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Plantas tóxicas na Medicina Veterinária  Arritmia cardíaca

 Hipotensão arterial
Intoxicação por plantas ornamentais  Fraqueza
O envenenamento causado por plantas  Tremores
tóxicas ornamentais é um problema sério em  Cegueira
Medicina Veterinária, afetando pequenos e  Convulsões
grandes animais, ocorrendo em todas as Todas as partes da planta são
épocas do ano e em toda a extensão do consideradas tóxicas
território nacional.
TULIPA – Tulipa sp.
Causas
 Curiosidade
 Tédio (animais confinados)
 Idade do animal (filhotes, dentição)
 Mudança de ambiente (novos animais)
 Indução de vômito

Sinais clínicos
Os sinais clínicos são inespecíficos e muito
comumente confundidos com doenças  Salivação
parasitárias e infecciosas.  Náuseas
 Sistema digestivo (náuseas, vômito,  Vômitos
constipação).  Dor abdominal
 Sistema renal (oligúria, polidpsia).  O contato com a pele causa severa
 Sistema respiratório (distúrbio reação alérgica.
respiratório). Parte venenosa: Bulbos.
 Hipertermia, secura da pele e
mucosas e etc... BELADONA – Amarilys sp.
Por isso é importante fornecer todas as
informações aos veterinários!

Primeiros socorros
Lavar a boca e os olhos.
Coletar a planta.
Encaminhar imediatamente ao médico
veterinário.
 Náuseas
AZALEA – Rhododendron sp.  Vômitos
 Salivação
 Diarreia
Parte venenosa: bulbo e nas sementes.

 Salivação intensa
 Vômitos
 Diarreia
 Perda de apetite
 Dor abdominal
NARCISO – Narcisus sp. MAMONA – Ricinus communis

Muito comumente encontrado em jardins


(branco/amarelo).
 Náuseas
 Sinais moderados e severos
 Queimação na garganta
gastrointestinais.
 Vômitos
 Tremores
 Diarreia e cólicas abdominais
 Convulsões
 Hipotermia
Sinais clínicos cardíacos e hipotermia foram
verificados em um felino que ingeriu hastes  Taquicardia
de Narciso secas.  Oligúria
Parte tóxica: geralmente toda a planta.  Sonolência, torpor e coma.
O fator alérgico da semente é considerado
BICO DE PAPAGAIO – Euphorbia um dos mais fortes, quando inalado provoca
pulcherrima. reações variadas, que podem ser coriza
alérgica, conjuntivite e asma brônquica.
Sementes maduras mastigadas mais
tóxicas que as verdes!
Parte tóxica: todas as partes da planta!!!

COMIGO NINGUEM PODE – Dieffenbachia


picta

 Salivação
 Irritação gastrointestinal
 Ocasionalmente causa diarreia
 Irritação da conjuntiva e ulceras de
córnea caso a seiva seja esfregada
nos olhos  Irritação de mucosa
Parte tóxica: todas as partes da planta.
 Edema de lábios língua, palato com
dor em queimação.
 Sialorréia.
 Cólicas abdominais
 Náuseas
 Vômito
 Irritação intensa nos olhos
 Fotofobia
 Lacrimejamento
 Liberação de histamina pelos
mastócitos.
Parte tóxica: todas as partes da planta.
COSTELA DE ADÃO – Monstera sp.

 Irritação de mucosa
 Edema de lábios
 Sialorreia
 Cólicas abdominais
 Náuseas e vômitos
 Irritação intensa nos olhos
 Fotofobia
 Liberação de histamina pelos
mastócitos.
Parte tóxica: todas as partes da planta.

ANTÚRIO – Stathipgyllum spp.

 Causa estomatite glossite (dor local,


inchaço e salivação excessiva) e
manifestações oculares e sistêmicas.
Parte tóxica: todas as partes da planta.
Intoxicação por animais PROTERÓGLIFAS
 Presas anteriores sulcadas em
Serpentes peçonhentas maxilares
o tipo de dentição pode indicar se o animal é  Imóveis
peçonhento ou não.  Permite inocular o veneno
Elas ‘’mordem’’ e permanecem ‘’mascando’’
a vítima, pressionando fortemente os
maxilares para que o veneno flua.

ÁGLIFA
 Dentes maciços
 Sem canal central ou sulco externo SOLENÓGLIFA
Dentição típica de serpentes não  Dentição altamente especializada com
peçonhentas. presença de grande quantidade de
veneno situada no maxilar superior.
 Este dente assim como o maxilar, é
móvel e é projetado para fora da boca
durante o mecanismo do bote.

Jaracuçu-do-brejo, caninana, jibóia, sucuri,


pítons, etc...

OPISTÓGLIFAS
 Um ou dois pares de dentes
posteriores do maxilar. As serpentes solenóglifas dão um bote
 Sulco externo (por onde escorre o certeiro na presa inoculam o veneno e
veneno). esperam que esta morra.
Mesmo que a presa conseguir se locomover
a serpente a localiza com auxilio de suas
‘’fossetas loreais’’.
Ao localizarem a presa, começam a engoli-la,
também pela cabeça.

As serpentes áglifas, opistóglifas e


proteróglifas mordem suas presas.
As selenóglifas picam.
Falsas corais e muçuranas.
T. bahiensis (escorpião marrom)

T. stigmurus (escorpião do nordeste)

Tratamento
Não existe um tratamento especifico. Sinais clínicos
Consiste em: São classificados:
 Analgesia  Leve
 Fluidoterapia  Moderado
 Limpeza da ferida  Grave
 Soro antibotrópico / Soro heterólogo / As manifestações sistêmicas, como
Soro antiofídico (mediante a alterações hemodinâmicas e
classificação da serpente e seu cardiovasculares são considerados graves!
veneno.

Acidentes escorpiônicos
 T. serrulatus (escorpião amarelo).
 T. bahiensis (escorpião marrom).
 T. stigmurus (escorpião do nordeste)

Sendo o T. serrulatus responsável pela


maioria dos casos mais graves.

T. serrulatus (escorpião amarelo)

Tratamento
Tratamento sintomático (oxigenoterapia,
ventilação, fluido, analgesia, etc..).
Tratamento específico: soro antiescorpiônico
em casos graves.
5 ml de soro são suficientes para neutralizar Analgesia.
2mg de veneno de escorpião. Oxigenioterapia.
O animal deve ser auscultado com
Profilaxia frequência;
Não acumular lixo orgânico, entulhos e O tratamento é de suporte.
materiais de construção. Há muita divergência na escolha do
Limpar o domicilio, observando atrás de tratamento mas parece ser de comum
moveis e quadros. escolha da terapêudica com:
Vedar frestas e buracos em paredes,  Propranolol para conduzis as
assoalhos, forros, meia-canas e rodapés. arritmias.
Utilizar vedantes em portas, janelas e ralos.  Atropina para reduzir as secreções
Limpar locais próximos das casas, evitando pulmonares e a sialorreia.
folhagens densas junto delas e aparar  Pentobarbital como anticonvulsionante
gramados. (possibilita a intubação orotraqueal e a
lavagem da cavidade)
De todas as formas de escolha pelo
Intoxicação por bufotoxinas veterinário é sempre importante lavar a
É processo toxicológico em animais ao cavidade oral.
entrarem em contato com o veneno do sapo.
Os sapos apresentam glândulas parótidas na
superfície da pele da região posterior aos
olhos que agem como mecanismo de defesa,
produzindo um veneno mucoso e
esbranquiçado.
Os cães ao morderem o sapo, comprimem as
glândulas, entrando em contato direto com o
veneno que é rapidamente absorvido pela
mucosa oral e trato gastrointestinal superior.

Sinais clínicos
 Sialorreia
 Apatia
 Vômitos
 Ansiedade
 Cegueira
 Taquipneia
 Dor abdominal

Sinais clínicos (S. nervoso)


 Convulsões
 Ataxia
 Nistagmo
 Opistótomo
 Estupor e coma

Tratamento
Lavagem da boca do animal com água
corrente.
Fluidoterapia.
Observação do animal 24 horas;
 Irrigar o olho com solução aquecida à
temperatura corpórea (de modo que
enxague completamente toda à
Abordagem clínica do paciente intoxicado estrutura por no mínimo 20 a 30
minutos, com intervalos pequenos).
O cuidado com o paciente intoxicado  Pode ser usado colírio anestésico
 Prevenir futuras exposições tópico.
 Diminuir a absorção  Os olhos desse animal devem ser
 Apressar a eliminação monitorados.
 Fornecer tratamento suporte  Fazer teste de fluoresceína.
 Quando possível usar antídoto
Não existe antídoto para plantas, é usado no
caso de peçonhentas.
Não existe uma maneira única para
descontaminar um animal exposto à uma
toxina ou à uma substância potencialmente
tóxica.
Cada incidente deve ser tratado de acordo
com as circunstancias da exposição, a
natureza da substância tóxica. Substâncias inaladas
 Os agentes tóxicos estão sob forma
Descontaminação dérmica de gás ou vapor, por isso o paciente
Banho: deve ser feito quando o paciente deve ser afastado da fonte.
estiver ESTÁVEL, pois o procedimento pode  Proteger vias aéreas das substâncias
exacerbar colapsos cardiovasculares e nocivas.
convulsões.  Administrar O².
Proteger: Olhos, focinho e cavidade bucal.  Intubar e ventilar.

Banho Oxigênio
 Água fria corrente abundante.
 Sabão neutro (clorexidine).
 Não usar secador (predispõe a
vasodilatação da pele).
 Se necessário mais de um banho e Intubação
também a tosa.
Sabão ácidos ou básicos tem o risco de gerar
queimaduras.

Descontaminação ocular Substâncias ingeridas


 Conjuntiva e córnea são as mais Diluição:
afetadas.  Pode ser usado água ou leite para
Lesão pode variar de uma simples irritação a ajudar a diminuir ou eliminar efeitos
dano severo levando a cegueira. toxicantes.
 A primeiro momento deve-se lavar o  Pode ser combinado com algum
olho com solução fisiológica ou demulcente (exemplo clara de ovo).
solução salina caseira.  Administrados nos casos de
 Solução salina: 2 colheres de chá de substancias corrosivas, ácidos ou
sal/ 250ml de água. base forte.
CUIDADO COM FALSA VIA
Na clínica deve-se continuar o tratamento:
Descontaminação gastrointestinal:
 É usada para prevenir ou limitar ação 2. Bases
das toxinas ingeridas e são inúmeras 3. Agentes corrosivos
técnicas. 4. Derivados de petróleo
 Absorventes: substâncias com 5. Paciente deprimido
finalidade de absorver as toxinas 6. Histórico de convulsão
o Carvão ativado (principal 7. Doença cardiovasculares
utilizado na medicina 8. Predisposição a torção gástrica
veterinária).
o Terra de fuller (argila). Xarope de Ipeca
 Catarticos (laxantes) aumentam o Uso inadequado pode causar diarreia,
trânsito gastrointestinal arritmia, choque e morte.
o Sorbitol Deve ser usado prontamente após a
o Lactulose intoxicação.
Age em 10 – 15 minutos.
o Sulfato de magnésio
Caso uma segunda dose não funcione deve
o Fenolftaleina
ser feita lavagem gástrica.
 Êmese, 2 a 3 horas após a ingestão
do toxicante Apormofina
o Xarope de ipeca Comumente usado em cães.
o Apormofina
o Xilazina Xilazina
o Água oxigenada A êmese é um efeito adverso desse fármaco
 Lavagem gástrica e é de escolha para felinos.
o Feita em ambiente hospitalar
o Evacuação de conteúdo Água oxigenada
estomacal através de sonda É usada na concentração 3%.
o Paciente inconsciente Após sua administração a tendência é que o
o Após 1 hora da ingestão do vomito ocorra em cerca de 10 minutos.
agente toxicante, sua eficácia Desaconselhável uso em uma concentração
não é garantida. maior.

Carvão ativado Água salgada, sal, detergente.


O uso do Ca deve ser limitado a 48 horas.  Causa irritação de faringe.
A administração do Ca em múltiplas doses é  Não utilizado.
ideal.
Terapia que envolva a administração do Ca
em múltiplas doses tendem a melhorar a
eliminação e reduzir a absorção da
substância).
Alguns profissionais na falta do Ca, utilizam
pão torrado como substituto, entretanto NÃO
FUNCIONA.

Contra indicação do carvão ativado


1. Suspeita de perfuração gástrica.
2. Animais vomitando.
3. Se administrado rapidamente tende a
causar êmese (vomito).

Contra indicações da êmese


1. Ácidos

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