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Sumário 
 

1. Introdução 1 

2. Relações de consumo 2 
2.1. Transporte aéreo e pacote de viagem 2 
2.2. Da aplicação mitigada do Código de Defesa do Consumidor 5 
2.3. Caso fortuito e força maior 5 
2.4. Relacionamento com os Bancos 6 
2.5. Planos de saúde 7 

3. Repercussão trabalhista 8 

4. A internação compulsória 10 

   

 
 

1. Introdução 
O  chefe  da  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS),  declarou  na  última  quarta  feira 
(11/03/2020), a doença provocada pelo novo Corona Vírus (COVID-19) como uma pandemia. 

O  termo  pandemia  é  utilizado  quando  uma  epidemia  –  grande  surto que afeta uma região – 


se  espalha  por  diferentes  continentes  com  transmissão  sustentada  de  pessoa  para  pessoa. 
Atualmente,  há  mais  de  115  países  com  casos  declarados  da infecção, importando salientar ainda, 
que a gravidade da doença não é considerada nessa definição. 

Independente  do  estágio  e  da disseminação doença, o cuidado deve ser uma constante, seja por 


parte  das  autoridades  brasileiras,  bem  como  da  Organização  Mundial  de  Saúde  (OMS),  que  são: 
lavar  as  mãos  com  água  e  sabão  ou  passar  álcool  em  gel; evitar o contato das mãos com os olhos, a 
boca  ou  o  nariz;  evitar  contato  próximo  com  pessoas  doentes;  cobrir  boca  e  nariz  ao  espirrar  ou 
tossir; entre outras, cuidado que deve ser redobrado quando se trata de idoso, criança e gestante. 

Informações  oficiais  sobre  o  Corona  Vírus  (COVID-19)  também  podem  ser  acessadas  por 
meio do aplicativo Coronavírus-SUS. 

No  mesmo  sentido,  não  podemos  esquecer  o impacto que o COVID-19 representa na vida do 


cidadão e das empresas, temáticas que serão tratadas adiante. 

   


 

 
 

2. Relações de consumo 
Nos  termos  do  Código  de  Defesa  do  Consumidor,  são  fornecedores  toda  pessoa  física  ou 
jurídica,  pública  ou  privada,  nacional  ou  estrangeira,  bem  como  os  entes  despersonalizados,  que 
desenvolvem  atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 

Assim,  espera-se  que  os  fornecedores  procedam  com  as  informações  adequadas  sobre  os 
produtos/serviços  ofertados/comprados  pelos  consumidores,  em  atendimento  ao  princípio  da 
informação ao consumidor.  

São  necessários  o  bom  senso  e  a  prudência  nesse  momento,  evitando-se  medidas  que  não 
encontram  respaldo  jurídico  e  que  podem  prejudicar,  no  médio e longo prazo, os consumidores e 
o setor produtivo brasileiros. 

Deve-se  observar  que  a  responsabilidade  do  fornecedor  perante  os  consumidores  é  objetiva  e 
solidária.  De  fato,  existem  algumas  hipóteses  de  exclusão de responsabilidade previstas em lei, mas 
são pontuais. 

Ainda  que  a  situação atual possa ser enquadrada como caso fortuito/força maior, é importante 


que  o  fornecedor  adote  medidas  aptas  a  reduzirem  o impacto desse período, sob pena de eventual 
indenização. 

Ao  fornecedor  cabe  informar  e  mitigar,  ao  consumidor  cabe  se  organizar  e  fundamentar  suas 
intenções. 

2.1. Transporte aéreo e pacote de viagem 


Passageiros,  agências  de  viagens  e  companhias  aéreas  estão  se  organizando,  visando  minimizar 
os efeitos ante a pandemia do COVID-19. 

A  relação  entre  passageiro  e  companhia  aérea  é  regida  pela  Resolução  400/2016  da  ANAC¹, 
notadamente  no  artigo  9º,  10º  e  11º,  que  tratam  da  possibilidade  de  alteração  e  resilição  do 
contrato de transporte por parte do passageiro. 

¹​https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/resolucoes/resolucoes-2016/resolucao-no-4
00-13-12-2016/@@display-file/arquivo_norma/RA2016-0400%20-%20Retificada.pdf​ 


 

 
 

A Resolução é bem incipiente no que tange a alteração em situações de força maior como a que 
estamos  inseridos,  não  fornecendo  nenhum  direito  específico,  seja  pela  dispensa de multa ou pela 
remarcação  sem  custo,  temos  alguns  pontos,  como:  a  multa  contratual  não  pode  ultrapassar  o 
valor  do  serviço  aéreo,  em  caso  de  remarcação,  o  passageiro  deverá  arcar  com  a  diferença tarifária 
apurada  entre  a  data  da  compra  e  a  data  escolhida  e  a  possibilidade  de  desistência  sem  custo  da 
compra, desde que o faça no prazo de 24h após a compra. 

Nessas  situações,  recomenda-se  ao  consumidor  buscar  a  companhia, onde deverá ser analisado 


caso  a  caso,  além  da  possiblidade de uso da plataforma www.consumidor.gov.br², cujo explicativo 
pode ser verificado no link. 

Espera-se  compreensão  por  parte  dos  consumidores,  no  sentido  que  as  companhias  são 
igualmente  vítimas  do  COVID-19,  de  forma  que  as  companhias  que  operam  nos  países  com 
maior foco (Itália, alguns países da Ásia), estão dispensando eventuais multas. 

Especificamente  nos  contratos  de  transporte,  é  importante  mencionarmos  o  disposto  no 


Código Civil, que leciona: 

Art.  734.  O  transportador  responde  pelos  danos  causados  às  pessoas  transportadas  e  suas 
bagagens,  salvo  motivo  de  força  maior,  sendo  nula  qualquer  cláusula  excludente  da 
responsabilidade. (grifo nosso)  

Art.  741.  Interrompendo-se  a  viagem  por  qualquer  motivo alheio à vontade do transportador, 


ainda  que  em  consequência  de  evento  imprevisível,  fica  ele  obrigado  a  concluir  o  transporte 
contratado  em  outro  veículo  da  mesma  categoria,  ou,  com  a  anuência  do  passageiro,  por 
modalidade  diferente,  à  sua  custa,  correndo  também  por  sua  conta  as  despesas  de  estada  e 
alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte.” (grifo nosso)  

No mesmo sentido os Tribunais se posicionam: 

AGRAVO  INTERNO.  AGRAVO  EM  RECURSO  ESPECIAL.  AÇÃO  DE 


INDENIZAÇÃO  POR  DANOS  MATERIAIS  E  MORAIS.  TRANSPORTE  MARÍTIMO 
DE  PASSAGEIROS.  SITUAÇÃO  DE  CASO  FORTUITO  E  FORÇA  MAIOR  EXTERNA 
CARACTERIZADA.  CAUSA  EXCLUDENTE  DE  RESPONSABILIDADE  DA 
PRESTADORA  DO  SERVIÇO.  GREVE/MANIFESTAÇÕES  DE  PESCADORES. 
ALTERAÇÃO DO ITINERÁRIO DO CRUZEIRO. SÚMULAS 5 E 7 DO STJ. 1. Não cabe,  

²​https://www.youtube.com/watch?v=-z3J-5EjzYI&t=2s 


 

 
 

em  recurso  especial,  reexaminar  conteúdo  contratual  (Súmula  5/STJ),  bem  como  matéria 
fático-probatória (Súmula n. 7/STJ). 2. Agravo interno a que se nega provimento.  

(STJ  -  AgInt  no  AREsp:  1224745  PB  2017/0329141-9,  Relator:  Ministra  MARIA  ISABEL 
GALLOTTI,  Data  de  Julgamento:  21/08/2018,  T4  -  QUARTA  TURMA,  Data  de Publicação: 
DJe 11/09/2018)  

(Grifo nosso) 

Contudo,  a  alegação  de  CASO  FORTUITO  e/ou  FORÇA  MAIOR,  não  pode  ser  ampla  e 
irrestrita,  ela  precisa  ser  fundamentada  em  fatos  concretos,  além  disso,  merece  atenção  o 
posicionamento dos Tribunais após esse período de turbulência.  

Ainda  hoje  (19/03),  o  Presidente  da  República  publicou  a  Medida  Provisória  925³,  que  trata 
sobre medidas atinentes ao setor aéreo. Dois pontos podem ser observados, sendo:  

Art.  3º  O  prazo  para  o  reembolso  do  valor  relativo  à  compra  de  passagens  aéreas  será  de  doze 
meses,  observadas  as  regras  do  serviço  contratado  e  mantida  a  assistência  material,  nos  termos  da 
regulamentação vigente. 

§  1º  Os  consumidores  ficarão  isentos  das  penalidades  contratuais,  por  meio  da  aceitação  de 
crédito para utilização no prazo de doze meses, contado da data do voo contratado. 

A  recomendação  é  calma  e  busca  no  meio  adequado,  além do devido registro das reclamações, 


de  forma  a  fundamentar  possível  demanda  judicial  futura,  além  de  observar  o  texto  da  Medida 
Provisória. 

4​
Art.  20.  Nas  esferas  administrativa,  controladora  e  judicial,  não  se  decidirá  com  base  em 
valores  jurídicos  abstratos  sem  que  sejam  consideradas  as  consequências  práticas  da  decisão. 
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) 

Parágrafo  único.  A  motivação  demonstrará  a necessidade e a adequação da medida imposta ou 


da  invalidação  de  ato,  contrato,  ajuste,  processo  ou  norma  administrativa,  inclusive  em  face  das 
possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 

³​http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Mpv/mpv925.htm 


 

 
 

2.2.  Da  aplicação  mitigada  do  Código  de  Defesa  do 


Consumidor 
É  importante  mencionar  a  proibição  legal  do  uso  discricionário  de  princípios  pela 
administração  pública,  sem a ponderação concreta sobre suas consequências (art. 20 e seguintes da 
Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). 

Toda  decisão  que  versa  sobre  a  intervenção  do  Estado  sobre  a  atividade  econômica  será 
subsidiária e excepcional, nos termos da Lei de Liberdade Econômica e recomendação da OCDE. 

2.3. Caso fortuito e força maior 


Eventuais  descumprimentos  contratuais  podem  configurar,  em  tese,  caso  fortuito  e/ou  força 
maior, que são encontrados nos artigos 393 e 478 do Código Civil, que lecionam: 

Art.  393.  O  devedor  não  responde  pelos  prejuízos  resultantes  de  caso fortuito ou força maior, 
se expressamente não se houver por eles responsabilizado.  

Parágrafo  único.  O  caso  fortuito  ou  de  força  maior  verifica-se  no  fato necessário, cujos efeitos 
não era possível evitar ou impedir. 

Art.  478.  Nos  contratos  de  execução  continuada  ou  diferida,  se  a  prestação  de uma das partes 
se tornar  excessivamente  onerosa,  com  extrema  vantagem  para  a  outra,  em  virtude  de 
acontecimentos  extraordinários  e  imprevisíveis,  poderá́   o  devedor  pedir  a  resolução  do  contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.   

Temos  que  o  caso  fortuito  é  o  acontecimento  natural,  ou  o  evento  derivado  da  força  da 
natureza,  aí  se  posicionando  a  problemática  do  COVID-19,  se  foi  algo  oriundo  da  natureza  ou 
criado,  por  isso a imprecisão da tipificação. Já a força maior, é o dano originado do fato de outrem, 
como  uma  invasão  de  território,  uma  guerra  ou  a  revolução,  um  surto,  um  furto,  repetindo-se  a 
imprecisão nesse momento, pois não podemos identificar a causa exata do COVID-19.  

Em  razão  da  própria  circunstância,  é  imprevisível  o  controle  dos  reflexos  do  COVID-19, 
extrapolando  a  previsibilidade  do  negócio,  e,  por  isso  mesmo,  o  fornecedor  de  bem  ou  serviço 
desobriga-se  de  indenizar  em  função  de  eventual  dano,  a  depender  do  caso  concreto,  lembrando 
que tanto os consumidores, quanto os fornecedores são vítimas desse fato.  


 

 
 

2.4. Relacionamento com os Bancos 


As instituições financeiras, enquanto integrantes do setor financeiro e importância na cadeia de 
consumo,  concessão  de  crédito,  aglutinação  de  inúmeros  postos  de  trabalho,  certamente  sentirão 
os impactos de forma quase imediata. 

Nesse  tocante,  em  16/03/2020,  a  FEBRABAN  (Federação  Brasileira dos Bancos), juntamente 


com  os  cinco  maiores  bancos  do  país  (Banco  do  Brasil,  Bradesco,  Caixa,  Itaú  Unibanco), 
anunciaram  a  possibilidade de prorrogação do vencimento das dívidas por até 60 dias, por parte de 
pessoas físicas, micro e pequenas empresas. 

Os requisitos foram informados, sendo​5​:  

● Pessoa física e Pessoa jurídica (micro e pequena empresa); 


● Contratos em vigência; 
● Contrato sem débito atual; 
● A prorrogação não é automática;  
● O cliente deve procurar a agência para renegociação; 
● A medida vale apenas para contrato de crédito feito com o banco; 
● Não vale para cartão de crédito e cheque especial; 
● A medida não vale para boletos de consumo (água, luz, aluguel, etc.); 
● O banco pode ou não cobrar juros, será analisado caso a caso. 

Estamos  passando  por  um período de extrema instabilidade econômica, onde inúmeros fatores 


poderão  balizar  eventuais  demandas  de  revisão  de  contrato  (FINAME,  LEASING,  LEASING 
OPERACIONAL,  ARRENDAMENTO  MERCANTIL,  ALIENAÇÃO  FIDUCIÁRIA, 
CAPITAL DE GIRO, etc.). 

O  governo  já  elencou  os  principais  pontos  de  impacto,  sendo:  redução  do  crescimento 
mundial,  redução  da  produção,  redução  das  exportações,  queda  no preço de commodities e piora 
nos  termos  de  troca,  interrupção da cadeia produtiva de alguns setores, queda nos preços de ativos 
e piora das condições financeiras, redução no fluxo de pessoas e mercadorias. 

São  muitos  pontos  que  podem  ser  ventilados,  que  certamente  fará  com  que  tenhamos  um 
novo  entendimento  nos  tribunais  acerca  o  relacionamento  entre  bancos  e  consumidores, 
motivados pela baixa da economia e necessidade de revisão de contratos em andamento. 

5​
https://portal.febraban.org.br/noticia/3421/pt-br/ 


 

 
 

2.5. Planos de saúde 


O  pânico  criado  pelo  Corona  Vírus  (COVID-19)  é  um  fator  que  atrapalha  o  atendimento  e 
consequentemente  o  atendimento  para  quem  realmente  precisa,  assim,  será  o  setor  que  mais 
afetado com a pandemia. 

É  importante  que  as  operadoras  de  assistência  à  saúde  e  consumidores,  estejam  atentos à nova 
regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada hoje, em 13.03.2020, (RN 
453/20), que estabelece diretrizes específicas sobre o COVID-19. 

A  Agência  Nacional  de  Saúde  Suplementar  (ANS),  incluiu  o  exame  para  detecção  de Corona 
Vírus  no  rol  de  procedimentos  obrigatórios​6​.  É  importante  mencionarmos  que  o  exame  não 
ocorrerá de forma indiscriminada, sob pena de faltar gente/material para quem realmente precisa. 

O  exame  deverá  ser  feito  nos  casos  em  que  houver  indicação  médica.  O  médico  assistente 
deverá  avaliar  o  paciente  de  acordo  com  o  protocolo  e  as  diretrizes  definidas  pelo  Ministério  da 
Saúde,  a  quem  compete  definir os casos enquadrados como suspeitos ou prováveis de doença pelo 
Corona  Vírus  (COVID-19)  que  terão  direito  ao  teste.  Nas  situações  em  que  o  médico  verificar 
que  o  exame  é  indicado,  deverá  orientar  o  paciente  a  procurar sua operadora para pedir indicação 
de um estabelecimento de saúde da rede da operadora apto à realização do teste. 

Em  alguns  estados,  já existe recomendação pela suspensão dos atendimentos eletivos (cirurgias, 


exames  e  consultas)  em  razão  da  Pandemia  do  Corona  vírus,  objetivando  desafogar  o  fluxo  de 
atendimento,  medidas  que  certamente  terão  impactos  significativos  nos  direitos  dos 
consumidores. 

Ante  as  incertezas  do  momento,  espera-se  o  uso  intensificado  dos  canais  de  atendimento 
remoto,  visando  prestar  informações  sobre  questões  relacionadas  ao  COVID-19,  seja  pela 
informação  relacionada  aos  cuidados  a  serem  adotados, informações de prevenção, e atendimento 
ao princípio da informação disposto no Código de Defesa do Consumidor. 

6​
http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/consumidor/5405-ans-inclui-exame-para-deteccao-de-coron
avirus-no-rol-de-procedimentos-obrigatorios​   


 

 
 

3. Repercussão trabalhista 
Tema  de  suma  importância  nesse  período,  ante  a  existência  de  empresas  em  atividade  e 
eventuais reflexos na vida dos trabalhadores. 

De  fato,  a  cadeia  produtiva  não  pode  parar,  se  assim  o  fosse,  quem  poderia 
abastecer/cuidar/produzir  insumos  para  os  enfermos!?  Partindo  dessa premissa, se faz importante 
uma breve reflexão sobre o tema. 

Não  existe  regramento  específico  na  CLT  sobre  o  tema, trazendo a Lei 13.979/2020​7 tratativa 


sobre o tema, conforme temos: 

Art.  3º  Para  enfrentamento  da  emergência  de  saúde  pública  de  importância  internacional 
decorrente do Corona Vírus, poderão ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas: 

§  3º  Será  considerado  falta  justificada  ao  serviço  público  ou  à  atividade  laboral  privada  o 
período de ausência decorrente das medidas previstas neste artigo. 

Além  disso,  do  ponto  de  vista  genérico,  percebe-se  que  é  dever  do  empregador  observar  as 
normas  de  medicina  e  segurança  do  trabalho,  notadamente:  disponibilizar  máscaras  e  luvas  caso 
necessário,  orientar  os  empregados para lavarem as mãos constantemente, oferecer e orientar o uso 
de  álcool  gel,  orientação  sobre  o  não  compartilhamento  de  itens  de uso pessoal, a manutenção do 
ambiente de trabalho limpo e arejado, etc​8​. 

Aos  empregados  e  prestadores  de  serviços  sintomáticos  ou  que  tenham  sido  recomendados  a 
permanecer  em  casa,  mas  que  estejam  aptos  ao  trabalho,  se  tecnicamente  possível, deve ser dada a 
opção de trabalho em regime de home office.  

Já  aos  funcionários  sintomáticos  que  estejam  incapacitados  para  o  trabalho,  deve-se  seguir  o 
regime  do  auxílio-doença  (pagamento  de  salários  por  15  dias  e  encaminhamento  ao  INSS)  para 
formalização do afastamento. 

7​
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm 

8​
https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/getting-workplace-ready-for-COVID-19.pdf 


 

 
 

Para  as  empresas,  a  depender  do  ramo  de  atividade, e caso queiram reduzir/parar as operações, 


é possível: 

1. conceder férias coletivas aos colaboradores;  


2. suspender  os  contratos  de  trabalho  pelo  prazo  de  2  a  5  meses  para  requalificação  dos 
trabalhadores;  
3. reduzir  as  jornadas  de  trabalho  e  os  salários,  proporcionalmente,  devendo  observar  o 
sindicato  da  categoria,  eventuais  peculiaridades,  ou  de  forma  individual,  desde  que  fique 
caracterizado  ser  mais  vantajoso  para  o  empregado,  sempre  respeitando  o salário mínimo/hora da 
região e categoria;  

Dependendo  da  opção  escolhida,  é  importante  alinhar  com  o  sindicato  da  categoria,  além  da 
observância de alguns detalhes específicos. 

   


 

 
 

4. A internação compulsória 
Em  17/03/2020  fora  publicada  a  Portaria  Interministerial  05/2020​9  fornecendo  diretrizes 
acerca a possibilidade de internação compulsória. 

A  medida  regulamenta  a  emergência  de  saúde  pública  de  importância  internacional  em 
decorrência  do  Corona  Vírus  (Lei  13.979/2020)  e  prevê  que  o  descumprimento  das  regras 
impostas  pelos  órgãos  públicos  para  evitar  a  disseminação  da  doença  seja  passível  de 
enquadramento  no  Código  Penal  (CP).  Ou  seja,  quem  descumprir  determinações  médicas  de 
quarentena,  isolamento ou internação pode incorrer nas penas dos artigos 268 do CP (detenção de 
um  mês  a  um  ano,  e  multa)  e  330  (detenção  de  quinze  dias  a  seis  meses,  e  multa),  se  o  fato  não 
constituir  crime  mais  grave.  O  regramento  é  amparado  no  exercício  da  polícia  administrativa,  de 
forma que não exige autorização judicial para implementação. 

9​
https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/getting-workplace-ready-for-COVID-19.pdf 

10 
 

 
 

Relacionamento com o cliente 

O  escritório  permanecerá  fechado  até  31/03 ou após deliberação ulterior dos órgãos sanitários, 


contudo o atendimento continua nas modalidades: 

E-mail: geofre@hotmail.com 

Telefone: +55 86 98189-1889 

Whatsapp: +
​ 55 86 99981-1889 

Site: w
​ ww.geofre.com.br 

Youtube: y​ outube.com/geofresaraiva 

Avenida Dom Severino, nº 2351, sala 301, bairro Horto, Teresina – PI – Brasil 
CEP 64052-535 | CNPJ/MF 35.146.846/0001-19 
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