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Isadora Kozlowski Costa


Turma  1IE
PUC-Rio. LET 1090
Trabalhos para a nota de G1
16 de maio de 2021
Professora Meg Amoroso de Mesquita
a) Exercícios para a nota de G1 (valor  6,0)
b) Texto 1 reescrito para a nota de G1 (valor  4,0)

a) Exercícios para a nota de G1 (valor  6,0)

1. Explique, em cerca de 150 palavras, o seu texto de G1 —


pode falar do gênero, do tema, de como desenvolveu
suas ideias e suas pesquisas para produzi-lo. Pode,
também, falar da reescritura. (1,0)

Eu escolhi fazer um artigo-ensaio, porque é um gênero mais


simples e fácil de abordar os assuntos e “prender” o leitor. A
escolha do tema foi a busca incessante pela felicidade em forma de
pílula, porque é um assunto muito atual e problemático. Achei
interessante iniciar uma discussão e uma reflexão sobre esse ponto
tão presente na sociedade do século XXI, porque diversas pessoas
não têm conhecimento dos danos causados pela internet. Decidi
fazer uma introdução apresentando o motivo pelo qual esses
remédios são tomados, com o intuito de gerar um interesse no
leitor. Posteriormente, apresentei os efeitos e malefícios gerados
por esse vício. Já sabia que, com o avanço da internet e a amostra
de vida perfeita que nela é apresentada, esse anseio de ser feliz,
teve um aumento significativo, mas não sabia da grandeza de suas
consequências. Então, foi necessário realizar pesquisas a respeito
para compreender de que forma eu poderia abordá-las no texto.

2. Escreva um pequeno texto que inclua, em forma de resumo-


paráfrase, algo dos trechos reproduzidos a seguir. Inclua os
referentes dos textos-base no corpo de seu texto. Dê um título
à sua produção. (2,0)

2.2. Trecho do filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940),


publicado em “Passagens” (1927-1940).
2

O que sabemos nós, afinal, das esquinas de ruas, dos meios-


fios, da arquitetura da calçada, nós que nunca sentimos a rua, o
calor, a sujeira e as arestas das pedras sob os pés descalços, e que
tampouco examinamos o desnível entre as largas lajotas para ver
se poderiam nos servir de leito?

2.3. Trecho adaptado de texto, publicado no Portal do


Peregrino, em 19/08/2020, escrito por Francisco Carlos Machado
Alves, mestre em Educação, atuante na formação continuada de
professores indígenas, em suas respectivas aldeias.

Em nossa sociedade, as pessoas fazem a opção por não


enxergar os invisíveis moradores das ruas das cidades. Além de
não os enxergar, ainda tecem comentários preconceituosos a
respeito deles, como se aquela condição de vida fosse uma escolha
de vida pessoal, como o fez a pobre/rica primeira-dama de São
Paulo. “Eles enfeiam a cidade”, Bia Dória fez questão de dizer em
conversa com a socialite Val Marchiori, publicada no Instagram em
julho de 2020. Além desses julgamentos preconceituosos, há quem
persiga e calunie os poucos que são capazes de dedicar suas vidas
a essa causa tão difícil, como é o caso do padre Júlio Renato
Lancellotti, em São Paulo, que trabalha ao lado destes vulneráveis.
Estima-se que haja em torno de 200 mil pessoas vivendo em
situação de rua hoje no Brasil. Só na cidade de São Paulo, o
número beira os 30 mil. São aquelas pessoas que passam as noites
dormindo nas ruas, sob marquises, em praças públicas, embaixo de
viadutos e pontes. A situação se agrava ainda mais com a chegada
do inverno, ocasionando a morte de muitos deles por causa das
baixas temperaturas. Essa é uma chaga aberta em nossa
sociedade, incapaz de dar uma resposta a tal demanda social.
Inexistem políticas públicas de inclusão dessas pessoas: elas não
cabem dentro dos orçamentos e das propostas governamentais dos
gestores públicos. As pessoas em situação de rua são
consideradas um empecilho para os projetos urbanísticos e
turísticos das cidades. São como se fosse lixo a ser removido.
Poucos de nós olham para eles, em virtude do medo que nos
provocam. A grande maioria não olha para eles, para os olhos
deles, para verem que são gente e que merecem ser tratadas como
tal. São os invisíveis habitantes do “Vale do Esquecidos”,
padecendo perante a sociedade hipócrita dos pobres
homens/mulheres ricos/as1.
1
Trecho adaptado do texto “A rua como moradia”, de Francisco Carlos Machado Alves, publicado no Portal
do Peregrino, em 19 de agosto de 2020. A rua como “moradia” – Portal do Peregrino acesso em 08mai2021.
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A invisibilidade dos moradores de rua

A desigualdade social é um dos principais problemas


socioeconômicos do Brasil. E em virtude dela, que milhares de
brasileiros moram nas ruas das grandes cidades. Em texto
publicado no Portal do Peregrino, o educador Francisco Carlos
Machado Alves, afirma que as pessoas que vivem em situações de
rua, são consideradas lixos descartáveis, que influenciam no
apavoramento da elite. São xingados e desrespeitados pelas
mesmas pessoas que não dão oportunidades para mudarem de
condições. Sem ter o que comer, vestir e até mesmo onde dormir.
Sem voz e sem direitos, são enxotados da sociedade diariamente.
E nem mesmo os gestores públicos se preocupam em buscar
soluções eficientes para essa injustiça.

3. Pontue o texto abaixo, conforme as orientações do curso


LET 1090. Divida o texto em parágrafos. (1,5)

Embora possam ser rastreados outros precursores, o conto


“Os crimes da Rua Morgue” de Edgar Allan Poe (1809-1849),
publicado em 1941, é considerado o marco histórico do início do
gênero policial na literatura ocidental. Ao longo da evolução da
ficção de crime, uma das divisões possíveis de seus estilos, poderia
ser a seguinte: romance de enigma ("whodonit"), romance negro
("noir-hard boiled style") e romance psicológico ("whydunit"). Á
parte, a genialidade de Poe, ao juntar elementos que provinham de
origens diversas : jornalismo, história e lógica. O sucesso das
narrativas de detetive se explica em parte, segundo o teórico
italiano Carlo Ginzburg, por elas se terem fundamentado em um
modelo cognitivo muito novo e muito antigo, derivado dos
caçadores ancestrais, que "sabiam interpretar uma sequência
4

coerente de eventos a partir de obscuros, (e quase imperceptíveis)


sinais deixados pela presa"2.
Tal modelo epistemológico, novidade no século XIX, tornou-
se procedimento comum nos estudos de história, arqueologia,
geologia, astronomia, física, paleontologia, e principalmente a
formulação de prognósticos prospectivos. Na fixação dos
parâmetros da narrativa policial, a matriz de Poe, o detetive-
cavalheiro Auguste Dupin, influenciou o francês Emile Gaboriau
(1832-1873) — criador do policial Lecoq. Por sua vez, a união
desses dois formou a base do mais famoso dos detetives ficcionais
da história do gênero : o Sherlock Holmes do inglês Conan Doyle
(1859-1930). O método de Holmes mistura aquisições científicas a
que Dupin e Lecoq não tiveram acesso, em virtude dos 40 anos que
separam Sherlock do primeiro ; e os quase 20 do segundo. Por
isso, em sua estreia, em 1887 ("Um estudo em vermelho"), o
detetive inglês critica ambos por suas "limitações" ; de fato, Holmes
poderia ter tido acesso às pesquisas desenvolvidas pelo historiador
de arte italiano Giovanni Morelli (1816-1891), que apareceram em
revistas científicas entre 1874 e 1876, assinando os artigos
inicialmente com um pseudônimo. Morelli pretendia desenvolver
uma maneira de comprovar a autenticidade das obras de arte
recolhidas a museus, assim, preconizava que a atenção do arte-
historiador não deveria se concentrar nas características mais
óbvias das pinturas, mas ao contrário, nos seus detalhes : menores
lóbulos de orelhas, unhas dos dedos, formatos das mãos e dos
pés3, etc.

2
GINZBURG, Carlo. “Morelli, Freud and Sherlock Holmes: Clues and Scientific Method”; History Workshop, No. 9
(Spring, 1980), pp. 5-36.
3
GINZBURG, Carlo. Ibidem, p. 90.
5

No paradigma indiciário, há formas de saber cujas regras não


se prestam a ser formalizadas, nem ditas. Embora possam ser alvo
de conjecturas — como fazem os detetives —, pode-se estabelecer
um paralelo entre os sistemas de classificação de Morelli e os
atribuídos por Conan Doyle. Poucos anos mais tarde, a Sherlock
Holmes, Sigmund Freud (1856-1939) escreveu no ensaio “O Moisés
de Michelangelo” (1914), que o método de averiguação de Morelli
encontrava-se estreitamente relacionado à técnica da psicanálise; o
método terapêutico criado por Freud, conjetura acerca do secreto
ou do encoberto, a partir de traços menosprezados no monte de
refugo, por assim dizer de nossas observações4.

4. Justifique a pontuação (pontue o trecho antes de justificar


sua pontuação) das seguintes frases, retiradas do texto da
questão anterior. Siga as instruções aprendidas no curso LET
1090. (1,5)

ao longo da evolução da ficção de crime, (1) uma das divisões


possíveis de seus estilos poderia ser a seguinte: (2) romance de
enigma ("whodonit"), (3) romance negro ("noir-hard boiled style") e
romance psicológico ("whydunit").

1 – Vírgula que evidencia o gênero da narrativa.


2 – Dois pontos que anunciam a exemplificação das divisões
possíveis dos estilos de ficção de crime.
3 – Vírgula que separa os elementos de enumeração dos estilos
"romance de enigma" e "romance negro".

na fixação dos parâmetros da narrativa policial, (1) a matriz de


Poe, (2) o detetive-cavalheiro Auguste Dupin, (3) influenciou o
francês Emile Gaboriau (1832-1873) (4) — criador do policial Lecoq.
Por sua vez, (5) a união desses dois formou a base do mais famoso
dos detetives ficcionais da história do gênero : (6) o Sherlock
Holmes do inglês Conan Doyle (1859-1930).

4
Trecho adaptado da seguinte tese: MESQUITA, Meg Amoroso. Crianças abusadas são de morte: o abuso sexual
infantil na ótica de três escritores de romances policiais. Tese de Doutoramento em Literatura Comparada. UFF, 30 de
setembro de 2008. Orientadora: Ângela Maria Dias.
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1 – Vírgula que evidencia o gênero da narrativa.


2 e 3 – Duas vírgulas que mostram a intercalação de informação de
qualificação de Auguste Dupin.
4– Travessão explicativo que destaca quem Emile Gaboriau era.
5 – Vírgula pra separar um pormenor (iniciado por um "por sua vez"
da consequência da influência que Auguste Dupin teve para o Emile
Gaboriau.
6 – Dois pontos que anunciam que Sherlock Holmes é o detetive
ficcional mais famoso da história do gênero.

b) Texto 1 reescrito para a nota de G1 (valor  4,0)

A incansável busca pela felicidade


Isadora Kozlowski Costa

A depressão é uma doença psiquiátrica caracterizada por


tristeza profunda. A pessoa deprimida pode se sentir triste,
cansada, impotente, preocupada, ansiosa e inquieta, tornando-se
propensa a adquirir insônia e problemas alimentares. Nessa
questão nutricional, há quem padeça de falta de apetite; outros
sofrem de compulsão alimentar — ato de comer demais até quando
não se está com fome.
Nessas duas primeiras décadas do século XXI, essa doença
psíquica está cada vez mais presente nas nossas vidas. A OMS
(Organização Mundial de Saúde) estimou que este século será o
século da depressão: dez por cento da população mundial sofre
desse mal. E isso se dá por vários motivos diferentes; mas acredita-
se que a internet é uma grande contribuinte. Diariamente,
influenciadores e seus usuários, compartilham com seus
seguidores, nas redes sociais, uma vida perfeita. A busca por essa
existência sem defeitos e a ambição por um corpo definido como
padrão, caso ocorra com frequência, pode se tornar problemática.
Há “soluções” para essa doença. Mudar hábitos? Fazer
aquilo que tanto gosta? Cercar-se de pessoas que lhe fazem bem?
Conversar com um psicólogo? Não! Tomar remédios de última
geração — como por exemplo o “escitalopram”, “levomilnaciprano”
e o “vilazodona” — que proporcionam uma felicidade momentânea.
Tais medicamentos aumentam os níveis de serotonina do cérebro
humano, com o intuito de melhorar o humor e a disposição da
pessoa medicada. A felicidade agora mora dentro de uma caixa.
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Tem formato de comprimido. É ingerida com a ajuda de uma água.


E pode ser consumida a qualquer hora.
A princípio, essa maneira de se sentir bem parece inofensiva,
mas traz diversos problemas que podem ser prejudiciais à saúde,
como, por exemplo, a dependência. Essa facilidade em ser feliz
está fazendo a vida perder sua verdadeira essência. Como algumas
pessoas possuem acesso a tal felicidade, não sentem mais a
necessidade de resolver seus problemas, sofrer as dores das
perdas, comemorar suas conquistas e viver suas virtudes. Eduardo
Giannetti, no texto “A pílula da felicidade instantânea” (“Cia das
Letras”, 2002), acredita que os medicamentos que eram novos na
década de 2000 poderiam levar a uma utopia da criação de um
remédio infalível contra as dores da alma, levando o homem a
pensar sempre que está satisfeito. O teólogo Pedro Cesario vai
adiante na condenação de atalhos para driblar o sofrimento: “O
mundo ficará semelhante a uma selva, não precisaremos derramar
nenhuma lágrima por alguma perda irreparável, mas a satisfação
não consiste na efetivação do dever cumprido, na conquista do
verdadeiro amor e na realização pessoal.”
Apesar desses medicamentos apresentarem uma certa
“melhora” momentânea, não resolvem o problema. Se o que nos faz
adoecer são padrões de hábitos nocivos, o que nos leva a melhorar
é a correção de tais hábitos ou a construção de novos. A incansável
busca pela felicidade do ser humano deve cansá-lo, incentivá-lo a
descansar e levá-lo a lutar por tudo que quer, sem facilitadores
viciantes.

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