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CEFALOMETRIA

O que ciência: é o estudo de algo.


A diferença entre ciência e probabilidade é que a ciência comprova que toda vida que fizer alguma ação
vai ter exatamente a mesma reação.

A cefalometria é considerada uma ciência por ter conseguido provar cientificamente a ação do
tratamento nas correções das maloclusões. Antigamente se aplicava uma força que movimentava o
dente mas não sabia o quanto movimentou, visualizava a movimentação mas não tinha condições de
mensurar. Com a cefalometria, através do cefalostato consegue colocar o paciente na mesma posição
com sobreposição de imagens consegue verificar, detectar e mensurar a movimentação dentária e
esquelética óssea.
Com a cefalometria conseguimos visualizar, detectar e diagnosticar o que está fora do padrão, tanto na
parte esquelética óssea quanto dentária. Não é algo empírico, sem ser pelo achismo.
Ao olhar uma pessoa de perfil posso analisar e ver se ela tem uma classe II ou classe III, porém não
tenho como falar de onde veio o problema, por exemplo, se a classe II é por crescimento exagerado da
maxila, por falta de desenvolvimento da mandíbula ou uma combinação, vou saber disso pela
cefalometria.
Usamos a cefalometria também para definir o padrão de crescimento. O padrão normal é que seja para
frente e para baixo. Algumas pessoas vão ser mais para frente do que para baixo, outra o contrário e
outras proporcionais. Esse padrão se mantém pelo resto da vida, podendo ser alterado ortopedicamente,
dentro de um limite.
Ao marcar os pontos, uni-los, fazer as linhas e planos, vamos encontrar medidas que podem ser
ângulares (em ângulos) ou lineares (em milímetros). Ao obter essas medidas vamos ter um conjunto de
informações e ao analisar vai ser determinado o que está fora do normal, o que está normal e o
determinar o padrão de crescimento fácil. E junto com outros dados clínicos, vai ser determinado o
plano de tratamento.
Se tenho uma classe II devido a deficiência de crescimento de mandíbula, foi diagnosticado pela
cefalometria e vou tratar levando a mandíbula para frente, para a mesial, corrigindo o relacionamento
antero-posterior entre maxila e mandíbula.
Os parâmetros e medidas de normalidade foram descritos e servem hoje como base e referencia para
diagnósticos. Para estabelecer o padrão foram escolhido várias miss da Califórnia e tirado radiografias
e foi observado que muitas medidas estavam em comum. Aí encontraram as médias. Isso foi feito em
1935. A parti dai foi obtido o padrão ouro da cefalometria. Um problema disso é que essas medidas não
representam a população de outros lugares do mundo, como África, China. Temos que ter consciência
desses valores e padrões na hora de analisar, principalmente no Brasil onde há uma miscigenação muito
grande.
Os padrões que usamos até hoje foi feito em leucodermas com perfis agradáveis. Cada lugar tem o seu
parâmetro de beleza, por isso que não pode usar as medidas de forma regidas.
Hoje usamos o padrão com os incisivos e lábios mais projetados, antigamente foi usado com os lábios
mais retraídos, com um perfil mais reto/côncavo.
A cafelometria originou da craniometria. A maioria das medidas veio das medidas dos crânios secos.
Ainda se usa muito o ângulo facial de camper. Usa o plano de frankfurd. As radiografias não eram
padronizadas, mas em 1931 foi desenvolvido o cefalostato.

Cefalostato: Dispositivo que mantém a cabeça do paciente fixa, numa posição


constante, portanto reproduzível, nas diversas tomadas radiográficas,
uniformizando as telerradiografias.
Tem duas ogivas que entram no conduto auditivo externo, tem apoio frontal e fica a 1,52. Podendo
repetir essa radiografia muitas vezes que fica sempre na mesma posição, com isso consegue comparar
as medidas, e verificar o quanto o crescimento modificou e o quanto o tratamento foi eficaz
modificando a posição dos dentes e das estrutuas ósseas.

Cefalometria: M e n s u r a ç ã o e a n á l i s e d e g r a n d e z a s l i n e a r e s e a n g u l a r e s , o b t i d a s
em radiografias especiais da cabeça, padronizadas em relação: posição e
distância (fonte/filme e cabeça/filme).
As radiografias podem ser laterais ou postero-anterior.
Tem a teleradiografia e em cima dela coloca um papel transparente, fixa esse papel e vai fazer o
desenho das estruturas que pode ser ósseas, dentárias e de tecido mole.
Quando faz esses desenhos tem o CEFALOGRAMA ou traçado cefalométrico.
Determina os pontos e os une, obtendo medidas lineares e angulares.
Os pontos definidos tem que ser de fácil visualização, não pode ter dúvidas de onde se localizam e tem
que ser confiáveis e não mudem de posição facilmente. Sejam estáveis.

Pontos sagitais:
Sela (s)
Nasion (N)
ENA– Espinha Nasal Anterior
ENP – Espinha Nasal Anterior
Ponto A ( sub espinhal)
Ponto B (supramental)
Pogônio (Pog)
Gnátio (Gn)
Mento (Me)
São pontos sagitais porque só existe um e estão no plano sarginal mediano.

Pontos sagitais lateral:


Existe dos dois lados esquerdo e direito.
- Orbita
- Gônio
- Fossa ptérigomaxilar
- Bório (conduto auditivo externo)

No cefalograma tenho que fazer o desenho anatómico, que marca o perfil mole, estruturas ósseas,
incisivo superiores e inferiores mediais mais proeminentes (+ vestibularizado) tanto coroa quanto raiz,
os primeiros molares permanentes do lado esquerdo.
Depois do desenho anatómico vou determinar os pontos sagitais medianos e sagitais laterias que
unidos obtém linhas e planos e vai medir os ângulos e linhas.

C ons egu e- s e através da cefa lometr ia, aq u ilo q u e os p es q u is ad ores ten taram
in ces s an temen te p or vários an os , ou s eja, an al is ar ju n tamen te o p erfil mol e
s up ortad o p elo p erfil esq u elét ico e d en tário, n o in tu ito d e is olar q u al a p arte
ou p artes qu e con trib u em p ara o d es arran jo d en to-maxilo-facia l.
C efa lograma ou des enho cefa lome trico : É o desenho que conduz ao estudo que se deseja
fazer na telerradiografia da cabeça compreendendo : desenho das estruturas anatômicas, demarcação
de pontos, traçados de linha e planos de orientação, para a obtenção de grandezas lineares e angulares.

D es enho anatóm ico: o papel tem um a parte fos ca que é onde s e faz o des enho e
uma l is a bri lhos a que fic a em contato com a radiogr afia, s empre o filme vai fi car
para o lado es querdo em contato, o nariz s empre fica para o lado direi to. O plano
de Frankfurd tem que ficar perpendicul ar ao longo eixo do pape l e para lelo ao
s olo. F ixa ess e papel em três pontos : dois s uperiores e um anterio r, para que s e
tiv er dúvida puxar e vis ual izar me lhor a i magem. Inic ia s empre o traçado do parte
s uperior para a infer ior e do l ado es querdo para o direito. Vai em uma diagona l
pois a maiori a das pes s oas s ão des tras , e ass i m não corre ris co de borrar. S e for
canho ta faz o contrar io.

- S ela turci ca e bas e anterior do crânio


- As as maior es do es fenoide
- C orti cal externa do oss o fronta l e os s os nas ais . Entre e les tem uma s utura que é a
frontonas a l, deixa um es paço no des enho.
- P arte externa e as s oalho da orbita. Des enha a do lado es querdo pela pos ição do
pac iente no cefa los tato a fas e que vai ta próxi ma do fi lme e a es querda, sendo a
im agem mais rea l, a do l ado direi to apar ece aumentad a por es tá mais longe do
fil me. S e o pacient e tiv er as s imetr ia des enha os dois lados .
- P ório, conduto audit ivo ext erno. D ifíci l de vis ualizar por es tá e m uma região
com mu itas es truturas ós s eas dens as , mas tem a forma de um feijão, e s e não
cons eguir ach ar o pório anató mico, vamos deter minar o pório m etal ico ou do
cef alos tat ico que s eria onde a orgiva entr a no conduto auditivo externo para
pos icion ar o paci ente, dentro des s as orgivas tem dois anéis me tál icos e des enha
is s o s e não cons eguir determ inar o pório anatóm ico.
S e tenho duas imagens a do lado es querdo é a que ta mais próxima do fe ixe
cen tral. No quadran te __________ o que es tivere m ma is alto e mais para es querda
s ão do lado es querdo. N o s uperior o que es tiver m ais baixo e ma is para dir eita e
do lado es querdo.
- F oss a pterigom axil ar, des enha a do lado es querdo. Tem forma de uma gota
inver tida
- M axila: proces s os a lveolar es ant eriores (concavid ade); as s oalho das fos s as
nas ais ; es pinha nas al pos terior (s empre no mes mo nível da foss a pter igomax ilar,
porque é a tuberos idade); t eto da cavidade ora l; incis ivo cen tral ma is proem inent e;
prim eiro morar s uperior es querdo (o mais al to e o ma is dis tal) ; es pinha nas al
ant erior. K eylite, s empre e m cim a do prim eiro mo lar perm anent e, é impor tant e
para fazer a sobrepos iç ão de i magens .
- M andíbula: Bas e da mandíbu la; corpo da mandíbul a; s ínfis e menton iana (corti cal
int erna e externa) ; process os alveol ares an teriores , borda pos t erior do ramo
ac edente ; Incis ivo mais proemin ente; pri meiro mol ar do lado es querdo (o ma is a lto
e mais dis ta l). S e tiver as s ime tria des enha as duas bordas e as duas linh as da bas e
do corpo da mandíbu la.
- Tecido M ole. Contornando da parte frontal até a linha quixo-pes coço.
C om iss o des enhou o cef alogra ma.

P ON TO S C EFA LOM E TRICO S :


P ontos sargit ais medianos : Cel a; nas io, es pinha nas al anterio r, es pinha nas al
pos terio r, ponto A, ponto B, pogonio, gnacio e men to.
D uplos : P ório, orbi ta, gonio, fos s a pter igomax ila (pt ou ptm).

P onto S : S el a, é um ponto virtua l que s e encon tra no m eio da s ela túrc ica.
P onto N ou Na: N ás io, é o ponto mais anter ior da s utura fronto-nas al, l inha entre
os oss os frontais e nas ais .
EN A : Es pinha nas al anter ior, é o ponto mais anter ior da bas e do as s oalho das
fos s a nas ais , ponto ma is anter ior da bas e da maxi la.
EN P : Es pinha nas al pos ter ior, al tura da tuberos idade. Ponto mais pos terior da
max ila.
P onto A : É o ponto mais pos terior da concavid ade anter ior dos proces s os
alv eolares da maxi la.
P onto B : É o ponto ma is pos terior/profundo da concav idade dos proces s os
alv eolares anterior es da mandíbu la.
P og: P ogonio, ponto mais ant erior da s ínfis e menton iana.
P onto M e: M entoniano, é o ponto mais inferior da s ínfis e menton iana, na união do
borda inferior co m a s ínfis e.
P onto G n: G natio ou G nacio, é o ponto entre o pogonio e o mento, te m uma
curva tura, e no s eu ponto mais in termed iário.
P onto G o: G ônio, é o ponto inter medi ário (na junção) entre a borda pos t erior do
ramo e a borda inferior do corpo da mandíbu la. S e tiver duas i magens devido a
uma ass i metr ia, mar ca dos dois lados e faz o ponto in termed iario.
P onto O r: O rbita, é o ponto mais anter ior e inferior do as s oalho da curvatura da
bas e da orbita.
P onto P o: P ório, ponto mais s uperior do conduto audi tivo externo.
P onto P tm ou P t: P terigo maxi lar, é o ponto ma is inferior da foss a pt erigomax ila r.

H oje quem faz os tra çados são os técn icos de l aboratório porque tudo hoje é 3D ,
mas o dentis ta tem obrigação de conferir para que não faça um plane jamen to e
diagnos t ico errado.
A o unir os pontos obtemos linhas e planos .

U nindo o ponto S ao N : Linha S ela- N as io, repres ent a a bas e anter ior do crânio é
uma regi ão de refer ênci a de para metro, achav a-s e que es s a medida não s e alterav a,
e todas as medidas pratica ment e s ão bas eadas nes s a linh a.
U nindo o ponto Po a Or: P lano de F rankufur, repres en ta a fas e media.
U nindo o ponto Go ao Gn: P lano G oG n é o pl ano mandibu lar.
Plano que vai do ponto entre as faces oclusais dos primeiros molares permanentes ao ponto
intermediário entre as bordas incisais dos centrais: P lano O clus al. P ega o ponto ma is
pos terior das fas es oclus ais dos prime iros molares e pega o ponto interm ediár io
entr e as bordas in cis ais dos incis ivos s uperiores e inf eriores . É importan te para
ver s e t em mordida aber ta ou s obremordid a profunda. A í vai s aber o que tra tar,
pois vai s er onde es tá a alter ação.
U nindo o ponto S ao Gn: Eixo Y de de cres cimen to
Linh a que pas s a da borda incis al do incis ivo s uperior ao api ce rad icular indo at é a
bas e do crân io: Longo Eixo do Incis ivo S uperior.
Linh a que pas s a da borda incis al do incis ivo inferior ao ápic e radicu lar chegando a
bas e do nar iz e cortando a mandíbul a: Longo Eixo do Inc is ivo Inferior.

 ngulo reto : 90º


S e te m duas linh as que encontr am, no encon tro vai formar um vertic e que vai ter
um ângulo, e para medir us a a bas e do trans fer idor s obrepondo a uma dess as
linh as , e a l inha que es t á no centro do trans feridor tem que es tá no encon tro entr e
as duas linh as , aí med e o ângulo.
Linh a S-N , e a linh a que lig a Po a Or vão s e encontr ar em alguns lug ar ao s e
prolongar em. M as para medir e m ângulos linh as que es tão quas e parale las em um
es paço pequeno, faço a trans ferênc ia de ângulo. S e eu pegar uma linha e cortar ela
perpend icula r, o ângulo vai s er o mes mo em baixo porque as linhas es tão
para lelas , logo poss o trans fer ir a l inha em várias para lel as até encontrar a outra
linh a e as s im encon trando o ângulo. Coloc a uma régua cortando a linha que quer
trans fer ir, colo ca o es quadro em ci ma da régua, e vai des lizando o es quadro na
régua at é encontrar a linha que quero “junt ar”. A ss im, peço o ângulo normal ment e
com o trans ferido r.

Linh a S-N e G oG n: vou trans ferir a S -N até o G oG n, e quando formar o ângulo


vou med ir.

Linh a S-N e te m uma linha N -A , forma o ângulo SN A : O ponto de refer enci a é a


bas e an terior crânio. O valor médio dess e ângu lo é 82º, podendo variar + ou - 2º.
S e o valor for maior, va i saber que a maxil a es tá protuida/pro jet ada. S aberemos
que a clas s e II é por cres c imen to exces s ivo de maxi la. S e o S N A for
aproxi mada mente 75º vai s aber que a max ila es tá retru ida.

M edidas l inerares mudam co m o padrão de cres cim ento, m edidas angul ares não
muda m!

 ngulo S N B: Ângulo formado pela interseção dos planos sela - násio com násio ponto B. Indica a
posição da mandíbula no sentido póstero-anterior, em relação a base do crânio. Va lor médio de
80º. S e es s e ângulo tiver aument ado, s abe-s e que a mandibu la es tá protuida, logo a
cl ass e III é por protus ão mandibul ar. S e es s e ângulo es tiver dim inuido, a
mand ibula es tá retru ida, logo a clas s e II é por retrus ão mand ibular
 ngulo AN B: Va i do ponto A ao N e ao B. D á o rel aciona mento antero- pos ter ior
horizon tal entre maxil a e mand ibula. Valor médio de 2º variando mais ou menos 2.
A N B de 6 graus a maxil a es t á a frent e da mand ibula é uma cl ass e II, mas a caus a
s ó s abe pelo SN A ou S N B
Ex: SN A 72. S N B 76. A N B: 6. Tem uma clas s e II por retrus ão da mandíbu la.
S N A 88. SN B 82. É um a clas s e II por protus ão de maxi la.

Q uando A NB for de 0 a 4, é clas s e I es quele tic ament e. D e – 0,1 até -8 é uma


cl ass e III. S e for maior que 4 é um c las s e II.
A cl ass if icaç ão es quelé tic a é dada pelo AN B.

S N -GoG n: M ede a inc lina ção da mandibul a em relação a bas e do crân io, o valor
méd io é de 32º com des vio padrão de + ou – 2. S e o ângulo for maior que 32º a
tend ência de cres ci mento é vert ical. S e for menor a tend ência de cres ci mento é
horizon tal. S e for 32 ou com o des vio de 2 o cres cim ento é proporcional.

 ngulo do plano oclus al : S N – pl ano oclus al. Valor médio de 14º. S e for maior que
14º tendên cia de cres cim ento verti cal. S e for menor tend ênci a de cres c imento
horizon tal. 14º ou com des vio de 2 a tend ência é proporcion al. Toma como bas e a
part e at iva do s is tem a es toma tôgnat ico.

Eixo Y de cres ci mento: Vai da s ela ao plano de frankfoud. Valor médio de 59º. S e
o ângulo for maior cres cim ento ver tica l. S e for 59 com des vio de 2 cres c imento
proporcion al. S e for m enor cres ci mento horizonta l.

U s a três ângulos , porque pode ter o pl ano mandibu lar normal, o pl ano oclus al
ma ior, e tira a dúvida com o terc eiro ângulo.

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