI - 2018 - Perito Criminal – Farmácia) Na área forense, as técnicas de biologia molecular
vêm se fortalecendo no transcorrer dos últimos vinte e cinco anos. Isso em função do desenvolvimento
de técnicas cada vez mais sofisticadas e em número cada vez maior. Esta evolução somente foi possível
pelo desenvolvimento e compreensão da biologia molecular e a descoberta de novas técnicas e
métodos eficazes para a detecção do DNA humano, para fins forenses. Julgue as afirmativas a seguir e
marque a alternativa CORRETA.
I- Os polimorfismos de comprimento incluem regiões que se repetem no DNA genômico e são
chamados de microssatélites (STRs) e minissatélites (VNTRs).
II- Os polimorfismos de sequência constituem-se de diferentes nucleotídeos em uma determinada
localização no genoma, sendo que suas variações podem ser manifestadas como regiões de alelos
alternativos, substituições, adições ou deleções de bases.
III- Os VNTRs (do inglês, Variable Number of Tandem Repeats) são sequências curtas de bases que
ocorrem em números variáveis dentro do grupo de repetições in tandem. O número de repetições
encontradas varia de um local para outro dentro do genoma e também varia entre indivíduos. Podendo,
assim, ser diferenciados pelo comprimento de sequência VNTR do DNA.
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IV- Os STRs (do inglês, Short Tandem Repeats) são nucleotídeos alinhados, em curtas repetidas,
organizados em sequência. Estes são trechos de DNA constituídos em unidades repetidas de dois, três
ou quatro nucleotídeos e localizados dentro de regiões de sequência única com número menor do que
100 pares de nucleotídeos. Cada região genômica que contém determinado número de repetições de
uma sequência constitui um loco genético, que varia entre os indivíduos e também é multialélico.
V- O que difere entre os VNTRs dos STRs é o tamanho, ou seja, o número de bases, sendo que os STRs
contêm muitos pares de bases. Esta característica permite que sejam analisadas quantidades maiores
de DNA, enquanto que, para a análise dos VNTRs, é necessário menor quantidade e qualidade do DNA,
sendo, por isso, mais utilizado para investigação forense, quando só se encontram vestígios de DNA.
A) Apenas I, II e III são corretas.
B) Apenas I, II e IV são corretas.
C) Apenas I, II, III e IV são corretas.
D) Apenas I, II e V são corretas.
E) Todas são corretas.
Comentários:
Vamos analisar cada uma das afirmativas:
I: correta. Polimorfismos de comprimento incluem as regiões de DNA genômico repetitivo, os
microssatélites (STRs) e minissatélites (VNTRs).
II: correta. Polimorfismos de sequência são representados por nucleotídeos diferentes em um
determinado lócus, podendo se manifestar como substituições, adições ou deleções de bases.
III: correta. Os minissatélites, também conhecidos como repetições em tandem de número variável
(VNTRs), são regiões de DNA repetitivo em que certos motifs de DNA (variando em comprimento de 10 a
80 pares de bases) são normalmente repetidos de 5 a 50 vezes. Minissatélites não codificam proteínas e
ocorrem em mais de 1.000 sítios no genoma humano e apresentam uma alta taxa de mutação, além de
uma alta diversidade na população.
IV: correta. Os microssatélites, também conhecidos como repetições curtas em tandem (STRs), são
regiões de DNA repetitivo no qual alguns motifs de DNA (variando em comprimento de 2 a 9 pares de
bases) são repetidos, normalmente 5–50 vezes. Os microssatélites ocorrem em milhares de locais dentro
do genoma de um organismo. Eles têm uma taxa de mutação mais alta do que outras regiões do DNA,
levando a uma alta diversidade genética.
V: errada. A alternativa fez confusão entre VNTRs e STRs. Os microssatélites são marcadores moleculares
altamente confiáveis, devido ao seu alto grau de polimorfismo e comprimento relativamente pequeno,
quando comparados com os minissatélites. Por este motivo, os STRs são os marcadores atualmente
empregados em investigações de parentesco e na identificação forense.
Logo, apenas I, II, III e IV são corretas.
Gabarito: letra C.
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5 - Considerações Finais
Chegamos ao final de mais uma aula. Este é um conteúdo extremamente relevante para quem se
prepara para provas da área de perícia criminal. Então, não se esqueçam de praticar com as questões
disponibilizadas ao final da aula.
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LISTA DE QUESTÕES
1. (UFG - 2018) Em uma mesma semana, o laboratório de citogenética fez vários exames de cariótipo
e alguns de FISH. Dentre os resultados alterados, percebeu-se: (1) 45,X; (2) 47,XX+21; e (3) 44,XY-
5. Esses achados de aneuploidias correspondem, respectivamente, a
A) monossomia sexual, trissomia autossômica e nulissomia autossômica.
B) monossomia autossômica, trissomia sexual e monossomia autossômica.
C) monossomia sexual, trissomia autossômica e monossomia autossômica.
D) nulissomia sexual, trissomia autossômica e nulissomia autossômica.
2. (UFG - 2018) Leia o trecho a seguir. Oncogenes e genes supressores de tumor têm sido associados a
diferentes tipos de neoplasias, sendo o gene p53 o que com maior frequência apresenta alterações.
Este gene localiza-se em 17p13.1 e codifica uma fosfoproteína nuclear de 53 kD que contém 393
aminoácidos.
KLUMB; CAVALCANTE JÚNIOR. Avaliação dos métodos de detecção das alterações do gene e
proteína P53 nas neoplasias linfoides. In: Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 2002;
24(2):111-25. (Adaptado).
31
3. (IBFC - SESACRE - 2019 - Biólogo) Alterações cromossômicas dos autossomos ou dos cromossomos
sexuais podem ser verificadas em síndromes malformativas, retardo mental, hipogonadismo e em
erros de determinação sexual. Estas podem ser numéricas, por aneuploidia, poliploidia e alterações
cromossômicas estruturais. Uma das formas de verificação é através do cariótipo. A esse respeito,
analise as afirmativas abaixo.
III. Deleção se refere à adição de parte de um cromossomo resultando em quebras nos cromossomos
e subsequente reunião das extremidades quebradas em uma configuração anormal.
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Considerando o trecho 5’- TAC GTA CCA AGT CAC-3’ de uma molécula de DNA e a tabela de código
genético apresentada anteriormente, julgue o item subsequente.
Caso ocorresse a troca de uma guanina por uma timina na posição 11 da sequência do DNA esse
seria um exemplo de mutação sinônima.
Certo
Errado
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Considerando o heredograma precedente, que representa uma família na qual existe a segregação
de uma doença genética hipotética, julgue o seguinte item.
7. (INSTITUTO AOCP - PC-ES - 2019 - Perito Oficial Criminal - Área 5) Existem inúmeras mutações
genéticas, as quais podem ser gênicas ou cromossômicas. Essas mutações podem resultar em
patologias de maior e menor gravidade. Nesse sentido, qual tipo de mutação está envolvido no
surgimento da Anemia Falciforme?
A) Mutação estrutural (duplicação de um pedaço repetido do cromossomo 11).
B) Mutação numérica (Aneuploidia do cromossomo 11).
C) Mutação gênica (inserção de bases adicionais ao cromossomo 11).
D) Mutação estrutural (deleção de parte do cromossomo 11).
E) Mutação gênica (substituição de bases no cromossomo 11).
Comentários:
Um exemplo comum de doença causada por mutação gênica é a doença falciforme (ou anemia falciforme),
que é caracterizada pela presença de uma hemoglobina anormal no sangue, conhecida como hemoglobina
S. A doença falciforme ocorre quando uma pessoa herda duas cópias anormais do gene da β-globina,
uma de cada genitor, localizado no cromossomo 11. A mutação consiste na alteração do códon GAG para
GTG no gene β-globina, que resulta na substituição do aminoácido ácido glutâmico (Glu) por valina (Val)
na posição 6. Ou seja, trata-se de uma mutação de sentido trocado.
Gabarito: alternativa E.
35
9. (IDCAP - Prefeitura de Águia Branca - ES - 2018 - Biólogo) Os indivíduos portadores dessa síndrome
apresentam trissomia do cromossomo sexual, ou seja, apresentam um cromossomo sexual a mais.
De qual síndrome estamos falando?
A) Síndrome de Turner.
B) Síndrome de Klinefelter.
C) Síndrome de Patau.
D) Síndrome de Down.
E) Síndrome de Edwards
10. (IF Sul Rio-Grandense - IF Sul Rio-Grandense - 2018 - Biologia - Áreas 08, 13 e 17) Analise o
cariograma humano abaixo.
11. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal - Ciências Biológicas) Referente aos eventos
de Mutação, recombinação e reparo do DNA, assinale a alternativa correta.
A) As espécies podem permitir altas taxas de mutação acumuladas nas células germinativas.
B) Recombinação é a troca de genes entre uma molécula de DNA e RNA.
C) Em bactérias, a reprodução sexuada promove a recombinação quando os gametas entram em contato.
D) Mutações na sequência de bases do DNA não alteram o fenótipo, por isso não podem ser herdadas.
E) As células podem desenvolver diferentes mecanismos de reparo, dependendo do dano causado ao DNA.
12. (Quadrix - SEDF - 2018 - Professor Substituto - Biologia) Acerca das síndromes de Down, de Turner
e de Klinefelter, julgue o item seguinte.
A presença de um cromossomo X a mais, tendo como cariótipo 47 XXY, e esterilidade nas mulheres
são características de pacientes com síndrome de Turner.
Certo
Errado
13. (Quadrix - SEDF - 2018 - Professor Substituto - Biologia) Acerca das síndromes de Down, de Turner
e de Klinefelter, julgue o item seguinte.
14. (CESPE - IPHAN - 2018 - Técnico I - Área 6) Acerca da genética de plantas, julgue o próximo item.
37
Certo
Errado
15. (Cepros - CESMAC - 2017 - Prova Medicina- 2018.1- 2° dia- Prova tipo 1) Analise o cariótipo abaixo.
16. (UFMT - POLITEC-MT - 2017 - Papiloscopista) A síndrome de Down, também chamada trissomia do
cromossomo 21, geralmente é causada pela presença de um cromossomo 21 a mais nas células dos
afetados, isto é, em vez de dois cromossomos 21, a pessoa tem três.
38
III - O cariótipo de uma pessoa com a Síndrome de Down pode ser representado por: 47, XX ou XY,
+21.
17. (CESPE - SEDF - 2017 - Professor de Educação Básica - Biologia) O projeto genoma, que tratou do
sequenciamento das bases que compõem o genoma humano e da variação entre os indivíduos da
espécie, trouxe benefícios diretos à saúde humana e de outros organismos vivos, além de melhorias
na agropecuária, indústria farmacêutica, ciência forense, metodologia científica e no
desenvolvimento de instrumentos de análise laboratorial e computacional, entre outros. Portanto,
o projeto genoma humano não se restringiu apenas ao genoma humano. Acerca desse assunto,
julgue o item subsequente.
18. (CESPE - SEDF - 2017 - Professor de Educação Básica - Biologia) O projeto genoma, que tratou do
sequenciamento das bases que compõem o genoma humano e da variação entre os indivíduos da
espécie, trouxe benefícios diretos à saúde humana e de outros organismos vivos, além de melhorias
na agropecuária, indústria farmacêutica, ciência forense, metodologia científica e no
desenvolvimento de instrumentos de análise laboratorial e computacional, entre outros. Portanto,
o projeto genoma humano não se restringiu apenas ao genoma humano. Acerca desse assunto,
julgue o item subsequente.
19. (CESPE - Polícia Científica - PE - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas e Biomedicina) A
sequência do DNA pode ser mudada devido não somente aos erros de cópia introduzidos pelas
enzimas durante a replicação, mas também aos agentes ambientais como substâncias químicas
mutagênicas e certos tipos de radiação. A enzima responsável pelas provas de leitura é a
A) DNA polimerase.
B) DNA girase.
C) DNA ligase.
D) RNA polimerase.
E) helicase.
20. (IMA - Prefeitura de Picos - PI - 2016) Síndromes genéticas acometem uma parcela relativamente
considerável da população. Dentre as principais síndromes, destacam-se Down, Turner e
Klinefelter. A primeira é uma síndrome autossômica, enquanto as outras duas são síndromes
sexuais. Considerando um rapaz com síndrome de Down, uma garota com Turner e um outro rapaz
com Klinefelter, os cariótipos desses indivíduos devem ser, respectivamente:
A) 47, XY +21 / 46, XY / 47, XY +18.
B) 47, XX +21 / 45, Y / 47, XYY.
C) 47, XY +18 / 45, X / 47, XXY.
D) 47, XY +21 / 45, X / 47, XXY.
21. (CEPS-UFPA - UFPA - 2015 - Técnico de Laboratório - Biologia) A análise citogenética, solicitada
especialmente em casos de pacientes com distúrbios de desenvolvimento físico e mental, pode
diagnosticar alterações cromossômicas numéricas e estruturais, presentes em várias síndromes
bem conhecidas, como
A) Síndrome de Down, Síndrome de Alport e Síndrome de Klinefelter.
B) Síndrome de Cri-du-Chat, Síndrome de Wiskott-Aldrich e Síndrome de Turner.
C) Síndrome de Edwards, Síndrome de Alport e Síndrome de Klinefelter.
D) Síndrome de Turner, Síndrome de Edwards e Síndrome de Klinefelter.
E) Síndrome de Down, Síndrome de Edwards e Síndrome de Wiskott-Aldrich.
40
22. (IF-SC - 2015 - Professor - Biologia) Existem anomalias relacionadas aos cromossomos sexuais na
espécie humana; em uma delas, observada apenas em mulheres, a pessoa apresenta baixa
estatura, esterilidade e, em alguns casos, pescoço muito curto e largo. Assinale a alternativa que
apresenta a denominação dessa síndrome.
A) Síndrome de Morgan
B) Síndrome de Klinefelter
C) Síndrome de Patau
D) Síndrome de Down
E) Síndrome de Turner
23. (INSTITUTO AOCP - ITEP - RN - 2018 - Perito Criminal - Ciências Biológicas) Sobre a estrutura dos
ácidos nucleicos, assinale a alternativa correta.
A) DNA satélite são sequências de DNA que se repetem milhares ou milhões de vezes, arranjadas em
tandem.
B) Ácidos nucleicos se arranjam em fitas de nucleotídeos ligados por pontes dissulfeto.
C) As ligações 5’,3’-fosfodiéster do RNA formam um esqueleto a partir do qual as bases são adicionadas.
D) Cada RNA é complementar à sequência de bases de porções específicas das duas fitas do DNA.
E) O RNA, diferente do DNA, é formado por bases púricas e não apresenta bases pirimídicas.
24. (INSTITUTO AOCP - ITEP - RN - 2018 - Perito Criminal - Farmácia Bioquímica) Esses marcadores
genéticos são transmitidos em bloco de forma uniparental entre as gerações e o haplogrupo R1b,
apresenta a maior frequência entre as populações miscigenadas no Brasil. O enunciado refere-se a
A) VNRT.
B) X SRTs.
C) Y STRs.
D) SNPs.
E) mtDNA.
41
25. (INSTITUTO AOCP - ITEP - RN - 2018 - Perito Criminal - Farmácia Bioquímica) Por apresentarem
elevado número de cópias por célula e maior resistência à degradação, são indicados para análise
de amostras carbonizadas ou intensamente degradadas. O enunciado refere-se a
A) Y STRs.
B) DNA mitocondrial (mtDNA).
C) INDELs.
D) STRs.
E) VNTR.
26. (CESPE - Polícia Federal - 2018 - Papiloscopista Policial Federal) Em um bairro nobre de determinada
cidade no Brasil, houve um assassinato na madrugada fria do mês agosto. A vítima, um homem de
quarenta e dois anos de idade, foi encontrada morta com golpes de faca na região torácica. Sua
residência tinha sido saqueada e exibia sinais de violação, como, por exemplo, uma janela quebrada
que estava manchada de sangue. Como havia sinais de que a vítima pudesse ter resistido ao ataque
e revidado até ser imobilizada e morta, amostras biológicas do corpo da vítima foram coletadas
pelos investigadores e encaminhadas para análise, a fim de se obterem evidências que levassem à
identificação do assassino. Uma das amostras de sangue recolhidas no local do crime promovia
aglutinação de hemácias somente na presença de soro anti-B e de soro anti-Rh; outra amostra não
apresentava aglutinação na presença de soros anti-A, anti-B e anti-Rh. Durante a investigação,
descobriu-se, ainda, que a vítima sofria de hemofilia e que uma amostra de sangue de tipo
sanguíneo diferente do da vítima apresentava mutação no alelo do fator VIII. Após vários meses de
investigação, os investigadores chegaram a um suspeito, que era portador do tipo sanguíneo A
negativo.
Considerando a situação hipotética apresentada e os múltiplos aspectos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
Dada a possibilidade de se identificar uma pessoa com base no padrão de polimorfismos presentes
no genoma de cada indivíduo, análises do perfil de DNA presente nos núcleos de células obtidas em
amostras de manchas de sangue recuperadas no local do crime podem ser usadas para levar
criminosos à condenação.
Certo
Errado
42
27. (IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - 2017 - Químico Legal) Segmentos de DNA de até vários milhares
de bases que ocorrem em múltiplas cópias no genoma de um organismo e que normalmente estão
dispostos em sequência são chamados de:
A) DNA repetitivo
B) DNA constante
C) DNA complementar
D) DNA de ligação
E) DNA sequencial
28. (CESPE - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas e Biomedicina) SNPs
são empregados amplamente para a identificação humana e possuem diferenças relevantes. A
análise dos SNPs também pode estar associada aos fenótipos individuais, havendo uma
possibilidade futura de identificação de traços físicos como, por exemplo, a cor da íris. Os SNPs são
A) elementos repetitivos do genoma nuclear.
B) sequências presentes somente no DNA mitocondrial.
C) homozigotos.
D) polimorfismos de nucleotídeo único; uma variação na sequência de DNA.
E) heterozigotos.
29. (IADES - PC-DF - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas) Em casos de assédio sexual ou estupro
nos quais há mistura de perfis de DNA encontrado, a técnica mais indicada para a identificação do
suspeito é a análise
A) de STRs do DNA mitocondrial (mtDNA).
B) do perfil fenotípico por SNPs.
C) de RFLPs.
D) de STRs do cromossomo Y.
E) de VNTRs.
30. (IADES - PC-DF - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas) O uso dos marcadores moleculares
Single Nucleotide Polymorphisms (SNPs) em detrimento dos Short Tandem Repeat (STRs)
autossômicos na identificação do autor de determinado crime ocorre
A) quando as amostras coletadas, na cena do crime, contêm pouco DNA, e ele encontra-se altamente
degradado.
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B) quando, na amostra coletada, há mistura de DNA de múltiplos indivíduos e pretende-se obter dados mais
informativos usando uma menor quantidade de sequências.
C) porque todos os bancos de dados de DNA forense são fundamentados em SNPs autossômicos.
D) em razão de os SNPs apresentarem uma taxa de mutação milhares de vezes maior que os STRs, sendo
melhores alternativas para o teste de parentesco.
E) com a finalidade de determinação de parentesco, incluindo testes de paternidade, sendo os SNPs a
metodologia de primeira escolha.
31. (FUNIVERSA - SEGPLAN-GO - 2015 - Perito Criminal) Assinale a alternativa que apresenta a
molécula que permite o reconhecimento de uma linhagem materna por meio do emprego de
técnicas de identificação humana.
A) DNA nuclear
B) DNA mitocondrial
C) RNA
D) RNA mensageiro
E) Cromossomo Y
32. (IDECAN - Colégio Pedro II - 2015 - Professor - Biologia) A insulina, como a do porco, é formada a
partir de um precursor, uma pró‐insulina que contém três regiões. Para o hormônio se tornar ativo,
a parte central é removida, como mostra a figura a seguir.
Um maior acúmulo de mutações será observado na sequência gênica responsável pela codificação
A) da região 1.
B) da região 2.
C) da região 3.
D) das regiões 1 e 3.
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (UFG - 2018) Em uma mesma semana, o laboratório de citogenética fez vários exames de cariótipo
e alguns de FISH. Dentre os resultados alterados, percebeu-se: (1) 45,X; (2) 47,XX+21; e (3) 44,XY-
5. Esses achados de aneuploidias correspondem, respectivamente, a
A) monossomia sexual, trissomia autossômica e nulissomia autossômica.
B) monossomia autossômica, trissomia sexual e monossomia autossômica.
C) monossomia sexual, trissomia autossômica e monossomia autossômica.
D) nulissomia sexual, trissomia autossômica e nulissomia autossômica.
Comentários:
Gabarito: alternativa A.
2. (UFG - 2018) Leia o trecho a seguir. Oncogenes e genes supressores de tumor têm sido associados a
diferentes tipos de neoplasias, sendo o gene p53 o que com maior frequência apresenta alterações.
Este gene localiza-se em 17p13.1 e codifica uma fosfoproteína nuclear de 53 kD que contém 393
aminoácidos.
KLUMB; CAVALCANTE JÚNIOR. Avaliação dos métodos de detecção das alterações do gene e
proteína P53 nas neoplasias linfoides. In: Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 2002;
24(2):111-25. (Adaptado).
45
Com base nas informações, qual é o lócus gênico do gene p53?
A) Cromossomo 17, braço curto, banda 1, sub-banda 3, região 1.
B) Cromossomo 13, braço longo, banda 1, sub-banda 3, região 1.
C) Cromossomo 17, braço curto, região 1, banda 3, sub-banda 1.
D) Cromossomo 13, braço longo, região 13, banda 1, sub-banda 3.
Comentários:
O enunciado informa que o gene p53 se localiza em 17p13.1. Isso significa que ele está no cromossomo 17,
braço curto, região 1, banda 3, sub-banda 1.
Gabarito: alternativa C.
3. (IBFC - SESACRE - 2019 - Biólogo) Alterações cromossômicas dos autossomos ou dos cromossomos
sexuais podem ser verificadas em síndromes malformativas, retardo mental, hipogonadismo e em
erros de determinação sexual. Estas podem ser numéricas, por aneuploidia, poliploidia e alterações
cromossômicas estruturais. Uma das formas de verificação é através do cariótipo. A esse respeito,
analise as afirmativas abaixo.
Comentários:
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Vamos analisar cada uma das afirmativas:
II: certa. Também usamos o termo cariótipo para nos referirmos a um exame de citogenética clínica, que
permite a análise numérica e estrutural dos cromossomos.
III: errada. A deleção consiste na perda de um segmento cromossômico e pode ocorrer por um erro na
divisão celular (crossing over desigual) ou ainda devido a quebras nos cromossomos seguidas de perda de
parte do material genético.
IV: certa. As aneuploidias representam um tipo de distúrbio cromossômico relativamente comum, sendo
observadas em cerca de 4% das gestações.
Gabarito: alternativa B.
Considerando o trecho 5’- TAC GTA CCA AGT CAC-3’ de uma molécula de DNA e a tabela de código
genético apresentada anteriormente, julgue o item subsequente.
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Caso ocorresse a troca de uma guanina por uma timina na posição 11 da sequência do DNA esse
seria um exemplo de mutação sinônima.
Certo
Errado
Comentários:
A troca de uma guanina por uma timina na posição 11 da sequência de DNA apresentada ocasionaria a troca
do códon AGT por ATT, o que no RNA mensageiro corresponderia a uma troca de AGU por AUU (observem
que a fita de DNA apresentada é 5'-3, ou seja, é a fita codificadora).
O aminoácido codificado por AGU é a Serina, enquanto o aminoácido codificado por AUU é a Isoleucina.
Logo, como houve mudança no aminoácido, a mutação apresentada é uma mutação de sentido trocado,
e não uma mutação silenciosa (ou sinônima).
Gabarito: Errado.
Considerando o heredograma precedente, que representa uma família na qual existe a segregação
de uma doença genética hipotética, julgue o seguinte item.
Comentários:
Durante a replicação do DNA acontecem muitos erros. A permanência destes erros no DNA pode ser
prejudicial, levando a consequências como o câncer. Por este motivo, os seres vivos possuem mecanismos
que permitem reconhecer danos no DNA e repará-los antes que a mutação se fixe.
Contudo, nem sempre os mecanismos de reparo conseguem detectar e corrigir todas as falhas presentes
no DNA, o que faz com que as mutações se fixem.
Gabarito: Certo.
Comentários:
De acordo com o que estudamos, a anemia falciforme é uma hemoglobinopatia caracterizada pela
produção de hemoglobina S causada pela substituição do aminoácido valina por ácido glutâmico na sexta
posição da cadeia gama-globina. [...] Pacientes com anemia falciforme incluem aqueles que são
homozigotos para hemoglobina HbS, e aqueles que portam um gene da hemoglobina HbS mais um gene
de outro tipo anormal de hemoglobina (p. ex., HbS β-talassemia, HbSC).
Gabarito: alternativa A.
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7. (INSTITUTO AOCP - PC-ES - 2019 - Perito Oficial Criminal - Área 5) Existem inúmeras mutações
genéticas, as quais podem ser gênicas ou cromossômicas. Essas mutações podem resultar em
patologias de maior e menor gravidade. Nesse sentido, qual tipo de mutação está envolvido no
surgimento da Anemia Falciforme?
A) Mutação estrutural (duplicação de um pedaço repetido do cromossomo 11).
B) Mutação numérica (Aneuploidia do cromossomo 11).
C) Mutação gênica (inserção de bases adicionais ao cromossomo 11).
D) Mutação estrutural (deleção de parte do cromossomo 11).
E) Mutação gênica (substituição de bases no cromossomo 11).
Comentários:
Um exemplo comum de doença causada por mutação gênica é a doença falciforme (ou anemia falciforme),
que é caracterizada pela presença de uma hemoglobina anormal no sangue, conhecida como hemoglobina
S. A doença falciforme ocorre quando uma pessoa herda duas cópias anormais do gene da β-globina,
uma de cada genitor, localizado no cromossomo 11. A mutação consiste na alteração do códon GAG para
GTG no gene β-globina, que resulta na substituição do aminoácido ácido glutâmico (Glu) por valina (Val)
na posição 6. Ou seja, trata-se de uma mutação de sentido trocado.
Gabarito: alternativa E.
Comentários:
50
O enunciado se refere à Síndrome de Klinefelter, que é uma trissomia sexual (47,XXY). Homens nascidos
com a síndrome de Klinefelter podem apresentar baixos níveis de testosterona e massa muscular reduzida,
poucos pelos faciais e corporais, além de oligospermia ou azoospermia.
Gabarito: alternativa A.
9. (IDCAP - Prefeitura de Águia Branca - ES - 2018 - Biólogo) Os indivíduos portadores dessa síndrome
apresentam trissomia do cromossomo sexual, ou seja, apresentam um cromossomo sexual a mais.
De qual síndrome estamos falando?
A) Síndrome de Turner.
B) Síndrome de Klinefelter.
C) Síndrome de Patau.
D) Síndrome de Down.
E) Síndrome de Edwards
Comentários:
Gabarito: alternativa B.
10. (IF Sul Rio-Grandense - IF Sul Rio-Grandense - 2018 - Biologia - Áreas 08, 13 e 17) Analise o
cariograma humano abaixo.
51
Com base na imagem, é correto afirmar-se que
A) o portador da síndrome representada é do sexo masculino e possui alteração numérica do tipo euplodia.
B) a monossomia do par sexual indica tratar-se da Síndrome de Turner, cujo cariótipo é definido como 45,
X_.
C) a trissomia identificada por meio do exame revela um caso de Síndrome de Edwards.
D) O paciente apresenta uma aneuploidia. Para identificá-la, não foram utilizados glóbulos vermelhos no
exame.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A alteração é do tipo aneuploidia (e não euploidia), mais especificamente
uma trissomia do cromossomo 8.
A alternativa B está incorreta. O indivíduo não apresenta monossomia sexual. Ele apresenta uma trissomia
autossômica (cromossomo 8).
A alternativa C está incorreta. A trissomia apresentada não é um caso de Síndrome de Edwards (trissomia
do 18), mas uma trissomia do cromossomo 8.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O paciente apresenta uma aneuploidia (trissomia
do cromossomo 8). Para identificá-la, podem ser utilizados leucócitos (glóbulos brancos), mas não
hemácias (glóbulos vermelhos), pois elas não possuem DNA.
52
Gabarito: alternativa D.
11. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal - Ciências Biológicas) Referente aos eventos
de Mutação, recombinação e reparo do DNA, assinale a alternativa correta.
A) As espécies podem permitir altas taxas de mutação acumuladas nas células germinativas.
B) Recombinação é a troca de genes entre uma molécula de DNA e RNA.
C) Em bactérias, a reprodução sexuada promove a recombinação quando os gametas entram em contato.
D) Mutações na sequência de bases do DNA não alteram o fenótipo, por isso não podem ser herdadas.
E) As células podem desenvolver diferentes mecanismos de reparo, dependendo do dano causado ao DNA.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Altas taxas de mutação em células germinativas podem ser herdadas pela
prole, o que pode comprometer a perpetuação de uma espécie.
A alternativa B está incorreta. Recombinação (ou crossing over) é a permuta de regiões de DNA entre dois
cromossomos homólogos. Também usamos o termo recombinação para nos referirmos aos processos de
troca de material genético entre bactérias: transformação, transdução e conjugação.
A alternativa D está incorreta. Mutações na sequência de bases do DNA podem alterar o fenótipo, e se
ocorrerem em células germinativas, podem ser herdadas.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os seres vivos possuem mecanismos que permitem
reconhecer danos no DNA e repará-los antes que uma mutação se fixe.
Gabarito: alternativa E.
12. (Quadrix - SEDF - 2018 - Professor Substituto - Biologia) Acerca das síndromes de Down, de Turner
e de Klinefelter, julgue o item seguinte.
A presença de um cromossomo X a mais, tendo como cariótipo 47 XXY, e esterilidade nas mulheres
são características de pacientes com síndrome de Turner.
Certo
Errado
Comentários:
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A presença de um cromossomo X a mais, tendo como cariótipo 47 XXY, é uma característica da Síndrome
de Klinefelter, que ocorre apenas em homens.
Gabarito: Errado.
13. (Quadrix - SEDF - 2018 - Professor Substituto - Biologia) Acerca das síndromes de Down, de Turner
e de Klinefelter, julgue o item seguinte.
Comentários:
A síndrome de Turner é uma monossomia sexual (45,X) que ocorre em indivíduos com fenótipo feminino.
Gabarito: Errado.
14. (CESPE - IPHAN - 2018 - Técnico I - Área 6) Acerca da genética de plantas, julgue o próximo item.
Comentários:
Uma mutação pode ser definida como uma alteração que ocorre em uma sequência de DNA. Essa
alteração pode afetar um único par de nucleotídeos ou segmentos genéticos maiores de um cromossomo.
Gabarito: Certo.
15. (Cepros - CESMAC - 2017 - Prova Medicina- 2018.1- 2° dia- Prova tipo 1) Analise o cariótipo abaixo.
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É possível concluir que os portadores da síndrome mostrada apresentam fenotipicamente, dentre
outras características:
A) testículos atrofiados.
B) mamas subdesenvolvidas.
C) pescoço curto.
D) estatura baixa.
E) ausência de menstruação.
Comentários:
Gabarito: alternativa A.
16. (UFMT - POLITEC-MT - 2017 - Papiloscopista) A síndrome de Down, também chamada trissomia do
cromossomo 21, geralmente é causada pela presença de um cromossomo 21 a mais nas células dos
afetados, isto é, em vez de dois cromossomos 21, a pessoa tem três.
III - O cariótipo de uma pessoa com a Síndrome de Down pode ser representado por: 47, XX ou XY,
+21.
Comentários:
I: certo. O processo de não disjunção meiótica (que pode ocorrer na meiose I ou II) pode resultar em
trissomia do cromossomo 21 em gametas, que será transmitida para a prole.
II: certo. Em humanos, um exemplo comum de translocação robertsoniana envolve o braço longo do
cromossomo 21 com o braço longo do cromossomo 14 ou 15, o portador heterozigoto é fenotipicamente
normal, porque possui duas cópias de todos os braços cromossômicos principais e, portanto, duas cópias de
todos os genes essenciais. No entanto, a prole desse portador pode herdar uma trissomia dos braços
longos do cromossomo 21, causando a síndrome de Down
III: certo. A Síndrome de Down é uma trissomia autossômica que pode ocorrer em indivíduos do sexo
feminino (47,XX,+21) ou masculino (47,XY,+21).
Gabarito: alternativa C.
17. (CESPE - SEDF - 2017 - Professor de Educação Básica - Biologia) O projeto genoma, que tratou do
sequenciamento das bases que compõem o genoma humano e da variação entre os indivíduos da
espécie, trouxe benefícios diretos à saúde humana e de outros organismos vivos, além de melhorias
na agropecuária, indústria farmacêutica, ciência forense, metodologia científica e no
desenvolvimento de instrumentos de análise laboratorial e computacional, entre outros. Portanto,
o projeto genoma humano não se restringiu apenas ao genoma humano. Acerca desse assunto,
julgue o item subsequente.
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A síndrome de Down é um exemplo de doença humana contemplada pelas metodologias surgidas
a partir do projeto genoma humano, pois os resultados desse projeto permitiram que se realizasse
o diagnóstico laboratorial dessa síndrome.
Certo
Errado
Comentários:
O diagnóstico da Síndrome de Down já era possível antes do Projeto Genoma Humano, pois ele é realizado
através do exame de cariótipo. Lembre-se de que a Síndrome de Down é uma anomalia cromossômica, e
o Projeto Genoma era voltado para o sequenciamento de bases do DNA.
Gabarito: Errado.
18. (CESPE - SEDF - 2017 - Professor de Educação Básica - Biologia) O projeto genoma, que tratou do
sequenciamento das bases que compõem o genoma humano e da variação entre os indivíduos da
espécie, trouxe benefícios diretos à saúde humana e de outros organismos vivos, além de melhorias
na agropecuária, indústria farmacêutica, ciência forense, metodologia científica e no
desenvolvimento de instrumentos de análise laboratorial e computacional, entre outros. Portanto,
o projeto genoma humano não se restringiu apenas ao genoma humano. Acerca desse assunto,
julgue o item subsequente.
Comentários:
Como o enunciado menciona, o Projeto Genoma Humano realizou o sequenciamento das bases do DNA
humano. O conhecimento dessa sequência auxiliou na compreensão de mutações gênicas e
polimorfismos genéticos que envolvem diferenças nas sequências do DNA humano.
Gabarito: Certo.
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19. (CESPE - Polícia Científica - PE - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas e Biomedicina) A
sequência do DNA pode ser mudada devido não somente aos erros de cópia introduzidos pelas
enzimas durante a replicação, mas também aos agentes ambientais como substâncias químicas
mutagênicas e certos tipos de radiação. A enzima responsável pelas provas de leitura é a
A) DNA polimerase.
B) DNA girase.
C) DNA ligase.
D) RNA polimerase.
E) helicase.
Comentários:
A O mecanismo de reparo do DNA mais importante acontece durante a replicação do DNA, e se refere à
capacidade de revisão das DNAs polimerases, que conseguem realizar a excisão das bases malpareadas
que foram inseridas erroneamente.
Gabarito: alternativa A.
20. (IMA - Prefeitura de Picos - PI - 2016) Síndromes genéticas acometem uma parcela relativamente
considerável da população. Dentre as principais síndromes, destacam-se Down, Turner e
Klinefelter. A primeira é uma síndrome autossômica, enquanto as outras duas são síndromes
sexuais. Considerando um rapaz com síndrome de Down, uma garota com Turner e um outro rapaz
com Klinefelter, os cariótipos desses indivíduos devem ser, respectivamente:
A) 47, XY +21 / 46, XY / 47, XY +18.
B) 47, XX +21 / 45, Y / 47, XYY.
C) 47, XY +18 / 45, X / 47, XXY.
D) 47, XY +21 / 45, X / 47, XXY.
Comentários:
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Gabarito: alternativa D.
21. (CEPS-UFPA - UFPA - 2015 - Técnico de Laboratório - Biologia) A análise citogenética, solicitada
especialmente em casos de pacientes com distúrbios de desenvolvimento físico e mental, pode
diagnosticar alterações cromossômicas numéricas e estruturais, presentes em várias síndromes
bem conhecidas, como
A) Síndrome de Down, Síndrome de Alport e Síndrome de Klinefelter.
B) Síndrome de Cri-du-Chat, Síndrome de Wiskott-Aldrich e Síndrome de Turner.
C) Síndrome de Edwards, Síndrome de Alport e Síndrome de Klinefelter.
D) Síndrome de Turner, Síndrome de Edwards e Síndrome de Klinefelter.
E) Síndrome de Down, Síndrome de Edwards e Síndrome de Wiskott-Aldrich.
Comentários:
Gabarito: alternativa D.
22. (IF-SC - 2015 - Professor - Biologia) Existem anomalias relacionadas aos cromossomos sexuais na
espécie humana; em uma delas, observada apenas em mulheres, a pessoa apresenta baixa
estatura, esterilidade e, em alguns casos, pescoço muito curto e largo. Assinale a alternativa que
apresenta a denominação dessa síndrome.
A) Síndrome de Morgan
B) Síndrome de Klinefelter
C) Síndrome de Patau
D) Síndrome de Down
E) Síndrome de Turner
Comentários:
O enunciado se refere à Síndrome de Turner, uma monossomia sexual (45,X) que afeta indivíduos do sexo
feminino que apresentam baixa estatura, puberdade tardia, infertilidade, defeitos cardíacos e dificuldades
de aprendizagem.
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Gabarito: alternativa E.
23. (INSTITUTO AOCP - ITEP - RN - 2018 - Perito Criminal - Ciências Biológicas) Sobre a estrutura dos
ácidos nucleicos, assinale a alternativa correta.
A) DNA satélite são sequências de DNA que se repetem milhares ou milhões de vezes, arranjadas em
tandem.
B) Ácidos nucleicos se arranjam em fitas de nucleotídeos ligados por pontes dissulfeto.
C) As ligações 5’,3’-fosfodiéster do RNA formam um esqueleto a partir do qual as bases são adicionadas.
D) Cada RNA é complementar à sequência de bases de porções específicas das duas fitas do DNA.
E) O RNA, diferente do DNA, é formado por bases púricas e não apresenta bases pirimídicas.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Repetições em tandem são repetições adjacentes
uma a outra que podem apresentar apenas duas cópias ou muitos milhares de cópias. As sequências de
DNA não codificadoras repetidas em tandem também são chamadas de DNA satélite, sendo o principal
constituinte de centrômeros e telômeros.
A alternativa B está incorreta. Ácidos nucleicos se arranjam em fitas de nucleotídeos ligados por ligações
fosfodiéster.
A alternativa C está incorreta. As ligações 5’,3’-fosfodiéster do RNA formam um esqueleto a partir do qual
os nucleotídeos (e não as bases) são adicionadas.
A alternativa D está incorreta. Cada RNA é complementar à sequência de bases de porções específicas de
uma das fitas do DNA, a fita molde.
A alternativa E está incorreta. O RNA é formado por bases púricas (adenina e guanina) e pirimídicas
(citosina e uracila).
Gabarito: alternativa A.
24. (INSTITUTO AOCP - ITEP - RN - 2018 - Perito Criminal - Farmácia Bioquímica) Esses marcadores
genéticos são transmitidos em bloco de forma uniparental entre as gerações e o haplogrupo R1b,
apresenta a maior frequência entre as populações miscigenadas no Brasil. O enunciado refere-se a
60
A) VNRT.
B) X SRTs.
C) Y STRs.
D) SNPs.
E) mtDNA.
Comentários:
Gabarito: alternativa C.
25. (INSTITUTO AOCP - ITEP - RN - 2018 - Perito Criminal - Farmácia Bioquímica) Por apresentarem
elevado número de cópias por célula e maior resistência à degradação, são indicados para análise
de amostras carbonizadas ou intensamente degradadas. O enunciado refere-se a
A) Y STRs.
B) DNA mitocondrial (mtDNA).
C) INDELs.
D) STRs.
E) VNTR.
Comentários:
As mitocôndrias, como organelas semiautônomas, são circundadas por uma membrana dupla, e o DNA
nelas contido tem uma forma circular, o que torna o mtDNA mais resistente à degradação do que o DNA
nuclear. Devido a essas propriedades, o material genético pode ser obtido de amostras biológicas que
foram submetidas a vários fatores físicos e químicos, de ossos com vários milhares de anos ou de cabelos
perdidos post-mortem.
Gabarito: alternativa B.
26. (CESPE - Polícia Federal - 2018 - Papiloscopista Policial Federal) Em um bairro nobre de determinada
cidade no Brasil, houve um assassinato na madrugada fria do mês agosto. A vítima, um homem de
quarenta e dois anos de idade, foi encontrada morta com golpes de faca na região torácica. Sua
residência tinha sido saqueada e exibia sinais de violação, como, por exemplo, uma janela quebrada
61
que estava manchada de sangue. Como havia sinais de que a vítima pudesse ter resistido ao ataque
e revidado até ser imobilizada e morta, amostras biológicas do corpo da vítima foram coletadas
pelos investigadores e encaminhadas para análise, a fim de se obterem evidências que levassem à
identificação do assassino. Uma das amostras de sangue recolhidas no local do crime promovia
aglutinação de hemácias somente na presença de soro anti-B e de soro anti-Rh; outra amostra não
apresentava aglutinação na presença de soros anti-A, anti-B e anti-Rh. Durante a investigação,
descobriu-se, ainda, que a vítima sofria de hemofilia e que uma amostra de sangue de tipo
sanguíneo diferente do da vítima apresentava mutação no alelo do fator VIII. Após vários meses de
investigação, os investigadores chegaram a um suspeito, que era portador do tipo sanguíneo A
negativo.
Dada a possibilidade de se identificar uma pessoa com base no padrão de polimorfismos presentes
no genoma de cada indivíduo, análises do perfil de DNA presente nos núcleos de células obtidas em
amostras de manchas de sangue recuperadas no local do crime podem ser usadas para levar
criminosos à condenação.
Certo
Errado
Comentários:
O material biológico deixado para trás em uma cena de crime contém informações genéticas sobre o
organismo do perpetrador e, consequentemente, possibilita a identificação individual. Isso é possível
através de análises de polimorfismos como os presentes em regiões de DNA satélite, que são sequências
altamente polimórficas e variáveis entre os indivíduos. As diferenças no comprimento da sequência entre
os indivíduos fornecem a base para o uso de polimorfismos em testes de identificação.
Gabarito: Certo.
27. (IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - 2017 - Químico Legal) Segmentos de DNA de até vários milhares
de bases que ocorrem em múltiplas cópias no genoma de um organismo e que normalmente estão
dispostos em sequência são chamados de:
A) DNA repetitivo
B) DNA constante
C) DNA complementar
D) DNA de ligação
62
E) DNA sequencial
Comentários:
Um tipo de DNA repetitivo é conhecido como repetições em tandem, que são repetições adjacentes uma
a outra que podem apresentar apenas duas cópias ou muitos milhares de cópias. As sequências de DNA
não codificadoras repetidas em tandem também são chamadas de DNA satélite, sendo o principal
constituinte de centrômeros e telômeros.
Gabarito: alternativa A.
28. (CESPE - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas e Biomedicina) SNPs
são empregados amplamente para a identificação humana e possuem diferenças relevantes. A
análise dos SNPs também pode estar associada aos fenótipos individuais, havendo uma
possibilidade futura de identificação de traços físicos como, por exemplo, a cor da íris. Os SNPs são
A) elementos repetitivos do genoma nuclear.
B) sequências presentes somente no DNA mitocondrial.
C) homozigotos.
D) polimorfismos de nucleotídeo único; uma variação na sequência de DNA.
E) heterozigotos.
Comentários:
Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) são alterações de um único nucleotídeo que acontecem no
genoma em um local específico, sendo a forma mais comum de variação genética.
Gabarito: alternativa D.
29. (IADES - PC-DF - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas) Em casos de assédio sexual ou estupro
nos quais há mistura de perfis de DNA encontrado, a técnica mais indicada para a identificação do
suspeito é a análise
A) de STRs do DNA mitocondrial (mtDNA).
B) do perfil fenotípico por SNPs.
C) de RFLPs.
D) de STRs do cromossomo Y.
E) de VNTRs.
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Comentários:
A análise de STRs do cromossomo Y (Y-STRs) é usada durante a análise de misturas de material biológico,
por exemplo, em casos de estupro (em que existe uma quantidade desprezível de DNA masculino em meio
a uma grande quantidade de DNA da mulher) ou estupro coletivo.
Gabarito: alternativa D.
30. (IADES - PC-DF - 2016 - Perito Criminal - Ciências Biológicas) O uso dos marcadores moleculares
Single Nucleotide Polymorphisms (SNPs) em detrimento dos Short Tandem Repeat (STRs)
autossômicos na identificação do autor de determinado crime ocorre
A) quando as amostras coletadas, na cena do crime, contêm pouco DNA, e ele encontra-se altamente
degradado.
B) quando, na amostra coletada, há mistura de DNA de múltiplos indivíduos e pretende-se obter dados mais
informativos usando uma menor quantidade de sequências.
C) porque todos os bancos de dados de DNA forense são fundamentados em SNPs autossômicos.
D) em razão de os SNPs apresentarem uma taxa de mutação milhares de vezes maior que os STRs, sendo
melhores alternativas para o teste de parentesco.
E) com a finalidade de determinação de parentesco, incluindo testes de paternidade, sendo os SNPs a
metodologia de primeira escolha.
Comentários:
O polimorfismo de sequências STR está cada vez mais sendo complementado por polimorfismos de
nucleotídeo único (SNPs). Isso acontece porque os SNPs, apesar de terem poder discriminatório muito
menor do que os marcadores STR, são uma boa solução no caso de identificação de material genético
degradado.
Gabarito: alternativa A.
31. (FUNIVERSA - SEGPLAN-GO - 2015 - Perito Criminal) Assinale a alternativa que apresenta a
molécula que permite o reconhecimento de uma linhagem materna por meio do emprego de
técnicas de identificação humana.
A) DNA nuclear
B) DNA mitocondrial
C) RNA
D) RNA mensageiro
64
E) Cromossomo Y
Comentários:
Gabarito: alternativa B.
32. (IDECAN - Colégio Pedro II - 2015 - Professor - Biologia) A insulina, como a do porco, é formada a
partir de um precursor, uma pró‐insulina que contém três regiões. Para o hormônio se tornar ativo,
a parte central é removida, como mostra a figura a seguir.
Um maior acúmulo de mutações será observado na sequência gênica responsável pela codificação
A) da região 1.
B) da região 2.
C) da região 3.
D) das regiões 1 e 3.
Comentários:
Por sofrer menos pressão evolutiva, as regiões do DNA que não codificam proteínas tendem a ter mais
polimorfismos e mutações. Logo, um maior acúmulo de mutações será observado na sequência gênica
responsável pela codificação da região 2.
Gabarito: alternativa B.
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REFERÊNCIAS
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Garland Science, 2002.
Dhafer A.F. Al-Koofee and Shaden M.H. Mubarak (2019). Genetic Polymorphisms, The Recent Topics in
Genetic Polymorphisms, Mahmut Çalışkan, Osman Erol and Gül Cevahir Öz, IntechOpen, DOI:
10.5772/intechopen.88063. Disponível em: <https://www.intechopen.com/books/the-recent-topics-in-
genetic-polymorphisms/genetic-polymorphisms>.
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Rio de Janeiro: Guanabarra Koogan, 2016.
Nussbaum, Robert L.; McInnes, Roderick R.; Willard, Huntington F.; Hamosh, Ada. Thompson &
Thompson Genética Médica. 7. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Raluca Dumache, Veronica Ciocan, Camelia Muresan and Alexandra Enache (2016). Molecular Genetics
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Shetty and Jagadish Rao Padubidri, IntechOpen, DOI: 10.5772/63530. Disponível em:
<https://www.intechopen.com/books/forensic-analysis-from-death-to-justice/molecular-genetics-and-its-
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medicine>.
66
Ronald J Trent PhD, BSc(Med), MBBS (Sydney), DPhil (Oxon), FRACP, FRCPA, FFSc, FTSE, in Molecular
Medicine (Fourth Edition), 2012.
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GABARITO
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