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SISTEMA DE COMANDO EM

OPERAÇÕES (SCO)
Um Guia Prático para Responder
Situações Críticas, Desastres e Crises

Defesa Civil do Estado de Santa Catarina


Diretoria de Gestão de Educação
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
Diretoria de Gestão de Educação

SISTEMA DE COMANDO EM
OPERAÇÕES (SCO)
Um Guia Prático para Responder Situações
Críticas, Desastres e Crises

1ª Edição
2020
INSTITUCIONAL

GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Carlos Moisés da Silva

DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Chefe da Defesa Civil

Aldo Neto

DIRETOR DE GESTÃO DE EDUCAÇÃO

Alexandre Corrêa Dutra


Marcos de Oliveira

SISTEMA DE COMANDO EM
OPERAÇÕES (SCO)
Um Guia Prático para Responder Situações
Críticas, Desastres e Crises

1ª Edição
Florianópolis
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
2020
ORGANIZAÇÃO

Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Oliveira, Marcos de. Sistema de Comando em Operações
(SCO): um guia prático para responder situações críticas, desastres e crises. 1ª ed. Florianópolis,
2020.

DESIGN INSTRUCIONAL:
Maria Hermínia Benincá Schenkel

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:


Walter Stodieck

ILUSTRAÇÃO:
Makian Boaventura Soares
SUMÁRIO
LIÇÃO 01.............................................................................................................. 13

LIÇÃO 02............................................................................................................ 35

LIÇÃO 03............................................................................................................ 65

LIÇÃO 04............................................................................................................ 97

LIÇÃO 05........................................................................................................... 115

LIÇÃO 06...........................................................................................................133

REFERÊNCIAS.................................................................................................157
COMO USAR ESTE LIVRO

COMO USAR O NOSSO LIVRO

Este livro contém alguns recursos para facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conhecimento. São eles:

Questão: quando temos uma pergunta impor- Zoom: toda imagem que apresentar este ícone
tante sobre o assunto que está sendo tratado. poderá ser expandida ao clicar nela.

Dica: uma informação para complementar o Destaque: são informações importantes dentro
que está sendo visto. do texto.

Balão: serve para explicar uma palavra ou um Resumo da Lição: é a síntese da Lição.
conceito.
LIÇÃO 04
INSTALAÇÕES E ÁREAS PREDEFINIDAS DO SCO

Ilustração: Makian Boaventura Soares

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao finalizar esta lição, você será capaz de:

- Citar as 6 principais instalações predefinidas recomendadas pelo SCO e suas respectivas simbologias;

- Citar as 2 principais áreas predefinidas recomendadas pelo SCO e suas respectivas simbologias;

- Enumerar e explicar o funcionamento das 3 diferentes zonas de trabalho empregadas pelo SCO para
facilitar a divisão da área crítica de uma emergência em campo.
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INSTALAÇÕES PREDEFINIDAS BÁSICAS DO SCO


O uso de instalações predefinidas e padronizadas em suas terminologias é uma das características
gerenciais do SCO e representa um instrumento importante para a organização efetiva do espaço físico
do cenário de uma situação crítica, crise ou desastre.

Instalações são espaços físicos (que podem ser fixos ou móveis), preparados e mobiliados de forma a
atender determinadas atividades específicas.

O emprego de instalações predefinidas melhora a qualidade das operações e poupa tempo, diminuindo
as dificuldades iniciais de organização de uma operação de resposta, em que normalmente imperam o
caos e a desordem (CEPED/UFSC, 2010, p.49).

As seis principais instalações predefinidas recomendadas pelo SCO são: posto de comando ou PC
(local onde são desenvolvidas as atividades de comando da operação), base de apoio (local onde
são desenvolvidas as atividades logísticas de limpeza, abastecimento, manutenção, reequipamento),
acampamento (local onde são apoiados os recursos humanos da operação – com alojamento, alimen-
tação, banho, telefonia, apoio médico e psicológico), centro de informações ao público (local onde são
desenvolvidas as atividades de atendimento à mídia em geral), helibases (local onde são desenvolvi-
das as atividades de suporte às operações aéreas - estacionamento, abastecimento e manutenção de
aeronaves) e helipontos (local destinado ao embarque e desembarque de pessoal e equipamentos em
aeronaves - sem estrutura de suporte).

As instalações básicas são ativadas pelo comando único ou comando unificado para oferecer apoio e
suporte a uma série de propósitos, em função das necessidades, tamanho e complexidade da situação

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crítica. Com exceção do posto de comando (que deve ser instalado sempre que o SCO foi ativado),
somente devem ser ativadas aquelas instalações que realmente se fizerem necessárias, evitando des-
perdício de tempo e recursos. Além disso, algumas situações especiais podem exigir a instalação de
outras estruturas não incluídas na listagem padrão do SCO. Em atividades de proteção e defesa civil,
por exemplo, é comum encontrarmos outras instalações, tais como: pontos ou postos de distribuição
de água e alimentos, postos de distribuição de material de limpeza e higiene, instalações para abriga-
mento emergencial de populações vulneráveis (abrigos provisórios), etc. (ICS Review Document, 2018,
p.7)
Cada uma dessas instala- Imagem 06 - Mapa de uma área de operações devidamente sinalizado com as instala-
ções predefinidas pelo SCO e área quente delimitada.
ções tem uma simbologia
própria que é usada para
facilitar a identificação e
a localização das instala-
I
ções em mapas próprios
da operação, normalmente
encontrados nos postos de
H
H1
comando. B PC
1
E
Área Quente

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Vamos agora explanar mais detalhadamente cada uma das instalações básicas predefinidas em uso
no SCO:

POSTO DE COMANDO (PC):

O posto de comando é o local em campo onde são desenvolvidas as atividades de comando da opera-
ção. No PC são realizadas as reuniões de planejamento, são afixados relatórios de situação e de status
dos recursos, e normalmente é onde se concentram as atividades de comunicação. Sua instalação é
efetivada logo após a ativação do SCO (o PC é a única instalação obrigatória para o emprego do SCO
e deverá haver apenas um posto de comando por incidente). O posto de comando pode ser instalado
numa barraca, numa edificação já existente, ou mesmo num veículo. Algumas organizações dispõem
de veículos especiais tipo ônibus adaptados para atuar como postos de comando móveis, o que nor-
malmente facilita a resposta e poupa tempo na operação.
A simbologia utilizada para indicar o posto de comando nos mapas é represen-
tada por um retângulo de cor laranja com as letras PC em cor preta no centro. PC
Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de um posto de coman-
do:

- Quanto à segurança, o PC deve ser posicionado em campo num local seguro, preferencialmente silen-
cioso e protegido das intempéries;

- Quanto ao posicionamento, é desejável que o PC permita uma boa visualização da situação crítica,
onde as operações de resposta serão realizadas, sem, no entanto, comprometer sua segurança;

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- Quanto à identificação, é desejável que o PC seja instalado em local visível e de fácil acesso aos inte-
grantes da operação;

- Quanto à capacidade de ampliação, é importante que o PC possa expandir-se para permitir, se ne-
cessário, abrigar mais pessoal e novas funções (não se recomenda sua realocação. Pois isso dificulta
ainda mais as funções do comando);

- Finalmente, em operações mais prolongadas que exigem vários dias de trabalho continuado, é reco-
mendável que o PC tenha acomodações ampliadas para a realização de reuniões, exposição de mapas
e relatórios de situação, área de descanso e relaxamento e ambiente próprio para preparação e oferta
de água, café e alimentos leves (CEPED/UFSC, 2010, p.50).

Observação:

Não confunda o Posto de Comando (PC) com um Centro de Operação de Emergência (COE). Eles têm
semelhanças, mas são coisas bem diferentes. O COE é uma estrutura física adequadamente preparada
que reúne profissionais de várias organizações para responder em conjunto demandas de situações
críticas ou crises graves. O objetivo, autoridade e composição das equipes de um COE podem variar
consideravelmente, mas, geralmente, as equipes consolidam e trocam informações, apoiam processos
decisórios, coordenam recursos de forma integrada e se comunicam com equipes de emergência e
autoridades locais e regionais.

Diferentemente de um Posto de Comando (PC) que se localiza em campo, próximo do local do inci-
dente, atuando num nível operacional com foco na resposta da situação crítica, o Centro de Operação
de Emergência trabalha no nível estratégico, com foco numa visão mais ampliada do incidente, sem
abordagem operacional. Assim, sua localização normalmente é distante do local do incidente e seu

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ponto focal concentra-se na direção, controle e coordenação das operações de emergência e apoio de
necessidades locais.

As funções básicas de um Centro de Operações de Emergência normalmente incluem:

- Coletar, analisar e compartilhar informações;

- Apoiar as necessidades de municípios ou regiões (grupos de municípios) quando os mesmos tem


suas capacidades locais de resposta suplantadas pela emergência;

- Coordenar atividades de planejamento, estimando perdas e danos e determinando recursos e neces-


sidades futuras;

- Fornecer coordenação e diretrizes de atuação conjunta.

Os Centros de Operação de Emergência podem utilizar a estrutura organizacional padrão do SCO (já
bem conhecida) ou alterar o modelo para uma estrutura apenas semelhante, adaptando certas funções
e títulos para criar uma organização parecida, mas adaptada para suprir necessidades distintas.

Principais diferenças entre um PC e um COE


O Posto de Comando... O Centro de Operações de Emergência...
trabalha no nível estratégico com foco numa visão
trabalha no nível operacional com foco unicamente na
mais ampliada do incidente, sem abordagem opera-
resposta da situação crítica
cional
localiza-se próximo do local do incidente não se localiza próximo ao local do incidente
é responsável pela direção, controle e coordenação
é responsável pelo comando, controle e coordenação
das operações de emergência, providencia recursos
das atividades operacionais
adicionais e diretrizes de ação

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BASE DE APOIO

As bases de apoio são os locais onde são desenvolvidas as atividades logísticas, que incluem o abas-
tecimento e a manutenção de veículos, reparo e substituição de equipamentos e materiais, estoque de
suprimentos, etc. As bases são instaladas somente em eventos mais complexos e de longa duração
que exigem maior aporte logístico.
A simbologia utilizada para indicar uma base de apoio é representada por um
círculo de cor amarela com a letra B em cor preta no centro. B
Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de uma base:

- Quanto à segurança, a base deve ser posicionada em um local seguro, na zona fria da operação;

- Quanto ao posicionamento, é desejável que a base seja posicionada numa distância equilibrada (nem
perto demais, nem longe demais) de forma que sua operacionalização não interfira nos trabalhos da
área quente, nem comprometa a mobilidade dos recursos necessários à operação;

- Quanto à identificação, é igualmente desejável que a base seja instalada em local de fácil acesso e
localização por parte daqueles que necessitem dispor ou requisitar recursos para a operação;

- Quanto à capacidade de ampliação, é importante que as bases possam expandir-se e ocupar espaços
maiores, quando necessário;

- Finalmente, os responsáveis pelas bases devem prever vigilância continuada para proteção e seguran-
ça patrimonial dos equipamentos e materiais armazenados (CEPED/UFSC, 2010, p.51).

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ACAMPAMENTO

Os acampamentos, também chamados de campos, são locais de apoio para os envolvidos na opera-
ção, ou seja, o local onde as pessoas conseguem alojamento, alimentação, serviços sanitários, atendi-
mento médico, assistência psicológica, comunicação com suas famílias e organizações de origem, etc.
Os acampamentos são instalados somente em eventos mais prolongados ou naquelas situações em
que a natureza da emergência exige o deslocamento de recursos operacionais a partir de áreas mais
distantes.
A simbologia utilizada para indicar um acampamento é representada por um
círculo de cor amarela com a letra A em cor preta no centro. A
Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de um posto de um
acampamento:

- Quanto à segurança, o acampamento deve ser posicionado em um local seguro, na zona fria da ope-
ração;

- Quanto ao posicionamento, é desejável que o acampamento seja posicionado numa distância equi-
librada (nem perto demais, nem longe demais) de forma que sua operacionalização não interfira nos
trabalhos da área quente, nem exija deslocamentos muito distantes no início e no fim de cada período
operacional;

- Quanto à identificação, é igualmente desejável que o acampamento seja instalado em local de fácil
acesso e localização por parte das equipes que para eles se desloquem ao fim de cada período opera-
cional;

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- Quanto à capacidade de ampliação, é importante que os acampamentos possam expandir-se e ocupar
espaços maiores, quando necessário, ou, mesmo, que possam ser posicionados em locais diferentes
(é normal em operações maiores a existência de mais de um acampamento);

- Finalmente, os responsáveis pelos acampamentos devem prever vigilância continuada para proteção
e segurança patrimonial dos equipamentos e materiais da operação, bem como para os bens pessoais
das equipes hospedadas (CEPED/UFSC, 2010, p.52).

CENTRO DE INFORMAÇÕES AO PÚBLICO

Os centros de informação ao público são os locais onde são desenvolvidas as atividades de atendimen-
to à mídia tradicional e redes sociais. Esse centro somente é instalado quando a situação crítica gera
uma expectativa de presença significativa de profissionais da imprensa e mídia social, ou ainda, nos
casos em que existe uma necessidade de produção e disseminação de informações e notícias sobre a
operação ou o evento em si.
A simbologia utilizada para indicar um centro de informação pública é repre-
sentada por um triângulo de cor amarela com a letra I em cor preta no centro. I
Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de um centro de infor-
mações ao público:

- Quanto à segurança, o centro de informações ao público deve ser posicionado em um local seguro, na
zona fria (segura) da operação;

- Quanto ao posicionamento, é desejável que o centro seja posicionado numa distância equilibrada
(nem perto demais, nem longe demais do PC) de forma que o comando e sua equipe de colaborados

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tenham garantida sua privacidade, mas também os jornalistas e repórteres possam ter acesso facilita-
do às informações;

- Quanto à identificação, é igualmente desejável que o centro seja instalado em local de fácil acesso e
localização por parte das equipes de mídia e redes sociais;

- Quanto à sua estrutura física, embora em eventos maiores seja desejável o uso de uma edificação
adaptada com facilidades (com computadores, Internet, sala de reuniões para entrevistas coletivas,
etc.), um centro de informações ao público pode ser simplesmente um local designado numa edifica-
ção ou terreno (desde que devidamente preparado e com um mínimo de facilidades);

- Quanto à capacidade de ampliação é importante que os centros de informação ao público possam


expandir-se e ocupar espaços maiores, se necessário;

- Finalmente, os responsáveis pelos centros de informação ao público devem prever vigilância conti-
nuada para proteção e segurança patrimonial dos equipamentos e materiais existentes (CEPED/UFSC,
2010, p.52-53).

HELIBASES E HELIPONTOS

Helibases são locais onde são desenvolvidas as atividades de suporte às operações aéreas, tais como
estacionamento, abastecimento e manutenção de aeronaves. Já os helipontos são locais destinados
somente ao pouso, embarque e desembarque de pessoal e equipamentos em aeronaves, sem uma
estrutura de suporte específica. As helibases somente são instaladas em eventos mais prolongados
ou quando a distância entre o incidente e o aeródromo/heliporto mais próximo for prejudicial para a

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autonomia e agilidade das operações. Já os helipontos são instalados de acordo com as necessidades
operacionais da emergência.
A simbologia utilizada para indicar uma helibase é representada por um círculo
de cor amarela com a letra H em cor preta no centro. A simbologia utilizada para
indicar um heliponto é também representada por um círculo de cor amarela com H H1
a letra H acrescida de um numeral indicativo, ambos em cor preta no centro do
círculo.
Vale destacar que as helibases e os helipontos adotam normas específicas de segurança em função
dos riscos decorrentes das operações aéreas. Os responsáveis pelas helibases devem, no entanto,
prever vigilância continuada para proteção e segurança patrimonial das aeronaves, equipamentos e
materiais distribuídos, bem como para os bens pessoais das equipes de pilotos e demais envolvidos
(CEPED/UFSC, 2010, p.54).

ÁREAS PREDEFINIDAS DO SCO

O uso de áreas predefinidas e padronizadas em suas terminologias é também uma das características
gerenciais do SCO que melhoram a qualidade das operações e poupam tempo, diminuindo as dificulda-
des iniciais de organização dos recursos numa operação de resposta.

Áreas predefinidas são espaços físicos delimitados no terreno para receber e acomodar recursos ope-
racionais ou concentrar vítimas em acidentes massivos.

As duas áreas predefinidas em uso no SCO são: área de espera (local onde os recursos operacionais
são recepcionados, cadastrados e permanecem disponíveis até seu emprego) e área de concentração

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de vítimas (local onde as vítimas são reunidas, triadas e recebem atendimento inicial até serem trans-
portadas para estabelecimentos hospitalares).
Seguem algumas dicas impor-
tantes que devem ser conside-
Essas áreas são sempre ativadas pelo comando único ou comando unificado em função das necessi-
radas na instalação de uma área
dades operacionais ou complexidades típicas dos acidentes envolvendo múltiplas vítimas. de espera ou estacionamento:

ÁREA DE ESPERA - Quanto à segurança, a área de


espera deve ser posicionada em
A área de espera, também chamada de estacionamento, é o local escolhido e delimitado no terreno um local seguro, na zona fria
(segura) da operação;
para onde são conduzidos os recursos operacionais (viaturas, aeronaves e embarcações com suas
equipes e tripulações). Na área de espera os recursos são recepcionados, cadastrados e permanecem - Quanto ao posicionamento,
desde que não comprometa a
disponíveis até seu emprego operativo ou liberação.
segurança, é desejável que a
A simbologia utilizada para indicar uma área de espera é representada por um área de espera seja posiciona-
círculo de cor amarela com a letra E em cor preta no centro. E da o mais próximo do local da
emergência em campo, de for-
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS ma a evitar perda de tempo no
emprego dos recursos opera-
A área de concentração de vítimas é o local onde os lesionados são reunidos, triados e recebem atendi- cionais mobilizados e disponí-
veis;
mento inicial até serem transportadas para estabelecimentos hospitalares. Sempre que há um elevado
número de vítimas na cena da emergência é quase impossível cuidar de todos ao mesmo tempo, assim - Quanto à visualização, é igual-
um sistema de triagem com emprego de fitas coloridas é usada para auxiliar na identificação das víti- mente desejável que a área de
espera seja instalada em lo-
mas e classificação das mesmas de acordo com sua gravidade. De acordo com Bergeron et al (2007,
cal de fácil acesso, tanto para
p.528), a triagem pode ser conceituada como “um processo ou método para classificar pessoas feridas aqueles que chegam no local
de acordo com o tipo de assistência exigida e priorizar os que necessitam cuidados mais imediatos”. da emergência, como também
para seu pronto emprego na
A área de concentração de vítimas deve ser instalada logo após identificada a existência de múltiplas
operação. É fundamental que
vítimas na cena de emergência. essa área seja isolada e tenha

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controle de acesso, o que nor- A simbologia utilizada para indicar uma área de concentração de vítimas é
malmente é feito pelo encarre-
representada por um círculo de cor amarela com as letras ACV em cor preta no
gado do estacionamento, que ACV
usa um colete de identificação centro.
de cor laranja;
Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de uma área de con-
- Quanto à capacidade de am- centração de vítimas:
pliação, é importante que a área
de espera possa expandir-se e - Quanto à segurança, a área de concentração de vítimas deve ser posicionada em um local seguro, na
ocupar ambientes maiores, se
zona fria (segura) da operação;
necessário;

- Em eventos mais prolongados, - Quanto ao posicionamento, desde que não comprometa a segurança, é desejável que a área de con-
é recomendável que a área de centração de vítimas seja posicionada o mais próximo do local da emergência, para facilitar a triagem,
espera estruture espaços de
o tratamento inicial e o transporte das vítimas para unidades hospitalares adequadas;
apoio para descanso e rodízio
de pessoal, de forma que não
haja prejuízo no cadastro e con-
- Quanto à visualização, é igualmente desejável que a área de concentração de vítimas seja instalada
trole de recursos; em local de fácil acesso e identificação para os integrantes das unidades que prestarão socorro aos vi-
timados, bem como para aqueles que atuarem no transporte das vítimas até as unidades hospitalares;
- Finalmente, os responsáveis
pela área de espera devem pre-
ver vigilância continuada para
- Quanto à capacidade de ampliação, é importante que a área de concentração de vítimas possa expan-
proteção e segurança patrimo- dir-se e ocupar ambientes maiores, quando tal situação se fizer necessária;
nial das viaturas, embarcações,
aeronaves e equipamentos/ma- - Quanto à lógica de atendimento, a organização da área de concentração de vítimas deve permitir um
teriais nela abrigados (CEPED/
fluxo constante e seguro, para as equipes e veículos de emergência responsáveis pela triagem, estabili-
UFSC, 2010, p.54-56).
zação, tratamento inicial e remoção dos feridos, preferencialmente com acessos e rotas diferenciadas
de acesso e saída na ACV;

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- Finalmente, os responsáveis pela área de concentração de vítimas devem prever isolamento, identifi-
cação e controle de acesso para restringir a entrada de pessoas que não fazem parte das equipes de
socorro no local evitando o acesso de parentes das vítimas, curiosos ou pessoas estranhas à operação
(CEPED/UFSC, 2010, p.56-57).

ZONAS DE TRABALHO RECOMENDADAS PELO SCO

O SCO recomenda o emprego de zonas de trabalho para facilitar a divisão da área crítica de acordo com
o tipo de emergência, a natureza das tarefas a serem realizadas e o risco presente no cenário em ques-
tão. As zonas de trabalho são normalmente divididas em: área quente (local de maior risco com acesso
restrito), área morna (local intermediário não totalmente seguro com acesso e circulação igualmente
restritos) e área fria (local seguro que abriga as instalações e recursos que darão suporte à operação,
tipo PC, base, acampamento, etc.).

As zonas de trabalho podem ser delimitadas no terreno com o uso de cones e fitas de demarcação
coloridas e, se possível, também mapeadas. Todas essas zonas de trabalho fazem parte do teatro de
operações e sua adequada delimitação auxilia as ações de isolamento, controle de acesso e segurança,
bem como, no estabelecimento de corredores que servem para melhor controlar a entrada e saída de
pessoal, ações de descontaminação, etc. (OLIVEIRA, 2000, p.58).

ÁREA QUENTE

A área quente é o local onde se produziram mais intensamente os efeitos do fenômeno causador da
emergência ou situação crítica. É nessa área que serão desenvolvidas as ações operativas de maior
risco e exposição. A área quente é considerada uma zona de exclusão que deve ser delimitada pela
chamada linha quente. O principal objetivo de estabelecer uma área quente no espaço das operações

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é restringir o acesso de pessoas não autorizadas no local e minimizar os riscos de exposição aos res-
pondentes, os quais deverão atuar com base em protocolos de segurança e utilizando equipamentos
de proteção pessoal adequados ao risco.

ÁREA MORNA

A área morna é uma localidade intermediária entre a área quente (de maior risco) e a área fria (espaço
seguro). Na área morna, o acesso e a circulação são ainda restritos, mas as condições de risco não são
tão altas, propiciando um espaço onde os profissionais envolvidos possam repassar orientações, tro-
car equipamentos e materiais, fazer verificações de segurança e passar por procedimentos de descon-
taminação, ao sair ou antes de entrar propriamente na área quente. Por isso, toda a entrada ou saída de
pessoal na área quente deverá ser realizada nesse ponto e sob supervisão de um oficial de segurança.

ÁREA FRIA

A área fria é uma zona de trabalho que abriga as instalações e os recursos que darão suporte às ativi-
dades da operação como um todo. Ela é considerada uma área segura. Apesar da circulação não ser
restrita nesta área devem ser estabelecidos procedimentos de segurança para limitar a circulação e o
acesso as instalações de apoio da operação, tais como: posto de comando, área de espera, bases de
apoio, acampamento, etc. (CEPED/UFSC, 2010, p.58-59).

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VOCÊ SABIA?

Em Santa Catarina, existe um Centro de Operações de Emergência (COE)


estrategicamente posicionado na Sede da Defesa Civil Estadual, o qual
funciona 24 horas por dia junto ao Centro Integrado de Gerenciamento de
Riscos e Desastres – CIGERD. Ele é chamado de Centro Integrado de Ope-
rações (CIOp) e funciona sob a tutela da Gerência de Operações (GEOPE),
da Diretoria de Gestão de Desastres (DGDE), da Defesa Civil catarinense.

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