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Sumário
1. Introdução 1
2. Relações de consumo 2
2.1. Transporte aéreo e pacote de viagem 2
2.2. Da aplicação mitigada do Código de Defesa do Consumidor 5
2.3. Caso fortuito e força maior 5
2.4. Relacionamento com os Bancos 6
2.5. Planos de saúde 7
3. Repercussão trabalhista 8
1. Introdução
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou na última quarta feira
(11/03/2020), a doença provocada pelo novo Corona Vírus (COVID-19) como uma pandemia.
Informações oficiais sobre o Corona Vírus (COVID-19) também podem ser acessadas por
meio do aplicativo Coronavírus-SUS.
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2. Relações de consumo
Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, são fornecedores toda pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Assim, espera-se que os fornecedores procedam com as informações adequadas sobre os
produtos/serviços ofertados/comprados pelos consumidores, em atendimento ao princípio da
informação ao consumidor.
São necessários o bom senso e a prudência nesse momento, evitando-se medidas que não
encontram respaldo jurídico e que podem prejudicar, no médio e longo prazo, os consumidores e
o setor produtivo brasileiros.
Deve-se observar que a responsabilidade do fornecedor perante os consumidores é objetiva e
solidária. De fato, existem algumas hipóteses de exclusão de responsabilidade previstas em lei, mas
são pontuais.
Ao fornecedor cabe informar e mitigar, ao consumidor cabe se organizar e fundamentar suas
intenções.
A relação entre passageiro e companhia aérea é regida pela Resolução 400/2016 da ANAC¹,
notadamente no artigo 9º, 10º e 11º, que tratam da possibilidade de alteração e resilição do
contrato de transporte por parte do passageiro.
¹https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/resolucoes/resolucoes-2016/resolucao-no-4
00-13-12-2016/@@display-file/arquivo_norma/RA2016-0400%20-%20Retificada.pdf
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A Resolução é bem incipiente no que tange a alteração em situações de força maior como a que
estamos inseridos, não fornecendo nenhum direito específico, seja pela dispensa de multa ou pela
remarcação sem custo, temos alguns pontos, como: a multa contratual não pode ultrapassar o
valor do serviço aéreo, em caso de remarcação, o passageiro deverá arcar com a diferença tarifária
apurada entre a data da compra e a data escolhida e a possibilidade de desistência sem custo da
compra, desde que o faça no prazo de 24h após a compra.
Espera-se compreensão por parte dos consumidores, no sentido que as companhias são
igualmente vítimas do COVID-19, de forma que as companhias que operam nos países com
maior foco (Itália, alguns países da Ásia), estão dispensando eventuais multas.
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas
bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da
responsabilidade. (grifo nosso)
²https://www.youtube.com/watch?v=-z3J-5EjzYI&t=2s
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em recurso especial, reexaminar conteúdo contratual (Súmula 5/STJ), bem como matéria
fático-probatória (Súmula n. 7/STJ). 2. Agravo interno a que se nega provimento.
(STJ - AgInt no AREsp: 1224745 PB 2017/0329141-9, Relator: Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, Data de Julgamento: 21/08/2018, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação:
DJe 11/09/2018)
(Grifo nosso)
Contudo, a alegação de CASO FORTUITO e/ou FORÇA MAIOR, não pode ser ampla e
irrestrita, ela precisa ser fundamentada em fatos concretos, além disso, merece atenção o
posicionamento dos Tribunais após esse período de turbulência.
Ainda hoje (19/03), o Presidente da República publicou a Medida Provisória 925³, que trata
sobre medidas atinentes ao setor aéreo. Dois pontos podem ser observados, sendo:
Art. 3º O prazo para o reembolso do valor relativo à compra de passagens aéreas será de doze
meses, observadas as regras do serviço contratado e mantida a assistência material, nos termos da
regulamentação vigente.
§ 1º Os consumidores ficarão isentos das penalidades contratuais, por meio da aceitação de
crédito para utilização no prazo de doze meses, contado da data do voo contratado.
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Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
³http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Mpv/mpv925.htm
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Toda decisão que versa sobre a intervenção do Estado sobre a atividade econômica será
subsidiária e excepcional, nos termos da Lei de Liberdade Econômica e recomendação da OCDE.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior,
se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos
não era possível evitar ou impedir.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes
se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá́ o devedor pedir a resolução do contrato.
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Temos que o caso fortuito é o acontecimento natural, ou o evento derivado da força da
natureza, aí se posicionando a problemática do COVID-19, se foi algo oriundo da natureza ou
criado, por isso a imprecisão da tipificação. Já a força maior, é o dano originado do fato de outrem,
como uma invasão de território, uma guerra ou a revolução, um surto, um furto, repetindo-se a
imprecisão nesse momento, pois não podemos identificar a causa exata do COVID-19.
Em razão da própria circunstância, é imprevisível o controle dos reflexos do COVID-19,
extrapolando a previsibilidade do negócio, e, por isso mesmo, o fornecedor de bem ou serviço
desobriga-se de indenizar em função de eventual dano, a depender do caso concreto, lembrando
que tanto os consumidores, quanto os fornecedores são vítimas desse fato.
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O governo já elencou os principais pontos de impacto, sendo: redução do crescimento
mundial, redução da produção, redução das exportações, queda no preço de commodities e piora
nos termos de troca, interrupção da cadeia produtiva de alguns setores, queda nos preços de ativos
e piora das condições financeiras, redução no fluxo de pessoas e mercadorias.
São muitos pontos que podem ser ventilados, que certamente fará com que tenhamos um
novo entendimento nos tribunais acerca o relacionamento entre bancos e consumidores,
motivados pela baixa da economia e necessidade de revisão de contratos em andamento.
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https://portal.febraban.org.br/noticia/3421/pt-br/
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É importante que as operadoras de assistência à saúde e consumidores, estejam atentos à nova
regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada hoje, em 13.03.2020, (RN
453/20), que estabelece diretrizes específicas sobre o COVID-19.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), incluiu o exame para detecção de Corona
Vírus no rol de procedimentos obrigatórios6. É importante mencionarmos que o exame não
ocorrerá de forma indiscriminada, sob pena de faltar gente/material para quem realmente precisa.
O exame deverá ser feito nos casos em que houver indicação médica. O médico assistente
deverá avaliar o paciente de acordo com o protocolo e as diretrizes definidas pelo Ministério da
Saúde, a quem compete definir os casos enquadrados como suspeitos ou prováveis de doença pelo
Corona Vírus (COVID-19) que terão direito ao teste. Nas situações em que o médico verificar
que o exame é indicado, deverá orientar o paciente a procurar sua operadora para pedir indicação
de um estabelecimento de saúde da rede da operadora apto à realização do teste.
Ante as incertezas do momento, espera-se o uso intensificado dos canais de atendimento
remoto, visando prestar informações sobre questões relacionadas ao COVID-19, seja pela
informação relacionada aos cuidados a serem adotados, informações de prevenção, e atendimento
ao princípio da informação disposto no Código de Defesa do Consumidor.
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http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/consumidor/5405-ans-inclui-exame-para-deteccao-de-coron
avirus-no-rol-de-procedimentos-obrigatorios
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3. Repercussão trabalhista
Tema de suma importância nesse período, ante a existência de empresas em atividade e
eventuais reflexos na vida dos trabalhadores.
De fato, a cadeia produtiva não pode parar, se assim o fosse, quem poderia
abastecer/cuidar/produzir insumos para os enfermos!? Partindo dessa premissa, se faz importante
uma breve reflexão sobre o tema.
Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do Corona Vírus, poderão ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
§ 3º Será considerado falta justificada ao serviço público ou à atividade laboral privada o
período de ausência decorrente das medidas previstas neste artigo.
Além disso, do ponto de vista genérico, percebe-se que é dever do empregador observar as
normas de medicina e segurança do trabalho, notadamente: disponibilizar máscaras e luvas caso
necessário, orientar os empregados para lavarem as mãos constantemente, oferecer e orientar o uso
de álcool gel, orientação sobre o não compartilhamento de itens de uso pessoal, a manutenção do
ambiente de trabalho limpo e arejado, etc8.
Aos empregados e prestadores de serviços sintomáticos ou que tenham sido recomendados a
permanecer em casa, mas que estejam aptos ao trabalho, se tecnicamente possível, deve ser dada a
opção de trabalho em regime de home office.
Já aos funcionários sintomáticos que estejam incapacitados para o trabalho, deve-se seguir o
regime do auxílio-doença (pagamento de salários por 15 dias e encaminhamento ao INSS) para
formalização do afastamento.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm
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https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/getting-workplace-ready-for-COVID-19.pdf
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Dependendo da opção escolhida, é importante alinhar com o sindicato da categoria, além da
observância de alguns detalhes específicos.
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4. A internação compulsória
Em 17/03/2020 fora publicada a Portaria Interministerial 05/20209 fornecendo diretrizes
acerca a possibilidade de internação compulsória.
A medida regulamenta a emergência de saúde pública de importância internacional em
decorrência do Corona Vírus (Lei 13.979/2020) e prevê que o descumprimento das regras
impostas pelos órgãos públicos para evitar a disseminação da doença seja passível de
enquadramento no Código Penal (CP). Ou seja, quem descumprir determinações médicas de
quarentena, isolamento ou internação pode incorrer nas penas dos artigos 268 do CP (detenção de
um mês a um ano, e multa) e 330 (detenção de quinze dias a seis meses, e multa), se o fato não
constituir crime mais grave. O regramento é amparado no exercício da polícia administrativa, de
forma que não exige autorização judicial para implementação.
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https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/getting-workplace-ready-for-COVID-19.pdf
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E-mail: geofre@hotmail.com
Whatsapp: +
55 86 99981-1889
Site: w
ww.geofre.com.br
Youtube: y outube.com/geofresaraiva
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