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RESGATE EM AMBIENTE DE SELVA

SISTEMA RESGATE R.A.S CURSOS E TREINAMENTOS

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Introdução

RESGATE R.A.S. CURSOS E TREINAMENTO é uma empresa que atua sistema de


gestão a valorização de vida humana. Atendendo ao programa de conscientização aos
leigos, e aperfeiçoamento profissional da área de saúde em prevenção e procedimentos
evitando impacto destrutivo de uma emergência ou desastre.
Nossa filosofia é segurança, assim formando multiplicadores desde 2007 em todo Brasil
Essa apostila tem objetivo, facilitar aos formandos, entendimento nas disciplinas do curso
Resgate em Ambiente de Selva (1º Módulo do Sistema Resgate R.A.S.). Trabalho
preparado através de estudos e pesquisas seguindo protocolo PHTLS 9 edição 2018.

Agradecimento

Primeiramente agradecemos a Deus, porque do céu é que vem a proteção. Aos nossos
familiares, pilares base da nossa formação. Aos coordenadores pelos ensinamentos,
experiências e pela confiança que nos foi dada e a todos os resgatistas formados nas
edições do curso de Resgate de Ambiente em Selva RAS.
Autores:
Alan Adriano Jesus dos Santos
André Luiz Silva de Almeida
Beatriz Pinto da Silva
Douglas Sabino da Silva
Fábio Monteiro Cardozo
Izadora Cristina Costa da Silva
Jose Leoncio Drumond Souza
Luciano Gregório Rodrigues
Maycom Oliveira da Silva
Ricardo Gomes Pinto
Boa leitura e bons estudos.

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Sumário
Capítulo 1 – APH
1.1 Avaliação da cena
1.2 XABCDE.
1.3 Hemorragias
1.4 Fraturas
1.5 Queimaduras
1.6 OVACE
1.7 Parada Cardiorrespiratória
1.8 Posição de segurança

Capítulo 2 – Extricação
2.1 Transporte de Emergência.
2.2 Técnicas de Transporte

Capítulo 3 – Ofidismo
3.1 Animais Peçonhentos
3.2 Serpentes
3.3 Tipos de Acidentes Ofídicos
3.4 Soros Antiofídico
3.5 Aracnídeos
3.6 Outros insetos
3.7 Em caso de acidentes

Capítulo 4 - Orientação
4.1 Direções e sistemas de posicionamento
4.2 Métodos e aparelhos de navegação.
4.3 Bússola

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Capítulo 1 – APH
As emergências traumáticas são os danos causados ao paciente por conta de traumas, ou seja, fatores
externos. Os traumas são lesões provocadas no corpo exposto a energias que não são suportadas pela
nossa fisiologia. Hemorragias por conta dos mais diversos tipos de traumas são a principal causa de morte
nesse tipo de atendimento. Este fato influenciou a principal mudança no mnemônico ABCDE para
XABCDE na última atualização do PHTLS 2018.
O APH, resumidamente, consiste em:
 Dimensionar a cena;
 Iniciar tratamento precoce;
 Prevenir complicações, e;
 Transportar a vítima para o hospital com segurança.

1.1 Segurança do socorrista e equipe

A avaliação da cena deve ser a prioridade do socorrista ao chegar ao local do agravo, assim, a equipe terá
a possibilidade de analisar possíveis situações que encontrarão, sistematizar previamente opções de
atendimento e principalmente avaliar se o local está seguro para ele e sua equipe.
OBSERVAÇÃO: Sempre use equipamento de proteção individual (EPI) para atender uma emergência
(óculos de proteção, máscara e luvas de procedimentos)!

Avaliação da cena:
⮚ Observar a natureza do evento (cinemática do trauma);
⮚ Realizar o pedido de socorro; Bombeiro 193, SAMU 192;
⮚ Segurança da cena: Isolar e sinalizar o local do sinistro, além de medidas específicas de acordo
com a cinemática do trauma. Ex.: Vítima de choque elétrico, verificar a proximidade da fonte
causadora e a possibilidade de desligamento antes de adentrar na cena;
⮚ Identificar o tempo de ocorrência;
⮚ Verificar a necessidade de recursos de apoio e operacional (logística)

OBS.1: Ao acessar a vítima, sempre que possível, fazê-lo no sentido pé cabeça ou sempre dentro
do campo visual do vitimado, evitando que ele mova a cervical procurando o socorrista.
OBS.2: Após abordar a vítima, assim que possível, realizar novo pedido de socorro com
informações mais precisas.

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Obs.: A imagem a cima é referente a realidade do estado do Rio de Janeiro, podendo variar de
acordo com cada estado e município.

1.2 Ao chegar à vítima, checar o XABCDE


O mnemônico XABCDE é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os passos que
devem ser seguidos em pacientes politraumatizados.

X – HEMORRAGIA EXSAGUINANTE (Tratar as hemorragias externas)


Caso haja perda de sangue significativa que essa deve ser a prioridade, afim de evitar o choque
hipovolêmico.

A – ABERTURA DE VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA CERVICAL


Realizar a abertura de vias aéreas através da elevação do queixo (chin lift) quando a cinemática do trauma
não sugerir lesão na cervical, quando isso ocorrer, deverá ser realizada a técnica de projeção anterior da
mandíbula (manobra de Jaw Thrust) visto que esta manobra não mobiliza a coluna cervical.

B – BOA VENTILAÇÃO & OXIGENAÇÃO


Verificar se o paciente está com a respiração eficaz, sem ruídos nem objetos obstruindo as vias aéreas.
Recomendamos utilizar o método V.O.S (Ver, Ouvir e Sentir).

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C – CIRCULAÇÃO
Verificar possíveis hemorragias internas, analisando os principais pontos (pelve, abdômen e membros
inferiores), reavaliar se as hemorragias inicialmente contidas ainda estão eficazes.

D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
Analisar o nível de consciência do indivíduo. Uma ferramenta útil é a escala de coma de Glasgow.

E – EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA
Expor o paciente para análise minuciosa de lesões e controle de hipotermia agasalhando a vítima o
máximo possível com roupas, saco de dormir, cobertores ou manta térmicas de alumínio.
Conter a hipotermia é fundamental para evitar o estado de choque e uma possível parada
cardiorrespiratória.

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1.3 Hemorragias

Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue, a gravidade é


medida pela quantidade e velocidade de sangue extravasado, essa perda de sangue pode levar a vítima ao
estado de choque e à morte.
A hemorragia é classificada como interna e externa, assim como de acordo com o vaso rompido
(capilar, venosa e arterial).

Hemorragia capilar
Atendimento:
⮚ Limpe o ferimento com soro fisiológico ou água e sabão.
⮚ Proteja o ferimento com gaze, atadura ou algo limpo para evitar contaminação.

Hemorragia Venosa ou Arterial


Atendimento:
⮚ Analise a cena, se estiver segura, proceda com agilidade e precisão;
⮚ Compressão direta - Comprima o local do sangramento com gaze, bandagem ou atadura até que
o sangue pare de fluir.
⮚ Proteja o ferimento com gaze, atadura ou algo limpo para evitar contaminação.
⮚ Torniquete – esta ferramenta deve ser usada como último recurso, caso a compressão direta não
obtenha efeito.
⮚ Previna o estado de choque.
⮚ Transporte a vítima para o hospital.

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Hemorragia interna
Sinais e sintomas:
⮚ Perda de sangue pela boca, reto, vagina ou urina;
⮚ Pulso fraco;
⮚ Náuseas e vômitos;
⮚ Equimose (hematoma maior que 1 cm)
⮚ Pele fria e pegajosa
⮚ Distensão abdominal
⮚ Abdômen ou tórax dolorido.
Atendimento:
⮚ Analise a cena, se estiver segura, proceda com agilidade e precisão;
⮚ Acalme a vítima;
⮚ Aplicação de compressa gelada de forma indireta;
⮚ Transporte rapidamente para o serviço especializado.

Torniquete com meios de fortuna Torniquete Tático Bandagem Israelense

AMPUTAÇÃO
Em caso de membros amputados, aplicar o torniquete a cima do ferimento e remover a vítima o
mais rápido possível para o hospital especializado. Se possível, leve o membro amputado em um
recipiente com gelo.

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FERIMENTO TRANSFIXANTE
Se a vítima apresenta objeto transfixado, não tentar remove-lo. Trate a hemorragia e imobilize o
objeto para que não haja trepidação. Conduza a vítima para o hospital especializado.

1.4 Fraturas
Uma fratura é uma situação em que há perda da continuidade óssea, geralmente com separação de um
osso em dois ou mais fragmentos. As fraturas podem ser classificadas (principalmente) como ABERTA
(exposta) ou FECHADA.

Fechada:
A fratura fechada é aquela em que o osso quebrou, mas a pele está fechada, não permitindo
visualização do osso.
Aberta:
Na fratura exposta o osso está à mostra.

Atendimento:
⮚ Analise a cena, se estiver segura, proceda com agilidade e precisão;
⮚ Apalpe a vítima para identificar a lesão (sinais como dor, instabilidade e crepitação, são indícios
de fratura)
⮚ Imobilize a área traumatizada usando ligaduras e ataduras (na fratura exposta, não pressionar no
local);
⮚ Chame o serviço médico de emergência ou transporte a vítima para o hospital.
No caso de suspeita de trauma na cabeça, pescoço ou coluna:
⮚ Imobilize pescoço e cabeça;
⮚ Pare todo o movimento;
⮚ Mantenha vias aéreas abertas;
⮚ Chame o serviço médico de emergência ou transporte com o máximo de cuidado para o hospital.

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Trauma cranioencefálico TCE

Ocorre quando uma força externa causa um ferimento traumático no cérebro.

⮚ Chame a equipe de emergência


⮚ Observe se a pessoa está consciente
⮚ Mantenha a vítima imobilizada, evitando mexer no pescoço, pois podem existir danos na
coluna;
⮚ Pare hemorragias, caso existam, aplicando ligeira pressão sobre o local, com um pano, gaze
ou compressa limpa.

Lembre-se: no caso de suspeita de TCE ou na coluna, a extricação deve, na medida do possível, ser
padrão.

1.5 Queimaduras
São danos a pele ou tecidos mais profundos causados por sol, fogo, líquidos quentes, eletricidade ou
produtos químicos. O nível de gravidade, da maioria das lesões, se baseia no tamanho e na profundidade
da queimadura.

1° Grau
Queimaduras nas camadas mais superficiais da pele (epiderme)
Sintoma:
⮚ Vermelhidão.
⮚ Dor leve e moderada.
⮚ Palidez na pele quando se toca.

2° Grau
As queimaduras de 2° grau são atualmente, divididas em superficial
(epiderme e parte da derme) e profunda (epiderme e toda a derme).
Sintomas:
⮚ Vermelhidão,
⮚ Intensa dor (na superficial).
⮚ Palidez na pele quando se toca.
⮚ Aparecimento de bolhas e
⮚ Aparência úmida.

3° Grau
São queimaduras mais profundas que acometem toda a derme e atingem tecidos subcutâneos. Destroem
totalmente os nervos.
Sintomas:

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⮚ Região geralmente ressecada.
⮚ Formação de crosta e
⮚ Ausência de dor.

Classificação de gravidade
Queimadura leve:
⮚ Menos de 10% da superfície com queimadura de 2°grau em adultos, menos de 5% em crianças
ou idosos;
⮚ Menos de 2% de queimadura de 3° grau.

Queimadura moderada:
⮚ 10 a 20% da superfície afetada por queimadura de 2° grau em adultos, 5 a 10% em crianças ou
idosos;
⮚ 2 a 5% do corpo afetado por queimadura de 3°;
⮚ Suspeita de queimaduras do trato respiratório por inalação de ar quente.

Queimaduras graves:
⮚ Mais de 20% da superfície corporal com queimadura, grau 2 em adultos, ou mais 10% em
crianças, ou idosos;
⮚ Mais de 5% de superfície corporal afetada por queimadura, grau 3;
⮚ Queimaduras elétricas por alta voltagem;
⮚ Queimadura comprovada do trato respiratório por inalação de ar quente e
⮚ Queimaduras significativas na face, olhos, orelha, genitália ou articulações.
⮚ Queimaduras de 1° grau em pés, mãos, faces, genital e região perianal.

Tratamento de queimaduras:
⮚ Verifique se a área está segura;
⮚ Retire acessórios (anéis, relógios...)
⮚ Remova imediatamente a pessoa da fonte da queimadura.
⮚ Resfrie a região com água limpa e corrente por 10 minutos;
⮚ Limpe a região com sabão neutro;
⮚ Envolva a área afetada com pano limpo e úmido;
⮚ Evite o estado de choque e hipotermia e
⮚ Quando for queimaduras graves, conduza a vítima imediatamente ao centro especializado.

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1.6 Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (O.V.A.C.E.)

Obstrução de vias aéreas


A obstrução de vias aéreas pode ser classificada em leve (parcial) ou grave (completa), a
obstrução grave se não for tratada imediatamente pode levar o paciente a morte por falência respiratória e
posteriormente parada cardiorrespiratória.
Sinais de obstrução grave:
⮚ Sinal universal do asfixiado (a vítima leva as mãos ao pescoço)
⮚ Aumento da dificuldade para respirar
⮚ Sinal universal da asfixia;
⮚ Tosse silenciosa;
⮚ Cianose ou incapacidade para falar ou, respirar.

Na obstrução leve as vias aéreas encontram se parcialmente obstruídas, o paciente consegue tossir e
emitir sons. Neste caso, basta estimular tosse, pois este estímulo pode fazer com que o objeto seja
expelido da via aérea.
Na obstrução grave as vias aéreas encontram – se totalmente obstruídas. Quando o paciente sinaliza
que está asfixiado é necessário a ajuda do socorrista realizando a compressão abdominal. Esta manobra é
chamada de manobra de Heimlich.

Manobra de Heimlich
⮚ Posicionar-se por detrás da vítima, envolvendo-a com os braços, fechar uma das mãos, com o
punho serrado e o polegar por cima, e posicioná-la em cima do músculo diafragma, localizado a baixo do
osso esterno. (Figura 1 e 2)
⮚ Colocar a outra mão sobre o punho fechado, agarrando-a firmemente; (Figura 3 e 4)
⮚ Puxar com força ambas as mãos para dentro e para cima em formato de J. (Figura 5). Caso essa
região seja de difícil acesso, como pode acontecer em obesos ou gestantes nas últimas semanas, uma
opção é localizar as mãos sobre o tórax;
⮚ Se a vítima for ao chão, faça o movimento com ela deitada; (Figura 6)
⮚ Repetir a manobra por até 5 vezes seguidas, observando se o objeto foi expelido e se a vítima
respira.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC1 Figura 2

Figura 3 Figura 4

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Pacientes inconscientes
Com o paciente se tornando inconsciente após ter sofrido uma obstrução de vias aéreas por corpo
estranho, as compressões abdominais devem ser encerradas, o paciente deve ser colocado em superfície
rígida e iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar.
Bebê consciente
⮚ Colocar o bebe de bruços sobre antebraço do socorrista que o apoia sobre coxa e mantê-lo
inclinado com a cabeça mais baixa e a boca aberta, desferir golpes entre as escapulas (cinco golpes
utilizando a região hipotênar). (Figura 1)
⮚ Após 5 golpes nas cotas, apoiá-lo com a mão livre no dorso para girar o bebê aplicam-se cinco
compressões torácicas no mesmo local das compressões torácicas externas. (Figura 2)
⮚ Se o bebê perder a consciência, o socorrista solicita, imediatamente o suporte avançado de vida e
inicia a manobras de RCP.

Figura 5 Figura 6

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Figura 1 Figura 2

1.7 Parada Cardiorrespiratória


Parada cardiorrespiratória (PCR) é a abrupta e inesperada interrupção da circulação sanguínea,
consequente da parada dos batimentos cardíacos que são responsáveis pela manutenção do débito
cardíaco. Após a ocorrência deste fenômeno, o indivíduo perde a consciência dentro de 10 a 15 segundos,
em decorrência da ausência de circulação sanguínea no cérebro.

Sequência da RCP
Em uma situação de PCR, os Passos do atendimento em SBV são representados pelo “CABD” primário,
onde:
C – Compressões Torácicas
⮚ Promover compressões no tórax do paciente. Após posicionar o paciente em decúbito dorsal
sobre uma superfície rígida (por exemplo chão).
⮚ Remover as roupas que estiverem cobrindo seu tórax.
⮚ Em adultos: Colocar a região hipotênar da mão dominante no centro do tórax e a outra mão por
cima entrelaçando os dedos;
⮚ Em crianças: Posicionar apenas a mão dominante;
⮚ Em bebês: Apenas dois dedos;
⮚ O local correto da compressão é dois dedos a cima do processo xifoide (extremidade inferior do
externo), também pode-se utilizar uma linha imaginária entre os mamilos;
⮚ Aplicar movimentos de compressão, comprimir forte e rápido a uma frequência de 100
a120/min.
⮚ 2 socorristas realizar a RCP na sequência de 30 compressões e 2 ventilações, iniciando sempre
pelas compressões.
A – Abertura de vias aéreas:

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⮚ Realizando inclinação da cabeça para vítimas clinicas;
⮚ Realizando elevação da mandíbula na suspeita de trauma.

B – Boa ventilação
⮚ Realizar 2 ventilações rápidas de 1 segundo.
⮚ Dispositivos de barreira como pocket mask ou bolsa valva- mascara.
⮚ Uma fonte de Oxigênio (10 a 15 litros).
⮚ Usando técnica C+E no posicionamento dos dedos e promover a ventilação sob pressão.

D – Desfibrilação
⮚ Preparar o DEA para uso
⮚ Observando se os eletrodos estão de acordo com tamanho adequando (adulto ou pediátrico).
⮚ Aguarda a análise do ritmo: se choque indicado
⮚ Reiniciar RCP, numa sequência de 30 compressões e 2 ventilações
⮚ A cada 2 minutos checar o pulso carotídeo em menos de 10 segundos.

Protocolo de Suporte Básico de vida (SBV) segundo a American Health Association (AHA).
RCP
Adulto – 30:2 ou apenas compressão (quando sozinho).
Criança – 15:2
Ritmo - As compreensões devem ser feitas em uma frequência de 100 a 120 por minuto.

Profundidade - Em um adulto médio, a compressão deve ser em torno de 5cm, evitando ultrapassar 6cm.

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Retorno do tórax - para permitir o retorno total da caixa torácica após cada compressão, o socorrista não
deve apoiar-se no tórax da vítima.

Postura - Para retardar a exaustão do socorrista, mantenha a coluna ereta, ombros a cima das mãos e olhar
no horizonte.

A RCP só deve ser interrompida com a chegada da equipe média ou a exaustão do socorrista.

Posicionamento durante RCP

1.8 Posição lateral de segurança (PLS)


PLS é a técnica utilizada em várias situações de emergência, nas quais a vítima esteja
inconsciente, mas ainda respira e tem pulsação regular, e visa obter um posicionamento ideal para que o
indivíduo não sofra agravamentos do quadro em decorrência de movimentos bruscos, manter o rosto
lateralizado e inclinado para que não engasgue.

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1.9 Afogamentos
Casos de afogamentos são muito comuns em praias e piscinas, porém ocorrem com frequência
em ambiente de selva, por isso a importância de estar contido neste documento.
Segue a baixo a CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA para afogamento da Sociedade Brasileira de
Salvamento Aquáticos:

⮚ Prevenir
⮚ Reconhecer o afogado
⮚ Fornecer flutuação
⮚ Remover da Água (se for seguro pra você)
⮚ Fornecer suporte básico de vida (SBV).

SBV:
⮚ Colocar a vítima na superfície sólida,
⮚ Checar responsividade, se houver, coloque em PLS,
⮚ Abrir vias aéreas,
⮚ Checar se existe respiração, VER, OUVIR e SENTIR. Caso não haja,
⮚ Iniciar respiração de resgate (5 ventilações)
⮚ Checar sinais de circulação, se houver pulso, mantenha a respiração 10 a 12 por minuto.
⮚ Se não houver pulso, iniciar RCP. Nos casos de PCR por afogamento, o protocolo preconiza 30
compressões para 2 ventilações com 1 socorrista e 15 para 2 quando houver 2 socorristas.

OBS.: não tentar manobras para expulsar a água.

Referência Bibliográfica:
PHTLS Atendimento Pré-hospitalizado ao Traumatizado. 8ª ed. Jones & Bartlett Learning, 2017.

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2015: Atualizações
das diretrizes para RCP e ACE. DALLAS Texas, 2015.

ACLS – Advanced Cardiac Life Support. Guidelines 2015 – 2020.


SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e
Cuidados e Cuidados de Emergência – 2019.
SZPILMAN, D. – Diretrizes de Ressuscitação da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, 2017.

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Capítulo 2 – Extricação

A extricação corresponde a um conjunto de procedimentos com o objetivo de retirar o acidentado


de um local de onde ele não pode ou não deve sair sozinho. Esse procedimento deve ser realizado por
profissionais treinados, pois o indivíduo que necessite deste procedimento corre o risco de desenvolver o
segundo trauma e, portanto, antes que se movimente precisa receber o exame primário.
Os pacientes que geralmente precisam deste tipo de procedimento encontram-se barrados por
obstáculos físicos, inconscientes, ou podem sofrer novas lesões se utilizarem a própria musculatura.

Extricação rápida: indicada em casos de vítimas instáveis ou sob presença de risco iminente no local do
acidente, utilizando pouco ou nenhum equipamento.

Extricação Padrão: serve para cenas seguras e vítimas estáveis, empregando equipamentos de
imobilização. Deve ser a técnica preferida pela sua segurança quando as condições da vítima e do local do
acidente permitirem. A extricação padrão é indicada quando há tempo para realizar o exame primário no
acidentado, ou seja, avaliar suas condições físicas, bem como tempo para utilização de equipamentos de
imobilização. Nestes casos, é possível avaliar as condições da vítima, para determinar, por exemplo, a
utilização do colar cervical.

Transporte de Emergência
O transporte de emergência é utilizado quando há necessidade de retirar o acidentado do local do
acidente com rapidez. Este tipo de resgate é empregado em casos de vazamento de gás tóxico, incêndio,
desabamento, entre outros.
Em ambientes de trabalho este tipo de transporte é comum e é o conhecimento básico para
qualquer funcionário, pois a movimentação de indivíduos acidentados estáveis e que não corram perigo
não é recomendada e não deve ser realizada a não ser por equipe especializada.
Existem vários tipos de transportes que podem ser utilizados. A escolha dependerá das condições
do local, número de pessoas socorrendo o acidentado, peso do acidentado e equipamentos de resgate
disponíveis. Nesse tipo de resgate, dependendo da situação, o segundo trauma é iminente, pois, para
garantir a sobrevivência do indivíduo, existe a necessidade de movimentação da coluna cervical.

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É importante frisar, que, o acidentado de fratura na coluna só pode ser transportado, sem
orientação médica ou de pessoal especializado, em casos de EXTREMA urgência ou iminência de perigo
para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro.

2.1 Técnicas de transporte de emergência


Antes de iniciar os procedimentos de transporte do acidentado, sempre que possível, alguns
cuidados devem ser tomados:
1. As Hemorragias devem ser controladas;
2. Devem ser tomadas medidas para prevenir o estado de choque;
3. As funções circulatória e respiratória devem estar normais, ou procedimentos
devem ser realizados para normalizá-las;
4. Lesões como fraturas devem ser imobilizadas para evitar danos maiores

Arrastamento pela roupa

A técnica de arrastamento pela roupa consiste em apoiar a vítima através de uma peça de roupa
que esta esteja usando, de preferência pela camisa, e arrastá-la no sentindo de sua cabeça. Esta técnica
pode ser realizada por uma única pessoa, e é preferível em casos onde o peso do acidentado não pode ser
suportado pelo socorrista.

Arrastamento com apoio

O arrastamento com apoio tem o mesmo princípio que a técnica anterior, com a diferença de que
nesta é preciso movimentar o acidentado para cima de um tecido grande o bastante para que caiba o corpo
do indivíduo. Geralmente são utilizados cobertor, lona ou lençol.
Esta técnica pode ser realizada por uma pessoa e consiste em rolar o indivíduo acidentado para
cima de um tecido resistente, segurar as pontas da extremidade onde se localiza a cabeça do acidentado,
suspendendo-a alguns centímetros do chão, e arrastar a vítima para um local seguro.

Arrastamento com apoio

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Apoio lateral simples

Este tipo de transporte é recomendado para indivíduos conscientes que possam andar, ou seja,
deve ser utilizado em pequenos acidentes, geralmente que resultem em lesão de uma das pernas ou que
deixem o acidentado com tonturas. A técnica pode ser realizada por um único indivíduo e consiste em
passar o braço do acidentado sobre os ombros, por trás da nuca, segurando-o firmemente; em seguida,
deve-se abraçar a cintura do acidentado com o braço livre garantindo maior apoio

Apoio lateral em vítima que consegue se movimentar.

Apoio para vítima sem possibilidade de andar.

Transporte tipo bombeiro

Este tipo de transporte baseia-se em técnicas utilizadas por bombeiros no resgate de vítimas. Na
literatura, não há total consonância nos procedimentos iniciais que devem ser tomados, mas a posição
final assumida para o transporte é sempre a mesma.

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Nas técnicas avaliadas podemos encontrar o acidentado tanto em decúbito dorsal como em
decúbito ventral. Os relatos e as descrições apontam a técnica realizada com o acidentado em decúbito
dorsal menos desgastante. Esta técnica consiste em colocar o acidentado em decúbito dorsal, flexionar
seus joelhos, acocorar-se pisando sobre seus pés e, segurando-o firmemente pelos punhos, puxá-lo em sua
direção, apoiando o corpo dele sobre seus ombros.

Passo 1 Passo 2

Passo 3 Passo 4

Passo 5 (posição final)

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Tipo Mochila

Vítima consciente que não pode andar

Transporte por Extremidades

Este tipo de transporte pode ser aplicado a vítimas conscientes ou não, sendo que as conscientes
se encontram incapazes de andar.
O procedimento corresponde a um indivíduo apoiando a vítima pelo tranco, com os braços sobre
as axilas; o segundo socorrista deve se posicionar de costas para o acidentado e guindar suas pernas.

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Transporte em cadeirinha
Este tipo de transporte é utilizado para indivíduos conscientes que não podem andar.

Passo 1 Passo 2

Passo 3 (posição final)

Transporte utilizando maca

Após a verificação dos sinais vitais, e comprovação de circulação e respiração estáveis, a vítima deve ser
transportada em decúbito dorsal

Técnica:
1. Antes de se realizar um levantamento deverá sempre ser aplicado o colar cervical;

2. O 1 º elemento manterá o alinhamento e a imobilização em posição neutra, segundo o eixo nariz -


umbigo - pés, e comandará os movimentos;

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3. O 2º e 3º elementos ajoelhados de um dos lados da vítima e o 4º e 5º elementos do outro lado, com o
mesmo joelho no chão, colocam corretamente os membros superiores e inferiores da vítima de forma a
permitir o levantamento;

4. O 6º elemento pegará no Plano Duro, que a seu tempo introduz debaixo da vítima;

5. Os elementos posicionados lateralmente à vítima, colocam as mãos sobre esta, para percepcionarem a
sua correta localização durante o levantamento, de forma a distribuir o peso da cintura escapular, do
tronco, do abdómen, da cintura pélvica e dos membros inferiores da vítima, a fim de que esta seja
mobilizada o menos possível (figura 5). O 1º elemento dará indicação 'Colocar mãos!';

6. Introduzirão as mãos debaixo da vítima, nas localizações definidas, sem perturbar o alinhamento, com
movimentos de deslizamento. O 1º elemento dará indicação 'Introduzir!';

7. Aplicando a força para cima e para a frente farão o levantamento em bloco, até à altura dos joelhos,
sempre seguindo indicação expressa do 1º elemento: 'À minha voz três, levantar! - Um … dois … três!';

8. O Plano Duro será introduzido por baixo da vítima, pelo lado dos pés, de forma que o topo do plano
fique a um nível superior ao da cabeça da vítima;

9. Farão em seguida, sob indicação do chefe de equipa, o abaixamento em bloco, de forma que a vítima
fique posicionada com a cabeça colocada no topo do plano e o corpo centrado: 'Baixar!';

10. As mãos deverão ser retiradas com os mesmos cuidados como quando foram introduzidas;

11. Logo que a vítima está corretamente posicionada sobre o plano duro, seguindo indicação do 1º
elemento, procede-se de seguida à sua imobilização no respectivo plano rígido.

Passo 1

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26
Passo 2

Passo 3

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27
Passo 4 (Posição Final)

2.1.1 Transporte sem utilização de maca

Passo 1 Passo 2

Passo 3 Passo 4

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28
Passo 5 (posição final)

2.1.2 Remoção de capacete

Objetivos:
Retirar o capacete minimizando o risco de causar lesões adicionais. Observar a calote craniana e a face;
despistar ou controlar hemorragias ou outras lesões e executar reanimação cardiorrespiratória

Indicações: Garantir o acesso à via aérea e estabilizar a coluna cervical corretamente.

Técnica: (Deve ser executada apenas por dois elementos com formação adequada)
1. O 1º elemento imobilizará o capacete e, se a cabeça da vítima estiver acessível, coloca as mãos
lateralmente impedindo os movimentos, mas possibilitando a abertura da viseira;
2. O 2º elemento, se for possível, abre a viseira (se estiver fechada), e procura objetos empalados ou que
façam obstrução mecânica da via aérea
3. Em seguida corta/abre o aperto do capacete (fita do queixo) e colocando-se na melhor posição,
lateralmente, e olhando para a face da vítima, aplica as mãos abertas em chave polegar indicador, uma
sob o maxilar inferior e a outra em posição oposta na região occipital, a fim de fazer a imobilização
possível da cabeça e da coluna cervical;
4. O 1º elemento, abre lateralmente o capacete retira-o, com muito cuidado, oscilando-o, com
movimentos firmes, mas suaves, no seu eixo anteroposterior. É fundamental o aviso da saída do capacete
pois o outro elemento deve estar preparado para o ressalto final e para suportar o peso da cabeça;
5. Este 1º elemento aplica lateralmente à cabeça da vítima as mãos abertas também em chave polegar
indicador, com os dedos polegares nas regiões malares e os indicadores na região occipital, ou em posição
inversa, ou intermédia conforme a posição da vítima, substituirá o 2º elemento na imobilização da coluna
cervical;
6. O seu posicionamento e a colocação das mãos, devem prever a aplicação de outras técnicas (ex.
rolamento), quando a vítima não se encontra em decúbito dorsal;
7. Quando a vítima é colocada em decúbito dorsal, deve proceder-se ao alinhamento em posição neutra,
tendo como pontos de referência o nariz, umbigo e pés. O 2º elemento procede então à aplicação do colar
cervical.

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29
Passos 1 Passo 2

Passo 3 Passo 4

Passo 5 (final da remoção)

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Capítulo 3 – Ofidismo

1.10 Animais Peçonhentos


Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm
condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é dada, naturalmente
por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, quelíceras, entre outros.

Estas substâncias além de serem excelente ferramenta de caça, auxiliam os animais


peçonhentos na digestão de seus alimentos.

Os animais que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de:

● Serpentes;
● Aracnídeos (Aranhas e escorpiões);
● Lepidópteros (Larvas de Mariposas);
● Himenópteros (Abelhas, marimbondos e vespas);

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1.11 Serpentes

As serpentes, também conhecidas como ofídios são répteis pertencentes à ordem


Squamata, que apresentam como principal característica a ausência de pernas. Seu corpo é de
formato cilíndrico e alongado, coberto por escamas, que funcionam como proteção mecânica e
evitam a desidratação do animal, alem de ser uma camuflagem magnifica. Através da língua, a
serpente capta partículas de odor no ar, e transmite as informações do ambiente a um receptor
sensorial chamado "órgão de Jacobson", localizado no céu da boca. Possuem a capacidade de abrir
a boca, atingindo até 180 °, conseguindo ingerir presas de grande porte (inteiras e sem necessidade
de mastigá-las). Alimentam-se, principalmente, de mamíferos, aves, peixes e até outros répteis,
esta alimentação pode variar ao longo de sua idade; Com relação ao habitat, são encontradas em
quase todas as regiões do mundo, exceto em locais de clima muito frio.
Enquanto algumas espécies de serpentes peçonhentas, isto é, possuem a capacidade de
produzir veneno, em glândulas localizadas na parte superior do maxilar, e através de seu aparelho
inoculador natural injetam esse veneno em suas presas e vítimas, outras serpentes, não
peçonhentas, podem matar por constrição e asfixia.

Dentição das serpentes

⮚ Áglifas: Possuem dentes maciços, fixos e sem aparelho inoculador de peçonha.


Atacam geralmente por constrição, sendo sua mordida capaz de provocar sérios
ferimentos.
Ex.: Jibóia, Sucuri.
⮚ Proteróglifas: Apresentam dois dentes inoculadores de peçonha na parte anterior do
maxilar superior, não retráteis. Ex.: Coral Verdadeira.

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⮚ Opistóglifa: Possuem dois dentes inoculadores de peçonha na parte posterior do maxilar
superior. Ex.: Falsas Corais.
⮚ Solenóglifas: Possuem dois dentes retráteis, inoculadores de peçonha, localizados na parte
anterior do maxilar superior. Ex.: Cascavel, Jararaca, Surucucu.

Fosseta Loreal – Órgão sensorial termorreceptor, localizado entre o olho e a narina


da serpente. Presente nas maioria das serpentes peçonhentas, sua função é detectar presas de
sangue quente, cuja temperatura é maior que a do ambiente. Sendo assim muito mais util, pois a
sua visão é muito precária.

Orgão de jacobson

1.12 Tipos de acidentes ofídicos

No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em saúde pública


pertencem às Famílias Viperidae e Elapidae.

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Acidentes
Crotálicos

Cascavel (Crotalus Dirissus Terrificus)

Espécie encontrada em diversas regiões do país, seu habitat natural são cerrados, campos,
montanhas rochosas e locais desérticos, possuem hábitos de vida noturnos e terrestres. Como
características, podem ser reconhecidas por apresentarem um chocalho na extremidade da cauda. O corpo
possui fundo castanho-claro e uma fileira de manchas dorsais losangulares marrons e marginadas de branco
ou amarelo. Responsáveis por cerca de 7,7 % dos acidentes ofídicos registrados no Brasil, podendo
representar até 30% dos acidentes em algumas regiões.

Sintomas: Mal-estar, sudorese, vômitos, sonolência ou inquietação, paralisia motora, principalmente do


diafragma, levando a insuficiência respiratória, podendo levar a vítima ao óbito.
Ação neurotóxica do veneno: Apresentam-se nas primeiras horas e são evidenciadas,
flacidez da musculatura da face, visão turva ou visão dupla, incapacidade de movimentação do
globo ocular, alteração do diâmetro pupilar, fraqueza tontura, dormência das extremidades
incluindo boca e língua, dores musculares generalizada, Ação miotóxica: Produz lesões de fibras
musculares esqueléticas (rabdomiólise), com liberação de enzimas e mioglobina para o sangue,
que são posteriormente excretadas pela urina, deixando a mesma amarronzada. As alterações
descritas são sintomas e sinais que regridem após 3 a 5 dias.
Tratamento: Soro anticrotálico (SAC).
Acidentes Botrópicos

Jararaca (Bothrops)

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Encontradas na Bahia, sul e sudeste do país, seu habitat natural são matas, lugares úmidos
como córregos, riachos, seus hábitos são terrestres, crepusculares e noturnos, principalmente em tempos
chuvosos. Possuem desenhos bem definidos em formatos de “V” invertidos escuros, na sua dorsal,
mesclando cores mais claras.

Sintomas: Dor, edema na região, podendo haver gengivorragia, ou sangramentos em ferimentos


preexistentes. Ação Proteolítica: Edema, bolhas e necrose, Possivelmente, decorrem das atividades da
liberação de mediadores da resposta inflamatória, da ação das hemorragias sobre o endotélio vascular e da
ação pró-coagulante do veneno.
Tratamento: Soro antibotrópico.

Acidentes Elapídicos

Coral (Elapidae)

A maior característica desta serpente é a sua coloração, cores vibrantes, no formato em


anéis pelo seu corpo, podendo ser de diferentes cores, com maior freqüência dos anéis vermelhos e pretos.
Seus hábitos são noturnos, vivem embaixo de folhas, galhos, pedras, buracos ou troncos em
decomposição.
A dúvida quanto à identificação dos indivíduos, porém, é um problema.
Isso porque a distinção entre a coral-verdadeira e a falsa-coral é quase impossível de ser feita
por leigos. A diferença está na arcada, na coral verdadeira as presas são proteróglifa, já as falsas
opistóglifa ou áglifa.
A coral falsa tira esta vantagem para confundem predadores.
Sintomas: Dormência, problemas respiratórios (sobre tudo no diafragma), caimento das
pálpebras (feições de embriagues), vômitos, fraqueza muscular.
Tratamento: Soro antielapídico

Acidentes Laquéticos

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Surucucu (Lachesis muta)

Também conhecida como surucucu pico-de-jaca, vive em florestas densas, este


nome refere-se a semelhança de suas escamas com a casca de uma jaca, apresenta tom amarelo-
alaranjado, com várias manchas escuras e de tamanhos irregulares. Importante característica
morfológica destas serpentes é que na cauda apresentam a última subfileira de escamas
modificadas que quando esfregada contra a folhagem, um pequeno osso produz um som. A
surucucu dá sinal de que está incomodada: de comportamento agressivo, não aprecia invasores
em seu território. Por possuir hábitos noturnos é nesta hora que sai para caçar.

Sintomas: Idênticos ao da jararaca, porém por ser de maior porte, inocula maior quantidade de
veneno, intensificando os sintomas.
Tratamento: Soro antilaquético.

1.13 Soros Antiofídico


O principal tratamento e mais eficaz contra acidentes com serpentes, é a aplicação do soro
antiofídico. O soro é elaborado através da própria peçonha do animal. Esta peçonha é injetada em pequenas
doses em cavalos, o sistema imunológico do equino produz os anticorpos contra o veneno, podendo assim
fabricar o soro. Quando algum paciente da entrada em um hospital vitima de um animal peçonhento, o
médico pode identificar a espécie através dos sintomas ou se for o caso, por uma foto do animal. Com estas
informações o médico ira administrar um soro MONOVALENTE, ou seja, um soro específico. Se existir
alguma dúvida ou incerteza nas informações a unidade médica ira administrar um soro BIVALENTE que
abrange antídoto de duas espécies.
OBS: Nunca tentar capturar o animal ou ate mesmo matar o animal, você pode se tornar mais uma
vítima!
OBS 2: Este medicamento só pode ser administrado em ambiente hospitalar e por pessoas que
detenham o conhecimento para tal. Pois a dose varia de caso para caso e o paciente pode ter complicações.
No Brasil são produzidos basicamente os seguintes soros antiofídicos:

⮚ Antibotrópico = contra acidentes de Jararacas


⮚ Anticrotálico = contra acidentes de Cascavel
⮚ Antilaquético = contra acidentes de Surucucu
⮚ Antielapídico = contra acidentes de Coral

⮚ Antibotrópico Laquéticos (BIVALENTE) = contra acidentes com jararacas e


surucucus
⮚ Soro Antitetânico = contra o tétano.

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Identificar o animal causador do acidente é imprescindível para a eficácia do tratamento, pois
possibilita sucesso do medicamento administrado ao paciente, livrando-o de um choque anafilático.

1.14 Aracnídeos

Aracnídeos: É um grupo de animais, invertebrados, representado pelas aranhas, escorpiões,


entre outros. São agrupados na classe Arachnida, por não apresentarem antenas e mandíbulas e possuírem
aparelho inoculador, chamado quelíceras, são conhecidos como quelicerados.

Aranha Marrom (Loxosceles)

Encontrada, com frequência, em ambientes domésticos, possui hábitos noturno, e


ápice no verão, durante o dia permanecem escondidas. Mede, em torno, de 3 a 4 cm, sendo um terço do
corpo, de coloração amarronzada.

Sintomas: No primeiro momento, não há dor, depois de 12h, inchaço acompanhado de


vermelhidão e edema, escurecimento da urina e fezes, necrose.
Tratamento: Soro Antiaracnídico.

Armadeira (Phoneutria)

São encontradas em partes do nordeste, sul e sudeste do país. Com corpo de 3,5cm a 5cm.
Coloração de cinza ao marrom e nas pernas pequena faixas esbranquiçadas. Vivem em lugares escuros, na
mata, em buracos, folhas.

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Sintomas: Dor intensa, ereções, ação neurotóxica e cardiotóxica, inchaço, vermelhidão e sudorese,
formigamento.
Tratamento: Soro Antiaracnídico.

Viúva Negra (Latrodectus)

Pode ser encontrada em regiões do norte e sudeste. Habitam em jardins, parques e


gramados. A fêmea apresenta 1cm de comprimento e 3 de envergadura, e o macho de a 3 a 6cm.

Sintomas: Dor local, mialgia, sensação de queimação, lesões puntiformes, edema, dor no tórax.
Tratamento: Soro Antilatrodécticos.

Aranha de Jardim (Lycosa erythrognatha)

Como seu nome já sugere, são encontradas em jardins e gramas. Mede 5cm, sua coloração
é marrom claro ou acinzentado, com desenho negro em seu abdômen.

Sintomas: Dor local, sensação de queimação, e reação alérgica.


Tratamento: Não necessita de soro, podendo resolver com analgésicos.

Caranguejeira ou Tarântulas
(Theraphosidae)

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Origem de nordeste e sudeste brasileiro. Apesar de ser uma espécie agressiva, seu veneno
não é mortal para os humanos, porém sua mordida é bastante dolorosa. Seu aspecto é de cor amarronzada,
pelos, e pernas alongadas podendo medir até 25 cm. Vivem em raízes de árvores e embaixo de pedras.
Sintomas: Dor local e urticária em contato com suas cerdas.
Tratamento: Não necessita de soro, podendo também resolver com analgésicos.

Escorpião Preto (Tityus Bahiensis)

São animais de corpo alongado que possuem quatro pares de patas, um par de pinças no
extremo anterior e apresentam um ferrão com glândulas de veneno na ponta da "cauda" articulada. Cor
escura, e existem mais de 2 mil espécies de escorpiões. A peçonha do desta espécie é menos agressiva que
a dor escorpião amarelo. Encontrados em entulhos, lixos e lugares úmidos, na região sudeste e centro-oeste
e Amazônia.

Sintomas: Vermelhidão, inchaço, dor local, enjoos e vômitos.


Tratamento: Soro Antiescorpiônico.

Escorpião Amarelo (Tityus Serrulatus)

Essa espécie de escorpião mede até 7 cm de comprimento, encontrados na região


sudeste, centro-oeste e nordeste do país.

Sintomas: Dor intensa no local afetado, vermelhidão e inchaço, em alguns casos podendo levar a
parada cardiorrespiratória.
Tratamento: Soro Antiescorpiônico.

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1.15 Outros insetos

Abelhas: São insetos voadores, conhecidos pelo seu importante papel na polinização. Pertencem
à ordem Hymenoptera, da superfamília Apoidea, subgrupo Anthophila, e são aparentados das vespas,
marimbondos e formigas.

As abelhas possuem um ferrão na parte posterior do corpo, onde está localizada a glândula
do veneno. Este ferrão se instala na pele da vítima, após a picada. Seu corpo, pequeno e duro, é coberto de
pelos e tem, como todo inseto, seis patas. As abelhas têm duas asas, cinco olhos e parte da boca que atuam
como uma longa língua. As fêmeas têm ferrão e podem picar, mas os machos, não.

Sintomas: Dor, edema e reação alérgica grave urticária, angioedema (inchaço dos lábios e olhos),
hipotensão, vômitos, rouquidão, dificuldade respiratória, desorientação e perda da consciência.
Tratamento: Retirar o ferrão de modo lateralizado, ou parelelo a região atingida, este método de
retirada faz com que o restante do veneno não termine sua ação dentro da pele, aplicar gelo no local,
procurar assistência médica.

Vespas e Marimbondos: Diferente das abelhas, ao ferroar, não perde seus sistemas digestivos, o
que lhes permite efetuar várias ferroadas.

Sintomas: Dor, edema, inchaço local.


Tratamento: Lave a pele com água e sabão e aplique compressas frias ou gelo local. Se a dor estiver
incomodando, um analgésico simples pode ser utilizado. Se houver intensa coceira, um anti-histamínico
ajuda a aliviá-la.

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Lagartas (Lepidópteros)

As larvas ou taturanas são formas jovens de um grupo de insetos chamado de Lepidóptera.


Medem de 6 a 7cm de comprimento. A larva é o estado que antecede o processo de metamorfose das
mariposas. Algumas espécies de lagartas possuem cerdas com aparência de espinhos ao redor de seu dorso,
contendo veneno. Na maioria dos casos, o contato com estas cerdas cauda dor intenso, vermelhidão e
queimaduras.

Lonomias
Têm o corpo revestido de espinhos ramificados (semelhante a um pinheiro) dispostos ao
longo do corpo. A cor geral é marrom-claro-esverdeada ou marrom amarelada, com três listras longitudinais
de cor castanho-escuros.
Há uma pequena mancha branca de contorno irregular no dorso do terceiro segmento torácico. São
larvas que vivem agrupadas, alimentando-se de folhas, durante a noite. Quando em bloco, imitam o tronco
da árvore parasitada, descendo em bloco para as partes mais baixas onde repousam durante o dia. Na época
da transformação da lagarta para pupa, elas procuram ficar próximo do solo e das folhas secas provocando
ai, o maior número de acidentes.

Sintomas: dor e queimação seguida de vermelhidão, inchaço, calor, mal estar, cefaléia, náuseas e
vômito. As manifestações hemorrágicas podem aparecer entre 8 a 72 horas após o contato, sendo as mais
comuns manchas escuras pelo corpo, sangramento pelo nariz, gengivas, urina e em ferimentos recentes. Os
casos mais graves podem evoluir para insuficiência renal aguda e morte.

Tratamento: lavagem da região com água fria, antissépticos, compressas frias, uso tópico de
corticóides e cremes anestésicos; se muita dor: analgésico via oral ou infiltração local com anestésico tipo
lidocaína a 2%, elevação do membro acometido, se reação alérgica importante, usar anti-histamínicos e
corticóides. Soro Antilonômico produzido pelo Instituto Butantan está em fase de ensaios clínicos e de
utilização restrita.

1.16 Em caso de acidentes

Em caso de acidente com animais peçonhentos e venenosos, recomendam-se as seguintes


medidas:

Não aplicar torniquete, pois o mesmo impede a circulação do sangue e pode provocar necrose
ou gangrena na região;

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Não colocar, na lesão, material estranho, como folhas ou pó de café, que podem causar infecção;
Não cortar a lesão, já que algumas peçonhas podem provocar hemorragia; além disso, objetos
cortantes não desinfetados favorecem a ocorrência de infecção e hemorragia;
Não dar à vítima bebidas alcoólicas, querosene ou outras substâncias, pois, além de inúteis,
podem causar intoxicação;

O que fazer?

⮚ Lavar o local, com água, se possível com sabão;


⮚ Repousar a vítima ajuda na diminuição na circulação do veneno;
⮚ Levantar o membro afetado;
⮚ Os profissionais da área médica podem administrar uma solução de soro parenteral,
ajudando a diluir o veneno no organismo.
⮚ Conduzir a vítima, o mais rápido possível, a um serviço de saúde, para tratamento
específico;
 Em todos os casos, chame o socorro.

Capítulo 4 – Orientação
1.1 Direções e sistemas de posicionamento
Na era dos descobrimentos ou Grandes Navegações, para facilitar o translado e
movimentação das embarcações pelo planeta, houve a invenção da bússola e a criação de pontos
apontando as direções, são eles: Pontos Cardeais, Pontos Colaterais e ainda os Pontos
Subcolaterais (os quais não trataremos nesta edição, apenas os dois primeiros).

Os pontos cardeais são os principais pontos de referência para localização sobre a superfície terrestre,
presentes na rosa dos ventos.

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Rosa dos ventos
 Norte, inicial N, também chamado "Setentrional ou Boreal".
 Sul, inicial S, também chamado "Meridional ou Austral".
 Leste ou Este, inicial L ou E, também chamado "Oriente, Nascente ou
Levante" por indicar o lado, e não o ponto, onde o Sol nasce.
 Oeste, inicial O ou W, também chamado "Ocidente ou Poente" por indicar o
lado onde o Sol se põe, e não seu ponto exato, o qual se altera durante as
diferentes épocas do ano.

Há também quatro pontos colaterais:


 Nordeste - NE,
 Sudeste - SE,
 Sudoeste - SO ou SW,
 Noroeste - NO ou NW.

As direções também podem ser dadas em graus, iniciando 0º no ponto Norte e


rotacionando em sentido horário, completando uma volta aos 360º no ponto Norte novamente,
como mostra na imagem abaixo:

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1.2 Métodos e aparelhos de navegação
Existem métodos para orientação sem o auxílio de equipamentos, conhecidos como
Métodos Expeditos, há métodos para uso diário e noturno.

OBS: Estes métodos não devem ser utilizados sozinhos de forma absoluta, sendo preferível o
uso do somatórios dos mesmos, no entanto, não havendo possibilidade de medir mais de um
parâmetro, deve-se ter ciência de que há possibilidade de alteração no resultado final.

1.2.1Relógio de ponteiro
Há possibilidade de usar o relógio para orientar-se: posicionando o 12 em direção ao sol, divida
o ângulo entre o ponteiro das horas e a posição de 12 horas para encontrar a direção Norte.

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1.2.2Córrego ou rio
Toda vez que se estiver em uma situação de sobrevivência e encontrar um rio, deve seguir em
direção ao seu desaguar pois é onde se encontra a civilização.

1.2.3Posicionamento Solar
A trajetória de deslocamento do sol inicia-se às 6:00am, aos 90º (Leste) e encerra-se às
18:00pm, no Oeste (270º).

Outra possibilidade utilizando o sol é fincar uma haste de madeira ao solo, realize uma
circunferência. Faça uma linha mediana a lesta da sombra pela manhã,caso seja a tarde fica a oeste,
próximo ao meio-dia não haverá sombra pois o sol estará em cima e levemente inclinada ao norte.

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1.2.4Umidade
Outra forma para somar na orientação é pela umidade. A umidade em plantas e pedras está
presente voltada para o lado Sul.

Neste exemplo, a umidade está onde há os musgos e fungos na casca da árvore. O lado
mais seco, onde há menos proliferação do musgo aponta para o Norte, o lado mais úmido fica
voltado para o lado Sul, este exemplo acontece aqui no Brasil.

1.2.5Cruzeiro do Sul
Para encontrar o Cruzeiro do Sul você pode recorrer a duas estrelas da constelação do
Centauro, muito brilhantes, conhecidas como guardiãs da cruz. Elas estão sempre próximas do
Cruzeiro do Sul, como se estivessem guardando a cruz e apontando sua direção: Alfa do
Centauro e Beta do Centauro.

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Depois que você tiver encontrado o Cruzeiro do Sul, basta prolongar o braço maior da
cruz quatro vezes e meia e traçar uma linha imaginária até o horizonte para encontrar o Sul.
Olhando de frente para o Sul, atrás de você estará o Norte, à direita o Oeste, e à esquerda o
Leste.

4.3 Bússola
É um instrumento de navegação e orientação baseado em propriedades magnéticas dos materiais
ferromagnéticos e do campo magnético terrestre.
Geralmente compostas por uma agulha magnetizada colocada num plano horizontal e suspensa pelo seu
centro de gravidade de forma que possa girar livremente, e que orienta-se sempre em direção próxima à
direção Norte-Sul geográfica de forma a ter a ponta destacada - geralmente em vermelho - indicando o
sentido que leva ao sul magnético da Terra, ou de forma equivalente, a um ponto próximo ao polo norte
geográfico da Terra.

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4.3.1Como orientar-se usando a Bússola
A agulha magnética (seta) sempre fica apontada para o Norte Geográfico da Terra, gire a
Bússola de forma que o limbo giratório fique com o ponto Norte na direção em que a agulha aponta.

Girar a bússola, plana na mão, paralela ao solo de forma que a parte vermelha da agulha coincida com o
Ponto Norte do limbo e com a Linha de Fé.

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Em caso de sobrevivência, estando perdido sem uma bússola pronta, há possibilidade de fazer
uma com uma agulha magnetizada (para isso, esfregar a metade da agulha na cabeça, fazendo atrito com
o couro cabeludo) em uma superfície flutuante em um recipiente com água parada e espaço para girar
livremente.

É importante sempre deixar sinalizado para qual direção irá seguir, pois em caso se perder ficará mais
fácil para o resgate lhe localizar.

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