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ZOOTOXINAS DOS INVERTEBRADOS

- peçonha x veneno
- principais causadores
. abelhas
. aracnídeos
. lacraias
. lepidópteros

ABELHAS
- apitoxina
- produzida e inoculada nad etremidades do abdomen das abelhas operarias
- composição:
. enzimas - fosfolipase e hialuronidase
. peptídeos – melitina, apamina, peptídeo MCD, tertiapina, procamina e secapina
. aminas – histamina, dopamina e noradrenalina
. açucares - glucose e frutose

sintomatologia
- dependente do local, número de picadas e sensibilização prévia
- se diferencia em manifestações Tóxicas e Alérgicas
1) tóxicas
- locais
dor, calor, rubor, edema e perda de função
- sistêmica
prurido, calor, rubor generalizado, pápulas e placas urticariformes, hipotensão,
taquicardia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, broncoespasmo, choque e
insuficiência respiratória aguda.

2) alérgicas
- locais
dor, calor, rubor, edema e perda de função
- sistêmicas
reações anafiláticas severas

- pode ocorrer hemólise, levando a quadros de anemia e icterícia, observando-se mioglobinúria


oligúria e insuficiência renal aguda.
- utros sintomas incluem sudorese, taquicardia, hipertermia, convulsões e arritmias
- pode-se observar necrose hepática, plaquetopenia, lesões de miocárdio e coagulopatias
- óbito decorrente de insuficiência renal, respiratória ou por choque anafilátic (caso aja um ataque
coletivo, enxame)

tratamento
- retirada do ferrão sem compressão da glândula de veneno
- reações locais – compressas frias e analgésicos
- reações locais extensas – anti-inflamatórios não hormonais e anti- histamínicos
- deve-se observar cuidadosamente reações na cabeça
- edemas que atinjam mais de duas articulações sugere-se o uso de corticóides

tratamento sistêmico
* reações tóxicas sistêmicas
- hidratação
- manitol e bicarbonato
- proteção renal
- anti-histamínico
- corticosteroides
* reações alérgicas sistêmicas
- adrenalina SC, corticosteroides, anti-histamínicos e tratamento suporte
cardiorrespiratório.

profilaxia do acidente
- abelhas são atraídas por sons, odores e cores berrantes
- retirada de colmeias devem ser realizadas preferencialmente por profissional competente e ao final
da tarde, utilizando roupa protetora
- evitar atividades próximo à colmeias
- evitar o acesso dos animais domésticos à colmeias ou abelhas

ARACNÍDEOS
* características Gerais
- 4 pares de pernas
- cefalotórax e Abdome
- par de Quelíceras
- par de Pedipalpos

ESCORPIÕES
gênero tityus
- até 7cm de comprimento
- pouco agressivos
- apenas atacam para caçar ou se defender
- hábitos noturnos
- maior atividade no verão e em épocas chuvosas
- entulhos, pedras, troncos, frestas, esgotos ou onde se encontra muitos insetos

toxinas
- composto complexo de proteínas de pequeno peso molecular, aminoácidos livres e sais
- a Tityustoxina é composta por proteínas com atividade hialuronidásicas, que agem nos canais de
sódio, causando despolarização dos neurônios
- quadro clínico variável em sintomas e intensidade
- pode gerar choque, paralisia
- depende da predominância dos efeitos colinérgicos e adrenérgicos
- velocidade do diagnóstico determina o prognóstico

sintomatologia
- acidentes separados em leve, moderado ou graves
- leves – Dor local de moderada a intensa com irradiação e parestesia
- moderados – Exacerbação do quadro local, náuseas, vômito, dor abdominal, sialorreia, ansiedade,
sonolência, taquicardia, picos hipertensivos e taquipnéia
- gaves: agitação psicomotora, hipotermia, convulsões, arritmias cardíacas (bradicardia, taquicardia,
extra-sístole e bloqueio átrio ventricular), edema agudo de pulmão (causa cardíaca), insuficiência
cardíaca congestiva, choque, coma e óbito devido à Síndrome da Angustia Respiratória Aguda
(SARA)

tratamento
- ausência do soro antiescorpiônico na medicina veterinária (tratamento suporte)
- casos leves
analgésicos e anestésicos locais
observação
- casos Moderados
analgésicos
moduladores de pressão arterial (inibidores da enzima conversora de angiotensina - ECA)
reposição eletrolítica
oxigenação e ventilação mecânica caso necessário

profilaxia
Informação à população
 Uso de EPIs
 Controle ambiental (ixo, entulho e madeira)
 Controle dos insetos predados
 Controle da população de escorpiões
com o uso de produtos específicos
 Evitar acesso dos animais
 Controle Biológico
Informação à população
 Uso de EPIs
 Controle ambiental
 Lixo, entulho e madeira
 Controle dos insetos predados
 Controle da população de escorpiões
com o uso de produtos específicos
 Evitar acesso dos animais
 Controle Biológico

ARANHAS
Gravidade do acidente varia com o local do acidente,
sensibilidade individual, entre outros
 Aranhas de importância Médico Veterinária no Brasil
 Loxosceles – Aranha Marrom
 Phoneutria – Aranha Armadeira
 Latrodectus – Viuva- Negra

LOXOSCELES
- coloração marrom amarronzada, sem manchas, abdômen em forma de azeitona
- entre 3 e 4 cm
- teias irregulares em tijolos, telhas, cantos de parede, cascas de árvore, folhas secas, palmeiras e
residências
- comumente encontradas nas regiões Sul e Sudeste
- peçonha de alta toxicidade, provocando acidentes graves
- relativamente mansas, acidentes são causados pela curiosidade do animal ou por compressão
(interior de roupas e calçados)

composição e ação da toxina


- o acidente é considerado loxoscelismo
. possui ação proteolítica, composto por proteína esfingomielinase D
- a esfingomielinase D também atua como fator quimiotático para neutrófilos, acarretando no
recrutamento de células inflamatórias para o local da lesão, promovendo agregação plaquetária,
coagulação intravasculardos capilares e necrose dérmica.
sintomatologia
- não ocorre dor local inicialmente
. dor inicia após 12h
. observa-se febre, edema local e mal estar

- duas formas de manifestações de sintomas


. forma cutânea – lesão inflamatória no local, evoluindo para necrose e ulceração
. forma cutânea-visceral – além das ulcerações, podem ser encontrados sintomas como anemia,
icterícia cutânea-mucosa e hemoglobinúria, podendo evoluir para a insuficiência renal aguda em
casos graves.

tratamento
- não disponivilidade do soro antiloxocélico na Medicina Veterinária
. antinflamatórios não esteroidais
. dipirona
. corticóides
- compressas frias no local da ferida
- antibióticos sistêmicos no caso de infecções secundárias
- hiperhidratação
. prevenir lesões renais
- transfusão
. devido à anemia severa

PHONEUTRIA
- coloração cinza ou castanho escura, corpo e patas com pelos curtos e vermelhos próximo a
quelíceras.
- 5 a 15cm
- não vivem em teias
- agressivas

toxina
- ação neurotóxica
. dor local, edema, eritema e parestesia

- efeitos agravados dependentes da dose


. cardiotóxico (arritmias)

sintomatologia
- leves
. locais com dor e edema leves
- moderadas
. dor intensa, náusea, êmese, taquicardia, sudorese, hipotensão e agitação.
- graves
. sintomas moderados com acréscimo de arritimias, insuficiência cardio respiratória, convulsão e
coma.

tratamento
- soro antiaracnídeo não disponível
- tratamento suporte
- controle da dor local com analgésicos e anestésicos
- observação por 24h
LATRODECTUS
- 1 a 2 cm de envergadura
- preta, tradicionalmente com ampulheta no abdômen
- não são agressivas
. acidentes são causados pela curiosidade do animal ou por compressão da aranha
- latrotoxina
. neurotoxicidade central e periférica

sintomatologia
- precoce
. até 30 minutos após o acidente
. dor intensa e irradiante, ardor, eritema e mialgia regional
- tardia
. 2 a 3 horas após o acidente
. náuseas, sede, febre, taquipneia, sialorreia, lacrimejamento, hiperreflexia osteotendinosa,
contratura dos músculos faciais, parestesias, opistótono, dor e câimbras com rigidez muscular
generalizada, constipação e retenção urinária, taquicardia, choque, hipertensão arterial, agitação,
inquietação, midríase e ansiedade.

Tratamento
- neostigmina (bloq os principais efeitos neutrotóxicos do veneno)
- gluconato de Ca (repolarização dos neurônios)
- analgésicos, ansiolíticos e miorrelaxantes

profilaxia dos acidentes causados por aranhas


- evitar acumulo de lixo doméstico, entulho ou material de construção
- manter quintais e jardins limpos
- manter a residência limpa
- tapar buracos, frestas de paredes, janelas, portas e rodapés

ZOOTOXINAS DOS VERTEBRADOS

ANFÍBIOS

gênero Bufo
- animais robustos que não permitem saltos longos
- cidentes ocorrem a noite com rápida evolução
- ingestão de sapos mortos ou desidratados também pode levar a intoxicação

bufotoxina
- secretada pela glândula parotídea ou mucosa
- pequenas quantidades podem causar sintomas
- complexa composição química
- aminas biogênicas e derivados esteroides que agem sobre o sistema nervoso central causando
alucinações
- sintomas ocorrem de imediato e podem ser locais ou sistêmicos
sintomatologia
- leve: irritação da mucosa e salivação
- grave: depressão, fraqueza, decúbito esternal, dor abdominal, andar em círculos, pupilas não
responsivas à luz, convulsões, anormalidades do ritmo cardíaco como fibrilação ventricular, edema
pulmonar, cianose e morte.

diagnóstico
- anamnese e exame clínico
- diagnóstico diferencial para outras intoxicações

tratamento
- lavagem da boca do animal para remoção do veneno
- controle da fibrilação cardíaca
- anticonvulsivantes
- lavagem estomacal e Carvão ativado

SERPENTES
* 4 gêneros principais
- bothrops
- crotalus
- lachesis
- micrurus

BOTHROPS
- jararacas, caiçacas, urutus e jararacuçus
- maior causador de acidentes no país
- família Viperidae
- final da cauda lisa podendo ser despigmentada
- comportamento agressivo

peçonha
- ação proteolítica
- diferença de suscetibilidade entre espécies
. ação proteolítica, anticoagulante, vasculotóxica e nefrotóxica

sintomatologia
- locais
. dor imediata, edema, calor e rubor
- sistêmicas
. aumento do tempo de coagulação, hemorragias, bolhas, equimose, necrose, oligúria, anúria,
hematúria, vômitos, hipotermia, sudorese, queda de pressão, choque e insuficiência renal aguda.

tratamento
- soroterapia: Soro antibotrópico
- monitoramento do tempo de coagulação
- fluidoterapia
- internação para monitoramento dos sinais vitais
- NÃO se recomenda o uso de torniquetes

CROTALUS
- cascavéis, maracambóia, maraca dentre outras
- responsável por cerca de 30% dos acidentes do país
- encontrada em campos abertos, áreas secas, pedregosas, arenosas, encostas de morros e cerrados
- raramente encontradas em regiões litorâneas
- família Viperidae
- apresentam guizo no final da cauda
- agressivas quando ameaçadas

peçonha
- peçonha complexa (1mg/kg pode ser fatal)
- ação neurotóxica periférica na placa motora (bloqueia), miotóxica sistêmica, anticuagulante,
hemolítica e nefrotóxica.

sintomatologia
- locais
. puntiforme dupla ou arranhão com pouca ou nenhuma dor no local e de difícil visualização.
- sistêmicas
. transtorno de locomoção, fasciculações musculares, flacidez da musculatura facial, ptose
palpebral, sialorreia, midríase, insuficiência respiratória aguda, mialgia, mioglobinúria, oligéria,
anúria e insuficiência renal aguda.

tratamento
- através da soroterapia específica: Soro Anticrotálico
- observar coloração da urina
- fluidoterapia com solução fisiológica (local)
- internação necessária para monitoramento dos sinais vitais e evolução do tratamento

LACHESIS
- apenas uma espécie no Brasil
. lachesis muta: Surucucu pico-de-jaca
- bacia amazônica e regiões de mata atlântica
- animal de porte grande, as fêmeas podem alcançar até 4 metros de comprimento
- difícil reprodução em cativeiro
- família Viperidae
- escamas eriçadas no final da cauda e um espinho característico na ponta
- agressiva quando ameaçada

peçonha
- veneno de ação semelhante ao botrópico porém acrescido de efeito parassimpático
- capaz de inocular altas quantidades de veneno

sintomatologia
- locais
. dor, edema, rubor, calor equimose e bolhas
- sistêmicas
. alterações no tempo de coagulação, hematúria, náuseas, vômitos, cólicas intestinais, diarréia,
hipotensão arterial e bradicardia.

tratamento
- diagnóstico diferencial para Bothrops
- soroterapia: Soro antilaquético
- observação no tempo de coagulação sanguínea
- atropina em quadros de sintomatologia parassimpática severa
- internação necessária para monitoramento dos sinais vitais e evolução do tratamento
- NÃO recomendado o uso de torniquetes

MICRURUS
- são chamadas corais verdadeiras
- amplamente distribuídas no território nacional
- 22 espécies catalogadas
- correspondem a apenas 0,4% dos acidentes
- pertencem a família Elapidae
- dentição proteróglifa
- ausência de fosseta loreal
- corpo recoberto de anéis de diversas colorações, que podem ser pretos, vermelhos, brancos ou
amarelos.
- não é agressiva

peçonha
- ação neurotóxica pré e pós sináptica
- neurotoxinas de baixo peso molecular com rápida disseminação

sintomatologia
- locais
. ausência de dor ou edema no local da picada
- sistêmicas
. paralisisa muscular flácida potente, ptose palpebral biilatera, sialorreia, fácies miastênica,
respiração dificultada, dificuldade de deglutição e insuficiência respiratória aguda.

tratamento
- diagnóstico diferencial e rápido
- soroterapia: Soro Antielapídico
. dificuldade de obtenção do soro
- tratamento de suporte
- utilização de medicamentos anticolinesterásicos e sulfato de atropina

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