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RUÍDOS E VIBRAÇÕES
Alaine – C671514
Camilla – C671985
Carine – C671713
Elton – C671512
Jhonatan – C671131
Leandro – C671508
Thiago – C671524
BARRA MANSA – RJ
Março - 2014
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1. Avaliação de Agentes de Risco – NR 15
2. Ruídos
Existem diversas conceituações de ruído. Aquela mais usual é a que considera o ruído
como um “som indesejável”. Este conceito é um tanto quanto subjetivo, pois um som pode ser
indesejável para uns, mas pode não sê-lo para outros, ou mesmo para a mesma pessoa, em
ocasiões diferentes.
Uma outra definição, de natureza mais operacional, considera o ruído um “estímulo
auditivo que não contém informações úteis para a tarefa em execução”. Assim, o “bip” intencional
de uma máquina, ao final de um ciclo operacional, pode ser considerado útil ao operador, porque
é um aviso para ele iniciar um novo ciclo, mas o mesmo pode ser considerado um ruído pelo seu
vizinho, cuja atenção está concentrada em outra tarefa.
Fisicamente, o ruído é uma mistura complexa de diversas vibrações, medido em uma
escala logarítmica, em uma unidade chamada decibel (dB). O ouvido humano é capaz de perceber
uma grande faixa de intensidades sonoras, desde aquelas próximas de zero, até potências
10.000.000.000.000 (1013) superiores, equivalentes a 130 dB (ver figura 1). Esse é o ruído
correspondente ao do avião a jato, e é praticamente o máximo que o ouvido humano pode
suportar. Acima disso, situa-se o limiar da percepção dolorosa, que pode produzir danos ao
aparelho auditivo.
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Intensidade da pressão sonora Ruído (dB) Exemplos típicos
100.000.000.000.000- - 140
-limiar da dor
10.000.000.000.000- -130 -avião a jato
-britadeira pneumática
1. 000.000.000.000- -120 -buzina de carro
Figura 1 – Escala de ruídos, em decibéis(dB), com os níveis correspondentes das pressões sonoras e alguns
exemplos típicos de ruídos.
2.1.1. Contínuo: Um ruído é tido como contínuo quando se apresenta em todo o período avaliado
com uma variação não superior a 3 dB .
2.1.2. Intermitente: É aquele que se apresenta em períodos não superiores a 15 minutos, com
variação não superior a 3 dB, porém ora está presente no ambiente, ora não.
2.1.3. Impacto: É aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um)
segundo, com intervalos superiores a 1 segundo .
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elétricas ou pneumáticas em operação, entre outros.
A consequência mais evidente do ruído é a surdez. Ela pode ser de duas naturezas: a
surdez de condução e a surdez nervosa.
A surdez de condução resulta de uma redução da capacidade de transmitir as vibrações, a
partir do ouvido externo para o interno. Pode ser causada por diversos fatores, como acúmulo de
cera, infecção ou perfuração no tímpano.
A surdez nervosa ocorre no ouvido interno e é devida à redução da sensibilidade das
células nervosas. Essa insensibilidade ocorre principalmente nas faixas de maior frequência, acima
de 1000 hertz. Essa perda de audição para sons agudos, acima de 1000 hertz, pode ser devida à
idade, sobretudo após os 40 anos. Nesse particular, os homens apresentam uma perda auditiva
mais rápida que as mulheres, principalmente na faixa de 2000 a 4000 Hz.
2.3.1. Surdez temporária ou permanente – A surdez pode ter um caráter temporário, reversível,
ou pode ser permanente. Uma exposição diária, durante a jornada de trabalho, a um nível elevado
de ruído, sempre provoca algum tipo de surdez temporária, que pode desaparecer com o
descanso diário. Contudo, dependendo de vários fatores como frequência, intensidade e tempo
de duração dessa exposição, pode ser que o descanso diário não seja suficiente para a
recuperação e, então, há um efeito cumulativo, e a surdez temporária se transforma em
permanente, de caráter irreversível.
2.3.2. Tempo de exposição – Para ruídos de até 80 dB, o trabalhador pode se expor durante toda
a jornada de trabalho sem nenhuma consequência grave. Contudo, acima desse nível, começam a
surgir riscos para os trabalhadores expostos a ruídos contínuos (ver tabela 1 e figura 5),
principalmente na faixa de 2000 a 6000 Hz. Por exemplo, para ruídos de 4000 Hz com 100dB, o
tempo máximo de exposição contínua sem riscos é de apenas 7 minutos.
Limite de Tolerância
Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 horas e 45 minutos
98 1 horas e 15 minutos
115 07 minutos
Reduzir pela metade o tempo de exposição a cada 05 dB(A)
Lei nº 6.514/77 – Portaria 3214/78 – NR 15, anexo 01 – MTE.
Tabela 1 – Limites de Tolerância.
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Figura 2
2.4.1. Ruídos de curta duração – Em ruídos de curta duração (um ou dois minutos) observa-se
uma queda no rendimento, tanto no início como no final do período ruidoso (ver figura 6). Isso
significa que, logo no início do ruído, o desempenho cai, mas se o ruído for mantido, o
desempenho retorna ao nível que estava antes de começar o ruído. Quando o ruído cessa, há
novamente uma queda do desempenho, que retorna ao nível normal após alguns segundos.
Portanto, dentro de certos limites, parece que não é propriamente o ruído, mas a intermitência do
mesmo que provoca alterações do desempenho.
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Figura 3
2.4.2. Ruídos de longa duração – Para ruídos de longa duração (horas), na faixa de 70 a 90 dB, não
se observam mudanças significativas em experimentos realizados em laboratório, tanto em tarefas
intelectuais como naquelas manuais. Para ruídos acima de 90 dB, o desempenho começa a cair.
Em tarefas que exigem atenção, o número de erros aumenta significativamente. Contudo, o
organismo tem o poder de se adaptar a ambientes ruidosos.
Um experimento feito com dois grupos, submetidos, respectivamente, a ruídos de 70 e 100
dB, mostrou que o segundo grupo apresentava um desempenho significativamente menor no
primeiro dia. Entretanto, no segundo dia, essa diferença já não era significativa, comprovando o
efeito de adaptação ao ruído, do segundo grupo. A partir de 90 ou 100dB começavam a haver
reações fisiológicas prejudiciais ao organismo, que aumentam o stress e a fadiga. Notam-se
também diferenças individuais aos efeitos do ruído, e as pessoas treinadas em uma tarefa sofrem
menos influência em relação aquelas sem treinamento.
2.4.3. Música ambiental – A música de fundo tem sido recomendada como um meio de quebrar a
monotonia e reduzir a fadiga, principalmente em situações de trabalho altamente repetitivo. Os
defensores da mesma dizem que ela melhora a atenção e a vigilância, e produzem sensações de
bem-estar, que melhoram o rendimento do trabalho e reduzem os índices de acidentes e de
absenteísmo. Os trabalhadores em geral apreciam a música e consideram agradável,
principalmente se não houver mascaramento pelo ruído de fundo.
Contudo, alguns estudos demonstraram que a música tocada continuamente não produz
esses efeitos desejados, perdendo o efeito estimulador. Ela deve ser tocada, então, durante uma
parte da jornada de trabalho, preferivelmente nos horários em que a fadiga manifesta-se com
maior intensidade. Esses estudos indicam que não é a música em si, mas sim a mudança que ela
provoca no ambiente, quebrando a monotonia, que influi no desempenho. Notou-se também que
o tipo de música, popular ou erudita, não faz diferença.
2.5.1. De engenharia: são as medidas de controle ambiental, onde são introduzidas modificações
nos equipamentos, que alteram as emissões de ruído na fonte ou na trajetória, reduzindo a
intensidade do ruído que atinge o ouvido do trabalhador. Exemplos: Colocação de barreiras
acústicas, enclausuramento de equipamentos, instalação de silenciosos.
2.5.2. Administrativas: Audiometria: exame que avalia a audição humana através do audiômetro;
Mudanças de cargo/função: se constatado esta necessidade em razão dos resultados da
audiometria; Revezamento na atividade: quando há existência de níveis de ruído de grande
intensidade nas áreas de trabalho, recomenda-se estabelecer revezamento entre os trabalhadores
expostos; Treinamentos: item importante para conscientizar e trazer conhecimento dos riscos
envolvendo a exposição ao ruído.
3. Vibrações
Vibração é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo. Esse
movimento pode ser regular, do tipo senoidal ou irregular, quando não segue nenhum padrão
determinado, como no sacolejar de um carro andando em uma estrada de terra.
A vibração é definida por três variáveis: a frequência, medida em ciclos por segundo ou
hertz (Hz); a intensidade do deslocamento (em cm ou mm) ou aceleração máxima sofrida pelo
corpo, medida em g (1g=9,81mxs-2). A terceira variável é direção do movimento, definida por três
eixos triortogonais (Figura 6) : x (das costas para frente), y (da direita para esquerda) e z (dos pés à
cabeça).
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Figura 6 – Eixos basicêntricos do corpo humano
Os efeitos da vibração direta sobre o corpo humano podem ser extremamente graves,
podendo danificar permanentemente alguns órgãos do corpo humano. Nos últimos anos, diversos
pesquisadores têm coletado dados sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das vibrações sobre
o trabalhador, como perda de equilíbrio, falta de concentração e visão turva, diminuindo a
acuidade visual.
Em trabalhadores florestais que usam moto-serras, há uma degeneração gradativa do
tecido vascular e nervoso, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas mãos,
dificultando o controle motor.
As vibrações são particularmente danosas ao organismo nas frequências mais baixas, de 1
a 80 Hz. Elas provocam lesões nos ossos, juntas e tendões. A primeira publicação internacional que
estabeleceu limites de exposição a vibrações nessa faixa foi a norma ISO nº2631 de 1978, que
apresentava valores máximos de vibrações suportáveis para tempos de um minuto a 12 horas de
exposição . As recomendações abrangem três critérios de severidade: 1) limite de conforto, sem
maior gravidade, como ocorre em veículos de transporte coletivo; 2) limite de fadiga, provocando
redução na eficiência de trabalhadores, como em máquinas que vibram; e 3) limite de exposição,
correspondendo ao limiar do risco à saúde.
Atualmente, a nova ISO 2631, de 1997, não apresenta limites de exposição à vibração,
limitando-se a definir um método para a avaliação de exposição à vibração de corpo inteiro, bem
como indicar os principais fatores relacionados para se determinar o nível exposição à vibração
que seja aceitável. Uma síntese de seus aspectos gerais:
• ausência de limites de exposição à vibração;
• fornece guias para a verificação de possíveis efeitos da vibração na saúde, conforto e percepção;
• estabelece que a vibração seja medida de acordo com um sistema de coordenadas que se
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origina no ponto onde a vibração se incorpora ao corpo humano;
• determina que os transdutores sejam posicionados na interface entre o corpo humano e a fonte
de vibração;
• o método básico utilizado é da aceleração ponderada que é expressa em m/s²;
No sentido longitudinal do corpo (eixo z, dos pés à cabeça) o corpo humano é mais sensível
na faixa de 4 a 8Hz, enquanto no sentido transversal (eixos x e y, perpendiculares ao eixo z) o
organismo é mais sensível nas faixas de 1 a 2Hz.
As frequências intermediárias, de 30 a 200Hz provocam doenças cardiovasculares, mesmo
com baixas amplitudes (1mm) e, nas frequências altas, acima de 300 Hz, o sintoma é de dores
agudas e distúrbios neurovasculares.
Alguns desses sintomas são reversíveis. Após um longo período de descanso eles podem
reduzir-se, mas retornam rapidamente se o organismo for novamente exposto às vibrações.
O corpo inteiro é mais sensível na faixa de 4 a 8Hz, particularmente à vibração de 5Hz, que
corresponde à frequência de ressonância na direção vertical (eixo z). Na direção horizontal e
lateral, as ressonâncias ocorrem a frequências mais baixas, de 1 a 2 Hz.
Se considerarmos apenas partes do corpo, cada uma tem diferentes frequências de
ressonância. Assim, por exemplo, os ombros ressoam entre 20 e 30Hz, e os olhos ressoam entre
60 e 80Hz. Em geral, quanto maior for a massa do corpo, mais baixa será a sua frequência de
ressonância.
Podemos imaginar essas frequências da seguinte forma: se um homem ficar de pé sobre
uma plataforma vibratória, que começa a vibrar lentamente e vai aumentando a sua frequência,
veremos, em cada instante, uma determinada parte do corpo vibrando com maior intensidade e,
depois, com o aumento progressivo da frequência, essa parte pára, como se tivesse sido
“desligada” da máquina e uma outra parte começa a vibrar.
O conceito da frequência de ressonância é importante, porque o organismo humano é mais
sensível às vibrações que tenham essas características. Fora dessas frequências, a resistência do
organismo às vibrações tende a aumentar. Portanto, no projeto de máquinas e equipamentos,
essas frequências devem ser evitadas, na medida do possível, ou pelo menos substituídas por
outras frequências menos prejudiciais.
Uma vibração intensa transmitida por ferramentas manuais propaga-se pelas mãos, braços
e corpo do operador e pode causar dormência dos dedos e perda de coordenação motora.
Inúmeras máquinas usadas na indústria, como furadeiras elétricas, rebitadores, peneiras
vibratórias e moto serras provocam enjôos, interferência na fala, confusão visual. A exposição
continuada pode levar a lesões da coluna vertebral, desordem gastro-intestinal e perda do
controle muscular de partes do corpo. Existem diversas providências que o projetista pode adotar
para reduzir o problema de vibrações. Entre estas incluem as seguintes (são válidas também para
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ruídos):
3.6.1. Eliminar a fonte – A primeira providência em relação às vibrações é tentar reduzí-las junto à
fonte. Deve-se estudar particularmente as vibrações que provocam ressonâncias. Por exemplo,
numa britadeira manual, a vibração mais prejudicial, que provoca ressonância dos membros
superiores, é de 5 Hz. Esta então, deveria ter prioridade de tratamento. Isso não quer dizer,
naturalmente, que outras vibrações não sejam prejudiciais, mas apenas que aquela é a mais
prejudicial nesse caso. Em outros casos, as vibrações também podem ser eliminadas por meio de
lubrificações e manutenções periódicas das máquinas e equipamentos, ou colocando-se calços de
borracha absorvedores de vibrações.
3.6.2. Isolar a fonte – Quando não for possível eliminar a fonte, esta pode ser isolada, para que o
trabalhador não entre em contato direto com ela. Esse isolamento pode ser feito pela distância,
afastando-se a fonte ou usando-se algum tipo de material isolante para enclausurar a fonte de
vibrações. Uma forma parcial de isolar a fonte é conseguida evitando-se as pegas muito apertadas,
sempre que não for necessário transmitir força para as ferramentas manuais.
3.6.4. Conceder pausas – Quando a vibração for contínua, devem ser programadas pausas (por
exemplo, 10 min de descanso a cada hora de trabalho) para evitar a exposição contínua do
trabalhador. A frequência e a duração dessas pausas vão depender naturalmente das
características da vibração e demais condições de trabalho. Essas pausas, se tiverem duração
adequada, permitem uma recuperação pelo menos parcial do organismo durante a jornada de
trabalho, reduzindo o efeito cumulativo das vibrações no organismo. Naturalmente, a recuperação
maior vai se processar durante o período normal de descanso, após a jornada de trabalho.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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