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MICOBIOTA

- importância do seu estudo como cotaminante de alimentos – micotoxinas e micotoxicoses

* mecanismos de patogenicidade
- os fungos podem produzir diversas patologias:
1) micetismo: intoxicação alimentar por ingestão do macro-fungo ou de
seus componentes
2) micotoxicose: causada pela ingestão de toxinas produzidas pelos fungos
3) alergias: reações de hipersensibilidade
4) micoses: infecções por invasão dos tecidos

* fatores de patogenicidade
- interferencia no sist imune
- imunossupressão
- modulação

* produtos agrícolas são suscetíveis á contaminação por micotoxinas durante toda cadeia produtiva,
seja colheita, estocagem, transporte, processamento ou armazenagem.
* está atrelado a condições ambientais, fatores do fungo e do hospedeiro.

*micotoxicose
- enfermidade ligada a alimentos (presença de toxinas, n necessariamente de fungo)
- a enfermidade não é contagiosa, transmissível ou infecciosa
- quando o alimento é retirado, o animal mostra sinais de melhora
- uma micotoxina conhecida é identificada a partir do alimento ou dos animais em quantidades
suficientes para causar o problema
- os sinais clínicos apresentados devem corresponder a uma enfermidade típica da micotoxina
envolvida

* correlacionar surtos de campo com uma toxina suspeita torna-se difícil por que:
- as micotoxinas geralmente ocorrem em baixas concentrações
- os alimentos não estão disponíveis para a análise
- os sinais e/ou sintomas se apresentam como indefinidos, sub-agudos ou crônicos
- os veterinários e médicos não estão suficientemente treinados
- o princípio dose/resposta é difícil de ser aplicado ao diagnóstico de enfermidades relacionadas às
micotoxinas
- as interações entre micotoxinas não estão suficientemente estudadas

* tipos
- primária: alimento com o fungo e micotoxinas direto
- secundária: consumo de animais e produtos de origem deles contaminados
- aguda
- crônica (mais comum e mais risco à saúde)

* mecanismo de ação das micotoxinas


- potentes inibidores da síntese protéica em eucariotos → interrompe o metabolismo celular
- inibe a respiração mitocondrial → bloqueio de vias metabólicas
- altera a estrutura e a função da membrana celular →interrompem o transporte pela membrana
- impede a síntese de DNA
- inativa certas enzimas com grupos Tiol
- inibe a síntese lipídica
- reagem com alguns co-fatores como as vitaminas
obs.: se chega a causar alteração biológica, há forte presença de imunossupressão

* substratos ou matrizes
- amendoim, nozes, castanhas, amêndoas
- milho
- algodão, centeio, cevada, sorgo
- trigo, aveia, arroz
- feijão
- frutas secas

* micotoxicose primária aguda


- aflatoxina, vomitoxina, ac ciclopiazônico

* classes que possuem legislação específica


- aflatoxinas
- tricotecenos
- fumonisinas
- zearalenona
- ocratoxinas
- alcalóides do Ergot
- citrinina

ERGOTISMO
- enfermidade mais antiga
- centeio, aveia, cevada e trigo
- ergotamina e alcalóides derivados do ác. Lisérgico
- exercem atividade no SNC e vasoconstrição periférica (necrose de pata, boleto, casco)
- depressão e confusão mental, hipertensão, bradicardia, vasoespasmos (com perda de consciência e
cefaléia), cianose periférica (mãos e pés pálidos) com claudicação, podendo levar ao coma e morte.
- nível de tolerância: 28 μg/ kg peso vivo

AFLATOXINAS
- aflatoxinas B1 e B2 (ciclopentanona)
- aflatoxinas G1 e G2 (lactona)

* fungos produtores
- aspergillus flavus
- aspergillus parasiticus
obs.: bem tóxicos

* efeitos de aflatoxinas sobre suínos


- reduz ganho de peso
- reduz conversão alimentar
- anorexia
- depressão
- icterícia
- hemorragias
- diarréia
- convulsões

bovinos
* aflatoxinas em niveis elevados
- alteração na digestão, absorção e metabolismo de nutrientes
- redução na produção de leite
- perda de peso

* aflatoxinas em niveis baixos


- redução do consumo de alimentos
- menor produção de leite
- menor ganho de peso
- menor resistência a infecções
- maior susceptibilidade a stress
- fertilidade reduzida

* efeitos de aflatoxinas sobre a reprodução


- redução da fertilidade
- aborto
- teratogenia
- menor peso ao nascer
- lesão hepática no feto
- baixa viabilidade neonatal
- estros e anestros irregulares

OCRATOXINAS
• milho, cevada, centeio
• trigo, aveia, sorgo
• café, feijões, arroz
• uvas, vinhos
• suco de uvas
• cerveja
• frutas secas
• carne suína e derivados

* responsável pela nefropatia micotóxica suína e aviária


• aves
- piora a conversão alimentar
- diminui a produção de ovos e a qualidade da casca do ovo
- diarréia
- tremores

suinos
• lesões renais
• menor ganho de peso
• menor crescimento
• excreção urinária alterada

* ocratoxicose
- necrose tubular aguda
- nefropatia micotóxica (diminui capacidade de fitração)
- nefrose fibrocistica intersticial
- pode evoluir para neoplasia
- adenocarcinoma renal
TRICOTECENOS
- derivados dos ac graxos de cadeia curta
- principais:
• T-2 toxina
• Diacetoxiscirpenol (DAS)
• Nivalenol
• Deoxinivalenol (DON)
• HT-2 toxina
• Fusarenona X

* deoxynivalenol (don)
- principal
- diminui o consumo de alimentos, podendo gerar rejeição total
- vômitos
- gera deformação na cav oral das aves

* zearalenona
- f-2 toxina
- lactonas de ácido resorcílico
- une-se a receptores celulares específicos para estrógenos
- cauasa hiperestrogenismo em macho e fêmeas
- efeitos em Suínos:
(espécie mais afetada)
• fêmeas jovens:
- tumefação de vulva
- hiperemia
- descarga vaginal mucosa
- prolapso vaginal e retal
- infertilidade
- glândulas mamárias hipertróficas

• fêmeas adultas:
- abortos
- ninhadas fracas
- pseudoprenhez
- atrofia ovárica
- alterações no endométrio

• machos:
- feminilização de machos jovens
- infertilidade de machos jovens

* fumonisinas
- milho e derivados, aveia, aevada, centeio, sorgo, arroz, etc.
- efeitos nos animais:
• leucoencefalomalácia equina (LEME)
• edema pulmonar em suínos (EPP)
• lesões hepáticas e pancreáticas em suínos e animais de companhia
• imunossupressão em aves
• câncer hepático em animais de laboratório
• câncer esofágico em humanos

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