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CONTEÚDO DE ACORDO COM O ÚLTIMO EDITAL

2020 COLEÇÃO PREPARATÓRIA


Banco do Brasil S.A.

BANCO DO BRASIL
Escriturário
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior,
para que o aluno antecipe seus estudos.

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BANCO DO BRASIL S.A.

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Atualizada até 02/2020

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Língua Inglesa - Profª Ana Maria B. Quiqueto
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Profº Joao de Sá Brasil
Atualidades Do Mercado Financeiro - Profª Tatiana Carvalho
Probabilidade E Estatística - Profº Bruno Chieregatti e Profº Joao de Sá Brasil
Conhecimentos Bancários - Profª Tatiana Carvalho
Conhecimentos De Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Mesquita
Josiane Sarto
Roberth Kairo

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Dayverson Ramon
Rodrigo Bernardes de Moura
Higor Moreira

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do acento indicativo de crase............................................................................................................................................................................ 01


Concordância verbal e nominal............................................................................................................................................................................................. 04
Regência verbal e nominal...................................................................................................................................................................................................... 11
Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise)................................................................................. 17
Emprego dos sinais indicativos de pontuação: vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, aspas, travessão e
parênteses...................................................................................................................................................................................................................................... 20

LÍNGUA INGLESA

Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a interpretação de textos técnicos.... 01

MATEMÁTICA

Lógica proposicional.................................................................................................................................................................................................................. 01
Noções de conjuntos................................................................................................................................................................................................................ 20
Relações e funções..................................................................................................................................................................................................................... 23
Funções polinomiais.................................................................................................................................................................................................................. 34
Funções exponenciais e logarítmicas.................................................................................................................................................................................. 41
Matrizes; Determinantes.......................................................................................................................................................................................................... 42
Sistemas lineares......................................................................................................................................................................................................................... 42
Sequências..................................................................................................................................................................................................................................... 51
Progressões aritméticas e progressões geométricas.................................................................................................................................................... 52
Matemática financeira............................................................................................................................................................................................................... 55

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Sistema Financeiro Nacional....................................................................................................................................................................................... 01


Dinâmica do mercado................................................................................................................................................................................................... 08
Mercado bancário........................................................................................................................................................................................................... 09
SUMÁRIO

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Análise combinatória;................................................................................................................................................................................................. 01
Noções de probabilidade;......................................................................................................................................................................................... 07
Teorema de Bayes; Probabilidade condicional;................................................................................................................................................ 10
Noções de estatística; População e amostra; Análise e interpretação de tabelas e gráficos; Regressão, tendências, ex-
trapolações e interpolações; Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas; Estatística descritiva (média,
mediana, variância, desvio padrão, percentis, quartis, outliers, covariância)........................................................................................ 11

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional...................................................................................................... 01


COPOM – Comitê de Política Monetária....................................................................................................................................................................... 15
Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários.................................................................................................................................... 22
Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, caderneta de
poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros.......................................................................................................................... 23
Noções de Mercado de capitais. Noções de Mercado Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas............. 32
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.... 39
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro:................................. 47
Lei nº 9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen...................................................................................................................................................... 48
3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen ; 3.542/12. Autorregulação Bancária..................................................................... 49

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Linguagens de programação: Java (SE 8 e EE 7), Phyton 3.6, JavaScript/EcmaScript 6, Scala 2.12 e Pig 0.16................................ 01
Estruturas de dados e algoritmos: busca sequencial e busca binária sobre arrays, ordenação (métodos da bolha, ordena-
ção por seleção, ordenação por inserção, lista encadeada, pilha, fila, noções sobre árvore binária), noções de algoritmos
de aprendizado supervisionados e não supervisionados.................................................................................................................................... 15
Banco de dados: conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD), modelagem con-
ceitual de dados (a abordagem entidaderelacionamento), modelo relacional de dados (conceitos básicos, normalização),
banco de dados SQL (linguagem SQL SQL2008), linguagem HiveQL (Hive 2.2.0)), banco de dados NoSQL (conceitos bási-
cos, bancos orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos), data Warehouse (modelagem conceitual para data
warehouses, dados multidimensionais)...................................................................................................................................................................... 17
Tecnologias web: HTML 5, CSS 3, XML 1.1, Json (ECMA-404), Angular.js 1.6.x, Node.js 6.11.3, REST;............................................... 22
Manipulação e visualização de dados: linguagem R 3.4.2 e R Studio 5.1, OLAP....................................................................................... 32
MS Excel 2013....................................................................................................................................................................................................................... 33
Sistema de arquivos e ingestão de dados: conceitos de MapReduce, HDFS/Hadoop/YARN 2.7.4, Ferramentas de ingestão
de dados (Sqoop 1.4.6, Flume 1.7.0, NiFi 1.3.0 e Kafka 0.11.0).......................................................................................................................... 49
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do acento indicativo de crase............................................................................................................................................................................ 01


Concordância verbal e nominal............................................................................................................................................................................................. 04
Regência verbal e nominal...................................................................................................................................................................................................... 11
Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise)................................................................................. 17
Emprego dos sinais indicativos de pontuação: vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, aspas, travessão e
parênteses...................................................................................................................................................................................................................................... 20
Observações importantes:
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
CRASE
• Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
ACENTUAÇÃO crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora.
Quanto à acentuação, observamos que algumas Os dados foram solicitados ao diretor.
palavras têm acento gráfico e outras não, na pronúncia,
ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a • No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
outra. Por isso, vamos às regras! o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Regras básicas Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
A acentuação tônica está relacionada à intensidade
com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Não me esqueço da viagem a Roma.
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
jamais vividos.
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são
classificadas como: FIQUE ATENTO!
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – Nas situações em que o nome geográfico
papel se apresentar modificado por um adjunto
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima adnominal, a crase está confirmada.
sílaba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima de suas praias.
sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ;
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo:
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando (crase pra quê?)
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)

CRASE
Quando o nome de lugar estiver especificado,
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais ocorrerá crase. Veja:
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), Irei à Salvador de Jorge Amado.
aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
àquilo, à qual, às quais. regente exigir complemento regido da preposição “a”.
O uso do acento indicativo de crase está condicionado Entregamos a encomenda àquela menina.
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e (preposição + pronome demonstrativo)
nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - Iremos àquela reunião.
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o (preposição + pronome demonstrativo)
termo regido é aquele que completa o sentido do termo
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
contratada recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)
Após a junção da preposição com o artigo (destacados
entre parênteses), temos: A letra “a” que acompanha locuções femininas
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento
contratada recentemente. grave:
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, pressas, à vontade...
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre • locuções prepositivas: à frente, à espera de, à
nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da procura de...
preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo • locuções conjuntivas: à proporção que, à medida
feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). que.

1
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
Eu adoro a noite! exaustos à casa de Marcela.
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não • Não há crase antes da palavra “terra”, quando
preposição. essa indicar chão firme: Quando os navegantes
regressaram a terra, já era noite.
Casos passíveis de nota: Contudo, se o termo estiver precedido por um
determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá
• A crase é facultativa diante de nomes próprios crase.
femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. Paulo viajou rumo à sua terra natal.
• Também é facultativa diante de pronomes O astronauta voltou à Terra.
possessivos femininos: O diretor fez referência a
(à) sua empresa.
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem
• Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja
o uso do artigo.
ficará aberta até as (às) dezoito horas.
• Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas Os livros foram entregues a mim.
à moda de, à maneira de apresentarem-se Dei a ela a merecida recompensa.
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à • Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
moda de Luís XV) à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
• Não se efetiva o uso da crase diante da locução o uso da crase está confirmado no “a” que os
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana, antecede, no caso de o termo regente exigir a
observamos a queima de fogos a distância. preposição.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
pedestre foi arremessado à distância de cem metros. • Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
em sentido genérico ou indeterminado:
• De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade Estamos sujeitos a críticas.
-, faz-se necessário o emprego da crase. Refiro-me a conversas paralelas.
Ensino à distância.
Ensino a distância. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
• Em locuções adverbiais formadas por palavras Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
repetidas, não há ocorrência da crase. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Ela ficou frente a frente com o agressor. Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
Eu o seguirei passo a passo. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Casos em que não se admite o emprego da crase: SITE
Disponível em: http://www.portugues.com.br/
Antes de vocábulos masculinos.
gramatica/o-uso-crase-.html
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro.

Antes de verbos no infinitivo.


Ele estava a cantar. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Começou a chover.

Antes de numeral. 1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -


O número de aprovados chegou a cem. SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento
Faremos uma visita a dez países. indicativo de crase está empregado corretamente em:

Observações: a) O personagem evita considerar à internet responsável


• Nos casos em que o numeral indicar horas – por suas atitudes.
funcionando como uma locução adverbial b) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão
feminina – ocorrerá crase: Os passageiros partirão à jogar o tempo fora.
às dezenove horas.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) O personagem tinha um comportamento indiferente à


• Diante de numerais ordinais femininos a crase qualquer influência da internet.
está confirmada, visto que estes não podem ser d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar
empregados sem o artigo: As saudações foram com relação ao tempo.
direcionadas à primeira aluna da classe. e) O personagem revelou à pessoa com quem conversava
• Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando que jogava o tempo fora.
essa não se apresentar determinada: Chegamos
todos exaustos a casa.

2
Resposta: Letra E 3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP
Aos itens: - OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO –
Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto VUNESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento
direto) indicativo de crase está empregado corretamente.
Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem
acento grave indicativo de crase antes de verbo no a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer
infinitivo) com dores de cabeça.
Em “c”, tinha um comportamento indiferente à b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à
qualquer influência = a qualquer (antes de pronome episódios de nosso passado.
indefinido) c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito
Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de difícil à determinadas pessoas.
artigo indefinido) d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente
Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem os momentos dolorosos.
conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê? e) Ao nos atermos à uma experiência ruim,
que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa desconsideramos o que ela traz de bom.
(objeto indireto, com preposição) = correta.
Resposta: Letra D
2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017) Aos itens:
Assinale a alternativa que preenche, correta e Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no
respectivamente, as lacunas do texto a seguir. infinitivo não se usa acento grave)
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios
atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São (palavra masculina e no plural)
Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas
fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de = a determinadas (palavra no plural e presença só da
“Estação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas preposição)
daquela que foi ________maior prisão da América Latina, Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se
e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que refere, refere-se a algo ou a alguém)
trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma
retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, (antes de artigo indefinido)
também na capital paulista, onde cumprem pena mais de
duas mil mulheres. 4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL -
(https://oglobo.globo.com. Adaptado) VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o
acento indicativo da crase está corretamente empregado
a) à … às … a em:
b) a … as … a
c) a … às … a a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de
d) à … às … à talento: quem não tem, não vai nunca aprender.
e) a … as … à b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão
ou tédio.
Resposta: Letra B c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de um tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor.
atendimento a (preposição – regência nominal de d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões
“atendimento”, mas sem acento grave por estar diante semelhantes, no entanto elas seguem pelo lado
de palavra masculina) presos da Casa de Detenção, oposto.
em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella e) Também não estamos falando só de correção
chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. gramatical e ortográfica. Estamos nos referindo à
Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as pensamento.
(objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela
que foi a (artigo definido) maior prisão da América Resposta: Letra A
Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do
que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz verbo “aludir” pede preposição)
um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a
Capital, também na capital paulista, onde cumprem uma (antes de artigo indefinido)
LÍNGUA PORTUGUESA

pena mais de duas mil mulheres. Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre palavras
Teremos: a / as / a. repetidas)
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à
conclusões = a conclusões (antes de palavra no plural
e o “a” está “sozinho” = somente preposição)
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a
pensamento (palavra masculina)

3
5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES- Resposta: Letra C
SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO - Acertos entre parênteses:
VUNESP-2018) Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público
No começo do século 20, a rápida industrialização nos devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores formação (ok)
fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas)
e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e aço, pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet
obtendo um grande retorno, e passaram _________ ostentar Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à
sua riqueza. O período ficou conhecido como Era Dourada. rapidez da internet, é favorável à formação = correta
A desigualdade nunca foi tão grande – até agora. É o Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
que mostra um relatório da UBS, companhia de serviços número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet,
financeiros, feito em parceria com a consultora PwC. é favorável as ondas (às ondas)
Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok)
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada
pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet,
aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual
favorece à formação (a formação)
começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10
Observação: quanto à regência verbal de “favorecer”
a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da = pede complemento verbal direto (favorece o quê?
Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia. favorece quem?); já a regência nominal de “favorável”
(IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado) pede preposição (favorável a quem? a quê?).
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
a) a … a … a
b) à … à … à
c) a … à … à CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
d) à … à … a
e) a … a … à Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos.
Resposta: Letra E
Vamos aos trechos: No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra
a rápida industrialização nos Estados Unidos deu na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
origem a algumas das maiores fortunas = antes de sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
pronome indefinido “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo e número (plural) com o substantivo a que se refere:
no infinitivo concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal número e gênero se correspondem. A correspondência
de “ligados” pede preposição de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
ser verbal ou nominal.
6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao Concordância Verbal
emprego do acento indicativo da crase.
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais seu sujeito.
chegam à um grande público devido à rapidez
da internet, é favorável à formação de ondas de Sujeito Simples - Regra Geral
credulidade.
b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet, em número e pessoa. Veja os exemplos:
favorece que se formem ondas de credulidade.
c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet, 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
é favorável à formação de ondas de credulidade.
d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
chegam a um grande número de pessoas devido à 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
rapidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
LÍNGUA PORTUGUESA

que se formam. Casos Particulares


e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet, A) Quando o sujeito é formado por uma expressão
favorece à formação de ondas de credulidade. partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
verbo pode ficar no singular ou no plural.

4
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram que indica porcentagem seguida de substantivo, o
proposta. verbo deve concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de do prefeito.
vândalos destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Observação:
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a • Quando a expressão que indica porcentagem não
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
aos elementos que formam esse conjunto. com o número.
25% querem a mudança.
B) Quando o sujeito é formado por expressão que 1% conhece o assunto.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e • Se o número percentual estiver determinado por
substantivo, o verbo concorda com o substantivo. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. se-á com eles:
Perto de quinhentos alunos compareceram à Os 30% da produção de soja serão exportados.
solenidade. Esses 2% da prova serão questionados.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas
últimas Olimpíadas. F) O pronome “que” não interfere na concordância; já
o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Observação: singular.
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos Fui eu que paguei a conta.
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais Fomos nós que pintamos o muro.
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um És tu que me fazes ver o sentido da vida.
ao outro) Sou eu quem faz a prova.
Não serão eles quem será aprovado.
C) Quando se trata de nomes que só existem no
plural, a concordância deve ser feita levando-se G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem assumir a forma plural.
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais
no plural, o verbo deve ficar o plural. encantaram os poetas.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Estados Unidos possui grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias. • Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
As Minas Gerais são inesquecíveis. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou Nem uma das que me escreveram mora aqui.
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou • Quando “um dos que” vem entremeada de
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro substantivo, o verbo pode:
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pronome pessoal. o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que
Quais de nós são / somos capazes? faça o mesmo).
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões poluídos (noção de que existem outros rios na
inovadoras. mesma condição).

Observação: H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o


Veja que a opção por uma ou outra forma indica a verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
LÍNGUA PORTUGUESA

diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada Vossas Excelências renunciarão?
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. de acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido Deu uma hora no relógio da sala.
estiver no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5
Observação: Casos Particulares
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no
Soa quinze horas o relógio da matriz. singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento.
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum A coragem e o destemor fez dele um herói.
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do
singular. São verbos impessoais: Haver no sentido • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que dispostos em gradação, verbo no singular:
indicam fenômenos da natureza. Exemplos: Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um
Havia muitas garotas na festa. segundo me satisfaz.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
• Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
Chovia ontem à tarde.
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural,
de acordo com o valor semântico das conjunções:
Sujeito Composto Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
verbo, a concordância se faz no plural:
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
Pai e filho conversavam longamente. “adição”. Já em:
Sujeito Juca ou Pedro será contratado.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima
Pais e filhos devem conversar com frequência. Olimpíada.
Sujeito
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas no singular.
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós) • Com as expressões “um ou outro” e “nem um
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por nem outro”, a concordância costuma ser feita no
sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja: singular.
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. Um ou outro compareceu à festa.
Primeira Pessoa do Plural (Nós) Nem um nem outro saiu do colégio.

Tu e teus irmãos tomareis a decisão. • Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
Segunda Pessoa do Plural (Vós) no singular: Um e outro farão/fará a prova.

Pais e filhos precisam respeitar-se. • Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
Terceira Pessoa do Plural (Eles) o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos
recebem um mesmo grau de importância e a
palavra “com” tem sentido muito próximo ao de
Observação:
“e”.
Quando o sujeito é composto, formado por um
O pai com o filho montaram o brinquedo.
elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), O governador com o secretariado traçaram os planos
é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural para o próximo semestre.
(eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar O professor com o aluno questionaram as regras.
de “tomaríeis”.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
C) No caso do sujeito composto posposto ao a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
verbo, passa a existir uma nova possibilidade de O pai com o filho montou o brinquedo.
concordância: em vez de concordar no plural com O governador com o secretariado traçou os planos
a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer para o próximo semestre.
concordância com o núcleo do sujeito mais O professor com o aluno questionou as regras.
próximo.
Faltaram coragem e competência. Com o verbo no singular, não se pode falar em
Faltou coragem e competência. sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as
LÍNGUA PORTUGUESA

Compareceram todos os candidatos e o banca. expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Compareceu o banca e todos os candidatos. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como
se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a “O pai montou o brinquedo com o filho.”
concordância é feita no plural. Observe: “O governador traçou os planos para o próximo
Abraçaram-se vencedor e vencido. semestre com o secretariado.”
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O professor questionou as regras com o aluno.”

6
Casos em que se usa o verbo no singular: O Verbo “Ser”

Café com leite é uma delícia! A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo
O frango com quiabo foi receita da vovó. e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
concordância pode ocorrer também entre o verbo e o
Quando os núcleos do sujeito são unidos por predicativo do sujeito.
expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, Quando o sujeito ou o predicativo for:
o verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
Nordeste. SER concorda com a pessoa gramatical:
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos.
Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
é feita com esse termo resumidor. plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. com o que estiver no plural:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante Os livros são minha paixão!
na vida das pessoas. Minha paixão são os livros!
Outros Casos Quando o verbo SER indicar

O Verbo e a Palavra “SE” • horas e distâncias, concordará com a expressão


numérica:
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há É uma hora.
duas de particular interesse para a concordância verbal: São quatro horas.
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; Daqui até a escola é um quilômetro / são dois
B) quando é partícula apassivadora. quilômetros.

Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” • datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos estar expressa ou subentendida:
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na Hoje é dia 26 de agosto.
terceira pessoa do singular: Hoje são 26 de agosto.
Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas. • Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for
seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética.
Duas semanas de férias é muito para mim.
Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
• Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
oração. Exemplos:
for pronome pessoal do caso reto, com este
Construiu-se um posto de saúde. concordará o verbo.
Construíram-se novos postos de saúde. No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui não se cometem equívocos Aqui os adultos somos nós.
Alugam-se casas.
Observação:
Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou índice Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
de indeterminação do sujeito, tente transformar a frase representados por pronomes pessoais, o verbo concorda
para a voz passiva. Se a frase construída for “compreensí- com o pronome sujeito.
vel”, estaremos diante de uma partícula apassivadora; se Eu não sou ela.
não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Ela não é eu.
Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva: • Quando o sujeito for uma expressão de sentido
Funcionários qualificados são precisados (ou preci- partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no
plural, o verbo SER concordará com o predicativo.
LÍNGUA PORTUGUESA

sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de


indeterminação do sujeito. A grande maioria no protesto eram jovens.
Agora: O resto foram atitudes imaturas.
Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! O Verbo “Parecer”
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu O verbo parecer, quando é auxiliar em uma
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!). concordâncias:

7
• Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
• A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo bom para saúde.
sofre flexão: O adjetivo concorda com o substantivo, se este
As crianças parece gostarem do desenho. for modificado por um artigo ou qualquer outro
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho determinativo: Esta água é boa para saúde.
aas crianças)
D) O adjetivo concorda em gênero e número com
Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no os pronomes pessoais a que se refere: Juliana
singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos. encontrou-as muito felizes.
(Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada
substantiva subjetiva). E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
Concordância Nominal DE + adjetivo, este último geralmente é usado
no masculino singular: Os jovens tinham algo de
A concordância nominal se baseia na relação entre misterioso.
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: função adjetiva e concorda normalmente com o
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um nome a que se refere:
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. Cristina saiu só.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina e Débora saíram sós.
seguintes regras gerais:
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando Observação:
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou
denunciavam o que sentia. “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, invariável: Eles só desejam ganhar presentes.
a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:
#FicaDica
• Adjetivo anteposto aos substantivos:
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
O adjetivo concorda em gênero e número com o
Se a frase ficar coerente com o primeiro,
substantivo mais próximo.
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
houver coerência com o segundo, função de
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
adjetivo, então varia:
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Ele está só descansando. (apenas
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
descansando) - advérbio
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
• Adjetivo posposto aos substantivos: “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo Ele está só, descansando. (ele está sozinho e
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural descansando)
se houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. G) Quando um único substantivo é modificado por
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. dois ou mais adjetivos no singular, podem ser
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. usadas as construções:
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. • O substantivo permanece no singular e coloca-se o
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
Observação: espanhola e a portuguesa.
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, • O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
LÍNGUA PORTUGUESA

dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado portuguesa.


no plural masculino, que é o gênero predominante
quando há substantivos de gêneros diferentes. Casos Particulares
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
adjetivo fica no singular ou plural. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
A beleza e a inteligência feminina(s). permitido
O carro e o iate novo(s).

8
• Estas expressões, formadas por um verbo mais REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
que se referem possuir sentido genérico (não vier Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
precedido de artigo). – São Paulo: Saraiva, 2010.
É proibido entrada de crianças. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Em certos momentos, é necessário atenção. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
No verão, melancia é bom. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
É preciso cidadania. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
SITE
• Quando o sujeito destas expressões estiver Disponível em: http://www.soportugues.com.br/
determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, secoes/sint/sint49.php
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária. EXERCÍCIOS COMENTADOS
São precisas várias medidas na educação.
1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está
Quite empregada de acordo com a norma-padrão em:
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e
número com o substantivo ou pronome a que se referem. a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas mas
Seguem anexas as documentações requeridas. a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas virtuais.
A menina agradeceu: - Muito obrigada. b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com
Muito obrigadas, disseram as senhoras. alguns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis.
Seguem inclusos os papéis solicitados. c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma parte
Estamos quites com nossos credores. do mundo, se substituíram totalmente as moedas
reais pelas virtuais.
Bastante - Caro - Barato - Longe d) De acordo com as regras do mercado financeiro, criou-
Estas palavras são invariáveis quando funcionam se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos anos.
como advérbios. Concordam com o nome a que se e) O valor dos produtos comercializados seriam determinados
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes por uma moeda virtual se a real fosse abolida.
adjetivos, ou numerais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Resposta: Letra C
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes
(pronome adjetivo) criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) todas as moedas virtuais.
As casas estão caras. (adjetivo) Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de acordo
Achei barato este casaco. (advérbio) com alguns analistas, podem tornar as bitcoins inviáveis.
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma
parte do mundo, se substituíram totalmente as
Meio - Meia moedas reais pelas virtuais. = correta
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, Em “d”: De acordo com as regras do mercado
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi financeiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins
meia porção de polentas. nos últimos anos.
Quando empregada como advérbio permanece Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria
invariável: A candidata está meio nervosa. determinado por uma moeda virtual se a real fosse abolida.

2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL


#FicaDica I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra
destacada atende às exigências da norma-padrão da
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim língua portuguesa em:
saberei que se trata de um advérbio, não
de adjetivo: “A candidata está um pouco a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios
nervosa”.
LÍNGUA PORTUGUESA

são necessárias para uma vida longa e mais equilibrada.


b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de
tratamento adequado da água são causadores de doenças.
Alerta - Menos c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem ser reproduzidas nas redes sociais da forma como
sempre invariáveis. acontece hoje.
Os concurseiros estão sempre alerta.
Não queira menos matéria!

9
d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos 4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO –
da Região Nordeste foram elogiados por suas FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância
propriedades alimentares. nominal retirados do texto 1:
e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
precisam ser estimuladas para que se avance na cura independente.
de algumas doenças. 2. A agenda pública é determinada pela imprensa
tradicional.
Resposta: Letra D 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de conteúdo independentes.
exercícios são necessárias (necessários) para uma vida
longa e mais equilibrada. A afirmação correta sobre essas concordâncias é:
Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e
falta de tratamento adequado da água são causadores a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
(causadoras) de doenças. respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por
deveriam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes referirem-se a dois substantivos;
sociais da forma como acontece hoje. c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se
Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos refere a ‘imprensa’;
da Região Nordeste foram elogiados por suas d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está
propriedades alimentares = correta corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar
precisam ser estimuladas (estimulados) para que se no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’.
avance na cura de algumas doenças.
Resposta: Letra D
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
– CESGRANRIO-2018) A concordância do verbo independente.
destacado foi realizada de acordo com as exigências da 2. A agenda pública é determinada pela imprensa
norma-padrão da língua portuguesa em: tradicional.
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais conteúdo independentes.
dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
violentas por parte dos usuários. respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a independente = apenas a “jornalismo”
posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no
sucesso. plural por referirem-se a dois substantivos;
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
vídeos educacionais que permitam esclarecer os independente = a um substantivo (jornalismo)
jovens sobre o vício da tecnologia. Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’
d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza se refere a ‘imprensa’;
os comportamentos compulsivos relacionados ao uso A agenda pública é determinada pela imprensa
das novas tecnologias. tradicional = refere-se ao termo “agenda pública”
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está
os danos psicológicos e o consumismo exagerado corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
causados pelo vício da tecnologia. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
conteúdo independentes = correta
Resposta: Letra B Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’
Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais deveria estar no singular por referir-se ao substantivo
atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidenciaram- ‘conteúdo’ = incorreta (refere-se a “empresas”)
se) atitudes agressivas e violentas por parte dos usuários.
Em “b”: Devido à utilização de estratégias de marketing, 5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse de
novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso = correta Texto I
Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as
escolas do país vídeos educacionais que permitam Na organização do poder político no Estado moderno,
LÍNGUA PORTUGUESA

esclarecer os jovens sobre o vício da tecnologia. à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco
relacionados ao uso das novas tecnologias. da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige
Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou-se a existência de um poder institucional. Mas a conquista
(comprovaram-se) os danos psicológicos e o consumismo da liberdade humana também reclama a distribuição do
exagerado causados pelo vício da tecnologia. poder em ramos diversos, com a disposição de meios

10
que assegurem o controle recíproco entre eles para o Resposta: Letra C
advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas Esses alunos que são usuários constantes de redes sociais
sociedades estatais. A concentração do poder em um só têm um risco 27% maior de desenvolver depressão
órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado
da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer
homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até ajustes para fins de concordância.
onde encontra limites. Para que não se possa abusar do Esse aluno que é usuário constante de redes sociais
poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder tem um risco 27% maior de desenvolver depressão
limite o poder”. = (verdadeira = haveria quatro alterações)
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se sociais podem ficar deprimidos.
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua = falsa (o período em análise não nos transmite tal
separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma informação, apenas afirma que usuários constantes
de sistema coerente, as consequências de conceitos têm um risco 27% maior que os demais)
diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais
situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo desenvolverem depressão constante extrapola o
de origem baconiana, não abandonando o rigor das índice dos 27%.
certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, = Falsa (“depressão constante” altera o sentido do
refugindo às especulações metafísicas que, no plano da período)
idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do
Ministério Público em função da proteção dos direitos
humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p.
18-9. Internet: www.teses.usp.br (com adaptações). REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A flexão plural em “eram identificadas” decorre da Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
esferas de abrangência dos poderes políticos”. (regência nominal) e seus complementos.

Regência Verbal = Termo Regente: VERBO


( ) CERTO ( ) ERRADO
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
Resposta: Certo
entre os verbos e os termos que os complementam
(...) Até Montesquieu, não eram identificadas com (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam
clareza as esferas de abrangência dos poderes (adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais
políticos = passando o período para a ordem direta de uma regência, o que corresponde à diversidade
(sujeito + verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas de significados que estes verbos podem adquirir
de abrangência dos poderes políticos não eram dependendo do contexto em que forem empregados.
identificadas com clareza.
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia – contentar.
Fundatec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
que são usuários constantes de redes sociais têm um risco agrado ou prazer”, satisfazer.
27% maior de desenvolver depressão”, avalie as assertivas
que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o “agradar a alguém”.
singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes
para fins de concordância. O conhecimento do uso adequado das preposições
( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
podem ficar deprimidos. verbal (e também nominal). As preposições são capazes
( ) O risco de alunos usuários de redes sociais de modificar completamente o sentido daquilo que está
desenvolverem depressão constante extrapola o índice sendo dito.
dos 27%.
Cheguei ao metrô.
LÍNGUA PORTUGUESA

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de Cheguei no metrô.


cima para baixo, é:
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
a) V – V – V.     b) F – V – F. segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
c) V – F – F.     d) F – F – V.
e) F – F – F. A voluntária distribuía leite às crianças.
A voluntária distribuía leite com as crianças.

11
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado C) Verbos Transitivos Indiretos
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto Os verbos transitivos indiretos são complementados
(objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos
direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto exigem uma preposição para o estabelecimento da
adverbial). relação de regência. Os pronomes pessoais do caso
Para estudar a regência verbal, agruparemos os oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como
verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir
não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como
diferentes formas em frases distintas. complementos de verbos transitivos indiretos. Com os
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
A) Verbos Intransitivos pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela)
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Consistir - Tem complemento introduzido pela
Chegar, Ir preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos direitos iguais para todos.
adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições
usadas para indicar destino ou direção são: a, para. Obedecer e Desobedecer - Possuem seus
complementos introduzidos pela preposição “a”:
Fui ao teatro. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Adjunto Adverbial de Lugar Eles desobedeceram às leis do trânsito.

Ricardo foi para a Espanha. Responder - Tem complemento introduzido pela


Adjunto Adverbial de Lugar preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para
indicar “a quem” ou “ao que” se responde.
Comparecer Respondi ao meu patrão.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido Respondemos às perguntas.
por em ou a. Respondeu-lhe à altura.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
último jogo. Observação:
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
B) Verbos Transitivos Diretos exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica:
Os verbos transitivos diretos são complementados por O questionário foi respondido corretamente.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao
empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses complementos introduzidos pela preposição “com”.
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após Antipatizo com aquela apresentadora.
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, Simpatizo com os que condenam os políticos que
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), governam para uma minoria privilegiada.
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais,
objetos indiretos. D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
São verbos transitivos diretos, dentre outros:
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, Os verbos transitivos diretos e indiretos são
acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São
defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e
prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, objeto indireto relacionado a pessoas.
ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Agradeço aos ouvintes a audiência.
como o verbo amar: Objeto Indireto Objeto Direto
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a. Paguei o débito ao cobrador.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Objeto Direto Objeto Indireto
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: com particular cuidado:


Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Agradeci o presente. / Agradeci-o.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
adnominais): Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

12
Informar permitir a correta interpretação de passagens escritas,
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto oferece possibilidades expressivas a quem fala ou
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. escreve. Dentre os principais, estão:
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os Agradar
novos preços) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer
carinhos, acariciar, fazer as vontades de.
Na utilização de pronomes como complementos, veja Sempre agrada o filho quando.
as construções: Aquele comerciante agrada os clientes.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
sobre eles) agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
introduzido pela preposição “a”.
Observação: O cantor não agradou aos presentes.
A mesma regência do verbo informar é usada para os O cantor não lhes agradou.
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
Comparar O cantor desagradou à plateia.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento Aspirar
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
uma criança. (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

Pedir Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar,


Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor.
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto (Aspirávamos a ele)
de pessoa.
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, as
Pedi-lhe favores. formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utilizadas,
Objeto Indireto Objeto Direto mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Assistir
Objetiva Direta Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
assistência a, auxiliar.
A construção “pedir para”, muito comum na As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
na língua culta. No entanto, é considerada correta
quando a palavra licença estiver subentendida. Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em presenciar, estar presente, caber, pertencer.
casa. Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz Essa lei assiste ao inquilino.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intransitivo,
sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido
Preferir pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
indireto introduzido pela preposição “a”: Chamar
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
Prefiro trem a ônibus. solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la.
Observação: Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
prefixo existente no próprio verbo (pre). predicativo preposicionado ou não.
LÍNGUA PORTUGUESA

A torcida chamou o jogador mercenário.


Mudança de Transitividade - Mudança de A torcida chamou ao jogador mercenário.
Significado A torcida chamou o jogador de mercenário.
Há verbos que, de acordo com a mudança de A torcida chamou ao jogador de mercenário.
transitividade, apresentam mudança de significado. O
conhecimento das diferentes regências desses verbos é Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
um recurso linguístico muito importante, pois além de Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

13
Custar Querer
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: vontade de, cobiçar.
Frutas e verduras não deveriam custar muito. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
reduzida de infinitivo. estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Muito custa viver tão longe da família. Visar
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Como transitivo direto, apresenta os sentidos de
           Substantiva Subjetiva mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
            Reduzida de Infinitivo O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada
No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
            Substantiva Subjetiva
            Reduzida de Infinitivo objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
A Gramática Normativa condena as construções que Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por estar público.
pessoa: Custei para entender o problema.
= Forma correta: Custou-me entender o problema. Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Implicar Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: (pronominal)
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
implicavam um firme propósito. No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
B) ter como consequência, trazer como consequência, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me,
Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. portanto, transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo Eu me esqueci da chave.
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com Eles se esqueceram da prova.
quem não trabalhasse arduamente. Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Namorar Há uma construção em que a coisa esquecida ou
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos. lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre
leve alteração de sentido. É uma construção muito rara
Obedecer - Desobedecer
na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la
Sempre transitivo indireto:
em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção
várias vezes.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
Proceder momentos é sujeito)
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa Simpatizar - Antipatizar
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
adverbial de modo. Não simpatizei com os jurados.
As afirmações da testemunha procediam, não havia Simpatizei com os alunos.
como refutá-las.
Você procede muito mal. Importante:
LÍNGUA PORTUGUESA

A norma culta exige que os verbos e expressões que


Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a dão ideia de movimento sejam usados com a preposição
preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento “a”:
introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.

14
Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São
LÍNGUA PORTUGUESA

Paulo: Saraiva, 2010.


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php>

15
Resposta: Letra C
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po-
EXERCÍCIOS COMENTADOS demos esperar o quê?
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po-
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- demos esperar o quê?
GRANRIO-2018) Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me-
O ano da esperança lhor = sentido de “porque”
Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás anteriormente)
do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei- um futuro melhor.
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
consciência de que era uma doação. A situação foi pio- 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
rando. Os argumentos também. No início era para pagar GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança-
a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re-
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so- desses produtos”. A utilização da preposição destacada
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. a é obrigatória para atender às exigências da regência
Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
remédios. A situação piorando, eu já estava encomen- língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, preposição antecedendo o pronome que destacado em:
no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen-
te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua-
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
não ajudava mais. sam a ter uma sensação de superioridade.
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca co- trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
nheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído em relação ao modelo anterior.
na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
após o suposto acidente. Foi por isso que me deixei en- realizou foi importante para mostrar que o vício em
ganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. sentirem recompensadas.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. do que o seu orçamento permite em aparelhos que
Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de elas não necessitam.
velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova cons-
ciência para votar. Como? Num mundo em que as notícias Resposta: Letra E
são plantadas pela internet, em que muitos sites servem Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto
a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram cada his- que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado
tória a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventa- no mercado, passam a ter uma sensação de superio-
ram casos de amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. ridade.
Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem
não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo: — sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem
Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet. seu preço elevado em relação ao modelo anterior.
Duvidam. Acham que estou mentindo. Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. qual) o pesquisador realizou foi importante para mos-
2017, p.97. Adaptado. trar que o vício em novidades tecnológicas cresce
cada vez mais.
Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me- Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá-
lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con- vel por causar sensações de prazer que (= as quais)
servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima levam as pessoas a se sentirem recompensadas.
LÍNGUA PORTUGUESA

está corretamente reescrito em: Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui-
to mais do que o seu orçamento permite em apare-
a) Podemos esperar para um futuro melhor lhos de que (= das quais) elas não necessitam.
b) Podemos esperar com um futuro melhor
c) Podemos esperar um futuro melhor
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor

16
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) d) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem
de uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei Resposta: Letra A
ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A chaga Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não te-
encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas mos acento indicativo de crase antes de pronome pes-
também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais soal; quando temos um verbo no infinitivo, podemos
selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do usar a construção: verbo + preposição + pronome pes-
processo de produção. Foi assim na Revolução Industrial de soal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de “dar-lhes”).
ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias
de hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil foi
minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, ele con- PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS (PRÓCLISE,
tinua sendo grave problema nos países mais pobres. MESÓCLISE E ÊNCLISE)
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).

O emprego de preposição em “a participarem” é exigido COLOCAÇÃO PRONOMINAL


pela regência da forma verbal “obriga”.

( ) CERTO ( ) ERRADO Colocação Pronominal trata da correta colocação dos


pronomes oblíquos átonos na frase.

Resposta: Certo
(...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga #FicaDica
crianças e adolescentes a participarem = quem obriga,
obriga alguém (crianças e adolescentes – objeto direto) a Pronome Oblíquo é aquele que exerce a
algo (a participarem – objeto indireto: com preposição – função de complemento verbal (objeto).
no caso, uma oração com a função de objeto indireto). Por isso, memorize:
OBlíquo = OBjeto!
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al- Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
ternativa correta. mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita.
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo
comentou de que o livro estava acabando.
b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
de papel, o autor aderiu o livro digital. A próclise é usada:
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair
para jantar.
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para Quando o verbo estiver precedido de palavras que
armazenar livros e CDs. atraem o pronome para antes do verbo. São elas
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve :
foi o número de estantes. A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere!
B) Advérbios: Agora se negam a depor.
Resposta: Letra C C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o quem tudo!
amigo comentou de (X) que = comentou que D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando esforçou.
livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportunidade.
Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
seria sair para jantar = correta
Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a que
Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo  Orações iniciadas por palavras interrogativas:
se ateve = ao qual/ a que Quem lhe disse isso?
 Orações iniciadas por palavras exclamativas:
5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
LÍNGUA PORTUGUESA

Quanto se ofendem!
Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen-
chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor-  Orações que exprimem desejo (orações optativas):
rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se: Que Deus o ajude.

a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.  A próclise é obrigatória quando se utiliza o


b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas. pronome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entrega-
c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes. rei o material amanhã. / Tu sabes cantar?

17
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do Emprego de o, a, os, as
verbo. A mesóclise é usada:

 Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,


Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Chame-o agora.
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em
prol da paz no mundo. Deixei-a mais tranquila.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “reali-  Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
zará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa- tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará... (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
nessa viagem.
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-  Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa- em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se
nharia nessa viagem). para no, na, nos, nas.
Chamem-no agora.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não Põe-na sobre a mesa.
forem possíveis:
 Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
#FicaDica
Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
era minha intenção machucá-la. Dica da Zê!
 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
se inicia período com pronome oblíquo). significa “antes”! Pronome antes do verbo!
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/
Vou-me embora agora mesmo. (end, em Inglês – que significa “fim, final!).
Levanto-me às 6h. Pronome depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do
 Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo verbo
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
 Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
proposta fazendo-se de desentendida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática comple-
ta Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Colocação pronominal nas locuções verbais CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
 Após verbo no particípio = pronome depois do
verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Tenho me deliciado com a leitura! SITE

Eu tenho me deliciado com a leitura! Disponível em: http://www.portugues.com.br/


gramatica/colocacao-pronominal-.html
Eu me tenho deliciado com a leitura!
 Não convém usar hífen nos tempos compostos e
nas locuções verbais:
Vamos nos unir!
Iremos nos manifestar.
LÍNGUA PORTUGUESA

 Quando há um fator para próclise nos tempos com-


postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pro-
nome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos
nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”).

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Resposta: Letra A
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o pro-
EXERCÍCIO COMENTADO nome = próclise)
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito:
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO-2018) perder-se-ia (mesóclise)
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = ti-
nham se perdido
O ano da esperança Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com prono-
me oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se)
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do pronome (próclise): que se perdeu
outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade.
Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o ami- 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
go. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência GRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-
de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argu- -padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi
mentos também. No início era para pagar a escola do filho. utilizado na posição correta em:
Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente,
aprendi a não ser generoso. Ajudava um rapaz, que não co- a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se
nheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não para combater a disseminação de notícias falsas nas
tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a físio. redes sociais.
Vieram sucessivas internações, remédios. A situação pioran- b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sem-
do, eu já estava encomendando missa de sétimo dia. Falei pre deve-se ter em mente que o problema de divulga-
com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tra- ção de notícias falsas é grave e muito atual.
tar o caso gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se
para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se um sentimento generalizado de reprovação à prática
consultava ou eu não ajudava mais. de divulgação de inverdades.
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na Ale-
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca co- manha não aplica-se aos sites e redes sociais com me-
nheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído nos de 2 milhões de membros.
na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais
após o suposto acidente. Foi por isso que me deixei en- eficaz para que adote-se a conduta correta em relação
ganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também
à reputação das celebridades.
a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas
buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria
automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. Resposta:Letra C
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países mobi-
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. lizam-se = se mobilizam
Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos boa-
velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova cons- tos, sempre deve-se = sempre se deve
ciência para votar. Como? Num mundo em que as notícias Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, cons-
são plantadas pela internet, em que muitos sites servem tata-se um sentimento = correta
a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram cada his- Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada
tória a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventa- na Alemanha não aplica-se = não se aplica
ram casos de amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo
Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo mais eficaz para que adote-se = que se adote
não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo: —
Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI-
dez. 2017, p.97. Adaptado. TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se substituíssemos
os complementos dos verbos abaixo por pronomes pes-
soais oblíquos enclíticos, a única forma INADEQUADA
seria:
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação
do pronome átono em destaque está de acordo com a
a) impregna a vida cotidiana / impregna-a;
LÍNGUA PORTUGUESA

norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre


b) entender os debates / entendê-los;
em:
c) ganha destaque / ganha-o;
d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
e) marcaram sua história / marcaram-na.
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo.
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se.
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo.
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz.

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Resposta: Letra D a) que abrem-a.
Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a = correta b) que abrem-na.
Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta c) que a abrem.
Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta d) que lhe abrem.
Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-no e) que abrem-lhe.
Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta
Rsposta: Letra C
4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo, então
VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e teremos que + pronome. Resta-nos identificar se o pro-
a colocação pronominal, a expressão em destaque no nome é objeto direto (a) ou indireto (lhe). Voltemos ao
trecho – ... que cercam o sentido da existência huma- verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre o quê? Sem
na... – está corretamente substituída pelo pronome, de preposição! Portanto: objeto direto = que a abrem.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
alternativa:
EMPREGO DOS SINAIS INDICATIVOS DE
a) ... que cercam-lo... PONTUAÇÃO: VÍRGULA, PONTO, PONTO
b) ... que cercam-no... E VÍRGULA, DOIS-PONTOS, RETICÊNCIAS,
c)... que o cercam...
ASPAS, TRAVESSÃO E PARÊNTESES)
d) ... que lhe cercam...
e) ... que cercam-lhe...

PONTUAÇÃO
Resposta: Letra C
Correções à frente:
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
o cercam)
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está cor-
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
reta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a sua
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
presença, teremos próclise, não ênclise)
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
Em “c”: que o cercam = correta
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas o pro-
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
nome está errado (“lhe” é para objeto indireto = a ele/ela)
Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam
Principais funções dos sinais de pontuação

5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) A) Ponto (.)


Considerando apenas as regras de regência e de coloca-
ção pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, • Indica o término do discurso ou de parte dele,
a expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam encerrando o período.
que raramente ou nunca têm informações sobre o im-
pacto ambiental do produto ou do comportamento da • Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia.
empresa. – pode ser corretamente substituída por (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em
final de período, este não receberá outro ponto;
neste caso, o ponto de abreviatura marca, também,
a) ... nunca informam-se sob o impacto... o fim de período. Exemplo: Estudei português,
b)... nunca se informam o impacto... matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..”)
c) ... nunca informam-se ao impacto...
d) ... nunca se informam do impacto... • Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
e)... nunca informam-se no impacto... ponto, assim como após o nome do autor de uma
citação:
Resposta: Letra D Haverá eleições em outubro
Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome, O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre
algo = precisa de preposição. A alternativa que tem • Os números que identificam o ano não utilizam pon-
LÍNGUA PORTUGUESA

preposição presente é a D (do = de+o). Teremos: nun- to nem devem ter espaço a separá-los, bem como
ca se informam do impacto. os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – B) Ponto e Vírgula (;)
VUNESP-2013) Considerando a substituição da expres-
são em destaque por um pronome e as normas da co- • Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
locação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho;
… – equivale, na norma-padrão da língua, a: os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos

20
generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum
espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) 2. Entre o verbo e seus objetos:
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
• Separa partes de frases que já estão separadas V.T.D.I. O.D. O.I.
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor;
outros, montanhas, frio e cobertor. Usa-se a vírgula:

• Separa itens de uma enumeração, exposição de 1. Para marcar intercalação:


motivos, decreto de lei, etc. A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua
Ir ao supermercado; abundância, vem caindo de preço.
Pegar as crianças na escola; B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos.
Caminhada na praia; Estão produzindo, todavia, altas quantidades de
Reunião com amigos. alimentos.
C) das expressões explicativas ou corretivas: As
C) Dois pontos (:) indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
Coutinho trata este assunto: 2. Para marcar inversão:
• Antes de um aposto = Três coisas não me agradam: A) do adjunto adverbial (colocado no início da
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. oração): Depois das sete horas, todo o comércio está
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá de portas fechadas.
estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
vivendo a rotina de sempre. pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
• Em frases de estilo direto maio de 1982.
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão? 3. Para separar entre si elementos coordenados
(dispostos em enumeração):
D) Ponto de Exclamação (!) Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
• Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós
casar com você! queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

• Depois de interjeições ou vocativos 5. Para isolar:


Ai! Que susto! A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole
João! Há quanto tempo! brasileira, possui um trânsito caótico.
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
E) Ponto de Interrogação (?)
Observações:
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da
• Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”,
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur seria dispensável o emprego da vírgula antes dele.
Azevedo) Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige
que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de
F) Reticências (...) política, futebol, lazer, etc.
As perguntas que denotam surpresa podem ter
• Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
canetas, cadernos... Você falou isso para ela?!
• Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
dizer... é verdad... Ah!” Temos, ainda, sinais distintivos:
• Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este • a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014),
mal... pega doutor? separação de siglas (IOF/UPC);
• Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, • os colchetes ([ ]) = usados em transcrições
depois, o coração falar... feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como
primeira opção aos parênteses, principalmente na
matemática;
LÍNGUA PORTUGUESA

G) Vírgula (,)
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
Não se usa vírgula nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
Separando termos que, do ponto de vista sintático, um nome que não se quer mencionar.
ligam-se diretamente entre si:
1. Entre sujeito e predicado: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Todos os alunos da sala foram advertidos. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Sujeito predicado Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.

21
– São Paulo: Saraiva, 2010. programas socialdemocratas, são hoje armas de
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa destruição em massa de empregos locais em meio à
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. competição global. Reduzem a competitividade das
empresas, fabricam desigualdades sociais, dissipam em
SITE consumo corrente a poupança compulsória dos encargos
Disponível em: http://www.infoescola.com/ recolhidos, derrubam o crescimento da economia e
portugues/pontuacao/ solapam o valor futuro das aposentadorias”. (adaptado)
Disponível em: http://www.brasilescola.com/
gramatica/uso-da-virgula.htm No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na
Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de
Mussolini – têm a finalidade textual de:
EXERCÍCIOS COMENTADOS a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;
b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) trabalhista e previdenciário;
O enunciado em que a vírgula foi empregada em c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
desacordo com as regras de pontuação é d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário
por serem muito antigos;
a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado.
produção de dinheiro fosse também limitada.
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- Resposta: Letra B
ouro. Arquitetados de início em sistemas políticos fechados
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália
é criado assim, inventado em canetaços a partir da fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses
concessão de empréstimos. servem para se referir aos sistemas políticos fechados,
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma exemplificando-os.
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e passado = incorreta
abundante porque é gerada pela simples manipulação Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os
de bancos de dados. regimes trabalhista e previdenciário = correta
Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da
Resposta: Letra E História = incorreta
O enunciado pede a alternativa em desacordo: Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e
Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia previdenciário por serem muito antigos = incorreta
que a produção de dinheiro fosse também limitada
Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do
= correta
passado = incorreta
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
padrão-ouro = correta
3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
DADOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a
mundo é criado assim, inventado em canetaços a
vírgula está corretamente empregada.
partir da concessão de empréstimos = correta
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
abundante = correta ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá- b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
la, (X) e abundante porque é gerada pela simples competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
manipulação de bancos de dados = incorreta - a c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando,
vírgula pode ser utilizada antes da conjunção “e”, o sentimento geral, às vezes, era de frustração.
desde que haja mudança de sujeito, por exemplo (o d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra,
que não acontece na questão) muitos sofreriam sanções diariamente.
e) O tempo não para as transformações sociais são urgentes
2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO mas há quem não perceba esse fato, que é evidente.
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
Resposta: Letra C
Texto 1 Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei
a pontuação que faltou:
Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente
LÍNGUA PORTUGUESA

Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018,


com o nome Erros do passado, o articulista Paulo brasileira , pode ser considerado, sem dúvida, um
Guedes escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e desvio de caráter.
previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos, Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário
economicamente desastrosos e socialmente perversos. embora competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista avançando, o sentimento geral, às vezes, era de
de Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos frustração.= correta

22
Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da 5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)
letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
que é evidente.

4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO –


CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa, a pontuação está corretamente
empregada em:
(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado)
a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando
De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho,
atendem, de forma voluntária, aos funcionários e
na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula,
à comunidade em geral, pode ser definido como
obrigatoriamente,
responsabilidade social.
b) As empresas que optam por encampar a prática da
a) antes da palavra “olho”.
responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir
b) antes da palavra “e”.
uma melhor imagem no mercado.
c) depois da palavra “evitar”.
c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada
d) antes da palavra “evitar”.
em campanhas publicitárias: por isso, as empresas
e) depois da palavra “e”.
precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
d) A responsabilidade social explora um leque abrangente
Resposta: Letra C
de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com
vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de
o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de
impactos negativos, no meio ambiente.
vírgula após o verbo “evitar”.
e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem
a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e
6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO –
a geração de empregos não a preocupação com a
VUNESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo
sociedade como um todo.
do texto – Nas escolas da Catalunha, a separação da
Espanha tem apoio maciço. É uma situação que contrasta
Resposta: Letra A
com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive
Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona
inclusões:
dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da
Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas,
cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as
quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários
expressões destacadas porque elas
e à comunidade em geral, pode ser definido como
responsabilidade social = correta
a) acrescem às informações precedentes comentários
Em “b”: As empresas que optam por encampar a
que lhes ampliam o sentido.
prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se
b) sintetizam as ideias centrais das informações
de conseguir uma melhor imagem no mercado.
precedentes.
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito
c) apresentam informações que se opõem às informações
utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as
precedentes.
empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o
sociedade.
correto matiz semântico.
Em “d”: A responsabilidade social explora um leque
e) estabelecem certas restrições de sentido às informações
abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) ,
precedentes.
a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores,
(X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio
Resposta: Letra A
ambiente.
É uma situação que contrasta com outros lugares
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social
de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas
defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é
dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas,
o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade
com a sociedade como um todo.
Os períodos destacados acrescentam informações aos
termos citados anteriormente.
LÍNGUA PORTUGUESA

23
A opção que apresenta vícios de linguagem é:
HORA DE PRATICAR! a) I e III.
b) I, II e IV.
1. (MAPA – Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Médico c) II e IV.
Veterinário – Superior – ESAF – 2017) Assinale a opção que d) I, III, IV e V.
apresenta desvio de grafia da palavra. e) III, IV e V.
A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chine-
sa que favorece a regularização dos processos fisiológicos 4. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
do corpo, no sentido de promover ou recuperar o estado De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventiva- todas as palavras estão corretas:
mente (1) para evitar o desenvolvimento de doenças, como
terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
como método paliativo (2) em casos de doenças crônicas de b) supracitado – semi-novo – telesserviço.
difícil tratamento. Tem também uma ação importante na c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
medicina rejenerativa (3) e na reabilitação. O tratamento d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
de acupuntura consiste na introdução de agulhas filiformes e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
no corpo dos animais. Em geral são deixadas cerca de 15 a
20 minutos. A colocação das agulhas não é dolorosa para
os animais e é possível observar durante os tratamentos di- 5. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) O
ferentes reações fisiológicas (4), indicadoras de que o trata- uso correto do porquê está na opção:
mento está atingindo o efeito terapêutico (5) desejado.
Disponível: http://www.veterinariaholistica.net/ a) Por quê o homem destrói a natureza?
acupuntura-fitoterapia-e-homeopatia.html/. Acesso b) Ela chorou por que a humilharam.
em 28/11/2017. (Com adaptações) c) Você continua implicando comigo porque sou pobre?
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto.
a) (1) e) Ela me fez isso, porquê?
b) (2)
c) (3) 6. (TJ-PA – Médico Psiquiatra – Superior – VUNESP –
d) (4) 2014)
e) (5)

2. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área Ad-


ministrativa – Médio – FCC – 2017) Respeitando-se as nor- Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
mas de redação do Manual da Presidência da República, a tivamente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão
frase correta é: da língua portuguesa, considerando que o termo que
preenche a terceira lacuna é empregado para indicar que
a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilidade um evento está prestes a acontecer
de implementação de projeto de treinamento de pes-
soal para operar os novos equipamentos gráficos a se- a) anúncio ... A ... Iminente.
rem instalados em seu setor. b) anuncio ... À ... Iminente.
b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em que c) anúncio ... À ... Iminente.
Vossa Excelência pretende nomear vosso representante d) anúncio ... A ... Eminente.
na Comissão Organizadora. e) anuncio ... À ... Eminente.
c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado, infor-
mar, que será organizado seminário, sobre o uso eficiente 7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO
de recursos hídricos, em data ainda a ser definida. – 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir.
d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o desenvol- A macro-história da humanidade mostra que todos en-
vimento do setor em questão, informamos, por meio deste caram os relatos pessoais como uma forma de se man-
Ofício, que será amplamente analisado por especialistas. terem vivos. Desde a idade do domínio do fogo até a era
e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vossa Se- das multicomunicações, os homens tem demonstrado que
nhoria anexo, não se deve adotar medidas que possam querem pôr sua marca no mundo porque se sentem su-
com- prometer vossa realização do projeto mencionado. periores.
A palavra que NÃO está grafada corretamente é
3. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Ana-
LÍNGUA PORTUGUESA

lise as assertivas abaixo: a) macro-história.


b) multicomunicações.
I. O ladrão era de menor. c) tem.
II. Não há regra sem exceção. d) pôr.
III. É mais saudável usar menas roupa no calor. e) porque.
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante.
V. Entre eu e você não existe mais nada.

24
8. (Liquigás – Profissional Júnior – Ciências Contá- 12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – Técnico Judiciário - Área Ad-
beis – cegranrio – 2014) O grupo em que todas as pa- ministrativa – Médio – FCC – 2014) Está redigida com
lavras estão grafadas de acordo com a norma-padrão clareza e em consonância com as regras da gramática nor-
da Língua Portuguesa é mativa a seguinte frase:

a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a pa-
b) pedágio, ultrage, pagem, angina lavra final sobre a polêmica questão, que, diga-se de
c) refújio, agiota, rigidez, rabujento passagem, tem feito muitos exitarem em se pronunciar.
d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico
quanto a impossibilidade de rever sua posição.
9. (SIMAE – Agente Administrativo – ASSCON-PP – c) Vossa Excelência leu o documento que será apresen-
2014) Assinale a alternativa que apresenta apenas pala-
tado em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua
vras escritas de forma incorreta.
Excelência, o Senhor Ministro da Educação?
d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada
a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar;
b) Caixote, encher, análise, poetisa; positiva para o público jovem que estava presente, de
c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa; que se desculparam os idealizadores do programa.
d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar; e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer
aos jovens ingressantes no curso o compartilhamento
de projetos, com que serão também autores.
10. (Receita Federal – Auditor Fiscal – ESAF – 2014)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou 13. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) A
de grafia de palavra inserido na transcrição do texto. acentuação correta está na alternativa:

A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secre- a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
taria da Receita Federal é apenas a mais recente denomi- b) platéia – tuiuiu – instrui-los.
nação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco c) ponei – geléia – heroico.
séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, e) lingüiça – feiúra – idéia.
bem como para promover uma maior integração entre o
Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento ex- 14. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – AOCP –
pontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos 2014) A palavra que está acentuada corretamente é:
eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informa-
ções pessoais privativas de interesse de cada cidadão. O a) Históriar.
surgimento da Secretaria da Receita Federal representou b) Memórial.
um significativo avanço na facilitação do cumprimento c) Métodico.
das obrigações tributárias, contribuindo para o aumento d) Própriedade.
da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. e) Artifício.
(Adaptado de http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/
historico.htm. Acesso em: 17 mar. 2014.)
15. (prodam-am – assistente – funcab – 2014 – adapta-
da) Assinale a opção em que o par de palavras foi acen-
a) (1).       b) (2).
tuado segundo a mesma regra.
c) (3).       d) (4).
e) (5).
a) saúde-países
b) Etíope-juízes
11. (Estrada de Ferro Campos do Jordão-SP – Ana-
c) olímpicas-automóvel
lista Ferroviário – Oficinas – Elétrica – IDERH – 2014)
d) vocês-público
Leia as orações a seguir:
e) espetáculo-mensurável
Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ com-
panhias. (mas/más)
16. (Advocacia Geral da União – Técnico em Contabi-
A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme.
lidade – idecan – 2014) Os vocábulos “cinquentenário”
(cumprimento/comprimento)
e “império” são acentuados devido à mesma justificativa.
Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está
O mesmo ocorre com o par de palavras apresentado em
vazia. (despensa/dispensa).
Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima
LÍNGUA PORTUGUESA

a) prêmio e órbita.
os expostos na alternativa:
b) rápida e tráfego
c) satélite e ministério.
a) mas – cumprimento – despensa.
d) pública e experiência.
b) más – comprimento – despensa.
e) sexagenário e próximo.
c) más – cumprimento – dispensa.
d) mas – comprimento – dispensa.
e) más – comprimento – dispensa.

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17. (Rioprevidência – Especialista em Previdência So- 23. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab –
cial – ceperj – 2014) A palavra “conteúdo” recebe acen- 2014) Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
tuação pela mesma razão de: acentuadas segundo a mesma regra.

a) juízo a) indivíduos - atraí(-las) - período


b) espírito b) saíram – veículo - construído
c) jornalístico c) análise – saudável - diálogo
d) mínimo d) hotéis – critérios - através
e) disponíveis e) econômica – após – propósitos

18. (Ministério do Meio Ambiente – icmbio – cespe – 24. (Corpo de Bombeiros Militar-pi – Curso de Formação
2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos de Soldados – uespi – 2014) “O evento promove a saúde
vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. de modo integral.” A regra que justifica o acento gráfico no
termo destacado é a mesma que justifica o acento em:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) “remédio”.
b) “cajú”.
19. (Prefeitura de Balneário Camboriú-sc – Guarda c) “rúbrica”.
Municipal – fepese – 2014 – adaptada) Assinale a alter- d) “fráude”.
nativa em que todas as palavras são oxítonas. e) “baú”.

a) pé, lá, pasta 25. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


b) mesa, tábua, régua Médio – FGV – 2015)
c) livro, prova, caderno Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo
d) parabéns, até, televisão de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito à sua
e) óculos, parâmetros, título vida profissional e projetos de carreira. Os próximos dias serão
ótimos para dar andamento a projetos que começaram há al-
20. (Advocacia Geral da União – Técnico em Comuni- guns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”.
cação Social – idecan – 2014) Assinale a alternativa em
que a acentuação de todas as palavras está de acordo O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com
com a mesma regra da palavra destacada: “Procuradorias acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida pro-
comprovam necessidade de rendimento satisfatório para fissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento grave
renovação do FIES”. da crase é corretamente empregado é:

a) após / pó / paletó a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;


b) moído / juízes / caído b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
c) história / cárie / tênue c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
d) álibi / ínterim / político d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) êxito / protótipo / ávido e) o astrólogo previa o futuro passo à passo

21. (Prefeitura de Brusque-sc – Educador Social – fe- 26. (Prefeitura de Sertãozinho-SP – Farmacêutico – Supe-
pese – 2014) Assinale a alternativa em que só palavras rior – VUNESP – 2017) O sinal indicativo de crase está em-
paroxítonas estão apresentadas. pregado corretamente nas duas ocorrências na alternativa:

a) facilitada, minha, canta, palmeiras a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadvertida-
b) maná, papá, sinhá, canção mente, tristeza à depressão.
c) cá, pé, a, exílio b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento, por
d) terra, pontapé, murmúrio, aves isso almejam à pílula da felicidade.
e) saúde, primogênito, computador, devêssemos c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga,
pode-se, à primeira vista, pensar em depressão.
22. (Ministério do Desenvolvimento Agrário – Técnico d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios às
em Agrimensura – funcab – 2014) A alternativa que apre- pessoas antes da realização de exames acurados.
senta palavra acentuada por regra diferente das demais é: e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que existem
121 milhões de pessoas à serem tratadas de depressão.
a) dúvidas.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) muitíssimos.
c) fábrica.
d) mínimo.
e) impossível.

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27. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área 31. (CONAB – Contabilidade – Superior – IADES –
Administrativa – Médio – FCC – 2017) É difícil planejar 2014 – adaptada) Considerando o trecho “atualizou os
uma cidade e resistir à tentação de formular um projeto dados relativos à produção de grãos no Brasil.” e confor-
de sociedade. me a norma-padrão, assinale a alternativa correta.
O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o verbo
sublinhado acima seja substituído por: a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo
a) não acatar. de crase.
b) driblar. c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
c) controlar. sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
d) superar. d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referen-
e) não sucumbir. tes, o uso do sinal indicativo de crase passaria a ser
facultativo.
28. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediata-
Administrativa – Médio – FCC – 2017) A frase em que há mente antes de “produção”, o uso do sinal indicativo
uso adequado do sinal indicativo de crase encontra-se em: de crase seria facultativo.

a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com 32. (Sabesp-SP – atendente a clientes – Médio – fcc
maior força na Hollywood do século 21. – 2014 – adaptada) No trecho Refiro-me aos livros que
b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agregou foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sem-
à máxima. pre – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase
c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem obedece à mesma regra seguida em:
em histórias já testadas e aprovadas.
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como
de teatro. evitá-la.
e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
em alguns estúdios. efeito.
c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela.
29. (Prefeitura de Marília-SP – Auxiliar de Escrita – d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha
Médio – VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que fórmula.
o sinal indicativo de crase está empregado corretamente. e) Comunique às minhas alunas que as provas estão
corrigidas.
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o
amor de infância. 33. (TRT-AL – Analista Judiciário – Superior – FCC–
b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta 2014) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
uma nova remessa de cartas. O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psicológico. plemento que o da frase acima está em:
d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo
à diversas cartas. a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da
novas amizades. Idade Média.
c) ... viajavam por cordilheiras...
30. (prefeitura de são Paulo-sp – técnico em saúde – d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
laboratório – médio – vunesp – 2014) Reescrevendo-se e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar o
desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento 34. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE –
indicativo da crase, tem-se: UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Padre Vieira,
“O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o picaram
a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do descon- a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o substantivo
forto, ... “espinhos” tem, respectivamente, função sintática de,
b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do descon-
forto, ... a) objeto direto/objeto direto.
c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do descon- b) sujeito/objeto direto.
forto, ... c) objeto direto/sujeito.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do descon- d) objeto direto/objeto indireto.


forto, ... e) sujeito/objeto indireto.
e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do descon-
forto, ..

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35. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – UFAL 40. (Cia de Serviços de Urbanização de Guarapuava-
– 2014) No texto, “Arranca o estatuário uma pedra -pr – Agente de Trânsito – consulplam – 2014) Quanto
dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois à função que desempenha na sintaxe da oração, o trecho
que desbastou o mais grosso, toma o maço e cinzel na em destaque “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de
mão para começar a formar um homem, primeiro mem- lá pra cá” corresponde a:
bro a membro e depois feição por feição.”
VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da a) Oração subordinada adjetiva restritiva.
Academia Brasileira de Letras b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
A oração sublinhada exerce uma função de c) Adjunto adnominal.
d) Oração subordinada adverbial espacial.
a) causalidade.   b) conclusão.
c) oposição.     d) concessão. 41. (Advocacia-Geral da União – Técnico em Comu-
nicação Social – idecan – 2014) Acerca das relações
e) finalidade.
sintáticas que ocorrem no interior do período a seguir
“Policiais de Los Angeles tomam facas de criminosos, per-
36. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – Supe-
seguem bêbados na estrada e terminam o dia na delega-
rior – AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, apenas cia fazendo seu relatório.”, é correto afirmar que
uma pequena fração da sociedade teria acesso a ela.”, a
expressão em destaque funciona como: a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é composto.
a) objeto direto.      b) adjunto adnominal. c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de
c) complemento nominal.  d) sujeito paciente. sujeito.
e) objeto indireto. d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêba-
dos” e “relatório”.
37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – Analista Adminis- e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são ter-
trativo – Jornalismo – Superior – AOCP – 2014) mos que indicam circunstâncias que caracterizam a
“Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu ação verbal.
filho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde
-...” 42. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
No período acima, a oração destacada: VUNESP – 2015) Leia o texto, para responder às ques-
tões.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
lhe é subsequente. consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
b) estabelece uma relação temporal com a oração que às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o
a antecede. mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A
c) estabelece uma relação condicional com a oração vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das
que lhe é subsequente. classes sociais, dos indivíduos.
d) estabelece uma relação condicional com a oração Todos os direitos da humanidade foram conquistados
que a antecede. pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
e) estabelece uma relação de finalidade com a oração enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham;
todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja
que lhe é subsequente.
o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição
ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
38. (prodam-am – Assistente de Hardware – fun-
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa
cab – 2014) O termo destacado em: “As pessoas estão das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto na
sempre muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte função outra segura a espada por meio da qual o defende.
sintática: A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a
espada, a impotência do direito. Uma completa a outra,
a) objeto direto.       b) objeto indireto. e o verdadeiro estado de direito só pode existir quando
c) adjunto adverbial.      d) predicativo. a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade
e) adjunto adnominal. com que manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público,
39. (trt-13ª região-pb – Técnico Judiciário – Tecno- mas de toda a população. A vida do direito nos oferece, num
logia da Informação – Médio – fcc – 2014) Ao mes- simples relance de olhos, o espetáculo de um esforço e de
mo tempo, as elites renunciaram às ambições passadas... uma luta incessante, como o despendido na produção econô-
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- mica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência
plemento que o grifado acima está empregado em: de ter de sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito
LÍNGUA PORTUGUESA

nacional e contribui para a realização da ideia do direito. É ver-


a) Faltam-nos precedentes históricos para... dade que nem todos enfrentam o mesmo desafio.
b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro... A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamen-
c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa situação... te e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo direito. Se
d) As redes sociais eram atividades de difícil lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos compreende-
implementação... riam, pois só veem nele um estado de paz e de ordem.
e) ... como se imitássemos o padrão de conforto... (Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)

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Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empre- 45. (Correios – Técnico em Segurança do Trabalho Jú-
gada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como ocorre nior – Médio – IADES – 2017 – adaptada) Quanto às
na passagem – A espada sem a balança é a força bruta, a regras de ortografia e de pontuação vigentes, considere
balança sem a espada, a impotência do direito. o período “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
seu rosto numa mistura de amor e saudade.” e assinale a
a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princípios alternativa correta.
jurídicos manipulados pelo Estado.
b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca a) O uso da vírgula entre as orações é opcional.
chegaria ao fim. b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam
c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o in- em seu rosto por que sentia um misto de amor e sauda-
teresse pecuniário.
de.” poderia substituir a original.
d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do
direito está na ação. c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das acrescentado ao vocábulo “lia”.
faces, aos demais, a outra. d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da
vírgula entre elas poderia ser dispensado.
43. TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa – e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acen-
Médio – FGV – 2015 tuados graficamente rúbrica, filântropo e lúcida.

Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo 46. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo de Verifique a pontuação nas frases abaixo e marque a as-
enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo preparada sertiva correta:
pela Nasa (agência espacial norte-americana). O primeiro
passo para a concretização desse desafio será dado nesta a) Céus: Que injustiça.
sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, da base
b) O resultado do placar, não o abateu.
da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Uni-
c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava
dos. O lançamento estava previsto originalmente para esta
quinta-feira (4), mas devido a problemas técnicos foi reagen- em pleno atendimento.
dado para as 7h05 (10h05 no horário de Brasília).” d) Comam bastantes frutas crianças!
(Ciência, Internet Explorer). e) Comprei abacate, e mamão maduro.

“com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência 47. (SAAE-SP – Fiscal Leiturista – VUNESP – 2014)
em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.”
Os termos sublinhados se encarregam da localização do
lançamento da cápsula referida; o critério para essa locali-
zação também foi seguido no seguinte caso: Os protestos
contra as cotas raciais ocorreram:

a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;


b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.

44. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área


Administrativa – Médio – FCC – 2017) Está plenamente
adequada a pontuação do seguinte período:

a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre


bebeu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-se,
independente das outras artes há mais de meio século.
b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre con-
siderou a literatura como fonte de inspiração, mas o Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
cinema declarou-se independente das outras artes, há está correta em:
mais de meio século.
c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se independente a) Hagar disse, que não iria.
das outras artes, embora a produção cinematográfica tenha
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e la-


sempre considerado a literatura como fonte de inspiração. gostas, aos vizinhos.
d) O cinema declarou-se independente, das outras artes, há c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para
mais de meio século; porém, sabe-se, que a produção Hagar e Helga
cinematográfica sempre bebeu na fonte da literatura. d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar
e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci- à Helga.
nema, mas este, declarou-se independente das outras
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Ste-
artes há mais de meio século − como é sabido.
vensens, para jantar bifes e lagostas.

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48. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPENET c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaber-
– 2014) Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe os itens ta, em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para
abaixo: apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez
que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.
I. “Calma, gente”. d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João
II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”? Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida” sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é
IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!” descartada, pela viúva e filhos.
V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...” e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Gou-
lart, suspeitando que ele possa ter sido assassinado
Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA. pediram a reabertura da investigação de sua morte,
à Comissão da Verdade, esta, atendeu o pedido em
a) No item I, a vírgula isola um aposto. maio deste ano.
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem
interrompida. 52. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho –
c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do tre-
antecedente. cho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as
d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação e a mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso
exclamação, indicam surpresa. se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”.
e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, apenas, por
um ponto e vírgula após o termo “repente”. (  ) CERTO   (  ) ERRADO

49. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPENET –


2014 – adaptada) 53. (Prefeitura de Arcoverde-PE – Administrador de
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de ideais. Recursos Humanos – CONPASS – 2014) Leia o texto a
Jamais conheci alguém sinceramente cansado de dinheiro.” seguir:
(Millôr Fernandes) “Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessi-
Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar que: dade”. O uso da vírgula justifica-se porque:
a) são facultativas. a) estabelece a relação entre uma coordenada assindéti-
b) isolam apostos. ca e uma conclusiva.
c) separam elementos de mesma função sintática. b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da adversativa
d) a terceira é facultativa. “mas uma necessidade”, em que o verbo está subentendido.
e) separam orações coordenadas assindéticas.
c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um
luxo, mas uma necessidade”.
50. (Polícia Militar-SP – Oficial Administrativo – Mé-
d) indica que dois termos da mesma função estão ligados
dio – vunesp – 2014) A reescrita da frase – Como sem-
pre, a resposta depende de como definimos os termos da por uma conjunção aditiva.
pergunta. – está correta, quanto à pontuação, em: e) isola o aposto na segunda oração.

a) A resposta como sempre, depende de, como defini- 54. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
mos os termos da pergunta. VUNESP – 2017)
b) A resposta, como sempre, depende de como defini- Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no
mos os termos da pergunta. setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua equipe
c) A resposta como, sempre, depende de como defini- para um chamado escritório aberto, sem paredes e divisórias.
mos os termos da pergunta. Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele
d) A resposta, como, sempre depende de como defini- queria que todos estivessem juntos, para se conectarem e
mos os termos da pergunta. colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou
e) A resposta como sempre, depende de como, defini- claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos es-
mos os termos da pergunta. tavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove emprega-
dos estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe.
51. (Emplasa-Sp – Analista Jurídico – Direito – vunesp Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para
– 2014) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um
a pontuação está correta em: espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es-
paço, com portas e tudo.
a) Como há suspeita, por parte da família de que João Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aber-
LÍNGUA PORTUGUESA

Goulart tenha sido assassinado; a Comissão da Ver- to – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos são
dade decidiu reabrir a investigação de sua morte, em assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao modelo
maio deste ano, a pedido da viúva e dos filhos. de espaços tradicionais com salas e portas.
b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até
pedido da família do ex-presidente João Goulart e rea- 15% da produtividade, desenvolver problemas graves de
briu a investigação da morte deste, visto que, para a concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes
viúva e para os filhos, Jango pode ter sido assassinado. em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contri-

30
buindo para uma reação contra esse tipo de organização. descobri um insuspeito parque noturno com bastante
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele gente, quase nenhum carro e propício a todo tipo de ati-
já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir vidades: o estacionamento do estádio do Pacaembu.
falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa-
gente concorda – simplesmente não aguentam o escri- lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponí-
tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é vel em:http://www1.folha.uol.com.br/colunas. Acesso
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. em: 13.04.2017. Adaptado)
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo Assinale a alternativa que dá nova redação à passagem
de Nagele e voltando aos espaços privados. – O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – pre-
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um fere estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam
espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade dois metros quadrados de chão. – atendendo à norma-
é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo -padrão de concordância.
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
por até 20 minutos. a) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha –
Retemos mais informações quando nos sentamos em um acha preferível estendê-la para que se deite sobre elas,
local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e caso seja dado a eles dois metros quadrados de chão.
design de interiores. b) Os paulistanos não jogam a toalha – acham preferíveis
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem estendê-la e se deitar em cima, caso lhes deem dois
ser ruins para funcionários.” Disponível em: metros quadrados de chão.
www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado) c) Mais de um paulistano não são de jogar a toalha –
acham preferíveis estendê-la e se deitarem em cima,
Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quan- caso se dê a eles dois metros de chão.
do nos sentamos em um local fixo... (último parágrafo) d) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível
– com o termo Talvez, indicando condição, a sequên- que seja estendida, para que possam deitar-se sobre ela,
cia que apresenta correlação dos verbos destacados caso lhes sejam dados dois metros quadrados de chão.
de acordo com a norma-padrão será: e) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de joga-
rem a toalha – acha preferível elas serem estendidas e dei-
a) reteríamos ... sentarmos tar-se em cima, caso lhe seja dado dois metros de chão.
b) retínhamos ... sentássemos
c) reteremos ... sentávamos
d) retivemos ... sentaríamos
e) retivéssemos ... sentássemos

55. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –


VUNESP – 2017) Leia o texto para responder às ques-
tões.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você anda,
anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos “Ipane-
ma” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. Tomando “Ipa-
nema” como um símbolo, no entanto, como um exemplo de
alívio, promessa de alegria em meio à vida dura da cidade, a
frase passa a ser de um triste realismo: o problema de São
Paulo é que você anda, anda, anda e nunca chega a alívio al-
gum. O Ibirapuera, o parque do Estado, o Jardim da Luz são
uns raros respiros perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de
lajes batidas e os Corcovados de concreto armado.
O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinadores,
maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos sata-
nistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barraqui-
nhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
LÍNGUA PORTUGUESA

porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim


morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu corria
em volta de um lago, desviando de patos e assustando jacus.
Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou Minhocão e, du-
rante a semana, venho testando diferentes percursos.
Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas en-
costas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer,

31
42 E
GABARITO 43 A
44 C
1 C 45 D
2 A 46 C
3 D 47 E
4 A 48 C
5 C 49 C
6 A 50 B
7 C 51 B
8 D 52 CERTO
9 D 53 C
10 C 54 E
11 B 55 D
12 C
13 D
14 E
15 A
16 B
17 A
18 CERTO
19 D
20 C
21 A
22 E
23 E
24 E
25 C
26 C
27 E
28 D
29 B
30 A
31 E
32 D
33 E
34 C
35 E
36 C
LÍNGUA PORTUGUESA

37 A
38 D
39 A
40 A
41 D

32
ÍNDICE

LÍNGUA INGLESA

Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a interpretação de textos
técnicos........................................................................................................................................................................................................................ 1
a relação de atividades proposta. Com essa metodolo-
CONHECIMENTO DE UM gia de ensino, conforme Aiub (2010), em uma de suas
VOCABULÁRIO FUNDAMENTAL E DOS pesquisas relacionadas ao ensino de LI, afirma que a es-
ASPECTOS GRAMATICAIS BÁSICOS cola cria o imaginário:
PARA A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
TÉCNICOS [...] de que para aprender uma língua estrangeira é
indispensável não sair do roteiro, isto é, torna-se obriga-
O ensino de língua, na escola, seja Língua Portuguesa, tório seguir as etapas – as fases –, não se pode ir além do
ou Língua Estrangeira, apresenta semelhanças, pois que foi solicitado em um dado exercício, muito menos
acontece a partir do estudo de aspectos estruturais da escrever palavras não (pre)vistas com estruturas linguís-
língua. Essa concepção de ensino, portanto, remete aos ticas ainda não trabalhadas em sala de aula. (2010, p. 82).
pressupostos teóricos da Linguística Textual, que apare-
ce, neste caso, como disciplina balizadora das práticas Nesta perspectiva, entendemos que o roteiro de en-
de ensino de língua no âmbito escolar. Indursky (2006), sino estabelecido na escola determina quais conteúdos
pesquisadora na área da AD, buscou, em uma de suas devemos ou não ensinar naquele dado ano letivo. Esse
pesquisas, refletir sobre a categoria texto. Para a autora, roteiro, no entanto, limita as construções dos alunos,
“O sentido do texto muda de acordo com o aparato teó- pois os impede de utilizar palavras e/ou estruturas lin-
rico de que nos cercamos para concebê-lo” (2006, p. 35). guísticas que já têm conhecimento em detrimento do
Assim, ao tomar o texto a partir dos fundamentos da LT, nível de ensino em que se encontram. Melhor dizendo,
Indursky (2006) afirma que ele “é concebido como uma roteiros de conteúdos isolam o que o aluno aprendeu do
unidade pragmático-comunicativa, isto é, o autor tem que ele ainda não aprendeu e não permitem que ele vá
certas intenções comunicativas que se fazem presentes
além daquilo que está previsto. Assim, os sentidos tam-
no texto sob a forma de instruções [...]” (2006, p. 49) e,
bém são contidos à medida que os exercícios adminis-
assim, cabe ao leitoraluno decifrá-las, pois, segundo In-
tram até onde o aluno pode ir.
dursky, nesta concepção teórica, estamos lidando com
“uma língua transparente, sem opacidades. Em suma, a Podemos dizer que os roteiros direcionam o processo
língua é um código” (2006, p. 49). de ensino e de aprendizagem de LI a um único modo de
É possível afirmar, com isso, que essa proposta teó- conceber a língua, por meio de atividades de tradução
rica redunda em exercícios de repetição, pois se a lín- e produção textual, exercícios de gramática e interpre-
gua é considerada um código, entendemos, conforme tação, em tese, regidos por regras específicas de cons-
Pfeiffer (2003), que “[...] o aluno é apenas um observador trução.
da linguagem, não lhe cabe interferir nela, ele só deve Nessa perspectiva, quando um texto é traduzido, por
organizá-la de acordo com uma organização a priori e exemplo, o professor geralmente questiona, de forma
externa a ele” (2003, p. 97). Assim, em atividades de lei- breve, o que os alunos entenderam, porém não estende
tura e produção textual, por exemplo, o aluno interpreta a discussão, de modo a fazê-los realmente argumentar
e/ou constrói o seu texto regido por esse processo de sobre o tema tratado no texto. Assim, ele se fixa exclusi-
decodificação. Nesse âmbito, cabe ressaltar que quanto vamente na superfície textual, perdendo a oportunidade
mais próximo o aluno chegar da interpretação desejada de convocar os alunos para um trabalho de interpreta-
pelo professor, melhor, pois assim estará reproduzindo ção, para explorar a trama de sentidos que se forma em
fielmente o modelo proposto, que atende ao que o pro- sala de aula quando eles são convidados a dialogar, com-
fessor prescreve como certo. Pfeiffer (2003), nesse en- partilhar ideias e expor pontos de vista.
tendimento, destaca que “[...] o bom-leitor é aquele que Assim também acontece quando as aulas de LI focam
sabe encontrar a verdade o mais rápido possível” (2003, apenas em exercícios gramaticais, pois, embora sejam
p. 97), ou seja, aquele que entra nesse jogo de decifração importantes para compreendermos a estrutura da língua,
e assume prontamente o sentido que se busca apreender quando desvinculados de práticas mais significativas e
no texto. Nesse intuito, conforme afirma Pfeiffer, “[...] a fora de um contexto, ou retirados de um texto apenas
imagem do aluno, por parte do livro (da escola, do pro- para serem classificados, eles representam apenas mo-
fessor e – por que não (?) – da sociedade), [é] de que este delos prontos que devem ser copiados/reproduzidos.
é incapaz de e não deve interpretar por si só os enuncia- Com base nisso, a autoria, algo tão reclamado em sala
dos dos exercícios, necessitando assim de modelo [...]”
de aula, acaba se resumindo a atividades de repetição,
(2003, p. 93). Ou seja, nesse meio, o aluno é direcionado
memorização, tradução e reprodução de conteúdo. Ser
a um sentido ideal perante o texto, pois não se quer que
autor, nesse sentido, significa traduzir eficazmente um
ele, na escola, trabalhe na possibilidade de outras cons-
texto, passar corretamente as frases para os tempos ver-
truções na língua.
Ao abordar essas questões, que remetem à deco- bais indicados, memorizar uma sequência de palavras de
dificação do texto, como centrais ao ensino, a escola um determinado vocabulário e/ou entender um diálogo
LÍNGUA INGLESA

adota um esquema programático para atuar bem neste entre personagens presente no livro didático.
processo. Assim, organiza um roteiro de ensino, distri- Nesse sentido, ao discutir o movimento de autoria
buindo os conteúdos que cada série deve dominar, ge- nas aulas de LI na escola, percebendo como acontece a
ralmente compatíveis com os do livro didático, incum- produção do aluno, nos propomos, aqui, a pensar novas
bindo ao professor, neste caso, a tarefa de transmiti-los possibilidades de ensino que propiciem ao aluno ser au-
aos alunos, para que estes trabalhem disciplinadamente tor de suas produções pedagógicas.

1
Entendemos que o ensino de língua, seja materna ou Neste entendimento, segundo Orlandi, a linguagem é
estrangeira, como é de nosso interesse discutir, não deve incompleta ou inacabada, ou seja, os sentidos e os sujei-
acontecer mecanicamente, de modo que os professores tos não são definitivos, concluídos, compostos terminan-
leiam as verdades do livro didático e os alunos as vene- temente, o que faz com que, conforme a autora, um dizer
rem em sala de aula, quando interpretam ou produzem esteja/seja sempre “aberto”, mas que também nunca se
um texto, por exemplo. São em atividades assim que se fecha, pois:
resumem as aulas de LI na escola, cópia, repetição, entre-
tanto, esse tipo de exercício ocasiona alguns problemas [...] há uma relação importante entre a incompletude
no contexto escolar, pois muitos alunos deixam a escola e a interpretação. Devo aqui realçar o fato de que esta
dizendo que não sabem nada de Inglês, que não conse- incompletude não deve ser pensada em relação a algo
guem construir um texto no idioma, que não compreen- que seria (ou não) inteiro, mas antes em relação a algo
dem uma conversação ou não conseguem expressar-se que não se fecha. (1996, p. 11).
na língua.
A maneira como o ensino de LI está sendo conduzi- Nesta perspectiva, para Orlandi (1996, p. 13), a incom-
do, nesse sentido, deve ser repensada, pois, assim como pletude é atingida pela condição infindável da lingua-
afirma Pfeiffer (2003), “[...] para nós a interpretação não gem, um sistema de significação aberto. E este processo
é gerenciado por dois eixos que organizam o movimento
pode ser vista como mera decodificação [...]. Deste modo,
de “significação entre repetição e a diferença”, conside-
não há como entender que ao aluno – ao leitor – basta
rados pela autora como polissemia e paráfrase (1996, p.
ir à palavra capturar o sentido que lá está” (2003. p. 102).
13).
Pfeiffer, em sua fala, alude a uma prática discursiva da
Orlandi (2001, p. 20), tratando do modo como a lín-
língua, que vai de encontro, mais uma vez, aos pressu-
gua produz sentido, define o processo parafrástico como
postos da LT, pois estudar a língua no nível do discurso aquele que permite a produção do mesmo sentido sob
não permite que visualizemos um aluno “acomodado”, várias de suas formas (matriz de linguagem); e o proces-
“preso”, “fechado” para outros dizeres e outros sentidos so polissêmico como o responsável pelo fato de que são
possíveis, mas um ser pensante, que lê, interpreta e pro- sempre possíveis sentidos diferentes, múltiplos (fonte de
duz sentidos, frente à variedade de usos que a língua linguagem).
pode proporcionar. Trazendo essa discussão para a sala de aula, verifi-
camos que o aluno, neste caso, ao interpretar um texto,
1. A Língua Inglesa pensada a partir da AD: movi- retorna aos mesmos dizeres, geralmente fazendo uso da
mentos de autoria paráfrase, ou seja, numa troca de palavras, ele retoma um
mesmo sentido, podendo ser este sentido aquele que a
Conforme temos observado, o ensino de LI, na escola, escola, o LD, o professor pressupõe como verdadeiro e
tem se estruturado na perspectiva teórica da LT, que tra- único ou, ainda, um sentido atribuído com base em seu
balha com o objeto texto entendido como um produto conhecimento de mundo. Para Lima (2009), “Nesse caso,
da língua, dotado de intenções que, em sala de aula, de- existe o risco de que a leitura seja apenas uma decodifi-
vem ser assimiladas pelo aluno, para que o ato da comu- cação e não o descortinar do mundo que se abre a partir
nicação não seja falho, ou seja, para que o aluno consiga do texto” (2009, p. 51).
captar eficazmente a mensagem do autor, sem qualquer Isso não significa, no entanto, que a paráfrase não
problema de interlocução. seja significativa para o processo de ensino e de apren-
Verificamos, no entanto, que num trabalho como esse, dizagem de LI, afinal o aluno não estará, em sala de aula,
concentrado na decifração do código linguístico, a escola sempre fundando sentidos novos, diferentes e originais,
ensaia movimentos de decodificação das ideias que um ou seja, produzindo no eixo polissêmico da língua. O alu-
texto pode conter. O aluno não estaria, neste caso, in- no, enquanto sujeito, teoricamente concebido pela AD
terpretando, pois na base teórica da AD, a interpretação como aquele que existe socialmente, interpelado pela
vai muito mais além que a decifração do que já está dito, ideologia, encontra-se em meio a essas duas formas dis-
pois submete o trabalho dos sentidos às determinações tintas de produção de sentidos e é dessa forma que se
da exterioridade. Sendo assim, não buscamos, do ponto constitui autor.
de vista da interpretação discursiva, o que o texto quer Na perspectiva da AD, a noção de sujeito deixa de
dizer, mas como ele significa nas condições em que apa- ser uma noção idealista, imanente; o sujeito da lingua-
rece. Neste entendimento, para Orlandi (2001), gem não é o sujeito em si, ou seja, conforme ressalta
Os dizeres não são, como dissemos, apenas mensa- Brandão (1994), o sujeito não é a origem, a fonte abso-
gem a ser decodificadas. São efeitos de sentidos que são luta do sentido, porque na sua fala outras falas se dizem
produzidos em condições determinadas e que estão de (1994, p. 92). Pensando nisso, acreditamos que a autoria
envolve esses dois processos – paráfrase e polissemia –,
alguma forma presente no modo como se diz, deixan-
nos quais o aluno não só reformula dizeres legitimados,
do vestígio que o analista de discurso tem de apreender.
mas também constrói possibilidades outras de se dizer.
LÍNGUA INGLESA

(2001, p. 30).
Neste momento, podemos entender autoria conforme
A interpretação, para a AD, está na própria base da
Gallo (1995), a qual afirma que esta “[...] tem relação com
constituição do sentido. Para Orlandi (2003, p. 51), não a produção do “novo” sentido, e ao mesmo tempo, é a
há sentidos dados: estes são construídos por/através de condição de maior responsabilidade do sujeito em rela-
sujeitos inscritos numa história, num processo simbólico ção ao sentido que o produz e, por essa razão, de maior
e pela ideologia. unidade” (1995, p. 29).

2
Cabe explicitar que, entre a paráfrase e a polissemia, A língua de barro, nessa perspectiva, permite ao sujei-
entre o mesmo e o diferente, to aluno, em sua relação com a segunda língua, produzir
pelo já dito e pelo não dito é que os sujeitos e os efeitos de sentido que constroem o novo à medida que
sentidos se significam, abrindo caminho para a interpre- trabalham a polissemia, mas que também retoma e re-
tação. Assim, retomando ou originando novos dizeres, o torce os sentidos no eixo da paráfrase. Entendemos que
aluno, na escola, precisa ser oportunizado, nas aulas de a língua é o material em que acontecem os efeitos de
LI, a avistar outras maneiras de proferir sua fala, pois en- sentidos, portanto, ela não pode ser tomada como um
tendemos que cada um possui uma opinião que, embo- todo fechado, cujos sentidos já sejam dados de antemão.
ra mais alguém a compartilhe, o modo de se expressar, É dessa forma, conforme afirma Daltoé (2011, p. 208),
o sentido que se atribui, o tom que se imprime na voz, “abrindo espaço para a rachadura, para a fissura, para a
dentre outros aspectos, contribuem para que cada um
quebra, para a permeabilidade dos sentidos”, defendi-
produza seu dizer de forma distinta. Nesse entendimen-
do em seu trabalho em relação à língua de Lula, que se
to, Littlewood (1984), professor e pesquisador na área de
LEs, expõe que faz possível visualizar, neste caso, no ambiente escolar,
um ensino de LI que, ao levar em conta esses elementos,
[...] nós temos nos tornado cada vez mais conscien- trabalhe na possibilidade de proporcionar ao aluno um
tes de que indivíduos aprendizes são diferentes uns dos lugar de autoria. Orlandi (2005, p. 76) salienta que o su-
outros. Eles não são simplesmente uma argila macia, jeito/aluno deve assumir a função de autor e, assim, pro-
esperando para ser modelada pelo professor, mas eles duzir o efeito de autoria (gestos de interpretação), pois, o
têm suas próprias personalidades, motivações e estilos autor é o lugar em que se constrói a unidade do sujeito.
de aprender. Todas estas características afetam como os
aprendizes atuam em sala de aula. (1984, p. 1, tradução 2. Atividades de Língua Inglesa: da reprodução à
nossa). formulação de sentidos
Vimos, até então, que o processo de ensino e de
Partindo desse pressuposto, consideramos, assim aprendizagem de LI é embasado nos fundamentos da LT,
como afirma o autor, que os alunos, metaforicamente entretanto, a língua de barro, descontruindo esse perfil
falando, não são argila, prestes a serem moldados pelo artificial e tradicional do ensino, sugere novas possibili-
sistema escolar. Essa matéria-prima, entretanto, pode ser dades de produção de sentidos, oportunizando o sujeito
pensada em relação à língua, conforme nos apresenta a falar diferente, a mexer em seu próprio dizer, tendo aí
Daltoé (2011, p. 93) ao figurar uma substância que me- uma certa margem de manejo da língua.
lhor representasse a língua política do ex-presidente da Assim, para ilustrar o que temos discutido sobre o
república Luiz Inácio Lula da Silva, aos modos do que fez modo como o ensino de LI é conduzido na escola, e a
Pêcheux para representar as línguas de madeira, ferro,
forma como estamos propondo que ele aconteça, tra-
vento, etc.Naquele contexto, Daltoé (2011) julga “ser
zemos a seguir uma figura extraída do livro “Ensino de
possível desfazer a ideia de que a única matéria-prima
possível para a língua política seria a madeira, ou o ferro, Língua Inglesa”, que apresenta uma situação comum em
para pensá-la a partir de uma outra substância, o barro, família: pai, mãe e filho num cômodo da casa e cada um
que possibilitasse transformá-la, revirá-la, torcê-la, dis- executando uma tarefa. Essa imagem ajuda a pensar o
torcê-la (2011, p. 193). Assim, trazendo essa discussão ensino de LI por meio do caráter pedagógico da escola e,
para o âmbito escolar, poderíamos também pensar a LI a partir daí, possibilita também introduzir um funciona-
a partir do barro, nome popular atribuído à argila, pois mento discursivo nas práticas de sala de aula.
entendemos que a língua, assim como o barro, permite
essa torção dos sentidos, desestabilizando o que é toma-
do como evidente no contexto da sala de aula.
Deste modo, a língua de madeira (dura, fechada) ou
vento (volátil, fluida) mencionadas pela autora, referen-
tes à língua política designada por Pêcheux, representam
a língua trabalhada na escola, enquanto código, porta-
dora de instruções, normas e regras, pois, assim como
esses materiais, que para Daltoé (2011) “implicam a ideia
de dureza, impermeabilidade, resistência” (2011, p. 193),
o ensino de língua também apresenta tais característi-
cas no âmbito da sala de aula. Isto, porque, conforme
discutimos anteriormente, a escola encena práticas de
ensino que consistem em cópia, repetição, reprodução,
impedindo e resistindo veemente ao processo de formu- Fonte: DONNINI, Lívia et al. (2010, p.37)
lação de novos sentidos. Partindo desse pressuposto, a
língua de barro vem desarrumar essas práticas, pois se João está na sala de estar. Ele está assistindo televisão.
na língua de madeira e de ferro os sentidos se encontram A mãe dele está na cozinha. Ela está preparando o jantar. O
LÍNGUA INGLESA

estagnados, estanques, aqui se torna possível mexer em pai dele está na sala de estar. Ele está lendo o jornal.
sua construção. Com isso, ao interpretar ou produzir um
texto na LI, por exemplo, o aluno é convidado a moldar A partir da figura, verificamos que o texto ao lado da
os sentidos, num processo de ressignificação, num movi- imagem trabalha com construções estruturais da língua,
mento polissêmico de produção do novo, dando abertu- ao abordar o tempo verbal present continuous e o voca-
ra, assim, para a constituição do sujeito autor. bulário de família, no entanto, Doninni (2010), docente

3
na área de metodologias do ensino de LI, afirma que “[...] Esse modo de trabalhar com a LI autoriza o aluno a
cabe indagar em que contexto de uso alguém diria ou es- atribuir um novo sentido à imagem, pois não estaria cin-
creveria uma sequência de frases assim organizada” (2010, gido por regras de bem dizer e condenado a uma cons-
p. 38). Isto, porque o ato da comunicação não obedece a trução simbólica de texto, conforme apresentamos, pois
um critério metódico de disposição de frases, acontece no ao estar isento de atividades automáticas, ele consegue
dia a dia, involuntariamente, sem submeter-se às regras atribuir sentido à atividade. E, conforme vimos, como o
da língua. aluno não é argila, pronto para ser moldado, consequen-
Isso nos faz pensar, portanto, no perfil dos textos temente, ao levantar essas questões em sala de aula,
que estamos trabalhando no ensino de segunda língua, cada um terá uma imagem de família diferente, uma vi-
pois, conquanto que o texto pedagógico ainda atenda são de sociedade diferente e, desta forma, os sentidos
finalidades específicas na língua – pronomes, verbos, vo- vão sendo constituídos de modo a possibilitar ao aluno a
cabulário –, para Doninni (2010) “O ensino baseado ex- inscrição no espaço de autoria.
clusivamente em textos desse tipo desvincula a língua São propostas de atividades desse tipo que devem
de seus usos e de seus usuários, e contribui para a sepa- ser exploradas no campo da LI, pois o aluno terá abertura
ração entre o inglês “da escola” e o inglês “do mundo”” para falar sobre o texto em questão. Assim, mesmo que
(2010, p. 38). Ou seja, conforme as discussões anterio- ele se recuse a falar o que pensa sobre essas questões na
res, referentes à autoria, textos como esse da atividade língua-alvo, ele pode fazer suas contribuições na língua
servem como exemplo de práticas de ensino que dizem materna e, assim, o professor, num trabalho de media-
respeito apenas à cópia/reprodução de conteúdos na es- ção, pode também contribuir com vocabulários especí-
cola e não, neste caso, à vivência do inglês no mundo, ficos, frases e conceitos-chave, de modo que o aluno se
pois dispensam a abordagem de aspectos significativos habitue a trabalhar com o idioma.
que poderiam alçar outros sentidos possíveis no trabalho
com a língua. Essa integração com a segunda língua é necessária
Atividades como essa, neste entendimento, repre- para que o aluno se sinta à vontade ao praticá-la, sem
sentam o lugar ocupado pela língua de madeira, imper- que, para isso, ele precise decorar regras. Assim, de ma-
meável aos sentidos, conforme discutimos, que veda a neira espontânea, é possível desenvolver um trabalho
produção do novo e, consequentemente, também o es- que, ao mesmo tempo em que se concentra na aprendi-
paço de autoria na sala de aula. Assim, para que haja zagem de uma segunda língua na escola, também abra
possibilidade de o aluno constituir-se como autor, é ne- possibilidade para que o sujeito origine uma fala e, a par-
cessário que mais que explorar os aspectos estruturais de tir dela, constitua-se autor. Não se quer, nesse sentido,
sua organização, ele seja convidado a mexer na língua de dizer que as regras não devam ser ensinadas, mas supri-
barro, inaugurando e resgatando outros sentidos nessa mir, conforme Doninni (2010), “a noção de que primeiro
relação que estabelece com a língua. é preciso aprender a língua para depois aprender a usar
Dessa forma, para que essa atividade não se resuma à a língua” (2010, p. 37). Entendemos que o processo de
ordem da repetição, estampando o modo como a auto- ensino e de aprendizagem de LI deva acontecer por meio
ria acontece na escola ao modo da LT, faz-se necessário da vivência do idioma, sem obedecer a uma cronologia
que a apresentemos de outra maneira em sala de aula, que dita o que vem primeiro e o que vem depois, neste
abrindo espaço para a construção de sentidos, pelo viés caso, inicialmente as regras e, consecutivamente, a práti-
da AD. Doninni (2010) afirma que é possível, neste caso, ca da língua-alvo.
“[...] propor uma discussão a respeito dos papéis desem- É preciso, pois, que pensemos outra posição do alu-
penhados pelos personagens ilustrados [...] e a própria no em relação à língua e, com isso, partamos para uma
imagem da família mononuclear (com pai, mãe e filho)” aprendizagem de LI que não segregue o que é da fala,
(2010, p. 38). Essa reflexão sobre a atividade, portanto, o que é da escrita e o que é da comunicação, como se
retomando o que vimos sobre a língua de barro, permite a vivência da língua acontecesse separadamente, desas-
ao aluno ‘brincar’ com essa substância, num movimento sociada, isolada dos elementos que são próprios de sua
de significação e ressignificação de sentidos e, assim, fa- organização.
zendo valer seu lugar de autor. Nesse sentido, ao elencarmos tais elementos – fala,
Trazendo a metáfora do barro para dentro da sala de escrita, comunicação, etc. –, podemos harmonizar prá-
ticas que deem conta de trabalhá-los simultaneamente
aula, aqui especificamente para tratar dessa atividade, o
no contexto da sala de aula. Assim, torna-se possível vi-
professor poderia instigar os alunos, a partir dos papéis
sualizar um ensino de segunda língua que não aconteça
desempenhados pelos personagens dessa atividade, a
de modo ramificado, fragmentado, estanque, conforme
pensar sobre como a sociedade estabelece as funções de
pressupõe a escola, mas que, a partir de práticas de ati-
homem e mulher, como essas atribuições foram se con-
vidades como a que aqui construímos, possa autorizar o
solidando ao longo dos anos, e de que forma a mulher
aluno a fabricar ou restaurar sentidos e reconhecer-se,
foi conquistando sua independência, sua autonomia, seu
identificar-se como autor de suas produções.
espaço. Além disso, conforme a abordagem de Doninni,
LÍNGUA INGLESA

também é possível, a partir da imagem, trabalhar a ques-


Proposta de ensino de Língua Inglesa num viés
tão do ideal de família, questionando quem faz parte da
discursivo
família dos alunos, como eles vivem, assim dando opor-
A partir das discussões realizadas, ousamos, aqui,
tunidade para que falem de sua família, o que gostam
apresentar uma proposta para o ensino de LI nas escolas,
nela e o que poderiam fazer para melhorar a convivência
descritas a partir de experiências da autora, e que apon-
entre as pessoas.
tam para a formação do aluno-autor.

4
Proposta: Vídeos – Música e Imagem significar que alguém está passando por alguma dificul-
dade de cunho social, econômico, já outro aluno pode
Procedimentos: interpretar que alguém sofreu uma desilusão amorosa
ou foi vítima de acidente, etc.
1. Escolher uma letra de música em inglês; Sob essa perspectiva de diferentes interpretações,
2. Entregar a letra (inglês e português) até o dia es- é possível, ainda, que um aluno, ao ouvir a música pela
tabelecido; primeira vez, faça uma leitura distinta da segunda ou ter-
3. Não escolher músicas com temas inapropriados; ceira vez que escutá-la. Essa interpretação, no caso, pode
4. Para cada verso da música, escolher uma imagem ser determinada pelo lugar em que ele está, o momento
que o represente; que está vivendo, as pessoas que estão ao seu redor, en-
5. As imagens podem ser retiradas da internet, filmes fim, há inúmeras possibilidades que podem determinar
em geral; que o sentido pode ser um ou outro, pois os sentidos
6. Juntamente com as imagens, a música deverá ter são constituídos nesse processo parafrástico e polissêmi-
legenda (Ing/Port); co da língua, que temos tratado na AD.
7. O trabalho deverá ser entregue em CD ou DVD de- Ainda, essa proposta de ensino inclui cinco questões
vidamente identificado; de interpretação e cinco questões de gramática, porque
8. Entregar uma cópia da música para a turma, apenas quando os alunos, em grupo, elaborarem as questões
com a versão em inglês; de interpretação terão que visualizar na música perso-
9. A cópia deverá conter 5 questões de interpretação nagens, momentos, história, enfim fazer uma leitura e,
e 5 de gramática; então, organizar perguntas que possibilitem aos seus co-
10. Dominar a letra em inglês para cantá-la com a tur- legas de classe trabalhar a segunda língua. E, quanto às
ma no dia da apresentação. questões de gramática, trata-se de uma forma de estu-
dar a língua sem “fatiá-la” e, posteriormente, classificá-la.
Os vídeos têm basicamente feito parte da vida das Com isso, as categorias gramaticais são abordadas num
pessoas, que buscam registrar momentos, guardar me- cenário linguístico, no qual o sujeito apropria-se do con-
mórias, bem como exibi-los em programas de TV, inter- texto da música e pode perceber o uso dos verbos regu-
net ou até mesmo tentar ganhar dinheiro com isso. A lares, irregulares, a utilização de pronomes, conjunções,
música, da mesma forma, desempenha um papel impor- tempos verbais diversos, enfim, há uma série de elemen-
tante na vida das pessoas, pois tem o poder de mudar tos estruturais da língua que podem ser analisados na
sua maneira de pensar, fazê-las chorar ou sorrir, resga- própria composição musical, sem a necessidade de des-
tar lembranças, recordações, lugares, sentimentos e, por vinculá-los da língua para compreendê-los.
isso, elas se identificam com a letra ou a melodia, capaz Para dar continuidade à proposta, sugerimos que os
de elevar sua autoestima e/ou causar desconforto, an- alunos dominem a letra da música e a cantem para a tur-
gústia, melancolia. A imagem – fotos, retratos, pinturas ma. Isto, porque é importante o uso da oralidade em sala
– também esboça emoções únicas, seja de pessoas, pai- de aula, pois dentre todos os elementos que estão dis-
sagens, etc. postos na estrutura da língua, a fala é crucial para o ato
A proposta em questão remete a uma aprendizagem de comunicação. Além disso, na LI, a escrita das palavras
de língua que, a partir das filiações do aluno, faça-o pen- difere da pronúncia, o que torna ainda mais proeminen-
sar sobre a música, compreendendo por que gosta da te que os alunos utilizem o oral para se expressarem na
letra, por que se identifica com a melodia, e de que for- língua alvo. É importante salientar que essa proposta de
ma isso interfere na posição que ocupa em sala de aula. ensino ainda conta com o alicerce cultural, pois a músi-
Nesse sentido, essa proposta, a partir da música que os ca, dentre outras características, aborda questões/temas
próprios alunos selecionaram, convida-os a produzir um culturais que são de grande valia para o aprimoramento
vídeo reunindo imagens que desenham a parte acústica, e enriquecimento no idioma em questão.
de modo que eles possam expressar os versos da letra Neste caminho, entendendo cultura conforme
por meio de representações que, aos olhos do aluno, re- Lima D.C (2009), “como padrões compartilhados de
ferem-se ao que a música supõe, presume, exprime e/ comportamentos e interações, construtos cognitivos,
ou significa. e compreensão afetiva que são adquiridos por meio de
Esse trabalho é bastante significativo, pois o aluno um processo de socialização” (2009, p. 182), é possível
envolve-se com a música e atribui a ela significados dis- arraigar o ensino do idioma a partir das músicas, que
tintos, sentidos que, por sua vez, são construídos nesta abrigam todos esses aspectos delimitados pelo autor.
interação existente entre o sujeito e a linguagem. Pode- As músicas socializam ideias e, conforme Gobbi (2001),
-se dizer, assim, que por meio da letra da música, o alu- especializada em LI, com ênfase em estratégias musi-
no constrói e direciona os sentidos que busca alcançar cais, elas “fornecem textos autênticos que estimulam a
a partir das imagens (textos), estabelecendo um diálogo compreensão auditiva e o debate” (2001, p. 29), além
entre a representação visual e a parte escrita do texto. disso, ainda segundo a autora, também “representa[m]
LÍNGUA INGLESA

Entendemos, desta forma, que há um leque de in- um grande elo comunicativo. É a linguagem do som
terpretações possíveis, que vêm à tona mobilizando di- e letra que chegam ao ouvinte em forma de comuni-
ferentes opiniões, pois no ponto de vista de um aluno, cação” (2001, p. 40). Desta forma, é possível afirmar
por exemplo, “Don’t you worry, don’t you worry child, see que a música amplia o universo cultural do aluno, ao
heaven’s got a plan for you” (Não se preocupe, não se apresentar ritmo e letra, que dialogam com a posição
preocupe criança, os céus têm um plano pra você) pode social que ele ocupa e, com isso, constitui-se em uma

5
estratégia de ensino, capaz de treinar a oralidade, a o conteúdo programático e sua sequência. Coexistem
pronúncia, ampliar seu vocabulário na língua-alvo e, visões de língua como fenômeno a ser cuidadosamen-
principalmente, atender ao que temos proposto nesse te selecionado e segmentado, e como fenômeno a ser
trabalho: produzir sentido a partir dos movimentos de apresentado em seu contexto natural ou genuíno.
autoria no idioma.
Nos últimos tempos, as tendências no ensino de lín-
Figura 1 – Exemplo de imagem e legenda de vídeo guas estrangeiras têm sido caracterizadas por influências
teóricas que destacam a comunicação, introduzindo-a
como um dos pontos centrais do processo de ensino-
-aprendizagem. Como podemos observar nos PCNs-LE
que diz:

[...] utilizar as diferentes linguagens. Verbal, musical,


matemática, gráfica, plástica e corporal como meio para
produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e
usufruir das produções culturais, em contextos públicos
e privados, atendendo a diferentes intenções e situações
de comunicação; (PCN–LE, 1998: 08.)

Uma das principais inovações da abordagem comu-


nicativa no ensino de línguas estrangeiras diz respeito
ao fato da mesma substituir o modelo de ensino centra-
Fonte: Print Screen de um vídeo de autoria dos alu- do em formas gramaticais, passando a englobar, além
nos. da competência linguística, outros tipos de competên-
cias necessárias ao falante da língua (CANALE e SWAIN:
Figura 2 – Exemplo de imagem e legenda de vídeo 1980).
Parte-se da ideia da língua como um instrumento de
interação humana. A cultura subjetiva, isto é, os valores
e as normas culturais, determinam os diversos modos de
interação entre um falante e um ouvinte. Tais valores e
normas encontram-se presentes na competência comu-
nicativa dos participantes, ao fazerem determinadas es-
colhas durante a interação social.
A língua é um instrumento vivo e constantemente
em desenvolvimento. Diariamente, ela sofre influência da
cultura, seja na escrita ou na fala, “[...] dificilmente lín-
gua e cultura podem ser separadas. Consideramos que
a língua é um dos sistemas de expressão de uma cultu-
ra e que diferentes línguas apresentam preferências que
são influenciadas pela cultura” (GRABE & KAPLAN, 1989
apud OLIVEIRA, 2000: 50).
Neste sentido, a mudança de abordagem implica
também na necessidade de se criar as condições neces-
Fonte: Print Screen de um vídeo de autoria dos alu-
sárias para a aplicação do método de ensino-aprendiza-
nos. gem em sala de aula tendo em vista as diferentes formas
de pensar do falante.
3. Abordagem e metodologia de Língua Inglesa no Assim sendo, a presente monografia tem por finali-
Ensino Fundamental na escola dade estudar as metodologias e técnicas para aquisição
da linguagem no processo de aprendizagem de língua
O ensino de línguas estrangeiras pode ter por base estrangeira.
diferentes concepções acerca da linguagem, bem como, Para tanto, faz-se inicialmente um breve comentário
de que modo essas línguas podem ser aprendidas e en- sobre aquisição de una língua estrangeira e em seguida
sinadas, estando o ensino vinculado a decisões sobre o um breve estudo sobre os diferentes métodos de ensino,
conteúdo programático e sua sequência. destacando: método de gramática-tradução, método di-
Em função disso, o ensino de línguas estrangeiras reto, método oral e ensino de línguas situacional, méto-
enfrenta inúmeras críticas e questionamentos, tendo em do áudio-lingual e, por fim, a abordagem comunicativa.
vista a priorização da necessidade de se avaliar e pensar Em seguida, conforme mencionado descrever-se-á o
o ensino de maneira mais condizente com a realidade do estudo das metodologias e técnicas para aquisição da
LÍNGUA INGLESA

aluno, do professor e da escola. linguagem no processo de aprendizagem de língua es-


Diferentes metodologias de ensino de línguas, ao trangeira na escola Rainha da Paz no município de Vale
longo do tempo, têm evidenciado diferentes concepções de São Domingos. Finalizando, será estudado o contexto,
sobre linguagem e como esta é aprendida e ensinada. o objeto do trabalho, o qual diz respeito ao ensino da
No contexto do ensino de línguas estrangeiras em sala língua estrangeira, para então se fazer algumas conside-
de aula, este processo está vinculado a decisões sobre rações finais acerca do tema estudado.

6
4. O problema Disse Schütz (2003) numa Palestra apresentada no
III Seminário Internacional em Letras da UNIFRA / Santa
O problema que envolve o tema está expresso em Maria-RS, que:
forma de algumas perguntas relevantes do ponto de vis- A atual revolução das telecomunicações proporciona-
ta teórico e prático, assim formuladas: da pela informática, pela fibra ótica, e por satélites, despe-
Como os professores têm feito uso das metodologias jando informações via TV ou colocando o conhecimento
e técnicas descritas para o ensino de língua inglesa? da humanidade ao alcance de todos via INTERNET, cria o
conceito de autoestrada de informações. Estes dois fato-
5. Metodologia res bem demonstram como o mundo evoluiu a ponto de
tornar-se uma vila global, e o quanto necessário é que se
A realização de um trabalho com estas característi- estabeleça uma linguagem comum. (SCHÜTZ, 2003)
cas e objetivos requer o desenho preciso do horizonte Tendo em vista às rápidas mudanças na sociedade
metodológico onde ele será inserido. A princípio, busca- atual, cabe ao professor, além do ensino de língua in-
-se orientação através dos conceitos acerca do tema em glesa, promover o desenvolvimento de habilidades que
questão, objetivando facilitar sua compreensão e desen- permitam ao aluno ser o precursor de seu processo de
volvimento. aprendizado, ou seja, um aluno autônomo sabe que tem
Os meios pelos quais se pretende buscar a funda-
um papel ativo a cumprir em seu processo de aprendiza-
mentação necessária para discorrer a respeito deste
gem, pois o que vai diferenciá-lo das outras pessoas é o
tema, bem como, encontrar as respostas para as ques-
domínio da linguagem, tanto a materna quanto a língua
tões norteadoras que motivaram a pesquisa, consistirão
inglesa, que cada vez mais é utilizada na comunicação
no desenvolvimento de uma análise através da matriz
teórica: a analítica. O método de trabalho compreende mundial.
a utilização do método histórico-comparativo na busca Na mesma direção afirma Bourdieu, na sociedade,
dos subsídios necessários para o seu desenvolvimento. além dos bens materiais - força de trabalho, mercado-
Para tanto, as questões norteadoras que motivaram a rias, serviços circulam também bens simbólicos - in-
pesquisa consistirão em um levantamento bibliográfico, formações, conhecimentos, livros, obras de arte, entre
baseado em material publicado em livros, periódicos, In- outros. A linguagem é um bem simbólico; se podemos
ternet, e também no relatório obtido na escola escolhida dizer que na estrutura social capitalista existe a troca de
para a observação, entre outros. bens materiais e simbólicos, que cria relações de força
materiais e simbólicas, podemos entender que na comu-
AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM nicação existe também uma relação de força simbólica,
onde podemos identificar “possuidores” e “possuídos”,
No Brasil, a mudança na educação vem sendo cada “dominantes” e “dominados” (BOURDIEU, 1975).
vez mais discutida. Esta reorganização do ensino Funda-
mental é devido ao processo de universalização da edu- De acordo com os PCNs:
cação básica que começou a partir do século XX. o domínio da linguagem oral e escrita é fundamental
O mundo vem evoluindo a cada dia e a escola não para a participação social efetiva, pois é por meio dela
pode ficar estagnada no tempo com o desenvolvimento que o homem se comunica, tem acesso à informação,
da indústria, a expansão dos meios de comunicação e da expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói
tecnologia, os métodos e conteúdos da escola tornaram- visões do mundo, produz conhecimento. (P.C.N, 1997, p.
-se um fator a ser questionado e discutido. 13)
A proposta de reformulação do ensino de Língua Es- Neste sentido, para que isso aconteça é preciso que
trangeira é de longas datas. Desde épocas anteriores a a escola leve a todos os seus alunos os saberes linguísti-
nossa, já se percebia a necessidade de mudanças, pois o cos. Esta é uma das responsabilidades da escola: tornar
maior fator de reprovação escolar em todos os âmbitos acessível aos alunos conhecimentos que os possibilitem
era a deficiência na leitura e na escrita. exercer a cidadania.
Segundo Ubiratan D’Ambrósio: “a educação prepara Por isso, o ensino da Língua Estrangeira não pode ser
os indivíduos para o exercício da cidadania plena, aju- apenas o ensino da gramática, com exercícios contínuos
dando-os a exercer seus direitos associados as responsa- de descrição gramatical, estudos de regras e hipóteses
bilidade e deveres de todo o cidadão consciente e criti- de problemas, usando frases e termos descontextualiza-
co” (P.E.P. EMT. 1995, p. 10) dos.
Alguns tempos atrás, uma nova proposta de ensino
de Língua Estrangeira vem consolidar o pensamento de De acordo com Paiva:
Ubiratam D’ Ambrósio, pois, para que o homem exerça
Nos dias de hoje, entender ensino de língua como
sua cidadania é preciso que ele domine a linguagem.
restrito à aprendizagem de gramática e vocabulário pou-
co ajuda o aluno a lidar com a realidade em que nos en-
O mundo contemporâneo, em constantes mudanças,
contramos, onde o inglês cada vez mais nos cerca. (V.L.M.
exige cada vez mais da sociedade um preparo educacio-
LÍNGUA INGLESA

nal maior e de melhor qualidade. Estima-se que, atual- Paiva, 2007, p.32)
mente, mais de milhões de pessoas falam o inglês em Neste sentido, a gramática não pode ser ensinada
todo o mundo. Isso ocorre devido ao grande poderio desvinculada das práticas de linguagem, a gramática tra-
político e econômico do império britânico, associado ao balhada de maneira desarticulada da linguagem serve
crescimento dos meios de comunicações e, hoje, princi- apenas como mais um conteúdo que precisa ser decora-
palmente, à globalização. do para tirar notas na prova.

7
MÉTODOS DE ENSINO em termos de conhecimento. Dos estudiosos clássicos
aos contemporâneos, todos de alguma forma influencia-
No decorrer do processo de evolução do ensino de ram as gramáticas tais quais conhecemos hoje. Uns me-
línguas estrangeiras, foram desenvolvidas diversas abor- nos, outros mais. Uns de forma mais contributiva, outros
dagens ensino, cada qual apresentando uma visão par- menos.
ticular acerca do que é língua, e qual o melhor modo de Assim, no caso da língua estrangeira, a maioria dos
ser ensinada e aprendida (LEFFA, 2003). livros didáticos são construídos por regras gramaticais,
De acordo com Anthony, quando se fala em meto- listas de vocabulário e frases para tradução.
dologia, fala-se no nível nos quais suposições e crenças Desta forma, falar a língua estrangeira não representa
acerca da língua e da aprendizagem de língua são espe- o objetivo, sendo que a prática oral consiste no fato dos
cificadas (apud RICHARDS e RODGERS, 1986). alunos lerem em voz alta as frases que eles traduzem, as
Para Franzoni (1992) os métodos e técnicas de ensino quais, por sua vez, são construídas para ilustrar o sistema
se modificam na medida em que variam seus pressupos- gramatical da língua.
tos, dentre os principais métodos, pode-se destacar: Dentro desse contexto, a língua é então concebida
como uma estrutura, na qual o importante é aprender as
1. Método de gramática-tradução suas regras e formas.

Neste tipo de metodologia, o processo de ensino – 2. Método direto


aprendizagem não tem como objetivo o foco no signi-
ficado das expressões dos alunos, porém e apenas na O método direto tem por princípio fundamental o
forma da língua. fato de que o aprendizado de uma língua estrangeira
Neste tipo de abordagem, a finalidade de se estudar deve ocorrer por meio do contato direto com esta. A lín-
uma língua estrangeira consiste em prender a língua in- gua materna, portanto, deve ser excluída da sala de aula.
telectualmente, possibilitando com isso o acesso a textos No que se refere às atividades propostas aos alunos,
literários, bem como um domínio da gramática norma- Cestaro (2002) afirma serem as mesmas diversificadas,
tiva. tais como: a) compreensão do texto e dos exercícios de
Apesar de ser amplamente criticada como ultrapas- gramática, b) transformação a partir de textos de base,
sada e normativa devemos à tradição gramatical que c) substituições, d) reemprego de formas gramaticais, e)
remonta à antiguidade greco-romana boa parte de nos- correção fonética e; f) conversação.
sa informação gramatical. A classificação das palavras e Ainda segundo Cestaro (2002), os exercícios de con-
suas variações tal qual são ensinadas hoje em dia, é uma versação têm por base perguntas / respostas, perguntas
herança que recebemos da análise gramatical proposta essas fechadas, nas quais se realiza uma preparação oral
pelos gregos. dos exercícios os quais, por sua vez, devem seguir um
Pitágoras, no século V a.C., estabeleceu para a língua modelo anteriormente proposto.
grega os três gêneros e Platão distinguiu os nomes dos
verbos. Aristóteles, no séc. IV a.C., denominou de in- 3. Método oral e ensino de línguas situacional
termediário o gênero que hoje intitulamos de neutro e
identificou variações temporais no verbo grego. Os es- De acordo com o ensino de línguas situacional, a lín-
tóicos distinguiam quatro partes do discurso: nome, ver- gua é concebida como sendo um conjunto de estruturas
bo, conjunção e artigo, sendo que o adjetivo integrava a relacionadas a situações.
classe do nome. A teoria de aprendizagem desta abordagem consiste
Os alexandrinos estabeleceram paradigmas flexionais no tipo de hábito de aprendizagem. Para tanto, utiliza-se
e acrescentaram às categorias do nome, verbo, conjun- de frases previamente prontas, que são apresentadas aos
ção e artigos, as classes do pronome, advérbio, preposi- alunos e relacionadas a diferentes situações ou contextos
ção e particípio. A disciplina gramática, tal qual conhe- para que esses as memorizem e repitam.
cemos hoje, aparece na época helenística (NEVES, 2002, Frisby (1957 apud RICHARDS e RODGERS, 1986, p.36),
p.50). cita o ponto de vista de Palmer como autoritário: “Como
Outro gramático de extrema importância à história Palmer apontou, há três processos na aprendizagem de
da gramática ocidental foi Apolônio Díscolo, do II sé- língua – receber o conhecimento ou o material, fixá-lo na
culo d.C. A sua importância deve-se ao fato de ele ter memória por repetição e usá-lo numa prática real até ele
inaugurado os estudos da análise sintática. Além disso, a se tornar uma habilidade pessoal”.
sua obra é muito extensa, os assuntos tratados cobrem Desse modo, frases já prontas são apresentadas aos
quase todo o campo da análise linguística e o peso das alunos, sendo relacionadas a diferentes situações ou
suas conceituações é bastante forte na história das ideias contextos para que os alunos as memorizem e repitam.
gramaticais (NEVES, 2002, p.52). Esses exercícios de repetição são referidos como ‘drills’.
No século XX inauguram-se duas grandes correntes
LÍNGUA INGLESA

que influenciaram sobremaneira as gramáticas científi- 4. Método áudio-lingual


cas: o estruturalismo e o funcionalismo. Na história da
gramática tradicional, nos impressiona o fato de que As atividades da metodologia áudio-lingual consis-
todos estes estudiosos mencionados, cada um em seu tem em diálogos e ‘drills’. Os alunos não utilizam a sua
tempo, com as suas ideologias vigorantes, trataram a lín- criatividade nem suas experiências prévias, tendo em
gua como uma matéria que não se esgota em si mesma vista o fato de utilizarem diálogos previamente criados

8
no sentido de fornecer os meios para contextualizar as A competência gramatical diz respeito ao domínio da
estruturas principais da língua, bem como, ilustrar as si- língua, entendida como um sistema, englobando os co-
tuações em que as mesmas podem ser aplicadas, como nhecimentos fonológicos, morfológicos, sintáticos e se-
alguns aspectos culturais da língua-alvo (RICHARDS e mânticos, além de pronúncia e ortografia. A competência
RODGERS, 1986). sociolinguística compreende os fatores de uso da língua
em diferentes contextos, depende de fatores contextuais
5. Abordagem comunicativa como o status dos participantes, o propósito da intera-
ção, além das normas e convenções dos grupos sociais e
Uma das principais inovações da abordagem comu- do repertório do indivíduo. A competência discursiva diz
nicativo em relação às demais anteriormente citadas diz respeito à conexão de uma série de orações e frases com
respeito ao fato desta preocupar-se em levar para a sala a finalidade de formar um todo significativo. Este conhe-
de aula materiais e tarefas que têm como preocupação cimento tem de ser compartilhado pelo falante/escritor
central o significado ao invés da forma da língua. e ouvinte/leitor. A competência estratégica é entendida
De acordo com Richards e Rodgers (1986), o ensino como a competência para compensar a falta de conheci-
comunicativo de línguas encontra as suas origens no mento das regras de uso da língua.
processo de mudanças da tradição de ensino na década
de1960. A abordagem comunicativa do ensino de lín-
Travaglia (2000, p.19) também insere a questão ao
guas parte de uma teoria de língua como comunicação.
contexto sóciocultural do falante. Considera a compe-
Assim sendo, a finalidade central do ensino de línguas
tência comunicativa como uma:
consiste no desenvolvimento da chamada “competência
comunicativa” (RICHARDS e RODGERS, 1986).
[...] capacidade dos usuários de empregar adequada-
6. A competência comunicativa mente a língua nas diversas situações de comunicação e
progressivamente desenvolver a capacidade de realizar a
O termo competência comunicativa foi proposto adequação do ato verbal às situações de comunicação.
por Dell Hymes (1979), sóciolinguista norte-americano,
para definir os aspectos envolvidos na aprendizagem O autor entende que essa capacidade se desenvolve a
de língua materna sob um enfoque funcional da língua. partir das competências textuais e gramaticais ou linguís-
Dell Hymes analisa a organização dos recursos de fala ticas, definidas como:
e dos repertórios que os falantes utilizam em diferentes - competência gramatical: no mesmo sentido de Dell
contextos e nas diversas interações humanas, a fim de Hymes e Canale, é definida como a capacidade de
descobrir as competências e habilidades dos indivíduos gerar sequências reconhecidas por todos os usuá-
para se comunicarem, sem dissociá-los da comunidade rios da língua como gramaticais;
linguística a que pertencem. - competência textual: capacidade de produzir e com-
O sentido de competência comunicativa conceitua a preender textos considerados bem formados em
língua, não como um comportamento individual, porém, situações de interação comunicativa. Dela derivam
como um comportamento de muitos sistemas simbóli- algumas capacidades: a) Capacidade formativa: de
cos que membros de uma sociedade usam para se co- reconhecer, produzir, compreender e avaliar tex-
municarem. tos; b) Capacidade transformativa: de transformar
Dell Hymes (1979) menciona vários fatores que in- um texto a partir de outro (s). Por exemplo, para-
teragem para determinar a competência comunicativa, frasear, resumir, resenhar, escrever uma crônica a
entre eles, a capacidade gramatical e a aceitação. Esta úl- partir de um relato, uma crítica sobre uma peça de
tima originada em parâmetros básicos expostos em qua- teatro (um hipertexto a partir de um texto), etc; c)
tro fatores para garantir a comunicação: ser formalmente Capacidade qualitativa: perceber e classificar tipos
possível; ser possível em relação ao significado comuni- de textos (gêneros) diferentes.
cativo disponível; ser adequado ao contexto no qual é
usado e avaliado; ser desempenhado de fato. Para isso, vê como necessário promover o contato do
Em suma, a competência comunicativa, para Dell Hy- aluno com a maior variedade possível de situações de in-
mes, pode ser definida como a capacidade do indivíduo teração, por meio de um trabalho de análise e produção
de conhecer o sistema linguístico (incluindo os conhe- de enunciados ligados aos vários tipos de situações de
cimentos psicolinguísticos, sociolinguísticos e pragmáti- enunciação. Além de promover também o conhecimento
cos) e a habilidade de saber o quê, para quem e como da instituição linguística, “da instituição social que a lín-
produzir enunciados adequados a qualquer situação. gua é, de como está constituída e de como funciona” e
Esse enfoque de Dell Hymes gerou a abordagem co-
as habilidades de observação e de argumentação acerca
municativa no ensino de línguas, influenciando principal-
da linguagem, a partir do modo de pensar científico, do
mente o ensino de língua estrangeira. Essa abordagem
raciocínio lógico, da abstração.
considera necessárias no ensino tanto a competência
linguística, como o uso dessa competência em situações
LÍNGUA INGLESA

concretas de comunicação. 7. Principais características da abordagem comu-


Canale (1984), baseado nas ideias de Dell Hymes, nicativa
desenvolveu um modelo de competência comunicativa
que envolvia a competência gramatical, a competência Dentre as principais características da abordagem
sociolinguística, a competência discursiva e a competên- comunicativa pode-se destacar: a) enfatizar a produção
cia estratégica. de significado, de sentido em detrimento das formas do

9
sistema gramatical e; b) ensinar a língua estrangeira de https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/arti-
modo que a mesma se aproxime das situações exteriores gos/direito/abordagem-e-metodologia-de-lingua-ingle-
à da sala de aula, denominadas por alguns autores de sa-no-ensino-fundamental-na-escola/56678
‘mundo real’.
De acordo com Littlewood (1981), a abordagem co- LEITURA DE TEXTOS. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
municativa abre uma ampla perspectiva na língua, uma
vez que, considera a língua não apenas em termos de 1. COMPREENSÃO
suas estruturas (gramática e vocabulário), mas também
em termos de funções comunicativas que ela representa. O processo da compreensão escrita e oral envolve
Desta forma, passa-se então a observar não somente fatores relativos ao processamento da informação, cog-
as formas da língua, contudo, também o que as pessoas
nitivos e sociais. Os fatores relativos ao processamento
fazem com estas formas no momento em que elas dese-
da informação têm a ver com a atenção, a percepção e
jam se comunicar (LITTLEWOOD, 1981).
Na mesma direção, afirma Almeida Filho (1993), que decodificação dos sons e letras, a segmentação morfoló-
o ensino comunicativo consiste naquele que organiza as gica e sintática, a atribuição do significado ao nível léxi-
experiências de aprender em termos de atividades rele- co-semântico, e a integração de uma informação a outra.
vantes, tarefas de real interesse, bem como as necessida- Os fatores cognitivos envolvem a contribuição do leitor/
des a fim de que o mesmo possa adquirir a capacidade ouvinte, a construção do significado (a formulação de hi-
de utilizar a língua-alvo para realizar ações reais na inte- póteses sobre os significados possíveis com base no seu
ração com outros falantes-usuários dessa língua. pré-conhecimento de mundo) e de organização textual
Segundo Thompson (1996), são várias as concepções e os fatores sociais, que englobam a interação/falante
equivocadas que alguns professores de língua estrangei- e escritor/ouvinte localizada na história, na instituição e
ra possuem acerca da abordagem comunicativa, sendo na cultura. Isso significa dizer que compreender envolve
que uma delas diz respeito ao ensino da gramática, ten- crucialmente a percepção da relação interacional entre
do em vista o fato de muitos professores afirmarem que quem fala, o que, para quem, por que, quando e onde.
o ensino da gramática não ocorre na abordagem comu- Deve-se dizer, ainda, que a compreensão é uma ati-
nicativa. vidade com propósito definido, pois aqueles envolvidos
Para Thompson (1996), tal afirmação é incorreta, pois nesse processo estabelecem objetivos quanto à finalida-
o que se tem é uma nova concepção em substituição de do ato de compreender em que estão engajados (por
ao tratamento tradicional das regras gramaticais. Para o exemplo, ler um jornal, ouvir uma notícia no rádio, com-
autor, na medida do possível, os alunos são inicialmen- preender um texto escrito sobre as regras de um jogo,
te expostos à nova língua num contexto compreensível, ler uma bula etc., definem objetivos de compreensão
assim, eles são capazes de entender a sua função e o
específicos).
seu significado e então depois é que a atenção deles é
Outro aspecto importante é que o resultado do pro-
voltada para examinar as formas gramaticais que foram
cesso de compreensão é variado por estarem envolvidas
aplicadas para expressar aquele significado.
Neste sentido, a abordagem comunicativa inova em pessoas diferentes, com propósitos interacionais nem
relação às demais abordagens, tendo em vista se preo- sempre iguais, e conhecimento de mundo variados. Na
cupar primeiramente com o domínio dos significados da sala de aula, esse resultado envolverá, portanto, as con-
língua ao invés da forma. tribuições, as divergências, crenças e valores dos parti-
A segunda característica da abordagem comunicativa cipantes desse contexto na construção social do signi-
consiste no fato de que o ensino de línguas deve se apro- ficado.
ximar das situações exteriores à sala de aula – o “mundo Percebe-se, portanto, a complexidade do processo de
real”. Assim sendo, a sala de aula deve fornecer oportu- compreensão com o qual o aluno de Língua Estrangeira
nidades para o ensaio de situações e comunicações da se depara. Contudo, deve-se ressaltar que esse proces-
vida real, por meio de simulações, debates, diálogos, etc. so já foi vivenciado pelo aluno na aprendizagem de sua
Para Leffa (2003) os diálogos utilizados no processo língua materna, o que deve facilitar a aprendizagem da
de ensino-aprendizagem devem apresentar personagens compreensão escrita e oral em Língua Estrangeira.
e situações reais de uso da língua, incluindo os ruídos
que normalmente interferem no enunciado, tais como 1.1. Compreensão escrita
conversas de fundo, vozes distorcidas no telefone, so-
taques, etc. Provavelmente, o fator mais característico da com-
No caso dos textos escritos, não se deve restringi-lo preensão escrita seja a ausência do interlocutor. Ao con-
aos livros ou artigos de revistas, porém abranger todas as trário do que ocorre, em geral, na compreensão oral,
modalidades de impresso como jornais, cartas, formulá- normalmente o interlocutor não está presente face a
rios, catálogos, cardápios, mapas, bilhetes, cartões, etc. A
face, mas os vestígios de sua presença restam nas marcas
utilização de textos simplificados deve ser evitada, uma
que o escritor escolheu deixar no texto. Cabe ao leitor,
vez que prejudica a autenticidade do material (LEFFA,
LÍNGUA INGLESA

2003, p. 14-15). com base nessas marcas, se envolver na “conversa” com


o escritor. Há evidências dessa conversa entre o leitor e o
Fonte: escritor em certas marcas do discurso escrito (por exem-
http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/lin- plo, “em resumo”, “como já apontei acima” etc.) em que
guagem/eventos/simfop/artigos_VI%20sfp/Camila%20 fica clara a natureza interacional do discurso escrito.
dos%20Anjos_Ingl%C3%AAs.pdf

10
No que se refere ao ensino da compreensão escrita compreensão facilitada por entender a relação semânti-
em Língua Estrangeira, para facilitar o engajamento dis- ca, ainda que tenha dificuldades com outros elementos
cursivo do leitor-aluno, cabe privilegiar o conhecimento sistêmicos. Em relação a esse conhecimento é preciso
de mundo e textual que ele tem como usuário de sua não esquecer que o tipo de conhecimento requerido do
língua materna, para se ir pouco a pouco introduzindo o aluno é em nível de reconhecimento apenas, não de pro-
conhecimento sistêmico. Desse modo, o foco no terceiro dução.
ciclo é em compreensão geral, enquanto no quarto ciclo Ao ensinar os tipos de conhecimento mencionados, o
é em compreensão geral e detalhada. professor deve se balizar pelos conhecimentos que o alu-
Um aspecto importante relacionado ao ensino da no tem de sua língua materna e do mundo. Por exemplo,
leitura é que ensinar a ler não envolve necessariamente numa atividade de leitura, o professor deve fazer com
fazer ler em voz alta. A leitura em voz alta abarca o co- que o aluno tome consciência do que já sabe ao explorar
nhecimento sobre a estrutura sonora da língua e pode itens lexicais cognatos.
atrasar o engajamento do aluno na construção do signifi- O estabelecimento de metas realistas faz parte de
cado. O que é crucial no ensino de leitura é a ativação do qualquer processo de ensino e aprendizagem. No caso
conhecimento prévio do leitor, o ensino de conhecimen- da leitura, metas realistas estão intrinsecamente vincula-
to sistêmico previamente definidos para níveis de com- das à definição do nível de compreensão que se deseja
preensão específicos e a realização pedagógica da noção alcançar. Esse fator, por sua vez, relaciona-se com a au-
de que o significado é uma construção social. Além disso, toestima do aluno, pois o desafio encontrado é enfren-
a leitura abarca elementos outros que o próprio texto es- tado com sucesso.
crito, tais como as ilustrações, gráficos, tabelas etc., que
colaboram na construção do significado, ao indicar o que 1.2. Orientações didáticas para o ensino da com-
o escritor considera esclarecedor ou principal na estrutu- preensão escrita
ra semântica do texto.
Segue-se a explicitação de cada um desses conhe- Primeiramente, é necessário que o professor escolha
cimentos em relação ao papel que desempenham na o texto a ser usado para, a seguir, estabelecer um propó-
aprendizagem da leitura. sito para a leitura (o que pode ser feito em conjunto com
O conhecimento de mundo tem um papel primordial, a classe). Esse propósito definirá o nível de compreensão
pois, ao ler, o aluno cria hipóteses sobre o significado a ser alcançado, o que pode abarcar desde uma com-
que está construindo com base em seu pré-conhecimen- preensão geral em relação ao que é tratado no texto, até
to. Por exemplo, ao encontrar a palavra “cinema” em um a procura de uma informação específica, por exemplo,
texto, o leitor aciona o seu conhecimento sobre cinema. uma data, um nome etc. É útil pensar sobre o trabalho
Assim, caminha pelo texto projetando coerência por em fases que podem ser chamadas de pré-leitura, leitura
meio da representação do mundo textual que vai elabo- e pós-leitura.
rando com base do que se sabe sobre cinema.
O conhecimento de organização textual também fa- Pré-leitura
cilita a leitura ao indicar para o aluno como a informa- Esta fase é caracterizada pela sensibilização do alu-
ção está organizada no texto. Por exemplo, ao ler uma no em relação aos possíveis significados a serem cons-
história, o leitor-aluno, confiando em seu conhecimento truídos na leitura com base na elaboração de hipóteses.
da organização de histórias, sabe que sua compreensão Engloba:
será balizada pelo modo como as histórias se organizam. - ativar o conhecimento prévio dos alunos em rela-
Assim, após encontrar a situação da história em que es- ção ao conhecimento de mundo: explorar o título,
tão apresentados os personagens e o contexto em que subtítulos, figuras, gráficos, desenhos, autor, fonte;
atuam, o aluno se prepara para encontrar o problema, - ativar o pré-conhecimento do aluno em relação à
em seguida a solução e a avaliação. organização textual: explorar itens lexicais (“era
O conhecimento sistêmico contribui para a ativação uma vez”), cabeçalhos (de
e a confirmação das hipóteses que o aluno está elabo- - carta), a distribuição gráfica do texto (listagem de
rando. Nos estágios iniciais de aprendizagem, o conhe- ingredientes) etc., reveladores da organização tex-
cimento referente aos itens lexicais é crucial, já que faci- tual;
lita a ativação de conhecimento do mundo do aluno. O - situar o texto, identificando quem é o autor, o lei-
conhecimento da morfologia da Língua Estrangeira, ao tor virtual, quando e onde publicado e com que
indicar o papel gramatical do item, colabora para a com- propósito (a quais interesses serve), de modo a
preensão. Por exemplo, a marca de advérbio – “-men- evidenciar a leitura como uma prática sociointera-
te”, em espanhol e português; “-ment”, em francês; e cional.
“-ly”, em inglês - indica para o leitor o modo como a
ação verbal está se desenvolvendo. Parte desse tipo de Leitura
conhecimento também engloba os elos coesivos que o É nesta fase que o aluno tem de projetar o seu conhe-
LÍNGUA INGLESA

leitor tem de reconhecer no estabelecimento da referên- cimento de mundo e a organização textual nos elementos
cia pronominal, lexical etc., como também os conectores sistêmicos do texto. Com base no nível de compreensão
das partes do discurso. Por exemplo, ao identificar que os previamente estabelecido, o professor capitaliza nas estra-
conectores “parce que”, em francês, “because”, em inglês tégias de leitura que o aluno tem como leitor em sua língua
e “porque”, em espanhol, indicam uma relação semântica materna e nos itens lexicais e gramaticais semelhantes aos
de causa entre duas partes do discurso, o leitor tem sua da língua materna e em outros itens sistêmicos diferentes,

11
na dependência do nível de compreensão. É claro que para - Exemplo 3
níveis de compreensão mais detalhada a familiarização com Meta: desenvolver atitude crítica.
elementos sistêmicos diferentes da língua materna será ne- Fase: pós-leitura.
cessária. É importante também que o aluno aprenda a adi- Atividade: identificar alguns sinais de preconceitos na
vinhar o significado de palavras que não conhece, por meio maneira como pessoas ou lugares são tratados no texto.
de pistas contextuais, da mesma forma que é essencial que
aprenda a desconsiderar a necessidade de conhecer todos - Exemplo 4
os itens lexicais para ler. São importantes as estratégias de Meta: localizar e levantar informações em um texto.
integração de uma informação a outra, o estabelecimento Fase: leitura.
dos elos coesivos e a utilização de estratégias de inferência. Atividade: encontrar nomes de pessoas ou de lugares,
É crucial que o aluno aprenda a distinguir entre informações datas.
centrais na estrutura semântica do texto e os detalhes.
- Comentários:
Pós-leitura - o exemplo 1 chama a atenção para como a organi-
Ao final da leitura, o professor poderá planejar ati- zação textual reflete a organização da informação
vidades destinadas a levar os alunos a pensar sobre o no texto, o que possibilita distinguir as ideias cen-
texto, emitir suas reações e avaliar, criticamente, as ideias
trais de ideias secundárias;
do autor. O foco essencial é no relacionamento do mun-
- o exemplo 2 indica que a construção do significado
do do aluno com as ideias do autor. Esses aspectos mais
depende da contribuição dos leitores, ao mesmo
críticos evidenciados nesta fase devem perpassar toda a
tempo que mostra que a leitura é um ato social;
atividade de leitura, embora pedagogicamente estejam
concentrados aqui. - o exemplo 3 desenvolve a consciência no leitor de
Para o desenvolvimento da habilidade de compreen- que as pessoas quando usam a linguagem fazem
são escrita é necessário poder dispor de uma grande escolhas que refletem suas visões de mundo, pre-
variedade de textos de diversos tipos, provenientes de conceitos etc.
jornais, revistas, instruções de jogos e de funcionamen- - o exemplo 4 indica que leitores têm propósitos es-
to de aparelhos, livros, da Internet etc. Será importante pecíficos, ou seja, nem sempre é necessário ler o
envolver os alunos nesse processo de coleta de textos texto todo, dependendo do objetivo da leitura.
para se assegurar, por um lado, o interesse dos alunos,
e por outro lado, a conexão entre o que se faz na sala 1.3. Compreensão oral
de aula de Língua Estrangeira e o mundo fora da escola
onde a língua estrangeira é usada. Neste particular, os O processo envolvido na compreensão oral asseme-
livros didáticos, em geral, não cumprem esse objetivo, lha-se ao da compreensão escrita. Inclui, contudo, dois
pois os textos que neles se encontram são, na maioria aspectos principais que o distinguem. A necessidade de
das vezes, elaborados e/ou selecionados tendo em vis- utilizar conhecimento sistêmico ao nível fonético-fono-
ta o ensino do componente sistêmico, que na proposta lógico e o fato de ser caracterizado por uma realização
destes parâmetros não é fim, mas sim um dos tipos de interacional imediata, que pode desaparecer sem deixar
conhecimento que possibilitam a aprendizagem de Lín- vestígios se não for gravada. Além dos tipos de conheci-
gua Estrangeira pelo envolvimento no discurso. A visão mento mencionados em relação à compreensão escrita
de leitura adotada difere daquela tradicionalmente se- (conhecimento de mundo, do conhecimento sistêmico e
guida em sala de aula e em material didático, centrada do conhecimento da organização textual), a compreen-
em aspectos de decodificação da palavra escrita, em que são de textos orais requer o conhecimento dos padrões
o único conhecimento utilizado pelo leitor-aluno é o sis- de interação social (os direitos e deveres interacionais,
têmico, baseando-se numa concepção de leitura em que isto é, quem pode tomar o turno, por exemplo).
o significado é inerente ao texto e não uma construção Com base nesses conhecimentos, os usuários-ouvin-
social. tes criam expectativas sobre o que os seus interlocutores
Exemplos de tarefas de compreensão escrita: vão dizer. Assim, os falantes esperam atingir suas pro-
postas comunicativas, apoiando-se nas expectativas dos
- Exemplo 1 ouvintes em relação ao que devem esperar do discurso.
Meta: distinguir as ideias principais dos detalhes com Os ouvintes, por sua vez, projetam seus conhecimentos
base na organização textual. nas contribuições dos falantes na negociação e constru-
Fase: leitura. ção de significados.
Atividade: identificar as ideias centrais em cada pa- Isso não quer dizer, no entanto, que toda comunica-
rágrafo de uma história de modo a produzir um
ção oral seja sempre recíproca, pois há casos, como em
resumo.
uma conferência ou em uma aula expositiva, em que não
há uma interação recíproca nem uma troca de turnos. O
- Exemplo 2
que existe é a preocupação do falante com aquilo que
Meta: formular hipóteses sobre o conteúdo de textos,
LÍNGUA INGLESA

usando-se o conhecimento prévio, de mundo dos vai ser dito, com a organização do texto, com os vários
alunos. níveis de organização linguística e com as expectativas
Fase: pré-leitura. dos ouvintes para facilitar a compreensão da informação.
Atividade: responder perguntas, participar de discus- Assim, embora os participantes estejam engajados com
são sobre determinado assunto, que será poste- o que está ocorrendo, não há uma participação ativa no
riormente encontrado em um texto. processo interacional, uma vez que não podem intervir

12
diretamente na situação comunicativa. Já na comunica- - Exemplo 4
ção recíproca, que oferece a possibilidade do outro se Meta: desenvolver consciência crítica de que os inter-
manifestar, há, além do engajamento, a participação dos locutores ocupam posições diferentes na institui-
interlocutores (falantes e ouvintes) no ato comunicativo. ção.
Embora as dificuldades típicas da compreensão escri- Fase: pós-compreensão oral.
ta ocorram igualmente na compreensão oral, nesta o ou- Atividade: com base em uma gravação de um diá-
vinte pode solicitar que o seu interlocutor esclareça suas logo já trabalhado, identificar marcas da posição
dificuldades de compreensão. É claro que na compreen- hierárquica na instituição, de formalidade ou infor-
são de textos orais do rádio e da TV, por exemplo, a pos- malidade etc., no modo como os participantes se
sibilidade de interromper o interlocutor não se configura. referem uns aos outros.
Do ponto de vista do processo de ensinar e aprender,
além das questões relativas ao ensino da compreensão Comentários:
escrita, convém considerar os tipos de conhecimento - no exemplo 1, a primeira tarefa se baseia na rele-
específicos da compreensão oral já discutidos: conheci- vância da ativação do conhecimento lexical que o
mento ao nível fonético-fonológico e as regras da inte- aluno já tenha para ter acesso à temática do texto
ração oral. a ser ouvido;
Esse processo de construção do significado é, por- - no exemplo 2, está sendo focalizada a habilidade
tanto, determinado pelo modo como os interlocutores de selecionar informação, com base no propósito
agem pelo discurso realizado num determinado momen- do ouvinte;
to (a história) e espaço (contextos culturais e institucio- - o exemplo 3 indica como a entonação contribui
nais). para a construção do significado, além de chamar
a atenção para a natureza sociointeracional da lin-
1.4. Orientações didáticas para o ensino da com- guagem;
preensão oral - o exemplo 4 novamente chama a atenção para a
natureza sociointeracional da linguagem ao foca-
Tendo em vista as semelhanças entre os processos de
lizar como os participantes usam a linguagem, de-
compreensão oral e escrita, guardando-se as diferenças
pendendo de como estão posicionados no mundo
já apontadas, pode-se sugerir o mesmo tratamento pe-
social.
dagógico para o ensino da compreensão oral, organizan-
do-o em fases, conforme sugerido para a compreensão
PRODUÇÃO
escrita.
Exemplos de tarefas de compreensão oral:
Se de um lado do jogo interacional de construir sig-
nificados estão as habilidades comunicativas de com-
- Exemplo 1 preensão escrita e oral, do outro estão as habilidades de
Meta: ativar o vocabulário que será encontrado no produção escrita e oral. As pessoas se envolvem nesse
texto a ser compreendido para trazer à tona o co- jogo, tendo em mente que querem agir no mundo social
nhecimento de mundo facilitador da compreensão em relação a seus interlocutores. É por isso que ao pro-
oral do texto. duzir um texto escrito ou oral, da mesma forma que no
Fase: pré-compreensão oral. ato da compreensão, as pessoas, além de considerarem
Atividade: listar itens lexicais relativos à temática do sobre o que estão escrevendo ou falando, levam em con-
texto que será ouvido. ta para quem, por que, onde e quando estão escrevendo
ou falando. Essas considerações se refletem, nos textos
- Exemplo 2 produzidos, nas expectativas que o escritor ou falante
Meta: captar informações específicas. têm em relação aos leitores e ouvintes, que estão situa-
Fase: compreensão oral. dos na cultura, na instituição e na história.
Atividade: a partir de uma gravação, preencher, por Contudo, é preciso considerar duas diferenças básicas
exemplo, uma ficha de informações sobre deter- entre a produção escrita e a oral em razão da presença
minado assunto. ou ausência do interlocutor: o nível de planejamento e
de envolvimento com o interlocutor que a tarefa de pro-
- Atividade: após ouvir uma mensagem em uma se- duzir acarreta. A escrita tende a exigir mais planejamento
cretária eletrônica, preencher uma folha de um (incluindo, portanto, a necessidade de revisar o texto) do
bloco de recados para que um amigo receba as que a produção oral. Em virtude da não simultaneidade
informações de que necessita. do ato interacional típica da fala, o escritor tem de plane-
jar mais seu texto, antevendo as dificuldades possíveis na
- Exemplo 3 construção do significado que o leitor enfrentará, já que
Meta: desenvolver condições para que os alunos per- este não pode interromper o escritor e pedir esclareci-
LÍNGUA INGLESA

cebam as possibilidades diferentes de padrões en- mentos sobre seu texto. Deve-se, porém, levar em conta
tonacionais: pergunta, afirmação e exclamação. que certos tipos de textos orais, aulas expositivas, por
Fase: compreensão oral. exemplo, acarretam um alto nível de planejamento da
Atividade: preencher um quadro indicando quais falas parte do falante e que em algumas culturas (por exem-
de um diálogo gravado são perguntas, afirmativas plo, na Inglaterra) não é comum que um expositor ser
ou exclamações. interrompido para esclarecimentos.

13
A outra diferença diz respeito ao maior ou menor ní- ambiguidade e perseguir a clareza. Além disso, há a ques-
vel de envolvimento com o interlocutor. A produção oral, tão de que o conhecimento exigido do código linguístico
em virtude da presença do interlocutor, tende a acarretar é de natureza diversa na situação de interação escrita - se
maior envolvimento com ele. À luz do olhar do interlocu- comparada com a oral - e que, ainda, os possíveis contex-
tor, dos seus gestos e de traços de sua identidade social tos socioculturais, relevantes na constituição dos diferentes
(classe social, etnia, opção sexual etc.), pode-se moldar sentidos, na escrita precisam ser recuperados por quem
o que se fala de modo a envolvê-lo mais diretamente escreve, enquanto na oral ambos os participantes podem
na construção do significado. Todavia, há textos escritos, estabelecer as referências necessárias.
como cartas pessoais, por exemplo, contendo marcas da No contexto social brasileiro, no qual a circulação
oralidade, o que se nota, entre outras formas, pelo uso do escrito é de acesso desigual, é possível que o jovem
de frases questionadoras que envolvem diretamente a aluno dos terceiro e quarto ciclos não tenha tido opor-
opinião do leitor em relação ao que foi dito: “concorda?”, tunidade de conviver com a importância e com o papel
“não é?”. social dessa forma de manifestação discursiva. Não por
A produção de textos orais e escritos envolve uma desconhecimento da modalidade, pois ele se encontra
série de diferenças marcantes relacionadas às modalida- em processo de construção de sua expressão escrita em
des oral e escrita, determinadas, em última análise, por língua materna, o problema se constitui no conhecimen-
um lado, pelo uso da estrutura sonora das línguas, e, por to prévio que esse aluno detém em relação aos espaços
outro, pela representação escrita (escrita alfabética, ideo- sociais que requerem o seu uso.
gráfica etc.) do que se tem a dizer. Todavia, a produção Uma forma de tentar ultrapassar as dificuldades que
de textos orais e escritos igualmente acarreta o uso de a escrita apresenta para esse momento da aprendizagem
conhecimento de mundo (refletido naquilo sobre o que seria utilizar, como base de todo o planejamento, as rela-
se fala ou escreve), da organização da informação em ti- ções que se podem estabelecer entre o conhecimento de
pos de texto (alguns sendo típicos da fala - por exemplo, mundo e as diferentes formas de organizá-lo em textos
uma entrevista - e outros da escrita - por exemplo, um por meio da escrita. Essa aprendizagem requer que se
ensaio acadêmico) e de elementos sistêmicos (alguns tenha uma compreensão clara da relação entre o proces-
também sendo mais recorrentes na fala - por exemplo, so de escrita e um determinado produto (o seu produto
contrações - e outros na escrita - por exemplo, termos específico), considerado(s) seu(s) objetivo(s) e possíveis
técnicos). utilizações sociointeracionais.
As diferenças na organização textual têm papel fun- A questão da metacognição do processo da escrita
damental em relação à produção de textos em Língua põe em evidência a relação entre o que se está apren-
Estrangeira, além das diferenças no nível sistêmico entre dendo, o como e qual o propósito da aprendizagem. Im-
as línguas. As pesquisas no campo de estudos contrasti- porta ter clareza do que se espera que o aluno produza
vos em relação aos sistemas e à organização textual de na modalidade escrita: é preciso que haja uma relação
línguas diferentes têm chamado a atenção para a impor- de possibilidade real de existência da tarefa e o seu re-
tância de que o professor tenha acesso a esses contrastes sultado, isto é, que a solicitação de produção escrita ao
para colaborar na aprendizagem das habilidades comu- aluno deixe clara a situação de comunicação: quem es-
nicativas de produção. Muitas dificuldades na produção creve, com que finalidade, para quem, de modo que ne-
de textos orais e escritos são causadas pelas diferenças cessidades e desejos possam vir a ser expressos, já que o
entre a língua estrangeira e a língua materna no que se uso da linguagem só se concretiza a partir de um lugar
refere, por exemplo, às diferenças entre os sistemas fo- de produção histórico, cultural e institucionalmente de-
nológicos e sintáticos, e em relação a como as línguas terminado.
organizam a informação em textos. Um exemplo são os Outros elementos dizem respeito a:
modos diferentes de organizar uma conversa informal ou - motivações - extremamente ligadas aos interesses
um texto escrito expositivo em línguas diferentes. da faixa etária e ao grupo social no qual se inserem
A seguir, são focalizadas as especificidades das habili- os alunos;
dades comunicativas de produção escrita e de produção - incentivo à criatividade - resultante da possibilidade
oral. de se atenuarem as relações de poder na sala de
aula, permitindo situações de produção nas quais
1. Produção escrita o aluno possa contribuir de forma mais atuante;
- trabalho em grupo - forma que permite mais facil-
Um dos primeiros aspectos a considerar em relação ao mente a concretização da ideia de que os sentidos
processo de produção da escrita é o próprio desafio que ela se produzem na interação;
representa: é uma interação que se estabelece em ausência - o papel do professor na visão sociointeracionista - o
do interlocutor, diferençando-se da interação oral, na qual de responsável pela organização das interações na
os parceiros encontram-se em presença na simultaneida- sala de aula, bem como o de buscar o equilíbrio
de da fala. Logo, o interlocutor do texto escrito - a razão das relações nesse contexto.
LÍNGUA INGLESA

mesma da existência do texto - vem a ser um projeto do


escritor que utilizará estratégias da língua escrita para suprir A ativação desses metaconhecimentos adquiridos ao
essa não-presença. Assim, quem escreve se vê obrigado a longo da seriação escolar é instrumento importante na
expor informações/ideias de maneira mais clara, planejada construção do texto escrito, tanto do ponto de vista da
e detalhada que na situação de interação face a face, ca- relação entre leitura e escrita como da possibilidade de
racterizando tal processo como aquele que precisa evitar a transposições do oral para o escrito.

14
Outra questão é traçar metas realistas para a pro- tenha fundamentos e referências bem explicitados. Outra
dução escrita. Isso é possível a partir da observação das questão importante diz respeito ao aproveitamento da
condições em que se desenvolve a aprendizagem, da de- Língua Estrangeira escrita que existe no contexto socio-
finição das etapas didáticas e da escolha de ferramentas cultural da situação escolar: é uma experiência adquirida
apropriadas. Entre as etapas que podem caracterizar as numa situação concreta de comunicação, facilitadora da
tarefas de produção escrita (planejamento, produção e sua utilização em outros contextos.
revisão) mereceria especial atenção a de revisão do texto Consideradas essas observações, não convém solici-
produzido. Esta pode ser realizada com a cooperação de tar que um aluno produza um texto escrito em Língua
um colega de modo a colaborar na construção da apren- Estrangeira sem o prévio conhecimento do seu processo
dizagem; na percepção de que o significado é uma cons- de produção/circulação. O professor pode considerar a
trução social, viabilizada na própria tarefa de produzir
análise de um tipo de texto e/ou conhecimento de mun-
um texto em conjunto; e na compreensão de que a tarefa
do como fonte primária de informações. A articulação
de produção escrita requer aprimoramento do texto pro-
duzido em razão da necessidade de perseguir a clareza e desses diferentes conhecimentos é relevante para a or-
de se antever as dificuldades que o leitor possa ter. ganização de todo o planejamento e permite iluminar os
Uma das ferramentas essenciais para a produção es- caminhos a serem percorridos pelo aluno.
crita diz respeito ao uso de materiais que devem estar
disponíveis como apoio para consulta, inclusive em mo- 1.1. Produção oral
mentos de avaliações formais. Porque encontrar saídas e
soluções para impasses da escrita como tarefa do pró- A proposta de desenvolver a produção oral em sala
prio aluno corrobora a busca da autonomia na constru- de aula de Língua Estrangeira remete a algumas refle-
ção do conhecimento. xões, tanto no que concerne aos objetivos dessa apren-
Os materiais a serem utilizados como apoio tanto po- dizagem quanto à possibilidade de que se possa vir a
dem ser adquiridos dentre publicações disponíveis como concretizá-la de uma forma significativa. Trata-se de bus-
ser elaborados pelo grupo de aprendizes e/ou pelo pro- car que os alunos percebam o papel que a produção oral
fessor. A opção pelo material dependerá das atividades em língua estrangeira tem no exercício das interações
a serem desenvolvidas, de modo que a cada grupo pode sociais.
corresponder um conjunto não exatamente igual ao de Uma reflexão importante diz respeito ao entendimen-
outro de mesmo nível, no que diz respeito aos conteú- to da produção oral como decorrente de situações de
dos sobre o que se escreve e não propriamente a co- interação, cujas macropossibilidades se dividem entre:
nhecimento sistêmico e organizações textuais. A relação - mais centradas no que se diz - por contar com apoio
material de apoio/tarefa se estabelece a partir das neces- no escrito - , já que não se prevê a intervenção direta
sidades e desejos detectados pelo professor em relação
do ouvinte na interação (por exemplo, uma apresentação
ao grupo.
em sala de aula);
Seguem alguns recursos que podem ser utilizados
- mais centradas no ouvinte, já que implica a presença
como apoio nas aulas de produção escrita em Língua Es-
trangeira: de ambos os interlocutores na situação de interação pró-
- dicionário, mono ou bilíngue; xima ou distante no espaço (por exemplo, uma conversa
- glossário construído em sala de aula, constituído face a face ou por telefone).
à medida que avancem os temas; uma possibili- Toda situação de interação comporta a existência do
dade é haver um rodízio da responsabilidade das interlocutor, porém as formas de introduzir este outro e
anotações entre os grupos de aprendizes, os quais de ele atuar sobre quem fala são de natureza diferente.
estarão responsáveis por transmitir aos demais o A partir disso, pode-se afirmar que referências culturais
registro feito em sala; na língua estrangeira serão fundamentais para que o alu-
- guias de apoio, que contenham: no possa ter acesso às regras interacionais aceitas nessa
- conjugações: em que constem não só paradigmas, língua (por exemplo, o direito de se interromper alguém,
mas também explicações sobre o uso de modos e mesmo em uma conversa informal em línguas diferen-
tempos verbais predominantes nos tipos de textos tes).
em estudo e os efeitos de sentido que criam esses Outra reflexão diz respeito aos espaços sociais que
usos; requerem o seu uso. O contexto externo à sala de aula
- elementos gramaticais: considerados fundamentais oferece estímulo, estabelece influências, desperta moti-
para a compreensão dos tipos de textos que este- vações. Contudo, esse quadro não deve se transformar
jam sendo produzidos; em imposição, cabendo ao professor buscar relevância
- características dos tipos de textos em estudo: infor- desse mundo externo em relação às circunstâncias de
mações sobre quem produziu, para quem, sobre sala de aula que se apresentam. A sala de aula é um es-
o que, quando, porque e onde; o texto de suporte
paço no qual a produção oral será estabelecida como
escrito ou oral, e ainda, o tipo de veículo no qual se
atividade, mais ou menos formalizada, de acordo com o
insere o texto (revista, jornal etc.).
LÍNGUA INGLESA

que o grupo definir como necessidades e desejos.


Como forma de estruturar a aprendizagem da produ- Duas perguntas se impõem ao se refletir sobre como
ção escrita em Língua Estrangeira, alguns elementos pre- o professor pode desenvolver a produção oral de Lín-
cisam ser observados. O estímulo escrito e/ou oral deverá gua Estrangeira em sala de aula: que papel atribuir à
ser analisado quanto às suas regras de organização tex- pronúncia? Com quem os aprendizes terão oportunida-
tual, de modo que o processo de estruturação da escrita de de falar na língua estrangeira? As respostas a essas

15
perguntas não são iguais para todos os contextos de 1.2. Orientações didáticas para o ensino da produ-
ensino e aprendizagem: a diversidade social, política e ção escrita e da produção oral
geográfica do Brasil terá papel fundamental no direcio-
namento da resolução dessas questões. Tendo em vista a semelhança entre esses dois proces-
No que se refere ao ensino de pronúncia, embora o sos, serão tratados em conjunto, ressalvando-se, é claro,
professor não tenha de ser um especialista em fonética/ as peculiaridades referentes a cada modalidade.
fonologia, precisará conhecer alguns elementos que po-
dem vir a atuar sobre o processo de aprendizagem, tais No ensino da produção escrita e oral é particular-
como: mente importante fazer com que o aluno se dê conta
- a interferência - uso do sistema fonético/fonológi- de como os três tipos de conhecimento — de mundo,
co da língua materna que não corresponde ao da sistêmico e da organização textual — estão articulados
língua estrangeira, gerando incompreensões. São na construção do significado. Além disso, ao escrever e
fontes de problemas: ao falar, o aluno precisa perceber o ato interacional en-
- fonemas existentes na língua estrangeira e não exis- volvido na escrita e na fala, pois quem usa a linguagem o
tentes na língua materna (e vice-versa); faz em relação a alguém, com um propósito determinado
- fonemas que apresentam diferente distribuição na etc., ou seja, para agir no mundo social. Em suma, não
língua estrangeira e na língua materna; escreve ou fala simplesmente para cumprir uma tarefa
- fonemas que apresentam diferentes realizações fo- escolar, sem se dar conta de quem são os participantes
néticas; envolvidos, seus propósitos etc.
- a relação entre ortografia e pronúncia, que não é a Para melhor esclarecer a articulação desses conheci-
mesma nas diferentes línguas. mentos no ensino de produção escrita e oral, apresen-
tam-se dois quadros. O Quadro I refere-se à produção
Esses conhecimentos oferecem ao professor a opor- escrita e o Quadro II à oral. Nesses quadros são expostas
tunidade de transformar o processo de aprendizagem da algumas possibilidades de articulação dos conhecimen-
produção oral em alguma coisa que não uma mera repe- tos no uso da linguagem e um conjunto de tratamentos
tição mecânica. metodológicos, facilitadores da aprendizagem dessas
Recuperar conhecimentos do aluno em relação aos habilidades comunicativas.
mecanismos da fala em língua materna é uma forma de São apresentados, no Quadro I, o tema – Esportes -,
trazer à consciência recursos constitutivos da oralidade: e no Quadro II, o tema -Eu e o Outro-, a título de ilus-
um falante estabelece uma produção oral a partir do mo- tração, a serem desenvolvidos na produção escrita e na
mento em que emite uma cadeia de sons significativos, produção oral dos alunos, respectivamente. Algumas in-
cuja estruturação mental se dá num espaço de tempo dicações em relação ao conhecimento sistêmico e de or-
reduzido, sujeito a hesitações e adequações para garantir ganização textual são oferecidas para que possam servir
a comunicação. Logo, o aluno de Língua Estrangeira deve de apoio para o desenvolvimento de outras propostas.
ser incentivado a perceber que a situação de interação As indicações em relação ao conhecimento sistêmico
oral, em especial a face a face, não é um contínuo homo- são apresentadas em (a), (b), (c) e (d), de modo a oferecer
gêneo e linear. um conjunto de elementos que possibilitem a aborda-
Desse modo, aprender a expressar-se oralmente em gem de um determinado tema a partir da produção de
língua estrangeira implica utilizar processos metacogni- um tipo específico de texto.
tivos, tais como: Os quadros, portanto, respondem as seguintes per-
- reconhecer traços suprassegmentais (entonação e guntas:
variações da tonicidade que implicam significado); - Sobre o que se vai escrever ou falar? Qual é o tema?
- identificar níveis de formalidade da fala e suas ade- - Que tipo de texto será produzido na escrita e na
quações a contextos específicos; fala?
- perceber marcadores de coesão e facilitadores da - Que elementos sistêmicos serão usados para tal?
coerência típicos da linguagem oral (por exemplo, - Qual o tratamento metodológico?
o uso de determinadas palavras, em geral curtas,
que funcionam como apoio para o processo de ADEQUAÇÃO VOCABULAR
organização do pensamento a ser expresso oral-
mente); A adequação vocabular e a ordem que as palavras
- observar procedimentos de iniciar, manter e finalizar assumem dentro de estruturas linguísticas mais extensas
a fala, bem como as formas de tomada de turno (sentença, oração, frase) são de importância crucial na
aceitas em contextos interacionais específicos. produção da linguagem, uma vez que estas estruturas
funcionam como verdadeiras expressões idiomáticas.
A relação entre os contextos de uso e o que se espe- Algumas combinações são possíveis em uma determina-
ra que o aluno produza oralmente na Língua Estrangeira da língua, mas não em outra. Em inglês, por exemplo,
remete a duas questões: uma diz respeito à clareza do podemos falar em a burning desire (desejo ardente), mas
objetivo da produção solicitada e a outra à contextuali- não podemos dizer a blazing desire (desejo incandescen-
LÍNGUA INGLESA

zação da tarefa que deverá buscar contextos situacionais te). Dentro desta mesma ordem de ideias, é possível dizer
em sala de aula semelhantes a contextos fora da sala de em inglês a heavy smoker (fumante inveterado) ou a de-
aula. Ambas estão intimamente conectadas à definição voted friend, (amigo fiel), mas nunca a devoted smoker
de metas realistas para produção oral, suas condições de ou a heavy friend. Da mesma forma, é possível dizer em
exequibilidade, necessidades, objetivos e características português tiro fulminante, mas, geralmente, não se diz
pessoais dos aprendizes. resposta fulminante (resposta adequada, precisa, etc.).

16
A adequação vocabular é um dos aspectos mais difí- Colocando as expressões idiomáticas em prática
ceis no transcorrer do processo de aprendizagem do in- Via de regra, apenas as pessoas que têm um domínio
glês como LE (ou de qualquer outra língua estrangeira). razoável da língua inglesa conseguem utilizar adequada-
O aprendiz procura no dicionário o significado de uma mente as expressões idiomáticas para significarem o que
determinada palavra e o dicionário propicia-lhe uma série efetivamente se pretende. A aprendizagem das expres-
de opções como sinônimos da palavra pretendida. É pre- sões idiomáticas apresenta grandes dificuldades para os
cisamente aqui que surge o problema. Embora as diversas aprendizes do inglês. Isto porque a maioria dos indiví-
palavras fornecidas pelo dicionário sejam sinônimas, bus- duos não conhece a cultura e a história que as subjazem.
car a palavra adequada para aquele contexto específico Não é por nada que, frequentemente, esses aprendizes
é, sem dúvida, uma tarefa muito difícil. A escolha correta utilizam expressões idiomáticas incompatíveis com a si-
vai depender, acima de tudo, da familiaridade do apren- tuação e, por essa razão, os aprendizes as consideram
diz com a LE que está sendo aprendida e do contexto em não apenas problemáticas, mas também difíceis de se-
questão. Por outro lado, quando o aprendiz escolhe pala- rem entendidas e memorizadas. A maioria dos falantes
vras para expressar as suas ideias, é importante pensar não nativos da língua inglesa nem sempre conhece as ori-
apenas naquilo que faz sentido e soa melhor para esse gens das expressões idiomáticas, mas, devido ao uso diá-
aprendiz, mas pensar também naquilo que faz sentido rio da língua em suas comunicações, eles conhecem os
seus significados e sabem onde e quando usarem essas
e soa melhor aos ouvidos do seu leitor. Segundo James
expressões de forma adequada. É o seu uso correto que
(2002, pág. 57), “pensar nos leitores e suas expectativas irá
torna a língua mais vívida e interessante.
ajudar o aprendiz a tomar decisões mais acertadas no que
Os aprendizes de inglês, contudo, não precisam
concerne à escolha das palavras adequadas”.
preocupar-se exageradamente pelo fato de não sabe-
Algumas vezes, não é muito difícil descobrir o sig- rem utilizar as expressões idiomáticas mais comumente
nificado de certas expressões idiomáticas. Contudo, o utilizadas pelos falantes nativos do inglês. Essas expres-
grande problema para os aprendizes é produzi-las cor- sões mais comuns serão internalizadas, naturalmente, ao
retamente. É possível pensar numa série de adjetivos longo do próprio processo de aprendizagem do inglês
que podem ser utilizados com a palavra fumante para como um todo. Se eles forçarem o uso das expressões
expressar que determinada pessoa fuma bastante – por idiomáticas na fala ou na escrita, isso, muito provavel-
exemplo, big, strong, hard, fierce, mad, devoted. Acon- mente, redundará na produção de estruturas ‘estranhas’
tece, contudo, que foi convencionado pelos falantes na- aos ouvidos dos falantes nativos.
tivos do inglês usar a palavra heavy para esse contexto
específico. Portanto, para ter um desempenho adequado Fonte:
em inglês, o aprendiz tem de saber este detalhe a fim de https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/
expressar-se corretamente. É claro que o aprendiz que viewFile/1877/1452
usar palavras erradas para essa ideia pode ser entendi-
do, mas ele ou ela vai soar extremamente artificial. Estas LINGUAGEM FORMAL/INFORMAL E EXPRESSÕES
combinações convencionais são chamadas de ‘coloca- COTIDIANAS
ções’ e todas as línguas se utilizam deste recurso. Mais
alguns exemplos em inglês: Tudo que você diz em inglês tem duas formas: formal
e informal.
Quadro 5 – O uso adequado de expressões idiomáti- Vejamos:
cas em inglês Informal. Do you want some coffee? (Você quer café?)
Formal. Would you care for some coffee? (Você está
servido tomar café?)
Informal. I’m going to bed now (Vou para cama agora)
Formal. I’m going to retire now (Vou me recolher ago-
ra).

O ambiente impõe a linguagem


No filme “Um sonho possível” são duas pessoas de
Com a ajuda de um dicionário e de uma gramática, ambientes opostos. Sandra Bullock ( Oscar nesse filme)
o aprendiz, normalmente, tem condições de inventar culta e determinada, adota o jovem sem teto “Big Mike”
diferentes formas de expressar uma determinada ideia. (Quinton Aaron).
Porém, normalmente, só existe uma ou duas formas que Ele diz “I got clothes” (tenho roupas), frase popular.
são utilizadas pelos falantes nativos do inglês. Mais uma Ela quer frase padrão, formal e corrige “I have clo-
vez, o aprendiz tem de estar atento para este detalhe a thes”.
fim de falar e escrever com mais naturalidade na língua Você vive em dois ambientes:
inglesa. Alguns exemplos: A mesma pessoa que diz entre amigos Free beer,
guys (cerveja de graça, pessoal) vai dizer em ambientes
LÍNGUA INGLESA

Quadro 6 – Adequação vocabular ou lexical formais Complimentary beer, gentlemen (cerveja de cor-
tesia, senhores). A mesma pessoa!
A mesma pessoa que diz Let me show you this (dei-
xe-me mostrar isso) entre amigos, vai dizer Allow me to
show you this (permita-me mostrar isso) em ambientes
formais. A mesma pessoa!

17
O inglês informal prefere as “frases prontas” Por exemplo: o verbo “to murder” significa assassinar.
Elas dão calor humano e aproximam pessoas. No entanto, em um contexto mais formal, em que o cri-
Exemplo. Filme “No calor da noite” (In the heat of the me envolve figuras proeminentes, como autoridades, re-
night). O detetive Sidney Poitier trabalha alguns dias com comenda-se usar “to assassinate”, uma variante do verbo
o delegado Rod Steiger (Oscar neste filme). Os dois não com origem no latim. Então, podemos dizer formalmen-
se dão bem, mas na última cena, Sidney Poitier, ao ir em- te: “Martin Luther King Jr. was assassinated”.
bora, ouve de Rod Steiger “take care”. Uma frase carinho-
sa. Direto no coração! At the office:
CLAUDIA: Excuse me, Mr. Silva, I would like to talk to
O inglês formal prefere as palavras latinas, a maio- you for a minute, if you don’t mind.
BOSS: Not at all, Claudia. Please, come in.
ria do francês
CLAUDIA: Thank you. I wanted to talk to you about
Elas dão sofisticação ao inglês.
the printer, it hasn’t been working since Monday.
Vamos ver? BOSS: Hmm. Could you call the technician? He can fix
– O porco. O animal é “pig”. Agora, a carne de porco it by the end of the day. Here’s his number.
é “pork”. É que no passado para vender a carne de porco CLAUDIA: Sure, I’ll do it right now.
usaram a palavra francesa para “sofisticar” o produto. BOSS: Alright. Thank you, Claudia.
– Assim, também com “vaca” (cow). Carne de vaca é CLAUDIA: Thank you, sir. Have a good day.
“beef”. BOSS: You too.
– Assassinar é “to murder”. Agora assassinar pessoas
importantes por motivos políticos é “to assassinate” . Por No escritório:
isso, você ouve “John Kennedy was assassinated”. CLAUDIA: Com licença, Sr. Silva, eu gostaria de falar
– Você pensa “Vou recusar este convite” (“I’m turning um minuto com o senhor, se o senhor não se importar.
down this invitation”). Mas, ao informar é “I’m terribly CHEFE: Claro, Claudia. Entre, por favor.
sorry to decline the invitation” (Sinto muito ter que re- CLAUDIA: Obrigada. Eu queria falar com o senhor so-
cusar o convite) . bre a impressora, ela não está funcionando desde segun-
da-feira.
Por isso, CHEFE: Hmm. Você poderia ligar para o técnico? Ele
– Crianças de lingua inglesa têm dificuldade em en- pode consertar até o fim do dia. Aqui está o número dele.
tender palavras como “manually”. Entender “pulmonary CLAUDIA: Claro, farei isso agora.
capacity”. Entender “political propaganda”. CHEFE: Tudo bem. Obrigado, Claudia.
– Enfim, o que é difícil para elas (as palavras latinas) é CLAUDIA: Eu que agradeço, senhor. Tenha um bom dia.
CHEFE: Você também.
fácil para nós. O que é fácil para elas (as frases prontas)
Perceba o uso das expressões excuse me, if you don’t
é difícil para nós.
mind, please e thank you. Todas marcam cordialidade e
respeito na conversa, que ocorre em um contexto de lo-
Conversas formais e informais cal de trabalho entre uma funcionária e o seu chefe.
Tão importante quanto conhecer a gramática e ter
um amplo vocabulário de inglês é saber que tipo de lin- In a job interview
guagem usar em cada situação. Existem termos que são Employer: Good Morning, Ms. Phill. I am Jorge Litt,
mais adequados para conversas íntimas, entre amigos e director in Px Company.
pessoas próximas, enquanto outros dão um tom mais Candidate: Good Morning, Mr. Litt. Nice to meet you.
respeitoso a conversas profissionais ou em ambientes Employer: Please, come with me. You can sit here.
formais. Candidate: Thank you.
Employer: Before we start the interview, would you
CONVERSAS FORMAIS like some water or coffee?
Candidate: I would like some water, please.
Durante uma conversa com o seu chefe no trabalho, Employer: Let’s start. I would like to ask some ques-
com um professor na universidade ou mesmo com pes- tions about your experience as an accountant.
soas que você acaba de conhecer e não tem muita intimi- Candidate: Of course, I am at your disposal.
dade, é adequado o uso da linguagem formal. O mesmo
vale para quando você for escrever e-mails, cartas ou co- Em uma entrevista de emprego
municados oficiais. Para diálogos desse tipo é importante Empregador: Bom dia, Sra. Phill. Eu sou Jorge Litt, di-
lembrar de não usar gírias ou contração de palavras. retor da Px Company.
Assim como no português, é importante ser sempre Candidato: Bom dia, Sr. Litt. Prazer em conhecê-lo.
Empregador: Por favor, venha comigo. Você pode se
educado e demonstrar respeito em conversas formais.
sentar aqui.
Seja pessoalmente ou por e-mail, carta ou ligação, nunca
Candidato: Obrigada.
LÍNGUA INGLESA

use gírias e evite contrações. Passa a ideia de respeito, Empregador: Antes de começarmos a entrevista, você
educação e objetividade. gostaria de tomar água ou café?
A estrutura do inglês formal é mais extensa e traba- Candidato: Eu gostaria de tomar água, por favor.
lhada. Não à toa, ele está muito ligado à tradição literária. Empregador: Vamos começar. Eu gostaria de fazer al-
Além disso, é possível perceber que muitas palavras no gumas perguntas sobre sua experiência como contadora.
inglês formal remetem a expressões latinas. Candidato: Claro, estou à disposição.

18
CONVERSAS INFORMAIS Em uma festa com amigos
Anton: Ei, cara. E aí?
Nas conversas informais em inglês, o uso de expres- Louis: Oi, cara. Tudo bem. E com você?
sões, gírias e contrações é livre. Normalmente são usadas Anton: Estou bem também. Cadê todo mundo?
frases curtas, não necessariamente gramaticalmente cor- Louis: Estou procurando por eles. Eu vim com um par-
retas. Esse tipo de diálogo acontece entre amigos, família ceiro.
ou durante conversas em redes sociais, por exemplo. Anton: Beleza! Eu vou ver se encontro um amigo. A
Na linguagem informal, são aceitas gírias e formas de gente se fala.
tratamento mais descontraídas. Nesse caso, as contra- Louis: Vai lá! A gente se vê.
ções podem ser usadas tranquilamente. O destaque também vai para outras expressões tí-
As situações nas quais ele é usado são muito instan- picas da linguagem informal, como What’s up?, Haven’t
tâneas, como, por exemplo, durante conversas, nas quais seen that one in ages, You got it e Thanks.
os interlocutores têm menos tempo para criar frases mais
elaboradas. Por isso, termos mais simples e curtos são Principais diferenças
utilizados nessa variante.
Quando oferecemos um café a alguém, podemos di- Escrita Formal
zer, na linguagem formal: “Would you like some coffee?” - As frases são mais longas – “Thank you for your let-
Já na linguagem informal, o mais adequado seria: “Do ter of 17 October concerning…”
you want coffee?”. Assim, a comunicação fica mais ágil e - O tom do texto é impessoal – “Certainly, there are
aproxima os interlocutores. advantages to…”
- Os verbos são escritos por extenso – “The director
At the bar: has not approved….”
FRIEND 1: Hey, girl! What’s up? - Existe o uso de frases mais refinadas, educadas – “I
FRIEND 2: Not much, boo. You good? would very much like…”
FRIEND 1: Yeah. Have you seen Martha lately? - Usa-se a voz passiva – “The terms were approved by
FRIEND 2: Not really. Is she okay? the board…”
FRIEND 1: Yeah, I just haven’t seen that one in ages. - Os pronomes são sempre incluídos – “I hope to hear
Shall we get drinks? from you…”
FRIEND 2: Sure. Beer? - Não se usa linguagem coloquial – “Please give my
FRIEND 1: Definetly. Hey, can we get two beers over regards to …”
here? - Usa-se inversions – “Rarely has the team given a
WAITER: You got it! I’ll be right over. worse performance…”
FRIEND 1: Thanks! - Inicia-se o texto com “Dear Sir or Madam” e finaliza-
-se com “Yours faithfully” (quando não se sabe a
No bar: quem o texto será endereçado)
AMIGA 1: Oi menina! Como está tudo? - Inicia-se o texto com “Dear Mr/Ms/Mrs/Miss (so-
AMIGA 2: Nada demais, querida. E você, bem? brenome)” e finaliza-se com “Yours sincerely” ou
AMIGA 1: Sim. Você tem visto a Martha? “Yours truly” (quando se sabe a quem o texto será
AMIGA 2: Não, está tudo bem com ela? endereçado)
AMIGA 1: Está sim, só não vejo aquela lá há séculos. - Usa-se connecting words mais formais – Hence, Al-
Vamos pegar bebidas? though, Furthermore, etc.
AMIGA 2: Claro. Cerveja?
AMIGA 1: Definitivamente. Ei, pode trazer duas cer- Escrita Informal
vejas aqui? - Caracteriza-se pelo uso de frases curtas – “Thank
GARÇOM: Pode deixar! Já vou aí. you for your letter about…”
AMIGA 1: Valeu! - O tom do texto é pessoal – “I think that’s an advan-
Essa conversa está lotada de gírias, não é? Os voca- tage…”
tivos girl e boo são maneiras bastante informais de se - Abrevia-se os verbos quando possível – “The direc-
referir a alguém em inglês, reservado a conversas com tor hasn’t approved…”
pessoas próximas. Frases curtas e gramaticalmente ques- - Utiliza-se a voz ativa – “The board approved the ter-
tionáveis como You good? ou Sure, beer?, marcam tam- ms…”
bém a informalidade e a praticidade de se dizer o que - Algumas vezes os pronomes são omitidos – “Hope
quer com poucas palavras. to hear from you…”
- Utiliza-se phrasal verbs, gírias, linguagem coloquial
– “Remember me to…”
In a party with friends
- Inicia-se o texto com “Dear (primeiro nome)” e fina-
LÍNGUA INGLESA

Anton: Hey, man! What’s up?


liza-se com “Best wishes” ou “Regards”
Louis: Hi, dude! I’m good. And you?
- Usa-se connecting words menos formais – Therefo-
Anton: I’m fine too. Where’s everyone?
re, Though, Moreover, etc.
Louis: I’m looking for them. I came with a buddy.
Anton: Nice! I’m looking for my friend. Talk to you later.
Louis: Sure! See ya.

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Inglês formal e informal: é possível usar os dois?
Resposta para essa pergunta é: sim! No entanto, depende do ambiente ou interlocutor. No dia a dia, lidamos com
situações mais descontraídas, e outras, mais sérias. Cada uma vai exigir uma linguagem mais adequada, mesmo nos
casos em que estamos oferecendo a mesma coisa, porém a pessoas diferentes.
Quando estamos em um bar com amigos e decidimos pagar a rodada da mesa, podemos dizer: “Free drinks!”. No
entanto, se estivermos em um ambiente mais formal, como um almoço de negócios, é recomendável dizer: “Please
enjoy your complimentary drinks”. Ambas as frases têm o mesmo significado.
É interessante observar que devemos aprender as duas variantes. Utilizar o inglês formal em situações corriqueiras
pode passar uma imagem esnobe. Por outro lado, pode ser muito constrangedor usar o inglês informal com uma pes-
soa que você ainda não conhece. Isso é especialmente importante se o seu objetivo é trabalhar em outro país.
Essas são apenas algumas diferenças entre o inglês formal e informal. Quem domina pelo menos um pouco dessas
variações consegue ter melhor desempenho, por exemplo, em uma experiência no exterior.
Quem já chega a um país de língua inglesa falando a variante adequada para cada situação será mais bem recebido
pelos nativos e abrirá um leque maior de oportunidades.

http://www.fiskscs.com.br/orientacoes/o-ingles-para-voce-falar-em-particular-e-em-publico-pre-avancado/
http://www.yazigi.com.br/noticias/ingles/conversas-em-ingles-linguagem-formal-e-informal
https://www.microlins.com.br/noticias/ingles/como-usar-a-linguagem-informal-e-a-formal-em-ingles
https://euvouaprenderingles.com.br/escrita-formal-e-informal-em-ingles/

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação – Superior - Quadrix – 2018)


LÍNGUA INGLESA

20
Based on the text, judge the following item. Por isso precisamos prestar um pouco mais de atenção
Smart TVs have been popular for many decades. quando estivermos lendo ou escutando algo em inglês.
Para você começar a entender como a concordância
(  ) CERTO   (  ) ERRADO verbal funciona em inglês veja estes exemplos que colo-
quei abaixo. Assim você irá começar a ter uma noção do
Resposta: Errado que irei explicar durante a dica de inglês de hoje:
O texto frisa muito Cable TV e não SmartTV, especifi-
camente EXEMPLO
Nobody was waiting for me at the airport. – Ninguém
2. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação – estava me esperando no aeroporto.
Superior - Quadrix – 2018) No exemplo que dei acima, inglês e português se
correspondem muito bem. O pronome “ninguém” (que
em inglês é nobody) sempre é seguido de um verbo no
singular.
Nobody (singular) + was (verbo to be singular)
Até ai tudo bem. Agora veja este exemplo abaixo
onde a concordância verbal não corresponde em inglês:

EXEMPLO
Everybody is here. – Todos estão aqui.
Everybody + is (verbo to be singular)
Como todos nós sabemos, “todos” (everybody) é
plural, se refere a um grupo determinado de pessoas ou
coisas, então a palavra que possivelmente deveria está
depois de everybody seria “are” e não “is” que foi usada.

Talvez essa explicação se aplicasse bem em nosso


idioma. Porém, em inglês a concordância verbal é usada
de uma maneira diferente.

É difícil estabelecer uma regra geral que você possa


seguir. Por isso o melhor conselho que lhe posso dar é
observar a frase e tentar assimilar em qual contexto a
palavra (neste caso aqui foi o pronome em inglês) está
sendo utilizado.

Mais Alguns Exemplos


Para deixar mais claro e para que você possa assimilar
melhor, cito mais alguns exemplos abaixo.

EXEMPLO
Most of the children were playing in the garden. – A
maioria das crianças estava brincando no jardim.
In big cities, there are many people working. – Em
grandes cidades, há muitas pessoas trabalhando.
Based on the text, judge the following item. There are 10 bottles on the table; half of them are
The popularity of Superman and Batman began when empty. – Há dez garrafas sobre a mesa; Metade delas
they appeared in Hollywood movies. está vazia.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO Estes são só alguns exemplos de como a concor-
dância verbal funciona em inglês. Se você prestar um
Resposta:: Errado pouco mais de atenção em textos em revistas, jornais e
“were popular in comic magazines before hollywood mesmo em um diálogo em inglês verá que nem sempre
discovered them.”
a concordância verbal é feita da mesma forma que no
LÍNGUA INGLESA

português.
Existem casos em que a concordância verbal na lín-
gua inglesa não é usada da mesma forma que em por- Quanto mais você ler e praticar melhor. Chegará um
tuguês. Às vezes, mudam algumas coisas, geralmente é momento que você nem sentirá essa diferença, será algo
um verbo ou um substantivo que faz toda a diferença em natural como o nosso português.
como nos expressamos em inglês.

21
Verbal Agreement: os 10 casos de concordância
verbal da língua inglesa
Em inglês, Verbal Agreement (Concordância Verbal)
ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o
seu sujeito. Existem 10 casos de concordância verbal na
língua inglesa que você precisa conhecer.
2º Caso: Quando os dois núcleos do sujeito composto
Concordância Verbal:  são diferentes em número ou pessoa, o verbo concorda
Dois Verbos no Predicado com o núcleo mais próximo.

3º Caso: Quando os dois núcleos do sujeito composto


estão no plural, o verbo deve ir para o plural.

Se o predicado contém dois verbos, somente o pri-


meiro concorda com o sujeito. O segundo verbo fica in-
variável.

Complemento e Adjunto Pronomes Indefinidos


Quando o sujeito for seguido de complemento 1º Caso: Os pronomes indefinidos everybody, everyo-
ou adjunto, o verbo concorda somente com o sujeito. ne, nobody, no one, someonee each one pedem verbo
no singular.

Conjunção Aditiva “And” 2º Caso: Os pronomes indefinidos  both, few,


many ou several pedem verbo no plural.
1º caso: Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
por AND e constituiem coisas diferentes, o verbo fica no plural.

Pronomes “All” e “Some” e seus Partitivos


Com os pronomes indefinidos  all  e  some, o verbo
deve ficar no singular se o partitivo estiver no singular. Se
2º Caso: Quando os núcleos do sujeito composto são o partitivo estiver no plural, o verbo deve ficar no plural.
unidos por AND e exprimem uma única ideia, o verbo
fica no singular.

Conjunções Alternativas
LÍNGUA INGLESA

- palavras variáveis: substantivo, adjetivo, pronome,


numeral, artigo e verbo. Elas podem variar em gê-
1º Caso: O verbo fica no singular se as duas partes do
nero (masculino e feminino), número (singular e
sujeito composto estiverem no singular e ligadas pelas
plural) e grau (aumentativo e diminutivo)
conjunções alternativas or, nor, either ou neither.
- palavras invariáveis: preposição, conjunção, interjei-
ção e advérbio.

22
Substantivos: nomeiam os seres em geral sendo clas- Sendo assim, a Sintaxe organiza a estrutura das uni-
sificados em substantivos: simples, composto, concreto, dades linguísticas, os sintagmas, que se combinam em
abstrato, primitivo, derivado, coletivo, comum e próprio. sentenças. Para que o falante de uma língua possa inte-
Adjetivos: atribuem qualidades e estados aos seres ragir verbalmente com outros, ele organiza as senten-
sendo classificados em adjetivos: simples, composto, pri- ças linguísticas para que possa transmitir um significado
mitivo e derivado. completo e, assim, ser compreendido.
Pronomes: acompanham os substantivos de maneira
que podem substituí-los; são classificados em pronomes: Funções e Relações Sintáticas
pessoais (caso reto e caso oblíquo), possessivos, demons-
trativos, tratamento, indefinidos, relativos, interrogativos. O enunciado se encaixa em uma organização/estru-
Numerais: determinam a quantidade de tudo que turação específica prevista na língua. Essa organização é
existe sendo classificados em: cardinais, ordinais, fracio- sempre regulada pela Sintaxe, a qual define as sequên-
nários, coletivos e multiplicativos. cias possíveis no interior dessas estruturas.
Artigos: determinam o número e o gênero das pala- Vejamos agora quais são os tipos de relações e de
vras sendo classificados em artigo definido e indefinido. funções sintáticas da nossa língua:
Verbos: indicam ações, estado ou fenômeno sendo
classificados em verbos regulares e irregulares.
Funções sintáticas
Preposições: conectam dois termos da oração por
meio de uma relação de subordinação. Dessa maneira,
Consiste na função específica de cada elemento na
conforme a circunstância estabelecida, são classificadas
sentença ao se relacionar com outros elementos que
em preposição: lugar, modo, tempo, distância, causa, ins-
trumento e finalidade. também compõem o enunciado.
Conjunções: conectam dois termos semelhantes gra- Leia o exemplo:
maticalmente, sendo classificados em: conjunção coor- João vendeu um baú antigo ano passado.
denativa (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas - João: sujeito do verbo ‘vender’.
e explicativas); e conjunção subordinativa (integrantes, - Um: adjunto adnominal.
causais, comparativas, concessivas, condicionais, confor- - Um baú antigo: objeto direto de ‘vendeu’.
mativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais).
Interjeições: indicam emoções, sentimentos, sensa- Relações sintáticas
ções e estado de espírito sendo classificadas em inter- Consiste nas relações estabelecidas entre as palavras
jeições de: advertência, saudação, ajuda, afugentamento, que definem as estruturas possíveis na Sintaxe das lín-
alegria, tristeza, medo, alívio, animação, aprovação, desa- guas.
provação, concordância, desejo, desculpa, dúvida, espan- Leia o exemplo:
to, contrariedade. João vendeu um baú antigo ano passado.
Advérbios: modificam um verbo, um adjetivo ou ou- - João: agente da ação expressa pelo verbo ‘vender’;
tro advérbio sendo classificados de acordo com a cir- - Ano passado: quando a ação foi realizada.
cunstância que expressam: modo, intensidade, lugar, Para que possamos realizar a análise sintática dos
tempo, negação, afirmação, dúvida. enunciados da língua é necessário explicitar as es-
Note que a morfologia é um termo utilizado em ou- truturas, as relações e as funções dos elementos
tras áreas por exemplo, na biologia (morfologia vegetal, que os constituem.
morfologia animal, etc.), geologia (estudo das formas de
relevo), dentre outras. Substantivo é a palavra que dá nome aos seres em
geral, sejam eles vivos ou inanimados, assim como dá
Fonte: nome aos lugares, sentimentos, etc.
https://www.todamateria.com.br/morfologia-e-clas-
ses-morfologicas/ Os substantivos flexionam-se em gênero, número e
grau.
Sintaxe
Num esquema geral, podemos classificar a flexão dos
A Sintaxe é uma das partes da Gramática na qual são substantivos, na gramática inglesa, da seguinte forma:
estudadas as disposições das palavras nas orações, nos
períodos, bem como a relação lógica estabelecida entre 1. GÊNERO:
elas.
Podemos considerar a Gramática como sendo o con-
a) MASCULINO – Designam pessoas ou animais do
junto das regras que determinam as diferentes possibi-
sexo masculino. Ex.: Charles, uncle, (tio), king (rei),
lidades de associação das palavras de uma língua para a
etc.
formação de enunciados concretos. A Sintaxe própria de
b) FEMININO - Designam pessoas ou animais do sexo
cada língua impede que sejam realizadas combinações
LÍNGUA INGLESA

aleatórias entre as palavras. feminino. Ex. Helen, queen (rainha), hen (galinha),
Embora sejam bem distintas entre si, todas as línguas, cow (vaca), etc.
além de possuírem um léxico composto por milhares de c) NEUTRO – Designam coisas inanimadas. Em in-
palavras, possuem também um conjunto de regras as glês, os objetos não sofrem a variação no gêne-
quais determinam a forma como as palavras podem se ro como ocorrem em português. Assim, palavras
relacionar para formar enunciados concretos. como árvore e copo, (tree and glass), por exemplo,

23
do gênero feminino e masculino, respectivamente, Estudos sobre gênero:
em português, não sofrem essa variação na língua
inglesa. Ambas as palavras, tree e glass, pertencem a) Substantivos masculinos sem correspondentes fe-
ao gênero neutro. Ex.: tree (árvore), glass (copo), mininos:
house (casa), milk (leite), love (amor), etc. Ex.: Carpenter - carpinteiro
d) COMUM - Designam pessoas ou animais sem lhes Clergyman - clérigo
indicar o sexo. Ex. person – pessoa, neighbour (vi- Fellow - camarada
zinho), bear (urso), turkey (peru), etc. Judge - juiz
Minister - ministro
e) Em alguns casos, entretanto, o gênero dos animais Surgeon - cirurgião
e das pessoas (à exceção dos nomes próprios) é indicado
por meio de palavras diferentes, por exemplo: b) Femininos sem correspondentes masculinos:
Ex.: Dowager - viúva, herdeira (de títulos e bens)
PORTUGUÊS - MASCULINO/FEMININO Dowdy - mulher desalinhada
Minx - sirigaita
Homem/mulher - man/woman Shrew - megera
Menino/menina - boy/girl
Irmão/irmã - brother/sister c) Gênero comum e correspondentes masculinos e
Boi, touro/vaca - bull/cow femininos:
Galo/galinha - cock, rooster(EUA)/hen A certos vocábulos do gênero comum correspondem
Marido/esposa - husband/wife um do gênero masculino e outro do feminino:
Sobrinho/sobrinha - nephew/niece Ex.:
Tio/tia - uncle/aunt Comum/Masculino/Feminino
Filho/filha - son/daughter Child - criança/Boy/Girl
Feiticeiro/feiticeira - wizard/witch
Child - filho ou filha/Son/Daughter
Pai/mãe - father/mother
Monarch - monarca/King/Queen
Ox - boi/Bull/Cow
f) Em outros casos, o gênero é indicado por aposição
Parent - pai ou mãe/Father/Mother
de terminação diferente ao radical, por exemplo:
Sheep - carneiro/Ram, Wether/Ewe
PORTUGUÊS - MASCULINO/FEMININO
Obs¹: As palavras Boy, Girl, Male, Female, Man and
Woman antepostas a certos substantivos do gênero co-
Abade/abadessa - abbot/abbess
mum, formam correspondentes masculinos e femininos:
Ator/atriz - actor/actress
Administrador/administradora - administrator/admi- Comum/Masculino/Feminino:
nistratix (ess) Inhabitant - habitante/Male Inhabitant/Female Inha-
Instrutor/instrutora - instructor/instructress bitant
Judeu/judia - jew/jewess Merchant - comerciante/ Man Merchant/Female Mer-
Leão/leoa - lion/lioness chant
Senhor/senhora - mister/miss, mistress Schoolmate - colega de classe/Boy Schoolmate/Girl
Poeta/poetisa - poet/poetess Schoolmate
Traidor/traidora - traitor/traitress Obs². Alguns substantivos masculinos como author -
Viúvo/viúva - widower/widow autor, doctor - doutor, dog - cão, lion - leão, e alguns
femininos como bee - abelha, duck - pata, goose - gansa,
g) Em outros casos, por fim, dá-se a variação de gêne- são usados como substantivos do gênero comum.
ro por anteposição ou preposição de palavras. Em portu-
guês o equivalente seriam os substantivos epicenos, em d) Substantivos tidos como femininos:
que a variação de gênero se dá com a preposição das Aeroplane - aeroplano
palavras “macho” e “fêmea”, como, por exemplo, em “co- Ballon - balão
bra-macho” e “cobra-fêmea”, “jacaré-macho” e “jacaré- Boat - barco
-fêmea”, etc. Engine - máquina
Train - trem
PORTUGUÊS - MASCULINO/FEMININO Schooner - escuna
Ship - navio
Namorado/namorada - boyfriend/girlfriend Steamer - navio a vapor
LÍNGUA INGLESA

Padrasto/madrasta - step-father/step-mother Máquinas e ferramentas são geralmente tidos como


Enteado/enteada - step-son/step-daughter femininos.
Avô/avó - grandfather/grandmother
Tio-avô/tia-avó - great-uncle/great-aunt e) Substantivos personificados:
Francês/francesa - frenchman/frenchwoman Certos substantivos neutros, quando personificados,
Pavão/pavoa - peacock/peahen são considerados uns masculinos, outros femininos:

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GÊNERO MASCULINO: O plural dos substantivos terminados em CH, S, SH, X
Ex.: Auntumn - outono ou Z fazem o plural com o acréscimo de ES:
Darkness - escuridão
Day - dia Ex.:
Death - morte Singular/Plural
The grave - o túmulo Bench (banco) / Benches
Law - lei Gás (gás) / Gases
Sleep - sono Brush (escova) / Brushes
Summer - verão Box (caixa) /Boxes
The sun - o sol Topaz (topázio) /Topazes
Time - tempo
Thunder - trovão Obs.: Nas palavras terminadas em – CH, mas em que
este tem o som de – K, o plural é formado regularmente,
Winter - inverno
com o acréscimo de S, segundo a regra geral:
etc.
Paixões ou ações violentas, como:
Ex.:
Anger - cólera
Singular / Plural
Despair - desespero Epoch (época) / Epochs
Discord - discórdia Monarch (monarca) / Monarchs
Fear - medo Patriarch (patriarca) / Patriarchs
Hunger - fome
Murder - assassínio, assassinato c) Plural dos substantivos terminados em – F e FE:
War - guerra
GÊNERO FEMININO: * Muitos substantivos terminados em –F e em – FE
The earth - a terra fazem o plural simplesmente com o acréscimo de – S,
Fame - fama segundo a regra geral.
Fortune - sorte
Grace - graça Ex.:
Justice - justiça Singular / Plural
Liberty - liberdade Belief (crença) / Beliefs
The moon - a lua Chief (chefe) / Chiefs
Night - noite Cliff (penhasco) / Cliffs
Peace - paz Gulf (golfo) / Gulfs
Religion- religião Handkerchief (lenço) / Handerkerchiefs
Victory - vitória Proff (prova) / Proofs
etc. Reef (recife) / Reefs
Cidades, Países e Universidades;
Certos sentimentos, como: * Alguns substantives terminados em – F, e TRÊS ter-
Humility - humildade minados em – FE MUDAM o F em V e ACRESCENTAM
Mercy - compaixão – ES:
Modesty - modéstia
Ex.:
Pity - piedade
Singular / Plural
E as Virtudes:
Knife (faca) / knives
Faith - fé
Life (vida) / Lives
Hope - esperança
Wife (esposa) / Wives
Charity - caridade
Thiefs (ladrão) / Thieves
2. NÚMERO: Half (metade) / Halves
Leaf (folha) / Leaves
a) Regra geral: Wolf (lobo) / Wolves

O plural dos substantivos é formado pelo acréscimo * Outros substantives terminados em –F, por outro
de S ao singular: lado, têm dois plurais:

Singular /Plural Ex.:


LÍNGUA INGLESA

Night (noite) / Nights Singular / Plural


River (rio) / Rivers Beef (carne de vaca, boi para corte) /Beefs (USA) –
Table (mesa) / Tables Beeves
Dwarf (anão) / Dwarfs – Dwarves
b) Plural dos substantivos terminados em CH – S – SH Elf (duende) / Elfs – Elves
– X ou Z: Hoof (casco de animal) / Hoofs – Hooves

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Scarf (cachecol) / Scarf – Scarves * Vocábulos ainda tidos como estrangeiros:
Self (a própria pessoa) / Selfs – Selves
Staff (corpo de oficiais, pauta musical) / Staffs – Staves Ex.: Casino (cassino) / Casinos
Turf (gramado) / Turfs – Turves Soprano (soprano) / Sopranos
Wharf (cais) / Wharfs – Wharves * Algumas palavras em – O, que têm dois plurais:
d) Plural dos substantives terminados em – Y:
Ex.: Archipelago (arquipélago) – Archipelagos/Archi-
* Os substantivos terminados em Y PRECEDIDO DE pelagoes
VOGAL formam o plural regularmente, com o acréscimo Buffalo (búfalo) – Buffaloes/Buffaloes
de S: Mango (manga) – Mangos/Mangoes
Portico (pórtico) – Porticos/Porticoes
Ex.:
Singular / Plural f) Plural por mutação vocálica:
Day (dia) / Days
Key (Chave) / Keys Oito substantivos fazem o plural mudando a vogal
interna:
* Os substantives terminados em Y PRECEDIDO DE
CONSOANTE mudam o Y em IES na formação do seu Singular / Plural
plural: Dormouse (arganaz) /Dormice
Foot (pé) /Feet
Ex.: Goose (ganso) /Geese
Singular / Plural (Obs. Goose, ferro de engomar usado pelos alfaiates,
City (cidade) / Cities faz o plural pela regra geral: Gooses).
Lady (senhora) / Ladies Louse (piolho) /Lice
Man (homem) /Men
Obs.: Os NOMES PRÓPRIOS terminados em – Y, pre- Woman (mulher) /Women
cedidos de consoantes, ao contrário da regra acima, for- Tooth (dente) /Teeth
mam seu plural pela regra geral do acréscimo de S: Mouse (camundongo) /Mice

Ex.: Henry – the Henrys g) Plural em – EN ou – NE:


Mary – the Marys
Singular / Plural
e) Plural dos substantivos terminados em – O: Child (criança) /Children
Ox (boi) /Oxen
* Os substantivos terminados em O PRECEDIDO DE
VOGAL fazem o plural na regra geral, com acréscimo de h) Plural dos substantivos compostos:
– S:
* Na maioria dos substantivos compostos é pluraliza-
Ex.: do o elemento que representa a idéia principal:
Singular / Plural
Bamboo (bambu) / Bamboos Ex.:
Cameo (camafeu) / Cameos Son-in-law (genro) – Sons-in-law
Studio (estúdio) / Studios
* Se os compostos forem constituídos de dois subs-
* Os substantivos terminados em O PRECEDIDO DE tantives, unidos ou não, apenas o último vai para o plural:
CONSOANTE fazem o plural na regra geral, com acrés-
cimo de – ES: Ex.:
Armchair (cadeira de braço) /Armchairs
Life-belt (cinto de segurança) /Life-belts
Ex.:
OBS. Há exceções, como:
Singular / Plural
Cargo (carga) / Cargoes
Lord Justice (juiz supremo do Tribunal) – Lords Jus-
Echo (eco) / Echoes
tices
Hero (heróis) / Heroes
Man servant (criado) – Men servants
Potato (batata) / Potatoes
Woman servant (criada) – Women servants
Tomato (tomate) / Tomatoes
* Nos compostos de um adjetivo e um substantivo só
LÍNGUA INGLESA

Obs.: Excetuam-se desta regra:


o substantivo varia:
* as formas reduzidas.
Ex.:
Blackbird (melro) – Blackbirds
Ex.: Photo (from Photografh – fotografia) / Photos
Court-martial (conselho de guerra) – Courts-martial
Piano (from Pianoforte – piano) / Pianos
* Compostos em – ful fazem o plural em –S:

26
Ex.: Genius (gênio):
Handful (punhado) – Handfuls Geniuses (gênios – homens de talento)
Spooful (colherada) – Sponfuls Genii (gênios – espíritos)

* Quando o primeiro termo do composto é verbo, só Index (índice, índex):


o último recebe a flexão do plural: Indexes (índices – de livros)
Índices (em matemática)
Ex.:
Forget-me-not (miosótis) – Forget-me-nots l) Um plural com dois ou mais significados:
Spendthrift (perdulário) – Spendthrifts
Vários substantivos têm dois ou mais significados no
* Quando não há substantivo nem verbo no compos- plural, embora com uma única forma, uma única escrita:
to, o último elemento vai para o plural:
Ex.:
Ex.: Singular / Plural
Grown-up (adulto) – Grown-ups Colour (cor) / Colours (bandeira- Navio, regimento;
partido, opinião, cores)
i) Plural de palavras estrangeiras: Compass (bússola) / Compasses (bússolas, compasso
– instrumento)
* Palavras estrangeiras conservam, em geral, o plural Glass (copo, vidro) / Glasses (copo, óculos)
de origem: Letter (letra do alfabeto, carta) / Letters (letras, cartas,
literatura)
Ex.: Number (número) / Numbers (números, versos)
Francês: Return (repetição, volta, lucro) / Returns (repetições,
Madame (senhora) – Mesdames
voltas, resultados de eleições,
Monsieur (senhor) – Messieurs
tábuas estatísticas, lucros)
Grego:
m) Significado diferente no plural:
Phenomenon (fenômeno) – Phenomena
Thesus (teses) – Theses
Alguns substantivos adquiriram significado diferente
no plural:
Italiano:
Dilettante (diletante) – Dilettanti
Virtuoso (virtuoso) – Virtuosi Ex.:
Singular / Plural
Latim: Advice (conselho) /Advices (informações, relatórios –
Adendum (adendo) – Adenda Usual em correspondência
Agendum (agenda) – Agenda comercial ou diplomática
Damage (dano) / Damages (indenização)
* Algumas palavras estrangeiras têm, além do plural Sand (areia) / Sands ( banco de areia; praia)
de origem, um plural em inglês:
n) Mais significados no singular do que no plural:
Ex.:
Automaton (autômato) – Automata, Automatons Em alguns casos a forma singular tem maior número
Bandit (bandido) – Bandidtti, Bandits de significados que o plural:
Bureau (escrivaninha) – Bureaux, Bureaus
Cherub (querubim) – Cherubim, Cherubs Ex.:
Memorandum (memorando) – Memoranda, Memo- Singular / Plural
randums Abuse (Abuso, linguagem injuriosa, desaforos) / Abu-
sos (abusos)
j) Dois plurais com significados diferentes: Foot (pé – parte do corpo; pé – medida; infantaria) /
Feet (pés – parte do corpo e pés – medida).
Certos substantivos têm duas formas no plural com Horse (cavalo, cavalaria, soldados da cavalaria) / Hor-
significados diferentes: ses (cavalos)

Ex.: n) Plural de Títulos, nomes e sobrenomes:


LÍNGUA INGLESA

Brother (irmão): É formado da seguinte maneira:


Brothers (irmãos filhos do mesmo pai)
Brethren (irmãos de uma seita) 1. Mr. - Messrs.
Cloth (tecido, pano): Master (anteposto a nome de menino) - Masters
Cloths (tecidos, panos) Mrs. (invariável)
Clothes (roupa(s)) Miss - Misses

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2. Captain - Captains p) Substantivos sem singular:
Doctor - Doctors Há substantivos que só se usam no plural, como:
Professor - Professors annals - anais (de literatura)
Auspices - auspícios
3. Nomes e sobrenomes fazem o plural em -S ou -ES, Belongings - pertenças, acessórios
como: Billiards - bilhar
Armstrong - The Armstrongs Breeches (ou a pair of breeches) - calção
Charles - The Charleses Entrails - entranhas
Crosby - The Crosbys Nupcials - núpcias
Davies - The Davieses Obsequies - exéquias
Jones - The Joneses Proceeds - renda, rendimento
Knox - The Knoxes Pyjamas (ou pajamas - EUA) - pijama
Marx - The Marxes Scissors (ou a pair of scissors) - tesoura
Surroundings - arredores
4. Mr. Brown - Messrs. Brown, The Messers. Brown ou Thanks - agradecimentos
The Mr. Browns Tongs (ou a pair of tongs) - tenaz
Master Brown - The Masters Brown
Tweezrs (ou a pair of tweezrs) - pinça
Mrs. Brown - The Mrs. Browns
Victuals - víveres
Miss Brown - The Misses Brown (tramantento cerimo-
nioso) ou The Miss Browns
q) Substantivos sem plural:
5. Captain Hale - The Captain Hales
Doctor Hale - The Doctor Hales Certos substantivos, por seu próprio significado, não
Professor Hale - The Professor Hales se empregam no plural:

Obs¹. Note-se que os tíulos vão para o plural quando 1.Beauty - beleza
usandos com mais de um nome próprio: Charity - caridade
Ex.: Captains Hale and Noble, Doctors Hale and Nob- Confidence - confiança (a propósito, “confidence
le, Professors Hale and Noble. man” nãos ignifica homem de confianla, como poderia
parecer, mas vigarista)
Obs². Não se abreviam títulos: Captain, Doctor, Esqui- Goodness - bondade
re, General, Governor, The Honourable, President, Princi- Truth - verdade
pal, Professor e The Reverend.
2. Coal - carvão
o) Singular e Plural iguais: Cooper - cobre
Gold - ouro
Por motivos diversos, são invariáveis: Iron - ferro
1. Cod (bacalhau), Salmon (salmão), Trout (truta), Deer Silk - sêda
(Cervo), Sheep (Carneiro), Series (série), Species (espécie). Wine - vinho

2. Palavras terminadas em - CH, SH, SS, indicadoreas Obs. Tais substantivos, quando pluralizados, mudam
da nacionalidade, como: Chinese, English, French, Japa- de sentido:
nese, Portuguese, Swiss, etc. Confidences - confidências
Veja a diferença: Coopers - moedas de cobre
Brazilians created the aeroplane - Brasileiros criaram Irons - grilhões (há também Iron - ferro de engomar,
o avião com o plural Irons)
Japanese created the computer - Japoneses criaram Wines - qualidades, tipo de vinho
o computador
r) Forma plural e verbo no singular:
3. Certas palavras que exprimem números ou me-
didas, quando precedidas de um numeral, de a few ou Alguns substantivos de forma plural são seguidos de
several: verbo no singular, isso porque, embora sejam de forma
Ex.: Two hundred houses - duzentas casas plural, têm significado no singular.
Ten thousand times - dez mil vezes
Twenty dozen eggs - vinte dúzias de ovos
Ex.: Gallows - força
five gross pencils - cinco grossas de lápis
Linguistics - linguística
Three yoke of oxen - três juntas de bois
LÍNGUA INGLESA

innings - turno, tempo (esporte), oportunidade


A few head of cattle - algumas cabeças de gado
Mathematics - matemática
Several score of yards - várias vintenas de jardas
Mas: Mechanics - mecânica
dozen of potatoes - dúzias de batatas Phonetics - fonética
Hundreds of people - centenas de pessoas news - notícia, novidade(s) (A piece of news - uma
thousands of inhabitants - milhares de habitantes notícia, uma novidade)

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Logo, você deve dizer “Mathematics is the most im- Uncountable Nouns List
portant science”, por exemplo, e não “Mathematics are”.
- Abstract idea (ideia abstrata)
Obs¹. Um pequeno número de palavras terminadas advice (conselho)
em - ICS, admite o verbo no plural também, como Politics fun (diversão)
(política), Tactics (tática). help (ajuda)
information (informação)
Obs². Nomes geográficos como Hebrides (hébridas), pride (orgulho)
Netherlands (Holanda) são seguidos por verbo no plural,
mas The United States é uma exceção, e requer, geral- - Drink (bebida)
mente, o verbo no singular. bear (cerveja)
coffee (café)
s) ALMS, EAVES, RICHES: juice (suco)
tea (chá)
As palavras Alms (esmola), Eaves (beiral) e Riches (ri- water (água)
queza(s)), hoje seguidas de verbo no pural, foram, origi-
nariamente, seguida de verbo no singular. - Food (comida)
bread (pão)
3. GRAU: cake (bolo)
meat (carne)
As variações de grau dos substantivos são mais co- rice (arroz)
muns em português, com os graus Aumentativo e Dimi- spaguetti (espaguete)
nutivo. em inglês tal variação se dá de forma bastante
simplificada, com a anteposição dos adjetivos “Big” ou - Subject (assunto)
“Little”. art (arte)
Veja o exemplo: grammar (gramática)
Em português, a palavra “casa” sofre as seguintes va- poetry (poesia)
riações de grau: Casinha - para o diminutivo, e Casarão Portuguese (Português)
- para o aumentativo. Duas novas palavras surgem da vocabulary (vocabulário)
felxão de grau do substantivo. Em inglês, ao contrário,
a palavra “house” (casa), é flexionada para o aumentati- - Substance (substância)
vo tão-somente com a anteposição de “big”: big house air (ar)
(grande casa, casarão), e, para o diminutivo, com a ante- iron (ferro)
posição de “little”: little house (pequena casa, casinha), oil (óleo)
não se criando nenhuma nova palavra. oxygen (oxigênio)
metal (metal)
Countable and UncountableNouns (Nomes Contá-
veis e Incontáveis) Plurais Incontáveis, a exceção
Embora a maior parte das vezes sejam encontrados
Um substantivo contável (countable noun) é algo que na forma singular, os substantivos incontáveis podem
podemos contar. Ele tem as formas singular e plural. aparecer, excepcionalmente, no plural. Nestes casos, as
Ex.: one book (um livro), three books (três livros); a palavras ou expressões que identificam a quantidade es-
boy (um menino), two boys (dois meninos); an egg (um tão ocultas.
ovo), six eggs (seis ovos). Exemplo: Two teas, please.
Não esqueça: substantivos no singular precisam de Ao fazer esse pedido ao garçom ele entenderá que
um artigo e no plural têm de seguir as regras já apre- o que queremos, na verdade, são two cups of tea (duas
sentadas. xícaras de chá).
Noun/Singular/Plural
chair (cadeira)/one chair/two chairs - Many/Much (Muito(s)/Muita(s))
computer (computador)/one computer/three com- Many é usado com substantivos que nós podemos
puters contar, ou seja, nomes contáveis (countable nouns).
strawberry (morango)/one strawberry/four strawber- Much é usado com substantivos que nós não pode-
ries mos contar, ou seja, nomes incontáveis (uncountable
Um substantivo incontável (uncountable noun) é algo nouns).
que não podemos contar; logo, não tem a forma plural.
Nós usamos expressões de quantidade antes de
LÍNGUA INGLESA

substantivos incontáveis.
Ex.:
fruit (fruta), some fruit (algumas frutas); bread (pão),
a slice of bread (uma fatia de pão); homework (lição de
casa), a lot of homework (muita lição de casa).

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- Few/Less (Pouco(s)/Pouca(s)) Formação de palavras
Few é usado da mesma maneira que many, com cou-
ntable nouns. Os idiomas são formados por muitas palavras de ori-
Less é usado como much, com uncountable nouns. gens diferentes, e grande parte delas são apenas deriva-
ções ou combinações de palavras já existentes. Algumas
dessas derivações são feitas por prefixos e sufixos. Eles
são responsáveis por adicionar ou alterar o significado
de uma palavra.
Aprender inglês envolve não só o conhecimento das
estruturas gramaticais, mas também a extensão do seu
vocabulário. E uma estratégia eficiente para aumentá-lo
Observe os exemplos seguintes e veja como o contex-
é aprender a reconhecer certos padrões de prefixos e su-
to pode sofrer algumas variações de acordo com a frase:
fixos para descobrir o significado a função dessas pala-
vras em um contexto geral. Veja só:

Principais prefixos em inglês


O prefixo é a parte que vem antes da palavra em si. No
inglês existem diversos deles, alguns com um significado
particular e outros com um significado compartilhado.
Vamos ver o que cada um deles faz com as palavras:

Anti-: contra
antivirus - antivírus

antibiotic - antibiótico

antidote - antídoto
- Few /A few /A few of the/Few of the (Poucos)
As palavras acima são usadas com substantivos con- bi-: ideia de duplicação
táveis no plural. bilateral - bilateral
“Few” em um sentido negativo, sugerindo “quase ne-
nhuma” e é geralmente usado depois de “very”. biconvex - biconvexo
Some students have very few opportunities to learn
English. = Alguns alunos têm quase nenhuma oportuni- bicycle - bicicleta
dade de aprender inglês.
“Few” também pode expressar a idéia de “não tanto de-: oposto de
quanto esperado”. deactivation - desativação
A lot of tourists were expected, but few came. = Mui-
tos turistas eram esperados, mas poucos vieram. decaffeinated - descafeinado
“A few” em um sentido positivo e pode significar “um
pequeno número” ou “poucos”. desalinize - dessalinizar

I don’t know how much he won, but it must be a few dis-: oposto de, não, contrário
million. = Eu não sei o quanto ele ganhou, mas deve ser dislike - não gostar
poucos milhões.
Também encontramos a few combinado com outras disable - desativar
palavras como: “just”, “only”, “quite”, “a good”, “the”,
“his”, etc. disproof - refutar
I want just a few apples, please. = Eu quero poucas
maçãs, por favor. ex-: passado, antigo, anterior
There are only a few vacancies. = Há poucas vagas. ex-boyfriend - ex-namorado

- A lot ex-husband - ex-marido


A expressão a lot deve ser escrita com duas palavras.
O significado é o mesmo de many e much. ex-wife - ex-esposa
A lot é seguido por of quando seu significado é geral
LÍNGUA INGLESA

ou por of the quando seu significado é específico: fore-: antes de


Às vezes, a lot também pode vir no final de uma frase, foresee - prever
sendo assim considerada uma expressão informal.
We laughed a lot. = Nós rimos muito. forecast - previsão (do tempo, por exemplo)
They studied a lot. = Nós estudamos bastante.
foresight - previsão (do futuro, por exemplo)

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in-, im-, ir-: não super-: superior, acima de
incorrect - incorreto supercelebrity - supercelebridade

impossible - impossível superconduct - superconduzir

irregular - irregular superlative - superlativo

inter-: entre trans-: através de


interact - interagir transcontinental - transcontinental

intercept - interceptar transcript - transcrever

interchange - intercâmbio transatlantic- transatlântico

mid-: meio un-: não


midway - meio do caminho unacceptable - inaceitável

midday - meio-dia unhappy - infeliz

midfield - meio-de-campo unattractive - não-atraente

mis-: de forma incorreta under-: sob/sub


miscalculation - mal-calculado undersea - submarino

misspelled- mal-pronunciado undercooked - malcozido

misunderstand- mal-entendimento underdressed - malvestido

non-: não Principais sufixos em inglês


nonabrasive - não-abrasivo
O sufixo é a parte que vem depois do meio da pa-
nonacid - não-ácido lavra. Da mesma forma que nos prefixos, alguns com-
partilham significado e outros adicionam um significado
nonallergic - não-alérgico próprio, veja:

pre-: antes -able, -ible: forma adjetivos a partir de verbos


prefix - prefixo acceptable - aceitável
preschool- pré-escola
adorable - adorável
precipitate - precipitar-se
affordable - de preço acessível
re-: de novo, mais uma vez
reabsorb - reabsorver -est: o que é mais
biggest - maior
redo - refazer
fastest - mais rápido
realign - realinhar
hottest - mais quente
semi-: metade
semifinalist - semifinalista -ful: indica “cheio de”
painful - doloroso
semicircle - semicírculo
useful - útil
semiprofesional - semiprofissional
meaningful - significante
sub-: inferior, abaixo de
LÍNGUA INGLESA

subcelebrity - subcelebridade -ion, -tion, -ation, -ition: indica “o processo de”


action - ação
subcategory - subcategoria
construction - construção
subconscious - subconsciente
observation - observação

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-ity, -ty, -ness: formam substantivos abstratos a partir - Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns)
de adjetivos Os pronomes possessivos em inglês, tal qual no por-
activity - atividade tuguês, indicam que algo pertence a alguém ou alguma
coisa. São classificados em pronomes adjetivos e prono-
infinity - infinidade mes substantivos.
Pronomes Adjetivos (Possessive Adjectives): diferen-
happiness - felicidade
tes da língua portuguesa, os pronomes adjetivos não
-ly: forma advérbios são flexionados em grau (singular e plural). Sempre são
hardly - dificilmente acompanhados por substantivos, modificando-os.
Exemplo: My house is located on Avenue de Paris (Mi-
quickly - rapidamente nha casa está localizada na Avenida de Paris).

certainly - certamente

-hood, -ship: formam substantivos abstratos


childhood - infância

leadership - liderança

brotherhood - irmandade

https://inglesnarede.com.br/gramatica-na-rede/con-
cordancia-verbal-na-lingua-inglesa/
https://www.inglesnosupermercado.com.br/dicas-
-de-ingles-10-casos-de-concordancia-verbal-na-lingua-
-inglesa/
https://www.wizard.com.br/blog/aprender-ingles/os-
-prefixos-e-sufixos-em-ingles/

Pronomes (pessoais (I, he, they, etc), objeto (me,


him, them, etc), adjetivos possessivos (my, his, their
/ mine, his,theirs, etc), interrogativos (who, what,
when, where, etc), relativos (who, that, which, etc).

Pronomes

Pronome é a classe de palavras que acompanha ou


substitui um substantivo ou um outro pronome, indican-
do sua posição em relação às pessoas do discurso ou
mesmo situando-o no espaço e no tempo. Os pronomes
nos ajudam a evitar repetições desnecessárias na fala e Pronomes Substantivos (Possessive Pronouns): os
na escrita. São divididos em: pronomes possessivos substantivos tem a função de
substituir o substantivo, diferente dos pronomes adjeti-
- Pronomes Pessoais (Personal Pronouns) vos, que sempre estão ligados a ele. E, da mesma manei-
Os pronomes pessoais são termos que indicam pes- ra, não sofrem flexão de grau (singular e plural), como
soas, lugares e objetos. São classificados em: ocorre na língua portuguesa.
Pronomes Pessoais do Caso Reto (Subject Pronoun):
Exemplo: This house is mine (Esta casa é minha).
funcionam como sujeitos, por exemplo: She is beautiful
(Ela é linda).
Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo (Object Pro-
noun): funcionam como objetos, por exemplo: Juan
wants to meet her (Juan quer conhecê-la).
LÍNGUA INGLESA

32
- Pronomes Demonstrativos (Demonstratives Pro- - Pronomes Indefinidos (Indefinite Pronouns)
nouns)
Os pronomes indefinidos recebem esse nome uma
vez que substituem ou acompanham o substantivo, de
maneira imprecisa ou indeterminada.
Porém, de acordo com a função que exercem nas fra-
ses, são classificados em:
Indefinite Pronouns (pronome substantivo)
Indefinite Adjectives (pronome adjetivo)
Exemplos:
Os pronomes demonstrativos são palavras que indi- Tell me something (Diga-me alguma coisa).
cam algo (pessoa, lugar ou objeto) e, de acordo com a None is mine (Nenhum é meu).
função sintática que exercem na frase, são classificados
em:
Demonstrative Pronouns (pronomes substantivos),
que substituem o substantivo, por exemplo: Give me the
big book.​Give me this book (Dá-me este livro).
Demonstrative Adjectives (pronomes adjetivos) que
descrevem o substantivo, por exemplo: That pen is yours;
this is mine (Essa caneta é sua; esta é a minha)

- Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns)

Os pronomes reflexivos são aqueles que aparecem


após o verbo, concordando sempre com o sujeito da
oração.
São palavras construídas com os termos “self” (no sin-
gular) e “selves” (no plural).
Exemplos:

I promised myself study hard (Eu prometi a mim mes-


ma estudar bastante)

- Pronomes Relativos (Relative Pronouns)

Os pronomes relativos são palavras que exercem a


função de sujeito ou objeto, por exemplo:
It’s an old man who lives here. (É um velho quem vive
aqui)
When we get to town, let’s find John​. (Quando che-
garmos à cidade, encontraremos o John)

- Pronomes Interrogativos (Interrogative Pronou-


LÍNGUA INGLESA

ns)

Os pronomes interrogativos, também chamados de


“Question Words”, são aquelas palavras utilizadas para
Maria sent herself a copy (Maria enviou uma cópia
fazer perguntas, por exemplo:
para si mesma)

33
Who is that woman? (Quem é aquela mulher?) Note que geralmente não há uma forma específica
How many cups of coffee do you drink a day? (Quan- para o masculino e outra para o feminino nos adjetivos.
tas xícaras de café você bebe por dia?) Ao traduzir a frase, você deverá flexioná-lo conforme o
substantivo!

Ordem dos adjetivos

A ordem dos adjetivos serve para que você não es-


creva mais de um adjetivo de forma aleatória numa frase.
Essa ordem precisa ser seguida de acordo com o tipo de
cada adjetivo. Veja abaixo o exemplo:
Algumas vezes nós podemos usar mais de um adje-
tivo na frase:
Ex: It´s a beautiful round wooden table.
(É uma mesa bonita, redonda e feita de madeira.)
Mas há uma maneira correta, ou seja, uma ordem em
que esses adjetivos são escritos antes do substantivo.
Para isso devemos saber quais são os tipos de adjetivos
e suas ordens:
Adjetivo
• Tipos de Adjetivos:
Os adjetivos em inglês são usados para qualificar ou OPINION= indica o que você pensa a respeito, ou
modificar um substantivo ou um pronome. Eles apare- seja, OPINIÃO!
cem antes do substantivo ou depois dos verbos de liga- 1- Opinion: indica opinião.
ção na frase. Veja os exemplos: Exemplos: horrible, difficult, fun, etc.
FACT= indica o que é verdade, ou seja, o FATO!
I have a blue pencil. (Eu tenho um lápis azul.) 2- Size: indica tamanho.
She is smart. (Ela é esperta.) Exemplos: large, little, short, tall, etc.
3- Age: indica idade.
Porém, alguns adjetivos possuem uma terminação di- Exemplos: new, old, adolescent, a year, etc.
ferente. É o caso dos adjetivos que terminam com –ing 4- Shape: indica forma.
e –ed. Observe: Exemplos: round, flat, square, irregular, etc.
5- Color: indica cor.
Julia’s job is boring. (O emprego de Julia é chato.) Exemplos: red, blue, etc.
Julia is bored. (Julia está entediada.) 6-Origin: indica a origem.
Exemplos: Brazilian, American, etc.
Perceba que no primeiro exemplo o adjetivo boring 7- Religion: indica religião.
refere-se ao emprego de Julia. Já no segundo exemplo, Exemplos: Buddhist, Taoist, Pagan, etc.
refere-se a ela. Ainda poderíamos escrever desta manei- 8- Material: indica o tipo de material que é feito.
ra: Exemplos: wooden, paper, metal, etc.
9- Purpose: indica o propósito de seu uso.
Julia is bored because her job is boring. Exemplos: sleeping bag, computer table, football
(Julia está entediada porque seu emprego é chato.) field, etc.

Agora compare outros exemplos: • Ordem dos Adjetivos:


Agora que você já sabe quais são os tipos de adjeti-
* interesting (interessante) * interested (interessa- vos, precisa saber qual a ordem correta ao escrevê-los.
do(a)) Para ficar mais fácil, divida a frase desta maneira:
Ex: A beautiful large round wooden table.
Julia is very interesting. Julia is very interested in Arts. (uma mesa bonita, larga, redonda e feita de madeira.)
(Julia é muito interessante.) (Julia é muito interessada 1º - divida a frase separando os adjetivos do subs-
em Artes.) tantivo;
* surprising (surpreendente) * surprised (surpreso(a)) 2º - separe os adjetivos em: opinion ou fact;
This film is surprising! I am surprised with this film! 3º- ordene corretamente.
(Este filme é surpreendente!) (Eu estou surpreso(a)
com este filme!)
LÍNGUA INGLESA

* shocking (chocante) / shocked (chocado(a))

This scene is shocking. Everybody is shocked.


(Esta cena é chocante.) (Todos estão chocados.)

34
ligente do que eu.)

Neste caso, o adjetivo intelligent não sofre alteração


alguma, apenas acrescentamos: more (antes) e than (de-
pois) dele. Dessa forma fazemos o comparativo de su-
perioridade quando o adjetivo é composto por duas ou
mais sílabas (long adjectives).

Então, lembre-se: a maneira como faremos a com-


paração dependerá da quantidade de sílabas que cada
adjetivo possui!
Mais exemplos:

Outros exemplos:
* A big round pink plastic ball. (Uma grande, redonda,
rosa, bola de plástico.)
* An interesting young woman. (Uma mulher interes-
sante e jovem.)
* Small blue eyes. (Pequenos olhos azuis.)
* An old American song. (Uma velha música Ameri-
cana.)

* A nice big new red plastic sleeping bag. (Uma boa,


nova, vermelha, bolsa plástica de dormir.)

DEGREE OF ADJECTIVES (GRAU DOS ADJETIVOS)

Assim como podemos colocar mais de um adjetivo na


frase, também podemos usá-los para fazer comparações.
Chamamos essas comparações de: Inferioridade, Igual-
dade ou Superioridade.

Comparativo de Superioridade

Veja os exemplos a seguir:

Maria is old. (Maria é velha.)

Maria is older than me. (Maria é mais velha do que


eu.)

Note que o adjetivo old sofreu uma alteração: er +


than. É dessa forma que se faz o comparativo de supe-
rioridade quando o adjetivo é composto por uma sílaba
LÍNGUA INGLESA

(short adjectives).

Observe agora outro exemplo: * adjetivos precedidos de CVC (Consoante-Vogal-


-Consoante), dobra-se a última letra: big = bigger than
Maria is intelligent. (Maria é inteligente.) fat = fatter than
Maria is more intelligent than me. (Maria é mais inte-

35
** adjetivos terminados em y precedidos por con- That hat is less expensive than the others. (Aquele
soantes são substituídos por i: pretty = prettier than chapéu é menos caro do que os outros.)

*** nesse caso, good é uma exceção e sua forma com- Note que no comparativo de inferioridade também
parativa é diferente. O mesmo acontece com bad = wor- não há diferença se o adjetivo é curto ou longo. Ele é
se than (mau = pior do que). formado com less........than.

**** adjetivos terminados em e acrescenta-se apenas Superlativo


r: nice = nicer than.
O grau superlativo segue a mesma regra de formação
Comparativo de Igualdade dos comparativos. Veja:

Veja os exemplos a seguir: * This is the most expensive bike of them all.

afirmativo= Jenny is tall. (Jenny é alta.) (Esta é a bicicleta mais cara de todas.)
Jenny is as tall as Paul. (Jenny é tão alta
quanto Paul.) * Susy is the shortest girl in the clasroom.

negativo= Jenny is not tall. (Jenny não é alta.) (Susy é a garota mais baixa da classe.)
Jenny is not so tall as Paul. (Jenny não é tão
alta quanto Paul.) * This supermarket is the biggest one.

Neste comparativo existem formas diferentes para (Este supermercado é o maior.)


afirmar ou negar a comparação.
Resumindo:
Ele é formado com as..........as (em frases afirmativas) e
short adjectives: est.....
not so........as (em frases negativas).
long adjectives: the most.....
exceções: good = best / bad = worst
Para o comparativo de igualdade, não há diferença
se os adjetivos são curtos ou longos. Todos seguem a Adjetivos possessivos (Possessive adjectives)
mesma regra! Os adjetivos possessivos (possessive adjectives) são
palavras que têm a função de modificar um substanti-
Exemplos: vo indicando propriedade ou posse. Por exemplo, “This
book is her book” (Este livro é o livro dela) o adjetivo pos-
adj. longo sessivo “her” (dela) está especificando que o livro perten-
She sings as beautifully as you dance! ce a ela. Na Língua Inglesa os adjetivos possessivos são:

(Ela canta tão lindamente quanto você dança!) My - meu, meus, minha, minhas
Your - sua, seu
adj. curto His – dele
This exercise is not so easy as the last one. Her - dela
Its - dela, dele (coisas ou animais)
(Este exercício não é tão fácil quanto o último.) Our - nosso, nossos
Your - suas, seus
adj. curto Their - delas, deles
Today is as cold as yesterday. Outros exemplos de como usar o adjetivo possessivo:

(Hoje está tão frio quanto ontem.) They don’t want to spend all their money on the pro-
ject. (Eles não querem gastar todo o dinheiro deles no
adj. longo projeto)
This game is as complicated as that one. Are these your shoes? They are beautiful. (Esses são
seus sapatos? Eles são bonitos)
These men are my brothers, they are beautiful. (Estes
(Este jogo é tão complicado quanto aquele.)
homens são meus irmãos, eles são lindos)
Julia lives with her mother. (Julia mora com a mãe
LÍNGUA INGLESA

Comparativo de Inferioridade
dela)
Observe os exemplos a seguir: That’s my father’s cigar. (Aquele charuto é do meu
pai)
I spent less money than you. (Eu gastei menos dinhei- Os adjetivos possessivos, na língua inglesa, apresen-
ro do que você.) tam algumas características quanto a ao número e gê-
nero:

36
Os adjetivos possessivos não se diferenciam em nú- What pode ser usado em sentenças exclamatórias.
mero, ou seja, não apresentam plural. Veja alguns exemplos:
What a surprise!
Exemplos: What a good idea!
What a beautiful girl!
This is our pen. (Esta é nossa caneta) What an interesting movie!
These are our pens. (Estas são nossas canetas)
That is my magazine. (Aquela revista é minha) Adjetivos relativos (Relative Adjectives)
Those are my magazines. (Aquelas são minhas revis-
tas) Which, that, who e whom podem ser adjetivos relati-
E os adjetivos possessivos não se diferenciam em gê- vos (relative adjectives). Assim como os pronomes rela-
nero, ou seja, podem ser utilizados tanto para o masculi- tivos, os adjetivos relativos são usados para ligar idéias
no quanto para o feminino. criando orações substantivas ou orações adjetivas (ad-
jective clauses). Os pronomes e adjetivos relativos reali-
Exemplos: zam a função de chamar atenção para algum substantivo
(noun) anteriormente mencionado, sem a necessidade
de citá-lo novamente.
He hates my sister. (Ele odeia minha irmã)
Uma oração adjetiva (adjective clause) é uma oração
He hates my brother. (Ele odeia meu irmão)
dependente (subordinada), que contêm um sujeito e um
They gave their medals to children. (Eles deram as
verbo. Ela descreve, identifica ou dá informações adicio-
medalhas deles para as crianças)
nais de um substantivo anteriormente mencionado. Des-
The waitresses lost their money. (As garçonetes per- ta forma as orações adjetivas (adjective clauses) agem
deram o dinheiro delas) como se fossem um adjetivo. Assim como um adjetivo,
Sendo assim, os adjetivos possessivos são usados uma oração adjetiva (adjective clause) modifica um subs-
frente a um substantivo para modifica-lo, indicando pos- tantivo ou pronome, respondendo questões como whi-
se ou propriedade e não variam nem gênero e nem em ch? ou what kind of?. Observe abaixo:
número. The car, that is very confortable, belongs to my aunt.
She went for a holiday in Cuzco, which is a small city
Adjetivos Interrogativos (Interrogative Adjectives) in Peru.
Os adjetivos interrogativos (interrogative adjectives) They are the swimmers whom you saw at Venetian
what e which são semelhantes na forma aos pronomes Pool are from Otawa.
interrogativos, mas diferentes na função. Os adjetivos in- A man started to show us photographs which were of
terrogativos modificam um substantivo (noun). Eles vêm people and places in the China.
antes dos substantivos que podem estar no singular ou Michael Clark, who is my cousin, lives in San Francisco.
plural. Já os pronomes interrogativos fazem uma pergun- Os pronomes relativos normalmente são usados para
ta acerca dos substantivos. Veja alguns exemplos: introduzir uma oração adjetiva (adjective clause). Os
Which car will he want? (adjective interrogative) principais são:
Which will he want? (pronoun)
Which car is parked there? (adjective interrogative) Who
Which is parked there? (pronoun) Substitui substantivos ou pronomes quando estamos
What colour is your car? (adjective interrogative) falando sobre pessoas. Who pode ser sujeito de um ver-
What is your car? (pronoun) bo.
James, who is a lawyer, works in Paris.
What Madonna, who is an american artist, lives in London.
É usado quando a pessoa que pergunta não tem um
número específico em mente. Por exemplo: Whom
What colour is your cat? Substitui substantivos ou pronomes quando nos refe-
What countries would you like to visit? rimos a pessoas. Whom pode ser objeto de um verbo ou
What book did you buy ? preposição, mas não pode ser sujeito de um verbo.
Paul McCartney, whom we all love, was being shown
Which on the television.
Embora a regra nem sempre seja usada, which é usa- The professor whom you called is there.
do quando a pessoa que pergunta tem um número es-
Which
pecífico em mente.
Usamos which para animais e coisas
Which colour are his eyes?
The house, which was white, belonged to my hus-
Which city do you live?
band.
Which book did you buy?
She have sold the grocery which belonged to her fa-
LÍNGUA INGLESA

What é usado frequentemente no lugar de which, ther.


mesmo quando existe um número já pré-determinado.
Por exemplo: That
What movie did you enjoy? Podemos usar também that para pessoas, animais e
What kind of book did you buy? coisas, embora para alguns seja pouco educado usar that
What como Adjetivo Exclamatório para pessoas.

37
I lived in the house that Paul built. outras identificações, cartões de crédito e chaves. No
The children that are on the car are going to the entanto, isso acontece a cada minuto de cada dia com
school. credenciais pessoais.

Fonte: 2. (STJ - Conhecimentos Básicos - Cargos: 10 e 12 –


https://www.infoescola.com/ingles/adjetivos-posses- Médio - CESPE– 2018)
sivos-possessive-adjectives/
https://www.inglescurso.edu.eu.org/gramatica-ingle-
sa/75-adjectives/265-adjetivos-interrogativos-interroga-
tive-adjectives

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (TRF - 1ª REGIÃO - - Analista Judiciário - Informáti-
ca – Superior - CESPE– 2018)

According to the text CB5A1AAA, judge the next item.


In the excerpts “they help to assure” (l. 4 and 5) and
“so that they can lead a dignified life” (l.6), the pronoun
“they” refers to “basic human rights” (l.4).

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: Letra E
‘Brokers and experts’ se referem a ‘corretores e espe-
cialistas’. Isso se refere a ‘dealers’, sinônimo de ‘ne-
gociantes’. A banca utilizou de palavras sinônimas. As
demais alternativas não têm relação com a resposta

CARE Adquirir um novo avião já é um processo bas-


tante complexo. Adquirir uma aeronave de segunda
mão pode ser uma tarefa ainda mais desafiadora. A
indústria tem a sua parte justa de corretores e especia-
listas todos dispostos a oferecer-lhe o melhor negócio
na cidade, mas, infelizmente, uma vez que você assi-
nou e a aeronave é entregue, eles tendem a desapa-
recer como eles se deslocam para o próximo negócio.

According to the text 3A5AAA, judge the following items. dealers - concessionários
The pronoun “this” (ℓ.22) refers to the practice of
keeping personal documents in a safe place. Verbo é a classe de palavras que nomeia, descreve
um estado ou uma ação. A maioria dos verbos em Inglês
(  ) CERTO   (  ) ERRADO é dividida em verbos regulares (regular verbs) e verbos
irregulares (irregular verbs). Os verbos irregulares são os
Resposta: Letra D que não são conjugados da mesma maneira que os re-
This reffers to perssonal credentials. gulares e para os quais não existe uma regra geral; para
LÍNGUA INGLESA

Trecho do texto: No one would volunteer to leave cada verbo irregular há uma regra. Em Inglês, toda a sen-
them in a storage unit with a hundred of others IDs, tença precisa ter um verbo, pelo menos.
credit cards and keys. Yet this happens every minute
of every day with personal credentials. Os tempos verbais na Língua Inglesa podem ser divi-
T = Ninguém se ofereceria para deixá-los em uma didos basicamente em quatro grupos:
unidade de armazenamento com uma centena de

38
1. Simple Tenses;
2. Continuous Tenses / Progressive Tenses;
3. Perfect Tenses / Perfect Simple Tenses;
4. Perfect Continuous Tenses / Perfect Progressive
Tenses.

Começaremos a estudar os verbos a partir do Verbo


“to be”, que é um dos verbos mais básicos em língua
inglesa.

Verbo to be - Verb to be
O verbo to be significa ser e estar em português e,
além desses dois significados, este verbo é muito usado
no sentido de ficar (tornar-se). Observe os usos e as for-
mas deste verbo:
- USOS: Examples:
Usa-se o verbo to be: I’m a waiter. (Eu sou garçom.)
They are friends of mine. (Eles são meus amigos.)
1. Para identificar e descrever pessoas e objetos:
Richard is my friend. (Ricardo é meu amigo.) She is in the kitchen. (Ela está na cozinha.)
I am Italian. (Eu sou Italiano.)
I’m from Spain. (Eu sou da Espanha.)
It is a computer. (Isto é um computador.)
They will be at the club waiting for me. (Eles estarão
no clube esperando por mim.)
They are French actors. (Eles são atores franceses.)
Your mother will be very happy if you tell the truth.
(Sua mãe ficará muito feliz se você falar a verdade.)
I will be very grateful to you. (Eu ficarei muito grato
a você.)
Is she your sister? (Ela é sua irmã?)

2. Nas expressões de tempo, idade e lugar:


It was raining this morning. (Hoje de manhã estava
chovendo.)
It is sunny today. (Hoje o dia está ensolarado.) Examples:
I am twenty years old. (Tenho vinte anos.) Mary is not happy. (Mary não está feliz.)
We are spending our vacation in San Francisco. It is not correct. [(Isto) Não está certo.]
(Estamos passando nossas férias em São Francisco.)
Rachel is four years older than me.
(Raquel é quatro anos mais velha do que eu.)

*OBSERVAÇÃO: Nas expressões que se referem a ida-


des o verbo to be equivale ao verbo ter, em Português.

Verbo To Be - Presente do Indicativo / Verb To Be


- Simple Present/Present Simple

O Simple Present é o equivalente, na língua inglesa,


ao Presente do Indicativo, na língua portuguesa.

- FORMASApresentamos a seguir as formas do Sim-


ple Present (Presente Simples) do verbo to be. Na 1ª co-
luna encontra-se a forma sem contração e, na 2ª, mostra-
Example:
LÍNGUA INGLESA

mos a forma contraída. A forma interrogativa não possui


contração: Is she a journalist? (Ela é jornalista?)

39
Verbo To Be - Passado / Verb To Be - Past Simple/
Simple Past

- FORMAS:
Apresentamos a seguir as formas do Simple Past (Pas-
sado Simples) do verbo to be. As formas afirmativas e
interrogativas do Simple Past não possuem contração; a
forma negativa é organizada da seguinte maneira: na 1ª
coluna encontra-se a forma sem contração e na 2ª, mos-
tramos a forma contraída:

Example:
Were you occupied when I called to you? (Você estava
ocupado quando lhe liguei?)

Verbo To Be - Futuro / Verb To Be - Simple Future

Apresentamos a seguir as formas do Simple Future


(Futuro Simples) do verbo to be. Na 1ª coluna encontra-
-se a forma sem contração e na 2ª, mostramos a forma
contraída. A forma interrogativa não possui contração:

Examples:
We were in a hurry last night and didn’t stop to talk to
him. (Estávamos com pressa ontem à noite e não para-
mos para falar com ele.)
It was too cold yesterday. (Estava muito frio ontem.)

Examples:
We will be on vacation next month. (Estaremos de fé-
rias no mês que vem.)
I think it will be raining tomorrow. (Acho que estará
chovendo amanhã.)
She will be the most beautiful bride in the whole
world! (Ela será a noiva mais linda do mundo inteiro!)
I’ll be there at eight o’clock.(Estarei lá às oito horas.)

Examples:
They were not good students. (Eles não eram bons
alunos.)
Mary wasn’t the main actress. (Mary não era a atriz
principal.)
LÍNGUA INGLESA

Examples:
I won’t be here next week. (Não estarei aqui na sema-
na que vem.)

40
He will not be a spoiled child. (Ele não será uma crian- Banks open at 10:00 a.m. (Os bancos abrem às dez
ça mimada.) da manhã.)
We will not be ready to play the game tomorrow.
(Não estaremos preparados para jogar o jogo amanhã.) 2. Hábitos: Geralmente são empregados com advér-
bios de tempo como: always, often, usually, rarely,
frequently, sometimes, never, every day, on we-
ekends, on Tuesdays, etc.
I go to the gym every day. (Vou à academia todos os
dias.)
She never watches tv. (Ela nunca assiste tv.)
He usually leaves the job at 6:00 p.m. (Geralmente ele
sai do trabalho às seis da tarde.)
It usually snows here in January. (Geralmente neva
aqui em Janeiro.)
They never go to the beach. (Eles nunca vão à praia.)

3. Verdades Universais:
The sun goes down in the west. (O sol se põe no oes-
Examples: te.)
Will you be at home tomorrow evening? (Você vai es- Birds fly. (Pássaros voam.)
tar em casa amanhã à noite?) The earth revolves around the sun. (A terra gira ao
Will I be late if I get there at nine o’clock? (Vou estar redor do sol.)
atrasado se chegar lá às nove horas?) Dogs bark. (Cachorros latem.)
Will he be waiting for me in the station? (Ele estará Five and five make ten. (Cinco mais cinco são dez.)
esperando por mim na estação?) Water freezes at 0º Celsius. (A água congela a Oº Cel-
sius.)
Presente do Indicativo (Simple Present or Present
Simple) 4. Ações futuras relacionadas com horário fixado. Ver
O Simple Present é o equivalente, na língua inglesa, Future: Simple Present
ao Presente do Indicativo, na língua portuguesa. My flight leaves at 9:00 p.m. (Meu vôo sai às nove da
noite.)
- FORMA AFIRMATIVA My parents arrive tonight. (Meus pais chegam esta
Com os Pronomes Pessoais I, You, We e They, o Pre- noite.)
sente Simples se forma com o verbo no infinitvo sem TO. I start to work next week (Eu começo a trabalhar na
Já com os Pronomes Pessoais He, She e It, o Presente próxima semana).
Simples é formado com o verbo no infinitivo sem TO e ao OBSERVAÇÃO: Os advérbios de tempo nunca podem
verbo é acrescentado a letra -s no fim. Observe a tabela se posicionar entre o verbo e o objeto. Observe os exem-
abaixo: plos abaixo:
We go on weekends to the swimming pool. ERRADO
She listens always to the radio. ERRADO
We go to the swimming pool on weekends. CERTO
She always listens to the radio. CERTO

5. Fatos históricos, relatar acontecimentos, filmes, pia-


das, uma transmissão esportiva com mais drama-
ticidade; é o chamado “Presente Histórico”. Nes-
tes casos, os fatos que ocorreram no passado são
reproduzidos ou imaginados como se estivessem
acontecendo no momento presente.
t ... at that moment the woman enters the saloon and
- USOS starts to talk ... ( ... naquele momento a mulher entra na
O Simple Present é usado para expressar: sala e começa a falar ...)

1. Fatos e situações atuais: 6. Opiniões, sentimentos, desejos, preferências e gostos:


Anthony lives in New York. (Antônio mora em Nova She likes vegetables. (Ela gosta de vegetais.)
LÍNGUA INGLESA

Iorque.) I think you are right. (Acho que você está certo.)
My wife works in a hospital as a nurse. (Minha esposa I hope so. (Espero que sim.)
trabalha como enfermeira em um hospital.)
Classes start at 8:00 a.m. (As aulas começam às oito 7. O Simple Present é empregado também em orações con-
da manhã.) dicionais com o uso de if (se), e em orações temporais,
introduzidas por when, as soon as, before, after, until.

41
If it rains, I won’t go to the beach. (Se chover, não irei - Cry: She cries when she sees poor child in the streets.
para praia.) (Ela chora quando vê crianças pobres nas ruas.)
I’ll be very happy if you come to dinner with us. (Fica-
rei muito feliz se você vier jantar conosco.) 4. Para a 3ª pessoa do singular (He, She, It), o verbo to
When you come to my house, I’ll show you the pic- have possui a forma has:
tures. (Quando você vier à minha casa, vou lhe mostrar He has lots of friends. (Ele tem muitos amigos.)
as fotos.) She has brown hair. (Ela tem cabelo castanho.)
Please, ask him to call me as soon as he arrives. (Por
favor, peça para ele me ligar assim que chegar.) FORMA NEGATIVA E INTERROGATIVA:
As formas negativas e interrogativas do Simple Pre-
- FORMAÇÃO DO PRESENTE (SIMPLE PRESENT) sent são feitas com o verbo auxiliar Do (do/does), acom-
panhado do verbo principal no infinitivo sem to.
1. Na conjugação de alguns verbos, basta acrescentar
a letra -s à 3ª pessoa do singular (He, She, It) para for- 1. Forma Negativa:
mar o Presente Simples. Os outros pronomes, I, You, We
e They formam a conjugação do Presente Simples com Para formar uma oração negativa no Simple Present,
o verbo no infinitvo sem TO e não recebem a letra -s usa-se do not para os Pronomes Pessoais I, You, We, You
ao final do verbo, como consta na tabela anteriormente e They e does not para a 3ª pessoa do singular (He, She,
apresentada. Veja alguns exemplos: It). Observe a tabela abaixo:
She sings in a choir. (Ela canta num coral.)
He loves her. (Ele a ama.)
This washing machine works well. (Esta máquina de
lavar funciona bem.)
They work in a factory. (Eles trabalham em uma fá-
brica.)
We study at Oxford University. (Estudamos na Univer-
sidade de Oxford.)
OBSERVAÇÃO: Com pronomes indefinidos como so-
mebody, nobody, everybody, nothing, everything, usa-se
o verbo na terceira pessoa:
Nobody likes you. (Ninguém gosta de você.)
Everything ends up some day. (Tudo acaba um dia.)
Nothing interests me. (Nada me interessa.) * FORMAS ABREVIADAS: do not - don’t / does not
- doesn’t. Ambas as formas são corretas e bastante co-
2. Com os verbos terminados em -ss, -sh, -ch, -x, -z e muns na Língua Inglesa. Observe alguns exemplos com
-o, acrescenta-se -es a eles para formar o Presente Sim- as formas abreviadas:
ples com a terceira pessoa do singular (He, She, It): I don’t talk to her. (Eu não falo com ela.)
- Wash: She washes her hair every day. (Ela lava o ca- You don’t need to tell me anything. (Você não precisa
belo todos os dias.) me dizer nada.)
- Kiss: The father kisses his children when they wake He doesn’t live here. (Ele não mora aqui.)
up. (O pai beija os filhos quando eles acordam.) She doesn’t like him. (Ela não gosta dele.)
- Go: He goes to the park on weekends. (Ela vai ao It doesn’t work well. (Isto não funciona bem.)
parque nos finais de semana.) We don’t read newspaper. (Nós não lemos jornal.)
- Watch:He watches all sitcoms which are broadcast You don’t have children. (Vocês não têm filhos.)
on television. (Ele assiste a todos os seriados que são They don’t go out on weekends. (Eles não saem nos
transmitidos na televisão.) finais de semana.)
- Buzz: Bee buzzes among the flowers. (A abelha pro- NEGATIVE FORM: I/YOU/WE/YOU/THEY + DO NOT +
duz um zumbido entre as flores.) VERBO NO INFINITIVO SEM TO
- Fix: It fixes the shelf to the wall. (Isso fixa a prateleira HE/SHE/IT + DOES NOT + VERBO NO INFINITIVO
na parede.) SEM TO
- Do: Susan does her homework regularly. (Susan faz
sua lição de casa regularmente.) 2. Forma Interrogativa:

3. Se os verbos terminarem em -y precedido de con- Para formar uma oração interrogativa no Simple Pre-
soante, troca-se o -y por -i e acrescenta-se -es a eles para sent, usa-se o verbo auxiliar Do ANTES DO SUJEITO para
formar o Presente Simples com a terceira pessoa do sin- os Pronomes Pessoais I, You, We, You e They e does para
LÍNGUA INGLESA

gular (He, She, It): a 3ª pessoa do singular (He, She, It). Observe os exemplos
- Try: She tries to do a good work as a Vet. (Ela tenta abaixo:
fazer um bom trabalho como veterinária.) Do I need it? (Eu preciso disto?)
- Fly: The little bird flies so high. (O pequeno pássaro Do you have a summerhouse? (Você tem casa na
voa tão alto.) praia?)
- Study: He studies engineering. (Ele estuda engenharia.) What do toads eat? (O que os sapos comem?)

42
How do you know she is married? (Como você sabe Eat your meal! (Coma sua refeição!)
que ela é casada?) Talk to me! (Fale comigo!)
Where does he work? (Onde ele trabalha?) Sit on the chair! (Sente na cadeira!)
Does it work? (Isto funciona?) Wash the dishes! (Lave a louça!)
Do we know her? (Nós a conhecemos?)
Do you have a car? (Vocês têm carro?) 5. Forma Imperativo Negativo:
Do they go out on weekends? (Eles saem nos finais Para formar uma oração imperativa negativa no Sim-
de semana?) ple Present, usa-se o verbo auxiliar do/does + not e o
INTERROGATIVE FORM: DO + I/YOU/WE/YOU/THEY verbo permanece no infinitivo sem TO. Veja os exemplos:
+ VERBO NO INFINITIVO SEM TO Don’t scream to me! (Não grite comigo!)
DOES + HE/SHE/IT + VERBO NO INFINITIVO SEM TO Don’t talk to her! (Não fale com ela!)
Don’t read this book! (Não leia este livro!)
3. Forma Interrogativo-Negativa:
- VERBOS MODAIS E O PRESENTE SIMPLES:
Para formar uma oração interrogativo-negativa no Os Verbos Modais (can, must, may, shall, will, etc)
Simple Present, usa-se do ou does antes do sujeito e co- possuem apenas uma fórmula para o Simple Present, isto
loca-se not após o sujeito. Veja: é, não se acrescenta -s à 3ª pessoa do singular (I can / he
Do I not need it? (= Don’t I need it?) can / I must / she must / I will / it will).
(Eu não preciso disto?)
Why do you not take a day off tomorrow? (= Why Presente Contínuo ou Progressivo - Present Conti-
don’t you take a day off tomorrow?) nuous or Present Progressive
(Por que você não tira um dia de folga amanhã?) O Presente Contínuo descreve uma ação que está
Does she not like rice and bean? (= Doesn’t she like ocorrendo agora, neste momento, ou que está acabando
rice and bean?) de acontecer. Observe mais detalhadamente:
(Ela não gosta de arroz e feijão?)
Does he not understand? (= Doesn’t he understand?) - USOS:
(Ele não entende?) 1. Ações que ocorrem no momento da fala. A ação
Does it not work? (Doesn’t it work?) tem início antes do momento da fala, continua no
(Isto não funciona?) momento em que se fala e, provavelmente, conti-
Why do we not go to the beach? (= Why don’t we go nuará depois do momento da fala:
to the beach?) My mother is sweeping the house. (Minha mãe está
(Por que não vamos à praia?) varrendo a casa.)
Do you not have a dog? (= Don’t you have a dog?) Hurry up! We are all waiting for you! (Depressa! Esta-
(Você não tem cachorro?) mos todos esperando por você!)
Do they not speak English? (= Don’t they speak En- George is sleeping. (George está dormindo.)
glish?) He is surfing. (Ele está surfando.)
(Eles não falam Inglês?) 2. Expressa uma ação presente, que pode ou não es-
tar ocorrendo no momento em que se fala:
OBSERVAÇÕES: I’m reading a very interesting book. (Estou lendo um
1. Com relação ao verbo to work, é importante salien- livro muito interessante.)
tar que, além de significar trabalhar, ele é bastante usado Is your father working at GM? (O seu pai está traba-
no sentido de funcionar, quando então o sujeito neutro lhando na GM?)
it é empregado. Por exemplo: I’m travelling a lot these days. (Estou viajando bastan-
My hair dryer works well. (Meu secador de cabelo te nestes dias.)
funciona bem.) I’m spending my vacation at the countryside.
2. Do e Does podem ser usados em sentenças afirma- (Estou passando minhas férias no interior.)
tivas para dar ênfase ao que se fala. Por exemplo: My sister is studying at Cambridge University.
He does believe in God. (Ele acredita em Deus, sim.) (Minha irmã está estudando na Universidade de Cam-
3. Na forma Interrogativo-Negativa, os verbos have e bridge.)
be também posicionam-se antes do sujeito, assim como
o auxiliar do / does. Por exemplo: 3. Descreve uma situação que está se alterando no
Are you not ready? (= Aren’t you ready?) momento ou na época em que se fala:
(Você não está pronto?) The price of fruits is going up again. (O preço das fru-
Is Susan not at home? (= Isn’t Susan at home?) tas está subindo de novo.)
(Susan não está em casa?) Those children are getting fatter every day. (Aquelas
Is the answer not obvious? (= Isn’t the answer ob- crianças estão cada dia mais gordas.)
vious?) The sky is getting cloudy. (O céu está ficando nubla-
LÍNGUA INGLESA

(A resposta não é óbvia?) do.)

4. Forma Imperativo Afirmativo: 4. Descreve situações que se repetem constantemen-


O Imperativo Afirmativo é formado pelo infinitivo te. Nesses casos, o advérbio always é frequente-
sem TO e o sujeito (you) está subentendido. Observe os mente usado e se posiciona entre o verbo to be e
exemplos abaixo: o verbo principal.

43
You are always asking something. (Você está sempre (Por que ela está chorando?)
perguntando algo.)
He is always complaining about his job. (Ele está sem- FORMA INTERROGATIVA: PRESENTE SIMPLES DO
pre reclamando de seu emprego.) VERBO TO BE + SUJEITO + GERÚNDIO DO VERBO PRIN-
CIPAL (-ING)
5. Refere-se a ações planejadas que ocorrerão num OBSERVAÇÃO: Devido às ideias que expressam, al-
futuro próximo: guns verbos NÃO são usados no Tempo Contínuo: like,
My godmother is having dinner with me tonight. (Mi- deslike, know, believe, understand, mean, remember, for-
nha madrinha vai jantar comigo esta noite.) get, prefer, hate, love, want, need, belong, smell, hear, see
We are leaving before 8:00 pm. (Sairemos antes das (com sentido de entender), imagine, recognise, realise,
oito da noite.) suppose, wish, agree, appear, astonish, deny, disagree,
Next weekend I’m going to visit you. (Vou te visitar no impress, promise, satisfy, seem, consist, contain, depend,
próximo final de semana.) deserve, lack, matter, measure, owe, own, possess, weigh.
What are you doing tomorrow evening? (O que você
vai fazer amanha à noite?) Passado Simples - Simple Past

- FORMAÇÃO: O Simple Past descreve uma ação que já ocorreu e


O Presente Contínuo é formado com o presente sim- que não ocorre mais. A ação teve início e fim no passado.
ples do verbo to be (como verbo auxiliar) + o gerúndio No Simple Past o verbo não é flexionado em nenhuma
(-ing) do verbo principal: pessoa, repetindo-se em todas elas.

1. Forma Afirmativa: Verbos Regulares - Regular Verbs


They are playing volleyball.
(Eles estão jogando vôlei.) Primeiramente iremos estudar o Simple Past dos ver-
I am writing an article. (Estou escrevendo um artigo.) bos regulares que, de um modo geral, é formado acres-
We are talking about our inheritance. (Estamos falan- centando -d ou -ed ao infinitivo dos verbos. Observe a
do sobre a nossa herança.) tabela abaixo:
She is washing the dishes. (Ela está lavando a lou-
ça.)
It is raining. (Está chovendo.)
I’m just thinking in another way to do it better. (Só
estou pensando em uma outra maneira de fazer melhor.)

FORMA AFIRMATIVA: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES


DO VERBO TO BE + GERÚNDIO (-ING) DO VERBO PRIN-
CIPAL

2. Forma Negativa:
A Forma Negativa do Presente Contínuo forma-se
acrescentando not após o presente simples do verbo to
be. Veja os exemplos abaixo:
I’m not asking help. (Não estou pedindo ajuda.)
He is not talking to you. (= He isn’t talking to you.) - PARTICULARIDADES DA ORTOGRAFIA DO SIMPLE
(Ele não está falando com você.) PAST:
You are not working. (= You aren’t working.)
(Você não está trabalhando.) 1. Os verbos terminados em e recebem apenas a letra
-d ao infinitivo do verbo. Veja alguns exemplos abaixo:
FORMA NEGATIVA: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES DO hope - hoped
VERBO TO BE + NOT + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL change - changed
like - liked
3. Forma Interrogativa: behave - behaved
Na Forma Interrogativa do Presente Contínuo o su- lie - lied
jeito se posiciona entre o presente simples do verbo to live - lived
be e o gerúndio do verbo principal. Observe os exemplos love - loved
abaixo: arrive - arrived
Am I being inopportune? (Estou sendo inoportuno?) invite - invited
LÍNGUA INGLESA

Is she having dinner? (Ela está jantando?) snore - snored


What is he doing? (O que ele está fazendo?)
What are they watching? (O que eles estão assistin- 2. Se o verbo tiver uma única sílaba ou terminar em
do?) sílaba tônica formada por consoante/vogal/consoante,
Where are you going (to)? (Para onde você vai?) dobra-se a última consoante e acrescenta-se -ed:
Why is she crying? stop - stopped

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permit - permitted Those students studied hard last semester. (Aqueles
occur - occurred alunos estudaram bastante no último semestre.)
rob - robbed The Second World War ended in 1945. (A Segunda
admit - admitted Guerra Mundial teve fim em 1945.)
prefer - preferred
omit - omitted 2. Um fato anterior ao momento da fala, mas que ain-
control - controlled da dura no momento do passado que está sendo men-
drop - dropped cionado. Nesses casos é comum aparecer expressões
plan - planned como when, while, whenever.
shop - shopped While the cicada sang, the ant worked.
OBSERVAÇÃO: No Inglês Britânico, se o verbo termina (Enquanto a cigarra cantava, a formiga trabalha-
com a letra “L”, dobra-se essa consoante mesmo que a va.)
última sílaba não seja tônica. Robert hated blues, but his sister loved it. (Roberto
travel - travelled detestava blues, mas a irmã dele adorava.)
rival - rivalled While the children played in the garden, their mother
cleaned the house. (Enquanto as crianças brincavam no
3. Os verbos terminados em y precedido de consoan- jardim, a mãe delas limpava a casa.)
te trocam o y por -ied:
study - studied 3. Indicar hábitos ou situações passadas. Nesses ca-
carry - carried sos também é comum aparecer expressões como when,
worry - worried while, whenever.
try - tried When I lived in London, I worked in a pub. (Quando
hurry - hurried morei em Londres, trabalhei em um bar.)
cry - cried Whenever someone walked past the gate, the dog
OBSERVAÇÃO: Quando o y for precedido de vogal, barked. (Toda vez que alguém passava no portão, o ca-
não há mudança ortográfica, bastando apenas acrescen- chorro latia.)
tar -ed ao verbo:
pray - prayed - FORMA NEGATIVA E INTERROGATIVA:
enjoy - enjoyed As formas negativas e interrogativas do Past Sim-
obey - obeyed ple são feitas com o verbo auxiliar Did (passado de Do),
play - played acompanhado do verbo principal no infinitivo sem to.
4. Os verbos terminados em consoante/vogal/con- 1. Forma Negativa:
soante cuja sílaba tônica não é a última não dobram a Para formar uma oração negativa no Simple Past, usa-
consoante, apenas recebem -ed: -se did not para todas as pessoas, pois como já vimos an-
listen - listened teriormente, no Simple Past o verbo não é flexionado em
develop - developed nenhuma pessoa, repetindo-se em todas elas. O verbo
open - opened auxiliar (did) + not posiciona-se sempre entre o sujeito e
fasten - fastened o verbo principal. Observe a tabela abaixo:
suffer - suffered
visit - visited
wonder - wondered
offer - offered

- USOS:
O Simple Past é usado para expressar:

1. Ações acabadas em um tempo definido, é frequen-


temente usado com advérbios de tempo como yester-
day, yesterday morning, last week, last month, last night,
the day before yesterday, three years ago, in 1998, in the
twentieth century, etc. O quando o fato ocorreu pode ser
expresso ou apenas subentendido.
Susan helped him last night. (Susan o ajudou ontem * FORMAS ABREVIADAS: did not - didn’t. Ambas as
à noite.) formas são corretas e bastante comuns na Língua Ingle-
My parents traveled to Roma in 2005 and they enjo- sa. Observe alguns exemplos com as formas abreviadas:
yed it a lot. (Meus pais viajaram para Roma em 2005 e Steve didn’t work as much as Paul. (Steve não traba-
LÍNGUA INGLESA

gostaram muito da viagem.) lhou tanto como Paul.)


I liked to read fairy tales when I was a child. (Eu gosta-
va de ler contos de fadas quando era criança.) He didn’t pay the bill. (Ele não pagou a conta.)
Yesterday we entered the class late, today we have to She didn’t work yesterday. (Ela não trabalhou ontem.)
enter on time. (Ontem entramos na sala de aula atrasa- He didn’t taste the pasta at lunch. (Ela não provou a
dos, hoje temos que entrar na hora.) massa na hora do almoço.)

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We didn’t say that! (Nós não falamos isso!) I used to exercise a lot, but now I’m too lazy to do
NEGATIVE FORM: SUJEITO + DID NOT + VERBO NO that. (Eu me exercitava bastante, mas hoje em dia sinto
INFINITIVO SEM TO muita preguiça de fazer exercícios.)

2. Forma Interrogativa: 2. Situações no passado que não existem mais:


Para formar uma oração interrogativa no Past Sim- I used to have a dog. (Eu tinha um cachorro.)
ple, usa-se did antes do sujeito. O verbo permanece no I used to live in Los Angels. (Eu morava em Los An-
infinitivo sem “to”, uma vez que, no Simple Past o verbo geles.)
não é flexionado em nenhuma pessoa, repetindo-se em It used to rain more often in the past. (Chovia com
todas elas. Veja: mais frequência no passado.)
OBSERVAÇÃO: O used to é sempre usado para ex-
pressar o passado. Não há uma forma para o presente
desta estrutura.

- FORMA NEGATIVA:
Para formar uma oração negativa com o used to, usa-
-se did (verbo auxiliar no passado) + not para todas as
pessoas. A forma used (passado) passa para o presente,
use. Observe a tabela abaixo:
I did not use to work
You did not use to work
He did not use to work
She did not use to work
It did not use to work
Did he call me yesterday? (Ele me ligou ontem?) We did not use to work
Why did he do that? (Por que ele fez isso?) You did not use to work
Did you drink wine last night? (Você tomou vinho on- They did not use to work
tem à noite?)
Did you clean your bedroom? (Você limpou o seu I didn’t use to go out when I was 15. (Eu não costuma-
quarto?) va ir a festas quando tinha 15 anos.)
When did he confess the crime? (Quando ele confes- I didn’t use to walk in the park years ago. (Eu não cos-
sou o crime?) tumava caminhar no parque anos atrás.)
INTERROGATIVE FORM: DID + SUJEITO + VERBO NO He didn’t use to swim in the river when he was a child.
INFINITIVO SEM TO (Ele não nadava no rio quando era criança.)
We didn’t use to talk to each other, but now we talk
Verbos Irregulares - Irregular Verbs: to. (Nós não nos falávamos, mas agora nos falamos.)
Os verbos irregulares não seguem as regras gerais de
formação do Simple Past, isto é, cada um tem uma forma - FORMA INTERROGATIVA:
própria de passado. Sendo assim, é necessário estudá-los Para formar uma oração interrogativa com o used to,
um a um. Ver lista dos verbos irregulares. usa-se did (verbo auxiliar no passado) antes do sujeito. A
- Used to forma used (passado) passa para o presente, use. Obser-
- FORMAÇÃO: used to + verbo no infinitivo ve a tabela abaixo:
- FORMA AFIRMATIVA Did I use to work?
I used to work Did You use to work?
You used to work Did He use to work?
He used to work Did She use to work?
She used to work Did It use to work?
It used to work Did We use to work?
We used to work Did You use to work?
You used to work Did They use to work?
They used to work
AFIRMATIVE FORM: SUJEITO + USED TO + VERBO NO Did you use to walk in the park? (Você costumava ca-
INFINITIVO minhar no parque?)
Did your father use to take you to school? (Seu pai
O used to é usado para indicar: levava você para a escola?)
Where did you use to work? (Onde você trabalhava?)
1. Hábitos e atividades regulares do passado que não
LÍNGUA INGLESA

Did they use to live in the countryside? (Eles moravam


ocorrem mais: no interior?)
My mother used to tell me stories when I was a child.
(Minha mãe costumava me contar histórias quando eu Be used to
era criança.) O be used to não deve ser confundido com used to.
She used to study hard. (Ela estudou muito no passado.) Observe as diferenças entre eles:

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Be used to tem sentido de acostumar-se, estar acos- My father arrived when my mother was cooking. (Meu
tumado com algo e é usado para expressar um costume, pai chegou quando minha mãe estava cozinhando.)
tanto do presente, do pasado, quanto do futuro. Esta for- In 2001 he was living in Dublin. (Em 2001 ele estava
ma deve ser sempre seguida de um verbo com termina- morando em Dublin.)
ção -ing ou seguido de objeto direto. Veja os exemplos They were screaming last night. (Eles estavam gritan-
abaixo: do ontem à noite.)
He is used to driving on the right because he has been We were going to the beach when our car broke
living in London for a long time. (Ele está acostumado a down. (Estávamos indo para praia quando nosso carro
dirigir do lado direito porque mora em Londres há muito estragou.)
tempo.) When I got up this morning the sun was shining.
I’m used to living alone. (Estou acostumado a morar (Quando acordei hoje de manhã o sol estava brilhando.)
sozinho.) What were you doing at 6:00 p.m.? (O que você esta-
He is used to waking up before 6:00 a.m. (Ele está va fazendo às 18:00?)
acostumado a acordar antes das seis horas da manhã.) It was raining this morning. (Estava chovendo hoje de
We are used to the noise of the industry. (Estamos manhã.)
acostumados com o barulho da indústria.)
I am not used to this keyboard yet. (Ainda não estou 2. Narrar as circunstâncias de uma situação passada:
acostumado com este teclado.) It was almost midnight and I was getting tired, but I
Are they already used to taking the bus? (Eles já se couldn’t go to bed because I had lots of things to study.
acostumaram a pegar o ônibus?) (Era quase meia-noite e eu estava ficando cansado,
Are the students used to the new teacher? (Os alunos mas não podia dormir porque tinha muitas coisas para
estão acostumados com a nova professora?) estudar.)
They are not used to food from India. (Eles não estão It was Sunday morning, the sun was shining in the sky.
acostumados com a comida Indiana.) (Era domingo de manhã, o sol estava brilhando no
I will be used to working here. (Vou me acostumar a céu.)
trabalhar aqui.)
3. Descrever ações em andamento simultâneo. Nes-
Passado Contínuo ou Progressivo - Past Conti- ses casos, geralmente usa-se a conjunção while:
nuous or Progressive Susan was playing while Mary was studying for her
O Passado Contínuo, basicamente, descreve uma ação test. (Susan estava brincando enquanto Mary estava es-
que estava ocorrendo em um certo período no passado. tudando para sua prova.)
We were preparing our breakfast while he was still
- FORMAÇÃO: sleeping. (Estávamos preparando nosso café da manhã
O Past Continuous é formado pelo passado simples enquanto ele ainda estava dormindo.)
do verbo to be (was/were) + o gerúndio (-ing) do verbo I was having a shower when the phone rang. (Eu esta-
principal. va tomando banho quando o telefone tocou.)
PAST CONTINUOUS: SUJEITO + PASSADO SIMPLES While my father was reading the newspaper, my bro-
DO VERBO TO BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL ther was washing the car. (Enquanto meu pai estava len-
(-ING) do o jornal, meu irmão estava lavando o carro.)
- FORMA AFIRMATIVA: 4. Falar, indicar uma ação habitual que ocorria no pas-
I was working sado. Normalmente usa-se os advérbios de frequência:
You were working constantly, often, always entre o passado simples do ver-
He was working bo to be e o verbo principal:
She was working She was constantly talking to her classmates. Her tea-
It was working cher didn’t like that. (Ela estava constantemente falando
We were working com seus colegas. Sua professora não gostava disso.)
You were working They were always asking the same questions. (Eles es-
They were working
tavam sempre fazendo as mesmas perguntas.)
- FORMAS NEGATIVA E INTEROGATIVA:
- USOS:
O Past Continuous é usado para:
1. Forma Negativa:
A Forma Negativa do Passado Contínuo é feita acres-
1. Descrever uma ação em andamento num determi-
centado-se not entre o passado simples do verbo to be
nado momento no passado:
+ o gerúndio (-ing) do verbo principal. Observe a tabela
Fred was dancing with his girlfriend. (Fred estava dan-
abaixo:
çando com sua namorada.)
LÍNGUA INGLESA

I was not working


I was talking to my boss when you called me yester-
You were not working
day afternoon.
He was not working
(Eu estava falando com meu chefe quando você me
She was not working
ligou ontem à tarde.)
It was not working
At 7:00 a.m., I was flying over San Francisco. (Às 7:00
We were not working
eu estava voando sobre São Francisco.)

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You were not working We have bought new clothes. (Compramos roupas
They were not working novas.)
* FORMAS ABREVIADAS: was not - wasn’t / were not She has written a letter to her friend who lives in Ma-
- weren’t. Ambas as formas são corretas e bastante co- drid.
muns na Língua Inglesa. Observe alguns exemplos com (Ela escreveu uma carta para a amiga que mora em
as formas abreviadas: Madrid.)
I wasn’t watching TV last night. (Eu não estava assis- He has had a terrible headache. (Ele teve uma dor de
tindo TV ontem à noite.) cabeça terrível.)
They weren’t waiting for her at the airport. (Eles não They have finished the homework. (Eles terminaram a
estavam esperando por ela no aeroporto.) lição de casa.)
Bob and Jamey weren’t sleeping when Jane got home. That rabbit has appeared on our garden.
(Bob e Jamey não estavam dormindo quando Jane che- (Aquele coelho apareceu em nosso jardim.)
gou em casa.)
She wasn’t reading a book, she was reading a maga- AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES
zine. (Ela não estava lendo um livro, estava lendo uma DO VERBO TO HAVE + PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO
revista.) PRINCIPAL
NEGATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO
VERBO TO BE + NOT + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL FORMA CONTRAÍDA: I / You / We / You / They’ ve - He
(-ING) / She / It’ s.
Veja alguns exemplos com as formas contraídas:
2. Forma Interrogativa: He’s studied law. (He has studied law.)
Na Forma Interrogativa do Passado Contínuo, o sujei- (Ele estudou Direito.)
to posiciona-se entre o passado simples do verbo to be She’s been here. (She has been here.)
e o gerúndio (-ing) do verbo principal. Observe a tabela (Ela esteve aqui.)
abaixo: We’ve worked a lot. (We have worked a lot.)
Was I working? (Nós trabalhamos muito.)
Were You working? I’ve broken a glass. (I have broken a glass.)
Was He working? (Eu quebrei um copo.)
Was She working? She’s given birth to a boy. (She has given bith to a
Was It working? boy.)
Were We working? (Ela deu a luz a um menino.)
Were You working?
Were They working? - FORMA INTERROGATIVA:
Na Forma Interrogativa do Present Perfect, o verbo
Veja outros exemplos: have/has, que funciona como verbo auxiliar, posiciona-se
Were you sleeping? (Você estava dormindo?) antes do sujeito:
Were they studying fot the test? (Eles estavam estu- Have you already talked to your boss? (Você já falou
dando para a prova?) com o seu chefe?)
What were the children doing in the bedroom? (O Have they lived in Amsterdam? (Eles moraram em
que as crianças estavam fazendo no quarto?) Amsterdã?)
Was it snowing this morning? (Estava nevando esta Has she brought the English/Portuguese dictionary?
manhã?) (Ela trouxe o dicionário de Inglês/Português?)
INTERROGATIVE FORM: PASSADO SIMPLES DO VER- Has he found his wallet? (Ele encontrou a carteira
BO TO BE + SUJEITO + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL dele?)
(-ING) Have you ever been in the United States?
(Você ja esteve nos Estados Unidos?)
Present Perfect Simple Has she solved the problem yet? (Ela já resolveu o
Os Perfect Tenses são formados com o presente sim- problema?)
ples do verbo to have (have / has), que, neste caso, fun- Have they gone out? (Eles saíram?)
ciona como verbo auxiliar, seguido do particípio passa- INTERROGATIVE FORM: PRESENTE SIMPLES DO VER-
do do verbo principal. O particípio passado dos verbos BO TO HAVE + SUJEITO + PARTICÍPIO PASSADO DO VER-
regulares tem a mesma forma que o passado, ou seja, BO PRINCIPAL
terminam em -ed e o dos verbos irregulares tem forma
própria. Sendo assim, é necessário estudá-los um a um. - FORMA NEGATIVA:
Para estudar os verbos irregulares, veja a lista dos ver- A Forma Negativa do Present Perfect forma-se acres-
bos irregulares. centando not ao verbo auxiliar have/has:
LÍNGUA INGLESA

Começaremos a estudar os Perfect Tenses a partir do They have not heard what I’ve told. (Eles não escuta-
Present Perfect Simple. Observe alguns exemplos de ora- ram o que eu falei.)
ções no Present Perfect: You have not eaten anything so far. (Você não comeu
nada até agora.)
- FORMA AFIRMATIVA: We have not done our homework. (Não fizemos nos-
He has broken his leg. (Ele quebrou a perna.) sa lição de casa.)

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NEGATIVE FORM: PRESENTE SIMPLES DO VERBO TO She has not came from lunch yet. (Ela ainda não vol-
HAVE + NOT + PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRIN- tou do almoço.)
CIPAL d) never (nunca) - é usado para indicar que algo não
FORMA CONTRAÍDA: haven’t / hasn’t aconteceu:
I haven’t gone to the beach, I’ve gone to the country- He has never forgotten you. (Ele nunca esqueceu
side. (Não fui para a praia, fui para o interior.) você.)
She hasn’t told to her parents where she’s been all They have never been here. (Eles nunca estiveram
day. aqui.)
(Ela não disse aos pais onde esteve durante todo o I have never seen this movie. (Eu nunca vi este filme.)
dia.) e) ever (já; alguma vez) - é usado para saber se aquela
We haven’t seen this movie yet. (Ainda não vimos este ação já aconteceu alguma vez. Geralmente é usado em
filme.) perguntas:
Susan hasn’t bought a car. (Susan não comprou um Have you ever travelled abroad? (Você já viajou para
carro.) o exterior?)
They haven’t believed her. (Eles não acreditaram nela.) Has she ever been in Salvador? (Ela já esteve em Sal-
vador alguma vez?)
- USOS: Have you ever flown Air France? (Você já viajou com a
O Present Perfect é usado para: empresa Air France?)
1. Referir-se a ações que ocorrerram num tempo * Ever também é usado com o superlativo para indicar
indefinido no PASSADO (Não confunda o nome com o que algo é o maior, o melhor, o mais interessante que
tempo, o tempo chama-se Present Perfect, mas expressa alguém já viu, leu, fez, trabalhou, etc.:
uma ação ocorrida no passado): He is the busiest man I have ever known. (Ele é o ho-
Someone has left the door open. (Alguém deixou a mem mais ocupado que já conheci.)
porta aberta.) f) lately (ultimamente) e recently (recentemente) - es-
She has cut herself. (Ela se cortou.) ses advérbios são posicionados no final da oração:
You have forgotten to call me. (Você esqueceu de me Have you visited your relatives in North Carolina la-
ligar.) tely?
I have found a wallet on the street. (Encontrei uma (Você tem visitado seus parentes na Carolina do Nor-
carteira na rua.) te ultimamente?)
The researcher has sent the information to the news- I haven’t gone to the movies lately. (Não tenho ido ao
paper. cinema ultimamente.)
(O pesquisador mandou as informações para o jor- Have they come here recently? (Eles vieram aqui re-
nal.) centemente?)
She has fallen down the stairs. (Ela caiu das escadas.) She has moved recently. (Ela se mudou recentemen-
They have studied French. (Eles estudaram Francês.) te.)
Saiba mais sobre os advérbios de tempo
2. O Present Perfect é usado com os seguintes advér-
bios: 3. Expressar ações que começaram no passado e se
a) just - para indicar que as ações que ocorreram num prolongam até o presente. Nestes casos, é muito comum
passado bem recente: aparecer since e for:
We have just known each other. (Acabamos de nos I have been here since 8 o’clock a.m. (Estou aqui des-
conhecer.) de as oito da manhã.)
I have just seen your sister. (Acabei de ver sua irmã.) They have lived here since 1998. (Eles moram aqui
They have just arrived from Belfast. (Eles acabaram de desde 1998.)
chegar de Belfast.) We have lived here for 12 years. (Moramos aqui há
b) already (já) - para indicar que a ação já ocorreu. É doze anos.)
usado apenas em frases afirmativas e interrogativas e é She has worked here for 5 years. (Ela trabalha aqui há
posicionado sempre antes do verbo principal: cinco anos.)
She has already arrived home. (Ela já chegou em casa.)
They have already gone to the birthday’s party. (Eles
Many things have changed since last summer. (Muitas
já foram para a festa de aniversário.)
coisas mudaram desde o verão passado.)
I have already seen this movie. (Eu já vi este filme.)
Have you already read this book? (Você já leu este
NÃO CONFUNDA
livro?)
Present Perfect x Simple Past
c) yet (já; ainda) - Usado em frases interrogativas sig-
O Simple Past refere-se apenas a ações passadas que
nifica já, e em frases negativas é usado com sentido de
acabaram em um tempo definido no passado:
ainda. Posiciona-se sempre no final da frase, nas orações
LÍNGUA INGLESA

I went to the park last weekend. (Simple Past)


negativas ele é empregado para dizer que a ação ainda
O Present Perfect pode expressar ações passadas que
não ocorreu:
acabaram em um tempo não definido no passado ou
We have not decided our topic yet. (Ainda não deci-
ações que ainda não terminaram:
dimos o nosso tópico.)
I have worked hard. (Present Perfect)
Have you talked to your teacher yet? (Você já falou
They have been here since midday. (Present Perfect)
com a sua professora?)

49
Present Perfect Continuous Susan has not been reading any book for one year!
O Present Perfect Continuous é usado, basicamente, (Susan não lê livro algum há um ano!)
para enfatizar a continuidade de uma ação que começou NEGATIVE FORM: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES DO
no passado e que se prolonga até o presente. Observe os VERBO TO HAVE + NOT + PRESENTE PERFEITO DO VER-
usos e as formas deste tempo verbal: BO TO BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
* FORMA CONTRAÍDA: I / You / We / You / They’ ve -
He / She / It’ s. - FORMA INTERROGATIVA:
A forma interrogativa do Present Perfect Continuous
- FORMA AFIRMATIVA: é feita com o Presente Simples do verbo to have (have
A forma afirmativa do Present Perfect Continuous é / has) posicionado antes do sujeito. O verbo to be per-
feita com o Presente Simples do verbo to have (have / manece no Presente Perfeito e o verbo principal no ge-
has) + Presente Perfeito do verbo to be + o gerúndio do rúndio:
verbo principal: Has he been washing his car for two hours?
She has been working as a Mathematics teacher for (Ele está lavando o carro dele há duas horas?)
10 years. Have you been working since eight o’ clock?
(Ela trabalha como professora de Matemática há 10 (Você está trabalhando desde as oito horas?)
anos.) What have you been doing since I last saw you?
I’ve been playing tennis for one hour. (O que você fez/tem feito desde a última vez que o
(Estou jogando tênis há uma hora.) vi?)
Women have been fighting for their rights during the How long have you been living here?
last decades. (Há quanto tempo você mora aqui?)
(As mulheres têm lutado pelos seus direitos durante INTERROGATIVE FORM: PRESENTE SIMPLES DO VER-
as últimas décadas.) BO TO HAVE + SUJEITO + PRESENTE PERFEITO DO VER-
You have been talking on the phone since I got home. BO TO BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
(Você está falando ao telefone desde que eu cheguei
em casa.) - USOS:
They have been studying for three hours. (Eles estão O Present Perfect Continuous é usado para:
estudando há três horas.)
Carol has been going to school by bus since her fa- 1. Falar de uma atividade que começou no passado e
ther’s car broke. que continua até o presente, enfatizando a duração ou a
(Carol vai/tem ido de ônibus para a escola desde que intensidade da ação. Nesse caso, para expressar o tem-
o carro de seu pai estragou.) po, geralmente usa-se since, for, all day, all morning, all
They have been studying hard. (Eles estão estudando week, etc.:
bastante.) She has been running for half an hour.
My parents’ ve been travelling around Europe for four (Ele está correndo há meia hora.)
months. It’s been raining a lot all week.
(Meus pais estão viajando pela Europa há quatro me- (Tem chovido bastante toda esta semana.)
ses.) We have been learning English for many years. (Estu-
He has been playing guitar for two hours. damos Inglês há muitos anos.)
(Ele está tocando violão há duas horas.) He has been sleeping for more than ten hours.
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PRESENTE SIMPLES (Ele está dormindo há mais de dez horas.)
DO VERBO TO HAVE + PRESENTE PERFEITO DO VERBO
TO BE + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL 2. Falar sobre ações passadas que acabam de ser con-
cluídas, cujos efeitos ou consequências são evidentes no
- FORMA NEGATIVA: presente:
A forma negativa do Present Perfect Continuous é I’m hot because I’ve been runnnig. (Estou com calor
feita acrescentando-se not entre o Presente Simples do porque estava correndo.)
verbo to have (have / has) e o Presente Perfeito do verbo
3. Expressar um fato genérico que está em progres-
to be. O verbo principal permanece no gerúndio:
so em período de tempo não específico. Nesses casos
* FORMA CONTRAÍDA: haven’t / hasn’t
podem ser usados os advérbios lately (ultimamente), re-
I have not been sleeping well since last week because
cently (recentemente) etc.:
my husband snores a lot.
I’ve been thinking of looking for a different job.
(Não estou dormindo bem desde a semana passada
(Estive pensando em procurar um emprego diferen-
porque meu marido ronca muito.)
te.)
They have not been using the blender for months.
My hand hurts, so I’ve not been using the computer
(Eles não usam o liquidificador há meses.)
lately.
LÍNGUA INGLESA

She hasn’t been living in San Diego since 1995. She


(Minha mão dói, então não estou usando o computa-
has been living there since 1997.
dor ultimamente.)
(Ela não está morando em San Diego desde 1995. Ela
mora lá desde 1997.)
NÃO CONFUNDA:
They haven’t been working since nine o’clock.
Present Continuous x Present Perfect Continuous x
(Eles não estão trabalhando desde as nove horas.)
Present Perfect

50
O Present Continuous expressa uma ação que está Had the train already left when you got to the station?
ocorrendo no momento, agora: (O trem já tinha partido quando você chegou à es-
She is making a cake now. (Ela está fazendo um bolo tação?)
agora.) Had you already had dinnner when I called to you?
O Present Perfect Continuous expressa uma ação que (Você já tinha jantado quando eu liguei?)
começou no passado e continua até o presente: Had she read the book before seeing the movie?
He has been cooking for one hour. (Ele está cozinhan- (Ela tinha lido o livro antes de assistir ao filme?)
do há uma hora.) INTERROGATIVE FORM: HAD + SUJEITO + PARTICÍPIO
O Present Perfect expressa ações que que acabaram PASSADO DO VERBO PRINCIPAL
em um tempo não definido no passado:
She has made a cake. (Ela fez um bolo.) - USOS:
O Past Perfect é usado:
Past Perfect 1. Para expressar um fato que ocorreu no passado
O Past Perfect é usado para descrever uma ação que antes de outro que também aconteceu no passado (pas-
ocorreu no passado, antes de outra ação também pas- sado anterior a outro passado). O Past Perfect, que ex-
sada. Observe as formas e os usos deste tempo verbal: pressa o primeiro fato está sempre em correlação com o
Simple Past, que expressa o fato posterior:
FORMAS: They couldn’t board the plane because they had left
O Past Perfect é formado com o passado simples do their passports at home.
verbo to have (had), que funciona como auxiliar do verbo (Eles não conseguiram embarcar no avião porque ti-
principal, seguido do past participle (particípio passado) nham deixado seus passaportes em casa.)
do verbo principal. Lembre-se de que o particípio pas- Had left - Passado anterior ao passado couldn’t board.
sado dos verbos regulares terminam em -ed e os verbos I got the promotion because I had sold more than 30
irregulares possuem forma própria (ver verbos irregula- life insurances.
res). Observe as formas desse tempo verbal: (Fui promovida porque tinha vendido 30 seguros de
vida.)
- FORMA AFIRMATIVA: Had sold - Passado anterior ao passado got.
The film had already started when we got to the ci-
nema. 2. Com o advérbio just para expressar uma ação que
(O filme já tinha começado quando chegamos ao ci- tinha acabado de acontecer:
nema.) When I saw him, I had just seen his sister. (Quando o
Compare: The film started when we got to the cinema vi, eu tinha acabado de ver sua irmã.)
- As duas ações ocorreram ao mesmo tempo, diferente
do que ocorre no Past Perfect, onde ambas ações ocor- 3. Com os advérbios already, when, by the time, ne-
rem no passado, porém uma antes da outra. ver, ever, before, after, para enfatizar a ideia de que a
The mall had already closed when I arrived there. (O ação estava totalmente acabada:
shopping já tinha fechado quando cheguei lá.) He had already decided not to go. (Ele já tinha deci-
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES dido não ir.)
DO VERBO TO HAVE (HAD) + PARTICÍPIO PASSADO DO
VERBO PRINCIPAL By the time the police arrived, the thief had already
- FORMA NEGATIVA: escaped.
A Forma Negativa do Past Perfect forma-se acrescen- (Quando a polícia chegou, o ladrão já tinha fugido.)
tando not ao verbo auxiliar, que é o passado simples do I didn’t go to the movie because I had seen the film
verbo to have (had). before.
* FORMA CONTRAÍDA: HAD + NOT = HADN’T (Não fui ao cinema porque tinha visto o filme antes.)
The couch got soaked because they had not closed I had made a cake when my mother arrived at home.
the window while it was raining. (Eu tinha feito um bolo quando minha mãe chegou
(O sofá ficou encharcado porque eles não tinham fe- em casa.)
chado a janela enquanto estava chovendo.) I asked her if she had ever gone to Italy.
I hadn’t heard you knocking the door because I was (Perguntei a ela se ela já tinha ido à Itália.)
sleeping.
(Não ouvi você bater na porta porque estava dormin- Past Perfect Continuous
do.) O Past Perfect Continuous é usado para enfatizar a re-
Peter hadn’t realized that the place was so dangerous. petição ou a duração de uma ação no passado anterior à
(Pedro não tinha se dado conta de que o lugar era outra ação também no passado. Observe as formas deste
tão perigoso.) tempo verbal:
LÍNGUA INGLESA

NEGATIVE FORM: SUJEITO + HAD + NOT (HADN’T) +


PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL - FORMA AFIRMATIVA:
A forma afirmativa do Past Perfect Continuous é feita
- FORMA INTERROGATIVA: com o Simple Past do verbo to have (had) + Past Per-
Na Forma Interrogativa do Past Perfect, o verbo had fect do verbo to be (been) seguido do gerúndio do verbo
posiciona-se antes do sujeito da oração: principal:

51
He was tired because he had been studying for seven * FORMA CONTRAÍDA: I/You/He/She/It/We/You/
hours. They’ ll
(Ele estava cansado porque tinha estudado por sete
horas.) - FORMA AFIRMATIVA:
She didn’t go shopping because it had been raining I will wait for you in front of the College. (Esperarei
all day. por você na frente da faculdade.)
(Ela não foi fazer compras porque tinha chovido o dia They will help us when they have a time. (Eles nos
inteiro.) ajudarão quando tiverem tempo.)
She didn’t buy anything in the mall because she had She will only be at home next month. (Ela só estará
been spending all her money some weeks ago. (Ela não em casa no mês que vem.)
comprou nada no shopping porque tinha gastado todo AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + WILL + INFINITIVO
o seu dinheiro algumas semanas atrás) DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’.
I had been saving my money to buy this house.
(Eu estava guardando dinheiro para comprar essa - FORMA NEGATIVA:
casa.) A forma negativa do Simple Future forma-se acres-
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES centando not após o auxiliar modal will. O verbo principal
DO VERBO TO HAVE (HAD) + PASSADO PERFEITO DO permanece no infinitivo sem ‘TO’. Veja alguns exemplos:
VERBO TO BE (BEEN) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL * FORMA CONTRAÍDA: WILL + NOT = WON’T
Rachel won’t come. (Raquel não virá.)
- NEGATIVE FORM: I think it will not rain in the day of your marriage.
A forma negativa do Past Perfect Continuous é feita (Acho que não choverá no dia do seu casamento.)
acrescentando-se not entre o Simple Past do verbo to He won’t go with us. (Ele não irá conosco.)
have (had) e o Past Perfect do verbo to be (been). O ver- I will not celebrate my birthday next year, I’ve spent
bo principal permanece no gerúndio: much money in my last birthday’s party. (Não comemo-
rarei meu aniversário no ano que vem, gastei muito di-
* FORMA CONTRAÍDA: HAD + NOT = HADN’T nheiro em minha última festa de aniversário.)
It hadn’t been raining during the week, so we decided NEGATIVE FORM: SUJEITO + WILL + NOT + INFINITI-
to go to the beach on weekend. VO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’.
(Não tinha chovido durante a semana, então decidi-
mos ir pra praia no final de semana.) - FORMA INTERROGATIVA
They didn’t pass the exam because they hadn’t been Na forma interrogativa do Simple Future o auxiliar
studying a lot. (Eles não passaram no teste porque não modal will posiciona-se antes do sujeito. O verbo princi-
tinham estudado muito.) pal permanece no infinitivo sem ‘TO’. Veja alguns exem-
I had not been running for more than fifteen minutes, plos:
but I felt very tired. Will he travel abroad? (Ele viajará para o exterior?)
(Eu não tinha corrido por mais de quinze minutos,
mas me senti muito cansado.) Where will you spend your vacation? (Onde você pas-
sará as férias?)
NEGATIVE FORM: SUJEITO + PASSADO SIMPLES DO INTERROGATIVE FORM: WILL + SUJEITO + VERBO
VERBO TO HAVE (HAD) + NOT + PASSADO PERFEITO DO PRINCIPAL SEM ‘TO’
VERBO TO BE (BEEN) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL OBSERVAÇÃO: Com a primeira pessoa do singular (I)
e a primeira do plural (We), é possível substituir will por
- FORMA INTERROGATIVA: shall. Esta forma é mais comum em perguntas, ofereci-
A forma interrogativa do Past Perfect Continuous é mentos, sugestões e convites. A forma shall também é
feita com o Simple Past do verbo to have (had) posicio- considerada mais formal.
nado antes do sujeito. O verbo to be permanece no Pas- Shall we order? (Vamos fazer o pedido?)
sado Perfeito e o verbo principal no gerúndio. Observe: Shall we go? (Vamos?)
Had you been swimming? (Você estava nadan- Shall we dance? (Vamos dançar?)
do?)
Had he been waiting for her for a long time?
- USOS:
(Ele tinha esperado por ela por muito tempo?)
O Simple Future é usado para:
INTERROGATIVE FORM: PASSADO SIMPLES DO VER-
BO TO HAVE (HAD) + SUJEITO + PASSADO PERFEITO DO
1. Falar de ações que ainda não ocorreram e que
VERBO TO BE (BEEN) + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
ocorrerão em um futuro não-imediato:
He’s sure his team will win the championship. (Ele tem
Futuro Simples - Simple Future
certeza de que seu time vencerá o campeonato.)
O Futuro Simples é a forma verbal comumente usa-
LÍNGUA INGLESA

Penelope is a good student; she’ll pass the exame.


da para expressar eventos que ainda não aconteceram. É
(Penélope é uma boa aluna, ela passará no teste.)
formado com o auxiliar modal (modal auxiliary) will + o
infinitivo do verbo principal sem ‘TO’ para todas as pes-
2. Expressar ações completas no futuro:
soas, ou seja, este tempo verbal não sofre nenhuma fle-
John will work in New York next year. (João trabalhará
xão para expressar o futuro. Observe as formas e os usos
em Nova Iorque no ano que vem.)
deste tempo verbal:

52
Cars will be more economical in the future. (Os carros - FORMA INTERROGATIVA:
serão mais econômicos no futuro.) Na forma interrogativa de going to, o verbo to be se
posiciona antes do sujeito. Observe alguns exemplos:
3. Expressar decisões tomadas no momento da fala: Are they going to help us? (Eles vão nos ajudar?)
The phone is ringing. I’ll answer it! What are you going to do next weekend? (O que você
vai fazer no próximo final de semana?)
4. Em Português, frequentemente usamos o presen- Is she going to have a baby? (Ela vai ter um filho?)
te do indicativo para expressar ações que, de fato, vão Is he going to stay here? (Ele vai ficar aqui?)
acontecer no futuro, seja ele imediato ou remoto, tais INTERROGATIVE FORM: VERBO TO BE + SUJEITO +
como: “amanhã eu trago”, “depois eu te falo”, “semana GOING TO + INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’.
que vem eu te entrego”, etc. Nesses casos, o uso do Sim-
ple Future é obrigatório em Inglês. Veja alguns exemplos: WILL ou GOING TO?
These boxes are heavy; I’ll help you lift it. (Estas caixas Em muitos casos podemos usar tanto will quanto
estão pesadas; eu te ajudo a levantá-las.) going to exatamente com o mesmo sentido. Porém, se
Sorry, I forgot to bring your book, but I’ll bring it to- nos referirmos a algo que irá acontecer muito em breve,
morrow. (Desculpa, esqueci de trazer o seu livro, mas eu geralmente optamos pela forma going to.
o trago amanhã.) Outra distinção entre will e going to refere-se ao pla-
nejamento prévio ou não da ação. Will é usado quando
5. O Simple Future também pode ser usado para fazer a pessoa que fala decide, no momento em que fala, fazer
um pedido a alguém dando um tom polido e bastante alguma coisa no futuro, ou seja, não houve planejamento
educado: prévio. No entanto, se a decisão já havia sido tomada,
Will you close the door, please? emprega-se going to.
Will you bring me my coat, please?
Will you please take my suitcase to my room? - USOS:
Going to é usado para:
Going to
Going to é usado para expressar um futuro próxi-
1. Expressar intenção de fazer alguma coisa:
mo, algo que, com certeza, está prestes a acontecer ou
I’m going to eat less to try to lose weight. (Vou comer
que temos a intenção de fazer. Na Língua Inglesa, assim
menos para tentar emagrecer.)
como no Português, pouco usamos o futuro do presen-
I’m going to go for a walk. (Vou dar uma caminhada.)
te (consertará, levará, irá, trará, etc), que corresponde ao
Simple Future. Na maioria das vezes damos preferência à
2. Falar de planos para o futuro:
construção vou consertar, vou levar, etc. Essa construção
se faz com o Going to em Inglês. Observe suas formas e He is going to be an engineer when he grows up. (Ele
usos: vai ser engenheiro quando crescer.)
- FORMA AFIRMATIVA: Philip is going to be engaged next month. (Felipe vai
A forma afirmativa desta estrutura verbal é formada ficar noivo no mês que vem.)
por going to seguido do infinitivo do verbo principal sem When I leave high school, I’m going to study archi-
‘TO’. O verbo to be serve como auxiliar e se posiciona tecture. (Quando eu sair do colégio, vou estudar Arqui-
após o sujeito: tetura.)
We are going to spend our vacation in Paris.
(Vamos passar nossas férias em Paris.) 3. Expressar uma ação que irá ocorrer num futuro
My mother is going to take me to the school today. próximo:
(Minha mãe vai me levar para escola hoje.) It’s very hot today, We are going to sweat a lot. (Está
I’m going to call you tonight. (Vou te ligar hoje à noi- muito quente hoje, nós vamos transpirar bastante.)
te.) What are you going to do tonight? (O que você vai
I’m going to have a shower before having dinner. fazer hoje à noite?)
(Vou tomar banho antes de jantar.) She is going to talk to you in a few minutes. (Ela vai
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + VERBO TO BE + falar com você em alguns minutos.)
GOING TO + INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’. It is going to rain by the end of the day. (Vai chover
no final do dia.)
- FORMA NEGATIVA:
Na forma negativa, coloca-se not entre o verbo to be OBSERVAÇÃO: A forma going to geralmente é segui-
e going to: da de advérbios de tempo, como: next week; next month;
I’m not going to talk to you until you apologize for next year; in a week; tomorrow; in a month; in a year;
what you have done. (Não vou falar com você até você se today; tonight; tomorrow, etc.
LÍNGUA INGLESA

desculpar pelo que fez.)


They are not going to come. (Eles não vão vir.) Future Progressive ou Future Continuous - Futuro
I’m not going to have any difficulty to do that. (Não Progressivo ou Futuro Contínuo
vou ter nenhuma dificuldade para fazer isto.) O Future Progressive, basicamente, expressa ações
NEGATIVE FORM: SUJEITO + VERBO TO BE + NOT + que estarão ocorrendo em algum momento no futuro.
GOING TO + INFINITIVO DO VERBO PRINCIPAL SEM ‘TO’. Observe as formas e usos deste tempo verbal:

53
- FORMA AFIRMATIVA: 2. Falar de fatos programados para o futuro:
Na forma afirmativa do Future Progressive utilizamos The President elect will be visiting some coutries in
o futuro simples do verbo to be (will be) + o gerúndio do Europe next month. (O Presidente eleito estará visitando
verbo principal: alguns países europeus no mês que vem.)
He will be working in Madrid next year.
(Ele estará trabalhando em Madrid no ano que 3. Perguntar sobre planos futuros:
vem.) Next semester, will you be taking the same courses?
Tomorrow, at this same time I will be leaving my job. (No próximo semestre você estará fazendo as mesmas
(Amanhã, neste mesmo horário, estarei saindo do meu matérias?)
trabalho.)
Please, don’t call me at nine, I’ll be having dinner. Future Perfect - Futuro Perfeito
(Por favor, não me ligue às nove horas, estarei jantan- Este tempo verbal se refere a ações que estarão ter-
do.) minadas (ou não) em um determinado momento do fu-
AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + FUTURO SIMPLES DO turo. Observe suas formas:
VERBO TO BE (WILL BE) + GERÚNDIO DO VERBO PRIN-
CIPAL - FORMA AFIRMATIVA:
A forma afirmativa do Future Perfect é formada com
- FORMA NEGATIVA: o Simple Future do verbo to have (will have) seguido do
A forma negativa do Future Progressive se faz acres- Past Perfect do verbo principal:
centando not entre o auxiliar modal will e o verbo to be: By the time we get the airport, the plane will have
* FORMA CONTRAÍDA: WILL + NOT = WON’T already left. (Quando chegarmos ao aeroporto o avião já
When you arrive, I will not be waiting for your at the terá partido.)
airport. (Quando você chegar eu não estarei lhe esperan- By the time you arrive, I will have already done my
do no aeroporto.) homework. (Quando você chegar já terei feito meu tema
Robert won’t be working next week; he will be on va- de casa.)
cation. (Roberto não estará trabalhando na semana que They will have gone to their house by next week. (Eles
vem, ele estará de férias.) terão ido para a casa deles na semana que vem.)
It is too early at eight pm, I won’t be sleeping this AFFIRMATIVE FORM: SUJEITO + FUTURO SIMPLES DO
time. (Oito horas da noite é muito cedo, não estarei dor- VERBO TO HAVE (WILL HAVE) + PARTICÍPIO PASSADO
mindo a esta hora.) DO VERBO PRINCIPAL
NEGATIVE FORM: SUJEITO + WILL NOT BE + GERÚN-
DIO DO VERBO PRINCIPAL - FORMA NEGATIVA:
A forma negativa do Future Perfect se faz acrescen-
- FORMA INTERROGATIVA: tando not após o auxiliar modal will.
Na forma interrogativa do Future Progressive o au- * FORMA CONTRAÍDA: WILL + NOT = WON’T
xiliar modal will se posiciona antes do sujeito. Observe: They will not have finished the job by April. (Eles não
Will you be studying tomorrow night? terão terminado o trabalho em Abril.)
(Você estará estudando amanhã à noite?) When Mom arrives, I’ll not have washed the dishes
Will they be flying to Miami the same time our mee- yet. (Quando mamãe chegar eu não terei lavado a louça
ting? (Eles estarão indo para Miami na mesma hora da ainda.)
nossa reunião?) NEGATIVE FORM: SUJEITO + WILL NOT HAVE + PAR-
Will Nicholas and Harold be playing tennis in the club TICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL
on weekend? (Nicolas e Haroldo estarão jogando tênis
no clube no final de semana?) - FORMA INTERROGATIVA:
INTERROGATIVE FORM: WILL + SUJEITO + TO BE + Na forma interrogativa do Future Perfect o auxiliar
GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL modal will se posicina antes do sujeito:
Will you have studied all the subjects by tomorrow?
- USOS: (Você terá estudado todos os conteúdos até amanhã?)
Will they have already published your article by Mon-
O Future Progressive é usado para:
day? (Eles já terão publicado seu artigo até Segunda-Fei-
ra?)
1. Expressar ações que estarão em andamento num
INTERROGATIVE FORM: WILL + SUJEITO + HAVE +
momento determinado no futuro. Para indicar este mo-
PARTICÍPIO PASSADO DO VERBO PRINCIPAL
mento determinado, expressões do tempo futuro são
Verbos Modais - Modal Verbs
usadas:
Os verbos modais (modal verbs) são um tipo especial
Tomorrow they’ll be taking pictures of the animals.
de verbos auxiliares que alteram ou completam o sentido
(Amanhã eles estarão tirando fotos dos animais.)
do verbo principal. De um modo geral, estes verbos ex-
LÍNGUA INGLESA

At this time next Tuesday we will be sleeping in our


pressam ideias como capacidade, possibilidade, obriga-
new apartment. (Neste horário, na próxima terça-feira,
ção, permissão, proibição, dedução, suposição, pedido,
nós estaremos dormindo em nosso novo apartamento.)
vontade, desejo ou, ainda, indicam o tom da conversa
When I wake up tomorrow morning, the sun will be
(formal / informal). Os verbos modais (modal verbs) po-
shining. (Quando eu acordar amanhã de manhã, o sol
dem ser chamados também de modal auxiliaries ou ape-
estará brilhando.)
nas modals. São eles:

54
can - could - may - might - must - shall - will - should Dois sujeitos singulares interligados por or, either/or
- ought to - would ou neither/nor requerem um verbo singular:
No geral, poderíamos dizer que a maioria dos modals My aunt or my mom is baking our cake.
equivale a poder e dever. Em Português, tanto um quan- Neither Maria nor João knows the way back.
to outro podem expressar situações diversas. Em Inglês, Either Valmir or Pietra takes care of the schedule.
porém, para cada situação há um modal mais adequado.
Observe alguns exemplos de ideias que os verbos Se um dos sujeitos na frase com or, either/or ou nei-
modais podem expressar: ther/nor for plural, o verbo concorda com o sujeito mais
May I use your umbrella? (Permissão) próximo a ele.
(Posso usar seu guarda-chuva?) The boss or the employees write the memo for us.
He may be in the library. (Possibilidade) Neither the books nor the magazine is here now.
(Ele pode estar na biblioteca.)
Sorry, I can not understand what you are saying. (Ca- Pessoas extras separadas por parênteses ou por ex-
pacidade) pressões como along with, as well as, besides, entre ou-
(Desculpa, não consigo entender o que você está di- tras, não são consideradas parte do sujeito.
zendo.) The expert, along with the assistants, is going to be
The students must behave as I say. (Obrigação) here for the session.
(Os alunos devem se comportar como eu digo.) Karen (and her best friend) was always around.
She must be very busy, since she has three children, a
job and a house to take care. (Suposição) Com as expressões half of, none of e all of, o verbo
(Ela deve ser muito ocupada, já que tem três filhos, combina com o objeto após a preposição “of”.
um emprego e uma casa para cuidar.) All of the team goes by bus.
Shall we go for a drink after work? (Convite) None of the schools are open.
(Vamos tomar um drinque depois do trabalho?)
Can I leave now? (Permissão - Tom informal)
Com pronomes indefinidos como everybody, someo-
(Posso sair agora?)
ne, nowhere, o verbo fica no singular.
Could I leave now? (Permissão - Tom formal)
Someone is here to see you.
(Eu poderia sair agora?)
Everybody wants to rule the world.
It is late, you should go home. (Conselho)
(É tarde, você devia ir para casa.)
Com os pronomes few, many, several, both, all e
She can arrive after dinner. (Possibilidade)
some, o verbo fica no plural.
(Ela pode chegar depois do jantar.)
Few are interested in coming to the meeting.
She must be at the beauty salon. (Dedução)
(Ela deve estar no salão de beleza.) Some want to go to the mall.
You should see a dentist. (Conselho)
(Você devia ir a um dentista.) Coletivos, em geral, são usados no singular.
The colony of ants works together.
Concordância: como fica o verbo em inglês?
Títulos de filmes, livros, séries são vistos como sin-
O simple present é um dos poucos momentos em gular.
que o verbo em inglês é conjugado. E só com he, she e “Friends” is a very popular TV show.
it. Outro momento é no passado do verbo to be (was e
were). Phrasal verbs ou verbos preposicionais
Os verbos preposicionais, também chamados de
Agora, se não tiver “he, “she” ou “it”, você sempre phrasal verbs ou two-word verbs, confundem porque a
sabe se está no singular? Quando é que conjugamos o adição da preposição normalmente altera substancial-
verbo? Vamos ver as regras: mente o sentido original do verbo. Ex:

Um sujeito no singular precisa de verbo no singular. go - ir


The list is here. go off disparar (alarme)
Our fence divides the houses. go over rever, verificar novamente
turn - virar, girar
Atenção: o que vem depois de “of” não conta como turn on ligar
sujeito. turn off desligar
A bouquet of flowers was delivered here. turn down desprezar
An army of kids is asking for candy. turn into transformar em
LÍNGUA INGLESA

The colors of the rainbow are beautiful. put - colocar, botar


put off cancelar, postergar
Dois sujeitos independentes interligados por and vi- put on vestir, botar
ram plural. put out apagar (fogo)
A dog and a cat were messing in our backyard. put away guardar
A teacher and a student are talking in there. put up with tolerar

55
Abaixo citamos alguns exemplos de Phrasal verbs Go with – combinar com
dos mais utilizados: Go up – subir
To Call – chamar
Call for – exigir, requerer. To look – olhar
Exemplo: This work calls for a lot of patience. Look after – cuidar de
Exemplo: Could you look after the children this eve-
Call in – convidar ning?
Call off – cancelar
Exemplo: I’m going to call off my medical appoint- Look at – olhar para
ment because I feel much better now. Look down on – menosprezar
Look for – procurar
Call out – gritar para Exemplo: What are you looking for?
Call up – telefonar
Exemplo: They called up the man. Look forward – aguardar ansiosamente
Look into – examinar, analisar
To come – vir Look out – tomar cuidado
Come across – encontrar por acaso Look up – consultar (livro, literatura)
Come down – descer Look up to – admirar
Exemplo: You have to look up the dollar exchange
Come in – entrar rate every day.
Come off – sair, desprender-se
Come on – entrar em cena To make - fazer
Come out – sair Make into – transformar
Come up – subir, surgir Make off – fugir, escapar
Make out – preencher (cheque)
To get – adquiri, obter Make out – entender, captar
Get along with – dar-se bem com alguém Make up – inventar, criar
Get away – escapar Exemplo: You can attend classes on Saturdays to
Get away with – safar-se make up for the classes you missed.
Get in – entrar
Get into – entrar Make up – fazer as pazes
Get off – descer, apesar de
Get on – subir, montar To put – pôr, colocar
Get on with – continuar Put aside – guardar, economizar
Get out – sair Put away – guardar, pôr no lugar
Exemplo: Get out of here! Put off – adiar
Exemplo: I think I’ll have to put off my dental appoint-
Get over – superar, livra-se de ment.
Get over with – terminar, acabar
Get up – levantar-se Put on – vestir
Exemplo: I usually get up early. Put out – pôr para fora
Exemplo: The firemen put out the fire.
To give - dar Put up – hospedar
Give away – doar Put up with – tolerar, suportar
Exemplo: She gave away her old dress.
To run – correr
Give back – devolver
Give in – ceder, entregar-se Run after – correr atrás
Give off – exalar Run away – fugir
Give onto – dar para Run down – escorrer
Give up – desistir Run into – encontrar inesperadamente
Run out of – ficar sem
To go – ir Run over – atropelar
Go after – ir atrás, perseguir Exemplo: He ran over my bicycle with his car.
Go at – atacar lançar-se sobre
Go away – ir embora To take – tomar, levar
LÍNGUA INGLESA

Go down – descer Take after – puxar, assemelhar-se


Go for – ir buscar Take away – levar embora
Go off – explodir Exemplo: Take it away from here.
Go on – continuar
Go out – sair Take down – derrubar
Go over – rever, repassar Take in – enganar

56
Take off – tirar Fonte
Exemplo: Take your coat off! http://www.sk.com.br/sk-read.html
http://www.veramenezes.com/vocabulario.htm
Take on – contratar http://www.letras.ufmg.br/site/e-livros/Gram%-
Take out – levar para fora C3%A1tica%20e%20o%20Vocabul%C3%A1rio%20
Exemplo: I’m going to drink tonight and don’t try to no%20Ensino%20de%20Ingl%C3%AAs%20-%20
take me out of it. Novas%20Perspectivas.pdf
http://www.mairovergara.com/como-aumentar-seu-
Take over – assumir chefia, direção -vocabulario-em-ingles/
http://www.yazigi.com.br/noticias/ingles/os-cogna-
tos-em-ingles-palavras-cognatas-e-falsos-cognatos
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/falsos_
EXERCÍCIO COMENTADO cognatos4.php
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo
1. (SEDF - Professor de Educação Básica - Inglês – Su- http://euestudoingles.blogspot.com.br/2009/02/
perior - CESPE– 2017) substantivo.html
http://netinforio.com.br/gestao/arquivosportal/
file/7_linguainglesa_gramatica.pdf
https://www.todamateria.com.br/countable-and-un-
countable-nouns/
https://englishlive.ef.com/pt-br/blog/concordancia-
-como-fica-o-verbo-em-ingles/
http://www.teclasap.com.br/preposicoes/
http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/prono-
mes9.php
http://www.infoescola.com/ingles/intransitive-and-
-transitive-verbs-verbos-intransitivos-e-transitivos/

Based on the text 19A1BBB, judge the following item.


The verb “confine” (l.12) is synonymous with restrict.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: Certo
O verbo “confine” (l.12) é sinônimo de restrição. Con-
fine, restrict, limit, bind, restringir

In the text CB3A1AAA,

the verb “realize” (l.7) can be replaced by accomplish


without any change in the meaning of the sentence.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: Errado
realise é perceber.Realizar seria “make it real” ou
“come true”.
LÍNGUA INGLESA

obs.: realise significa “realizar” em contextos específi-


cos. e.g.: Red dye was used to realise the script in an
unbelievable dream sequence.
Realize something means: dar-se conta de algo.
Accomplish means: alcançar/realizar.

57
Jul 13, 2016
Steven Van de Walle
HORA DE PRATICAR! After 30 years of public administration reform in Euro-
pean countries inspired by New Public Management
1. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação ideas, traditional Weberian administration still is the main
–Superior - Quadrix – 2018) organizing principle. This is the picture that emerges from
a large-scale survey among the entire population of top
civil servants in 18 European countries. The findings have
now been published in our book — Public Administration
Reforms in Europe: The View from the Top.
True, many tools and management practices associated
with the NPM such as staff performance talks or mana-
gement by objectives have become very common. Across
all countries, the almost 7000 top civil servants we sur-
veyed list achieving results and ensuring an efficient use
of resources among the most important roles they have.
They are also in agreement that, compared to five years
ago, the public sector has made major progress in terms
of efficiency and service quality — two main objectives
of the NPM.
There are ‘NPM champions’ — countries that have gone
further than others in reforming the Weberian state.
Think the UK or the Netherlands, where public employ-
ment is increasingly normalised, and delivery contracted
out. But even there, the structures of traditional public
administration remain firmly in place.
Some elements of the NPM are still mainly absent from
current management practice in European countries. In-
ternal steering by contract is not very common, and per-
formance related pay is very rare despite the popularity
in reform talk. The weak presence of flexible employment
also shows that the Weberian model still dominates. Des-
pite attempts to normalize public employment in some
countries, civil servants still enjoy a unique statute. We
also observed this during the fiscal crisis, where outright
firing permanent civil servants or cutting salaries has
been relatively rare.
For civil servants, referring issues upwards in the hie-
rarchy is still the dominant response in situations when
responsibilities or interests conflict with that of other
organisations. European top civil servants consider the
impartial implementation of laws and rules as one of
Based on the text, judge the following item. their dominant roles, and largely prefer state provision of
A little is considered a correct alternative for “a few” in services over market provision, with the exception of the
“a few channels” (lines 7 and 8). British, Danish, and Dutch.
There are clear country differences, with management
(  ) CERTO   (  ) ERRADO ‘champions’ such as the UK, Estonia, Norway and the
Netherlands, and more legalistic and traditional public
2. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação administrations such as in Austria, France, Germany,
–Superior - Quadrix – 2018) Hungary and Spain. The adoption of newer reform ideas
Texto questão anterior suggest that the Weberian state may now be in decline.
Based on the text, judge the following item. Yet some of the other findings of the survey, reported
“most of them” (lines 2 and 3) and the majority of them above, show that Weberianism’s main ideas are still dee-
are synonymous expressions. ply embedded in European countries.
(Source: https://statecrafting.net/in-europe-weber-still-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO -rulesa851866dbf02. Retrieved on January 21st, 2018)

The word “Despite” in the sentence “Despite attempts to


3. (Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas normalize public employment in some countries” indica-
Públicas e Gestão Governamental –Superior - FGV – tes
LÍNGUA INGLESA

2018)
Texto associado a) illustrative.
TEXT I b) unexpected.
c) irrelevant.
In Europe, Weber still rules d) universal.
Statecrafting e) private.

58
4. (Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas besought him to raise their brother. And Jesus wept and
Públicas e Gestão Governamental –Superior - FGV – Lazarus came forth. And how came Jesus into the world?
2018) Through God who created him and the woman who bore
Texto associado conforme anterior him. Man, where was your part? But the women are co-
Mark the statements below as true (T) or false (F) accor- ming up blessed be God and a few of the men are co-
ding to Text I. ming up with them. But man is in a tight place, the poor
slave is on him, woman is coming on him, he is surely
( ) Internal steering by contract and performance related between a hawk and a buzzard.
pay are two main ideas that come from Weber. Reference: Robinson, M. (1851, June 21). Women’s rights
( ) Weberian ideals now belong to the past and are only convention: Sojourner Truth. Anti-slavery Bugle, vol. 6 no.
used for historical interest. 41, Page 160.
( ) Employment flexibility is one of the tenets of the New
Public Management.
Question must be answered by looking at the following
sentence from Text 1:
The correct sequence is:
“One of the most unique and interesting speeches of the
convention was made by Sojourner Truth, an emancipa-
a) F – F – T.
b) T – T – F. ted slave.”
c) F – T – T. Without any other change added to the sentence, the
d) F – T – F. clause “an emancipated slave” could be preceded by:
e) T – F – F.
a) which is.
5. (Prefeitura de Maricá - RJ - Docente I - Língua Es- b) that is.
trangeira - Inglês–Superior - COSEAC – 2018) c) whose is.
TEXT 1 below, retrieved and adapted from https://chro- d) whom is.
niclingamerica. loc.gov/lccn/sn83035487/1851-06-21/ e) who is.
ed-1/seq-4/ on July 9th, 2018.
Text 1 6. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - Analista de Co-
Women’s rights convention – Sojourner Truth municação –Superior - FUNDEP (Gestão de Concur-
One of the most unique and interesting speeches of sos) – 2018)
the convention was made by Sojourner Truth, an eman- Texto associado
cipated slave. It is impossible to transfer it to paper or The correct relative pronoun to complete the blanks in
convey any adequate idea of the effect it produced upon the sentence: people with higher incomes (_____ bought
the audience. Those only can appreciate it who saw her more things and traveled more) had much higher carbon
powerful form, her whole-souled, earnest gesture, and footprints than people ______ lived more modestly is:
listened to her strong and truthful tones. She came for-
ward to the platform and addressing the President said a) which.
with great simplicity: b) when.
c) who.
“May I say a few words?” Receiving an affirmative d) whose.
answer, she proceeded: I want to say a few words about
this matter. I am a woman’s rights. I have as much muscle
7. (SEDUC-CE - Professor - Língua Inglesa –Superior -
as any man and can do as much work as any man. I have
SEDUC-CE – 2016)
plowed and reaped and husked and chopped and mo-
Text I
wed, and can any man do more than that? I have heard
much about the sexes being equal. I can carry as much
as any man, and can eat as much too, if I can get it. I am JANUARY 18, 2015 - DUBAI, UNITED ARAB EMIRATES
as strong as any man that is now. As for intellect, all I can “Let’s go, Open your eyes, Open your mind to her
say is, if a woman has a pint, and a man a quart -- why dream. Let’s go, fight for what’s right, fight for her life.”
can’t she have her little pint full? You need not be afraid Carl & the Reda Mafia, a young, dynamic, award-win-
to give us our rights for fear we will take too much; -- ning Dubai band, wrote the song “Fight for Your Queen”
for we can’t take more than our pint will hold. The poor as a direct call to men to fight for gender equality.
men seem to be all in confusion, and don’t know what As they told UN Women: “HeForShe is a movement
to do. Why children, if you have woman’s rights, give it we have looked up to since its inception. The idea of
to her and you will feel better. You will have your own ____________’s rights is something we truly believe in and
rights, and they won’t be so much trouble. I can’t read, support.” Lead singer Carl Frenais, who is from India,
LÍNGUA INGLESA

but I can hear. I have heard the bible and have learned introduced the campaign to the band. He has been very
that Eve caused man to sin. Well, if a woman upset the passionate about fighting against the horrifyingly vio-
world, do give her a chance to set it right side up again. lent crimes against women in his home country.
The Lady has spoken about Jesus, how he never spurned We got over 500 men to pledge to support the move-
woman from him, and she was right. When Lazarus died, ment. Even those who were afraid told us they support
Mary and Martha came to him with faith and love and it.

59
Adaptation from: http://www.heforshe.org/en/news- There is some merit to the naysayers’ case, in other words.
room/safety/rock-voices-for-change. Access on: April 4, But these criticisms do not mean that big-data analysis
2016. The verbs containing in the first part of the text are has no merit whatsoever. Even the Harvard researchers
in the ________________, a very common verb tense/mood who decried big data “hubris” admitted in Science that
in the language of campaings, meaning ________________. melding Google Flu Trends analysis with CDC’s data im-
proved the overall forecast—showing that big data can
a) present - fact. in fact be a useful tool. And research published in PLOS
b) imperative - order. Computational Biology on April 17th shows it is possible
c) imperative - request. to estimate the prevalence of the flu based on visits to
d) modal verb - possibility. Wikipedia articles related to the illness. Behind the big
e) present - generalization. data backlash is the classic hype cycle, in which a tech-
nology’s early proponents make overly grandiose claims,
8. (Prefeitura de Fortaleza - CE - Analista de Políticas people sling arrows when those promises fall flat, but the
Públicas e Gestão Governamental –Superior - Prefei- technology eventually transforms the world, though not
tura de Fortaleza - CE – 2018) necessarily in ways the pundits expected. It happened
Texto associado with the web, and television, radio, motion pictures and
An example of a verb used in the present progressive
the telegraph before it. Now it is simply big data’s turn to
tense is:
face the grumblers.
a) bringing (line 2).
b) existing (line 3).
(From http://www.economist.com/blogs/economist ex-
c) providing (line 5).
d) understanding (line 8). plains/201 4/04/economist-explains-10)

9. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Dis- The base form, past tense and past participle of the verb
ciplinares –Superior - FGV - 2016) “fall” in “The criticisms fall into three areas” are, respec-
TEXT II tively:

The backlash against big data a) fall-fell-fell;


b) fall-fall-fallen;
[…] c) fall-fell-fallen;
d) fall-falled-fell;
Big data refers to the idea that society can do things with e) fall-felled-falling.
a large body of data that weren’t possible when working
with smaller amounts. The term was originally applied a 10. (Prefeitura de Fortaleza - CE - Professor Substitu-
decade ago to massive datasets from astrophysics, geno- to - Língua Inglesa –Superior - Prefeitura de Fortale-
mics and internet search engines, and to machine-lear- za - CE – 2018)
ning systems (for voice-recognition and translation, for
example) that work well only when given lots of data to
chew on. Now it refers to the application of data-analysis
and statistics in new areas, from retailing to human re-
sources. The backlash began in mid-March, prompted by
an article in Science by David Lazer and others at Harvard
and Northeastern University. It showed that a big-data
poster-child—Google Flu Trends, a 2009 project which
identified flu outbreaks from search queries alone—had
overestimated the number of cases for four years run-
ning, compared with reported data from the Centres for
Disease Control (CDC). This led to a wider attack on the
idea of big data. The phrasal verb “bring out” (line 2) could be replaced
with all verbs below, EXCEPT:
The criticisms fall into three areas that are not intrinsic to
big data per se, but endemic to data analysis, and have a) produce.
some merit. First, there are biases inherent to data that b) provide.
must not be ignored. That is undeniably the case. Second, c) deliver.
some proponents of big data have claimed that theory d) rescue.
(ie, generalisable models about how the world works) is
obsolete. In fact, subject-area knowledge remains neces-
sary even when dealing with large data sets. Third, the
LÍNGUA INGLESA

risk of spurious correlations—associations that are statis-


tically robust but happen only by chance—increases with
more data. Although there are new statistical techniques
to identify and banish spurious correlations, such as run-
ning many tests against subsets of the data, this will al-
ways be a problem.

60
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 ERRADO ________________________________________________

2 CERTO _________________________________________________

3 B _________________________________________________

_________________________________________________
4 A
_________________________________________________
5 E
_________________________________________________
6 C _________________________________________________

7 C _________________________________________________

8 A _________________________________________________

_________________________________________________
9 C
_________________________________________________
10 D
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LÍNGUA INGLESA

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61
ANOTAÇÕES

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LÍNGUA INGLESA

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62
ÍNDICE

MATEMÁTICA

Lógica proposicional............................................................................................................................................................................ 01
Noções de conjuntos.......................................................................................................................................................................... 20
Relações e funções;.............................................................................................................................................................................. 23
Funções polinomiais............................................................................................................................................................................ 34
Funções exponenciais e logarítmicas............................................................................................................................................ 41
Matrizes; Determinantes; Sistemas lineares............................................................................................................................... 42
Sequências............................................................................................................................................................................................... 51
Progressões aritméticas e progressões geométricas.............................................................................................................. 52
Matemática financeira......................................................................................................................................................................... 55
Sabendo disso, uma questão importante tem que ser
LÓGICA PROPOSICIONAL respondida: como realmente podemos identificar uma
proposição? A única técnica direta que temos é verifi-
car se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a
CONCEITO FUNDAMENTAL elas. Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita
muito o trabalho de identificação de uma proposição e é
A Proposição frequentemente cobrada em concursos públicos.
A técnica consiste em sabermos o que não é pro-
No ensino fundamental, nos ensinam que os seres posição e por eliminação, achar a proposição. A seguir,
humanos são diferentes dos outros animais e a justifica- seguem exemplos do que não é proposição e a reco-
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam. mendação é que se memorizem esses tipos para facilitar
Porém, temos animais com inteligência suficiente para na hora da prova:
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés i.) Sentenças Imperativas:  Todas as declarações que
e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife- remeterem a uma ordem não são proposições.
renciam de todos os outros seres vivos? Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não
A resposta envolve não somente o ato se pensar faça isso”.
como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré- ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi-
-História e História. Os registros por escrito guardaram nidas como proposições:
os pensamentos de nossos antepassados, proporcionan- Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
do as gerações futuras, dados importantíssimos para se “Onde está minha carteira?”
ir além daquilo que já foi feito.
Porém, surgiu um desafio que norteou a disciplina de iii.) Sentenças Exclamativas:
lógica: Como interpretar esses registros? Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”,
A grande diferença do ser humano em relação aos “Não concordo com isto!”
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante
é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar iv.) Sentenças que não tem verbo: 
a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”.
e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire-
tamente ligada ao raciocínio lógico. v.) Sentenças abertas:  Este tipo de sentença possui
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape- uma grande quantidade de exemplos e os exem-
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para plos são importantes para sabermos identifica-las:
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que Ex: “x é menor que 7 ou (x < 7”) – Essa expressão
provam nosso conceito: por si só é genérica pois não temos informações de x
- Um advogado reúne todas as informações dos au- para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto, caso
tos do processo e através do Raciocínio Lógico, seja atribuído um valor a x, essa sentença se tornará uma
elabora sua tese de acusação ou defesa; proposição, pois será possível atribuir VERDADEIRO ou
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a FALSO a sentença original. Assim, a expressão “Para x=5,
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico tem-se que: 5 é menor que 7” é uma proposição é VER-
e propor um tratamento; DADEIRA. Por outro lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é me-
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios nor que 7” é uma proposição mas é FALSA.
Ex: “z é a capital da França” – As sentenças aber-
mensais consegue definir o plano de ação para es-
tas não necessariamente são números, como mostra o
timular o crescimento da companhia.
exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a sentença
virará proposição e será FALSA. Se z = Paris, a proposição
Os exemplos citados anteriormente mostram como
será VERDADEIRA.
será o estudo da disciplina, onde receberemos informa-
ções e delas extrairemos respostas ou em outras pala-
Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensa-
vras, conclusões.
mento
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po-
Definido o que é preposição, podemos aprofundar
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA
o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
ou FALSA. Essas declarações serão chamadas de PRO-
que norteiam a lógica:
POSIÇÕES.
As proposições são a base do pensamento lógico.
1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais
ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem-
MATEMÁTICA

sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa.


pre um destes casos e nunca um terceiro”.
É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma
Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou
fundem em questões de concursos públicos quando
juízos que formamos a respeito das coisas.
aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FALSO” ou

1
“NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer proposição
lógica será verdadeira ou falsa, não existe uma terceira
opção. As sentenças compostas dos exemplos acima não são
ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas
2) Principio da identidade: “Se uma proposição é por outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem
verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam- alguns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próxi-
bém será verdadeiro”. mo capítulo:
Esse principio coloca que se duas proposições que T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
apresentam a mesma informação mas são escritas U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro.
de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va-
lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho
que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”. FIQUE ATENTO!
As duas proposições dizem a mesma coisa mas de As proposições compostas irão nortear seus
maneira diferente. Portanto se uma delas é verda- estudos nos próximos capítulos, então aten-
deira, a outra deve ser. te-se a saber como dividir as proposições
compostas em duas ou mais proposições
3) Princípio da não contradição: “Uma proposição simples!
não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tem-
po”
Esse axioma é importante, pois a partir do momen-
to em uma proposição recebe um valor lógico, ele EXERCÍCIOS COMENTADOS
deve ser carregado em toda a análise para evitar
contradições. 1. (SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTA-
DUAIS – FCC – 2006) Das cinco frases abaixo, quatro
Tipos de proposições delas têm uma mesma característica lógica em comum,
Existem dois tipos de proposições: Simples e Com- enquanto uma delas não tem essa característica. 
postas
As proposições simples são aquelas que não con- I. Que belo dia! 
têm nenhuma outra proposição como parte de si mes- II. Um excelente livro de raciocínio lógico. 
ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas III. O jogo terminou empatado? 
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de IV. Existe vida em outros planetas do universo. 
uma proposição que não se consegue dividi-la em partes V. Escreva uma poesia. 
menores, de tal maneira que as partes divididas gerem
novas proposições. Exemplos: A frase que não possui essa característica comum é a
p – O rato comeu o queijo;
q – Astolfo é advogado; a) I
r – Hermenegildo gosta de pizza; b) II
s – Raimunda adora samba. c) III
d) IV
Já as proposições compostas são formadas por uma e) V
ou mais proposições que podem ser divididas, formando
proposições simples. São, geralmente, designadas por Resposta: Letra D. Podemos interpretar do exercício
letras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos: que o mesmo quer a identificação da proposição. As
P – O rato é branco e comeu o queijo; alternativas A,B,C e E são respectivamente sentenças
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol; exclamativas, sem verbo, interrogativa e imperativa, o
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva; que não as caracterizam como proposições. Já a al-
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho. ternativa D é uma sentença que pode ser classificada
como verdadeira ou falsa, caracterizando uma propo-
Veja que as proposições acima podem ser divididas sição.
em duas partes. Observe:
2. (NOVA CONCURSOS – 2018) Assinale a alternativa
que representa um não cumprimento das 3 leis de pen-
samento da lógica 

a) Se Abelardo é mais alto que Hormindo, pelo princípio


MATEMÁTICA

da identidade posso dizer que Hormindo é mais baixo


que Abelardo.
b) A proposição “Choveu está manhã na cidade” pode
ser considerada “meia verdade” se apenas uma leve
garoa atingir a cidade.

2
c) O réu no processo afirmou que não estava dirigindo -se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con-
embriagado, porém o mesmo foi encontrado sentado cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
no banco do motorista durante a abordagem policial, Observe o exemplo a seguir:
caracterizando uma contradição. p : A secretária foi ao banco esta tarde.
d) Eu sou milionário pois tenho patrimônio acima de 1
milhão de reais. Josevaldo possui menos que 1 milhão O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí-
e não pode ser considerado um milionário. tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare-
e) Não estava presente para afirmar que foi o gato que mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê-
derrubou o vaso. -se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição
usando os dois símbolos possíveis:
Resposta: Letra B. Não existe “meia verdade” dentro ~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
da lógica. As proposições receberão apenas dois valo- ¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
res lógicos: Verdadeiro ou Falso.
Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam
CONECTIVOS LÓGICOS negação. É Importante frisar que os símbolos de negação
não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser-
Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co- ve este outro exemplo:
nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro- q : Bráulio não comprou detergente
posições compostas a partir da junção de proposições
simples. As proposições compostas são linhas de raciocí- Observe que a proposição q possui a palavra “não” e
nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir-
com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a mativa:
seguir: ~ q : Bráulio comprou detergente.
“Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta ¬ q : Bráulio comprou detergente.
de jogar futebol”
Facilmente conseguimos separar essa sentença em
duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá- FIQUE ATENTO!
vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de No Raciocínio Lógico, pode-se existir a “ne-
tratarmos as duas proposições simples separadamente, gação da negação” que chamaremos de
ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos Dupla Negação e veremos isso mais adiante
conectores lógicos que iremos estudar a seguir. no capítulo 4. O que você precisa saber nes-
Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro- te momento é que negando uma negação,
posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira- voltaremos a uma frase afirmativa, ou na lin-
mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo- guagem coloquial: “O não do não é o sim”.
sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere
no valor a ser atribuído na proposição composta.
A CONJUNÇÃO – Conectivo “e”
As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos
lógicos, apresentando suas características principais e as
O próximo conectivo lógico certamente é um dos
combinações possíveis entre duas proposições simples.
mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um
dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con-
A Negação – Conectivo “Não”
junção e segue a mesma classificação da própria língua
portuguesa.
O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim-
Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá
ples de todos e remete a negação de uma proposição.
relacionar duas proposições simples, formando uma pro-
A importância deste conectivo se dá na ligação entre o
posição composta. Vamos ao exemplo:
valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a
p : Carlos gosta de jogar badminton.
negação de um valor lógico será exatamente o outro va-
q : Pablo tomou suco de maçã
lor lógico, ou seja:
Temos acima duas proposições simples e podemos
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação
formar uma proposição composta usando o conectivo
será FALSA.
“e”:
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo
VERDADEIRA.
tomou suco de maçã.
Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição
Aqui conseguimos observar a importância do “Prin-
composta será indicada com uma letra maiúscula, neste
MATEMÁTICA

cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se


caso, R. O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando
tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação
ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”.
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um
Se invertermos a ordem das proposições simples, for-
vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos.
maremos outra proposição composta:
O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda-

3
𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3
de jogar badminton. aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão
(e muito!) na memorização das combinações possíveis
No caso da conjunção, o valor lógico da proposição dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar
composta não se altera com a inversão das proposições todos os casos para familiarização:
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po- i) Uma proposição composta formada por uma dis-
dem ter alterações dependendo da ordem das proposi- junção será VERDADEIRA se uma ou mais proposi-
ções simples. ções forem VERDADEIRAS.
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
veis para uma proposição composta formada pelo co- junção será FALSA se todas as proposições simples
nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe- forem FALSAS.
las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização
das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por Comparando com a conjunção, observa-se que hou-
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia- ve uma certa “inversão” em relação as combinações das
rização: proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
i) Uma proposição composta formada por uma con- mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
junção será VERDADEIRA se todas as proposições que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
simples forem VERDADEIRAS. rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
ii) Uma proposição composta formada por uma con- proposição composta VERDADEIRA.
junção será FALSA se uma ou mais proposições No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
simples forem FALSAS. onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser
FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
Recuperando o exemplo anterior: Assim:
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
tomou suco de maçã. tomou suco de maçã.

Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas)
forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se
simples for (forem) falsa(s), R será FALSO. p e q forem FALSOS.

A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU” A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusi-


vo”
O conectivo “ou”, também conhecido como disjun- O conectivo “ou” possui um caso particular que nor-
ção, segue a mesma linha de pensamento que o conec- malmente é cobrado em concursos públicos de maior
tivo “e”, relacionando duas proposições simples, forman- complexidade, porém é importante que o leitor tenha
do uma proposição composta. Vamos manter o exemplo conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife-
da seção anterior: rencial importante em concursos públicos de maior dis-
p : Carlos gosta de jogar badminton. puta.
q : Pablo tomou suco de maçã Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois
implica que as proposições simples são eliminatórias, ou
Temos acima duas proposições simples e vamos for- seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será
mar agora uma proposição composta usando o conecti- necessariamente FALSA. Veja o exemplo:
vo “ou”: p: Diego nasceu no Brasil
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo q: Diego nasceu na Argentina
tomou suco de maçã.
Temos duas proposições referentes a nacionalidade
O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em
aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q
que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então, é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando
muita atenção na hora de identificar um ou o outro. montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- e será feito da seguinte forma:
maremos outra proposição composta: 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen-
𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos- tina
ta de jogar badminton.
A leitura da proposição lógica acrescente mais um
MATEMÁTICA

No caso da disjunção, o valor lógico da proposição “ou” no início e o restante é como se fosse um operador
composta também não se altera com a inversão das pro- “ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de
posições simples (igual a conjunção). inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclusi-
veis para uma proposição composta formada pelo co- vo” são:

4
i) Uma proposição composta formada por uma dis- Observe agora que a posição da proposição em rela-
junção exclusiva será VERDADEIRA se apenas uma ção ao conector lógico importa no resultado da proposi-
das proposições for VERDADEIRA. ção composta. Considerando os casos observados, certa-
ii) Uma proposição composta formada por uma dis- mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
junção exclusiva será FALSA se todas as proposi- onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
ções simples forem FALSAS ou se as duas proposi- isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
ções forem VERDADEIRAS. A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos
apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi- em si e não em relação a sua negação, ou seja, quan-
vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições do montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
uma contradição e assim a proposição composta deve DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
ser FALSA. Usando o exemplo: q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que
p não é VERDADEIRO. Assim, define-se 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- VERDADEIRO quando p for FALSO. Logo:
tina 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tão Pablo tomou suco de maçã.
Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS. for VERDADEIRO e q FALSO.

A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO” Pegadinhas da condicional

O conectivo “Se...então”, conhecido como condicio- Em concursos mais apurados, sobretudo de ensi-
nal não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é no superior, existem certas “pegadinhas” que testam a
o que normalmente gera mais dúvidas e o que contém atenção do candidato em relação ao seu conhecimento.
as famosas “pegadinhas” que confundem o candidato Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a con-
durante a prova. A principal característica dele é que se dicional que merecem destaque.
você inverter a ordem das proposições simples, o valor i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
lógico da proposição composta muda, o que não acon- da condicional onde considera a mesma VERDADEIRA e
tecia na conjunção e na disjunção. no caso da ocorrência de p, podemos afirmar com certe-
p : Carlos gosta de jogar badminton. za que q ocorreu:
q : Pablo tomou suco de maçã
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti-
vo “Se...então”:
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tão Pablo tomou suco de maçã. Exemplo:
Observe que agora temos uma condição para que
Pablo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer
sem nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará
sentido a conexão de duas proposições e até por isso
nós montamos esses exemplos para o leitor ficar mais
ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer que
familiarizado com essa situação!
é a pegadinha mais clássica da condicional pois induz a
O símbolo
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que
pessoa a considerar que se o consequente ocorreu (q),
a proposição da esquerda condiciona o acontecimento
pode-se afirmar que o antecedente (p) também ocorreu:
da proposição da direita. As combinações possíveis para
esse conector são:
Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem-
i) Uma proposição composta formada por uma condi-
bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA.
cional será VERDADEIRA se ambas as proposições
Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO, não
forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda
importa o valor lógico de q, a proposição com condicio-
do conector for FALSA.
nal será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é garantia
ii) Uma proposição composta formada por uma con-
que p também ocorreu:
dicional será FALSA se a proposição a esquerda
MATEMÁTICA

(antecedente) do conector for VERDADEIRA e a


proposição a direita (consequente) do conector for
FALSA.

5
iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, estamos somente se Pablo tomou suco de maçã.
negando que o consequente (q) ocorreu e se olharmos
os casos possíveis da condicional, isso só será possível se O símbolo
𝑹=𝒑↔𝒒 indica a bi condicional, ou seja, os dois
o antecedente (p) também não ocorrer: sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi
condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi-
cos das duas proposições forem iguais:
i) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo-
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo-
sições forem FALSAS.
Exemplo: ii) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será FALSA se uma proposição for
VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa.

Assim:
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um somente se Pablo tomou suco de maçã.
erro de pensamento referente aos casos possíveis da A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER-
condicional. Se você nega o antecedente (p) não é ga- DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for
rantia que o consequente (q) não irá ocorrer pois a partir VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO.
do momento que temos ~p, o valor lógico de q pode ser
qualquer um e a condicional se manterá VERDADEIRA:
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PREFEITURA DE SARZEDO, MG – TÉCNICO ADMI-


NISTRATIVO – IBGP, 2018) “Cecília comprará ou o vesti-
do azul ou o vestido preto.” 
Exemplo: Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR-
RETA.

a) 𝑝∨𝑞
b) 𝑝∧𝑞
c) 𝑝∨𝑞
d) 𝑝→𝑞
FIQUE ATENTO!
As pegadinhas da condicional nem sempre Resposta: Letra C. Provavelmente muitos devem ter
são cobradas em concursos mas se você ob- pensado que este era um caso de “ou exclusivo”, mas
servar os exercícios resolvidos deste capítu- observe que o verbo em questão é “comprar” e não
lo, verá o quanto é importante este conector “vestir”. Cecília pode muito bem comprar os dois ves-
lógico e o conhecimento de todos os casos tidos, não há nada lógico que impeça isso, porém se a
possíveis. proposição fosse “Cecília vestirá ou o vestido azul ou
o vestido preto”, aí teríamos o caso de “ou exclusivo”
A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE pois ela não poderia vestir os dois vestidos ao mesmo
SE” tempo.

O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi 2. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
condicional elimina justamente o limitante da condicio- CONCURSO – 2018) Considere as proposições compos-
nal de não ser possível inverter a ordem das proposições tas abaixo, identificadas como P e Q.
sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago-
ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a P: Se faz frio, então bebo muita água.
proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou Q: Se estudo e trabalho no mesmo dia, fico muito can-
FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo: sado.
p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã Sabendo-se que as duas proposições citadas no enuncia-
do são falsas, é verdade afirmar que
MATEMÁTICA

Temos acima duas proposições simples e vamos for- a) Fico muito cansado ou bebo muita água
mar agora uma proposição composta usando o conecti- b) Não estudo e trabalho no mesmo dia e faz frio
vo “Se e somente se”: c) Não fico muito cansado e não bebo muita água
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e d) Se faz frio, então não estudo e trabalho no mesmo dia

6
Resposta: Letra C. O enunciado nos diz que as duas TABELAS VERDADE
condicionais são falsas, ou seja, podemos afirmar que
“Faz frio” e “Estudo e trabalho no mesmo dia” são A tabela-verdade é um dispositivo prático muito
VERDADEIRAS e “Bebo muita água” e “Fico muito can- usado para a organizar os valores lógicos de proposições
sado” são FALSAS, pois é a única combinação possível compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores
para as condicionais serem FALSAS. Logo, a letra A é lógicos da estrutura composta, correspondentes a todas
FALSA pois ambas são FALSAS e a disjunção será FAL- as possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
SA, a letra B é FALSA pois ‘Não estudo e trabalho” é simples.
FALSO o que faz a conjunção ser FALSA. A letra C é Para se construir uma tabela verdade, são necessárias
VERDADEIRA pois as duas negações geram proposi- três informações iniciais: O número de proposições que
ções VERDADEIRAS que combinada em uma conjun- compõem a proposição composta, o número de linhas que
ção, formam uma proposição VERDADEIRA. E por fim a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores lógicos.
a letra D é FALSA pois “Faz frio” é VERDADEIRO e “Não A primeira informação é puramente visual, basta olhar
estudo e trabalho no mesmo dia” é FALSO e combina- a proposição composta e verificar quantas proposições
dos em uma condicional, gera uma proposição FALSA. simples a compõem, contando a quantidade de letras
distintas que existem nela, vejam os exemplos:
3. (COLÉGIO PEDRO II – ANALISTA DA TECNOLOGIA 𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a
DA INFORMAÇÃO - 2018) Considere as seguintes pro- proposição composta possui duas proposições;
posições P e Q, sendo que P é falsa e Q é verdadeira;  (𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas
proposições simples também, p e q. Não se deve
P: Se o monitor está funcionando, então a placa de vídeo considerar a repetição das proposições que no caso de p
não está com defeito.     e q, repetiram duas vezes;
Q: A placa de vídeo está com defeito se, e somente se, a 𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da
memória não apresenta defeito.  proposição r, temos três proposições simples distintas,
p,q e r.
Logo, é verdadeira a proposição: A segunda informação, que é o número de linhas
da tabela verdade, deriva do número de proposições
a) Se o monitor não está funcionando, então a memória simples que a estrutura composta possui. Usando essa
não apresenta defeito. conta simples:
b) Ou o monitor está funcionando ou a memória não
apresenta defeito. 𝐿 = 2𝑛
c) O monitor não está funcionando ou a memória apre-
senta defeito. Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n
d) O monitor está funcionando e a memória apresenta é o número de proposições simples que ela possui. Ou
defeito. seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas
Resposta: Letra A e B (Anulada). Como P é uma na tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui
condicional FALSA, temos que “O monitor está fun- 16 linhas. Além disso, para o caso de uma proposição
cionando” é VERDADEIRO e “A placa de vídeo não simples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos
está com defeito” é FALSO. No caso de Q temos duas duas linhas na tabela-verdade.
possibilidades: “A placa de vídeo está com defeito” e Esses valores são derivados da organização da tabela,
“A memória não apresenta defeito” são ambas VER- para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
DADEIRAS ou ambas FALSAS. Entretanto, como vimos Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso
em P que “A placa de vídeo está com defeito” é VER- será apresentado caso a caso nas seções seguintes.
DADEIRO, só teremos um caso, onde “A memória não
apresenta defeito” também é VERDADEIRO. A alter- TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES:
nativa A é VERDADEIRA pois temos uma condicional NEGAÇÃO
e a proposição “O monitor não está funcionando” é
FALSA, o que faz a condicional ser VERDADEIRA. A al- Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e
ternativa B é VERDADEIRA também pois “O monitor apresentar a montagem das tabelas-verdade para os
está funcionando” é VERDADEIRO e isso já basta para operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
uma disjunção ser VERDADEIRA, além disso, “A me- é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
mória não apresenta defeito” também é VERDADEIRA. tabela-verdade:
A alternativa C é FALSA pois “O monitor não está fun-
cionando” é FALSO e “A memória apresenta defeito”
p ~p
MATEMÁTICA

também é FALSA, sendo o único caso da disjunção ser


FALSA. Por fim, a alternativa D também é falsa pois “A V F
memória apresenta defeito” é FALSA e isso na conjun-
F V
ção já caracteriza uma proposição composta FALSA.

7
Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira F
contém os valores possíveis para a proposição simples,
que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V)
ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo
e o FALSO (F).
procedimento dentro de cada valor lógico atribuído
Já a segunda coluna possui o operador lógico
para a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas
negação. O operador foi aplicado em casa linha da
duas primeiras linhas de p, vamos colocar V na
tabela, gerando o resultado correspondente. Ou seja, se
primeira linha e F na segunda. Da mesma forma,
a proposição p é V, sua negação será F e vice-versa.
vamos fazer o mesmo procedimento para as duas
linhas de p que contém F:
É importante frisar que as operações da tabela-
verdade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na
primeira linha temos que a proposição p é V, esse valor p q
permanecerá assim até que todas as operações daquela V V
linha correspondente tenham terminado.
V F
TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES F V
SIMPLES F F

Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi
sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas. organizada e agora podemos passar para as proposições
Iniciando com uma estrutura de duas proposições compostas.
simples, vamos primeiramente explicar a organização
destas proposições. Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
Como já sabemos que são duas proposições simples,
que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o
terá quatro linhas: operador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores
lógicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na
p q tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica
iremos tratar, desta maneira:

p q
V V
V F
F V
FIQUE ATENTO!
F F
Observe que além das linhas corresponden-
tes da tabela-verdade, nós inserimos uma li-
No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA
nha inicial indicando qual a proposição que
apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
estamos atribuindo o valor lógico. Isso é de
VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
suma importância para se dominar esse con-
teúdo. essa informação, vamos preencher a tabela:
Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e
q é VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será
Agora temos que combinar os dois valores lógicos VERDADEIRA por definição:
possíveis entre as proposições, formando as quatro
linhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes p q
passos:
V V V
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor V F
de V para a primeira metade das linhas e F para a F V
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas
são V e as duas últimas são F: F F

A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjunção


p q é necessário que as duas proposições sejam V para ela
MATEMÁTICA

V ser V, logo, ela será FALSA:


V
F p q

8
V V V Já a última linha, possui ambas proposições simples
com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser
V F F FALSA também:
F V
F F p q
V V V
Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
V F V
p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:
F V V
p q F F F
V V V
Esta é a tabela da disjunção é também deve ser
V F F memorizada.
F V F
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
F F
O próximo conector lógico é a condicional (“Se...
Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições
então”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
que os anteriores:
ser FALSA também:

p q
p q
V V
V V V
V F
V F F
F V
F V F
F F
F F F
O princípio deste operador lógico está na relação
Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser
entre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será
memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de
FALSO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na
tabelas maiores.
segunda linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO.
Em caso de dúvidas deste operador, recomenda-se a
Tabela Verdade da Disjunção (“ou”)
releitura do capítulo 2.
Passando agora para o próximo conectivo, que é
a disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição p q
contrária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso V V V
de as duas proposições simples serem FALSAS, caso
V F F
contrário, será sempre VERDADEIRO.
Montando a tabela: F V V
F F V
p q
V V Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)

V F O último operador é o Bicondicional (“Se e somente


F V se”) e a tabela será montada da mesma forma:
F F
p q
A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao V V
menos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição
V F
suficiente para o operador lógico ser VERDADEIRO:
F V
p q
F F
V V V
MATEMÁTICA

V F V Montaremos a tabela usando sua lógica simples:


F V V Ele será VERDADEIRO se as duas proposições simples
tiverem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
F F
diferentes:

9
p q p q ~p
V V V V V V F
V F F V F F F
F V F F V F V
F F V F F F V

Com essas informações memorizadas é possível Observe que esta quarta coluna é a negação da primeira,
montar QUALQUER tabela-verdade. como deve ser, já que estamos negando a proposição
p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde faremos a
Montagem de tabelas usando mais de um disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda coluna):
operador lógico
p q ~p
Obviamente que as seções acima introduziram as
tabelas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na V V V F
montagem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar V F F F
um exemplo onde isso será aplicado. Considere a F V F V
seguinte proposição composta:
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒 F F F V

Observe que a proposição possui duas proposições Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta
simples mas possui três operações lógicas. Para montar e segunda colunas em cada linha correspondente da
a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer tabela. É aqui que muitos candidatos se confundem e
combinações dos resultados fundamentais vistos acabam usando colunas diferentes. Na primeira linha,
anteriormente. temos que a quarta coluna tem valor F e a segunda
Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as coluna tem valor V, assim a disjunção entre elas será V:
colunas de p e q:
p q ~p
p q V V V F V
V V V F F F
V F F V F V
F V F F F V
F F
Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
Agora, vamos analisar a expressão: temos dois com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
parênteses separados por uma bicondicional, portanto,
teremos que saber os valores lógicos de cada parêntese p q ~p
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos
V V V F V
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las. V F F F F
Começando com a conjunção no primeiro parêntese F V F V
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
F F F V
terceira coluna a partir da primeira e da segunda:
Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
p q faz a disjunção VERDADEIRA:
V V V
V F F p q ~p
F V F V V V F V
F F F V F F F F
F V F V V
Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
MATEMÁTICA

F F F V
isso, precisaremos da negação de p para fazer uma
disjunção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna
da negação e depois faremos a disjunção: E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEIRA
e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
VERDADEIRA:

10
p q ~p Pronto, esses são os resultados possíveis da
proposição composta, variando os valores lógicos das
V V V F V proposições simples p e q que a compõem.
V F F F F
TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIM-
F V F V V
PLES
F F F V V
Vamos agora aumentar a complexidade do problema
inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
FIQUE ATENTO! r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos
então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma:
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a
segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso
da disjunção, se fizéssemos invertido, não p q r
haveria problemas, mas nem sempre isso
acontece. A recomendação é que se mante-
nha a ordem da operação lógica.

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a


bicondicional da terceira e quinta colunas:
p q ~p
V V V F V
V F F F F
F V F V V Para organizar todas as combinações possíveis dos
F F F V V valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na
tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos
Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEIRA dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde
e a quinta também, que pela bicondicional, gera um valor o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO:
VERDADEIRO:
p q r
p q ~p V
V V V F V V V
V F F F F V
F V F V V V
F F F V V F
F
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS, F
que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO: F

p q ~p Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da


V V V F V V primeira coluna em dois novamente, colocando VERDADEIRO
na primeira parte e FALSO na segunda, desta maneira:
V F F F F V
F V F V V
p q r
F F F V V
V V
Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com V V
a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que
gera um valor FALSO na bicondicional: V F
V F
p q ~p F
V V V F V V
MATEMÁTICA

F
V F F F F V F
F V F V V F
F
F F F V V F

11
Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r
VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas no primeiro parênteses para poder combinar com a
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas negação de p. Montando a quinta coluna com , que é a
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o combinação entre a segunda e a terceira coluna, temos
bloco seguinte: que:

p q r p q r ~p 𝒒∧𝒓
V V
V V V F V
V V
V V F F F
V F
V F V F F
V F
V F F F F
F V
F V V V V
F V
F V F V F
F F
F F V V F
F F
F F F V F
A terceira coluna é mais simples, basta subdividir
cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
Interessante observar que ficamos apenas com duas
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
possíveis:
problema, pois quando se realiza operações lógicas não
teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50%
p q r FALSO. Combinando a quarta e quinta colunas, podemos
V V V formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :
V V F
p q r ~p 𝒒∧𝒓
V F V
~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓

V F F V V V F V V
F V V V V F F F V
F V F V F V F F V
F F V V F F F F V
F F F F V V V V V
F V F V F F
Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da
seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . F F V V F F
Com a tabela acima, vamos organizar quais informações F F F V F F
precisamos para montar a expressão final. Observando o
primeiro parênteses, precisaremos da negação de p, ou Antes de montarmos a bicondicional entre os
seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa
função da primeira: ao segundo parênteses da expressão. Colocando a
conjunção a partir da primeira e terceira colunas:
p q r ~p
V V V F p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V F F V V V F V V V
V F V F V V F F F V V
V F F F V F V F F V V
F V V V V F F F F V V
F V F V F V V V V V V
MATEMÁTICA

F F V V F V F V F F F
F F F V F F V V F F V
F F F V F F F

12
Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entretanto,
a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q, r e s, a
tabela fica da seguinte maneira:

p q r s

A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo.
p q r s
V
V
MATEMÁTICA

V
V
V

13
V F V V
V F V V
V F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F
F
A quarta coluna basta intercalar V e F:
F
F p q r s

A segunda coluna subdivide a primeira novamente V V V V


em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando V V V F
os valores V e F: V V F V
V V F F
p q r s
V F V V
V V
V F V F
V V
V F F V
V V
V F F F
V V
F V V V
V F
F V V F
V F
F V F V
V F
F V F F
V F
F F V V
F V
F F V F
F V
F F F V
F V
F F F F
F V
F F CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO
F F A TABELA-VERDADE
F F Após a montagem de qualquer proposição composta
F F na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de
três maneiras:
A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de
duas linhas, intercalando V e F: Tautologia

A tautologia ocorre quando todas as linhas da


p q r s
coluna correspondente a proposição composta seja
V V V VERDADEIRA. Ou seja, não importa os valores lógicos
V V V das proposições simples, a proposição composta terá
sempre o valor lógico V. Observe o exemplo:
V V F
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
V V F São duas proposições simples, o que formará quatro
V F V linhas na tabela:
MATEMÁTICA

V F V
p q
V F F
V V
V F F

14
V F p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).
F V
V V F F V F
F F
V F V V F F
Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta F V F V F F
colunas: F F V F F F
p q 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,
V V V V temos uma contradição.
V F F V
Contingência
F V F V
F F F F A contingência é o caso mais simples de todos
pois são as tabelas-verdade que não são tautologia ou
Aplicando a condicional entre a terceira e quarta contradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e
colunas: F) no resultado final.

p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞


EXERCÍCIOS COMENTADOS
V V V V V
V F F V V 1. (EMATER, MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
GESTÃO CONCURSO – 2018) Para Alencar (2002, p.14),
F V F V V “na tabela verdade figuram todos os possíveis valores
F F F F V lógicos da proposição composta, correspondentes a
todas as possíveis atribuições de valores lógicos às
O resultado da proposição composta mostra que proposições simples correspondentes.” Considerando
todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO. duas proposições identificadas como  p  e  q, deseja-se
Assim, podemos classificar essa proposição composta construir a tabela verdade da proposição composta ,
como Tautologia. conforme descrito na tabela a seguir.

FIQUE ATENTO!
O exemplo de tautologia foi com duas pro-
posições simples mas considere que a clas-
sificação é válida também para três ou mais
proposições simples.

Contradição Os valores lógicos da proposição composta , descritos


de cima para baixo na última coluna da tabela, serão,
A contradição é exatamente o contrário da tautologia, respectivamente,
onde todos os resultados lógicos da operação da
proposição composta devem ser FALSOS. Observe o a) (F);(F);(F);(F)
exemplo: b) (F);(V);(F);(F)
Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).. c) (V);(V);(V);(V)
Antes de montarmos a proposição composta, d) (V);(F);(V);(V)
precisaremos montar a negação de q, a bicondicional do
primeiro parênteses e a disjunção do segundo, assim: Resposta: Letra D. O exercício já auxiliou deixando a
tabela com todas as colunas organizado. A “pegadinha”
p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
é se você esquecer de fazer a negação final, que faria
você marcar a alternativa B e não a D.
V V F F V
V F V V F p q ~q
F V F V F V V F F V
MATEMÁTICA

F F V F F V F V V F
F V F F V
Combinando a quarta e quinta colunas para montar a
disjunção entre os dois parênteses: F F V F V

15
2. (EMATER, MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO CONCURSO – 2018) Considere que temos três proposições,
identificadas como p, q e r. Objetiva-se construir uma tabela-verdade para avaliar os valores lógicos que a proposição
composta 𝑝 𝑣 ~ 𝑟 → 𝑞 ᴧ ~ 𝑟 .A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.

I. A tabela-verdade, nesse caso, terá seis linhas.


II. A tabela-verdade, nesse caso, terá oito linhas.
III. Haverá apenas três linhas da tabela-verdade na coluna correspondente à proposição composta p v ~ r → q ᴧ ~ r, que
assumirá o valor verdadeiro.
Está correto apenas o que se afirma em 

a) II
b) III
c) I e III
d) II e III

Resposta: Letra A. Antes de montarmos a tabela-verdade, já podemos verificar que a afirmação I está errada e a
II está certa pois está relacionado com o número de linhas da tabela, que é uma função apenas da quantidade de
proposições simples, neste caso 3. Montando a tabela verdade e respeitando a ordem de resolução dos operadores
lógicos, pois não temos parênteses (negação primeiro, depois as conjunções e disjunções e por fim a condicional),
você verificará que a linhas 2,5,6 e 7 são VERDADEIRAS, tornando a afirmação III incorreta pois ela afirma que são 3
linhas que são VERDADEIRAS.

3. (CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC – 2017) De acordo com o


raciocínio lógico proposicional a proposição composta [𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] → ~𝑝 é uma: 

a) Contingência
b) Tautologia
c) Contradição
d) Equivalência

Resposta: Letra A. Construindo a tabela verdade:

p q r ~p ~q[𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] →𝒑 ∨~𝑝


(~𝒒 ↔ 𝒓) 𝒑 ∨ ~𝒒 ↔ 𝒓 → ~𝒑

V V V F F F V F
V V F F F V V F
V F V F V V V F
V F F F V F V F
F V V V F F F V
F V F V F V V V
F F V V V V V V
F F F V V F F V

PROPOSIÇÕES LÓGICAS

As proposições categóricas são formadas basicamente por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta última,
deriva-se também o “Algum Não” para completar as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos interpretar e
representar as seguintes expressões:

Todo A é B

A primeira proposição categórica é bem conhecida e facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elementos
MATEMÁTICA

que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem, conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este caso, temos
duas representações possíveis:

16
Algum A é B

As próximas duas proposições também são


categóricas, mas não casos extremos como as anteriores
em que ou temos todos os elementos de A pertencente
a B ou não temos nenhum. A expressão “Algum A é
B” estabelece que ao menos um elemento pertence
também ao conjunto B. Ela não fala quantos elementos
de A pertencem a B (podem ser todos inclusive), o que ela
descarta é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B,
e essa consideração será importante quando estudarmos
O primeiro caso talvez seja o que a maioria das a negação das proposições categóricas.
pessoas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja, o
conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entretanto, Além disso, são quatro diagramas possíveis para
quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou sejam, interpretar essa proposição:
são exatamente iguais, a proposição ainda é válida, com
todos os elementos do conjunto A pertencentes também
ao conjunto B.

FIQUE ATENTO!
Observe que quando falamos que “Todo A
é B” não é necessariamente verdade que
“Todo B é A” pois o primeiro caso da figura
acima justifica que nem todos os elemen-
tos de B podem pertencer ao conjunto A.”.

Nenhum A é B

A segunda proposição categórica é a mais simples


de se observar através do diagrama de conjuntos pois Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser
quando falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos conseguimos
nenhum elemento do conjunto A pertence ao conjunto afirmar que existe ao menos um elemento de A que
B, ou seja, são dois conjuntos distintos sem nenhuma pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é B”
intersecção: pois, como dissemos, essa proposição afirma que temos
no mínimo um elemento de A que está em B, então
logicamente todos os elementos de A pertencerem a
B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois
conjuntos, satisfazendo a proposição.
Além disso, é possível inverter os conjuntos de
posição e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos
que “Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A”

Algum A não é B

Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum
que “Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer A não é B” estabelece que há ao menos um elemento de
que “Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos A que não pertence ao conjunto B. Novamente não se
conjuntos sem prejudicar o raciocínio. estipula quantos elementos de A não são de B (e podem
ser todos eles inclusive), mas sim que não temos todos os
elementos de A pertencendo a B, algum necessariamente
não será. São três diagramas para representar essa
MATEMÁTICA

proposição categórica:

17
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

As proposições categóricas possuem relações entre si


para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com
as definições apresentadas abaixo:

No primeiro caso, como temos elementos exclusivos


de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a
proposição. No segundo caso, temos B como subconjunto
de A sem serem coincidentes, o que também deixam As proposições que são contraditórias entre si, ou
alguns elementos de A não pertencendo a B. Finalmente seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
o terceiro caso, onde A e B não possuem intersecção justamente as negações lógicas da proposição categórica
(coincidente com “Nenhum A é B”), temos que os considerada, ou seja:
elementos de A não pertencem a B, bastava apenas 1 - A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
mas nesse caso foram todos. - A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
- A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRI- - A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
CAS
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma
As quatro proposições categóricas também possuem proposição universal é transformá-la em uma proposição
nomes formalizados que são de importante conhecimen- particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso reforça
to para se interpretar enunciados de concursos que utili- o que foi dito no início do capítulo que a negação de
zarem essas definições. Vamos a elas: “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
Proposição Universal Afirmativa apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.
A proposição universal afirmativa é equivalente No caso das relações “subalternas”, quando temos o
a expressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do valor lógico definido da proposição universal, podemos
conjunto A pertence a B. expandi-lo para a sua correspondente proposição
particular, ou seja:
Proposição Universal Negativa - O valor lógico da proposição particular afirmativa
será o mesmo que o da proposição universal
A proposição universal negativa é equivalente a afirmativa.
expressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do - O valor lógico da proposição particular negativa será
conjunto A não pertence a B. o mesmo que o da proposição universal negativa.

Proposição Particular Afirmativa ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO


CATEGÓRICA ENVOLVIDA
A proposição particular afirmativa é equivalente a
expressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o Os problemas envolvendo proposições categóricas
universo do conjunto A pertence a B. podem ser simples de se revolver como visto no
exercício comentado acima, porém, existem casos mais
Proposição Particular Negativa elaborados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para
MATEMÁTICA

serem analisados. Observe esse exemplo extraído de uma


A proposição particular negativa é equivalente a banca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
expressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
todo o universo do conjunto A não pertence a B. é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
a) Algum A não é G

18
b) Algum A é G
c) Nenhum A é G
d) Algum G é A
e) Nenhum G é A.

Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R


e G e eles estão relacionados através de proposições
categóricas. Para resolver esse tipo de problema, temos
que utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-
lo. A ordem de aplicação das proposições determina seu
êxito no exercício, onde recomenda-se começar pelas - A e R possuem intersecção com elementos
proposições universais e depois partir para as particulares. exclusivos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da de A em G:
seguinte forma:

Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito


isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
considerar ambos os casos:
- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A
não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum
R é G:

Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual


alternativa atende todos simultaneamente:
a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos,
sempre há ao menos um todos os elementos de
A que não pertencem a G, ou seja, não há nenhum
caso onde todos os elementos de A estão dentro
de G. Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
- R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, esta alternativa não é a correta.
podemos ter A intersectando G ou não: c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos,
há elementos de A que estão em G, logo esta
alternativa não é a correta.
d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam
eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
são suficientes para eliminar esta alternativa.

- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G Logo, encontramos a alternativa correta. O que é
MATEMÁTICA

pois nenhum R é G; importante observar é que problemas envolvendo mais


de uma proposição categórica podem ser complicados e
requererem uma análise aprofundada de todos os casos.

19
Conjuntos: Não existe uma definição de conjunto
pois trata-se de um conceito primitivo. Um cacho de ba-
EXERCÍCIOS COMENTADOS nanas, um cardume de peixes, uma porção de livros, uma
coleção de objetos ou equipes são todos exemplos de
1. (PC-ES – PERITO CRIMINAL – FUNCAB – 2013). conjuntos.
A negação de “Todos os padeiros dessa cidade são
talentosos” é: Elemento: É todo componente de um conjunto. Em
um cacho de bananas (conjunto), um elemento é uma
a) Todos os padeiros dessa cidade não são talentosos. banana, por exemplo. Convém frisar que um conjunto
b) Somente um padeiro dessa cidade é talentoso. pode ele mesmo ser elemento de algum outro conjunto.
c) Não já padeiro talentoso nessa cidade.
Tipos de Conjuntos
d) Existe algum padeiro dessa cidade que não é talentoso.
e) Não há padeiros nessa cidade. Finito: É todo conjunto que possui um número finito
de elementos. Por exemplo, o conjunto dos números na-
Resposta: Letra D. A negação de uma proposição turais pares e menores do que 10. Esse conjunto é dado
universal afirmativa será uma proposição particular por: { 0, 2, 4, 6 e 8} e possui 5 elementos.
negativa, ou seja “Algum A não é B” que nesse caso é
“Algum padeiro dessa cidade não é talentoso”. Infinito: É todo conjunto que possui infinitos ele-
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números naturais
2. (SERPRO – ANALISTA – ESAF – 2001). Todos os pares. Esse conjunto é dado por: {2,4,6,8,10,12,…} e pos-
alunos de Matemática são, também, alunos de Inglês, sui infinitos elementos.
mas nenhum aluno de inglês é aluno de História. Todos os
alunos de Português são também alunos de informática, Unitário: É todo conjunto que possui um único ele-
e alguns alunos de informática são também alunos de mento. Por exemplo, o conjunto dos números naturais
história. Como nenhum aluno de informática é aluno de pares e menores do que 4. Esse conjunto é dado por {2}
inglês, e como nenhum aluno de Português e aluno de e possui um único elemento.
História, então:
Vazio: É todo conjunto que não possui elementos.
a) pelo menos um aluno de Português é aluno de Inglês Por exemplo, o conjunto dos números naturais ímpares
b) pelo menos um aluno de Matemática é aluno de e menores do que 1. Como não existe nenhum número
História natural ímpar menor do que 1, esse conjunto é vazio. A
c) nenhum aluno de Português é aluno de Matemática representação de um conjunto vazio pode ser feita de
d) todos os alunos de Informática são alunos de duas formas: ∅ ou { }.
Matemática
e) todos os alunos de Informática são alunos de Português Representação de Conjuntos

Resposta: Letra C. São muitos diagramas para Os conjuntos podem ser representados de três for-
se montar, porém quase todos são proposições mas diferentes:
universais de fácil entendimento. Unificando todas as
informações, monta-se o diagrama e se observa que Extensão: Nessa forma, o conjunto é nomeado por
nenhum aluno de Português é aluno de Matemática. uma letra maiúscula e os elementos são escritos entre
chaves. Por exemplo: A={1,3,5,7,9}.

Graficamente: Os conjuntos são representados por


formas geométricas onde os elementos são escritos no
seu interior.

NOÇÕES DE CONJUNTOS
Compreensão: aqui é indicada uma caracte-
rística comum a todos os elementos. Por exemplo:
B = x x é natural e par}.. (Lê-se x, tal que x é par). Ou
MATEMÁTICA

TEORIA DOS CONJUNTOS seja, o conjunto B possui elementos (representados por


x) que são números naturais pares.
Conceitos Básicos

20
Relações

Pertinência: expressa a relação entre ELEMENTO e


CONJUNTO. É representada pelos símbolos (pertence)
ou (não pertence)

Se x é um elemento de um conjunto A, escrevemos A


Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.

Se x não é um elemento de um conjunto A, escreve-


remos x A
Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.
Exs:
Continência: expressa a relação entre CONJUNTOS. {2,3}∪{4,5,6}={2,3,4,5,6}
Aqui nasce o conceito de subconjunto. {2,3,4}∪{3,4,5}={2,3,4,5}
{2,3}∪{1,2,3,4}={1,2,3,4}
Subconjunto {a,b}∪∅={a,b}
Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é
também elemento de B, dizemos que A é um subconjun- Intersecção de conjuntos
to de B ou A é a parte de B ou, ainda, A está contido em
B e indicamos por A ⊂ B. A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto for-
mado por todos os elementos que pertencem, simulta-
Simbolicamente: AB ⇔ ()( ∈ A ⇒ ∈ B) (= para todo)
neamente, a A e a B.
Representa-se por A ∩ B .
Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto de Simbolicamente:
B ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B.
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo
menos, um elemento de A que não é elemento de B.
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ()( ∈ A e ∉ B) (=existe)

Ex:
{2,4} ⊂ {2,3,4}, pois 2 ∈ {2,3,4} e 4 ∈ {2,3,4}
{2,3,4} ⊄ {2,4}, pois 3 ∉ {2,4}
{5,6} ⊂ {5,6}, pois 5 ∈ {5,6} e 6 ∈ {5,6}

Igualdade entre Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B Exemplos


e indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto {2,3,4}∩{3,5}={3}
de B e B é também subconjunto de A. {1,2,3}∩{2,3,4}={2,3}
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A {2,3}∩{1,2,3,5}={2,3}
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equi- {2,4}∩{3,5,7}=∅
vale, segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B
⊂ A. Observação: Se A ∩ B = ∅ , dizemos que A e B são
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, conjuntos disjuntos.
e somente se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Por-
tanto A ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B
ou B não é subconjunto de A.
Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A

Operações

União de conjuntos
Diferença
MATEMÁTICA

A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto


formado por todos os elementos que pertencem a A ou a A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto
B. Representa-se por A ∪ B formado por todos os elementos que pertencem a A e
Simbolicamente: não pertencem a B.
Representa-se por A - B.

21
Simbolicamente: n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
Note que ao subtrairmos os elementos comuns evi-
tamos que eles sejam contados duas vezes.

FIQUE ATENTO!
Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se
mesmo um deles estiver contido no outro,
ainda assim a relação dada será verdadeira.

#FicaDica
Se B⊂A, o conjunto A – B é também chamado de con-
junto complementar de B em relação a A, representado Podemos ampliar a relação do número de
por CA B. elementos para três ou mais conjuntos com
Simbolicamente: CA B={x|x∈A e x∉B} a mesma eficiência.

Exs:
Veja o exemplo abaixo:
A = {0,1,2,3} e B = {0,2}
A – B = {1,3}, C_A B={1,3} e C_B A = B – A =∅

A = {1,2,3} e B = {2,3,4}
A – B = {1}

A = {0,2,4} e B = {1 ,3 ,5}
A – B = {0,2,4}

NÚMERO DE ELEMENTOS DE UM CONJUNTO

Sendo X um conjunto com um número finito de ele-


mentos, representa-se por o número de elementos de .
Sendo, ainda, e dois conjuntos quaisquer, com número
finito de elementos temos: n(A∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B∩C)+n(A∩B∩C)
n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)

Se A∩B=∅→ n(A∪B)=n(A)+n(B) EXERCÍCIOS COMENTADOS


n(A -B)=n(A)-n(A∩B)
1. (UFMG) Uma escola realizou uma pesquisa sobre os
hábitos alimentares de seus alunos. Alguns resultados
B A n(A-B)=n(A)-n(B)
dessa pesquisa foram:
NÚMERO DE ELEMENTOS DA UNIÃO E DA INTER-
• 82% do total de entrevistados gostam de choco-
SECÇÃO DE CONJUNTOS
late;
• 78% do total de entrevistados gostam de pizza; e
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura
• 75% do total de entrevistados gostam de batata
abaixo, podemos estabelecer uma relação entre os res-
frita.
pectivos números de elementos.
Então, é CORRETO afirmar que, no total de alunos en-
trevistados, a porcentagem dos que gostam, ao mesmo
tempo, de chocolate, de pizza e de batata frita é, pelo
menos, de:
MATEMÁTICA

a) 25%.
b) 30%.
c) 35%.
d) 40%.

22
Resposta: Letra C. Inicialmente devemos nomear as Se designarmos por A o conjunto dos torcedores do Pay-
incógnitas da equação da questão: sandu, por B o conjunto dos torcedores do Remo e por
x = pessoas que gostam de pizza. C o conjunto dos torcedores do Vasco, todos da referida
y = pessoas que gostam de chocolate. turma, teremos, evidentemente, A ∩ B = Ø. Concluímos
z = pessoas que gostam de batata frita. que o número n de alunos dessa turma é
w = pessoas que gostam de chocolate e batata frita. a) 49.
s = pessoas que gostam de batata frita e pizza. b) 50.
v = pessoas que gostam de chocolate e pizza. c) 47.
d = pessoas que gostam ao mesmo tempo de choco- d) 45.
late, pizza e batata frita. d) 46.
Agora que já sabemos quais são as incógnitas, vamos
escrever as equações: Resposta: Letra B. Para resolver essa questão, deve-
Gostam de chocolate: Selecionaremos todas as variá- mos desenhar os diagramas de todos os conjuntos
veis que possuem chocolate: descritos no enunciado, destacando a sua intersecção.
y + w + v + d = 82%
Gostam de pizza: Selecionaremos todas as variáveis
que possuem pizza:
x + s + v + d = 78%
Gostam de batata frita: Selecionaremos todas as variá-
veis que possuem batata frita:
z + d + s + w = 75%
Agora vamos realizar a soma das equações das pes-
soas que gostam de chocolate com as pessoas que
gostam de pizza:
y + w + v + d + x + s + v + d = 82% + 78%
y + w + v + d + x + s + ( v + d ) = 160% → Veja que y
+ w + v + d + x + s = 100% de pessoas. Efetuando a adição, temos que: 17 + 18 + 5 + 6 + 4
100% + v + d = 160% = 50
v + d = 160% - 100% O número n de alunos dessa turma é 50.
v + d = 60%
Some as equações gerais com a equação referente às
pessoas que gostam de batata frita (v + d = 60%): RELAÇÕES E FUNÇÕES;
z + d + s + w + v + d = 75% + 60%
z + d + s + w + v + (d) = 135% → Observe que z + d
+ s + w + v = 100%. FUNÇÃO DO 1˚ GRAU
100% + d = 135.
Obtemos, então, o sistema: Conceitos Fundamentais sobre Funções
v + d = 60% → Primeira equação
100% + d = 135% → Segunda equação Uma função é uma relação entre dois conjuntos A e
Resolvendo a segunda equação, obtemos: B de modo que cada elemento do conjunto A está as-
100% + d = 135% sociado a um único elemento de B. Sua representação
d = 35% → Pessoas que gostam ao mesmo tempo de matemática é bem simples:
chocolate, batata frita e pizza.
Substituindo o valor de d na primeira equação, temos: y=f(x):A→B
v + d = 60%
v + 35% = 60% Onde y são os elementos do conjunto B e x são os
v = 25% → Pessoas que gostam de chocolate e pizza. elementos do conjunto A. f(x) é a chamada “função de
x”, que basicamente é uma expressão matemática que
2. (UFPA) Um professor de Matemática, ao lecionar Teo- quantifica o valor de y, dado um valor de x. Outra manei-
ria dos Conjuntos em uma certa turma, realizou uma pes- ra de representarmos uma função é através de um mo-
quisa sobre as preferências clubísticas de seus n alunos, delo esquemático:
tendo chegado ao seguinte resultado:

• 23 alunos torcem pelo Paysandu Sport Club;


• 23 alunos torcem pelo Clube do Remo;
MATEMÁTICA

• 15 alunos torcem pelo Clube de Regatas Vasco da


Gama;
• 6 alunos torcem pelo Paysandu e pelo Vasco;
• 5 alunos torcem pelo Vasco e pelo Remo. 

23
x1<x2→f(x1 )<f(x2 )
Neste modelo esquemático, temos o conjunto A
Função decrescente: Função f(x), num determinado
sendo representado a esquerda e o conjunto B sendo
intervalo, é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 perten-
representado a direita, mostrando a relação de função
cente a este intervalo, com x1<x2, tivermos f(x1 )>f(x2 ).
entre eles. A partir destas definições, podemos definir 3
conceitos fundamentais das funções: Domínio, Contra-
domínio e Imagem.

Domínio

O domínio da função, ou domínio de f(x), é o conjun-


to de todos os valores que podem ser atribuídos a x, ou
seja, todos os elementos do conjunto A.

Contradomínio

O contradomínio da função, ou contradomínio de f(x), x1<x2→f(x1 )>f(x2 )


são todos os valores possíveis que podem ser atribuídos
a y, ou seja, trata-se do conjunto B. Função constante: A função f(x), num determinado
intervalo, é constante se, para quaisquer x1<x2 , tivermos
Imagem f(x1) = f(x2).

A imagem de uma função, ou imagem de f(x), é um


subconjunto do contradomínio que contém apenas os
valores de y que tiveram algum elemento de x associado.

Usando o diagrama esquemático representado ante-


riormente, podemos descrever as 3 definições nele:
Domínio: Todos os valores de A: f(x):Dom={2,4,7,10}
Contradomínio: Todos os valores de B: f(x):Contra-
Dom= {0,4,8,10,12,16}
Imagem: Todos os valores de B que tiveram associa-
ção com A: f(x):Imagem={0,4,10,16}

Observe que o elemento “8” do conjunto B não per-


tence a imagem, pois não há nenhum valor do conjunto Representação Gráfica
A associado a ele.
A função f(x) pode ser representada no plano carte-
siano, através de um par ordenado (x,y). O lugar geomé-
FIQUE ATENTO! trico dos pares ordenados para os quais x∈Dom e y∈Ima-
Nem sempre a imagem e o contradomínio gem formam, no plano cartesiano, o gráfico da função.
terão o mesmo tamanho! Um exemplo de plano cartesiano é apresentado abaixo:

Função crescente: A função f(x), num determinado


MATEMÁTICA

intervalo, é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencen-


tes a este intervalo, com com x1<x2, tivermos f(x1 )<f(x2 ).

24
Gráfico da Função do 1º Grau

A forma desta função, como o próprio nome diz, será


linear ou uma reta, e terá três tipos:

a) Crescente: a> 0
Quando o coeficiente angular da função for positi-
vo, os valores de y aumentarão quando o valor de
x também aumentar. A representação gráfica dos
três posicionamentos desta reta, em função do va-
lor de b, está abaixo:

#FicaDica
A apresentação de uma função por meio de
seu gráfico é muito importante, não só na
Matemática como nos diversos ramos dos
estudos científicos.

Função do 1º Grau

As funções de 1° grau, conhecidas também como


funções lineares, são expressões matemáticas onde a va-
riável independente x possui grau igual a 1 e não está no
denominador, em outras palavras, a forma geral de uma
função de primeiro grau é a seguinte:

f(x)=ax+b a≠0

Onde “a” e “b” são números reais e são denomina-


dos respectivamente de coeficientes angular e linear. Nas
funções de primeiro grau, tanto o domínio, contradomí-
nio e imagem são todos os números reais, uma vez que
não há nenhum tipo de restrição de valor nas mesmas.

Zeros da Função do 1º grau:

Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax +


b o valor de x que anula a função, isto é, o valor de x para b) Decrescente:
que y seja igual à zero. A representação gráfica dos três posicionamentos
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta desta reta, em função do valor de b, está abaixo:
resolver a equação ax + b = 0

Ex:
Determinar o zero da função: y = 2x – 4.
MATEMÁTICA

O zero da função y = 2x – 4 é 2.

25
Estudo do sinal da função do 1º grau

Estudar o sinal da função do 1º grau


é determinar os valores reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Ex:
Estudar o sinal da função .

a) Qual o valor de x que anula a função?

c) Constante: A função se anula para .


Algumas referências não tratam a função constante
como uma função linear e na teoria, realmente ela b) Quais valores de x tornam positiva a função?
não é. Entretanto, como sua forma também é uma
reta e trata-se de um caso específico do valor de a,
colocamos nesta seção para ficar de maneira mais
didática ao leitor. A representação gráfica dos três
posicionamentos desta reta, em função do valor de
b, está abaixo:

A função é positiva para todo x real maior que 2.

c) Quais valores de x tornam negativa a função?

A função é negativa para todo x real menor que 2.

Podemos também estudar o sinal da função por meio


de seu gráfico:
MATEMÁTICA

26
Exs:

ZEROS DA FUNÇÃO DO 2º GRAU

As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx


+ c são os valores de x reais tais que f(x) = 0 e, portanto,
as soluções da equação do 2º grau.
- 2
ax + bx + c = 0

A resolução de uma equação do 2º grau é feita utili-


zando a fórmula de Bháskara como já visto.
- Para x = 2 temos y = 0;
- Para x > 2 temos y > 0;
FIQUE ATENTO!
- Para x < 2 temos y < 0.
As raízes (quando são reais), o vértice e a in-
tersecção com o eixo y são fundamentais para
traçarmos um esboço do gráfico de uma fun-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ção do 2º grau.

1. Determine o domínio das funções reais apresentadas


abaixo: CONCAVIDADE DA PARÁBOLA

No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter


a) sua concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada
para baixo (a < 0).
b)

c)

Resposta:

a) Domínio =

b) Domínio = a>0 a<0

COORDENADAS DO VÉRTICE DA PARÁBOLA


c) Domínio =
A parábola que representa graficamente a função do
2º grau apresenta como eixo de simetria uma reta vertical
2. Determine o domínio e a imagem da função
que intercepta o gráfico num ponto chamado de vértice.
f(x)=√(x+2)
As coordenadas do vértice (xV,yV ) são:
Resposta: Domínio = {xϵR/x≥-2}
Imagem = {yϵR/y≥0} xV = −
b
e yV = −
Δ
2a 4a
FUNÇÃO DO 2˚ GRAU

Chama-se função do 2º grau ou função quadrática


toda função de em definida por um polinômio
do 2º grau da forma com a , b e
MATEMÁTICA

c reais e . O gráfico de uma função do 2º grau é


uma parábola.

27
O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – DIFERENTES CASOS
associado ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do
vértice (yV). Para sabermos a posição e orientação desta parábola,
precisaremos além de analisar o sinal do discriminante,
teremos que analisar também o sinal do coeficiente “a”.
Vejam os casos:

a) a>0 e Δ>0: Neste caso, teremos a “boca” da pa-


rábola apontada para cima, e como temos duas
raízes distintas, a mesma cruza duas vezes no eixo
x. Além disso, o vértice da parábola caracteriza-se
pelo ponto de mínimo da mesma. Seguem as re-
presentações para duas raízes positivas, uma posi-
Exemplo: tiva e outra negativa, e as duas negativas, respec-
Vamos determinar as coordenadas do vértice da pa- tivamente:
rábola da seguinte função quadrática: y = x2 – 8x + 15.

Cálculo da abscissa do vértice:

b −8 8
xV = − 2a = − 2�1 = 2 = 4

Cálculo da ordenada do vértice:


Substituindo x por 4 na função dada: yV=42-
8∙4=15=16-32=15=-1

Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por


V (4,–1).

Como observado, a ordenada do vértice (yV) pode ser


calculada de duas formas distintas: substituindo o valor
de xv na função ou usando a fórmula dada anteriormente
.
Δ
yV = −
4a

Costuma-se utilizar a primeira forma (apresentada no


exemplo) por exigir menos cálculos e com isso ganha-se
tempo na prova. Mas fica a cargo do aluno qual forma
utilizar. Para fins ilustrativos, vamos encontrar o utilizan-
do a fórmula:

Δ = b 2 − 4 � a � c = −8 2
− 4 � 1 � 15 = 64 − 60 = 4

Δ 4 4
yV = − =− = − = −1
4a 4�1 4 que é idêntico
(como não poderia deixar de ser) ao valor encontrado
anteriormente.

DOMÍNIO E IMAGEM DA FUNÇÃO DO 2º GRAU


b) a<0 e Δ>0: Neste caso, temos a “boca” da pará-
O domínio de uma função do 2º grau é o conjunto bola apontada para baixo, e como temos duas raí-
dos números reais, ou seja Dom = ℝ zes distintas, a mesma cruza duas vezes no eixo
Como visto acima, a imagem de uma função do 2º x. Além disso, o vértice da parábola caracteriza o
grau está diretamente relacionada à ordenada do vértice ponto de máximo da mesma. Seguem as represen-
tações para as duas raízes positivas, uma positiva
MATEMÁTICA

(yV).
e outra negativa, e as duas negativas, respectiva-
Para a > 0 → Im = y ∈ ℝ y ≥ yV } mente:
Para a < 0 → Im = y ∈ ℝ y ≤ yV }

28
d) a<0 e Δ=0: Neste caso, a “boca” da parábola segue
apontada para baixo, mas a mesma toca o eixo x
apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. Além
disso, o vértice desta parábola é exatamente o
ponto de tangência, a figura a seguir apresenta
os casos para a raiz positiva e negativa respecti-
vamente:

e) a>0 e Δ=0: Neste caso, não há raízes (a parábola


c) a>0 e Δ=0: Neste caso, a “boca” da parábola se- não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da pará-
gue apontada para cima, mas a mesma toca o eixo bola segue para cima e as figuras a seguir apre-
x apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. sentam os gráficos para vértices com coordenada
Além disso, o vértice desta parábola é exatamente x positiva e negativa respectivamente:
o ponto de tangência, a figura a seguir apresenta
os casos para a raiz positiva e negativa respectiva-
mente:

MATEMÁTICA

29
f) a<0 e Δ=0: Neste caso, não há raízes (a parábola Portanto:
não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da pará-
bola segue para baixo e as figuras a seguir apre- 1 1
sentam os gráficos para vértices com coordenada V= ,− .
2 4
x positiva e negativa respectivamente:
2. (UFSCAR–SP) Uma bola, ao ser chutada num tiro de
meta por um goleiro, numa partida de futebol, teve sua
trajetória descrita pela equação h(t) = – 2t² + 8t (t ≥0) ,
onde  t  é o tempo medido em segundo e  h(t)  é a altura
em metros da bola no instante t. Determine, após o chute:

a) o instante em que a bola retornará ao solo.


b) a altura atingida pela bola.

Resposta:
a) Houve dois momentos em que a bola tocou o chão:
o primeiro foi antes de ela ser chutada e o segundo foi
quando ela terminou sua trajetória e retornou para o
chão. Em ambos os momentos a altura h(t) era igual a
zero, sendo assim:
h(t)= – 2t^2+ 8t
0 = – 2t^2+ 8t
2t^2– 8t = 0
2t(t – 4)= 0
VALOR MÁXIMO E VALOR MÍNIMO DA FUNÇÃO t’ = 0
DO 2º GRAU t’’ – 4 = 0
t’’ = 4
- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem Portanto, o segundo momento em que a bola tocou
ordenada mínima. Nesse caso, o vértice é chamado pon- no chão foi no instante de quatro segundos.
to de mínimo e a ordenada do vértice é chamada valor
mínimo da função; b) A altura máxima atingida pela bola é dada pelo vér-
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem or- tice da parábola. As coordenadas do seu vértice po-
denada máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e dem ser encontradas através de:
a ordenada do vértice é chamada valor máximo da função.
b
xv = –
2a
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Δ
1. Dada a função parabólica f(x)=x2-x, determine as coor- yv = –
denadas do vértice, V. 4a
No caso apresentado, é interessante encontrar ape-
Resposta: As coordenadas do seu vértice podem ser nas yv:
encontradas através de:
Δ
yv = –
xv = – b 4a
xv = – 2a
b
yv = –2aΔ (b² – 4 � a � c)
yv = –4aΔ yv = –
4a
4a
Logo, 82– 4 � – 2 � 0
yv = –
4� – 2
−1 1
xv = − =
2 � 1 2−1
MATEMÁTICA

1
xv = − = yv = 8
2�1 2

Portanto, a altura máxima atingida pela bola foi de 8


metros.

30
FUNÇÃO EXPONENCIAL

A função exponencial, como o nome mostra, é uma


EXERCÍCIOS COMENTADOS
função onde a variável independente é um expoente:
f(x)=aX. 1. Resolva 22x=1024

Resposta:
FIQUE ATENTO! Utilizando as propriedades de potenciação, tem-se:
Com “a” sendo um número real. Possui 22x=210
dois tipos básicos, quando a>1 (crescente) 2x=10
e 0<a<1 (decrescente). Portanto, a solução da equação exponencial é x=5.

2. (CONED-2016) Qual a soma das raízes ou zeros da


As figuras a seguir apresentam seus respectivos grá- função exponencial abaixo:
ficos:
22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0

a) 5
b) 4
c) 6
d) 8
e) -6

Resposta: Letra A.

22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0

Faz-se a substituição 2x=y pra obter uma equação de


segundo grau

y 2 3y
#FicaDica − +4=0
8 2
É importante ressaltar que o gráfico da fun- Multiplicando a equação por 8
ção exponencial (na forma que foi apresen- y2-12y+32=0
tado) não toca o eixo x, pois a função f(x)=ax
com a>0 é sempre positiva. Resolvendo a equação do segundo grau:

Δ = −12 2 − 4 � 1 � 32 = 144 − 128 = 16


EQUAÇÕES EXPONENCIAIS

As equações exponenciais são funções exponenciais


relacionadas a números ou expressões. O princípio fun-
damental para a resolução das mesmas é lembrar que
dois expoentes serão iguais se as respectivas bases tam-
Assim:
bém forem iguais, sigam os exemplos abaixo:

Exemplo: Resolva 3x=27 2x = 4 → 2x = 22 → x1 = 2


Resolução: Seguindo o princípio que bases iguais �
2x = 8 → 2x = 23 → x2 = 3
terão expoentes iguais, temos que lembrar que 27=33 ,
MATEMÁTICA

assim:
3x=33 Portanto, a soma das raízes é igual a 2+3=5.
x=3
S={3}

31
FUNÇÃO LOGARÍTMICA

As funções logarítmicas tem como base o operador matemático log:

f x = log a x , com a > 0, a ≠ 1 e x > 0

FIQUE ATENTO!
Observe que há restrições importantes para os valores de (logaritmando) e (base) e será essas restrições
que poderá determinar o conjunto solução das equações logarítmicas.

O gráfico da função logarítmica terá dois formatos, baseado nos possíveis valores de a. Será crescente quando e
decrescente quando :

1. Equações Logarítmicas

As equações logarítmicas adotarão um princípio semelhante as equações exponenciais. Para se achar o mesmo
logaritmando, dois logaritmos deverão ter a mesma base ou vice-versa. Ressalta-se apenas que as condições de exis-
tência de um logaritmo devem ser respeitadas. Veja o exemplo:
Ex:
Resolva log2 x − 2 = 4

Primeiramente, será importante transformar o número 4 em um log. Como a base do log que contém x é dois, va-
mos transformar 4 em um log na base 2 da seguinte forma:

log 2 16 = 4
Igualando isso a equação:

log 2 x − 2 = log 2 16

#FicaDica
Bases iguais, logaritmandos iguais:

4x + 2 = 3x + 3
→ 4x − 3x = 3 − 2
→x=1
MATEMÁTICA

32
Desenhar o gráfico de f(x)=|x|
Resolução: O gráfico de f(x)=|x| forma uma ponta na
EXERCÍCIOS COMENTADOS origem e segue uma reta espelhada tanto para o sentido
positivo quanto para o negativo:
1. (FUNDEP-2014) O conjunto solução da equação
log 4x + 2 = log 3x + 3 é:
a) S={1}
b) S= {2}
c) S= {3}
d) S= {4}
e) S= {5}

Resposta: Letra A. Como as bases são iguais, os loga-


ritmandos devem ser iguais. Portanto, pode-se escre-
ver: 4x+2=3x+3→4x-3x=3-2→x=1 Exemplo:
Desenhar o gráfico de f(x)=|x-a|
FUNÇÃO MODULAR Resolução: Quando há um termo subtraindo o valor
de x dentro do módulo, o gráfico original acima se des-
MÓDULO loca, com a “ponta” se movendo para a coordenada “a”.
Seguem os dois casos, para a>0 e a<0 respectivamente:
As funções modulares são desenvolvidas através de
um operador matemático chamado de “Módulo”. Sua
definição está apresentada abaixo:

𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
x = �
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0

Sua representação é através de duas barras verticais e


lê-se “Módulo de x”.

FIQUE ATENTO!
Módulo também conhecido como valor ab-
soluto pode ser entendido como uma dis-
tância e por isso |x|<0 não existe para todo x.

Exemplo: |3| = 3 e |-3| = 3.

FUNÇÃO MODULAR

A função modular, segue a mesma representação,


trocando apenas x por f(x): EQUAÇÕES MODULARES

As equações modulares são funções modulares igua-


𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≥ 0 ladas a algum número ou expressão. Ela será resolvida
f(x) = �
−𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≤ 0 decompondo a mesma em dois casos, com domínios
pré-determinados. Este tipo de solução é apresentada
no Exercício Comentado 1, a seguir:
FIQUE ATENTO!
A representação gráfica será feita através de
duas retas, dependendo de como é a forma EXERCÍCIOS COMENTADOS
de f(x).
MATEMÁTICA

1. (NOVA – 2017) Resolva |x-3|=7:


Abaixo segue alguns exemplos:
a) S={-4,10}
Exemplo: b) S={-2,10}

33
c) S={0,10} Se os coeficientes são números inteiros, o polinômio
d) S={2,10} é denominado polinômio inteiro em x. O valor numérico
e) S={4,10} de um polinômio p = p(x) em x = a é obtido pela substi-
tuição de x pelo número a, para obter p(a).
Resposta:
Conforme foi mencionado, vamos resolver dois casos, Ex: O valor numérico de
usando a definição de módulo: de p(x) = 2x² + 7x − 12 para x = 3 éé dado por:
a) x-3=7 ,para x-3≥0
b) -(x-3)=7 ,para x-3≤0 p(3) = 2 � (3)² + 7 � 3 − 12 = 2 � 9 + 21 − 12 = 18 + 9 = 27

Resolvendo:
2. Grau de um polinômio
a) x=7+3=10, para x≥3
b) –x+3=7⇔x=-4, para x ≤3
Em um polinômio, o termo de mais alto grau que
possui um coeficiente não nulo é chamado termo do-
Observe que as duas soluções estão dentro dos domí-
minante e o coeficiente deste termo é o coeficiente do
nios pré-estabelecidos, assim: S={-4,10}
termo dominante. O grau de um polinômio p = p (x)
não nulo, é o expoente de seu termo dominante, que
2. (FGV – 2014) Assinale a única função, dentre as op-
aqui será denotado por gr (p) . Acerca do grau de um
ções seguintes, que pode estar representada no gráfico
polinômio, existem várias observações importantes:
a seguir: 
a) Um polinômio nulo não tem grau uma vez que não
possui termo dominante. Em estudos mais avan-
çados de matemática, até define-se o grau de um
polinômio nulo, mas não é o escopo desta apostila;
b) Se o coeficiente do termo dominante de um po-
linômio for igual a 1, o polinômio será chamado
Mônico.
c) Um polinômio pode ser ordenado segundo as suas
potências em ordem crescente ou decrescente.
d) Quando existir um ou mais coeficientes nulos, o
polinômio será dito incompleto. Se o grau de um
polinômio incompleto for n, o número de termos
deste polinômio será menor do que n + 1.
f) Um polinômio será completo quando possuir todas
a) y = 1 – |x – 1|; as potências consecutivas desde o grau mais alto
b) y = 1 – |x + 1|; até o termo constante. Se o grau de um polinômio
c) y = 1 + |x – 1|; completo for n, o número de termos deste polinô-
d) y = 1 + |x + 1|; mio será exatamente n + 1.
e) y = |x – 1| + |x + 1|. h) É comum usar apenas uma letra p para representar
a função polinomial p= p (x) e P [x] o conjunto de
Resposta: Letra A. Pelo gráfico se x = 0 implica em y todos os polinômios reais em x.
= 0, se x = 2 implica em y = 0 e se x = 1 implica em
y=1. Analisando o itens acima, verifica-se que essas 3. Igualdade de polinômios
condições são satisfeitas se y = 1 – |x – 1|.
Os polinômios p e q em P[x], definidos por:
n

FUNÇÕES POLINOMIAIS p(x) = a0 + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x


n
q(x) = b0 + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x
POLINÔMIOS

1. Definição e valor numérico São iguais se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3,...,n:

Um polinômio (função polinomial) com coeficientes reais


na variável x é uma função matemática definida
MATEMÁTICA

por: p(x) = aO + a1 x + a2x² + a3 x³ +. . . + an x n


, onde a0, a1 , a2, . . . , an são números reais, denomina-
dos coeficientes do polinômio. O coeficiente a0 é o ter-
mo constante.

34
FIQUE ATENTO!
Uma condição necessária e suficiente para que um polinômio inteiro seja identicamente nulo é que
todos os seus coeficientes sejam nulos.
Assim, um polinômio:
p(x) = a0 + a1 x + a2x² + a3x³ +. . . + anx n será nulo se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3, . . . ,n: a = 0
k

4. Soma de polinômio

Consideremos novamente, p e q polinômios em P[x], definidos por:


n
p(x) = a0 + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x
n
q(x) = b0 + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

Definimos a soma de p e q, por:

�p + q)(x) = (ao + bo ) + (a1 + b1 )x + (a2 + b2)x² +. . . + an + bn x n

A estrutura matemática formada pelo conjunto de todos os polinômios com a soma definida acima, possui algumas
propriedades:

a) Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:

p + q) + r = p + (q + r

b) Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:

p + q = q + p

c) Elemento neutro: Existe um polinômio tal que:

po + p = p qualquer que seja p em P[x].

d) Elemento oposto: Para cada p em P[x], existe outro polinômio q = −p em P[x] tal que: p + q = 0.

Com estas propriedades, a estrutura (P[x],+) é denominada um grupo comutativo.

5. Produto de polinômios

Sejam p, q em P[x], dados por:


n
p(x) = ao + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x

n
q(x) = bo + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x
MATEMÁTICA

Definimos o produto de p e q, como outro polinômio r em P[x]:

r x = p x · q x = co + c1x + c2x² + c3x³ +. . . + cnx n

35
Tal que:

ck = ao bk + a1bk−1 + a2bk−2 + a3bk−3 +. . . + ak−1b1 + ak bo

Para cada ck (k = 1, 2, 3, . . . , m + n) . Observamos que para cada termo da soma que gera ck (k
, a =soma do. . .índice
1, 2, 3, , m + n)de
a com o índice de b sempre fornece o mesmo resultado k.
A estrutura matemática (P[x],·) formada pelo conjunto de todos os polinômios com o produto definido acima,
possui várias propriedades:

a) Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:

p · q) · r = p � (q · r
b) Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:

p · q = q · p

c) Elemento nulo: Existe um polinômio tal que:

po · p = po qualquer que seja p em P[x].

d) Elemento Identidade: Existe um polinômio tal que:


p1 · p = p qualquer que seja p em P[x].
e) Distributiva: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:

p · (q + r) = p · q + p · r

6. Divisão de Polinômios

Sendo um polinômio e um polinômio não nulo , existe um par de polinômios e que satisfazem as seguintes rela-
ções:

A x = Q x � B x + R(x)
R x ≠ 0 ⇒ ∂R x < ∂B(x)

Onde:

: A x : Dividendo, B x : Divisor, Q x : Quociente, R x : Resto

7. Teorema do Resto

Esse teorema propõe algumas relações interessantes em relação ao resto da divisão de um polinômio P (x) por
alguns tipos específicos de polinômios:
a) O resto da divisão de um polinômio P(x) por (x − a) é P(a).

b) Se dividirmos P (x) por x+a, o resto será P (-a).

c) No caso da divisão de P (x) por um polinômio linear na forma B(x) = ax − b , o resto será P (b/a) .
MATEMÁTICA

36
#FicaDica
Existe um teorema, proposto por
D´Lambert que confirma o conceito de raiz
de função polinomial que sempre foi uti-
lizado. A condição necessária e suficiente
para que o Polinômio P (x) seja divisível
por (x-a) é que a seja raiz de P (x) , ou seja
P (a)=0.

8. Método Euclidiano de divisão de polinômios Agora é só realizar a operação, que irá gerar um poli-
nômio divisor de grau menor que o anterior:
Método clássico que realiza a divisão por chaves de
um polinômio de grau maior por um de grau menor. Aqui
é importante a organização e multiplicação de todos os
termos do polinômio para os devidos cancelamentos.
Ex: Vamos dividir

x 4 − x 3 + 2x − 1 por x 2 + x + 1
Primeiramente vamos montar a divisão e colocar o
coeficiente “0” nos termos incompletos do polinômio. Repetindo o procedimento para o polinômio que foi
No caso do primeiro polinômio, não temos o termo que formado, ficamos com o seguinte resultado:
multiplica x2. Assim, completamos com 0:

Agora, iniciamos a divisão propriamente dita. Deve-


mos ir cancelando os maiores graus do polinômio divi-
dendo, usando o polinômio divisor. Logo, x4 do dividen-
do dividido por x2 do divisor, dá exatamente x2, assim:

Temos que realizar a subtração para eliminar o pri- Observe que a divisão finaliza quando o grau do resto
meiro termo do divisor. Assim, devemos multiplicar o é menor que o grau do divisor.
quociente pelo divisor e inserir abaixo do dividendo, com
o sinal invertido , pois estamos fazendo uma subtração: 9. Método de Divisão de Briot-Ruffini

Método desenvolvido unicamente para realizar divi-


sões de polinômios por(x-a) .

Ex. Divisão de
3x 5 − 7x 4 + 3x² − 5x + 17 por (x − 2)
Analogamente, temos que fazer a mesma coisa para
os outros dois termos do divisor, +x e +1. Observe que Vamos montar um diagrama conforme visto na figura
colocamos os resultados dos produtos com sinal inverti- abaixo e primeiramente vamos escrever os coeficientes
do e exatamente abaixo do grau correspondente de cada do polinômio na sua parte superior, preenchendo tam-
resultado. Por isso, a importância de preencher com 0 os bém com “0” os termos que o polinômio não tem, nesse
coeficientes faltantes de um polinômio incompleto. caso, o divisor não possui o termo :
MATEMÁTICA

37
Como estamos dividindo por (x-2), sabemos que 2
é raiz do divisor. Assim, vamos colocar este número no
lado esquerdo do diagrama: Logo, o resultado da divisão será o polinômio forma-
do pelos coeficientes da linha inferior, 1 grau abaixo do
dividendo: Q x = 3x 4 − x³ − 2x² − x − 7 . O resto
será sempre o número indicado no lado direito: R (x) = 3.

10. Equações Algébricas

As equações algébricas estudam os polinômios de


Agora vamos iniciar o método copiando o primeiro
acordo com suas raízes. Sabendo deste objetivo, pode-
coeficiente do dividendo na parte de baixo. Depois, mul-
mos relembrar um conceito interessante que é a fatora-
tiplicaremos o termo pelo número da esquerda (nesse
ção de polinômios, utilizando suas raízes, que também é
caso, 2) e somando com o posterior na parte de cima,
chamado de Teorema de Decomposição.
dessa forma (3∙2 + (-7) = -1):
0 1 2 n
Sendo P x = a0 x + a1 x + a2x + ⋯ + an x ,
ele pode ser escrito da seguinte forma:

P x = an � x − γ1 � x − γ2 � ⋯ � x − γn

Assim, toda Equação Polinomial P (x) = 0 de grau


n ≥ 1 , tem exatamente n raizes reais ou complexas.
Outro conceito importante em relação as raízes é o
Repete-se o processo até chegarmos ao último termo que chamamos de multiplicidade. As raízes de P (x) não
que será o resto da divisão. são necessariamente distintas, logo, supondo que γ1 re-
pete r vezes e γ2 repete s vezes, a decomposição fica:

P x = an � x − γ1 r � x − γ2 s � ⋯ � x − γn

Haverá um expoente determinando quantas repeti-


ções a raiz terá dentro do polinômio.

11. Relações de Girard

As relações de Girard foram encontradas para rela-


cionar as raízes dos polinômios com os coeficientes dos
mesmos. Quem relembrar da equação de segundo grau
na forma , vai ter estudado essas relações quando for-
mularam as fórmulas de soma e produto das raízes, onde
tínhamos como resultado − b e c respectivamente.
a a
Essas relações são de Girard e agora iremos expandir
para os demais graus de polinômios:

Sendo P x = a0 x 0 + a1 x 1 + a2x 2 + ⋯ + an x n ,
podem-se relacionar as raízes do mesmo (γ1 , γ2, … γn )
da seguinte forma:
MATEMÁTICA

an−1
a) Soma das raízes: γ1 + γ2 + ⋯ + γn = − a
n
b) Soma dos produtos das raízes tomadas 2 a 2:

38
an−2
γ1 � γ2 + γ1 � γ3 + ⋯ + γ1 � γn + γ2 � γ3 + ⋯ + γn−1 � γn = − 2
an �−3m3 = −147
2m = 686
c) Soma dos produtos das raízes tomadas p a p Logo: m = 7 e n = −1
(p<n):
2. (MACK-SP) Determine m Є R para que o polinômio
an−p
γ1 � γ2 … γp + ⋯ + γn−p … γn−1 � γn = − p(x) = (m − 4)x³ + (m² – 16)x² + (m + 4)x + 4
an seja de grau 2.

d) Produto das raízes: Resposta: Não existe m, tal que o grau de P(x) seja
igual 2.
Para que P(x) tenha grau 2, devemos respeitar as se-
−1 na0
γ1 � γ2 � ⋯ � γn= guintes condições:
an
m– 4 = 0
12. Raízes Complexas m = 4
2
Quando um número complexo na forma z = a + b∙i com
m – 16 ≠ 0
e a, b ∈ ℝ e b ≠ 0 é raiz da equação algébrica P(x) = 0, m2 ≠ 16
de coeficientes reais, então o seu conjugado é também raiz m ≠ +4e– 4
da mesma equação. Isso implica em duas consequências Para m = 4, temos:
importantes:
a) Se o número complexo z possuir multiplicidade k,
então seu conjugado também terá multiplicidade p x = 4 – 4 x 3 + 42– 16 x 2 + 4 + 4 x + 4
k; p x = 0x 3 + 0x 2 + 8x + 4
b) Como as raízes complexas estão em pares, então p x = 8x + 4
pode-se afirmar que um polinômio de grau ímpar Para m = – 4, temos:
tem ao menos 1 raiz real.
p x = – 4 – 4 x 3 + – 4 2 – 16 x 2 + – 4 + 4 x + 4
p x =– 8x 3 + 0x 2 + 0x + 4
EXERCÍCIOS COMENTADOS p x = – 8x³ + 4

Portanto, Não existe valor para m de modo que o po-


1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) A equação linômio p(x) seja de grau 2.
x 3 − 147x + 686 = 0 tem por raízes os
números m e n, sendo m raiz dupla e . Nessas condi- EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
ções, o valor de (m + n) é:
1. Definições
a) 7
Expressões Algébricas: São aquelas que contêm nú-
b) -7
meros e letras.
c) -7 ou 7
Ex: 2ax² + bx
c) 7-i
d) -7+i
Variáveis: São as letras das expressões algébricas que
representam um número real e que de princípio não pos-
Resposta: Letra B. Efetuando a multiplicação da for- suem um valor definido.
ma fatorada e igualando ao polinômio original, temos
que: Valor numérico: É o número que obtemos substituin-
do as variáveis por números e efetuamos suas operações.
x−m 2
� x − n = x 3 − 147x + 686 Ex: Sendo x=1 e y=2, calcule o valor numérico (VN)
da expressão:
x 2 − 2xm + m2 � x + 2m = x 3 − 147x + 686 Substituindo os valores: x² + y → 1² + 2 = 3 .
Portanto o valor numérico da expressão é 3.
x 3 + 2mx 2 − 2mx 2 − 4m2x + m2x + 2m3 = x 3 − 147x + 686
Monômio: Os números e letras estão ligados apenas
MATEMÁTICA

Igualando os coeficientes semelhantes, temos que: por produtos.


Ex: 4x

Polinômio: É a soma ou subtração de dois ou mais


monômios.  

39
Ex: 4x+2y (bases iguais na divisão repetimos a base e diminuímos
os expoentes), sendo que:
Termos semelhantes: São aqueles que possuem par- Ex: −20x²y³) ∶ (− 4xy³
tes literais iguais (variáveis)
Ex: 2x³y²z e 3x³y²z são termos semelhantes pois Na divisão dos dois monômios, devemos dividir os
possuem a mesma parte literal (x3y2z). coeficientes -20 e -4 e na parte literal dividirmos os ter-
mos que contém a mesma base para que possamos usar
2. Adição e subtração de monômios a propriedade:

2 3 3
FIQUE ATENTO! −20x y : −2 4x
3
y = −20 : −4 � x 2: x � (y 3 : y 3)
3

Só podemos efetuar a adição e subtração −20x y 2 :3 − 4xy 3= +5 x 2−1 � (y 3−3)


de monômios entre termos semelhantes. E −20x y :2 − 3
4xy = 3+5 x 1 � (y 0 )
quando os termos envolvidos na operação −20x y : − 4xy = +5x
de adição ou subtração não forem semelhan-
tes, deixamos apenas a operação indicada.
5. Potenciação de monômios

Na potenciação de monômios devemos novamente


Ex: Dado os termos 5xy², 20xy², como os dois termos
utilizar uma propriedade da potenciação:
são semelhantes, é possível efetuar a adição e a subtra-
ção deles: m
I - ab = a b
m m

n m n
5xy² + 20xy² = 25xy 2 II - am = a �
2
Ex: −5x b
6 2

Ex: Já para 5xy² − 20xy 2 devemos subtrair apenas


= −15xy 2
os coeficientes e conservar a parte literal.
Aplicando as propriedades:
5xy² − 20xy 2 = −15xy 2
2
2
x 2 ( 6
−5x b =
6 2 2
−5)2 � � b
3. Multiplicação de monômios x
2
6 2
4 12
−5 b = +25x b
Para multiplicarmos monômios não é necessário que
eles sejam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente 6. Adição e Subtração de expressões algébricas
com coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo
que quando multiplicamos as partes literais devemos usar Para determinarmos a soma ou subtração de expres-
m
a propriedade da potência que diz: a � a = a
n m+n sões algébricas, basta somar ou subtrair os termos se-
(bases iguais na multiplicação, repetimos a base e soma- melhantes:
mos os expoentes).
Ex: 2x³y²z + 3x³y²z = 5x³y²z
Ex: (3a²b) � (− 5ab³) Ex: 2a²b − 3a²b = −a²b
Na multiplicação dos dois monômios, devemos mul-
tiplicar os coeficientes 3 e -5 e na parte literal multipli- 7. Multiplicação e Divisão de expressões algébricas
camos os termos que contém a mesma base para que
possamos usar a propriedade de soma dos expoentes: Na multiplicação e divisão de expressões algébricas,
devemos usar a propriedade distributiva:
2 3
3a b �2 − 5ab =3 3 � −5 � a2 � a � (b � b3)
Ex: a (x + y) = ax + ay
3a b � 2− 5ab = −15
3
� a2+1 � (b1+3) Ex: (a + b) � (x + y) = ax + ay + bx + by
3a b � − 5ab = −15 a3b4 Ex: x(x² + y) = x³ + xy

4. Divisão de monômios
MATEMÁTICA

Para dividirmos os monômios não é necessário que


eles sejam semelhantes, basta dividirmos coeficiente
com coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo
que quando dividirmos as partes literais devemos usar −
a propriedade da potência que diz: a
m n m n
a ∶ a=

40
#FicaDica
Para multiplicarmos potências de mesma base, conservamos a base e somamos os expoentes. Na
divisão de potências devemos conservar a base e subtrair os expoentes

4x2
Ex:2x
= 2x
6x3 − 8x
Ex: 2x = 3x² − 4
x4 −5x3 +9x2 −7x+2
Ex:
x2 −2x+1

Neste exemplo mais sofisticado, devemos usar a divisão por chaves:

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule: 3x² + 2x − 1) + (−2x² + 4x + 2

Resposta:

3x 2 + 2x − 1 + −2x 2 + 4x + 2
= 3x 2 − 2x 2 + 2x + 4x − 1 + 2 = x 2 + 6x + 1

2. Calcule: 4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10
Resposta:

4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10 = 40x 3 + 20x 2 + 6x − 10


= 2(20x 3 + 10x 2 + 3x − 5)

FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Prezado candidato, este material já foi abordado anteriormente.


MATEMÁTICA

41
1 0 1
MATRIZES; DETERMINANTES; SISTEMAS LI-
NEARES
2 3 3
b) 1 4 2 é uma matriz 3x3 (três linhas por três
colunas)
MATRIZ c) 1 0 3 é uma matriz 1x3 (uma linha e três
colunas)

A tabela seguinte mostra a situação das equipes no d) 2 é uma matriz 2x1 (duas linhas e uma coluna)
Campeonato Paulista de Basquete masculino. 0
O nome de uma matriz é dado utilizando letras
Campeonato Paulista – Classificação maiúsculas do alfabeto latino, (A,B,C,D... por exemplo),
enquanto os elementos da matriz são indicados por le-
Time Pontos
tras latinas minúsculas (a,b,c,d...), a mesma do nome de
1º Tilibra/Copimax/Bauru 20 matriz, com dois índices, que indicam a linha e a coluna
2º COC/Ribeirão Preto 20 que o elemento ocupa na matriz.
Assim, um elemento genérico da matriz é represen-
3º Unimed/Franca 19
tado por aij .
4º Hebraica/Blue Life 17 O primeiro índice, i, indica a linha que esse elemento
5º Uniara/Fundesport 16 ocupa na matriz, e o segundo índice, j, a coluna desse
comando.
6º Pinheiros 16
7º São Caetano 16 Exemplo:
8º Rio Pardo/Sadia 15
Na matriz B de ordem 2x3 temos:
9º Valtra/UBC 14
10º Unisanta 14 1 0 3
B=
11º Leitor/Casa Branca 14 2 −1 4
12º Palmeiras 13
b11 = 1; b12 = 0; b13 = 3;
13º Santo André 13
b21 = 2; b22 = −1; b23 = 4.
14º Corinthians 12
15º São José 12 Observação: O elemento b23, por exemplo, possui a
seguinte leitura: “b dois três”.
Fonte: FPB (Federação Paulista de Basquete) De uma forma geral, a matriz A, de ordem m x n, é
Folha de S. Paulo – 23/10/01 representada por:
Observando a tabela, podemos tirar conclusões por
meio de comparações das informações apresentadas, a11 ⋯ a1n
por exemplo:
1. COC/Ribeirão lidera a classificação com 20 pon-
A= ⋮ ⋱ ⋮
tos juntamente com Tilibra/Bauru
am1 ⋯ amn
2. Essa informação encontra-se na 2ª linha e 3ª co-
luna.
Ou com a notação abreviada: A = aij
mxn
Ou seja, esta tabela nos oferece valores numéricos
Matrizes Especiais
nos quais podemos tirar determinadas conclusões.
Apresentamos aqui a nomenclatura de algumas ma-
Definições
trizes especiais:
Chamamos de matriz m x n (m Є N e n Є N ) qual-
∗ ∗
a) Matriz Linha: É a matriz que possui uma única linha.
quer tabela formada por m x n (m
elementos
Є N e n (informações)
∗ ∗
ЄN ) Exemplos:
dispostos em m linhas e n colunas.

Exemplos:
A = −1 0
MATEMÁTICA

B= 1 0 0 2
1 0 −2 3
a) 1 1 3 2 é uma matriz 2 x 4 (duas linhas e
por quatro colunas)

42
b) Matriz Coluna: É a matriz que possui uma única Exemplo:
coluna.
Exemplos:
1 0
I2 =
2 0 1
A=
1 1 0 0
0 I3 = 0 1 0
B = −1 0 0 1
3
Observação: Para uma matriz identidade In = (aij)n x n
c) Matriz Nula: É a matriz que possui todos os ele-
mentos iguais a zero. g) Matriz Transposta: Dada uma matriz A, chama-
Exemplos: mos de matriz transposta de A à matriz obtida de A tro-
cando-se “ordenadamente”, suas linhas por colunas. In-
dicamos a matriz transposta de A por At.
0 0 Exemplo:
A=
0 0
0 0 0 1 2
B= 1 0 3 t
0 0 0 Se, A = , então: A = 0 1
2 1 4
3 4
d) Matriz Quadrada: É a matriz que possui o número
de linhas igual ao número de linhas igual ao núme- Observação importante: Se uma matriz A é de ordem
ro de colunas. m x n, a matriz At, transposta de A, é de ordem n x m.
Exemplo:
Igualdade de Matrizes

1 0 Sendo A e B duas matriz de mesma ordem, dizemos


A=
3 −2 que um elemento de matriz A é correspondente a um
elemento de B quando eles ocupam a mesma posição
nas respectivas matrizes.
Vale destacar que quando uma matriz não é quadra-
Exemplo:
da, ela é chamada de matriz retangular.
Sendo A e B duas matrizes de ordem 2 x 2,
e) Matriz Diagonal: Dada uma matriz quadrada de
ordem n, chamamos de diagonal principal da ma-
triz ao conjunto dos elementos que possuem índi- a11 a12 b11 b12
A= a a22 e B =
ces iguais. 21 b21 b22

Exemplo: São elementos correspondentes de A e B, os pares: a11


e b11; a12 e b12; a21 e b21; a22 e b22.
{a11 , a22 , a33 , a44 } é a diagonal principal da matriz Assim, duas matrizes A e B são iguais se, e somente
A (4x4). se, têm a mesma ordem e os elementos correspondentes
são iguais.
Além disso, a matriz quadrada que apresenta todos Indica-se, portanto: A = B ou A = (aij)n x n e B = (bij)p x q
os elementos, não pertencentes à diagonal principal,
iguais a zero, é definida como matriz diagonal. IMPORTANTE: Dada uma matriz A = aij
mxn
, dizemos que uma matriz B = bij é oposta de A
mxn
Exemplo: quando bij = −aij para todo i, 1 ≤ i ≤ m, e todo j, 1
≤ j ≤ n.

2 0 0 Exemplo:
A= 0 1 0
0 0 3 3 −1 −3 1
A= , temos que: B = −A =
MATEMÁTICA

2 4 −2 −4
f) Matriz Identidade: É a matriz diagonal que apre-
senta todos os elementos da diagonal principal
iguais a 1 e os outros iguais a 0. Representamos a
matriz identidade de ordem n por In.

43
Adição e Subtração de Matrizes 2�1 2�3 2 6
c�A= 2�A = =
Dadas duas matrizes A e B, de mesma ordem m x n, de- 2�2 2�5 4 10
nominamos soma da matriz A com a matriz B à matriz C, de Produto entre matrizes
ordem m x n, cujos elementos são obtidos quando somamos
os elementos correspondentes das matrizes A e B. Indicamos:
O produto (linha por coluna) de uma matriz
A = aij por uma matriz B = bij p x n é uma matriz
C = A + B
, de modo que cada elemento cij é obtido multiplican-
m xp

Assim: do-se ordenadamente os elementos da linha i de A pelos


1 3 4 2 1 1 3 4 5 elementos da coluna j de B, e somando-se os produtos
+ = assim obtidos.
2 1 −2 3 2 3 5 3 1

Propriedades da Adição: Sendo A, B e C matrizes m x n FIQUE ATENTO!


e O a matriz nula m x n , valem as seguintes propriedades.
Só existe o produto de uma matriz A por
uma matriz B se o número de colunas de A é
a) A + B = B + A (Comutativa) igual ao número de linhas de B.
b) A + B + C = A + (B + C) (Associativa)
c) A + O = O + A = A (Elemento Neutro)
Propriedades: Sendo A uma matriz de ordem m x n,
d) A + −A = O (Elemento Oposto) B e C matrizes convenientes (ou seja, o produto entre
e) A + B t = At + B t elas é possível), são válidas as seguintes propriedades.

Metodologia: Consideremos duas matrizes A e B, am- a) A � B � C = A � (B � C) – Associativa


bas de mesma ordem . Chamamos de diferença entre A e b) C � A + B = C � A + C � B – Distributiva pela esquerda
B (indicamos com A-B) a soma de A com a oposta de B. c) A + B � C = A � C + B � C – Distributiva pela direita
d) A � In = Im � A = A – Elemento neutro
A – B = A + (−B) e) A � B t = B t � At

Exemplo:
#FicaDica
3 2 4 5 Para a multiplicação de matrizes não vale a
A= eB=
1 −2 −2 1 propriedade comutativa (A B ≠ B A). Esta
propriedade só é verdadeira em situações
A − B = A + −B =
3 2
+
−4 −5 especiais, quando dizemos que as matrizes
1 −2 2 −1 são comutáveis.
3−4 2−5 −1 −3
= =
1+2 −2 − 1 3 −3
Matriz Inversa
Na prática, para obtermos a subtração de matrizes de
No conjunto dos números reais, para todo a ≠ 0,
mesma ordem, basta subtrairmos os elementos corres-
existe um número b, denominado inverso de a, satisfa-
pondentes.
zendo a condição:
Multiplicação de Matrizes por um Número Real a � b = b � a = 1
Consideremos uma matriz A, de ordem m x n, e um −
número real c . O produto de c por A é uma matriz B, de Normalmente indicamos o inverso de a por
1
ou a
1

ordem m x n, obtida quando multiplicamos cada elemen- a


to de A por c . Analogamente para as matrizes temos que uma matriz
Indicamos: A, quadrada de ordem n, é dita inversível se, e somente se,
existir uma matriz B, quadrada de ordem n, tal que:
B = c � A
MATEMÁTICA

Exemplo: A � B = B � A = In

1 3 A matriz B é denominada inversa de A e indicada por A−1


A= e c = 2, temos que:
2 5

44
Exemplo:
a) A−1 −1 = A
4 −3
Verifique que a matriz B = é a inversa b) A−1 t = At −1
−1 1
da matriz A = 1 3 . c) A � B −1 = B −1 � A−1
1 4
Para isso, basta realizar o produto entre elas e verifi-
DETERMINANTES
car se o resultado será a matriz identidade:
Chamamos de determinante a teoria desenvolvida
1 3 4 −3 1 0 por matemáticos dos séculos XVII e XVIII, como Leibniz e
A�B= � =
1 4 −1 1 0 1 Seki Shinsuke Kowa, que procuravam uma fórmula para
Ou determinar as soluções de Sistemas Lineares.
4 −3 1 3 1 0 Esta teoria consiste em associar a cada matriz quadra-
B�A = � =
−1 1 1 4 0 1 da A, um único número real que denominamos determi-
nante de A e que indicamos por “det A” ou colocamos os
elementos da matriz A entre duas barras verticais, como
Como A � B = B � A = I2 , a matriz B é a inversa
no exemplo abaixo:
de A, isto é, B = A−1 .

IMPORTANTE: É bom observarmos que, de acordo 1 2 1 2


A= → det A =
com a definição, a matriz A também é a inversa de B, isto 4 5 4 5
− −
é, A = B , ou seja, A = A .
1 1
−1
No estudo de determinantes, vamos analisar diversos
Exemplo: tamanhos de matrizes, iniciando, pelo menor, ou seja,
3 1 uma matriz de ordem 1 passando pela ordem 2 e ordem
Encontre a matriz inversa da matriz A = 2 1 , se exis-
3. Determinantes maiores são muito raros de serem co-
tir. Neste caso, teremos que encontrar individualmente
brados em concursos públicos.
os termos da matriz inversa, que chamaremos de B.
Determinante de uma Matriz de Ordem 1
Supondo que B = a b é a matriz inversa de A, temos:
c d
Seja a matriz quadrada de ordem 1: A = [a11 ] , o deter-
minante dessa matriz é o próprio número dentro da matriz:
3 1 a b 1 0
A�B= . =
2 1 c d 0 1
det A = a11 = a11
Fazendo a multiplicação, encontraremos o seguinte
resultado: Exemplos:

3a + c 3b + d
=
1 0 A = −2 → det A = −2
2a + c 2b + d 0 1
B = 5 → det B = 5
C = [0] → det C = 0
Logo, teremos dois sistemas lineares, 2x2:

3a + c = 1 3b + d = 0 Determinante de uma Matriz de ordem 2


� e�
2a + c = 0 2b + d = 1
a11 a12
Seja a matriz quadrada de ordem 2: A = a21 a22 .
Resolvendo os sistemas, encontramos: O determinante dessa matriz será o número:

a = 1, b = −1, c = 2 e d = 3 a11 a12


1 −1 det A = a a22 = a11 � a22 − a21 � a12
Assim, B = 21
−2 3

Portanto, a matriz A é inversível e sua inversa é única, #FicaDica


cuja matriz é:
Para facilitar a memorização desse número,
1 −1 podemos dizer que o determinante é a
B = A−1 = diferença entre o produto dos elementos da
MATEMÁTICA

−2 3
diagonal principal e o produto dos elementos
da diagonal secundária.
Propriedades: Sendo A e B matrizes quadradas de
ordem n e inversíveis, temos as seguintes propriedades:

45
Exemplos: Propriedades dos determinantes

A=
1 2 Apresentamos, a seguir, algumas propriedades que
5 3 visam a simplificar o cálculo dos determinantes:
det A = 1 � 3 − 5 � 2 = 3 − 10 = −7
a) O determinante de uma matriz A é igual ao de sua
2 −1 transposta At.
B=
2 3
det B = 2 � 3 − 2 � −1 = 6 + 2 = 8 Exemplo:
Demonstração no determinante 2x2:
Determinante de uma Matriz de Ordem 3
a b a c
Seja a matriz quadrada de ordem 3: A= e At =
c d b d
a11 a12 a13
A = a21 a22 a23 det A = a � d − b � c
a31 a32 a33 det At = a � d − b � c = det A
b) Se B é a matriz que se obtém de uma matriz qua-
O determinante desta matriz será uma soma de pro-
drada A, quando trocamos entre si a posição de
dutos intercalados de três em três números, ou seja:
duas filas (linhas ou colunas) paralelas, então:

det A detB = −detA


= a11 � a22 � a33 + a12 � a23
Exemplo:
� a31 + a21 � a32 � a13 − a31
� a22 � a13 − a21 � a12 � a33 Demonstração no determinante 2x2:
− a11 � a32 � a23
a b c a
A= eB=
Para memorizarmos a definição de determinante de or- c d d b
dem 3, usamos a regra prática denominada Regra de Sarrus:
B foi obtida trocando de posição a primeira e segun-
1) Repetimos a 1º e a 2º colunas às direita da matriz.
da coluna de A. Assim:

a11 a12 a13 a11 a13


det A = a � d − b � c
det A = a21 a22 a23 a21 a23
det B = c � b − a � d = − det A
a31 a32 a33 a31 a31
Um ponto importante é se por exemplo, montarmos
2) Multiplicando os termos entre si, seguindo os tra- uma matriz C trocando de posição agora a primeira e
ços em diagonal e associando o sinal indicado dos segunda linha de B:
produtos, temos:
d b
C=
det A = a11 � a22 � a33 + a12 � c a
a23 � a31 + a21 � a32 � a13 − Calculando o determinante:
a31 � a22 � a13 − a21 � a12 �
a33 − a11 � a32 � a23 detC = a � d − b � c = −detB = det A

Assim, cada troca de linha ou coluna irá acarretar uma


troca de sinal do determinante. Logo, se fizemos uma quan-
tidade par de trocas (2,4,6,...) o determinante permanece com
o mesmo sinal. Já se fizermos uma quantidade de trocas ím-
par (1,3,5...) o determinante inverte de sinal.
MATEMÁTICA

c) Seguindo a propriedade 2, se uma matriz possuir


duas linhas ou colunas idênticas, o seu determi-
nante será 0. Justificativa: A matriz que obtemos de

46
A, quando trocamos entre si as duas filas (linha ou Consequências: Sendo A uma matriz quadrada e
coluna “iguais”, é igual a A. Assim, de acordo com a , temos:
propriedade 2, escrevemos que detA = −detA
. O único resultado possível para isso é detA = 0.−detA
det(An) = detA n

d) Sendo A uma matriz quadrada de ordem n, e uma


matriz k.A é obtida multiplicando todos os elemen- E no caso da matriz inversa:
tos de A por k, então:
1
detA−1 =
det(k � A) = k n � detA det A

a b c ka kb kc
Exemplo: A = d e f → k � A = kd ke kf EXERCÍCIOS COMENTADOS
g h i kg kh ki

1. (BRDE – Analista de Sistema – FUNDATEC/2015) Con-


Se você calcular o determinante, encontrará k 3 � det A sidere as seguintes matrizes : A = 2 3 , 2 3 e
4 6 B= 4 5
e) Teorema de Jacobi: O determinante não se altera, 2 1 0 , a solução de C.B+A é: 6 6
quando adicionamos uma fila qualquer com outra
C=
4 6 7
fila paralela multiplicada por um número.
a) Não tem solução, pois as matrizes são de ordem di-
Exemplo:
ferentes.
Considere o determinante a) Não tem solução, pois as matrizes são de ordem diferentes.

a b c b) Não
a)
b)
10 tem
14solução, pois as matrizes são de ordem diferentes.
78 90
10 tem
14
det A = d e f a) Não
b) 2 390 solução, pois as matrizes são de ordem diferentes.
g h i 78
c) 10 14
a)
b) Não
4 3tem
5 solução, pois as matrizes são de ordem diferentes.
c) 278
c) 6 90
6
d) 410
b) 5 14
2 336
Somando a 3ª coluna com a 1ª multiplicada por m, teremos: c) 7820
6 90 6
d) 48 511
e) 202 336
c) 6 84 6
d) 474
d) 8 511
e) 20 6 8436
6
d) 74 8 11
e) 20 36
74
8 1184
Calculando o determinante, você verá que e)
e)
74 84
det B = det A

f) Uma consequência do teorema de Jacobi é que se Resposta: Letra B.


uma fila de uma matriz é a soma de múltiplos de fi-
las paralelas (combinação linear de filas paralelas), 2 1 0
2 3
2 3 8 11 2 3 10 14
o determinante é igual a zero. 4 5 + = + =
4 6 7 4 6 74 84 4 6 78 90
6 6
g) Teorema de Binet: Sendo A e B matrizes quadradas
de mesma ordem, então: 2. (Pref. Agudo-SP – Auxiliar Administrativo - OBJE-
TIVA/2015) Dadas as matrizes A = 7 8 e B = x 2 e ,
3 x 3 9
det(A � B) = detA � detB
qual deverá ser o valor de x para que se tenha det A = det B .

a) -14
1 2 4 3 8 5 b) 3
Exemplo: A = ,B= , logo: A � B =
0 3 2 1 6 3 c) -9
d) 5
1 2
det A = =3
0 3 Resposta: Letra C.
MATEMÁTICA

4 3 7 8 x 2
det B = = 4 − 6 = −2 = → 7x − 24 = 9x − 6 → 2x = −18 → x = −9
2 1 3 x 3 9

8 5
det AB = = 24 − 30 = −6 = 3 � (−2)
6 3

47
→ 7x − 24 = 9x − 6 → 2x = −18 → x = −9 A � X = B ⇒ A−1 � A � X = A−1 � B
⇒ I � X = A−1 � B
SISTEMAS LINEARES ⇒ X = A−1 � B

Definição
Sistemas Lineares 2x2
Sistemas lineares são conjuntos de 2 ou mais equa-
Um exemplo de sistema 2 x 2, possui duas equações
ções lineares, onde procura-se valores das incógnitas,
e duas incógnitas (x e y) é:
chamadas de X = x1 , x2, x3 … e xn que atendam si-
multaneamente todas as equações lineares:
3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20

Há diversos métodos utilizados para resolver um sis-


tema linear 2 x 2. Aqui, destacam-se dois deles: método
da adição e método da substituição.

Onde: Método da Adição

O método da adição consiste em multiplicar uma (ou


a11 , a12 , … , ann e b1, b2 , … , bn são números
ambas) das equações por um valor de modo que, ao so-
reais.
mar-se as duas equações, uma das incógnitas seja elimi-
nada. Para isso, a incógnita a ser eliminada deve possuir
Classificação de Sistemas Lineares
o mesmo número multiplicando-a em ambas as equa-
ções, porém com sinais opostos. Utilizando o exemplo:
Considerando um sistema de n equações lineares,
podemos classificá-lo de 3 formas possíveis:
3𝑥 − 𝑦 = 6
Impossível: Quando não existem valores de �
2𝑥 + 2𝑦 = 20
X = (x1 , x2, x3 … e xn) que satisfaçam todas as n
equações lineares.
Uma maneira de resolver o sistema pelo método da
Possível e Indeterminado: Quando existem infinitas adição consiste em eliminar a variável “y”. Na primeira
equação a variável “y” está multiplicada por -1, enquan-
possibilidades para X = (x1 , x2, x3 … e xn ) que aten-
to que na segunda equação, está multiplicada por 2. Se
dem todas as equações.
a primeira equação for multiplicada por , em ambas as
equações a variável “y” estará multiplicada por 2 porém
Possível e determinado: Quando apenas um único
com sinais opostos.
conjunto de X = (x1 , x2, x3 … e xn ) satisfaz as equa-
ções lineares.

Associação de Sistemas Lineares com Matrizes

Podemos escrever qualquer sistema linear da seguin-


te forma, separando as constantes das incógnitas:
Somando-se ambas as equações após multiplicar a
primeira equação por 2, tem-se:

6x − 2y + 2x + 2y = 12 + 20
→ 8x = 32
→x=4

Após encontrar o valor de uma das variáveis, basta


Se det A ≠ 0 , a matriz possui inversa e assim po- substituir esse valor em qualquer uma das equações e
MATEMÁTICA

demos isolar X da seguinte maneira: encontrar o valor da outra variável. Substituindo na pri-
meira equação:

48
3x − y = 6
→ 3×4−y =6 Ex:
→ 12 − y = 6
→y=6
Assim, S = 4,6 Primeiro, calcula-se DA = det A . Também serão cal-
culados determinantes auxiliares, substituindo uma colu-
Método da Substituição na correspondente da matriz A, pela matriz B:

Este método consiste em isolar uma das incógnitas


em uma das equações e substituir na outra equação. Re-
tomando o mesmo exemplo: , e

3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20
, e
É possível isolar qualquer uma das variáveis em
qualquer uma das equações. Isolando a variável “y”
na primeira equação:

y = 3x − 6 , e

Substitui-se essa expressão para “y” na segunda


equação: Os valores das incógnitas são calculados da seguinte
maneira:
2x + 2 3x − 6 = 20

Dx1 Dx2 Dx3


Agora, resolve-se essa equação do primeiro grau: x1 = DA
, x2 = DA
, x3 = DA
2x + 6x − 12 = 20
2x + 6x = 20 + 12 Exemplo: Resolva pelo método de Cramer o seguinte
8x = 32 Sistema Linear:
32
x= =4
8

Utiliza-se a expressão encontrada anteriormente para


“y” para encontrar o valor dessa incógnita:
Transformando em forma matricial:
y = 3x − 6
→ y = 3 × 4 − 6 = 12 − 6 1 2 −1 x 2
→y=6 2 −1 1 y = 3
Assim: S = 4,6 1 1 1 z 6

Sistemas Lineares 3x3 ou maiores. Calculando os determinantes:


1 2 −1

Todos os sistemas lineares podem ser resolvidos pelo


DA = 2 −1 1 = −7
1 1 1
método da substituição apresentado acima. Porém, com
mais equações, ele vai se tornando bem trabalhoso. Des-
2 2 −1
Dx = 3 −1 1 = −7
ta forma, um método mais rápido é sugerido, chamado 6 1 1
de método de Cramer. Utiliza-se a notação matricial e o
MATEMÁTICA

1 2 −1
conceito de determinantes para resolver: Dy = 2 3 1 = −14
1 6 1

1 2 2
Dz = 2 −1 3 = −21
1 1 6

49
Logo:
D −7
x = D x = −7 = 1
A

D −14
y = Dy = =2 4y + 2z = 4
−7
A −4y − 4z = −8
− 2z = − 4
D −21 z = 2
z = Dz = −7
=3
A

Obs: Aqui usamos o método da soma, mas como ex-


#FicaDica posto no texto, podemos usar o método de Cramer.

Sistemas lineares de ordem 3x3 ou maiores


não precisam ser necessariamente resolvidos 2. (PM-SP – 2014 – VUNESP).  Em um lote de xícaras
usando o método de Cramer. Fica a cargo do de porcelana, a razão entre o número de xícaras com de-
estudante escolher um forma que pareça ser
feitos e o número de xícaras perfeitas, nesta ordem, é
mais fácil.
2/3. Se o número total de xícaras do lote é 320, então, a
diferença entre o número de xícaras perfeitas e o número
de xícaras com defeitos, nesta ordem, é:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) 56.
b) 78.
1. (VUNESP – 2010) Considere o seguinte sistema linear:
c) 93.
d) 85.
e) 64.

Resposta: Letra E
Vamos denominar:
x = número de xícaras com defeitos
Pode-se afirmar que o valor de z é y = número de xícaras perfeitas
a) –2. Sabendo disto, temos as seguintes equações:
b) –1.
c) 0. x 2
d) 1. y
= ,
3
e) 2. ou seja,
2y
Resposta: Letra E. x =
3
Para esse caso o método da soma é utilizado: x + y = 320
Temos um sistema de equações de primeiro grau.
Substituindo a primeira na segunda equação:

2y
+ y = 320
3
(multiplicando ambos os lados por 3)
2y + 3y = 320 � 3
5y = 960
y = 960/5 = 192
Calculando x:

x = 2 y⁄3 = 2 � 192⁄3 = 128


Daí,
MATEMÁTICA

y – x = 192 – 128 = 64

50
#FicaDica
SEQUÊNCIAS
Na matemática, achar uma expressão que
possa descrever a sequência numérica em
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS função da posição do termo na mesma tor-
na-se conveniente e necessário para se usar
Definição essa teoria. Os exemplos a seguir exemplifi-
cam esse conceito:
O diário do professor é composto pelos nomes de
seus alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são
escritos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diá- Ex: (1,2,3,4,…)→Essa sequência pode ser descrita
rio) pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês como sendo: an=n. Ou seja, qualquer termo da sequência
são dispostos no calendário obedecendo a certa ordem é exatamente o valor de sua posição.
que também é um tipo de sequência. Assim, sequências Ex: (5,8,11,14,…)→Essa sequência pode ser descrita
estão presentes no nosso dia a dia com mais frequência como sendo: an=3n+2. Ou seja, qualquer termo da se-
que você pode imaginar. quência é o triplo da sua posição somado 2.
A definição formal de sequência é todo conjunto ou Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita
grupo no qual os seus elementos estão escritos em uma como sendo: an=n2-1. Ou seja, qualquer termo da se-
determinada ordem ou padrão. No estudo da matemáti- quência é o quadrado da sua posição subtraído 1.
ca estudamos obviamente, as sequências numéricas.
Ao representarmos uma sequência numérica, deve- Essa expressão de an é definida como expressão do
mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja al- termo geral da sequência.
guns exemplos de sequências numéricas:

Ex: (2,4,6,8,10,12,…) - números pares positivos.


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...) - números naturais.
Ex: (10,20,30,40,50...) - números múltiplos de 10. 1. (FCC-2016 – MODIFICADO) Determine o termo ge-
Ex: (10,15,20,30) - múltiplos de 5, maiores que 5 e me- ral an da sequência numérica
nores que 35.
Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de 1 3 5 7
sequências: , , , , … , an
2 4 6 8
Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti-
dade dos elementos é finita.
Sequência infinita: Sequência que seus elementos se- Resposta: Mediante análise dos termos da sequência,
guem ao infinito. nota-se que termo geral é

Representação 2n − 1
an =
2n
Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro
termo será representado por uma letra minúscula segui- 2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é
do de sua posição na sequência. Assim, o primeiro termo ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A
é representado por a1, o segundo termo é a2, o terceiro diferença entre o 500º e o 50º termos dessa sequência
a3 e assim por diante. é igual a:

FIQUE ATENTO! a) 0,9


b) 9
Em uma sequência numérica finita desconhe-
c) 0,009
cida, o último elemento (chamado por exem-
plo de n-ésimo termo) é representado por an. d) 0,09
e) 0,0009

Resposta: Letra C. Utilizando o termo geral dessa


2n−1
sequência an = , facilmente a500 e a50 são
2n
identificados. Substituindo para n=500 e n=50, che-
ga-se ao resultado.
MATEMÁTICA

51
a razão da PA?
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES Temos então a3 = 2 e a6 = −1 e queremos achar r.
GEOMÉTRICAS Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p =
3 e n = 6. Assim:

PROGRESSÃO ARITMÉTICA an = ap + n − p � r
a6 = a3 + 6 − 3 � r
Definição −1 = 2 + 3 � r
3r = −3
As progressões aritméticas, conhecidas com “PA”, são
sequências de números, que seguem um determinado r = −1
padrão. Este padrão caracteriza-se pelo termo seguinte
da sequência ser o termo anterior adicionado de um va- Ou seja, a razão desta PA é -1.
lor fixo, que chamaremos de constante da PA, represen-
tado pela letra “r”. Soma dos termos
Os exemplos a seguir ilustrarão a definição acima:
a) S={1,2,3,4,5…} : Esta sequência é caracterizada por Outro ponto importante de uma progressão arit-
sempre somar o valor 1 no termo seguinte, ou seja, mética é a soma dos termos. Considerando uma PA
trata-se de uma PA com razão . Se r>0, classificare- que queremos saber a soma dos 5 primeiros termos:
mos com PA crescente. S={2,4,6,8,10…}. Como são poucos termos e sabemos to-
b) S={13,11,9,7,5…} : Também podemos ter sequên- dos eles, podemos simplesmente somá-los: 2+4+6+8+10
cias onde ao invés de somar, estaremos subtraindo = 30. Agora, considere que você saiba apenas o primei-
um valor fixo. Neste exemplo, o termo seguinte é o
ro e o quinto termo, ou seja: a1 = 2 e a5 = 10 e .
termo anterior subtraído 2, assim, trata-se de uma
Como você calcularia a soma dos 5 termos?
PA com razão . Se r<0, classificaremos com PA de-
O jeito que você aprendeu até agora seria obter os
crescente.
outros termos e a razão a partir da expressão do termo
c) S={4,4,4,4,4…} : Além disso, podemos ter uma se-
geral, porém você teria que fazer muitas contas para che-
quência de valores constantes, nesse caso, é como
gar ao resultado, gastando tempo. Como a PA segue um
se estivéssemos somando 0 ao termos. Assim, se
padrão, foi possível deduzir uma expressão que dependa
r=0, classificaremos com PA constante.
apenas do primeiro termo e do último:
Termo Geral
Dado esta lógica de formação das progressões arit- a1 + an � n
Sn =
méticas, pode-se definir o que chamamos de “expressão 2
do termo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática
que relaciona dois termos de uma PA com a razão r: Assim, com , a1 = 2, a5 = 10 e n = 5 , podemos
calcular a soma:
an = ap + n − p � r , com n ∈ ℕ∗
2 + 10 � 5 12 � 5 60
Onde an e ap são termos quaisquer da PA. Essa ex- Sn = = = = 30
2 2 2
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas:
Ou seja, não precisamos saber nem a razão da PA
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon-
para acharmos a soma.
trar outro termo.
Propriedades
Ex: O primeiro termo da PA igual a 7 e a razão é 3,
As progressões aritméticas possuem algumas pro-
qual é o quinto termo?
priedades interessantes que podem ser exploradas em
Temos então a1 = 7 e r = 3 e queremos achar a5.
provas de concursos:
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p =
P1: Para três termos consecutivos de uma PA, o termo
1 e n = 5. Assim:
an = ap + n − p � r médio é a média aritmética dos outros dois termos. Essa
a5 = a1 + 5 − 1 � r
propriedade é fácil de verificar com o exemplo: Vamos
a5 = 7 + 4 � 3
considerar três termos consecutivos de uma PA sendo
an−1, an e an+1 .Podemos afirmar a partir da fórmula
a5 = 19
do termo geral que:
MATEMÁTICA

Ou seja, o quinto termo desta PA é 19. an = an−1 + r


b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter an = an+1 – r
a razão da PA.
Ex: O terceiro termo da PA é 2 e o sexto é -1, qual será Somando as duas expressões:

52
2an = an−1 + r + an +1 − r ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) � r
2an = an−1 + an + 1 ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) � r
ap + ak = a1 + an
O que leva a:

an−1 + an + 1
an = EXERCÍCIOS COMENTADOS
2
1. Em relação à progressão aritmética (10, 17, 24, …), de-
P2: Termos equidistantes dos Extremos. Numa sequên- termine:
cia finita, dizemos que dois termos são equidistantes dos
extremos se a quantidade de termos que precederem o a) o termo geral dessa PA;
primeiro deles for igual à quantidade de termos que su- b) o seu 15° termo;
cederem ao outro termo. Assim, na sucessão:
Resposta:
(a1 , a2 , a3, a4 , . . . , ap , . . . , ak , . . . , an 3 , an 2 , an 1 , an ), a) Para encontrar o termo geral da progressão aritmé-
− − −
tica, devemos, primeiramente, determinar a razão r:
r = a2 – a1
Temos:
r = 17 – 10
r=7
a2 e an 1 são termos equidistantes dos extremos; A razão é 7, e o primeiro termo da progressão (a1) é 10.

a3 e an 2 são termos equidistantes dos extremos; Através da fórmula do termo geral da PA, temos:

a4 e an 3 são termos equidistantes dos extremos.
an = a1 + (n – 1). r

an = 10 + (n – 1). 7
Nota-se que sempre que dois termos são equidis-
tantes dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao Portanto, o termo geral da progressão é dado por an =
valor de n + 1. Assim sendo, podemos generalizar que, 10 + (n – 1). 7.
se os termos e são equidistantes dos extremos, então:
b)  Como já encontramos a fórmula do termo geral,
p + k = n+1 vamos utilizá-la para encontrar o 15° termo. Tendo em
vista que n = 15, temos então:
an = 10 + (n – 1). 7
FIQUE ATENTO! a15 = 10 + (15 – 1). 7
Com as considerações anteriores, temos que a15 = 10 + 14 . 7
numa PA com termos, a soma de dois ter- a15 = 10 + 98
mos equidistantes dos extremos é constante a15 = 108
e igual a soma do primeiro termo com o úl-
timo termo. O 15° termo da progressão é 108.

2. (CONED-2016) Em uma PA com 12 termos, a soma


Ex: Sejam, numa PA de termos, ap e ak termos equi-
dos três primeiros é 12 e a soma dos dois últimos é 65. A
distantes dos extremos, teremos, então:
razão dessa PA é um número:

ap = a1 + (p – 1) � r ⇒ ap = a1 + p � r – r a) Múltiplo de 5
ak = a1 + (k – 1) � r ⇒ ak = a1 + k � r – r b) Primo
c) Com 3 divisores positivos
d) Igual a média geométrica entre 9 e 4
Somando as expressões: e) Igual a 4!
ap + ak = a1 + p � r – r + a1 + k � r – r Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do termo ge-
ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) � r ral nas duas considerações do enunciado, chega-se a
razão igual a 3, que é um número primo
MATEMÁTICA

Considerando que p + k = n + 1 , ficamos com: PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)

Definição
As progressões geométricas, conhecidas com “PG”,

53
são sequências de números, como as PA, mas seu padrão
an = ap � qn−p
está relacionado com a operação de multiplicação e di-
visão. Ou seja, o termo seguinte de uma PG é composto a4 = a1 � q4−1
pelo termo anterior multiplicado por uma razão cons- a4 = 5 � 23
tante, que será chamada de “q”.
Os exemplos a seguir ilustrarão melhor essas defini- a4 = 5 � 8 = 40
ções:
Ou seja, o quarto termo desta PG é 40.
a) S={2,4,8,16,32…}: Esta sequência é caracterizada
por sempre multiplicar o termo anterior por uma
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter
razão constante, q = 2. Como os termos subse-
a razão da PG. Exemplo: O segundo termo da PG é
qüentes são maiores, temos uma PG crescente (ca-
3 e o quarto é 1/3, qual será a razão da PG, saben-
racterizada por q > 0 )
1 1 1 do que q < 0 ?
b) S = {9,3,1, , , … }: Esta sequência
3 9 sempre
é caracterizada por 27 multiplicar o ter- 1
Resolução: Temos então a2 = 3 e a4 = e que-
1 3
remos achar q. Substituindo na fórmula do termo geral,
mo anterior por uma razão constante q =
, ou seja, estar sendo dividida sempre por 3. As-
3 temos que p = 2 e n = 4. Assim:
sim, como os termos subseqüentes são menores,
temos uma PG decrescente (caracterizada por an = ap � qn−p
a1 > 0 e 0 < q < 1 ).
a4 = a2 � q4−2
c) S={-1,-2,-4,-8 ,-16,…}: Esta sequência é caracteri-
zada por sempre multiplicar o termo anterior por 1
uma constante q=-2. Assim, como os termos sub- = 3 � q2
3
seqüentes são menores, temos outro caso de PG
1
decrescente (caracterizada por a1 < 0 e q > 1 ). q2 =
d) S={1,-4,16,-64,256…}: Esta sequência mostra alter- 9
nância de sinal entre os termos. A razão neste caso
é q=-4 e quando isto ocorre, definimos como PG
alternada. (caracterizada por q < 0 ).
e) S={5,5,5,5,5,5,…}: Esta sequência possui termos
constantes e é caracterizada por ter uma razão
q=1. Neste caso, é definido o que chamamos de Como q < 0 , temos que a razão dessa PG é -1/3.
PG constante.
Soma finita dos termos
FIQUE ATENTO! Seguindo o mesmo princípio da PA, temos na PG a
Atenção as definições de PG decrescente e somatória dos “n” primeiros termos também. Uma fór-
PG alternada, muitos alunos se confundem mula foi deduzida e está apresentada a seguir:
e dizem que PG decrescente ocorre quando
, em uma analogia a PA. a1 � qn − 1
Sn =
q−1
Termo Geral
O ponto interessante desta fórmula é que ela depen-
Dado esta lógica de formação das progressões geo- de apenas da razão e do primeiro termo, sem a necessi-
métricas, podemos também definir a “expressão do ter- dade de obter o termo . Caso você tenha qualquer outro
mo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que rela- termo e a razão q, você obtém primeiramente o primeiro
ciona dois termos de uma PG com a razão q: termo com a fórmula do termo geral e depois obtém a
soma. O exemplo a seguir ilustra isso:
Exemplo: Calcule a soma dos quatro primeiros temos
an = ap � qn−p , n ∈ ℕ∗ , q ∈ ℝ de uma PG, com q = 3 e a2 = 12
Onde an e ap são termos quaisquer da PG. Essa ex- Resolução: Para aplicar a fórmula da soma, é necessá-
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas: rio obter o primeiro termo da PG. Usando o termo geral
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon- (com n=2 e p=1):
trar outro termo. Exemplo: O primeiro termo da PG an = ap � qn−p
MATEMÁTICA

igual a 5 e a razão é 2, qual é o quarto termo? a2 = a1 � q2−1


Resolução: Temos então a1 = 5 e q = 2 e quere- 12 = a1 � 31
mos achar a4 . Substituindo na fórmula do termo geral, a1 = 4
temos que p = 1 e n = 4. Assim:

54
Com o primeiro termo obtido, podemos encontrar a a1
somatória (com n=4): S∞ =
1−q

a1 qn − 1 1
Sn = S∞ =
q−1 1
1−
2
a1 q4 − 1
S4 = 1
q−1 S∞ = =2
1
2
4 34 − 1 Ou seja, a soma dos termos desta PG infinita vale 2.
S4 =
3−1

4 � 343 − 1 EXERCÍCIOS COMENTADOS


S4 = = 2 � 342 = 684
2
1.(FUNAI – CONHECIMENTOS GERAIS –
ESAF/2016) O limite da série infinita S de razão 1/3,
Assim, a soma dos primeiros quatro termos desta PG 1 1
é igual a 684. S = 9 + 3 + 1 + + + ⋯ ) é:
3 9
Soma da PG infinita a) 13,444...
b) 13,5
Além da soma dos “n” primeiros termos, as progres- c) 13,666...
sões geométricas possuem uma particularidade. Para PG d) 13,6
com , ou seja, para PG decrescentes ou alternadas, pode- e) 14
mos definir a “soma da PG infinita”. Em outras palavras,
se tivermos uma PG com infinitos termos com q < 1 Resposta: Letra B.
, podemos obter a somar todos eles e obter um valor a1
finito. A fórmula da PG infinita é apresentada a seguir: Aplicando a fórmula da PG infinita S∞ = , che-
1−q
ga-se na resposta.
a1
S∞ = 2. Determine o valor do sexto termo da seguinte pro-
1−q
gressão geométrica (1, 2, 4, 8, ...).
#FicaDica Resposta: a6 = 32
A fórmula é bem simples e como na fórmu- Nota-se que a razão da progressão geométrica é igual
la da soma dos “n” primeiros termos, temos a 2. Então, tem-se que:
dependência apenas do primeiro termo e da
razão. an = ap � qn−p
a6 = a1 � q6−1
Exemplo: Calcule a soma infinita da seguinte PG: a6 = 1 � 25 = 32

1 1 1 1 1
S = {1, , , , , ,…�
2 4 8 16 32 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resolução: Como se trata de uma PG decrescen-
1
te com a1 = 1 e q = 2 , ela atende aos requisitos da A definição de porcentagem passa pelo seu próprio
soma infinita: Substituindo na fórmula: nome, pois é uma fração de denominador centesimal,
ou seja, é uma fração de denominador 100. Representa-
mos porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
MATEMÁTICA

50
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equiva-
lente a ela é uma porcentagem que podemos represen-
tar por 50%.
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que

55
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que: No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente:
𝑝
𝐴= .𝑉
100 𝑝 𝐴 𝐴
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é 100 𝑉 𝑝
o todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcen-
tagem se resumem a três tipos: Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros,
Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar quantos tiros ele deu no total?
A): Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
basta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, o “todo”, assim:
𝑝
por V. Assim:
100
𝐴 15
𝑝 𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
P% de V =A= 100 .V 𝑝 75

Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2 Forma Decimal: Outra forma de representação de
100 porcentagens é através de números decimais, pois todos
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que eles pertencem à mesma classe de números, que são os
67% de uma amostra assistem a certo programa de TV. números racionais. Assim, para cada porcentagem, há um
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na for-
assistem ao tal programa? ma decimal seriam representados por 0,35. A conversão
Aqui, queremos saber a “parte” da população que é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que está
assiste ao programa de TV, como temos a porcentagem representada na forma de fração:
e o total, basta realizarmos a multiplicação:
75
67 75% = = 0,75
67% de 56000=A= 56000=37520 100
100
AUMENTO E DESCONTO PERCENTUAL
Resp. 37 520 pessoas.
Outra classe de problemas bem comuns sobre porcen-
Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero tagem está relacionada ao aumento e a redução percentual
achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o de um determinado valor. Usaremos as definições apresen-
valor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma: tadas anteriormente para mostrar a teoria envolvida.

𝑝 𝐴 Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial


𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
100 𝑉 V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame-
mos de VA o valor após o aumento. Assim:
Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jo-
gos. Qual foi sua porcentagem de vitórias? p
VA = V + .V
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta- 100
gem de vitórias que esse time obteve, assim: Fatorando:

𝐴 10 p
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5% VA = ( 1 + ) .V
𝑉 16 100

Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.


Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou 48 Em que (1 + p ) será definido como fator de au-
de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário acertar mento, que pode 100estar representado tanto na forma de
55% das questões, o candidato foi ou não foi aprovado? fração ou decimal.
Para sabermos se o candidato passou, é necessário Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
calcular sua porcentagem de acertos: V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
memos de VD o valor após o desconto.
MATEMÁTICA

𝐴 48
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55% p
𝑉 80 VD = V – .V
100

Logo, o candidato foi aprovado. Fatorando:

56
p Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
VD = (1 – ) .V um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
100
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o va-
p lor após o primeiro aumento, temos:
Em que (1 – ) será definido como fator de des-
conto, que pode 100estar representado tanto na forma de
fração ou decimal. 𝑝1
V1 = V .(1 + )
Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês 100
de janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja,
aumento. Se a empresa deseja que o salário desse fun-
após já ter aumentado uma vez, temos que:
cionário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que
salário deve admiti-lo?
𝑝2
Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de V2 = V1 .(1 + )
saber o valor de V, assim: 100
Como temos também uma expressão para V1, basta
p substituir:
VA = ( 1 + 100 ).V
𝑝1 𝑝2
40 V2 = V .(1 + ) .(1 + )
3500 = ( 1 + ).V 100 100
100
Assim, para cada aumento, temos um fator corres-
3500 =(1+0,4).V
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar
ao resultado final.
3500 =1,4.V
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V
3500 um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
V= =2500 descontos sucessivos de p1% e p2%.
1,4
Resp. R$ 2 500,00 Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:

Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar 𝑝1


em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um V1 = V.(1 – )
100
deles é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
Aqui, basta calcular o valor de VD : Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
após já ter descontado uma vez, temos que:
p
VD = (1 – ) .V 𝑝2
100 V2 = V_1 .(1 – )
20 100
VD = (1 – ) .250,00 Como temos também uma expressão para , basta
100
substituir:
VD = (1 –0,2) .250,00
𝑝1 𝑝2
VD = (0,8) .250,00 V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100
VD = 200,00 Além disso, essa formulação também funciona para
Resp. R$ 200,00 aumentos e descontos em sequência, bastando apenas
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V
FIQUE ATENTO! um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
Em alguns problemas de porcentagem são
necessários cálculos sucessivos de aumen- Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
tos ou descontos percentuais. Nesses casos
é necessário ter atenção ao problema, pois 𝑝1
erros costumeiros ocorrem quando se cal- V1 = V .(1+ )
cula a porcentagens do valor inicial para ob- 100
ter todos os valores finais com descontos ou Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
aumentos. Na verdade, esse cálculo só pode
ser feito quando o problema diz que TODOS 𝑝2
MATEMÁTICA

os descontos ou aumentos são dados a uma V2 = V_1 .(1 – )


porcentagem do valor inicial. Mas em geral,
100
os cálculos são feitos como mostrado no Como temos uma expressão para , basta substituir:
texto a seguir.

57
𝑝1 𝑝2 JUROS SIMPLES
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo
Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um
sfreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aque-
ao seu valor original. le que empresta).

(  ) Certo (  ) Errado 1. Nomenclatura


a) Os juros são representados pela letra J.
Este problema clássico tem como finalidade conceituar b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama-
esta parte de aumento e redução percentual e evitar o erro mos de capital e é representado pela letra C.
do leitor ao achar que aumentando p% e diminuindo p%, c) O tempo de depósito ou de empréstimo é repre-
volta-se ao valor original. Se usarmos o que aprendemos, sentado pela letra t.
temos que: d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide
sobre um capital durante certo tempo. É represen-
V2 = V . 1+
𝑝1
. 1–
𝑝2 tado pela letra i e utilizada para calcular juros.
100 100 Chamamos de simples os juros que são somados ao
𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
capital inicial no final da aplicação.
20 20
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 FIQUE ATENTO!
V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 ) Devemos sempre relacionar taxa e tempo
numa mesma unidade:
V2 = V .(1,2) .(0,8) Taxa anual --------------------- tempo em
anos
96 Taxa mensal-------------------- tempo em
V2 = 0,96.V= V=96% de V meses
100
Taxa diária---------------------- tempo em
Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não dias
100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assina-
lar a opção ERRADO.
Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros sim-
ples, a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à
taxa de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resolução:
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição, - Tempo de aplicação (t): 4 meses
uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha- - Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)
mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9% Fazendo o cálculo, mês a mês:
entre as mulheres, o número de votantes do sexo masculi- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$
no será exatamente igual ao número de votantes do sexo 3.000,00 = R$ 60,00
feminino. Determine o número de eleitores de cada sexo. No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo 120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
índice de abstenções entre os homens foi de 6% e 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
e 91% das mulheres compareceram a votação, onde Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que
94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter- vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que
minar o número de eleitores de cada sexo temos os quantifica o total de juros simples do período, e ela está
seguinte sistema para resolver: apresentada abaixo:

F + M = 18500 J=C ∙ i ∙ t

0,94M = 0,91F
MATEMÁTICA

Além disso, quando quisermos saber o total que será


pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do in-
0,91
Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora, vestimento, o qual definimos como Montante (M), basta
substituindo M na primeira equação do sistema en- somar o capital com os juros, usando o conceito funda-
contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100. mental da matemática financeira:

58
M=C+J
Ou
M=C(1+i . t)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ENEM – 2015) Um casal realiza um financiamento imobiliário de R$ 180 000,00, a ser pago em 360 prestações
mensais, com taxa de juros efetiva de 1% ao mês. A primeira prestação é paga um mês após a liberação dos recursos e
o valor da prestação mensal é de R$ 500,00 mais juro de 1% sobre o saldo devedor (valor devido antes do pagamento).
Observe que, a cada pagamento, o saldo devedor se reduz em R$ 500,00 e considere que não há prestação em atraso.
Efetuando o pagamento dessa forma, o valor, em reais, a ser pago ao banco na décima prestação é de:

a) 2 075,00.
b) 2 093,00.
c) 2 138,00.
d) 2 255,00.
e) 2 300,00.

Resposta: Letra D. Temos que, na décima prestação, o valor devido é de 175 500. Calculando os juros, temos 1% de
175500 = 1755. Logo, na décima prestação o valor será de 1755 + 500 = 2255.

2.(NUCEPE 2009) Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele aplica 30% desse dinheiro em um investimento que rende
juros simples a uma taxa de 3% a.m., durante 2 meses, e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m., durante
2 meses também. Ao fim desse período, esse investidor possui:

a) R$ 83.680,00
b) R$ 84.000,00
c) R$ 84.320,00
d) R$ 84.400,00
e) R$ 88.000,00

Resposta: Letra A. Temos neste problema um capital sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os cálculos
separadamente:
1º investimento
30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2 meses.
Lembrando que i = 3% = 0,03.
Cálculo dos juros J, onde J=C∙i∙t:
J = 24000∙ (0,03) ∙2 = 1440.
Juros do 1º investimento = R$ 1440,00.

2º investimento
R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período t = 2
meses.
J = 56000∙ (0,02) ∙ 2 = 2240.
Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00.
Portanto, o montante final será de
R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.

JUROS COMPOSTOS

O capital inicial (principal) pode crescer como já sabemos, devido aos juros. Basicamente, há duas modalidades de
como se calcular os juros:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros.
Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros.
MATEMÁTICA

Também conhecido como “juros sobre juros”.


Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um
exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:

59
Capital = 100 Juros Simples Juros Compostos
N° de Anos Montante Simples Montante Composto
1 100 + 0,1 ∙ 100 = 110 100,00 + 0,1 ∙ (100,00) = 110,00
2 110 + 0,1 ∙ 100 = 120 110,00 + 0,1 ∙ (110,00) = 121,00
3 120 + 0,1 ∙ 100 = 130 121,00 + 0,1 ∙ (121,00) = 133,10
4 130 + 0,1 ∙ 100 = 140 133,10 + 0,1 ∙ (133,10) = 146,41
5 140 + 0,1 ∙ 100 = 150 146,41 + 0,1 ∙ (146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo
juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado gra-
ficamente da seguinte forma:

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as quantias gera-
das pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade,
o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i = 10%
a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 ∙ 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 ∙1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 ∙ 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos evidentemente: M = 1000(1 + 0,1)n
De uma forma genérica, teremos para um capital C, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o período n :
M = C(1 + i)n

Onde M = montante, C = Capital, i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal C foi aplicado.

FIQUE ATENTO!
Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser neces-
sariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo,
se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês durante 3 ∙ 12=36 meses.
Exemplo: Calcule o montante de uma aplicação financeira de R$ 2000,00 aplicada a juros compostos de
2% ao mês durante 2 meses:

Resolução: M = C∙(1 + i)n→M = 2000∙(1 +0,02)2→M = 2000∙(1,02)2=R$ 2080,80

Com aplicação da fórmula, obtém-se o montante. Agora, se quisermos os juros? Como se calcula os juros desta
MATEMÁTICA

aplicação sendo que agora não temos uma fórmula para J como nos juros simples? Para resolver isso, basta relembrar
o conceito fundamental:
M=C+J→J=M-C

Como calculamos o montante e temos o capital:

60
J=M-C→2080,80-2000,00=R$ 80,80
Esse exemplo é a aplicação básica de juros compos-
tos.
HORA DE PRATICAR!

1. (Pref. Palma Sola-SC – Enfermeiro – AMEOSC/2016)


FIQUE ATENTO! Qual a soma dos 12 primeiros termos da sequência (4,
Alguns concursos podem complicar um 12, 36, ...)
pouco as questões, deixando como incóg-
nita o período da operação “n”. a) 236.196
b) 354.292
c) 708.588
Exemplo: Em quanto tempo devo deixar R$ 3000,00 d) 1.062.880
em uma aplicação para que renda um montante de R$
3376,53 a uma taxa de 3% ao mês. 2. (Professor – Pref. Rio de Janeiro/2016) Ao comple-
tar 36 anos de idade, no dia x do mês (x+5), um aluno
Resolução: Neste caso, precisamos saber n, vamos percebeu que a sequência formada, respectivamente,
isolá-lo na fórmula do montante: pelos números que representavam o dia, o mês de seu
aniversário e a sua idade era uma progressão geométri-
n
M n
M n ca. O mês de nascimento desse aluno é: 
M=C 1+i → = 1+i → log = log 1 + i
C C
a) Dezembro
M b) Outubro
log = n � log 1 + i → c) Agosto
C d) Junho

3. (Câmara de Barra Velha-SC – Advogado –


IOBV/2016) Dada a progressão geométrica com o pri-
meiro termo igual a 1 e a razão igual a 3, a alternativa que
corresponde ao 8º termo desta progressão, é:
A fórmula envolve logaritmos e você tem dois cami-
nhos: Memorize ou sempre lembre da dedução a partir a) 22
da fórmula do montante. Substituindo os valores: b) 243
c) 2.187
d) 729

4. (MGS – Nível Médiod – IBFC/2015) As razões entre


a progressão aritmética 3,7,... e a progressão geométrica
cujo primeiro termo é 5 são iguais. Desse modo, o quinto
termo da progressão geométrica é igual a: 
EXERCÍCIO COMENTADO
a) 320
1. (NOVA 2017) Calcule o montante de um empréstimo b) 80
a juros compostos de R$ 10000,00 a uma taxa de 0,5% c) 1280
a.m durante 6 meses. Dado: 1,0056 = 1,0304 d) 2560
a) R$ 10303,77
b) R$ 10090,90 5. (IESES – Assistente Técnico – 2017) Determine o va-
c) R$ 13030,77 lor do nono termo da seguinte progressão geométrica
d) R$ 13250,80 (1, 2, 4, 8, ...):  
e) NDA
a) 438
Resposta: Letra a. M = C(1 + i)^n→M = 10000∙(1 b) 512
+0,005)^6→M = 10000∙(1,005)^6=R$ 10303,77 c) 128
d) 256

6.(SEGEP-MA – Técnico da Receita Estadual – 2016)


MATEMÁTICA

Na progressão geométrica 8/9; 4/3; 2; 3;... , o primeiro


termo que supera o número 11 é o termo que se encon-
tra na posição de número

a) 7

61
b) 10 a) 8
c) 11 b) 6
d) 8 c) 4
d) 3
7.(FUMARC – Assistente Operacional – 2016) Na se- e) 2
quência numérica (x, y, 6, 4) os três primeiros termos es-
tão em Progressão Aritmética e os três últimos termos 12. (CS-UFG-2016) Uma pessoa utiliza o seguinte proce-
estão em Progressão Geométrica. Nessas condições, dimento para fazer a leitura de um livro de 1024 páginas:
é CORRETO afirmar que os valores de x e de y são, res- no primeiro dia, lê uma página, no segundo dia, três pá-
pectivamente, iguais a:  ginas, de modo que o número de páginas lidas em cada
dia coincida com o termo da progressão aritmética com
a) 2 e 4 primeiro termo igual a 1 e razão igual a 2. Nestas condi-
b) 9 e 10 ções, esse livro será lido em quantos dias?
c) 10 e 12
d) 12 e 9 a) 32
b) 64
8. (FAUEL – Técnico Administrativo – 2016) Progres- c) 128
sões geométricas são sequências de números nas quais d) 512
o próximo número é obtido a partir da multiplicação do
número anterior por um número fixo, a razão. Sabendo 13. (IBFC-2016) Numa P.A.(progressão aritmética) o se-
que o terceiro número dessa progressão é 15 e o quinto gundo termo é igual a 15 e a razão é igual a (-2). Nessas
é 135, qual das alternativas pode representar o segundo condições, a soma dos sete primeiros termos dessa P.A.
termo dessa razão? é:

a) -3 a) 77
b) 5 b) 63
c) -10 c) 80
d) 15 d) 64

9.(IDECAN – Auxiliar em Administração – 2016) Con- 14. (IBFC-2016) A soma de todos os números da se-
sidere a seguinte sequência: quência: 3, 7,11, 15, ..., 79 é igual a: 
 
a) 820
b) 792
c) 828
d) 832

Qual das alternativas a seguir substitui corretamente a 15. (PUCSP 2017) Considere a progressão aritmética
interrogação na sequência apresentada? (3, a2 , a3, …) crescente, de razão r e a progressão geo-
métrica (b1 , b2, b3, 3, … ) decrescente, de razão q de modo
a) 1/8 que a3 = b3 e r = 3q . O valor de b2 é igual a
b) 1/6
c) 1/4 a) a6
d) 1/2 b) a7
c) a8
10.(ZAMBINI – Engenheiro – 2010) Um feirante tinha d) a9
uma quantidade de melancias para vender e atendeu
sucessivamente três fregueses. Cada freguês levou a Leia o texto publicado em maio de 2013 para responder
metade das melancias existentes na barraca e mais uma à questão a seguir.
melancia. Se sobraram 7 melancias na barraca, podemos
afirmar que havia inicialmente Os Estados Unidos se preparam para uma invasão de
insetos após 17 anos
a) 16
b) 34 Elas vivem a pelo menos 20 centímetros sob o solo há
c) 70 17 anos. E neste segundo trimestre, bilhões de cigarras
MATEMÁTICA

d) 72 (Magicicada septendecim) emergirão para invadir partes


da Costa Leste, enchendo os céus e as árvores, e fazendo
11. (INSTITUTO AOCP-2016) Considere uma sequência muito barulho.
de números pares consecutivos iniciada pelo número 12. Há mais de 170 espécies de cigarras na América do Nor-
Qual é a diferença entre o oitavo e o quinto termos? te, e mais de 2 mil espécies ao redor do mundo. A maio-

62
ria aparece todos os anos, mas alguns tipos surgem a c) 30%
cada 13 ou 17 anos. Os visitantes deste ano, conhecidos d) 10%
como Brood II (Ninhada II, em tradução livre) foram vis-
tos pela última vez em 1996. Os moradores da Carolina 19. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚ-
do Norte e de Connecticut talvez tenham de usar rastelos BLICO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimen-
e pás para retirá-las do caminho, já que as estimativas do to de ensino possui em seu quadro de estudantes alunos
número de insetos são de 30 bilhões a 1 trilhão. de várias idades. A quantidade de alunos matriculados
Um estudo brasileiro descobriu que intervalos baseados neste estabelecimento é de 1300. Sabendo que deste to-
em números primos ofereciam a melhor estratégia de tal 20% são alunos maiores de idade, podemos concluir
sobrevivência para as cigarras. que a quantidade de alunos menores de idade que estão
<http://tinyurl.com/zh8daj6> Acesso em: 30.08.2016. matriculados é:
Adaptado.
a) 160
16. (Fatec 2017) Com relação à Ninhada II, e adotando b) 1040
o ano de 1996 como o 1º termo (a1) de uma Progressão c) 1100
Aritmética, a expressão algébrica que melhor representa d) 1300
o termo geral (an) da sequência de anos em que essas
cigarras sairão à superfície, é dada por 20. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRA-
TIVO – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu
a) an=17n+1979 José foi vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao
b) an=17m+1998 preço de R$ 3,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30%
c) an=17n+2013 da quantidade que sobrou ao preço de R$ 2,00; e no 3°
d) an=1996n+17 dia ele vendeu 20% do que restou da venda dos dias
e) an=1979n+17 anteriores ao preço de R$ 1,00. Quanto seu José apurou
com as vendas das bananas nos três dias?
17. (VUNESP 2017) A figura indica o empilhamento de
três cadeiras idênticas e perfeitamente encaixadas umas a) R$ 700,00
nas outras, sendo h a altura da pilha em relação ao chão. b) R$ 540,00
c) R$ 111,00
d) R$ 450,00
e) R$ 561,00

21. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com a


criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em re-
lação aos direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda há
muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres cor-
responde, aproximadamente, a três quartos da renda dos
homens. Considerando os dados apresentados, qual a dife-
rença aproximada, em termos percentuais, entre a renda do
homem e a da mulher?

a) 75%
b) 60%
c) 34%
A altura, em relação ao chão, de uma pilha de n cadeiras d) 25%
perfeitamente encaixadas umas nas outras, será igual a
1,4 m se n for igual a 22. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM –
IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e
a) 14 ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o salário
b) 17 de Paulo é igual a:
c) 13
d) 15 a) R$ 2375,00
e) 18 b) R$ 750,00
c) R$ 1240,00
18. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016) d) R$ 1050,00
MATEMÁTICA

Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina. e) R$ 875,00


A porcentagem de gasolina na mistura é igual a: 
23. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM
a) 40% – MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão
b) 20% com 25% de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual

63
era o preço do fogão sem o desconto? a) A−B = { 4,5,6}
b) B−A = {-1,0}
a) R$ 355,00 c) A∩B = { -1,0,2,3}
b) R$ 412,50 d) Nenhuma das alternativas.
c) R$ 440,00
d) R$ 460,00 29. USP-SP - Depois de n dias de férias, um estudante
observa que:
24. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar - Choveu 7 vezes, de manhã ou à tarde;
um produto, José obteve um desconto de 12% (doze - Quando chove de manhã não chove à tarde;
por cento) por ter pagado à vista e pagou o valor de R$ - Houve 5 tardes sem chuva;
105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas - Houve 6 manhãs sem chuva.
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
Podemos afirmar então que n é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00 a)7
c) R$ 120,00 b)8
d) R$ 130,00 c)9
e) R$ 115,00 d)10
e)11
25. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE
TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo da- 30. (PC-SP – Técnico de Laboratório – VUNESP/2014)
dos do IBGE, a população de Itapema (SC) em 2010 era Para um seminário de artes marciais, inscreveram-se 500
de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente, pessoas. Do total de inscritos, 200 praticam caratê, 250
essa população é de, aproximadamente, 59.000 habitan- praticam kung fu e 300 praticam aikido. Todos os prati-
tes. O aumento percentual dessa população no período cantes de kung fu também praticam uma das outras duas
de 2010 a 2016 foi de: modalidades, e nenhum dos inscritos pratica as três mo-
dalidades. Sabendo-se que, nesse seminário, 70 pessoas
a) 22,4% praticam tanto caratê quanto aikido e que 80 pessoas
b) 28,8% praticam apenas aikido, o número de inscritos que não
c) 71,2% praticam essas modalidades é
d) 77,6%
a) 70.
26. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gas- b) 30.
tou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, c) 50.
a porcentagem que representa o que restou para Joana d) 80.
do valor que possuía é: e) 100.

a) 76% 31. (CEPLAG-RJ – Analista Executivo – CEPERJ/2013)


b) 24% Considere 3 conjuntos A, B e C quaisquer. A operação
c) 32% A∪(B∩C) equivale a:
d) 68%
e) 82% a) (A∩B) ∪ (A∩C)
b) (A∪B) ∩ (A∪C)
27. (TRT 11ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – c) (A∪B) ∪ (A∪C)
FCC/2015) Em 2015 as vendas de uma empresa foram d) (A∩B) ∩ (A∩C)
60% superiores as de 2014. Em 2016 as vendas foram e) (A∪B)∪ (A∩C)
40% inferiores as de 2015. A expectativa para 2017 é de
que as vendas sejam 10% inferiores as de 2014. Se for 32. (TJ-PE – Oficial de Justiça – FCC/2012) Em um setor
confirmada essa expectativa, de 2016 para 2017 as ven- público com 24 funcionários, 10 são advogados, 8 são
das da empresa vão. contadores, 4 são administradores e 2 são economistas.
Um grupo de trabalho deverá ser formado com estes
a) diminuir em 6,25% funcionários, sabendo-se que nenhum deles possui mais
b) aumentar em 4% de uma formação. Escolhendo aleatoriamente funcioná-
c) diminuir em 4% rios deste setor, o número mínimo de funcionários que
d) diminuir em 4,75% se deve escolher para ter certeza de que pelo menos três
MATEMÁTICA

e) diminuir em 5,5% possuem a mesma formação é

28. (Pref. Coroados-SP – Auxiliar Administrativo – a) 7


EXCELÊCIA/2018) Dados os conjuntos A{ 2,3,4,5,6} e B{ b) 8
-1,0,2,3} assinale a alternativa INCORRETA: c) 9

64
d) 10 a)80
e)12 b) 168
c) 312
33.  (TJ-PE – Oficial de Justiça – FCC/2012) Sabendo d) 480
que A = {1, 2, 3, 4}, B = {4, 5, 6} e C = {1, 6, 7, 8, 9}, pode- e) 560
mos afirmar que o conjunto (A   B)   C é:

a) {1, 4} GABARITO
b) {1, 4, 6, 7}
c) {1, 4, 5, 6}
d) {1, 4, 6, 7, 8, 9} 1 D
2 D
34. José Carlos e Marlene são os pais de Valéria. A família
3 C
quer viajar nas férias de julho. José Carlos conseguiu tirar
suas férias na fábrica do dia 2 ao dia 28. Marlene obteve 4 C
licença no escritório de 5 a 30. As férias de Valéria na es- 5 D
cola vão de 1 a 25. Durante quantos dias a família poderá
6 E
viajar sem faltar as suas obrigações?
7 D
a) 19 8 B
b) 20
9 C
c) 21
d) 22 10 D
11 B
35. Numa pesquisa de mercado, verificou-se que 15 12 A
pessoas utilizam pelo menos um dos produtos A ou B.
Sabendo que 10 destas pessoas não usam o produto B 13 A
e que 2 destas pessoas não usam o produto A, qual é o 14 A
número de pessoas que utilizam os produtos A e B? 15 B

a) 2 16 A
b) 3 17 B
c) 4 18 A
d) 5
19 B
36.(UNESP) Numa classe de 30 alunos, 16 gostam de 20 E
Matemática e 20 gostam de História. O número de alu- 21 D
nos desta classe que gostam de Matemática e História é:
22 B
a) exatamente 16 23 C
b) exatamente 10 24 C
c) no máximo 6 25 B
d) no mínimo 6
e) exatamente 18 26 A
27 A
37.(UFT ) Uma Instituição de Ensino Superior oferece os 28 C
cursos A e B. Em seu processo seletivo o candidato pode
optar por inscrever-se nos dois cursos ou apenas em um 29 C
curso. Ao final, o número de inscrições por curso e o nú- 30 A
mero total de candidatos inscritos pode ser observado 31 B
no quadro que segue:
32 C
33 D
34 C
35 B
MATEMÁTICA

Com base nas informações acima e nas possibilidades de 36 D


inscrições, pode se afirmar que o número de candidatos 37 B
que optaram por inscrever-se somente no curso A foi:

65
ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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66
ÍNDICE

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Sistema Financeiro Nacional............................................................................................................................................................................... 1


Dinâmica Do Mercado........................................................................................................................................................................................... 8
Mercado Bancário.................................................................................................................................................................................................... 9
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que possibilita a trans-
ferência de recursos entre os agentes econômicos (pessoas físicas, empresas, governo) superavitários e deficitários da
economia; com o objetivo de aumentar a atividade produtiva.
A legislação, através do Art. 192 da Constituição Federal, apresenta o STF:
“O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir
aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regu-
lado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que
o integram.”
A função básica do SFN é distribuir os recursos entre todos os participantes, ou seja, agentes com excedentes (su-
peravitários) para os agentes com escassez de recursos financeiros (deficitários).

Agentes superavitários

Instituições Financeiras

Agentes Deficitários

Os agentes deficitários são os tomadores de recursos financeiros, aqueles que pretendem gastar além do que sua
renda permite, precisam então complementar seus recursos financeiros para executar seus planos, pagando posterior-
mente, pelo capital que conseguirem.
Os agentes superavitários são os ofertadores de recursos financeiros, aqueles que pretendem gastar menos do que
sua renda, investindo seu excedente para obter remuneração extra através de aplicações financeiras.
O SFN exerce mais algumas funções também de extrema importância para o país:
Manutenção do desenvolvimento;
Fiscalização das atividades de crédito;
Fiscalização de atividades de circulação da moeda.

ESTRUTURA DO SFN
O Sistema Financeiro Nacional está estruturado em dois grandes segmentos. De um lado, estão as instituições ban-
cárias, assim entendido como o conjunto constituído por bancos comerciais, caixas econômicas, cooperativas de crédito
e bancos múltiplos. De outro, estão agrupadas as instituições atuantes nas demais áreas do mercado financeiro: bancos
de desenvolvimento, bancos de investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de ar-
rendamento mercantil, sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias, associações de poupança e emprés-
timos, sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e corretoras de câmbio e de títulos e valores mobiliários.
A figura dos bancos múltiplos foi instituída pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em set/88, com as características
de se constituírem como instituições mistas, podendo por meio da criação de carteiras, operar nas diversas áreas onde
atuam as instituições singulares.
Abaixo, segue a estrutura disponível no site do Banco Central.

Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes
estabelecidas pelo CMN.
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Abaixo, segue um modelo mais resumido, porém, com o mesmo conceito da estrutura do SFN.

1
Abaixo, segue um modelo mais resumido, porém, com o mesmo conceito da estrutura do SFN.
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

2
SISTEMA NORMATIVO da Comissão de Valores Mobiliários.
Refere-se a parte regulatória do SFN, estabelecendo Cabe à Secretaria de Política Econômica - SPE, nos
normas de funcionamento e fiscalização juntos as insti- termos do Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017,
tuições e aos agentes que atuam nos mercados financei- assessorar o representante do Ministério da Fazenda no
ro e de capital. Os Órgãos normativos determinam regras Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, órgão
gerais para o bom funcionamento do SFN. regulador dos setores de seguros, resseguros, previdên-
cia complementar aberta e capitalização. 
ÓRGÃOS NORMATIVOS
Conselho Monetário Nacional CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão COMPLEMENTAR (CNPC)
superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a O Conselho Nacional de Previdência Complementar
responsabilidade de formular a política da moeda e do - CNPC é o órgão com a função de regular o regime de
crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o de- previdência complementar operado pelas entidades fe-
senvolvimento econômico e social do país. chadas de previdência complementar, nova denomina-
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei ção do então Conselho de Gestão da Previdência Com-
nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. O Conselho deu plementar.
O CNPC é presidido pelo ministro da Previdência
início às suas atividades 90 dias depois, em 31 de março
Social e composto por representantes da Superinten-
de 1965.
dência Nacional de Previdência Complementar (Previc),
O principal ramo do SFN lida diretamente com quatro
da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar
tipos de mercado:
(SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, dos
• mercado monetário: é o mercado que fornece à Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e
economia papel-moeda e moeda escritural, aquela Gestão, das entidades fechadas de previdência comple-
depositada em conta-corrente; mentar, dos patrocinadores e instituidores de planos de
• mercado de crédito: é o mercado que fornece re- benefícios das entidades fechadas de previdência com-
cursos para o consumo das pessoas em geral e plementar e dos participantes e assistidos de planos de
para o funcionamento das empresas; benefícios das referidas entidades.
• mercado de capitais: é o mercado que permite às O Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010, dispõe
empresas em geral captar recursos de terceiros e, sobre a organização e o funcionamento do Conselho Na-
portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; cional de Previdência Complementar (CNPC) e dá outras
• mercado de câmbio: é o mercado de compra e proviências.
venda de moeda estrangeira.
• ​Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês
para deliberar sobre assuntos como adaptar o vo- FIQUE ATENTO!
lume dos meios de pagamento às reais necessida- Que apesar dos sites oficiais dos ór-
des da economia; regular o valor interno e externo gãos CNSP (http://www.susep.gov.br/se-
da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamen- tores-susep/seger/cnsp) e CNPC (http://
tos; orientar a aplicação dos recursos das institui- www.previdencia.gov.br/a-previdencia/
ções financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das orgaos-colegiados/conselho-nacional-de-
instituições e dos instrumentos financeiros; zelar -previdencia-complementar-cnpc/) apre-
pela liquidez e solvência das instituições financei- sentarem suas definições com composição
ras; e coordenar as políticas monetária, creditícia, de membros de alguns Ministérios extin-
orçamentária e da dívida pública interna e externa. tos (Ministério da Fazenda, Ministério da
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de Previdência e Assistência Social, Ministé-
uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regula- rio do Planejamento, etc.), a estrutura da
mentadas por meio de Resoluções divulgadas no Diário Assistência Social foi incorporada ao Mi-
Oficial da União (DOU) e na página de normas do Conse- nistério da Cidadania pelo presidente Jair
lho e do Banco Central (BC). Bolsonaro, o Ministério da Previdência já
havia sido incorporado à pasta Trabalho
e Renda em 2016, formando o Ministério
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Composição do CMN
Ministro da Economia (presidente do Conselho) do Trabalho e Previdência Social; a Medida
Presidente do Banco Central Provisória nº 870, de 1º de janeiro de 2019,
Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Eco- criou o Ministério da Economia. Com isso,
nomia as estruturas dos ministérios da Fazenda;
do Planejamento, Desenvolvimento e Ges-
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS tão; da Indústria, Comércio Exterior e Ser-
(CNSP) viços; e do Trabalho passaram a integrar
O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é um novo ministério chamado Economia.
órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da po- Ter essas informações é importante,
lítica de seguros privados. pois a Banca, propositalmente, pode men-
É composto por representantes do Ministério da Fa- cionar na prova o conteúdo do site e soli-
zenda (Presidente), do Ministério da Justiça, do Ministé- citar detalhes das alterações, como datas,
rio da Previdência e Assistência Social, da Superinten- motivos, etc.
dência de Seguros Privados, do Banco Central do Brasil e

3
ENTIDADES SUPERVISORAS Depósito compulsório – é a reserva recolhida dos
depósitos bancários, conforme percentual fixado pelo
As entidades supervisoras trabalham para que os ci- CMN, com a finalidade de restringir ou de alimentar o
dadãos e os integrantes do sistema financeiro sigam as processo de expansão dos meios de pagamento.
regras definidas pelos órgãos normativos. Redesconto – é a forma como o banco central do
Brasil atua junto aos bancos comerciais, conceden-
BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB do-lhes crédito contra garantias em títulos, tanto para
descasamentos de curtíssimo ou curto prazo entre suas
O Banco Central do Brasil foi criado pela Lei nº 4.595, operações credoras e devedoras, quanto atuando como
de 31 de dezembro de 1964, chamada Lei de Reforma “prestamista de última instância”. O redesconto pode ser
Bancária. Até então, as funções de autoridade monetária concedido de maneira quase automática. Pode ser tam-
brasileira eram desempenhadas pela Superintendência bém uma concessão limitada de crédito, para apoiar os
bancos com problemas transitórios de liquidez ou para
da Moeda e do Crédito (Sumoc), pelo Conselho Superior
viabilizar ajuste patrimonial de instituição financeira com
da Sumoc, pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacio-
desequilíbrio estrutural e pode ser ainda, utilizado com
nal, que, em conjunto, exerciam funções típicas de um
fins de regulação monetária.
banco central, paralelamente ao desempenho de suas
A Política Monetária no Brasil é executada dentro do
atribuições próprias. A Lei nº 4.595 também extinguiu o Sistema de Metas Para a Inflação (SMPI). Por esse siste-
Conselho Superior da Sumoc, criando, em substituição, ma, inicialmente, o CMN estabelece a meta para a infla-
o Conselho Monetário Nacional (CMN). Escolhidos pelo ção. A partir dessa meta, o Comitê de Política Monetária
presidente da República, o presidente e os diretores do do Banco Central do Brasil (Copom) reúne-se periodica-
Banco Central do Brasil são sabatinados pelo Senado Fe- mente para analisar a economia brasileira e a tendência
deral antes de serem empossados no cargo. futura da inflação e decidir qual a taxa de juros necessária
Para cumprir sua missão, considerando o conjunto de para atingir a meta. Uma vez definida a taxa de juros, o
atribuições legais e regulamentares, as funções do Banco Banco Central do Brasil atua de forma a fazer com que
Central do Brasil são: a taxa de juros do mercado seja a definida na reunião
a) formulação, execução e acompanhamento da po- do Copom. É importante registrar que, em função de a
lítica monetária; maior parte dos impactos na economia, resultante de al-
b) controle das operações de crédito em todas as terações na taxa de juros, ocorrerem com defasagem, as
suas formas, no âmbito do sistema financeiro; decisões do Copom visam corrigir “o que está para acon-
c) formulação, execução e acompanhamento da po- tecer” em vez do que “o que está acontecendo”.
lítica cambial e de relações financeiras com o ex-
terior; Controle das operações de crédito
d) organização, disciplinamento e fiscalização do O Banco Central do Brasil divulga as decisões do
Sistema Financeiro Nacional, do Sistema de Paga- Conselho Monetário Nacional, baixa as normas comple-
mentos Brasileiro e do Sistema Nacional de Habi- mentares e executa o controle e a fiscalização a respeito
tação, e ordenamento do mercado financeiro; das operações de crédito em todas as suas modalidades.
e) emissão de papel-moeda e de moeda metálica e Nesse sentido, de acordo com os objetivos estabelecidos
execução dos serviços do meio circulante. pela política econômica, pode atuar inclusive no contin-
genciamento do crédito ao setor público, monitorando
Atuação na política monetária o cumprimento de limites para o seu endividamento por
intermédio do sistema financeiro. Semelhante procedi-
A política monetária é a função que define o senti-
mento pode ser adotado para o setor privado.
do mais amplo de um banco central e aquela que, em
última instância, articula as demais. A principal função
Atuação na política cambial e relações financeiras
de um banco central consiste em adequar o volume dos
com o exterior
meios de pagamento à real capacidade da economia e Essa função consiste em manter ativos em ouro, tí-
absorver recursos sem causar desequilíbrios nos preços. tulos e moedas estrangeiras para atuação nos mercados
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Para isso, controla, por meio de instrumentos de efeito de câmbio, de forma a contribuir para evitar volatilida-
direto ou induzido, a expansão da moeda e do crédito de excessiva da moeda, de acordo com as diretrizes da
e a taxa de juros, buscando adequá-los às necessidades política econômica. O Banco Central do Brasil atua para
do crescimento econômico e da estabilidade dos preços garantir o funcionamento regular do mercado de câm-
e zelar pela estabilidade da moeda, mantendo seu poder bio, a estabilidade relativa das taxas de câmbio e o equilí-
de compra. A influência sobre a evolução dos meios de brio do balanço de pagamentos, podendo, para esse fim,
pagamento implica o controle ou a regulação do crédito, comprar e vender ouro e moeda estrangeira e realizar
para que os bancos centrais contem com instrumentos operações de crédito no exterior; administrar as reser-
tais como as operações de mercado aberto, o recolhi- vas cambiais do país; promover, como agente do gover-
mento compulsório e o redesconto. no federal, a contratação de empréstimos; acompanhar
Operações de mercado aberto – esse tipo de opera- e controlar os movimentos de capitais, inclusive os que
ção realiza-se, geralmente, mediante a compra e a ven- se referem a acordos com entidades internacionais e à
da no mercado livre de títulos governamentais de curto recuperação de créditos governamentais brasileiros no
prazo. exterior; e negociar, em nome do governo brasileiro, com

4
as instituições financeiras e com os organismos financei- Outras atribuições do Banco Central do Brasil
ros internacionais (Fundo Monetário Internacional – FMI, O Banco Central do Brasil desempenha uma série de
Bank for International Settlements – BIS etc.); e gerenciar outras atribuições que, por sua natureza e especificidade,
convênios internacionais de créditos recíprocos (CCR). não se confundem com as descritas até aqui. Contudo,
Quando surgem dificuldades no balanço de pagamen- elas têm grande importância na vida econômica nacio-
tos, cabe ao Banco Central do Brasil contratar no exterior nal, merecendo, portanto, breve descrição. Em primeiro
as operações de regularização: os empréstimos compen- lugar, por determinação constitucional, o BCB exerce a
satórios. função de banqueiro do governo, detendo a chamada
Supervisão e ordenamento do Sistema Financeiro Na- Conta Única do Tesouro Nacional, na qual são contabi-
cional e do Sistema de Pagamentos Brasileiro lizadas as disponibilidades de caixa da União. O Banco
O Banco Central do Brasil atua no sentido de aperfei- Central do Brasil tem também algumas outras funções
çoamento das instituições financeiras, de modo a zelar que o tornam o principal organismo regulador em cam-
pos específicos. Assim, cabe ao BCB:
por sua liquidez e solvência, bancando a adequação dos
a) regulamentar, autorizar e fiscalizar as atividades
instrumentos financeiros, com vistas à crescente eficiên-
das sociedades administradoras de consórcios
cia do SFN. Assim, compete ao BCB: a) formular normas
para a aquisição de bens;
aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional; b) conceder
b) normatizar, autorizar e fiscalizar as sociedades de
autorização para o funcionamento das instituições finan- arrendamento mercantil, as sociedades de crédito
ceiras e de outras entidades, conforme legislação em vi- imobiliário e as associações de poupança e em-
gor; e c) fiscalizar e regular as atividades das instituições préstimo, bem como regular todas as suas opera-
financeiras e demais entidades por ele autorizadas a fun- ções;
cionar. A atividade de fiscalização, por sua vez, desen- c) normatizar as operações do Sistema Nacional de
volve-se de modo direto, com vistoria nas instituições, e Crédito Rural (SNCR), consolidar suas informações
de modo indireto, que consiste em análise, avaliação por meio do Registro Comum das Operações Ru-
e monitoramento sistemático das instituições financei- rais (Recor) e administrar o Programa de Garantia
ras e dos mercados, a partir das informações oriundas da Atividade Agropecuária (Proagro); e
das próprias instituições, das entidades de liquidação e d) desenvolver trabalho de comunicação social, tanto
custódia de títulos e valores mobiliários, das bolsas de de caráter técnico – por meio de publicações como
mercadorias e futuros e de ações. No que concerne a o “Boletim Mensal”, o “Relatório Anual”, o “Rela-
sistema de pagamentos, o Banco Central do Brasil atua tório de Inflação”, as “Notas do Copom”, as “No-
na promoção de sua solidez, de seu normal funciona- tas à Imprensa” e página da Internet –, como de
mento e de seu contínuo aperfeiçoamento. Um exemplo orientação, por meio de serviços de atendimento
dessa atuação foi a estruturação de um novo Sistema de ao público, instalados em todas as gerências admi-
Pagamentos Brasileiro, que propiciou, além de uma subs- nistrativas regionais.
tancial redução do risco sistêmico e do risco do Banco
Central do Brasil, grandes avanços no gerenciamento de COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
riscos de todas as instituições participantes do SFN.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
Controle do meio circulante 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscali-
As atividades referentes ao meio circulante destinam- zar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de
-se a satisfazer a demanda de dinheiro indispensável à valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial,
atividade econômico-financeira do País. Do ponto de
vinculada ao Ministério da Economia, com personalida-
vista operacional, o Banco Central do Brasil atende às ne-
de jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
cessidades de numerário do sistema bancário e, conse-
administrativa independente, ausência de subordinação
qüentemente, do público, por meio dos mecanismos de
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigen-
emissão e recolhimento. Anualmente, são encomenda- tes, e autonomia financeira e orçamentária.
dos à Casa da Moeda do Brasil (CMB) os quantitativos de Em 2013, a CVM reformulou sua estratégia institucional e
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

numerário projetados para atender às necessidades pre- lançou o seu atual Plano Estratégico, reafirmando valores
vistas. Vale registrar, no entanto, que somente o Banco e propósito e definindo os Objetivos Estratégicos com
Central do Brasil emite moeda – a Casa da Moeda apenas projeção para 2023.
fabrica a moeda. Os conceitos econômicos de emissão/ *Leia o Regimento completo da CVM em: www.novacon-
recolhimento monetário referem-se, respectivamente, a curos.com.br/retificacoes
colocar/retirar dinheiro em circulação, aumentando/ di-
minuindo os meios de pagamento. O Banco Central do SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SU-
Brasil, em conjunto com a CMB, desenvolve projetos de SEP)
cédulas e moedas metálicas, sempre adotando linhas
temáticas que lhes confiram identidade nacional, obser- A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscaliza-
vando aspectos relacionados a custos e, especialmente, ção dos mercados de seguro, previdência privada aberta,
segurança contra a ação de falsificadores. Nesse sentido, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Minis-
o Banco Central do Brasil participa ativamente de eventos tério da Economia foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21
internacionais voltados para a defesa do meio circulante. de novembro de 1966.

5
A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Compete
ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vistas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer cum-
prir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação em matérias de sua competência.
A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ainda, como atribuições, promover os atos de gestão
da Autarquia e sua representação perante o Governo e à sociedade.
Veja o organograma:

ATRIBUIÇÕES DA SUSEP
• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitaliza-
ção, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada
pelo CNSP;
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro,
previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
• Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à
maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das
entidades que neles operem;
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
• Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores
de provisões técnicas;
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas;
• Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (PREVIC)

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia de natureza especial, dotada
de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Economia, com sede e foro
no Distrito Federal, tendo atuação em todo o território nacional como entidade de fiscalização e supervisão das ativi-
dades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

complementar operado pelas referidas entidades.


A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, é dirigida por uma Diretoria Colegiada,
composta por: 
Diretor-Superintendente;
Diretor de Administração;
Diretor de Licenciamento;
Diretor de Fiscalização e Monitoramento; e
Diretor de Orientação Técnica e Normas
Possui ainda, em sua estrutura, Gabinete, Assessoria de Comunicação Social e Parlamentar, Coordenação-Geral de
Suporte à Diretoria Colegiada, Ouvidoria, Coordenação-Geral de Inteligência e Gestão de Riscos, Coordenação-Geral
de Gestão Estratégica e Inovação Institucional, Corregedoria, Auditoria Interna, Procuradoria Federal, além de cinco
Escritórios de Representação em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. 

Principais atribuições da Previc

6
As principais competências da Previc, segundo o De- carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua
creto nº 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, são: denominação social deve constar a expressão “Banco” (Re-
I - proceder à fiscalização das atividades das entida- solução CMN 2.099, de 1994).
des fechadas de previdência complementar e das suas Bancos comerciais – São instituições financeiras que
operações; recebem depósitos a vista em contas de movimento e
II - apurar e julgar as infrações e aplicar as penalida- efetuam empréstimos a curto prazo, principalmente para
des cabíveis; capital de giro das empresas.
III - expedir instruções e estabelecer procedimentos Bancos de investimento – São entidades especializa-
para a aplicação das normas relativas à sua área de das na montagem e colocação no mercado de operações
competência; de participação ou financiamento a médio e longo pra-
IV - autorizar: a constituição e o funcionamento das zos, para suprimento de capital fixo ou de giro, mediante
entidades fechadas de previdência complementar e a a aplicação de recursos próprios ou captação, interme-
aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamen- diação e aplicação de poupança de terceiros. Também
tos de planos de benefícios; as operações de fusão, ci- operam como agentes financeiros do BNDES.
são, incorporação ou qualquer outra forma de reorga- Bancos de desenvolvimento - são atores tradicio-
nização societária, relativas às entidades fechadas de nais das políticas econômicas no mundo. Além do Brasil,
previdência complementar; a celebração de convênios vários países – desenvolvidos e em desenvolvimento –
e termos de adesão por patrocinadores e instituidores mantêm BDs fortes, como Alemanha, China, Coreia do
e as retiradas de patrocinadores e instituidores; e as Sul, Espanha, Japão, México, França e Rússia.
transferências de patrocínio, grupos de participantes e E qual seria a explicação para a presença tão dissemi-
assistidos, planos de benefícios e reservas entre enti- nada desses bancos pelo planeta? Em teoria, a existência
dades fechadas de previdência complementar; dos BDs é justificada pelos ganhos de eficiência alocativa
V - harmonizar as atividades das entidades fechadas que podem promover. Esses ganhos ocorreriam nas si-
de previdência complementar com as normas e as po- tuações em que o mercado não é capaz de gerar uma
líticas estabelecidas para o segmento; alocação Pareto-eficiente, ou seja, uma alocação na qual
VI – decretar intervenção e liquidação extrajudicial não é possível melhorar o bem-estar de um indivíduo
das entidades fechadas de previdência complementar sem, necessariamente, piorar o de outro. 
e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; Essas falhas de mercado podem ocorrer em países
VII - nomear administrador especial de plano de be- nos mais diversos estágios de desenvolvimento.
nefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de
intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei; Cooperativas de Crédito
VIII - promover a mediação e a conciliação entre enti- Cooperativas são sociedades de pessoas, com for-
dades fechadas de previdência complementar e entre ma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
as entidades e seus participantes, assistidos, patroci- sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços
nadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios aos associados. As pessoas que celebram contrato de
que lhe forem submetidos na forma da Lei nº 9.307, de sociedade cooperativa obrigam-se a contribuir com
23 de setembro de 1996; bens ou serviços para o exercício da atividade eco-
IX - enviar relatório anual de suas atividades ao Minis- nômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
tério da Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente O ingresso na cooperativa é livre a todos que dese-
da República e ao Congresso Nacional; e adotar as jarem utilizar os serviços prestados pela sociedade,
providências necessárias ao cumprimento de seus ob- desde que adiram aos propósitos sociais e preencham
jetivos. as condições estabelecidas no estatuto. Cooperativas
de crédito são instituições financeiras que se destinam,
ÓRGÃOS OPERADORES precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a
Os operadores são as instituições que lidam direta- prestação de serviços financeiros a seus associados,
mente com o público. Constituí as instituições mone- sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos do
tárias e não monetárias que operam na intermediação mercado financeiro. A captação de recursos e a con-
financeira. cessão de créditos e garantias são restritas aos asso-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Bancos múltiplos - Os bancos múltiplos são instituições ciados, ressalvadas as operações realizadas com outras
financeiras privadas ou públicas que realizam as opera- instituições financeiras e os recursos obtidos de pes-
ções ativas, passivas e acessórias das diversas instituições soas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comer- ou isentos de remuneração. As cooperativas de crédi-
cial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito to submetem-se à Lei nº 5.764,3 de 16 de dezembro de
imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, finan- 1971; à Lei Complementar nº 130,4 de 17 de abril de
ciamento e investimento. Essas operações estão sujeitas 2009; bem como à legislação do SFN.
às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às
instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A Bolsa de Valores
carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada As bolsas de valores são instituições privadas que
por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído atuam como auxiliares do sistema de intermediação. São
com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obriga- responsáveis pelos mercados organizados de títulos, va-
toriamente, comercial ou de investimento, e ser organiza-
lores mobiliários, mercadorias e derivativos; sob a super-
do sob a forma de sociedade anônima. As instituições com
visão da CVM. As bolsas propiciam liquidez nas aplica-

7
ções, fornecendo também um preço de referência para bem como a expedição das instruções para a identifica-
os ativos negociados. ção de clientes e manutenção de registros de transações,
além da aplicação de sanções previstas no artigo 12 da
Administradoras de Consórcio lei.
Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídi-
cas em grupo, com prazo de duração e número de co- CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINAN-
tas previamente determinados, promovida por admi- CEIRO NACIONAL (CRSFN)
nistradora de consórcio, com a finalidade de propiciar
a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição O  Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na-
de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento. cional (CRSFN) é um órgão colegiado, de segundo grau,
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica pres- integrante da estrutura do Ministério da Economia e
tadora de serviços com objeto social principal voltado à tem por finalidade julgar, em última instância adminis-
administração de grupos de consórcio, constituída sob a trativa, os recursos contra as sanções aplicadas pelo BA-
forma de sociedade limitada ou sociedade anônima. CEN  e  CVM  e, nos processos de lavagem de dinheiro,
A adesão de um consorciado a um grupo de consór- as sanções aplicadas pelo COAF, SUSEP e demais auto-
cio se dá mediante assinatura de contrato de participa- ridades competentes. O CRSFN é um órgão paritário,
ção. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e integrante da estrutura do Ministério da Economia. Os
os deveres das partes, tais como a descrição do bem a conselheiros titulares e suplentes são designados pelo
que o contrato está referenciado e seu respectivo pre- Ministro de Estado da Economia, com mandato de três
ço (que será adotado como referência para o valor do anos, renovável por igual período por até duas vezes,
crédito e para o cálculo das parcelas mensais do con- devendo ter competência reconhecida e conhecimentos
sorciado). No contrato deve haver, ainda, as condições especializados nas matérias de competência do CRSFN.
para concorrer à contemplação por sorteio, bem como O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros,
as regras da sendo oito membros (quatro titulares e respectivos su-
plentes) indicados pelo Governo e oito (quatro titulares e
respectivos suplentes) indicados por entidades represen-
Contemplação por lance.
tativas dos mercados financeiro e de capitais. 
O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o
interesse individual do consorciado. Os grupos de con-
sórcio caracterizam-se como sociedade não personifica-
da com patrimônio próprio, o qual não deve ser confun-
DINÂMICA DO MERCADO
dido com o patrimônio dos demais grupos nem com o
da administradora.
A dinâmica do mercado financeiro consiste em um am-
CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINAN- biente onde seus participantes podem comprar e vender
CEIRAS (COAF) seus produtos financeiros. Fazem parte desse mercado,
os seguintes participantes:
O  Conselho de Controle de Atividades Financeiras Emissores – São aquelas empresas ou instituições que
(Coaf), órgão criado no âmbito do Ministério da Fazenda, como emitem títulos que podem ser de credito como
foi instituído pela  Lei 9.613, de 1998,  e atua eminente- no caso da emissão da dívida pública ou outros valores
mente na prevenção e combate à lavagem de dinheiro e mobiliários, como ações de empresas. Ex. empresas de
ao financiamento do terrorismo. capital aberto listadas na Bolsa de Valores.
As competências do Coaf estão definidas nos artigos Através de diversos mecanismos oferecidos pelo merca-
14 e 15 da referida lei, quais sejam: do financeiro, os emissores buscam o dinheiro dos inves-
Receber, examinar e identificar as ocorrências suspei- tidores para financiar seus projetos e seu crescimento.
tas de atividades ilícitas; Investidores – São aqueles participantes que ajudam o
Comunicar às autoridades competentes para a ins- mercado, seja emprestando dinheiro aos emissores em
tauração dos procedimentos cabíveis nas situações em troca de juros futuros, ou por exemplo, adquirindo parti-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

que o Conselho concluir pela existência, ou fundados in- cipação societária. Nesse caso, podem ser representados
dícios, de crimes de “lavagem”, ocultação de bens, direi- por pessoas físicas, fundos de investimentos ou empre-
tos e valores, ou de qualquer outro ilícito; sas que buscas diversificar ou preservar seu patrimônio
Coordenar e propor mecanismos de cooperação e de através da compra de produtos financeiros.
troca de informações que viabilizem ações rápidas e efi- Intermediários – Esses participantes fazem a “ligação”
cientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, entre emissores e investidores, oferecendo diversas fer-
direitos e valores; ramentas para conectá-los. Exemplo, as corretoras de
valores.
Disciplinar e aplicar penas administrativas. Além desses participantes temos algumas instituições
O §1º do artigo 14 da lei também atribuiu ao Coaf a que ajudam a regulamentar e fiscalizar o mercado finan-
competência de regular os setores econômicos para os ceiro. O Banco Central é uma das principais entidades
quais não haja órgão regulador ou fiscalizador próprio. neste cenário, pois cumpre diversas funções em nossa
Nesses casos, cabe ao Coaf definir as pessoas abran- economia, como supervisionar o mercado financeiro e
gidas e os meios e critérios para envio de comunicações, deter o poder exclusivo de emitir dinheiro.

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Outra instituição importante é a Comissão de Valo- atividade econômica bastante diversificada. Entre elas,
res Mobiliários, responsável por fiscalizar o mercado de destacam-se os bancos, as seguradoras, as financeiras e
valores mobiliários, produtos financeiros e outros partici- as empresas de cartões de crédito. Mas há ainda coope-
pantes do mercado, como os gestores de recursos. rativas de crédito, corretoras, distribuidoras de títulos etc.
Por fim, temos a Comissão o Conselho Monetário Isto justifica-se pelo fato de que boa parte da oferta de
Nacional, órgão máximo do nosso mercado financeiro. serviços financeiros está concentrada no setor bancário.
É de responsabilidade do CMN, normatizar o mercado, Esta prática revela não só uma estratégia de distribuição
ou seja, criar e supervisionar o cumprimento de diversas de produtos e serviços, como também a conglomeração
regras de nossa economia. financeira das empresas do setor.
Outra parte importante deste mercado é a de produ- A estrutura do mercado destaca-se também pelo
tos financeiros; ativos que os participantes compram e pequeno número de “empresas” atuando na atividade
vendem dentro desse ambiente. bancária. Atualmente, no Brasil, o mercado bancário é
Os produtos financeiros são as opções para os recur-
extremamente concentrado, com apenas cinco bancos
sos serem investidos. Ex. títulos públicos, ações, fundos
dominando cerca de 80% de sua totalidade; sendo essas,
imobiliários, debêntures, etc. Os produtos financeiros são
as principais instituições: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil,
conhecidos também como as mercadorias negociadas
Santander e Caixa Econômica.
no mercado financeiro.

Tipos de mercados
O mercado financeiro é dividido em quatro segmen-
tos: EXERCÍCIOS COMENTADOS
Mercado de crédito – é a parte do sistema financei-
ro que trabalha com a concessão de crédito, de curto, 1 - (IGEPREV/PA – ANALISTA DE INVESTIMENTOS –
médio e longo prazos entre pessoas e empresa. Crédito
SUPERIOR – IADES – 2018) Entre os operadores do Sis-
para consumo e capital de giro, se enquadram nessa ca-
tema Financeiro Nacional (SFN), incluem-se as entidades
tegoria.
fechadas de previdência complementar. Acerca dessas
Mercado de câmbio – é a aquele relacionado com a
entidades, assinale a alternativa correta.
troca de moedas em diferentes países.
Mercado monetário – é o componente do mercado
financeiro que trabalha com a concessão de emprésti- a) São supervisionadas pela Superintendência Nacional
mos de curtíssimo e curto prazos, atuando para manter a de Previdência Complementar (Previc).
liquidez da economia e controle de pagamentos. b) Assemelham-se às sociedades seguradoras, portanto,
Mercado de capitais – é aquele que está mais perto subordinam-se às normas da Superintendência de Se-
dos investidores e está diretamente relacionado a distri- guros Privados (Susep).
buição de valores mobiliários. Nesse mercado estão as c) Classificam-se como órgãos normativos do SFN.
bolsas de valores, as corretoras e outras instituições que d) São responsáveis pela autorização de funcionamento e
conectam os investidores aos diversos produtos financei- supervisão das empresas de previdência privada fechada.
ros. Nesse mercado existem dois tipos de negociação: a) e) Regem-se pelas normas expedidas pelo Conselho Mo-
as negociações que acontecem diretamente entre emis- netário Nacional (CMN).
sor e comprador, que chamamos de mercado primário.
b) quando a negociação envolve apenas a troca de titu- Resposta Letra: A
laridade e não está relacionada ao mercado primário, é De acordo com o BACEN: A Superintendência Nacio-
conhecida como mercado secundário. nal de Previdência Complementar (Previc) é uma au-
tarquia de natureza especial, dotada de autonomia
administrativa e financeira e patrimônio próprio, vin-
MERCADO BANCÁRIO culada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro no
Distrito Federal, tendo atuação em todo o território
nacional  como entidade de fiscalização e supervisão
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

Segmento do mercado financeiro que vai trabalhar


das atividades das entidades fechadas de previdên-
com prazos curtos. Assim, os agentes econômicos (pes-
cia complementar e de execução das políticas para o
soas físicas, empresas) irão utilizá-lo para consumo, capital
regime de previdência complementar operado pelas
de giro, aplicações de curto prazo, como CDB, letras, etc.
referidas entidades.
Neste mercado, o dinheiro depositado em bancos
por investidores e clientes diversos, é utilizado pelas ins-
2 - (IGEPREV/PA – ANALISTA DE INVESTIMENTOS
tituições financeiras para financiar alguns setores da eco-
– SUPERIOR – IADES – 2018) Os bancos múltiplos
nomia que precisam de recursos. Por essa intermediação,
são instituições financeiras privadas ou públicas, que
os bancos cobram do tomador de empréstimos uma taxa realizam as operações ativas, passivas e acessórias das
(spread), a título de remuneração, para cobrir seus custos diversas instituições financeiras. A respeito das car-
operacionais e o risco da operação. Quanto maior for o teiras que um banco múltiplo pode operar, assinale a
risco de o banco não receber de volta o dinheiro, maior alternativa correta.
será o spread.
O setor financeiro é constituído por empresas com a) A carteira de desenvolvimento pode ser operada por

9
instituições públicas ou privadas.
b) Bancos múltiplos devem operar, no mínimo, duas car- a) as agências de fomento
teiras, sendo uma delas obrigatoriamente a carteira b) os estabelecimentos comerciais
comercial. c) os bancos de desenvolvimento
c) Somente bancos múltiplos com carteira comercial são d) os bancos múltiplos
autorizados a captar depósitos à vista. e) a Caixa Econômica
d) Bancos múltiplos privados não são autorizados a ope-
rar a carteira de investimento. Resposta Letra: D
e) Bancos múltiplos organizados sob a forma de socieda- Os bancos múltiplos são instituições financeiras priva-
de limitada só podem operar uma única carteira. das ou públicas em que são realizadas as operações
ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
Resposta Letra: C financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:
Os bancos múltiplos são instituições financeiras pri-
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimen-
vadas ou públicas, que realizam as operações ativas,
to, de crédito imobiliário, de arrendamento mercan-
passivas e acessórias das diversas instituições finan-
til e de crédito, financiamento e investimento. Essas
ceiras. 
operações estão sujeitas às mesmas normas legais
Atuação com, pelo menos, duas carteiras, devendo
uma, obrigatoriamente, ser de banco comercial ou de e regulamentares aplicáveis às instituições singula-
investimento. res correspondentes às suas carteiras. A carteira de
Somente bancos múltiplos com carteira comercial são desenvolvimento somente poderá ser operada por
autorizados a captar depósitos à vista. banco público. O banco múltiplo deve ser constitu-
ído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma de-
3 - (IGEPREV/PA – ANALISTA DE INVESTIMENTOS – las, obrigatoriamente, comercial ou de investimento,
SUPERIOR – IADES – 2018) Com relação à Superinten- e ser organizado sob a forma de sociedade anônima.
dência Nacional de Previdência Complementar, assinale As instituições com carteira comercial podem captar
a alternativa correta. depósitos à vista. Na sua denominação social deve
constar a expressão “Banco” (Resolução  CMN  2.099,
a) Trata-se de uma autarquia especial, dotada de autono- de 1994).
mia administrativa e financeira, vinculada ao Ministé-
rio da Previdência e Assistência Social. 5 - (DPE/RS – ANALISTA ECONOMIA – SUPERIOR –
b) É responsável pela fiscalização das atividades das en- FCC – 2017) Compete ao Conselho Monetário Nacional
tidades fechadas de previdência complementar e das
respectivas operações, fazendo cumprir as normas ex- a) receber os recolhimentos compulsórios das institui-
pedidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). ções financeiras.
c) É responsável pela fiscalização das atividades das en- b) realizar operações de redesconto e empréstimos à ins-
tidades fechadas de previdência complementar e das tituições financeiras bancárias.
entidades abertas de previdência privada. c) exercer o controle do crédito sob todas as suas formas.
d) Refere-se a uma secretaria especial do Ministério da d) regular a constituição, o funcionamento e a fiscaliza-
Fazenda responsável por proceder à fiscalização das ção de instituições financeiras.
atividades das entidades fechadas de previdência e) exercer a fiscalização das instituições financeiras e apli-
complementar e das próprias operações. car as penalidades previstas.
e) Consiste em uma autarquia vinculada ao Ministério da
Fazenda, com autonomia e patrimônio próprio, res-
Resposta Letra: D
ponsável pela fiscalização das atividades dos fundos
Art. 4º Compete ao  Conselho Monetário Nacional,
de pensão.
segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da
Resposta Letra: E República:  (...) VIII - Regular a constituição, funciona-
A  Superintendência Nacional de Previdência Comple- mento e fiscalização dos que exercerem atividades su-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

mentar (Previc) é uma autarquia de natureza especial, bordinadas a esta lei, bem como a aplicação das pena-
dotada de autonomia administrativa e financeira e pa- lidades previstas; (LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO
trimônio próprio, vinculada ao Ministério da Fazenda, DE 1964.)
com sede e foro no Distrito Federal, tendo atuação em
todo o território nacional como entidade de fiscalização 6 - (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – SU-
e supervisão das atividades das entidades fechadas de PERIOR – CESPE – 2017) Virtualmente, todos os
grandes países estabeleceram um banco central como
previdência complementar e de execução das políticas
“emprestador de última instância” para reduzir a pro-
para o regime de previdência complementar operado
babilidade de que uma falta de liquidez se torne uma
pelas referidas entidades. crise de solvência. A prática levou à questão do papel
de um “emprestador internacional de última instância”
4 - (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO que pudesse auxiliar os países a estabilizar o valor das
– SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) Reguladas pelo suas moedas e reduzir a probabilidade de sua forte
Banco Central, as instituições financeiras autorizadas a desvalorização em consequência da falta de liquidez,
operar todas as operações no mercado de câmbio são (é) que, por sua vez, poderia causar um grande número

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de falências. (3) Papel-moeda emitido consta em seu passivo. BC é
Charles Kindleberger. Manias, pânicos e crises. 6.ª ed. São emissor de papel-moeda.
Paulo: Saraiva.
Tendo como referência inicial esse fragmento de texto, 8 - (SEDUC/RIO – ANALISTA EDUCACIONAL – SUPE-
julgue (C ou E) o item a seguir, pertinentes às funções e RIOR – IBADE – 2016) O mercado financeiro pode ser
competências de um banco central. segmentado quanto à natureza das operações desenvol-
Em sua função de “banco dos bancos”, cabe ao Banco vidas. No mercado financeiro, o mercado caracterizado
Central do Brasil (BCB) formar um “colchão de liquidez” por operações de curto e curtíssimo prazos, em que as
para o sistema financeiro, de modo que, em momentos empresas buscam recursos para atender às suas necessi-
de incerteza e de liquidez restrita, ele possa reduzir o dades imediatas de liquidez ou alternativas para aplica-
montante dos recolhimentos compulsórios e liberar re- ção de saldos de caixa, é denominado:
cursos para as instituições financeiras, a exemplo do que
fez para mitigar os efeitos da crise de 2008 sobre a eco- a) de crédito.
nomia brasileira. b) cambial.
c) de capitais.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
d) monetário.
e) de debêntures.
Resposta: CERTO
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional,
Resposta Letra: D
segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da
O Mercado monetário é o conjunto formado por ban-
República:  
I - Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado) as cos comerciais e empresas financeiras de crédito que
quais ficarão na prévia dependência de autorização le- também participam do mercado de capitais. A dife-
gislativa quando se destinarem ao financiamento dire- rença é que operam no curto ou curtíssimo prazo.
to pelo Banco Central da República do Brasil, das ope-
rações de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos 9 - (FUNPRESP – JUD – ANALISTA – SUPERIOR – CES-
do artigo 49 desta Lei. PE – 2016)  A respeito das competências e atribuições
do Conselho Monetário Nacional (CMN), do Banco Cen-
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/ tral do Brasil (BCB), da Comissão de Valores Mobiliários
anterior_98 (CVM), da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC) e da Superintendência de Segu-
7 - (IBGE – ANALISTA CENSITÁRIO – SUPERIOR – FGV ros Privados (SUSEP), julgue o próximo item.
– 2017) Relacione a função de um Banco Central com sua À SUSEP compete decretar a intervenção e liquidação
respectiva característica. extrajudicial de entidade fechada de previdência com-
1. Banco dos bancos plementar, bem como nomear interventor ou liquidante.
2. Depositário das reservas internacionais do país
3. Emissor de papel-moeda (  ) CERTO   (  ) ERRADO
4. Banqueiro do governo
( ) Zelar pela estabilidade do Sistema Financeiro Nacional Resposta: ERRADO
( ) Realizar empréstimos aos entes subnacionais LEI Nº 12.154:
( ) Intervenção no câmbio Art. 2o  Compete à Previc:
( ) Papel-moeda emitido consta em seu passivo VI - decretar intervenção e liquidação extrajudicial das
A associação correta é: entidades fechadas de previdência complementar,
bem como nomear interventor ou liquidante, nos ter-
a) 1, 2, 3 e 4; mos da lei;
b) 1, 4, 2 e 3;
c) 1, 4, 3 e 2; 10 - (FUNPRESP – JUD – ANALISTA – SUPERIOR – CES-
d) 3, 1, 2 e 4; PE – 2016)  A respeito das competências e atribuições
e) 4, 1, 2 e 3. do Conselho Monetário Nacional (CMN), do Banco Cen-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

tral do Brasil (BCB), da Comissão de Valores Mobiliários


Resposta Letra: B (CVM), da Superintendência Nacional de Previdência
(1) Zelar pela estabilidade do Sistema Financeiro Na- Complementar (PREVIC) e da Superintendência de Segu-
cional.  Para o bom  funcionamento do SFN, as enti- ros Privados (SUSEP), julgue o próximo item.
dades  operadoras (Instituições Financeiras)  precisam A CVM tem a responsabilidade de expedir normas para
estar em liquidez. Por isso a assertiva é  Banco dos que demonstrações financeiras de emissores de ações se-
bancos, pois o BC é responsável por supervisionar as jam auditadas por auditor independente nela registrado.
IF para manter o SFN estável. 
(4) Realizar empréstimos aos entes subnacionais.Enti- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
dade subnacional, ou subdivisão de país é uma parte
de um país ou outra divisão política, estabelecida para Resposta: CERTO
o propósito do Governo. A CVM é uma entidade autárquica pública em regime
(2)  Intervenção no câmbio. Falou em  reservas inter- especial, com personalidade jurídica e patrimônio pró-
nacionais do país é Câmbio. O BC é responsável pelas prio, dotada de autoridade administrativa indepen-
reservas internacionais do Brasil.

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dente, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes,
https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composi-
tem poderes para disciplinar,  normalizar e fiscalizar
a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu cao.asp?frame=1
poder de normalizar abrange todas as matérias refe- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
rentes ao mercado de valores mobiliários, inclusive de Emendas/Emc/emc40.htm
impor penalidades aos infratores. É vinculada ao Mi- https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/lega-
nistério da Fazenda. do?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fhtms%-
2Fdeorf%2Fr199812%2Ftexto.asp%3Fidpai%3Drevs-
11 - (FUNPRESP – JUD – ANALISTA – SUPERIOR – CES- fn199812
PE – 2016)  A respeito das competências e atribuições http://www.fazenda.gov.br/assuntos/cmn
do Conselho Monetário Nacional (CMN), do Banco Cen-
tral do Brasil (BCB), da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC) e da Superintendência de Segu-
ros Privados (SUSEP), julgue o próximo item.
A PREVIC é responsável por autorizar a movimentação
e liberação de bens e valores obrigatoriamente inscritos
em garantia das reservas técnicas e do capital vinculado
das sociedades seguradoras.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: ERRADO
DECRETO-LEI Nº 73:
Art. 36. Compete à SUSEP, na qualidade de executo-
ra da política traçada pelo CNSP, como órgão fiscali-
zador da constituição, organização, funcionamento e
operações das Sociedades Seguradoras:
f) autorizar a movimentação e liberação dos bens e
valores obrigatòriamente inscritos em garantia das re-
servas técnicas e do capital vinculado;

REFERÊNCIAS

http://www.fazenda.gov.br/orgaos/colegiados/crsfn
http://www.fazenda.gov.br/orgaos/coaf
https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ac.asp?fra-
me=1
https://www.bcb.gov.br/pre/microFinancas/coopcar/
pdf/panorama_de_cooperativas.pdf
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/co-
nhecimento/noticias/noticia/papel-bndes
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/bancos.
pdf
http://www.b3.com.br/pt_br/
https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bm.asp?i-
dpai=SFNCOMP&frame=1
http://www.susep.gov.br/
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

http://www.previc.gov.br/acesso-a-informacao/insti-
tucional/copy_of_a-previc-1
http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/
institucional/sobre/cvm.html
http://www.dados.gov.br/organization/about/banco-
-central-do-brasil-bcb
http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/or-
gaos-colegiados/conselho-nacional-de-previdencia-
-complementar-cnpc/
https://www.bcb.gov.br/htms/sobre/bcuniversidade/
cartilhaBancoCentral.pdf
http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/cnsp
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/cmn

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5. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO –
SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) Responsável pelo
HORA DE PRATICAR! controle da inflação, o Banco Central atua na garantia do
cumprimento das metas de inflação estabelecidas. A res-
1. (COPASA – ANALISTA DE SANEAMENTO ECONO- peito dessa atuação, no ano de 2017, a inflação medida
MISTA – SUPERIOR – FUMARC – 2018) São algumas pelo IPCA ficou em
das funções desempenhadas pelo Banco Central do Bra-
sil: a) 7,60
b) 5,91
c) 2,95
a) Conceder empréstimos ao público e avalizar emprésti-
d) 5,84
mos dos Estados com o Governo Federal. e) 10,67
b) Controlar os meios de pagamento e formular a política
monetária do país. 6. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO –
c) Fiscalizar e controlar os intermediários financeiros, SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) Por meio da Reso-
emitir papel-moeda e supervisionar a compensação lução no 4.582, de 29/06/2017, o BCB fixou a meta para
de cheques. a inflação, bem como seu intervalo de tolerância para os
d) Promover a renegociação da dívida externa brasileira, anos de 2019 e 2020. Para o ano de 2019, a meta para a
atuando como o banco oficial do país. inflação é

2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO a) de 4,00%, e para 2020, a meta é de 4,25%.


– SUPERIOR – FGV – 2018) Dentro do Sistema Financei- b) de 4,25%, e para 2020, a meta é de 4,00%.
ro Nacional (SFN), cada entidade é responsável por fun- c) de 4,25%, e para 2020, a meta é de 4,5%.
ções específicas. Nesse sentido, a Comissão de Valores d) de 4,5%, e para 2020, a meta é de 4,00%.
e) de 4,75%, e para 2020, a meta é de 4,00%.
Mobiliários (CVM) tem por principal atribuição:
7. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO
a) zelar pela defesa da concorrência nas emissões de tí- – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) Reguladas pelo
tulos; Banco Central, as instituições financeiras autorizadas a
b) zelar pelo funcionamento eficiente e integridade do operar todas as operações no mercado de câmbio são (é)
mercado de capitais;
c) garantir a regulação prudencial do sistema financeiro; a) as agências de fomento
d) atender as normas do Banco Central do Brasil; b) os estabelecimentos comerciais
e) estabelecer regras para o mercado segurador. c) os bancos de desenvolvimento
d) os bancos múltiplos
3. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI- e) a Caixa Econômica
RO – SUPERIOR – FGV – 2018) Um banco central possui
funções clássicas dentro de um sistema financeiro. No 8. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO –
caso brasileiro, amparado pelo Conselho Monetário Na- SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) De acordo com a
cional (CMN), o Banco Central do Brasil (BCb) tem como Carta-Circular Bacen no 3.542/2012, são consideradas
situações relacionadas com operações em espécie, em
uma de suas atribuições:
moeda estrangeira e cheques de viagem aquelas nego-
ciações de moeda estrangeira em espécie que não apre-
a) a execução da política fiscal; sentem compatibilidade com a natureza declarada da
b) o regramento das bolsas de valores; operação em municípios localizados em determinadas
c) a execução da política monetária; regiões. As regiões a que se refere a Carta-Circular são
d) a determinação do superávit primário; regiões de
e) o regramento de ofertas públicas iniciais.
a) metrópoles
4. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO b) densidade baixa
– SUPERIOR – FGV – 2018) O Comitê de Política Mone- c) fronteira
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

tária (Copom) foi instituído em 1999 e tem por principais d) limitações


objetivos: e) comércio

i) estabelecer as diretrizes da política monetária; e 9. ((FUNPRESP – JUD – ANALISTA – SUPERIOR – CES-


ii) definir a meta da taxa de juros básica no Brasil e seu PE – 2016)  A respeito das competências e atribuições
do Conselho Monetário Nacional (CMN), do Banco Cen-
eventual viés. Para consecução do objetivo ii), dada a de-
tral do Brasil (BCb), da Comissão de Valores Mobiliários
cisão do Copom, o Banco Central: (CVM), da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIc) e da Superintendência de Segu-
a) emite títulos públicos; ros Privados (SUSEP), julgue os próximos itens.
b) emite títulos do próprio Banco Central; É competência do BCB conceder autorizações a institui-
c) realiza operações de mercado aberto; ções financeiras para serem transformadas, fundidas, in-
d) realiza o controle da dívida pública; corporadas ou encampadas.
e) controla as reservas internacionais do país.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO

13
10. (PREFEITURA DE TERESINA/PI – TÉCNICO DE NÍ- luz, água, telefone e, em alguns municípios, até certos
VEL SUPERIOR – FCC – 2016) A respeito dos chamados tributos. Esse tipo de função, própria do setor bancário
intermediários financeiros, é INCORRETO afirmar: tradicional, só é possível por autorização:

a) o Banco Central, por ser caracterizado como “banco a) do Ministério da Fazenda;


dos bancos”, atua da mesma forma que os demais in- b) do Banco Central do Brasil;
termediários financeiros. c) da Comissão de Valores Mobiliários;
b) sua função de intermediação financeira é a de fazer d) do Comitê de Política Monetária;
a ponte entre poupadores e tomadores de recursos. e) do Conselho Monetário Nacional.
c) a diferenciação entre os vários instrumentos financei-
ros está calcada em características variáveis de risco, 15. (FUNPRESP – JUD – ANALISTA – SUPERIOR – CES-
liquidez, rentabilidade e emitente. PE – 2016)  A respeito das competências e atribuições
d) a diferença básica entre um intermediário financeiro do Conselho Monetário Nacional (CMN), do Banco Cen-
bancário e um intermediário financeiro não-bancário tral do Brasil (BCb), da Comissão de Valores Mobiliários
consiste em que estes não captam recursos por meio (CVM), da Superintendência Nacional de Previdência
de depósitos à vista. Complementar (PREVIc) e da Superintendência de Segu-
ros Privados (SUSEP), julgue os próximos itens.
e) bancos de investimentos, as chamadas financeiras (so-
Ao CMN compete definir a política a ser observada na
ciedades de crédito, financiamento e investimento)
organização e no funcionamento do mercado de valores
e as firmas de leasing (sociedades de arrendamento
mobiliários.
mercantil) são exemplos de intermediários financeiros
não-bancários. (  ) CERTO   (  ) ERRADO
11. (TCE/SC – AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EX- 16. (IF/PA – TECNÓLOGO – SUPERIOR – FUNRIO –
TERNO – SUPERIOR – CESPE – 2016) Com relação aos 2016) O Conselho Monetário Nacional, como órgão
instrumentos de política fiscal, monetária e cambial, jul- normativo, é responsável pela fixação das diretrizes das
gue os itens que se seguem. A redução das taxas de re- políticas monetária, creditícia e cambial do País, e possui,
colhimento compulsório qualifica-se como uma política dentre outras, a seguinte atribuição específica:
monetária expansionista, podendo contribuir, ainda que
no curto prazo, com a expansão da atividade econômica. a) determinar as taxas de recolhimento compulsório das
instituições financeiras.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO b) regular a execução dos serviços de compensação de
cheques e outros papéis.
12. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO c) exercer o controle de crédito sob todas as suas formas.
– SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) Na configuração d) vigiar a interferência de outras empresas nos merca-
atual do Sistema Financeiro Nacional, a instituição res- dos financeiros e de capitais.
ponsável pela regulação do mercado acionário, de de- e) exercer a fiscalização das instituições financeiras, pu-
bêntures e de commercial papers é o (a) nindo-as quando necessário.

a) Conselho Monetário Nacional 17. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO


b) Comissão de Valores Mobiliários – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) A principal carac-
c) Banco Central do Brasil terística que distingue um banco de investimento de um
d) Banco do Brasil banco de desenvolvimento é que, diferentemente do pri-
e) Ministério da Fazenda meiro, um banco de desenvolvimento

13. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI- a) é, geralmente, de capital privado, constituído sob a
RO – SUPERIOR – FGV – 2018) Por Sistema Financeiro forma de sociedade anônima, e se especializa em ope-
Nacional (SFN) entende-se o conjunto de instituições e rações de participação societária de caráter temporá-
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

instrumentos que possibilitam a transferência de recur- rio e de financiamento de investimentos.


sos entre os agentes econômicos superavitários e os de- b) é especializado na administração de recursos de ter-
ficitários. Essa transferência é possível em razão: ceiros.
c) é, geralmente, de capital público e objetiva financiar
a) dos mercados monetário, de crédito, de capitais e projetos de investimento orientados para o desenvol-
cambial; vimento econômico e social de uma região ou país.
d) capta recursos por meio de depósitos à vista e repasse
b) da atuação dos bancos comerciais;
de recursos externos.
c) da atuação dos bancos centrais;
e) não está sujeito aos mecanismos legais de regulação
d) das bolsas de valores;
bancária.
e) da atuação da CVM.
18. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO –
14. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI- SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) O mercado financeiro
RO – SUPERIOR – FGV – 2018) As casas lotéricas pos- capta recursos junto ao público, mediante a emissão de di-
suem autorização para receber pagamentos de contas de versos títulos de crédito, diferenciados por características,

14
tais como o tipo de emissor (bancos, entidades de crédito 23. (FUNPRESP/EXE – ESPECIALISTA INVESTIMENTOS
e financiamento, governos, etc.), formas de remuneração – SUPERIOR – CESPE – 2016) Julgue o item a seguir,
(renda fixa ou variável), dentre outras. Existe, por exemplo, relativos ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mer-
um título de renda fixa, emitido pelas sociedades de crédi- cado de valores mobiliários.
to, financiamento e investimento (“financeiras”), destinado
à captação de recursos que serão utilizados, sobretudo, no (  ) CERTO   (  ) ERRADO
financiamento de operações de crédito entre financiado-
ras e comerciantes. O título descrito acima é o (a)
24. (FUNPRESP/EXE – ESPECIALISTA INVESTIMENTOS
a) certificado de depósito bancário (CDb) – SUPERIOR – CESPE – 2016) Julgue o item a seguir,
b) título do Tesouro Nacional relativos ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mer-
c) letra financeira do Tesouro (LFT) cado de valores mobiliários.
d) caderneta de poupança Bolsas de valores são instituições financeiras que repre-
e) letra de câmbio sentam o mercado secundário de ações, no qual corre-
toras de valores criam a infraestrutura de negociação de
19. (CASAN – ECONOMISTA – SUPERIOR – INSTITU- ações.
TO AOCP – 2016) Entre os principais agentes “interme-
diários” participantes do mercado de capitais brasileiro (  ) CERTO   (  ) ERRADO
estão, EXCETO
25. (FUNPRESP/EXE – ESPECIALISTA INVESTIMENTOS
a) corretoras de mercadorias. – SUPERIOR – CESPE – 2016) Julgue o item a seguir,
b) administradores de carteiras. relativos ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mer-
c) corretoras de títulos e valores mobiliários. cado de valores mobiliários.
d) companhias abertas.
O Conselho Nacional de Previdência Complementar
e) distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
(CNPc) trata de planos de aposentadoria, de poupança
20. (FUNPRESP/EXE – ESPECIALISTA INVESTIMENTOS ou de pensão para funcionários de empresas, servidores
– SUPERIOR – CESPE – 2016) Acerca das políticas fiscal públicos e integrantes de associações ou de entidades
e monetária, julgue o item a seguir. de classe.
Ao aumentar o recolhimento compulsório dos bancos
comerciais, o Banco Central emprega um instrumento da (  ) CERTO   (  ) ERRADO
política monetária expansionista.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

21. (FUNPRESP/EXE – ESPECIALISTA INVESTIMENTOS


– SUPERIOR – CESPE – 2016) Julgue o item a seguir,
relativos ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mer-
cado de valores mobiliários.
Os órgãos normativos asseguram que os integrantes do
sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos
de crédito, de capitais e de câmbio, enquanto as entida-
des supervisoras determinam regras para o bom funcio-
namento do SFN.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

22. (SEPLAG/SHB – ANALISTA TÉCNICO – SUPERIOR


– IADES – 2017) O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
compõe-se de órgãos normativos, entidades superviso-
ras e operadores. Assinale a alternativa que apresenta
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

apenas os órgãos normativos do SFN.

a) Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do


Brasil (BCb) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
b) Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Cen-
tral do Brasil (BCb), Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) e Bolsa de Valores (BOVESPa).
c) Banco Central do Brasil (BCb), Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Pri-
vados (Susep) e Superintendência Nacional de Pre-
vidência Complementar (Previc). d) Banco Central do
Brasil (BCb) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
e) Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacio-
nal de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional
de Previdência Complementar (CNPc).

15
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 C ________________________________________________
2 B _________________________________________________
3 C
_________________________________________________
4 C
_________________________________________________
5 C
6 B _________________________________________________
7 D _________________________________________________
8 C
_________________________________________________
9 CERTO
10 A _________________________________________________

11 CERTO _________________________________________________
12 B _________________________________________________
13 A
_________________________________________________
14 E
15 CERTO _________________________________________________
16 A _________________________________________________
17 C
_________________________________________________
18 E
_________________________________________________
19 D
20 ERRADO _________________________________________________
21 ERRADO _________________________________________________
22 E
_________________________________________________
23 CERTO
24 ERRADO _________________________________________________

25 CERTO _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

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16
ÍNDICE

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Análise combinatória;................................................................................................................................................................................................. 01
Noções de probabilidade;......................................................................................................................................................................................... 07
Teorema de Bayes; Probabilidade condicional;................................................................................................................................................ 10
Noções de estatística; População e amostra; Análise e interpretação de tabelas e gráficos; Regressão, tendências, ex-
trapolações e interpolações; Tabelas de distribuição empírica de variáveis e histogramas; Estatística descritiva (média,
mediana, variância, desvio padrão, percentis, quartis, outliers, covariância)........................................................................................ 11
ANÁLISE COMBINATÓRIA

DEFINIÇÃO

A análise combinatória surgiu na matemática para re-


solver um problema que pode parecer banal no começo,
mas é de suma relevância no dia a dia: “Aprender a con-
tar”. O leitor pode achar que é uma brincadeira, já que
aprendemos a contar quando ainda somos pequenos.
Porém, vamos provar para vocês que “contar” pode se
tornar complicado.
Imagine o seguinte problema: Você possui 3 camise-
tas (vermelha, preta e verde) e 2 bermudas (azul e verde).
Quantas maneiras distintas você pode se vestir?
A resolução é simples, primeiro você veste a bermuda
azul e varia as três camisetas:

Como são 3 casos para cada bermuda, temos um to-


tal de 6 possibilidades.
Até este ponto, o leitor acha que contagem é fácil,
mas agora, vamos “complicar” um pouco.
Imagine que agora você tenha 5 camisetas diferentes,
3 bermudas diferentes, além de 3 tênis diferentes, quan-
tas maneiras distintas você poderá se vestir?
É possível resolver este problema com o procedimen-
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

to anterior mas levará um bom tempo para contar todas


as soluções. Mas, se nós queremos apenas a quantidade
total, sem a necessidade de lista-las, será que não tem
um meio mais fácil?
A resposta é sim e você verá a seguir.

Depois, você veste a bermuda verde e varia as três


camisetas:

1
PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO Resolução: Agora, a montagem do problema ganha
uma atenção especial pois não iremos retirar apenas 1
O princípio fundamental da contagem permite quan- elemento do grupo sobremesa, e sim 2. Neste caso, a
tificar situações ou casos de uma determinada situação montagem fica desta maneira:
ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-
ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de ca-
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul- Temos que adicionar uma linha, referente a segunda
tiplicação de todos estes números é feita para achar a sobremesa e diferenciar da primeira, já que o enunciado
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir fala que são sobremesas diferentes. Em relação aos valo-
irá ilustrar isso. res a serem colocados, os grupos salada, carne e bebida
“ João foi almoçar em um restaurante no centro da seguem a mesma linha do exercício anterior, tirando 1
cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti- elemento de cada, logo:
pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e 5
sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas ele
pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de cada
alimento? ”.
Resolução: O princípio da contagem depende forte- Para a primeira sobremesa, temos a 5 disponíveis,
mente de uma organização do problema. A sugestão é logo:
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer
4 traços:
Já para a segunda sobremesa, devemos ficar atentos
ao enunciado pois ele trata as mesmas como diferentes,
ou seja, a que foi retirada anteriormente não pode entrar
na contagem, assim, ao invés de 5 possibilidades, a se-
Agora, preencheremos a quantidade de possibilida- gunda sobremesa terá 4, logo:
des de cada caso:

Com tudo organizado, basta aplicar o princípio mul-


tiplicativo:
Finalmente, multiplicamos os números:

Ou seja, 720 maneiras de se montar um prato.


Outra variação dos problemas de princípio multiplica-
tivo são os que possuem alguma restrição, ou seja, alguns
Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se
casos devem ser descartados por não atenderem algum
montar um prato. critério dado no enunciado. Veja o exemplo:
Agora que aprendeu o princípio multiplicativo, você “Uma empresa de propaganda pretende criar panfle-
consegue resolver o exemplo das camisetas, bermudas e tos coloridos para divulgar certo produto. O papel pode
tênis da seção anterior? ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou roxo, en-
Se temos 5 camisetas, 3 bermudas e 3 tênis distintos, quanto o texto é escrito no panfleto em preto, vermelho
a quantidade de jeitos de se vestir será 5𝑥3𝑥3 = 45 . ou branco. De quantos modos distintos é possível esco-
Os problemas de princípio multiplicativo são simples lher uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por
quando os grupos são fáceis de se identificar e se retira uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto
apenas 1 elemento de cada grupo. Agora, vamos apro-
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

não podem ser iguais? ”.


fundar um pouco mais, considerando que podemos tirar
mais de um elemento por grupo. Veja o exemplo do res- Resolução: O problema parece seguir o mesmo padrão
taurante novamente, mas com uma pergunta diferente: do princípio multiplicativo, onde se separa os grupos e
“João foi almoçar em um restaurante no centro da faz a multiplicação. Porém temos uma restrição onde não
cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti- podemos ter papel e letra do texto iguais. Para resolver
pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e este problema a estratégia é simples: Calcula-se o total
5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas de casos, sem restrições, depois quantifica a quantidade
ele pode fazer um pedido, pegando 1 salada, 1 carne, 1 de casos que não podem ser contabilizados e realiza-se a
bebida e 2 sobremesas diferentes? ”. subtração. Veja como fica:

2
Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato-
riais desde o começo!
Para casos onde temos mais de um fatorial no deno-
minador, a estratégia é mesma e a dica é simplificar o
Sem restrições, temos 18 possibilidades. Olhando as fatorial do numerador com o maior fatorial que temos no
cores dos papéis e dos textos, percebe-se que não se denominador. Veja o exemplo:
pode escolher o papel preto com o texto preto e o papel
vermelho e o texto vermelho, o que totaliza 2 restrições. Calcule 8!
=
8⋅7⋅6⋅ 5⋅4⋅3⋅2⋅1
5! 3! 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!
Logo, o número de casos possíveis será o total subtraído
das restrições: 18-2=16. Vamos abrir os fatoriais de 8 e 5:
8! 8⋅7⋅6⋅ 5⋅4⋅3⋅2⋅1
=
FATORIAL 5! 3! 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!

Antes de definirmos casos particulares de contagem, Simplificamos os termos comuns e ficamos com:
iremos definir uma operação matemática que será utiliza- 8! 8⋅7⋅6 8⋅ 7⋅6
= = = 8 ⋅ 7 = 56
da nas próximas seções: o fatorial. Define-se o sinal de fa- 5! 3! 3! 3⋅ 2⋅1
torial pelo ponto de exclamação, ou seja, “!“. Assim, quan-
do encontrarmos 2! Significa que estaremos calculando o Essa estratégia será muito utilizada quando abordar-
“fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fatorial está mos as seções seguintes, que envolvem fatorial em suas
apresentada a seguir: operações.

n! = n ⋅ n − 1 ⋅ n − 2 ⋅ n − 3 … 3 ⋅ 2 ⋅ 1 PERMUTAÇÃO

Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo Permutação sem repetições de elementos


produto deste número e seus antecessores, até se chegar
As permutações são definidas como situações onde o
ao número 1. Vejam os exemplos abaixo:
número de elementos é igual ao número de posições em
3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6 que podemos posicioná-los. Considere o exemplo onde
temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber
5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120 de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es-
sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de
P as pessoas e C as cadeiras:
Assim, basta ir multiplicando os números até se che-
gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
muito rápido, veja quanto é 10!:

10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 3628800

Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar-


mos com valores tão altos, as operações com fatoriais
são normalmente feitas por último, procurando fazer o Em problemas onde o número de elementos é igual
maior número de simplificações possíveis. Observe este ao número de posições, sempre teremos uma permuta-
exemplo: ção. A fórmula da permutação, considerando que não há
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 repetição de elementos é a seguinte:
Calcule = Pn = n!
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1
Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10! Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições,
separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria basta eu calcular o fatorial de 5:
muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro. P5 = 5! = 120
Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei-
=
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1 ras diferentes na fileira de cadeiras.
Observe que a fórmula geral da permutação é utiliza-
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Observe que o denominador pode ser inteiramente da quando não há repetição de elementos, mas e quan-
cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa do temos elementos repetidos? A seção seguinte tratará
é uma particularidade interessante e facilitará demais a disso.
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
to de 3 termos: Permutações com repetição de elementos
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
= = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 = 720 A fórmula da permutação com repetição terá uma
7! 7 ⋅6⋅5 ⋅4⋅3⋅ 2 ⋅1 complementação, para desconsiderar casos repetidos
que serão contados 2 ou mais vezes se utilizarmos a fór-
mula sem repetição.

3
O exemplo mais comum destes casos é o que chama-
mos de Anagramas. Os anagramas são permutações das
letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a
necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-
mente um exemplo sem repetição, veja quantos anagra-
mas podemos formar com o nome BRUNO:
Montando a esquematização: Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”
também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
com repetição, faremos duas divisões:
n!
Pna,b =
a! b!
Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
a correção é feita dividindo pelas repetições de cada um.
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas Como ambos repetem duas vezes:
correspondentes e neste caso, é um problema de permu- 6! 6.5.4.3.2.1 6.5.4.3 360
tação sem repetição como já foi visto: P62,2 = = = = = 180
2! 2! 2.1 .2.1 2.1 2
P5 = 5! = 120
Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.
Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala- Esse mesmo tipo de problema pode ser feito com nú-
vra BRUNO. Agora, vamos olhar o mesmo problema, mas meros e segue o mesmo princípio.
com a palavra MARIANA. Ela possui 7 letras, logo tere-
mos 7 posições: PERMUTAÇÃO CIRCULAR

A permutação circular é um caso bem especifico e


normalmente suas questões são diferenciais entre os
candidatos em concursos públicos. Para entender melhor
o conceito, observe o exemplo a seguir: Suponha que 5
amigos, A,B,C,D,E vão se sentar em uma mesa circular de
Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que 5 lugares conforme esquema a seguir. De quantas ma-
acontece quando montarmos um anagrama qualquer da neiras eles poderão se dispor na mesa?
palavra:

Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas


posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
permutação da seguinte forma:

n!
Pna =
a! A primeira vista, o leitor interpreta que este é um pro-
blema de permutação sem repetição, já que o número
Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos de elementos é igual ao número de posições e simples-
com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7 mente calcula o número de possibilidades utilizando a
letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que: fórmula P5=120.
Mas este resultado está INCORRETO. Vamos utilizar
como exemplo a configuração mais simples, colocando
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
P73 = = = 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 = 840 os elementos em ordem alfabética na direção horária:
3! 3⋅2⋅1

Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas pos-


síveis.
Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
plo, vamos calcular os anagramas da palavra TALITA:

4
COMBINAÇÃO SIMPLES

A combinação simples, juntamente com o arranjo


simples, se difere da permutação por serem casos onde
o número de elementos é maior que o número de posi-
ções para serem ocupadas, ou seja, restarão elementos
que não serão posicionados.
Assim, não se pode aplicar simplesmente a formula
𝑃𝑛 = 𝑛! . Porém, é possível a partir dela, deduzir a fór-
mula da combinação. Vamos considerar um problema
onde temos n elementos distintos para se posicionar em
n posições:

Agora, vamos colocar cada elemento na sua cadeira a


esquerda, desta maneira:

Agora, se posicionarmos p elementos nas p posi-


ções, sobrará n-p elementos para fora. Na combinação
simples, a disposição dos elementos não importa e por
isso as configurações repetidas devem ser descartadas.
Lembrando o problema de permutação com repetição,
teremos portanto dois casos para descartar: Os n-p ele-
mentos que não foram posicionados e os p elementos
que estão posicionados, assim:
𝒑,𝒏−𝒑 𝒏!
𝑷𝒏 = 𝑪𝒏,𝒑 =
Finalmente, vamos repetir esse processo mais 3 vezes: 𝒑! 𝒏 − 𝒑 !

Logo, a combinação simples nada mais é do que uma


permutação com elementos repetidos. Para facilitar, bas-
ta ter em mente que em casos onde o número de ele-
mentos é maior que o número de posições e a ordem da
disposição dos elementos não importa, o problema deve
ser atacado como uma combinação.
Cada um destes casos está contabilizado dentre os
120 casos que calculou-se anteriormente. Mas agora
observe bem cada uma destas 5 configurações: O ele-
mento A tem sempre a sua esquerda o elemento B e a EXERCÍCIO COMENTADO
sua direita o elemento E, não importa a configuração que
esteja. Da mesma forma podemos ver os mesmos pa- 6. (BANRISUL – ESCRITURÁRIO - FCC, 2019). Ana e
drões para os elementos B,C,D e E, ou seja, em casos de Beatriz são as únicas mulheres que fazem parte de um
meras rotações nas posições, a disposição dos elementos grupo de 7 pessoas. O número de comissões de 3 pes-
é a mesma, tornando-as disposições repetidas. Isso vale soas que poderão ser formadas com essas 7 pessoas, de
para qualquer uma disposição destes 5 elementos, assim, maneira que Ana e Beatriz não estejam juntas em qual-
como temos 5 repetições, temos que dividir o valor total quer comissão formada, é igual a
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

de 120 por 5, chegando a resposta correta de 24 possi-


bilidades. a) 20
Em outras palavras, na permutação circular, o número b) 15
de configurações distintas é dado por: c) 30
d) 18
PnC = n − 1 ! e) 25

Onde “C” indica que a permutação é circular.

5
Resposta: Letra C. Problema envolvendo restrição a) 33600
onde a estratégia é a mesma, calculando o total de b) 37800
possibilidades e subtraindo a quantidade de ca- c) 43200
sos restritos. O total de comissões de 3 pessoas que d) 58500
podem ser formadas a partir de um número de 7 é e) 67600
7!
C7,3 = = 35 . Os casos que não podem são
3! 7 − 3 ! Resposta: Letra A. Como são algarismos e letras dis-
as comissões formadas por Ana, Beatriz e mais uma tintas, temos que ter atenção na hora de avaliar quan-
pessoa dentre as 5 possíveis, ou seja, 5 grupos. Logo: tas possibilidades terão em cada grupo. Na parte das,
35-5=30. como L já é a terceira, a primeira letra terá 25 possibi-
lidades e a segunda 24. Nos algarismos, como temos 1
e 0 preenchendo as últimas casas, restam outras duas,
ARRANJO SIMPLES que terão 8 e 7 possibilidades respectivamente. Assim:
𝑁 = 25𝑥24𝑥8𝑥7 = 33600
O arranjo simples segue a mesma linha de pensamento
que a combinação simples, onde a quantidade de elemen- 2. (ESFCEX – PROFESSOR – ESFCEX, 2006). Para 𝑛 ≥ 2,
tos a serem dispostos é maior que o número de posições a expressão 𝑛 − 2 !. 1 − 𝑛 vale:
1

possíveis. Entretanto, a diferença entre combinação e ar-


ranjo se dá na questão da disposição dos elementos nas a) 𝑛!
posições. Enquanto na combinação a ordem da disposição b) 𝑛 − 1 !
dos elementos não importa, para o arranjo ela é considera- c) 𝑛 + 1 !
da e isso muda completamente o resultado. d) 𝑛 ⋅ 𝑛 + 1 !
Partindo da mesma dedução que a combinação, em e) 𝑛 − 2 !
um grupo de n elementos, vamos posicioná-lo em p po-
sições: Resposta: Letra A. manipulando o parênteses, che-
ga-se a 𝑛 , onde o “n” do denominador é cancelado
𝑛−1

usando n2. Resta, portanto 𝑛. 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 que rear-


ranjando fica 𝑛 ⋅ 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 = 𝑛 ⋅ 𝑛 − 1 ⋅ 𝑛 − 2 ! = 𝑛!

3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). Na sequência cres-


cente de todos os números obtidos, permutando-se os
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a :

a) 94ª
b) 95ª
c) 96ª
A diferença agora é que a única parte onde a ordem d) 97ª
não importa é nos n-p elementos que sobraram. Assim, a e) 98ª
permutação com repetição fica:
𝑛! Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números
𝑃𝑛 𝑛−𝑝 = 𝐴𝑛,𝑝 = anteriores a 78312. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4 es-
𝑛−𝑝 ! paços, ou seja 4! = 24 números; iniciando com 2 _ _ _ _
temos outros 24 números, assim como iniciando com
Outra abordagem é considerar que o problema de 3_ _ _ _. Depois temos os números iniciados com “71_ _
Arranjo é simplesmente um problema de combinação, _” que são 6 (3!), assim como os iniciados em “72_ _ _”
permutando os elementos que foram posicionados, logo: e “73_ _ _”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que
são 2 números, assim como o “782 _ _”. O próximo já
𝑛! 𝑛!
𝐴𝑛,𝑝 = 𝐶𝑛,𝑝 � 𝑃𝑝 = � 𝑝! = será o 78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94.
𝑝! 𝑛 − 𝑝 ! 𝑛−𝑝 ! Logo, ele será o 95° número.

4. (PUC-RS – TODOS OS CARGOS – PUC-RS, 2008) O


número de Anagramas da palavra CONJUNTO que co-
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

EXERCÍCIOS COMENTADOS meçam com C e terminam por T é:

1. (UNESP-SP – VESTIBULAR – VUNESP, 2009). Uma a) 15


rede de supermercados fornece a seus clientes um car- b) 30
tão de crédito cuja identificação é formada por 3 letras c) 180
distintas (dentre 26), seguidas de 4 algarismos distintos. d) 360
Uma determinada cidade receberá os cartões que têm L e) 720
como terceira letra, o último algarismo é zero e o penúl-
timo é 1. A quantidade total de cartões distintos ofere-
cidos por tal rede de supermercados para essa cidade é:

6
Resposta: Letra C. Trata-se de um problema de per-
mutação com repetição, além de termos restrições em NOÇÕES DE PROBABILIDADE
algumas posições. Como as letras C e T estão travadas
na primeira e última posições, sobram as 6 posições
entre as duas. Dessas 6 posições, temos que colocar PONTO AMOSTRAL, ESPAÇO AMOSTRAL E EVEN-
as letras O,N,J,U,N,O, onde temos a letra O repetindo TO
duas vezes e a letra N repetindo duas vezes também.
Calculando a permutação:
6!
= 180 . Em uma tentativa com um número limitado de re-
2! 2! sultados, todos com chances iguais, devemos considerar
5. (OBM – OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA – OBM, três definições fundamentais:
2014). Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re-
Um grupo de 6 crianças decide brincar de ciranda e para sultados possíveis.
isso elas devem das às mãos umas às outras e formar Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos re-
uma roda. Dentre elas estão Aline, Bianca e Carla. De sultados possíveis; será representado por S e o número
quantas maneiras esta roda pode ser formada sabendo de elementos do espaço amostra por n(S).
que estas três são muito amigas e decidiram ficar sempre Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do es-
juntas? paço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A).
a) 6
b) 12 Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
c) 18 portanto são eventos.
d) 24 Ø = evento impossível.
e) 36 S = evento certo.

Resposta: Letra E. Atenção a este problema pois ele Conceito de Probabilidade


não envolve apenas permutação circular. Quando
se tem a restrição que as amigas devem ficar juntas, As probabilidades têm a função de mostrar a chance
podemos considera-la um grupo só, restando assim de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
4 elementos (outras 3 pessoas mais o grupo) para 4 um determinado evento A, que é simbolizada por P(A),
posições. Sendo uma permutação circular, calcula-se de um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente en-
P4C = 4 − 1 ! = 3! = 6 . Porém, o grupo das três amigas tre o número de elementos A e o número de elemento S.
pode permutar internamente, já que a restrição diz Representando:
apenas que elas devem estar juntas e não especifica n(A)
uma ordem. Assim, as 3 amigas permutam 3 posições P A =
N(S)
no grupo, chegando a 𝑃3 = 3! = 6 . Multiplicando os
resultados pelo principio multiplicativo, chega-se a 36.
Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1
6. (AGU – TÉCNICO - IDECAN, 2019). a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
Considerando os algarismos 1, 2, 3, 5, 7 e 9, quantos nú- a) um espaço amostral, que seria o conjunto S
meros pares podem-se formar com 5 algarismos diferen- {1,2,3,4,5,6}..
tes? b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
{2,4,6} C S.
a) 720 c) o número de elementos do evento número par é
b) 120 n(A1) = 3.
c) 240 d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
d) 1 n(A1 ) 3 1
e) 0 P A =
N(S)
= =
6 2
Resposta: Letra B. Como o número de 5 algarismos
deve ser par, então a posição das unidades só poderá Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não
ser ocupada pelo número 2. Nas outras 4 posições, Vazio
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

temos 5 algarismos distintos para posicionar e a or-


dem é relevante uma vez que trocando um algaris- a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a
mo de posição, o número final é diferente. Assim: zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a
5!
1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1
𝐴5,4 =
5−4 !
= 120. b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A)
≤ 1.
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A) =
1 - P(A)

7
Demonstração das Propriedades Eventos Exaustivos

Considerando S como um espaço finito e não vazio, Quando os eventos A , A , A , … , A de S forem,


temos: de dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão de-
1 2 3 n

nominados exaustivos se:


A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S

A∪�
A=S
� � =∅
A∩A

Então, logo:

União de Eventos
𝑃 A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = 𝑃 A1 + 𝑃 A2 + ⋯ + 𝑃(An )

Considere A e B como dois eventos de um espaço 𝑃 A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = 𝑃 S = 1
amostral S, finito e não vazio, temos:

Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ...+ P(An) = 1

Probabilidade Condicionada

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral


S, finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a
A é dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo
n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔ que já ocorreu A. É representada por P (B/A).

n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B) Veja:


↔ = + −
n(S) n(S) n(S) n(S) n(A ∩ B)
P(B⁄A) =
n(A)
Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B)

Eventos Mutuamente Exclusivos

Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de- Eventos Independentes


nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

= 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre mu- S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
tuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente: quando:
P(A/B) = P(A)
P(B/A) = P(B)
P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
Intersecção de Eventos

Considerando A e B como dois eventos de um espaço


amostral S, finito e não vazio, logo:

8
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
P(B/A) = = =
n(A) n A + n(S) P(A)

n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)


P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B)

Assim sendo:
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A)
P(A ∩ B)= P(B) ∙ P(A/B)

Considerando A e B como eventos independentes, logo P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)∙
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A
∩ B. Veja a representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B)

FIQUE ATENTO!
Um exercício de probabilidade pode envolver aspectos relativos à análise combinatória. É importante ter
em mente a diferença conceitual que existe entre ambos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta bola
ser verde?

Resposta: 5/12.
Neste exercício o espaço amostral possui 12 elementos, que é o número total de bolas, portanto a probabilidade de
ser retirada uma bola verde está na razão de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de uma bola verde, matematicamente podemos representar a
resolução assim:
n E
P E =
n S
5
P E =
12
Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.

2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cinco números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao acaso e
o produto deles dois é calculado. A probabilidade desse produto ser um número par é:

a) 60%
b) 75%
c) 80%
d) 85%
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

e) 90%

Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do espaço amostral, basta calcularmos a combinação dos 5 elementos
tomados 2 a 2 (a ordem não importa, pois a ordem dos fatores não altera o produto):
5! 5 � 4
C5,2 = = = 10
2! 3! 2
Para o produto ser par, os dois números escolhidos deverão ser par ou um deles é par. O único caso onde o produto
não dá par é quando os dois números são ímpares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser escolhido. Logo, se
1/10 = 10% não terá produto par, os outros 90% terão.

9
TEOREMA DE BAYES; PROBABILIDADE CONDICIONAL

PROBABILIDADE CONDICIONAL E TEOREMA DE BAYES

Seguindo a linha de obtenção da probabilidade quando temos mais de um evento, muitas vezes vamos querer sa-
ber a probabilidade de algo acontecer, dada alguma condição. Por exemplo, em uma escola podemos querer calcular a
probabilidade do aluno ter nota vermelha, dado que é menino. Essa probabilidade pode ser diferente da probabilidade
de se ter nota vermelha, dado que é uma menina. Para melhor visualização, considere a tabela abaixo com os alunos
aprovados e reprovados nas primeiras provas de cada disciplina.

Se escolhermos aleatoriamente um aluno, qual a probabilidade dele estar aprovado em matemática dado que é um
menino?
Temos um total de 13 meninos, sendo que 6 estão aprovados. Logo, a probabilidade é 6/13.
A mesma pergunta, aplicado ao caso de que tenha sido escolhida uma menina resultaria em 5/14.
Ou seja, precisamos fazer pequenos ajustes no que consideramos nosso espaço amostral.
Utilizando as notações adequadas, temos que dado dois eventos A e B, a probabilidade condicional de A dado B,
denotada por P(A|B) é:

Ou seja, no nosso exemplo, queremos P(aprovado | menino) e a resposta será a interseção dos dois eventos dividido
pela probabilidade de ser menino.
A probabilidade de ser homem e estar aprovado em matemática é 6/27, temos 6 meninos aprovados em matemá-
tica de um total de 27 alunos.
Como temos 13 meninos em uma sala de 27 alunos, a probabilidade de ser menino é 13/27.
Logo, P(aprovado|menino) = 6/27 ÷ 13/27 = 6/13.
Isso é o que chamamos de probabilidade condicional.
Um teorema muito importante quando se fala de probabilidade condicional é o Teorema de Bayes. O que este
teorema nos fornece é uma forma de relacionar as probabilidades condicionais ao seu inverso. Por exemplo, se você
precisa saber a probabilidade de um evento A ocorrer dado que ocorreu um evento B, e você sabe a probabilidade de
um evento B ocorrer dado que o evento A ocorreu, o teorema vai te levar a resposta. A fórmula principal do teorema é:

BÔNUS: Agora, e se quisermos saber a probabilidade de sair coroa em um lançamento de moeda, dado que no
lançamento anterior saiu cara?
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Essa é uma pergunta que confunde muitas pessoas. Nem todos responderiam 1/2, que é a resposta correta.
Pense comigo, se você está lançando uma moeda, independente do que já aconteceu no passado, a chance de cair
coroa é 50%. O fato de ter saído cara, ou coroa, em um primeiro lançamento não alterou nada na moeda que faça com
que ela agora tenha um peso diferente e provavelmente vai sair cara (ou coroa). Se você quiser saber a probabilidade
de ocorrer coroa nos dois lançamentos consecutivos, isso sim altera nosso resultado final, pois estamos avaliando os
dois eventos simultaneamente.

REFERÊNCIA
<https://estatsite.com/2016/07/30/probabilidade-condicional-e-o-teorema-de-bayes/>

10
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA; POPULAÇÃO E
EXERCÍCIOS COMENTADOS AMOSTRA;ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DE TABELAS E GRÁFICOS; REGRESSÃO,
1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) Na sequência cres- TENDÊNCIAS, EXTRAPOLAÇÕES E INTER-
cente de todos os números obtidos, permutando-se os POLAÇÕES; TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a : EMPÍRICA DE VARIÁVEIS E HISTOGRAMAS;
ESTATÍSTICA DESCRITIVA (MÉDIA, MEDIA-
a) 94ª NA, VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO, PERCEN-
b) 95ª TIS, QUARTIS, OUTLIERS, COVARIÂNCIA)
c) 96ª
d) 97ª
e) 98ª ESTATÍSTICA
Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números Definições Básicas
anteriores a ele. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4! = 24
números; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24 nú- Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na
meros, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois temos tomada de decisões por meio da obtenção, análise, orga-
os números iniciados com “71_ _ _” que são 6 (3!), assim nização e interpretação de dados.
como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _ _”. Depois apa-
rece o iniciado com “781_ _” que são 2 números, assim População: conjunto de entidades (pessoas, obje-
como o “782 _ _”. O próximo já será o 78312. Somando: tos, cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que
24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo, ele será o 95ª nú- apresentem no mínimo uma característica em comum.
mero. Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços
de um produto, médicos de um hospital, estudantes que
2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos prestam determinado concurso, etc.
escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?
Amostra: É uma parte da população que será objeto
Resposta: Esse exercício pode ser feito tanto com a fór- do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar
mula, quanto usando a princípio fundamental da con- a população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho
tagem. significativo (há métodos para determinar isso) que re-
1ª maneira: usando o princípio fundamental da conta- trate o comportamento da população. Exemplo: pesquisa
gem. de intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas
Como o exercício indica que não ocorrerá repetição são entrevistadas e a pesquisa retrata a intenção de vo-
nos algarismos que irão compor a senha, então tere- tos da população.
mos a seguinte situação:
• 9 opções para o algarismo das unidades; Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chama-
• 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já do de e cada valor desse dado será chamado de . Essa
utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir; variável pode ser quantitativa (assume valores) ou quali-
• 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utili- tativa (assume características ou propriedades).
zamos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
• 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
tirar os que já usamos anteriormente.
Assim, o número de senhas será dado por: São medidas que auxiliam na análise e interpretação
9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 = 3 024 senhas de dados para a tomada de decisões. As três medidas de
tendência central são:
2ª maneira: usando a fórmula
Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber Média aritmética simples: razão entre a soma de to-
que a ordem dos algarismos é importante. Por exem- dos os valores de uma mostra e o número de elementos
plo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór- da amostra. Expressa por . Calculada por:
mula de arranjo.
Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4 ∑xi
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

a 4. Desta maneira, o cálculo será:


x� =
n
9! 9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
A9,4 = = = = 3024 senhas Média aritmética ponderada: muito parecida com
9 − 4 ! 5! 5!
média aritmética simples, porém aqui cada variável tem
um peso diferente que é levado em conta no cálculo da
média.
∑xi pi
x� =
∑pi

11
Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre
os elementos intermediários.

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.


Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução
Média:
1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exem-
3+4 7
plo, são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: = 2 = 3,5
2

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução:
Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
segunda e 6 na terceira.

Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

TABELAS E GRÁFICOS

Tabelas
Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais diversos tipos de dados. O mais importante é saber interpretá-
-las e, para isso, é conveniente saber como uma tabela é estruturada.
Toda tabela possui um título que indica sobre o que se trata a tabela. Toda tabela é dividida em linhas e colunas
onde, no começo de uma linha ou de uma coluna, está indicado qual o tipo de dado que aquela linha/coluna exibe.
Ex:
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso

Curso Número de Estudantes


Administração 2000
Arquitetura 1450
Direito 2500
Economia 1800
Enfermagem 800

12
Engenharia 3500
Letras 750
Medicina 1500
Psicologia 1000
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso e número de estudantes. E cada linha corresponde a um dos cursos da Universi-
dade com o respectivo número de alunos de cada curso.

Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Homem 1200
Administração
Mulher 800
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Homem 350
Enfermagem
Mulher 450
Homem 2500
Engenharia
Mulher 1000
Homem 200
Letras
Mulher 550
Homem 700
Medicina
Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes. E cada linha corresponde a um dos cursos da
Universidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

#FicaDica
Acima foram exibidas duas tabelas como exemplos. Há uma infinidade de tabelas cada uma com sua par-
ticularidade o que torna impossível exibir todos os tipos de tabelas aqui. Porém em todas será necessário
identificar linhas, colunas e o que cada valor exibido representa.

GRÁFICOS

Para falar de gráficos em estatística é importante apresentar o conceito de frequência.


PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma variável estatística.

Tipos de frequência
Absoluta: mede a quantidade de repetições.
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência absoluta:
fi = 4
Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o total (expresso em porcentagem)

13
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota pos- Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências
sui freqüência relativa: e seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número
de alunos da Universidade ao longo desses 10 anos.
6
fr = ∙ 100 = 20%
30
Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos
Tipos de Gráficos
2500
Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo
atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na hori- 2000
zontal são apresentados os grupos (dados qualitativos)
dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na verti- 1500

cal são apresentados os valores referentes a cada grupo


(dados quantitativos ou frequências absolutas). 1000

500
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de 0
estudantes separados pelos seus continentes de origem: 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Estudantes da Universidade ALFA Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas
700 relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
600 gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalida-
de entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram
500
uma pizza pelo formato redondo com seus pedaços (fre-
400 quências relativas).
300

200
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de
100
estudantes de acordo com seus continentes de origem.
0
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central
Estudantes da Universidade ALFA

Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos


30

de colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal 150

são apresentados os valores referentes a cada grupo (da- 260 630

dos quantitativos) enquanto na vertical são apresentados


os grupos (dados qualitativos).
440

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo


todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de 150
520

estudantes separados pelos seus continentes de origem:


América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania
Estudantes da Universidade ALFA

Oceania
Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado pelos
alunos de um curso da Universidade ALFA.
África

Ásia
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Europa

América Central

América do Sul

América do Norte

0 100 200 300 400 500 600 700

Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas


séries históricas de dados e mostram a evolução dessas
séries ao longo do tempo.

14
Frequências absolutas: Resposta: Letra C Trata-se de um caso de média arit-
mética ponderada. Considerando as 95 avaliações, o
peso de cada uma das notas é igual ao total de pes-
soas que atribuiu a nota. Analisando a tabela
8 pessoas atribuíram nota 1
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por:
8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318
x� = = = 3,34
8 + 18 + 21 + 29 + 19 95

2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos


de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é
igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos
é igual a 6, a média aritmética das notas das meninas é
Frequências relativas: igual a:

a) 6,5
b) 7,2
c) 7,4
d) 7,8
e) 8,0

Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada a


soma das notas dos meninos por  x  e a da nota das
meninas por y. Se a turma tem 5 meninos e a média
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das
notas dos meninos  (x)  dividida pela quantidade de
meninos (5) deve ser igual a 6, isto é:

x
= 6
5

EXERCÍCIO COMENTADO x = 6 ∙ 5
x = 30
1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual – Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento (Me é a média aritmética de suas notas), o quociente
ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses (x + y)/(25+5) = 7
funcionários em um determinado dia. y = 25∙Me
Para calcular a média da turma, devemos somar as no-
tas dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir
pela quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado
deverá ser 7. Sendo assim, temos:

x + y
= 7
25 + 5
Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia,
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

é correto afirmar que a média das notas dista da moda 30 + 25 ∙ Me


= 7
dessas mesmas notas um valor absoluto, aproximada- 30
mente, igual a: 30 + 25 ∙ Me = 7 • 30
a) 0,33 30 + 25 ∙ Me = 210
b) 0,83
c) 0,65 25 ∙ Me = 210 – 30
d) 0,16
e) 0,21 25 ∙ Me = 180

15
Intersecção de Eventos
Me = 7,2
Portanto, a média aritmética das notas das meninas Considerando A e B como dois eventos de um espaço
é 7,2. A alternativa correta é a letra b. amostral S, finito e não vazio, logo:

n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)


P(B/A) = = =
n(A) n A + n(S) P(A)

n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)


P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B)

Então, logo: Assim sendo:

P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = P A1 + P A2 + ⋯ + P(An ) P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A)



P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = P S = 1 P A ∩ B = P B ∙ P(A/B)

Portanto: Considerando A e B como eventos independentes,


P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An ) = 1 logo P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B)
= P(A)∙ P(B). Para saber se os eventos A e B são indepen-
dentes, podemos utilizar a definição ou calcular a proba-
bilidade de A ∩ B. Veja a representação:
Probabilidade Condicionada
A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B)
S, finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a
A é dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo
que já ocorreu A. É representada por P(B/A). FIQUE ATENTO!
n(A ∩ B) Um exercício de probabilidade pode envol-
Veja: P(B/A) = ver aspectos relativos à análise combinató-
n(A) ria. É importante ter em mente a diferença
conceitual que existe entre ambos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas


verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta
bola ser verde?

Resposta: 5/12. Neste exercício o espaço amostral


possui 12 elementos, que é o número total de bolas,
portanto a probabilidade de ser retirada uma bola ver-
de está na razão de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
uma bola verde, matematicamente podemos repre-
sentar a resolução assim:
Eventos Independentes
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

n E
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral P E =
n S
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
quando:
5
P E =
P(A/B) = P(A) 12
P(B/A) = P(B)
Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.

16
2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cin- Barra horizontal
co números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao
acaso e o produto deles dois é calculado. A probabilida-
de desse produto ser um número par é:

a) 60%
b) 75%
c) 80%
d) 85%
e) 90%

Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-


paço amostral, basta calcularmos a combinação dos
5 elementos tomados 2 a 2 (a ordem não impor-
ta, pois a ordem dos fatores não altera o produto):
5! 5 ∙ 4 .
C5,2 = = = 10
2! 3! 2
Para o produto ser par, os dois números escolhidos deve-
rão ser par ou um deles é par. O único caso onde o produ-
to não dá par é quando os dois números são ímpares. As-
sim, apenas o produto 3 5 não pode ser escolhido. Logo,
se 1/10 = 10% não terá produto par, os outros 90% terão. Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
uma variável específica e um detalhe importante que são
dois dados relacionados entre si.
faixas de valores em x.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral
um bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar cla-
ro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre
aspectos descritos ou mostrados numericamente
através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada peda-
ço como numa pizza.

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

17
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1

Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio


lógico

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017)


Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br tínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), foram obtidos os dados da taxa de
Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co- desocupação da população em idade para trabalhar. Es-
mum na representação de tendências e relacionamentos ses dados, em porcentagem, encontram-se indicados na
de variáveis apresentação gráfica abaixo, ao longo de trimestres de
2014 a 2017.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a


Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar melhor aproximação para o aumento percentual da taxa
mais fácil a compreensão de todos sobre um tema. de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em re-
lação à taxa de desocupação do primeiro trimestre de
2014.

a) 15%.
b) 25%.
c) 50%.
d) 75%.
e) 90%.

Resposta: Letra E. 13,7/7,2=1,90


Houve um aumento de 90%.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua- 2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
lização de dados e muitas vezes é através dela que va- NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a
mos fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente. distribuição, percentual e quantitativa, da frota de uma
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

empresa de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de


Podem ser tabelas simples: uso destes.

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua


casa?

18
O número total de ônibus dessa empresa é Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida do
ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
a) 270. presenta o conceito BOM é igual a
b) 250.
c) 220 a) 144º.
d) 180. b) 135º.
e) 120. c) 126º
d) 117º
Resposta: Letra D e) 108º.
81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5) Resposta: Letra A.
108-----60 X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
x--------100 10x=360
x=10800/60=180 X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros ven- 6. (BRDE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FUN-
didos por uma concessionária nos cinco dias subsequen- DATEC/2015) Assinale a alternativa que representa a
tes à veiculação de um anúncio promocional. nomenclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente.

O número médio de carros vendidos por dia nesse perí-


odo foi igual a

a) 10.
b) 9.
c) 8.
d) 7.
e) 6.

Resposta: Letra C.

4. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU-


NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de
setores para representar a distribuição, em porcentagem,
dos cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas
obtidas pelos alunos de uma determinada classe em uma
prova de matemática. Observe que, nesse gráfico, as por-
centagens referentes a cada conceito foram substituídas
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

por x ou por múltiplos e submúltiplos de x.

a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha.
c) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de Ten-
dência.

19
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de Li- Assinale a alternativa em que o histograma é o que me-
nha. lhor representa a distribuição de frequência da tabela.
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de Bar-
ras.
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

Resposta: Letra C. Como foi visto na teoria, gráfico de


barras, de setores ou pizza e de linha a)

7. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2015) A distribuição de salários de uma empresa
com 30 funcionários é dada na tabela seguinte. 
b)
Salário (em salários mínimos) Funcionários
1,8 10
2,5 8
3,0 5
c)
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que


d)
a) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
b) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3 sa-
lários.
c) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
d) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da renda
total.
e) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da renda
e)
total.

Resposta: Letra D. a) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x Resposta: Letra A. Colocando em ordem crescente:


2+15,0x1=104 salários 30-35, 50-55, 45-50, 40-45, 35-40,
b) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12) 9. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL –
c)10% de 30=0,1x30=3 funcionários CESPE/2015)
E apenas 1 pessoa ganha
d) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
e) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

8. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2015) Considere a tabela de distribuição de fre-
quência seguinte, em que xi é a variável estudada e fi é a
frequência absoluta dos dados.
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

xi fi
30-35 4
35-40 12 Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Na-
cional — Sistema Integrado de Informações Penitenciá-
40-45 10 rias – InfoPen, Relatório Estatístico Sintético do Sistema
45-50 8 Prisional Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.
br> (com adaptações)
50-55 6
TOTAL 40

20
A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse
ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a quan-
tidade de detentos no sistema penitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média nacional,
havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, julgue o item a seguir:

Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se encontrava na região Sudeste.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: CERTO.
555----100%
x----55%
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

Teste de Hipóteses

Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional.

Para testar um parâmetro populacional, você deve afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que repre-
sente a afirmação e outra, seu complemento. Quando uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipótese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém afir-
mação de desigualdade, como <, ≠, >.

Vamos ver como montar essas hipóteses


Um caso bem simples.

Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira.


Há uma regrinha para formular essas hipóteses:

Formulação verbal H0 Formulação Matemática Formulação verbal Ha


A média é A média é
...maior ou igual a k. ...menor que k
....pelo menos k. ... abaixo de k
...não menos que k. ...menos que k.
...menor ou igual a k. ..maior que k
....no máximo k. ... acima de k
...não mais que k. ...mais do que k.
... igual a k. ... não igual a k.
.... k. .... diferente de k.
...exatamente k. ...não k.
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é menor
que 2,5 galões por minuto.

Referências
LARSON, Ron. Estatística Aplicada. 4 Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

21
FREQUÊNCIAS Classes Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em 41 |------- 45 7
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre 45 |------- 49 3
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa
população. 49 |------- 53 4
53 |------- 57 1
1. Frequência Absoluta 57 |------- 61 5
É o número de vezes que a variável estatística assume
um valor. Total 20

1.1. Frequência Relativa 2. Média aritmética

É o quociente entre a frequência absoluta e o número Média aritmética de um conjunto de números é o va-
de elementos da amostra. lor que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: número de elementos do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável en-
volvida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido cal-
cular a média aritmética para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística
entre diferentes grupos, se for possível calcular a média,
ficará mais fácil estabelecer uma comparação entre esses
grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das
alturas dos jogadores é:

1.2. Distribuição de frequência sem intervalos de


classe:
Se dividirmos esse valor pelo número total de joga-
É a simples condensação dos dados conforme as re- dores, obteremos a média aritmética das alturas:
petições de seu valores. Para um ROL  de tamanho ra-
zoável esta distribuição de frequência é inconveniente, já
que exige muito espaço. Veja exemplo abaixo:

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.


Dados Frequência
41 3 2.1. Média Ponderada
42 2
A média dos elementos do conjunto numérico A re-
43 1 lativa à adição e na qual cada elemento tem um “deter-
44 1 minado peso” é chamada média aritmética ponderada.
45 1
46 2
50 2
2.2. Mediana (Md)
51 1
52 1 Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

58 2 Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que


o número de termos da sequência que precedem é
60 2 igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela
Distribuição de frequência com intervalos de classe: média aritmética entre os termos e , tais que o nú-
mero de termos que precedem é igual ao número de
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais ra- termos que sucedem , isto é, a mediana é a média
cional efetuar o agrupamento dos valores em vários in- aritmética entre os termos centrais da sequência ( ) em
tervalos de classe. rol.

22
Exemplo 1: E para amostra
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Exemplo 1:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio des- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
se rol. Logo: Md=12 Jogo Número de pontos
Resposta: Md=12.
1 22
Exemplo 2: 2 18
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 3 13
4 24
Solução: 5 26
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol,
tem-se: 6 20
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 7 19
mética entre os dois termos centrais do rol.
8 18
Logo:
a) Qual a média de pontos por jogo?
Resposta: Md=15 b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Solução:
3. Moda (Mo)
Num conjunto de números: , chama-se a) A média de pontos por jogo é:
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.

Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser
única.

Exemplo 1: b) A variância é:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

4. Medidas de dispersão Desvio médio


Duas distribuições de frequência com medidas de
tendência central semelhantes podem apresentar ca- Definição
racterísticas diversas. Necessita-se de outros índices
numéricas que informem sobre o grau de dispersão ou Medida da dispersão dos dados em relação à média
variação dos dados em torno da média ou de qualquer de uma sequência. Esta medida representa a média das
outro valor de concentração. Esses índices são chamados distâncias entre cada elemento da amostra e seu valor
medidas de dispersão. médio.

Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elemen-
tos de um conjunto de números em relação a sua média
aritmética, e que é chamado de variância. Esse índice é Desvio padrão
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

assim definido:
Seja o conjunto de números , tal que Definição
é sua média aritmética. Chama-se variância desse con- Seja o conjunto de números , tal que
junto, e indica-se por , o número: é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse
conjunto, e indica-se por , o número:

Isto é:

23
Isto é: 2. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para respon-
der a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 can-
didatos que realizaram a prova da segunda fase de um
concurso, que continha 5 questões de múltipla escolha
Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de bas- Número de acertos Número de candidatos
quetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m.
Calcular: 5 204
a) A estatura média desses jogadores. 4 132
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
3 96
Solução: 2 78
1 66
Sendo a estatura média, temos:
0 24

A média de acertos por prova foi de

Sendo o desvio padrão, tem-se: a) 3,57.


b) 3,43
c) 3,32.
d) 3,25.
e) 3,19.

Resposta: Letra B.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU- 3. (PREF. GUARULHOS/SP – ASSISTENTE DE GES-


NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no to- TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Certa escola tem 15
tal: 70 possuem curso superior e 50 não possuem curso classes no período matutino e 10 classes no período ves-
superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa pertino. O número médio de alunos por classe no perío-
é de R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos fun- do matutino é 20, e, no período vespertino, é 25. Consi-
cionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. derando os dois períodos citados, a média aritmética do
Desse modo, é correto afirmar que a média salarial dos número de alunos por classe é
funcionários dessa empresa que não possuem curso su-
perior é de a) 24,5.
b) 23.
a) R$ 4.000,00. c) 22,5.
b) R$ 3.900,00. d) 22.
c) R$ 3.800,00. e) 21.
d) R$ 3.700,00.
e) R$ 3.600,00. Resposta: Letra D.

Resposta: Letra E. S=cursam superior


M=não tem curso superior
M=300
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

S+M=600000
V=250

S=420000
M=600000-420000=180000

24
4. (SEGEP/MA – TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL a) 1,5
– FCC/2016) Para responder à questão, considere as in- b) 2
formações abaixo. c) 2,5
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente d) 3
de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuí- e) 3,5
ram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido.
A tabela mostra as notas recebidas por esses funcioná- Resposta: Letra B. Como 24 é um número par, deve-
rios em um determinado dia. mos fazer a segunda regra:

6. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPE-


VE/2016) A tabela apresenta o número de empréstimos
Considerando a avaliação média individual de cada fun- de livros de uma biblioteca setorial de um Instituto Fede-
cionário nesse dia, a diferença entre as médias mais pró- ral, no primeiro semestre de 2016.
ximas é igual a
Mës Empréstimos
a) 0,32.
b) 0,21. Janeiro 15
c) 0,35. Fevereiro 25
d) 0,18.
e) 0,24. Março 22
Abril 30
Resposta: Letra B.
Maio 28
Junho 15

Dadas as afirmativas,
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
II. A mediana da série de valores é igual a 26.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
Verifica-se que está(ão) correta(s)

a) II, apenas.
3,36-3,15=0,21 b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
5. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – d) I e III, apenas.
UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que e) I, II e III.
x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual
a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética Resposta: Letra D.
de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par. Uma prova composta
por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A
tabela seguinte relaciona o número de acertos obtidos
na prova com o número de alunos que obtiveram esse
número de acertos. Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente
Número de acertos Número de alunos
15,15,22,25,28,30
0 4
1 5
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

2 4 Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.


3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica


que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na
prova. A mediana dos números de acertos é igual a

25
7. (COSANPA - QUÍMICO – FADESP/2017) Algumas 9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU-
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
foram executadas (em triplicata) paralelamente por qua- uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
tro laboratórios e os resultados são mostrados na tabela foram contratados, um com o salário 10% maior que o
abaixo. do outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a
ser R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos
funcionários, é igual a
Replicatas Laboratório
1 2 3 4 a) R$ 2.002,00.
1 30,3 30,9 30,3 30,5 b) R$ 2.006,00.
c) R$ 2.010,00.
2 30,4 30,8 30,7 30,4 d) R$ 2.004,00.
3 30,0 30,6 30,4 30,7 e) R$ 2.008,00.
Média 30,20 30,77 30,47 30,53 Resposta: Letra C. Vamos chamar de x a soma dos
Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15 salários dos 13 funcionários
Padrão x/13=1998
X=13.1998
Utilize essa tabela para responder à questão. X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o de nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior,
número pois ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
a) 1. (x+y+1,1y)/15=2013
b) 2. 25974+2,1y=15∙2013
c) 3. 2,1y=30195-25974
d) 4. 2,1y=4221
Y=2010
Resposta: Letra C. Como o desvio padrão é maior no
3, o erro padrão é proporcional, portanto também é 10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO –
maior em 3. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da
prefeitura foram submetidos a um teste de avaliação de
conhecimentos de computação e a pontuação deles, em
8. (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO-
uma escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
ESAF/2016) Os valores a seguir representam uma amos-
tra
50 55 55 55 55 60
62 63 65 90 90 100
331546248
O número de funcionários com pontuação acima da mé-
Então, a variância dessa amostra é igual a dia é:
a) 4,0 a) 3;
b) 2,5. b) 4;
c) 4,5. c) 5;
d) 5,5 d) 6;
e) 3,0 e) 7.
Resposta: Letra C. Resposta: Letra A.

M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Prezado candidato, alguns assuntos específicos


referente a Regressão, Extrapolações e itens relacio-
nados podem ser encontrados em nosso site para
consulta em um material separado para seu estudo.
Não deixe de conferir em https://www.novaconcur-
sos.com.br/retificacoes. Além disso, estude toda a
apostila na íntegra no que diz respeito a matemática
e probabilidade e completo seus conhecimentos so-
bre os tópicos como um todo.

26
HORA DE PRATICAR!

1. (UNESP – Assistente Administrativo – VUNESP/2017) Utilize os dados do gráfico a seguir, que mostra o número
de rascunho vendas realizadas pelo vendedor Carlos em seis dias de uma semana, para responder à questão.

A média diária de vendas de Carlos, nessa semana, é, aproximadamente, igual a:

a) 12
b) 15
c) 18
d) 20
e) 21

2. (TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – UNVUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha.

Analisando-se as informações apresentadas na tabela, é correto afirmar que:

a) mais da metade dos candidatos acertou menos de 50% da prova.


b) menos da metade dos candidatos acertou mais de 50% da prova.
c) exatamente 168 candidatos acertaram, no mínimo, 2 questões.
d) 264 candidatos acertaram, no máximo, 3 questões.
e) 132 candidatos acertaram a questão de número 4.
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

3. (IF-BA – Professor de Matemática – AOCP/2016) Sobre medidas de tendência central, considerando o conjunto
T das temperaturas, em grau Celsius, registradas nos dez primeiros dias do mês de junho em determinada região, res-
pectivamente: 11°C; 11°C; 6°C; 6°C; 3°C; 3°C; 0°C; 3°C; 5°C; 6°C, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
a(s) correta(s).

I. A média aritmética das temperaturas é 6°C.


II. A mediana é igual a 5°C ou 6°C.
III. P é multimodal.
a) Apenas I

27
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III

4. (SEGEP-MA - Analista Ambiental – FCC/2016) Considere a tabela abaixo.

(Adaptado de: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares. 2008-2009)

A partir dos dados da tabela, é possível concluir que, nas áreas urbanas consideradas, a média da aquisição per capita
anual de arroz supera a da aquisição per capita de feijão em, aproximadamente,

a) 10 kg
b) 20 kg
c) 15 kg
d) 5 kg
e) 25 kg

5. (SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – FCC/2016) Os registros da temperatura máxima diária dos primeiros
6 dias de uma semana foram: 25 °C; 26 °C, 28,5 °C; 26,8 °C; 25 °C; 25,6 °C. Incluindo também o registro da temperatura
máxima diária do 7º dia dessa semana, o conjunto dos sete dados numéricos será unimodal com moda igual a 25 °C,
e terá mediana igual a 26 °C. De acordo com os dados, é correto afirmar que, necessariamente, a temperatura máxima
diária do 7º dia foi

a) Inferior a 25°C
b) Superior a 26,8°C
c) Igual a 26°C
d) Inferior a 25,6°C
e) Superior a 26°C

7. (SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento ao
Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido.
A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um determinado dia.
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a:

a) 0,32
b) 0,21
c) 0,35
d) 0,18
e) 0,24

28
8. (Pref. de Carpina-PE – Assistente Adiministrativo –
CONPASS/2016) Efetuou-se uma pesquisa com 30 pes-
soas, escolhidas aleatoriamente, para saber o número de GABARITO
livros que liam por ano. Com base nas respostas obtidas,
elaborou-se o seguinte gráfico: 1 C
2 D
3 C
4 B
5 E
6 B
7 A
8 C
9 C

Pode-se afirmar que o número de pessoas que, num ano,


não leem livro algum é:

a) 6
b) 2
c) 14
d) 20
e) 12

9. (Pref. Lauro Muller-SC – Auxiliar Administrativo


FAPESUL/2016) Assinale a assertiva que apresenta a
média aritmética simples, a moda e a mediana, respecti-
vamente, da sequência (8,9,6,4,3,11,7,10,14,14).

a) 8,6 – 8 – 14
b) 8,6 – 14 – 8
c) 8,6 – 14 – 8,5
d) 8 – 14 – 9,1
e) 7,8 – 14 – 9

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

29
ANOTAÇÕES

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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

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30
ÍNDICE

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional...................................................................................................... 01


COPOM – Comitê de Política Monetária....................................................................................................................................................................... 15
Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários.................................................................................................................................... 22
Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, caderneta de
poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros.......................................................................................................................... 23
Noções de Mercado de capitais. Noções de Mercado Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas............. 32
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.... 39
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro:................................. 47
Lei nº 9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen...................................................................................................................................................... 48
3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen ; 3.542/12. Autorregulação Bancária..................................................................... 49
o desenvolvimento nacional e atender à crescente demanda
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO por crédito. O problema de popularização do investimento
NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO estava contido na nítida preferência dos investidores por
NACIONAL imóveis de renda e de reserva de valor. Ao governo interes-
sava a evolução dos níveis de poupança internos e o seu di-
recionamento para investimentos produtivos.
A partir desses institutos legais, o sistema financeiro bra-
A próxima fase da evolução da intermediação finan- sileiro passou a contar com maior e mais diversificado núme-
ceira no país inicia-se no biênio 1964-65, com quatro leis, ro de intermediários financeiros näo bancários, com áreas es-
que introduziram profundas alteraçöes na estrutura do pecíficas e bem determinadas de atuaçäo. Ao mesmo tempo,
sistema financeiro nacional: foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros,
Lei n. 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária), abrindo-se novo leque de opçöes para captaçäo e aplicaçäo
que instituiu normas para a indexação de débitos fiscais, de poupanças e criando-se, assim, condiçöes mais efetivas
criou títulos públicos federais com cláusula de correção para a ativaçäo do processo de intermediaçäo.
monetária (ORTN), destinados a antecipar receitas, cobrir As reformas bancária e do mercado de capitais foram
déficit público e promover investimentos. Esta foi a so- inspiradas no sistema norte-americano de organização do
lução buscada para o problema da limitação da taxa de sistema financeiro, voltando-se para a especialização das
juros em 12% ao ano, imposta pela Lei da Usura, ao lado instituições. Apesar desta opção, em virtude de condiciona-
da persistência de inflação anual acima desse patamar, mentos econômicos e, em especial, da necessidade de bus-
o que limitava a capacidade do poder público financiar- car economia de escala e melhor racionalização do sistema,
-se mediante a emissão de títulos próprios, restando-lhe os bancos comerciais passaram a assumir o papel de líde-
apenas a emissão primária de moeda. res de grandes conglomerados, no âmbito do qual atuavam
Lei n. 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da coordenadamente diversas instituições especializadas nas
Habitação), que instituiu a correçäo monetária nos con- diferentes modalidades financeiras que, embora com gran-
tratos imobiliários, criou o Banco Nacional da Habita- de número de pequenos bancos regionais, passaram a deter
çäo-BNH e institucionalizou o Sistema Financeiro da o maior volume de negócios de intermediação financeira e
Habitaçäo, criou as Sociedades de Crédito Imobiliário e prestação de serviços.
as Letras Imobiliárias. O BNH tornou-se o órgão gestor Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis im-
do Sistema Brasileiro de Habitação (também denomina- portantes para o reordenamento institucional do Sistema Fi-
do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo-SBPE), nanceiro Nacional, quais sejam:
destinado a fomentar a construção de casas populares e Lei n. 6385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Comissão
obras de saneamento e infraestrutura urbana, com moe- de Valores Mobiliários-CVM, transferindo do Banco Central
da própria (UPC-Unidade Padrão de Capital) e seus pró- a responsabilidade pela regulamentação e fiscalização das
prios instrumentos de captação de recursos: Letras Hipo- atividades relacionadas ao mercado de valores mobiliários
tecárias, Letras Imobiliárias e Cadernetas de Poupança. (ações, debêntures etc.). Esta lei deu solução à falta de uma
Posteriormente, a esses recursos foram adicionados os entidade que absorvesse a regulação e fiscalização do mer-
do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço-FGTS. Esta cado de capitais, especialmente no que se referia às socieda-
des de capital aberto.
lei buscou incentivar a criação de empregos na constru-
Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas), que
ção civil, como solução para o emprego de mão-de-obra
estabeleceu regras quanto às características, forma de cons-
não qualificada, no cenário econômico de recessão que
tituição, composição acionária, estrutura de demonstrações
caracterizou os anos 1960.
financeiras, obrigações societárias, direitos e obrigações de
Lei n. 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Siste- acionistas e órgãos estatutários e legais. Esta lei veio ao en-
ma Financeiro Nacional), que dispôs sobre a política e contro da necessidade de atualização da legislação sobre as
as instituiçöes monetárias, bancárias e creditícias, criou o sociedades anônimas brasileiras, especialmente quanto aos
Conselho Monetário Nacional-CMN e o Banco Central do aspectos de composição acionária, negociação de valores
Brasil e foi a base da reforma bancária, reestruturando o mobiliários (ações, debêntures etc.) e modernização do fluxo
sistema financeiro nacional, mediante o estabelecimen- de informação.
to de normas operacionais, rotinas de funcionamento e Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto
procedimentos de qualificação aos quais as entidades 3.995 e MP 8 (estes de 2002), que consolidam os dispo-
do sistema deveriam se subordinar, bem como definiu sitivos da Lei da CVM e da Lei das S.A., melhorando a
as características e as áreas específicas de atuaçäo das proteção aos minoritários e dando força à ação da CVM
instituiçöes financeiras. Esta lei reordenou os órgãos de como órgão regulador e fiscalizador do mercado de ca-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

aconselhamento e de gestão da política monetária, do pitais, incluindo os fundos de investimento e os mercados


crédito e das finanças públicas, até então concentrados de derivativos. A quesão associada a esta legislação é que
no Ministério da Fazenda, na Superintendëncia da Moe- o mercado de capitais cada vez mais perdia espaço para o
da e do Crédito-SUMOC e no Banco do Brasil, estrutu- exterior pela ausência de proteção ao acionista minoritário
ra esta que não mais suporava os crescentes encargos e insegurança quanto às aplicações financeiras.
e responsabilidades da condução da política econômica. O elenco de normas e a disciplina operacional säo im-
Lei n. 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Capitais), postos ao sistema por meio de resoluçöes, circulares, instru-
que disciplinou e reformou o mercado de capitais, bem çöes e atos declaratórios, direta ou indiretamente decorren-
como estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. Es- tes de decisöes do CMN. O conjunto destes atos normativos
tabeleceu normas e regulamentos básicos para a estrutu- compõe o MNI - Manual de Normas e Instruções do Banco
ração de um sistema de investimentos destinado a apoiar Central do Brasil.

3
A estrutura do SFN emergente da reforma de guir, conforme o site do Banco Central do Brasil na internet.
1964/65 foi a seguinte: Órgãos Normativos
Conselho Monetário Nacional - CMN
Sistema Financeiro Nacional: Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
Autoridades Monetárias Conselho de Gestão de Previdência Complementar
Autoridades de Apoio – CGPC
Instituições Financeiras
Entidades Supervisoras
Autoridades Monetárias: Banco Central do Brasil – Bacen e Comissão de Valo-
Conselho Monetário Nacional: Comissöes Consulti- res Mobiliários – CVM (vinculados ao CMN)
vas Superintendência de Seguros Privados – Susep e IRB
Banco Central do Brasil
– Brasil Resseguros (vinculados ao CNSP)
Secretaria de Previdência Complementar – SPC (vin-
Autoridades de Apoio:
culada ao CGPC)
Comissäo de Valores Mobiliários
Banco do Brasil S/A
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Operadores (Supervisionados pelo Bacen)
Social Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à
Vista
Instituições Financeiras: Bancos Múltiplos (inclusive o Banco do Brasil)
Bancos Comerciais Públicos e Privados Bancos Comerciais
Bancos Estaduais de Desenvolvimento Caixa Econômica Federal
Bancos Regionais de Desenvolvimento Cooperativas de Crédito (e Bancos Cooperativos)
Banco Nacional da Habitaçäo (BNH)
Caixa Econômica Federal (CEF) Demais Instituições Financeiras
Caixas Econômicas Estaduais Agências de Fomento
Sociedades de Crédito Imobiliário Associações de Poupança e Empréstimo
Associaçöes de Poupança e Empréstimo Bancos de Desenvolvimento
Cooperativas Habitacionais Bancos de Investimento
Soc. de Créd. Financ. e Investimento Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Bancos de Investimento Social (BNDES)
Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) Companhias Hipotecárias
Cooperativas de Crédito Cooperativas Centrais de Crédito
Bolsas de Valores Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimen-
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários to
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades de Crédito Imobiliário
Seguradoras
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Outras Instituiçöes
Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, des-
Outros Intermediários Financeiros e Administradores
de então, o Conselho Monetário Nacional. Abaixo, encon-
tram-se o Banco Central do Brasil e a Comissäo de Valores de Recursos de Terceiros
Mobiliários (criada pela Lei n. 6.385, de 07.12.76). Esses Administradores de Consórcio
órgäos normativos regulam, controlam e fiscalizam as ins- Sociedades de Arrendamento Mercantil
tituiçöes de intermediaçäo, disciplinando todas as moda- Sociedades Corretoras de Câmbio
lidades de operaçöes de crédito, ativas e passivas, assim Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliá-
como a emissäo e distribuiçäo de valores mobiliários. rios
Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relaçöes Sociedades de Crédito Imobiliário
estreitas entre o subsistema normativo e os agentes es- Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mo-
peciais do subsistema de intermediaçäo, porque a regu- biliários
laçäo e o controle do subsistema de intermediaçäo näo Operadores (Supervisionados pela CVM)
se realizam apenas por meio das normas legais expedidas Bolsas de Mercadorias e de Futuros
pelas autoridades monetárias, mas também “pela oferta Bolsas de Valores
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

seletiva de crédito, levada a efeito pelo Banco do Brasil Operadores (Supervisionados pela Susep e IRB)
e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sociedades Seguradoras
Social” (Barbosa, op.cit. Lopes e Rossetti). Sociedades de Capitalização
As demais instituiçöes de intermediaçäo, bancárias, Entidades Abertas de Previdência Complementar
näo bancárias e auxiliares, passaram a operar em seg- Operadores (Supervisionados pela SPC)
mentos específicos dos mercados monetário, de crédito, Entidades Fechadas de Previdência Complementar
de capitais e cambial, subordinando-se às normas ema- (Fundos de Pensão)
nadas dos órgäos superiores. Sistemas de Liquidação e Custódia
Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Finan-
Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC
ceiro Nacional está composta na forma apresentada a se-
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de

4
Títulos – CETIP É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas
da política de seguros privados. É composto pelo Minis-
Caixas de Liquidação e Custódia. tro da Fazenda (Presidente), representante do Ministério
No que tange às instituições financeiras, a Lei da Re- da Justiça, representante do Ministério da Previdência
forma Bancária (4.595/64), art. 17, caracteriza-as da seguin- Social, Superintendente da Superintendência de Seguros
te forma: “Consideram-se instituições financeiras, para os Privados, representante do Banco Central do Brasil e re-
efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e presentante da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória as funções do CNSP estão:
a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos finan- regular a constituição, organização, funcionamento e
ceiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou es- fiscalização dos agentes que exercem atividades subordi-
trangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”. nadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, inclusive
Em complemento, no seu parágrafo único, estabele- aplicar penalidades;
ce: “Para os efeitos desta Lei e da legislação em vigor, equi- fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdên-
param-se às instituições financeiras as pessoas físicas que cia privada aberta, capitalização e resseguro;
exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de prescrever os critérios de constituição das Socieda-
forma permanente ou eventual”. des Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previ-
dência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação
Os Órgãos Normativos (autoridades monetárias) dos limites legais e técnicos das respectivas operações
do SFN e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de
O Conselho Monetário Nacional corretor.
Como órgão normativo, por excelência, não lhe ca-
bem funções executivas, sendo o responsável pela fi- O Conselho de Gestão de Previdência Complementar
xação das diretrizes da política monetária, creditícia e (CGPC)
cambial do País. Pelo envolvimento destas políticas no É um órgão colegiado que integra a estrutura do Mi-
cenário econômico nacional, o CMN acaba transforman- nistério da Previdência Social e cuja competência é regu-
do-se num conselho de política econômica. lar, normatizar e coordenar as atividades das Entidades
Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pen-
constituições de membros, de acordo com as exigências são). Também cabe ao CGPC julgar, em última instância,
políticas e econômicas de cada momento, desde quatro os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria
membros, no governo Costa e Silva, até 15 membros, de Previdência Complementar.
no governo Sarney. A Medida Provisória no. 542, de
30.06.94, que editou o Plano Real, simplificou a compo- As Entidades Supervisoras do SFN
sição do CMN, caracterizando seu perfil monetário, que O Banco Central do Brasil
passou a ser integrado pelos seguintes membros: A Superintendência da Moeda e do Crédito, através
Ministro da Fazenda (Presidente), da Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autar-
Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão, quia federal, tendo sede e fôro na Capital da República,
Presidente do Banco Central. sob a denominaçäo de Banco Central do Brasil. Além da
O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sua sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui representa-
sendo sua competência: ções regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, For-
­• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais taleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen
necessidades da economia nacional e ao seu pro- pode ser considerado como:
cesso de desenvolvimento; banco dos bancos;
• regular o valor interno da moeda, prevenindo ou depósitos compulsórios;
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacioná- redescontos de liquidez;
rios de origem interna ou externa; gestor do Sistema Financeiro Nacional;
• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
balanço de pagamentos do país; executor da política monetária;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições fi- determinação da taxa Selic;
nanceiras públicas ou privadas, de forma a garantir controle dos meios de pagamento (liquidez do
condições favoráveis ao desenvolvimento equili- mercado);
brado da economia nacional; orçamento monetário, instrumentos de política
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos monetária;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

instrumentos financeiros, de forma a tornar mais banco emissor de moeda;


eficiente o sistema de pagamento e mobilização emissão do meio circulante;
de recursos; saneamento do meio circulante;
• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições banqueiro do governo;
financeiras; financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamen- venda de títulos públicos);
tária, fiscal e da dívida pública interna e externa; e administração da dívida pública interna e externa;
estabelecer a meta de inflação. gestor e fiel depositário das reservas internacionais
do país;
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) representante, junto às intituições financeiras inter-

5
nacionais, do Sistema Financeiro Nacional; das Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das peque-
centralizador do fluxo cambial; nas modificações em ambas introduzidas, anteriormente,
normas, autorizações, registros, fiscalização, intervenção. pela Lei 9.457, de 15/05/1997.
Em resumo, é por meio do BC que o estado inter- Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM fo-
vém diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, ram ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e
na economia. Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado
Para poder atuar como autoridade monetária plena, e as entidades de compensação e liquidação de opera-
o Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimora- ções com valores mobiliários que, da mesma forma que
mento. As dificuldades residiam no fato de, até a sua a Bolsa de Valores, funcionam como órgãos auxiliares da
criação, as funções de banco central estarem sendo Comissão de Valores Mobiliários.
exercidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito, Elas operam com autonomia administrativa, financei-
pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc ra e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta
tinha a finalidade de exercer o controle monetário, a de seus respectivos membros e das operações com valo-
fiscalização dos bancos comerciais e a orientação da po- res mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a
lítica cambial. O Banco do Brasil era o executor das nor- supervisão da CVM.
mas estabelecidas pela Sumoc e exercia as funções de Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram con-
Banco do Governo Federal, controlador das operações solidadas as seguintes atividades:
de comércio exterior, recebedor dos depósitos com-
pulsórios e voluntários dos bancos comerciais e, ainda, • emissão e distribuição de valores mobiliários no
Banco de crédito agrícola, comercial e industrial. O Te- mercado;
souro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda. • negociação e intermediação no mercado de valo-
res mobiliários;
Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor,
• negociação e intermediação no mercado de derivativos;
mas realizava as emissões em função das necessidades
organização, funcionamento e operações das Bolsas
do Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas
de Valores;
não detinha com exclusividade os depósitos das institui-
• organização, funcionamento e operações das Bol-
ções financeiras. Era agente financeiro do Governo, pois
sas de Mercadorias e Futuros;
fora encarregado de administrar a dívida pública federal,
• auditoria das companhias abertas;
mas não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista
• serviços de consultor e analista de valores mobiliários.
que esta função era atribuída ao Banco do Brasil. Tam-
bém era o órgão formulador e executor da política de Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao re-
crédito, mas não tinha o pleno controle do crédito, por- gime da nova Lei, como sendo:
que outros organismos governamentais tinham idêntico
poder. • ações, debêntures e bônus de subscrição;
Operacionalmente, os recursos do Banco Central • cupons, direitos, recibos de subscrição e certifica-
eram acessados automaticamente pelo Banco do Brasil, dos de desdobramento de valores mobiliários;
através da “Conta Movimento”, para expansão do cré- • certificados de depósito de valores mobiliários;
dito e para o custeio do Governo. Até 1988, as funções • cédulas de debêntures;
de autoridade monetária exercidas pelo Banco do Brasil • cotas de fundos de investimento em valores mobi-
foram progressivamente transferidas ao Banco Central, e liários ou de clubes de investimento em quaisquer
as atividades de administração da dívida pública federal, ativos;
que vinham sendo exercidas pelo Banco Central, foram • notas comerciais;
transferidas ao Tesouro Nacional. • contratos futuros, de opções e outros derivativos,
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
A Comissão de Valores Mobiliários • outros contratos derivativos, independentemente
A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada dos ativos subjacentes; e,
pela Lei 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como a • quando ofertados publicamente, quaisquer outros
Lei da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade títulos ou contratos de investimento coletivo, que
que absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado gerem direito de participação, de parceria ou de re-
de capitais, especialmente no que se referia às socieda- muneração, inclusive resultante de prestação de ser-
des de capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como viços, cujos rendimentos advêm do esforço do em-
um órgão normativo do sistema financeiro, especifica- preendedor ou de terceiros.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a


fiscalização do mercado de valores mobiliários não emi- Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
tidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
basicamente, o mercado de ações e debêntures, cupões os títulos cambiais de responsabilidade de institui-
desses títulos e bônus de subscrição. É uma entidade au- ção financeira, exceto as debêntures.
xiliar, autônoma e descentralizada, mas vinculada, como Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (So-
autarquia, ao Governo Federal. ciedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM tem
A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação de
Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e poupança no mercado acionário; b) assegurar o funcio-
alterou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei namento eficiente e regular das bolsas de valores e de

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outras instituições auxiliares que operam nesse mercado; puder participar da reunião, vai um suplente. São elas:
c) proteger os titulares de valores mobiliários (notada- Titulares:
mente os pequenos e minoritários) contra emissões ir- Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto
regulares e outros tipos de atos ilegais, que manipulem (ABRASCA);
preços de valores mobiliários nos mercados primário e Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Fi-
secundário de ações; d) fiscalização da emissão, do regis- nanceiro e de Capitais (ANBIMA);
tro, da distribuição e da negociação de títulos emitidos Comissão Nacional de Bolsas (CNB);
pelas sociedades anônimas de capital aberto. Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN);
Suplentes:
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na- Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imo-
cional biliário e Poupança - ABECIP;
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na- Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
cional (CRSFN) é um conselho que julga em segunda e de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias
última instância administrativa os recursos interpostos – ANCORD;
contra BaCen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organiza-
Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio). ção das Cooperativas Brasileiras – OCB/CECO;
O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de Instituto dos Auditores Independentes do Brasil –
15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacio- IBRACON;
nal - CMN para o CRSFN a competência para julgar, em Os representantes são indicados em lista tríplice e
segunda e última instância administrativa, os recursos escolhidos pelo Ministro da Fazenda (dão 3 opções de
interpostos das decisões relativas à aplicação das penali- representante e o Ministro decide quem é o “melhor”).
dades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1° Eles têm mandato de 2 anos e podem ser reconduzidos
do referido Decreto. Permanece com o CMN a compe- por mais 2 anos.1
tência residual para julgar os demais casos ali previstos,
por força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64. A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda,
especificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo responsável pelo controle e fiscalização do mercado de
único, ampliou-se a competência do CRSFN, que rece- seguro, previdência aberta e capitalização. Dentre suas
beu igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os atribuições estão:
recursos interpostos contra as decisões do Banco Central • fiscalizar a constituição, organização, funcionamen-
do Brasil relativas a aplicação de penalidades por infra- to e operação das sociedades seguradoras, de capi-
ção à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de cré- talização, entidades de previdência privada aberta e
dito rural e industrial. O CRSFN tem o seu Regimento In- resseguradores, na qualidade de executora da polí-
terno aprovado pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com tica traçada pelo CNSP;
a nova redação dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97, • atuar no sentido de proteger a captação de pou-
dispondo sobre as competências, prazos e demais atos pança popular que se efetua através das operações
processuais vinculados às suas atividades. de seguro, previdência privada aberta, de capitaliza-
ção e resseguro;
Atribuições • zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em integram o mercado;
segunda e última instância administrativa os recursos • disciplinar e acompanhar os investimentos daque-
interpostos das decisões relativas às penalidades admi- las entidades, em especial os efetuados em bens
nistrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela garantidores de provisões técnicas;
Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Co- • cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e
mércio Exterior; nas infrações previstas na legislação. exercer as atividades por este lhe delegadas;
O Conselho tem ainda como finalidade julgar os re- • prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.
cursos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira
instância, das decisões que concluírem pela não aplica- O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
ção das penalidades previstas no item anterior. É sociedade de economia mista, com controle
A atual composição do CRSFN é a seguinte: acionário da União, jurisdicionada ao Ministério da Fa-
2 representantes do Ministério da Fazenda; zenda, que conta com o objetivo de regular o cosseguro,
1 representante do BaCen; o resseguro e a retrocessão, além de promover o desen-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

1 representante da CVM; volvimento das operações de seguros no país.


4 representantes das entidades privadas representa-
tivas de classe; A Secretaria de Previdência Complementar (SPC)
Fique atento porque a composição mudou há pou- É um órgão do Ministério da Previdência Social, res-
cos anos. Na composição antiga havia 1 representante ponsável por fiscalizar as atividades das entidades fecha-
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio das de previdência complementar (fundos de pensão). A
SPC se relaciona com os órgãos normativos do sistema
e apenas 1 representante do Ministério da Fazenda.
financeiro na observação das exigências legais de aplica-
As entidades representativas de classe são divididas
em 2 grupos: as titulares e as suplentes. A idéia é bem 1 Fonte: www.conhecimentosbancarios.blogspot.
óbvia, caso um representante de uma entidade titular não com.br/

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ção das reservas técnicas, fundos especiais e provisões monetária, atuando como banco dos bancos, agente
que as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a financeiro do governo, depositário e administrador das
constituir e que tem diretrizes estabelecidas pelo Conse- reservas internacionais do país e emprestador de última
lho Monetário Nacional. À SPC compete: instância do sistema financeiro.
• propor as diretrizes básicas para o Sistema de Pre- Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil per-
vidência Complementar; deu a maior parte das atribuiçöes típicas de um banco
• harmonizar as atividades das entidades fechadas de central, como a Carteira de Redescontos, a Caixa de Mo-
previdência privada com as políticas de desenvolvi- bilizaçäo Bancária, a concessäo de créditos ao Tesouro
mento social e econômico-financeira do Governo; Nacional. Com a reforma de 1986, e as consequentes
• fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e con- redefiniçöes de papéis do Bacen e do Banco do Brasil,
trolar as atividades relacionadas com a previdência este passou a operar sob padröes bem próximos de um
complementar fechada; banco comercial qualquer. Hoje, o BB é um conglome-
• analisar e aprovar os pedidos de autorização para rado financeiro de ponta, que, aos poucos, se ajustou à
constituição, funcionamento, fusão, incorporação, estrutura de um banco múltiplo tradicional, embora ain-
grupamento, transferência de controle das entida- da opere, em muitos casos, como agente financeiro do
des fechadas de previdência complementar, bem Governo Federal. É o principal executor da política oficial
como examinar e aprovar os estatutos das referi- de crédito rural. Conserva, ainda, funções que não são
das entidades, os regulamentos dos planos de be-
próprias de um banco comercial comum, mas típicas do
nefícios e suas alterações;
parceiro principal do governo federal na prestação de
• examinar e aprovar os convênios de adesão cele-
serviços bancários, como:
brados por patrocinadores e por instituidores, em
como autorizar a retirada de patrocínio e decretar • administrar a Câmara de Compensação de che-
a administração especial em planos de benefícios ques e outros papéis;
operados pelas entidades fechadas de previdência • efetuar os pagamentos e suprimentos necessários
complementar, bem como propor ao Ministro a à execução do Orçamento Geral da União;
decretação de intervenção ou liquidação das refe- • a aquisição e o financiamento dos estoques de
ridas entidades. produção exportável;
• agenciamento dos pagamentos e recebimentos
Alguns Operadores do SFN fora do país;
Os Bancos Múltiplos • a execução da política de preços mínimos dos pro-
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais dutos agropastoris;
significativa mudança introduzida no Sistema Financei- • a execução do serviço da dívida pública consolidada;
ro Nacional foi a instituiçäo dos Bancos Múltiplos, pela • a realização, por conta própria, de operações de
Resoluçäo n. 1.524, de 21.09.1988, do Banco Central do compra e venda de moeda estrangeira e, por conta
Brasil. Por esta resoluçäo, foi facultado aos bancos co- do BC, nas condições estabelecidas pelo CMN;
merciais, bancos de desenvolvimento, bancos de inves- • o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das
timento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades importâncias provenientes da arrecadação de tri-
de crédito, financiamento e investimento a organizaçäo butos ou rendas federais; e,
opcional em uma única instituiçäo financeira, através de • como principal executor dos serviços bancários de
processos de fusäo, incorporaçäo, cisäo e transformaçäo interesse do Governo Federal, inclusive suas autar-
- ou ainda por constituiçäo direta. Os bancos múltiplos quias, receber em depósito, com exclusividade, as
passaram a operar em todos os segmentos do sistema disponibilidades de quaisquer entidades federais,
de intermediaçäo financeira, mediante as seguintes car- compreendendo as repartições de todos os minis-
teiras especiais, sem vinculação entre as fontes de recur- térios civis e militares, instituições de previdência
sos captados e as suas aplicaçöes: e outras autarquias, comissões, departamentos,
• carteira comercial;
entidades em regime especial de administração e
• carteira de desenvolvimento (no caso de bancos
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis
múltiplos públicos);
por adiantamentos.
• carteira de investimentos (no caso de bancos múl-
tiplos privados);
• carteira de crédito imobiliário; Os Bancos Comerciais
• carteira de crédito, financiamento e investimento; Os bancos comerciais se dedicam à captação e apli-
• carteira de arrendamento mercantil. cação de recursos financeiros em operações de curto e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

médio prazos, normalmente de até um ano, bem como


O Banco do Brasil prestam serviços de pagamentos e recebimentos ao pú-
O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de auto- blico em geral, a partir de uma estrutura descentralizada
ridade monetária até janeiro de 1986, quando, por decisão que é proporcionada por sua capacidade de abrir agên-
do CMN, foi suprimida a conta movimento, que colocava o cias bancárias. No Brasil, atualmente, os bancos comer-
BB na posição privilegiada de banco co-responsável pela ciais geralmente estão integrados em uma estrutura de
emissão de moeda, via ajustamento das contas das auto- banco múltiplo, a partir da qual exercem, total ou parcial-
ridades monetárias e do Tesouro Nacional. mente, uma diversificada gama de operações monetárias
No período do pós-guerra até as reformas de 1964- e financeiras.
65, a despeito da criaçäo da SUMOC, o Banco do Brasil Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais
continuou exercendo funçöes executivas de autoridade podem: a) descontar títulos; b) realizar operações de aber-

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tura de crédito simples ou em conta corrente (contas ga- cursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de
rantidas); c) realizar operações especiais, inclusive de cré- Serviço-FGTS são direcionados, quase na sua totalidade,
dito rural, de câmbio e comércio internacional; d) captar para as áreas de saneamento e infra-estrutura urbana.
depósitos à vista e a prazo e recursos nas instituições ofi- A CEF exerce a administração de loterias, de fundos
ciais, para repasse aos clientes; e) obter recursos externos e de programas, entre os quais destacavam-se o FGTS,
para repasse; e f) efetuar a prestação de serviços, inclusive o Fundo de Compensação de Variações Salariais-FCVS,
mediante convênio com outras instituições. o Programa de Integração Social-PIS, o Fundo de Apoio
É importante frisar que a captação de depósitos à ao Desenvolvimento Social-FAS e o Fundo de Desenvol-
vista, que nada mais são do que as contas correntes li- vimento Social-FDS.
vremente movimentáveis, é a atividade básica dos ban-
cos comerciais, configurando-os como instituições finan- Os Bancos Cooperativos
ceiras monetárias. Tal captação de recursos, junto com O Banco Central, através da Resolução 2.193, de
a captação via CDB e RDB, cobrança de títulos e arreca- 31/08/1995, autorizou a constituição de bancos comer-
dação de tributos e tarifas públicas, permite aos bancos ciais na forma de sociedades anônimas de capital fecha-
repassar tais recursos aos seus clientes, em especial às do, com participação exclusiva de cooperativas de crédi-
empresas, sob a forma de empréstimos que vão girar a to singulares, exceto as do tipo Luzzati (as que admitem
atividade produtiva (estoques, salários etc.). a participação de não-cooperados) e centrais de coo-
perativas, bem como de federações e confederações de
A Caixa Econômica Federal
cooperativas de crédito, com atuação restrita à Unidade
As caixas econômicas são instituições de cunho eminen-
da Federação de sua sede, cujo Patrimônio de Referên-
temente social, concedendo empréstimos e financiamentos
a programas e projetos de assistência social, saúde, educa- cia-PR deverá estar enquadrado nas regras do Acordo de
ção, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo seu úni- Basiléia. Não podem participar no capital social de insti-
co representante, hoje, a Caixa Econômica Federal, resultado tuições financeiras autorizadas a funcionar pelo BC, nem
da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, das 23 realizar operações de swap por conta de terceiros.
Caixas Econômicas Federais até então existentes. O Banco Central deu autorização para que as coope-
Suas origens confundem-se com as dos primeiros rativas de crédito abrissem seus próprios bancos comer-
bancos comerciais. Estes, pela falta de interesse em cap- ciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco
tar pequenos valores e pelos altos riscos dos empreen- comercial faz: ter talão de cheques, emitir cartão de cré-
dimentos em que se envolviam, afastavam os pequenos dito, fazer a compensação de documentos e, principal-
depositantes. Assim, surgida da iniciativa particular, a mente, passar a administrar a carteira de crédito antes
primeira caixa econômica que se constituiu no país (Rio sob responsabilidade das cooperativas.
de Janeiro) remonta a 1831, que näo obteve êxito. Em Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC re-
1860, o Governo Imperial criou outra instituiçäo do gê- novou as regras para a constituição de bancos cooperati-
nero, que começou a operar em 1861 (que corresponde vos, cuja atuação deve observar no cálculo do patrimônio
hoje à Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro). Em líquido exigido os mesmos fatores e parâmetros estabe-
1955, o Parlamento rejeitou projeto de lei para autorizar lecidos pela regulamentação em vigor para os bancos
a caixa a conceder financiamentos para a casa própria, comerciais e múltiplos.
permanecendo suas operaçöes limitadas ao atendimento
de necessidades populares de curto prazo. Atendendo a As Cooperativas de Crédito
essa faixa de crédito, a caixa federal abriu agências em A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacional
todos os Estados da Uniäo. Ao mesmo tempo, devido a de Cooperativismo como sendo a atividade decorrente
sua reduzida flexibilidade operacional, ensejou o apare- das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias
cimento de caixas estaduais, inicialmente em Säo Paulo, de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas
Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás. Mas só entre si, desde que reconhecido o seu interesse público,
a partir de 1964, com a instituiçäo do mecanismo da cor-
e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas.
reçäo monetária, com a criaçäo das cadernetas de pou-
Na lei ficou estabelecido que celebram o contrato de so-
pança e com a integraçäo das caixas econômicas no SFH
ciedade cooperativa as pessoas que, reciprocamente, se
e no SBPE, é que as atividades dessas instituiçöes foram
dinamizadas. Hoje encontram-se todas extintas, exceto a obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exer-
CEF.A CEF é uma instituição financeira responsável pela cício de uma atividade econômica, de proveito comum,
operacionalização das políticas do Governo Federal para sem objetivo de lucro, e classificou as sociedades coope-
habitação popular e saneamento básico, caracterizando- rativas como:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

-se cada vez mais como o banco de apoio ao trabalhador • singulares, as constituídas pelo número mínimo de
de baixa renda. 20 (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmen-
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades rela- te permitida a admissão de pessoas jurídicas que
tivas a bancos comerciais, sociedades de crédito imobi- tenham por objeto as mesmas ou correlatas ati-
liário e de saneamento e infra-estrutura urbana, além de vidades econômicas das pessoas físicas ou, ainda,
prestação de serviços de natureza social, delegada pelo aquelas sem fins lucrativos;
Governo Federal. • centrais de cooperativas ou federações de coo-
Suas principais atividades estão relacionadas com a perativas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três)
captação de recursos em cadernetas de poupança, em singulares, podendo, excepcionalmente, admitir
depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em emprés- associados individuais.
timos vinculados, preferencialmente à habitação. Os re-

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Quanto aos tipos de operações a que estão autori- nômico e social do país; b) fortalecer o setor empresarial
zadas, as cooperativas de crédito podem: na ponta da nacional; c) atenuar os desequilíbrios regionais, criando
captação: a) captar depósitos, somente de associados, novos pólos de produção; d) promover o desenvolvi-
sem emissão de certificado; b) obter empréstimos ou mento integrado das atividades agrícolas, industriais e
repasses de instituições financeiras nacionais ou estran- de serviços; e) promover o crescimento e a diversificação
geiras; c) receber recursos oriundos de fundos oficiais e das exportações.
recursos, em caráter eventual, isentos de remuneração, Para a consecução desses objetivos, conta com um
ou a taxas favorecidas, de qualquer entidade, na forma conjunto de fundos e programas especiais de fomento.
de doações, empréstimos ou repasses; Foi também da responsabilidade do BNDES, durante os
• na ponta de empréstimos: a) conceder créditos e governos Collor, Itamar e FHC, o encargo de gerir todo o
prestar garantias, inclusive em operações realiza- processo de privatização das empresas estatais.
das ao amparo da regulamentação do crédito ru-
ral, em favor de produtores rurais, somente a asso- Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi-
ciados; b) aplicar recursos no mercado financeiro, mento
inclusive em depósitos à vista e a prazo, com ou As sociedades de crédito, financiamento e investi-
sem a emissão de certificado, observadas even- mento surgiram espontaneamente no país, nos primeiros
tuais restrições legais e regulamentares específicas anos do pós-guerra, para atender à demanda de crédi-
de cada aplicação; to a prazos médio e longo, gerada pela implantaçäo de
• na ponta de serviços: a) prestar serviços de cobrança, novos setores industriais, produtores de bens de capital
de custódia, de recebimentos e pagamentos por con- e de bens duráveis de consumo. Atualmente, as socieda-
ta de terceiros, sob convênio com instituições públicas des de crédito, financiamento e investimento estäo, em
e privadas; b) prestar serviços de correspondente no sua maioria, integradas em bancos múltiplos.
país, nos termos da regulamentação em vigor.
Bancos de Desenvolvimento
Bancos de Investimento
Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda
As bases para a criação de bancos de investimento
existentes, são instituições financeiras controladas pelos
no Brasil foram estabelecidas pela Lei n. 4.728/65, que
disciplinou o mercado de capitais, fixou diretrizes para governos estaduais e destinadas ao fornecimento de cré-
seu desenvolvimento, instituiu as condições de acesso dito de médio e longo prazo às empresas localizadas nos
a esse mercado e estruturou o sistema de distribuição respectivos estados. Normalmente operam como órgãos
de títulos ou valores mobiliários. Criados para canalizar financeiros repassadores de recursos do BNDES.
recursos de médio e longo prazo para o suprimento de
capital fixo ou de giro das empresas privadas, os bancos Agências de Fomento
de investimento operam em um segmento bem especí- A Resolução nº 2.828, de 30/03/2001, do Banco Cen-
fico do sistema de intermediação financeira, viabilizando tral, estabeleceu as regras atuais que dispõem sobre a
operações diferenciadas, quanto aos prazos e montan- constituição e o funcionamento das agências de fomen-
tes, das praticadas pelos bancos comerciais. to. A expressão “Agência de Fomento”, acrescida da in-
Em síntese, são as seguintes as operações ativas que dicação da unidade da federação que a controla, deve
podem ser praticadas pelos BIs: a) empréstimos, a prazo constar, obrigatoriamente, da denominação social dessas
mínimo de um ano, para financiamento de capital fixo; b) sociedades.
empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financia- As agências de fomento somente podem praticar ope-
mento de capital de giro; c) aquisição de ações, obriga- rações de repasse de recursos captados no país e no exte-
ções e quaisquer outros títulos e valores mobiliários, para rior, orginários de: a) fundos constitucionais; b) orçamentos
investimento ou revenda no mercado de capitais (opera- federal, estaduais e municipais; c) organismos e instituições
ções de underwriting); d) repasses de empréstimos ob- financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento.
tidos no exterior; e) prestação de garantia em emprés- Às agências de fomento são facultadas: a) a reali-
timos no país ou provenientes do exterior; f) gestão de zação de operações de financiamento de capitais fixo e
fundos de investimentos. de giro associados a projetos na unidade da federação
Para atender a esse conjunto de operações, os ban- onde tenham sede; b) a prestação de garantias, na forma
cos de investimentos podem captar recursos no país e da regulamentação em vigor; c) a prestação de serviços
no exterior. A captação interna é feita mediante depó- de consultoria e de agente financeiro; d) a prestação de
sitos a prazo fixo. Além disso, esses bancos repassam administrador de fundos de desenvolvimento, observado
recursos de instituições oficiais do país, notadamente o disposto no artigo 35 da Lei Complementar 101, de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do BNDES. Contam ainda com recursos decorrentes da 04/05/2000.


colocação, no mercado de capitais, de títulos e debên- Às agências de fomento são vedados: a) o acesso a
tures, assim como de venda de quotas de fundos de linhas de assistência financeira e de redesconto do Banco
investimento por eles administrados. Central; b) o acesso à conta Reservas Bancárias no Ban-
co Central; c) a captação de recursos junto ao público,
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico inclusive o de recursos externos; d) a contratação de de-
e Social
pósitos interfinanceiros – DI – na qualidade de deposi-
O BNDES é a instituição responsável pela política de
tante ou depositária; e) a participação societária, direta
investimentos de longo prazo do Governo Federal. É a
ou indireta, no país ou no exterior, em outras instituições
principal instituição financeira de fomento do país e tem
financeiras e em outras empresas coligadas ou controla-
como objetivos: a) impulsionar o desenvolvimento eco-

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das, direta ou indiretamente, pela unidade da federação Operar em bolsas de valores, subscrever emissões de
que detenha seu controle. títulos e valores mobiliários no mercado;
As agência de fomento devem observar limites mí- Comprar e vender títulos e valores mobiliários por
nimos de capital realizado e patrimônio de referência – conta própria e de terceiros;
PR – de R$4 milhões e o seu patrimônio líquido exigido Encarregar-se da administração de carteiras e da
– PLE – deve seguir as regras do Acordo de Basiléia com custódia de títulos e valores mobiliários;
um fator de alavancagem de recursos equivalente a 3,3 Exercer funções de agente fiduciário; instituir, orga-
vezes o PLE. nizar e administrar fundos e clubes de investimento;
Emitir certificados de depósito de ações e cédulas
Sociedades de arrendamento mercantil. pignoratícias de debêntures;
São sociedades constituídas sob a forma de socieda- Intermediar operações de câmbio;
de anônima cuja atividade principal é o leasing. Praticar operações no mercado de câmbio de taxas
Leasing ou locação financeira ou arrendamento flutuantes;
mercantil, é um contrato através do qual a arrendado- Praticar operações de conta margem;
ra ou locadora (a empresa que se dedica à exploração Realizar operações compromissadas;
de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente Praticar operações de compra e venda de metais pre-
(o arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo ciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros;
a este último, por um prazo determinado. Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por
Características: conta própria e de terceiros.
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil
- O lucro da atividade está associado ao uso do (Resolução CMN 1.655, de 1989). Os FUNDOS DE INVES-
equipamento e não a atividade; TIMENTO, administrados por corretoras ou outros in-
- Operações semelhantes à locação, tendo o cliente ao termediários financeiros, são constituídos sob forma de
final do contrato renovar, devolver ou adquirir o bem; condomínio e representam a reunião de recursos para
- Constituída sob a forma de sociedade anônima; a aplicação em carteira diversificada de títulos e valores
- Denominação social: “Arrendamento Mercantil”; mobiliários, com o objetivo de propiciar aos condôminos
- São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil valorização de quotas, a um custo global mais baixo. A
(Resolução CMN 2.309, de 1996).
normatização, concessão de autorização, registro e a su-
pervisão dos fundos de investimento são de competên-
Operações passivas:
cia da Comissão de Valores Mobiliários.
Emissão de debêntures,
Dívida externa,
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
Empréstimos e
Mobiliários
Financiamentos de instituições financeiras.
São instituições financeiras também autorizadas a
Operações ativas: funcionar pelo Banco Central do Brasil e pela CVM, atuan-
Títulos da dívida pública, do na intermediação de títulos e valores mobiliários.
Cessão de direitos creditórios e, Até o início de março de 2009, as Sociedades Dis-
Operações de arrendamento mercantil de bens mó- tribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários não estavam
veis, de produção nacional ou estrangeira, autorizadas a operar em bolsas de valores e, quando o
Operações de arrendamento mercantil bens imóveis faziam, operavam por meio de uma Corretora de Valores.
adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso Contudo, em 02.03.2009, a Decisão-Conjunta BACEN/
próprio do arrendatário.2 CVM Nº 17 estabeleceu que as Sociedades Distribuido-
ras de Títulos e Valores Mobiliários ficariam autorizadas
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobi- a operar diretamente nos ambientes e sistemas de ne-
liários gociação dos mercados organizados de bolsa de valores.
As corretoras são instituições típicas do mercado fi- Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras
nanceiro que atuam na bolsa de valores e de mercado- de Valores cobram taxas e comissões por seus serviços.
rias, comprando, vendendo e administrando esses valo-
res como representante dos investidores. Características
Características - São constituídas sob a forma de sociedade anônima
Operam com compra, venda e distribuição de títulos e (S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada (LTDA);
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros; - Em sua denominação social deve constar a expres-
Constituídas sob a forma de sociedade anônima são “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
(S.A.) ou por quotas de responsabilidade limitada (LTDA); - São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil
A constituição e o funcionamento dependem de au- (Resolução CMN 1.120, de 1986).
torização do BACEN;
O exercício de sua atividade depende de aprovação Atividades
da CVM; - Intermedeiam a oferta pública e distribuição de tí-
tulos e valores mobiliários no mercado;
Atividades - Administram e custodiam as carteiras de títulos e
2 Fonte: www.jlpsmatos.blogspot.com.br valores mobiliários;
- Instituem, organizam e administram fundos e clu-

11
bes de investimento; dos depósitos bancários. O recolhimento compulsório
- Operam no mercado acionário, comprando, ven- sobre depósitos à vista passou de 48% para 100%, sobre
dendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclu- os depósitos de poupança passou de 10% para 30%, e
sive ouro financeiro, por conta de terceiros; foi instituído um recolhimento de 30% sobre o saldo de
- Fazem a intermediação com as bolsas de valores e depósitos a prazo. Apesar disso, os empréstimos totais
de mercadorias; do sistema financeiro para o setor privado, segundo da-
- Efetuam lançamentos públicos de ações; dos do Banco Central, mostraram crescimento de 58,7%
- Operam no mercado aberto e intermedeiam ope- durante o primeiro ano de vigência do Plano.
rações de câmbio Apesar do crescimento das operações de crédito
compensarem, em parte, a perda do float, esse cresci-
O Plano Real e o Ajuste do Sistema Financeiro Na- mento ocorreu sem os devidos cuidados quanto à capa-
cional cidade de pagamento dos novos e antigos devedores.
Desde o início do Plano Real, em julho de 1994, sa- Assim, a “solução” de expandir rapidamente o crédito
bia-se que o novo ambiente de estabilização macroe- como forma de compensar a perda do float ocasionou
conômica não seria condizente com a dimensão que o novos problemas. O resultado desse processo foi um
sistema bancário havia alcançado, fruto de vários anos crescimento dos empréstimos de liquidação duvidosa. A
de inflação alta e desequilíbrios macroeconômicos. Esses diminuição no ritmo de crescimento da economia brasi-
leira, no segundo trimestre de 1995, e o aumento da taxa
anos levaram à constituição de instituições financeiras
de juros doméstica confirmaram o aumento substancial
que, para se beneficiar das receitas inflacionárias (float),
nos créditos em atraso e em liquidação no sistema finan-
faziam uso de um grande número de agências para cap-
ceiro. O passo seguinte foi a necessidade do Proer e do
tação de depósitos e aplicações, com custos elevados.
Proes, antes já referidos.
A grosso modo, pode-se dividir em três fases, que se
sobrepõem, em parte, as mudanças que ocorreriam no Bancos Nacionais
sistema financeiro desde o início do Plano Real. Nas primeiras décadas deste século (período da Primei-
A primeira destas fases caracteriza-se pela diminuição ra República), constata-se a quase inexistência de atividade
do número de bancos na economia brasileira em decor- de bancos nacionais no mercado do Rio Grande do Sul, na
rência de liquidação, incorporação, fusão e transferência medida que neste operaram apenas o Banco do Brasil, ban-
de controle acionário de várias instituições bancárias, em co oficial, com sede no Distrito Federal, e o banco privado
conjunto com as modificações adotadas pelo Banco Cen- paulista, Banco Popular italiano, este por pouco tempo.
tral referentes à legislação e à supervisão bancárias.
A segunda fase do processo de ajuste do Sistema Fi- Bancos Estrangeiros
nanceiro Nacional foi caracterizada pela entrada de ban- No período da Primeira República (1889-1930), os
cos estrangeiros e pelos ajustes dos sistemas financeiros bancos estrangeiros nunca representaram um peso sig-
público e privado, mediante, respectivamente, o Proer nificativo dentro do setor financeiro estadual. A econo-
(Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortaleci- mia gaúcha estava mais ligada e voltada ao mercado na-
mento do Sistema Financeiro Nacional) e o Proes (Pro- cional, não atraindo, dessa forma, a presença do capital
grama de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual internacional de maneira tão intensa como o fazia, por
na Atividade Bancária). exemplo, a economia cafeeira paulista. A presença inicial
Por fim, a terceira e última fase refletiu uma profunda do “London & Brazilian Bank” e do “Brasilianische Bank
modificação no modelo operacional seguido pelos bancos fur Deutschland” entende-se, o primeiro, pelo predomí-
antes do Plano Real. A receita inflacionária foi substituída nio mundial do capitalismo inglês no fim do século de-
pelo crescimento da receita proveniente da intermediação zenove, enquanto o segundo evidencia a expansão da
e pela receita de serviços, via cobrança de tarifas. economia alemã, unificada a partir de 1871, buscando a
Assim, desde o início do Plano Real, os bancos per- aproximação comercial com regiões de colonização teu-
deram uma importante fonte de receita, representada ta. No final da primeira guerra, ocorre o afluxo de novos
pelas transferências inflacionárias: o float, que era pro- bancos estrangeiros, sendo dois de origem inglesa - “Bri-
piciado: (i) pela perda de valor dos depósitos a vista e/ tish Bank of South America” e o “Bank of London & South
ou (ii) pela correção dos depósitos bancários em valores America” - e um de capital americano - “National City
abaixo da inflação. Bank of New York”. Sua instalação relaciona-se à pene-
Uma das formas encontradas pelo sistema bancário tração do capital internacional na frigorificação da carne
para compensar a perda da receita inflacionária, antes de e aponta, regionalmente, para a reversão do predomínio
fechar agências e efetuar os ajustes que se faziam ne- inglês para o americano, na economia mundial.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cessários no modelo operacional, foi expandir as opera-


Outras Organizações de Crédito
ções de crédito, lastreadas pelo crescimento abrupto dos
Além das instituições organizadas basicamente como
depósitos bancários trazidos com o Plano Real. Os de-
bancos comerciais, estiveram presentes no meio finan-
pósitos à vista, por exemplo, cresceram 165,4% nos seis
ceiro estadual pré-1930 outras organizações de crédito,
primeiros meses do Plano Real, e os depósitos a prazo
destacando-se a “Caixa Econômica” (Federal), atuante no
cresceram quase 40% no mesmo período. Estado desde 1875, dedicando-se à captação de depósi-
Antecipando-se ao possível crescimento das opera- tos populares e aos empréstimos de mesma natureza, a
ções de créditos que decorreria do quadro de estabilida- atividade do grande número de “casas bancárias”, insta-
de macroeconômica, o Banco Central elevou, no início ladas, principalmente, no interior, bem como as “caixas
do Plano Real, as alíquotas de recolhimento compulsório rurais”, inspiradas na idéia cooperativista, principalmente

12
nas regiões de imigração européia. liquidação de operações com esses títulos.
Também o Tesouro do Estado, por algum tempo, As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio
mantinha a captação de depósitos populares. O Presi- do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery ver-
dente do Estado, Borges de Medeiros, institui, pelo De- sus Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação
creto no. 2.096, de 16 de julho de 1914, as caixas oficiais Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas
de depósitos populares, cujos depósitos e retiradas obe- uma a uma por seus valores brutos em tempo real.
deciam ao mesmo processo seguido nas caixas econô- O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos
micas federais e nas caixas de depósitos populares dos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e
bancos. As atividades iniciaram no arquivo do Tesouro. nessa condição processa, relativamente a esses títulos,
Porém, através do preparo e instrução dos coletores es- a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custó-
taduais (depois exatores, depois auditores de finanças
dia. O sistema processa também a liquidação das ope-
públicas e hoje agentes fiscais do tesouro do estado), foi
rações definitivas e compromissadas registradas em seu
possibilitada a rápida multiplicação de seções no interior.
ambiente, observando o modelo 1 de entrega contrapa-
Parte desses recursos era transferida para a rede bancária
privada gaúcha, mormente ao “banco financeiro” do go- gamento. Todos os títulos são escriturais, isto é, emiti-
verno. Esse papel foi protagonizado, até 1921, pelo Ban- dos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da
co da Província. A partir de então, pelo Banco Pelotense, ponta financeira de cada operação é realizada por inter-
que é substituído, em 1928, pelo Banco do Estado. médio do Sistema de Transferência de Reservas (STR), ao
qual o SELIC é interligado.
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBO- e é por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus
VESPA) foi criada em maio de 2008 com a integração da centros operacionais (centro principal e centro de con-
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa tingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. Para
Holding. Juntas, essas companhias originaram uma das comandar operações, os participantes liquidantes e os
maiores bolsas do mundo em valor de mercado. participantes responsáveis por sistemas de compensação
Negociações e de liquidação encaminham mensagens por intermédio
Compra e venda de ações (empresas de sociedade da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN), obser-
aberta: Petrobrás); vando padrões e procedimentos previstos em manuais
Ouro; específicos da rede. Os demais participantes utilizam ou-
Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto); tras redes, conforme procedimentos previstos no regula-
Ativos (títulos públicos federais); mento do sistema.
Fundos (imobiliários); Participam do sistema, na qualidade de titular de
Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco
de Desenvolvimento Limpo);
Central do Brasil, bancos comerciais, bancos múltiplos,
Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps
bancos de investimento, caixas econômicas, distribuido-
(mercadoria ou ativo financeiro);
ras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades
Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, mi-
lho); operadoras de serviços de compensação e de liquidação,
fundos de investimento e diversas outras instituições in-
Clearings e Central Depositária tegrantes do Sistema Financeiro Nacional.
É a responsável pela compensação e liquidação das São considerados liquidantes, respondendo dire-
operações realizadas nos mercados a vista e de liquida- tamente pela liquidação financeira de operações, além
ção futura, bem como pelo registro e pelo controle das do Banco Central do Brasil, os participantes titulares de
operações de empréstimo de títulos (BTC). conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa situação,
obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos múl-
Central Depositária tiplos com carteira comercial e as caixas econômicas, e,
Local onde ficam guardadas as ações, em contas de opcionalmente, os bancos de investimento.
custódia (semelhantes a contas correntes). Os não liquidantes pagam suas operações por inter-
médio de participantes liquidantes, conforme acordo en-
Agentes de compensação tre as partes, e operam dentro de limites fixados por eles.
São instituições responsáveis por receber ações e di- Cada participante não liquidante pode utilizar os serviços
nheiro, das corretoras que intermediaram as operações, de mais de um participante liquidante, exceto no caso de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem operações específicas, previstas no regulamento do sis-
ser as corretoras). tema, tais como pagamento de juros e resgate de títulos,
Agente de custódia que são obrigatoriamente liquidadas por intermédio de
É responsável pela manutenção da conta de custódia um liquidante-padrão previamente indicado pelo partici-
do investidor (podem ser as corretoras).
pante não liquidante.
Os participantes não liquidantes são classificados
Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC)
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Se- como autônomos ou como subordinados, conforme re-
lic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informati- gistrem suas operações diretamente ou o façam por in-
zado que se destina à custódia de títulos escriturais de termédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de inves-
emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à timento são normalmente subordinados e as corretoras

13
e distribuidoras, normalmente autônomas. recompra ou revenda).
As entidades responsáveis por sistemas de com- O módulo Negociação consiste em uma platafor-
pensação e de liquidação são obrigatoriamente parti- ma eletrônica de negociação de títulos públicos federais
cipantes autônomos. Também, obrigatoriamente, são acessível aos participantes do Selic. O módulo dispõe
participantes subordinados as sociedades seguradoras, de duas funções: Negociação, para o cadastramento
as sociedades de capitalização, as entidades abertas de de ordens de compra e de venda e o fechamento dos
previdência, as entidades fechadas de previdência e as negócios; e Especificação, para a definição das contas e
resseguradoras locais. dos percentuais de distribuição, entre essas contas, da
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo quantidade negociada em cada ordem. As duas funções
real, a liquidação de operações é sempre condicionada à são exclusivas dos dealers. Os demais participantes têm
disponibilidade do título negociado na conta de custódia acesso apenas para fins de consulta de ordens e taxas. É
do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte permitido, contudo, que os dealers especifiquem ordens
do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não para terceiros, por meio da utilização de sua conta de
apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é man- corretagem (intermediação). O funcionamento do mó-
tida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou dulo Negociação encontra-se disciplinado na Carta-Cir-
até 18h30, o que ocorrer primeiro (não se enquadram cular 3.568, de 19/10/2012.
nessa restrição as operações de venda de títulos adquiri- A administração do Selic e de seus módulos comple-
dos em leilão primário realizado no dia). mentares é de competência exclusiva do Demab e o siste-
A operação só é encaminhada ao STR para liquidação ma é operado em parceria com a Associação Brasileira das
da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negocia- Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
dos, sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos
implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo SELIC. Na BASE REGULAMENTAR
forma do regulamento do sistema, são admitidas algumas A implantação do Selic ocorreu em 14/11/1979, sob a
associações de operações. Nesses casos, embora ao final a égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central do
liquidação seja feita operação por operação, são considera- Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Especial de
dos, na verificação da disponibilidade de títulos e de recur- Liquidação e de Custódia de Letras do Tesouro Nacional.
sos financeiros, os resultados líquidos relacionados com o A Circular 3.587, de 26/3/2012, com alterações da
conjunto de operações associadas. Circular 3.610, de 26/9/2012, normativo atualmente em
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Se- vigor, aprovou algumas alterações; dentre elas, as princi-
lic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informati- pais foram: implantação das operações compromissadas
zado que se destina à custódia de títulos escriturais de longas, permitindo três novos tipos de compromisso (de
emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à revenda conjugado com o de recompra para liquidação
liquidação de operações com esses títulos. a qualquer tempo, durante determinado prazo, a critério
As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio de qualquer das partes; de recompra liquidável, a critério
do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery ver- exclusivo do comprador, em data determinada ou dentro
sus Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação de prazo estabelecido; e de revenda liquidável, a critério
Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas exclusivo do vendedor, em data determinada ou dentro
uma a uma por seus valores brutos em tempo real. de prazo estabelecido); módulo de negociação eletrôni-
Além do sistema de custódia de títulos e de registro ca e registro de promessa de compra ou de venda, que
e liquidação de operações, integram o Selic os seguintes permite o registro antecipado de negócios com investi-
módulos complementares: dores estrangeiros com a liquidação ocorrendo dois ou
a) Oferta Pública (Ofpub); três dias depois.
b) Oferta a Dealers (Ofdealers); A Circular 3.610, de 26/9/2012 trouxe alterações à
c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e Circular 3587, como, por exemplo, a inclusão da hipótese
d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação). de transmissão automática de comandos no Selic oriun-
Os módulos Ofpub e Ofdealers são sistemas ele- dos do módulo Negociação.
trônicos que têm por finalidade acolher propostas e A íntegra das circulares pode ser obtida por meio da
apurar resultados de ofertas públicas (leilões) de venda ferramenta de “Busca de Normas”, disponível no site do
ou de compra definitiva de títulos; de venda de títulos Banco Central do Brasil.
com compromisso de recompra ou de compra de títulos
com compromisso de revenda; e de outras operações, DOCUMENTAÇÃO
a critério do Administrador do Selic. Podem participar O Manual do Usuário do Selic (MUS) descreve os
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do Ofpub todas as instituições financeiras e demais ins- principais recursos e os diferentes controles e comandos
tituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do utilizados no sistema. Foi elaborado com o intuito de au-
Brasil, desde que participantes do Selic. Já do Ofdealers xiliar o usuário do Selic a entender as suas funcionalida-
participam apenas as instituições credenciadas a operar des básicas, explicando os procedimentos necessários ao
com o Departamento de Operações do Mercado Aberto perfeito e adequado uso do sistema.
(Demab) do Banco Central do Brasil e com a Coordena-
ção-Geral de Operações da Dívida Pública (Codip) da Se- Cetip
cretaria do Tesouro Nacional. Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma
O módulo Lastro tem por finalidade auxiliar a espe- companhia de capital aberto que oferece produtos e
cificação dos títulos objeto das operações compromissa- serviços de registro, custódia, negociação e liquidação
das (venda ou compra de títulos com o compromisso de de ativos e títulos. Por meio de soluções de tecnolo-

14
gia e infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e dade comum de seus associados.
transparência para as operações financeiras, contribuin- Características:
do para o desenvolvimento sustentável do mercado e Sem finalidade de lucro;
da sociedade brasileira. A empresa é, também, a maior Sociedade civil (os poupadores são proprietários da
depositária de títulos privados de renda fixa da América associação);
Latina e a maior câmara de ativos privados do país. A remuneração da poupança funciona com dividen-
dos;
Participantes
Fundos de investimento; bancos comerciais, múl- Operações ativas
tiplos e de investimento; corretoras e distribuidoras; Financiamento imobiliário (Sistema Financeiro da
financeiras, consórcios, empresas de leasing e crédito Habitação);
imobiliário; cooperativas de crédito e investidores es-
trangeiros; e empresas não financeiras, como fundações, Operações passivas
concessionárias de veículos e seguradoras. Emissão de letras e cédulas hipotecárias,
Depósitos de cadernetas de poupança,
Organização Depósitos interfinanceiros e
A Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivati- Empréstimos externos.
vos é uma sociedade anônima de capital aberto, cuja ins-
tância máxima de decisões é a Assembleia de Acionistas. Exemplo: POUPEX, poupança do exército administra-
da pelo BB.
Custódia
A custódia de todos os ativos registrados na Cetip
é feita de forma escritural, desmaterializada e segrega- COPOM – COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA.
da, por meio de registro eletrônico, em conta aberta em
nome do titular.
COPOM é a sigla utilizada para abreviar o termo Co-
Liquidação Financeira mitê de Política Monetária. Ele foi criado com o objetivo
Compensação multilateral entre todas as instituições principal de estabelecer alguns critérios importantes so-
participantes; bre a economia do Brasil, que impactam diretamente o
Compensação bilateral (entre dois participantes); dia a dia e os investimentos dos brasileiros.
Valor bruto de cada operação realizada, lançada dire- O COPOM foi criado em junho de 1996, vinculado ao
tamente nas contas dos bancos no STR; Banco Central, desde então ganhou um posto importan-
Book transfer, transferência entre contas, quando es- te na economia do nosso país, definindo questões rela-
tiverem sob um mesmo banco liquidante. cionadas à política monetária e à taxa de juros básica da
economia, a Selic.
Sociedades de crédito imobiliário (SCI) Esse comitê é formado pelo presidente e diretores
As sociedades de crédito imobiliário são instituições do Banco Central do Brasil, além de outros agentes de
financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de departamentos ligados direta ou indiretamente à nossa
1964, para atuar no financiamento habitacional. economia. Por exemplo:
Características: - Departamento de Operações Bancárias e de Sistema
Entidade com fins lucrativos; de Pagamentos (Deban).
Constituídas sob a forma de sociedade anônima - Departamento de Operações do Mercado Aberto
(S.A.); (Demab).
Denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”; - Departamento Econômico (Depec).
- Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep).
Operações passivas - Departamento das Reservas Internacionais (Depin).
Depósitos de poupança, - Departamento de Assuntos Internacionais (Derin).
Emissão de letras e cédulas hipotecárias
Depósitos interfinanceiros. Formalmente, os objetivos do Copom são:
- implementar a política monetária,
Operações ativas - definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e
- o Relatório da Inflação.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Financiamento para construção de habitações,


Abertura de crédito para compra ou construção de A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta
casa própria, para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários,
Financiamento de capital de giro a empresas incor- com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Es-
poradoras, produtoras e distribuidoras de material de pecial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo
construção o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for
o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a
Associações de poupança e empréstimo (APE) prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para
As associações de poupança e empréstimo são cons- alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a
tituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de proprie- qualquer momento entre as reuniões ordinárias. (BANCO

15
CENTRAL, 2014,p. 1) Dessa forma, fica bem mais claro compreender que as
O Comitê de Política Monetária do Brasil foi inspirado decisões que são tomadas nas reuniões do COPOM, ao
em um exemplo adotado nos Estados Unidos, chamado decidir se mantém, aumenta ou diminui a taxa Selic atual,
Federal Open Market Committee (FOMC), e por outro ór- impactam diretamente toda a nossa economia, contri-
gão relacionado ao banco central alemão, o Central Bank buindo para o seu crescimento, manutenção ou recuo.
Council. Com isso, além do Brasil, diversas autoridades Acompanhar o movimento dessa taxa é fundamental
monetárias em todo o mundo criaram comitês parecidos para determinar as melhores opções de investimentos da
para ajustar suas próprias práticas econômicas. renda fixa. A Selic influencia tanto os títulos ligados a ela,
quanto outros indicadores. 
A importância do COPOM para a economia brasileira
Agora que você entendeu o que é o COPOM, como Copom e Inflação
ele surgiu e quais foram as influências que ele recebeu, O Brasil possui um sistema de metas para inflação
você deve estar se perguntando: mas afinal, qual é a que foi instituído em Junho de 1999 pelo Banco Central
importância desse comitê para a economia brasileira e, (BC). O indicador considerado para mensuração da infla-
principalmente, como isso afeta meus investimentos? ção é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Bom, para entendermos como as reuniões do COPOM No atual regime de metas para a inflação, o princi-
afetam a vida de quem investe, mesmo para quem ainda pal objetivo da política monetária implementada pelo
é iniciante, basta compreendermos os principais objeti- Copom é o alcance das metas de inflação estabelecidas
vos desse órgão. Esse comitê é muito importante porque pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Se, em um
ajuda a definir, por exemplo: o estabelecimento de po- determinado ano, a inflação ultrapassar a meta estabe-
líticas monetárias como o controle da oferta de moeda, lecida pelo CMN, o presidente do Banco Central deverá
questões relacionadas à concessão de créditos, etc. encaminhar uma Carta Aberta ao ministro da Fazenda,
Além disso, ele tem a responsabilidade de divulgar explicando as razões do não cumprimento da meta, bem
um relatório de inflação a cada 3 meses e, o mais aguar- como as medidas necessárias para trazer a inflação de
dado pelos investidores, a definição da meta para a taxa volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para
de juros básica da economia, ou como nós conhecemos, que essas medidas surtam efeito.
a boa e velha Selic. Mas isso já assunto para o nosso pró- Para manter a inflação controlada, um rigoroso con-
ximo tópico. trole sobre o consumo e os preços vem sendo efetuado
desde então pelo Banco Central, aquecendo ou desaque-
Entenda a relação: COPOM x Taxa Selic cendo a economia, através de seu principal instrumento
Como mencionamos, uma das atribuições do Comi- de política monetária: a Taxa Selic.
tê de Política Monetária é a fixação da taxa Selic. Sendo
assim, a cada 45 dias, os membros do COPOM, que faz Taxa Selic
parte do Banco Central do Brasil, se reúne para decidir se Também chamada de taxa básica de juros da economia
mantém ou modifica a meta da taxa de juros básica da brasileira, a Taxa Selic é a taxa de financiamento utilizada
economia brasileira. no mercado interbancário para remunerar as operações
Isso interferirá diretamente em todo o mercado de in- de um dia de duração (overnight), que possuem lastro
vestimentos, bem como no valor da moeda nacional e no em títulos públicos federais listados e negociados no Sis-
preço das mercadorias, produtos e até mesmo serviços tema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) do Ban-
que são disponibilizados em nosso país. co Central do Brasil (BC). Em outras palavras, a Taxa Selic
Investidores devem ficar de olho nas modificações é a taxa de juros utilizada para transações de empréstimo
da taxa Selic, principalmente em investimentos de renda de curto prazo de banco para banco, que utilizam títulos
fixa. Decisões do COPOM podem impactar diretamente públicos federais como garantia, visando reduzir o risco,
os resultados, trazendo benefícios ou perdas. e, consequentemente, a remuneração da transação. Essa
Porém, o impacto que ele causa na economia não é taxa é expressa na forma anual para 252 dias úteis.
limitado apenas aos investimentos. As pessoas que não Como os bancos utilizam títulos públicos federais
atuam nesse mercado também são afetadas. Por exem- como lastro para as operações registradas no Sistema
plo: você já deve ter percebido que, em determinados Especial de Liquidação e de Custódia, transferindo todo
períodos, o seu dinheiro parece valer menos porque pro- o risco final para o Governo Federal, e como o prazo des-
dutos ou serviços ficam mais caros. sas operações é o mais curto possível, de apenas um dia,
Isso significa que seu poder de compra fica reduzido. a Taxa Selic acaba sendo utilizada como referência para
todas as demais taxas de juros utilizadas na economia
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Em outras situações, acontece o contrário e parece que


seu salário consegue comprar mais coisas do que antes. brasileira. Essa taxa não é fixa e varia praticamente todos
Tudo isso acontece, de certa forma, por influência das os dias, mas dentro de um intervalo de oscilação muito
decisões do COPOM. pequeno, já que, na grande maioria das vezes, ela tende
Entender essa relação é muito simples, afinal, quando a se aproximar da meta da Taxa Selic, determinada a cada
45 (quarenta e cinco) dias pelo Comitê de Política Mone-
os juros estão elevados, as pessoas tendem a comprar me-
tária (Copom) do Banco Central (BC).
nos, o crédito é dificultado e fica mais caro, obrigando as
É a partir da Taxa Selic que os bancos definem a re-
pessoas a poupar dinheiro e reduzindo a quantidade de
muneração de algumas aplicações financeiras realizadas
moeda circulando no país. Nesses casos, o COPOM pode
por seus clientes. A Taxa Selic também é usada como
analisar toda essa conjuntura e julgar necessário determi-
referência de juros para empréstimos e financiamentos.
nar a queda na Selic, para tentar controlar o mercado.

16
Vale ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para em- Com sede no Rio de Janeiro (RJ), a CVM foi criada
préstimos e financiamentos na ponta final (pessoas físi- em 1976, pela Lei Nº 6.385. Ela surgiu com o objetivo de
cas e empresas). Os bancos tomam dinheiro emprestado fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários
pela Taxa Selic, porém ao emprestar para seus clientes a no Brasil. Em 2013, passou por uma importante atualiza-
taxa de juros bancários é muito maior. Isto ocorre, pois ção, modificando um pouco as suas metas.
os bancos embutem seu lucro, custos operacionais e ris-
cos de não obter de volta o valor emprestado.  Entenda o que são valores mobiliários
A essa altura você deve já estar se perguntando: “afi-
Elevação da Taxa Selic nal, o que são esses tais valores mobiliários da CVM?”. Pois
A Taxa Selic é aumentada para que não ocorram re- saiba que é muito interessante entender o que eles re-
marcações de preços. Sempre que os valores sobem aci- presentam.
ma do estabelecido, o Banco Central utiliza a taxa de juro Um valor mobiliário é um título de propriedade ou
de crédito. Ele também é chamado de título financeiro.
para diminuir o dinheiro em circulação, conter a expan-
Pode ser emitido por um órgão público ou por entidades
são do crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária
privadas. 
dispare. Com menos pessoas e empresas consumindo
Cada um desses títulos tem características e direitos
bens e serviços, os preços tendem a cair. Sempre que a
padronizados. Dessa forma, existem diferentes tipos de
Taxa Selic sobe, o juro sobre a dívida pública cresce. títulos no mercado de valores mobiliários. São eles:
Metade da dívida pública brasileira é atrelada ao juro. - Cupons cambiais
Toda vez que o Copom eleva os juros para combater a - Ações
inflação, essa metade da dívida aumenta. Como países - Bônus de subscrição
com dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais - Debêntures
altos, cria-se um círculo vicioso do qual só se sai com - Certificados de depósito de valores mobiliários
cortes profundos de gastos. - Notas comerciais
  - Contratos futuros
Redução da Taxa Selic - Cédulas de debêntures
Quando há redução da Taxa Selic  a economia fica - Contatos derivativos
estimulada e há crescimento. O efeito é exatamente o
inverso daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: De acordo com uma mudança proposta pela Lei Nº
o sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em 10.303, qualquer título ou contrato de investimento co-
circulação aumenta e as pessoas consomem mais. A faci- letivo pode ser definido como um valor mobiliário. As
lidade em obter financiamentos pode, por exemplo, fazer exceções são:
com que as pequenas empresas cresçam, novos negó- - Tesouro Direto
cios surjam e os empregos se multipliquem. - Títulos da dívida pública — municipal, federal ou
Uma redução abrupta da taxa de juros pode trazer estadual
inflação, tamanho é o estímulo dado à economia. Existe - Títulos cambiais de instituições financeiras
também certo consenso de que os juros reais – que é o
resultado da Taxa Selic menos a inflação anual – não po- Os valores da CVM
dem ficar abaixo de oito por cento ao ano, sob o risco de A CVM tem propósitos e valores que vão além dos tí-
despertar o dragão inflacionário. Abaixo desse patamar, tulos financeiros. São algumas características e condutas
a economia ficaria sujeita a dois choques. Um interno, que ajudam a compreender melhor essa entidade. Veja,
logo abaixo, as principais:
devido ao superaquecimento da atividade, que causa in-
- Valorização constante dos funcionários por meio da
flação. Outro externo, porque os juros passariam a ser
capacitação e da meritocracia.
menos atraentes para os investidores, o que levaria à
- Ambiente de trabalho com bastante diálogo e coo-
uma fuga de capitais e disparada do dólar.
peração entre as pessoas.
Basicamente todo o funcionamento dos juros no - Foco na educação financeira do país para fortalecer
mercado financeiro vem das decisões tomadas pelo Co- o mercado de capitais.
pom, as quais as ordens são passadas pela CMN com o - Atuação embasada na ética, na transparência e na
objetivo específico de controlar a inflação do país. legalidade.
- Autonomia financeira, orçamentária e administrati-
A COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS va.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Essa sigla nada mais é do que a Comissão de Valores - Busca pela eficiência em todas as atividades reali-
Mobiliários (CVM). Ela é uma entidade pública e autár- zadas.
quica vinculada ao Ministério da Fazenda. Ou seja, é ad- - Audiências públicas para valorizar a participação da
ministrada de forma autônoma, tem patrimônio próprio sociedade.
e é juridicamente independente. - Atendimento às necessidades do mercado.
Isso quer dizer que o governo federal não tem nenhu- - Monitoramento dos riscos.
ma autoridade hierárquica sobre essa organização, por - Proteção a quem investe.
mais ligados que eles sejam. É como se você alugasse um - Apoio à divulgação de informações úteis.
quarto na casa de alguém: você ainda está dentro da casa
daquela pessoa, mas quem manda no quarto é você.

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Conheça os integrantes da Comissão de Valores Mobiliários
A Comissão de Valores Mobiliários é administrada por um presidente e quatro diretores, que formam o Colegiado
CVM. Os nomes são escolhidos pelo presidente da República, mas precisam ser aprovados pelo Senado Federal.
Para ocupar esses cargos, são escolhidas apenas pessoas com alto nível de capacitação. Também é fundamental ter
bastante experiência no mercado de capitais. Ou seja, ninguém vai parar na CVM por acaso, porque é necessário ter
competência reconhecida na área.
Quem desempenha essas funções exerce um mandato de 5 anos. A recondução ou reeleição é vedada pela Lei Nº
6.385, o que dá ainda mais transparência à entidade.
Atualmente, o Colegiado é formado por: Presidente e Diretores.
E para entender toda a hierarquia, veja toda a estrutura organizacional da CVM, através da imagem abaixo:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Os principais objetivos da CVM


É válido lembrar que as atividades exercidas pela CVM são previstas por lei. Portanto, todas as atribuições e funções
da Comissão de Valores Mobiliários são legais.
Um dos principais objetivos dessa instituição é proteger quem investe.
O objetivo é que pessoas como você possam investir com total segurança e tenham seus direitos protegidos. 
Outra meta da Comissão é assegurar o funcionamento do mercado. Dessa forma, pretende-se facilitar cada vez
mais as condições para aplicar dinheiro em alguma ação ou título. Um bom jeito de fazer isso é garantindo o acesso a
várias informações sobre o tema — outra preocupação que a entidade tem.
Também há o estímulo para que o público poupe dinheiro e faça um bom controle financeiro. Com isso, é possível

18
investir mais, se afastar de dívidas e outras complicações Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais
com as finanças. Para muitos brasileiros, isso hoje se li- especificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo
mita à Poupança. Mas a verdade é que investir vai muito único, ampliou-se a competência do CRSFN, que rece-
além e pode ser a ponte para uma vida tranquila. beu igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os
recursos interpostos contra as decisões do Banco Central
Entenda a importância da CVM do Brasil relativas a aplicação de penalidades por infra-
Um dos maiores propósitos da CVM é cuidar da in- ção à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de cré-
tegridade do mercado de capitais. Portanto, ela garante dito rural e industrial. O CRSFN tem o seu Regimento In-
que seja possível investir em lugares seguros e transpa- terno aprovado pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com
rentes. A maneira mais efetiva de fazer isso é defender a nova redação dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97,
quem investe das irregularidades. A partir daí, o objetivo dispondo sobre as competências, prazos e demais atos
é oferecer um cenário favorável para que você consiga processuais vinculados às suas atividades.
aplicar dinheiro com total segurança.
A CVM estimula a concorrência entre as instituições Atribuições
financeiras do país. Isso significa melhores condições São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em
para quem investe no Brasil. segunda e última instância administrativa os recursos
interpostos das decisões relativas às penalidades admi-
Imagine se houvesse apenas um banco negociando
nistrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela
títulos financeiros. Ele poderia cobrar as taxas que qui-
Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Co-
sesse e oferecer um péssimo serviço aos seus clientes,
mércio Exterior; nas infrações previstas na legislação.
afinal, não haveria outra opção. Percebe a importância de
O Conselho tem ainda como finalidade julgar os re-
existirem concorrentes nesse mercado? cursos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira
Outra atividade importante feita pela organização é instância, das decisões que concluírem pela não aplica-
diminuir as burocracias no mundo dos investimentos. ção das penalidades previstas no item anterior.
Não há nada mais chato do que lidar com um monte de A atual composição do CRSFN é a seguinte:
papéis e assinaturas, não é mesmo? Isso é bacana porque - 2 representantes do Ministério da Fazenda;
incentiva o surgimento de novos investidores e a ocorrer - 1 representante do Bacen;
mais aplicações. - 1 representante da CVM;
A instituição também garante o acesso à informação - 4 representantes das entidades privadas represen-
sobre esse universo. Dessa forma, você pode aprender tativas de classe;
bastante sobre o tema, se planejar e ainda consultar
quais corretoras de valores estão devidamente registra- Fique atento porque a composição mudou há poucos
das e de acordo com as normas da CVM. anos. Na composição antiga havia 1 representante do
Ou seja, a instituição também fica de olho no que Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e
acontece entre você e a corretora que você escolheu. apenas 1 representante do Ministério da Fazenda.
Assim sendo, você tem mais confiança para investir, As entidades representativas de classe são divididas
já que pode contar com a vigilância da CVM sobre as em 2 grupos: as titulares e as suplentes. A ideia é bem
operações das corretoras e o relacionamento delas com óbvia, caso um representante de uma entidade titular
seus clientes. não puder participar da reunião, vai um suplente. São
Enfim, como você viu, a Comissão de Valores Mobiliá- elas:
rios é fundamental por proteger quem investe e por uma Titulares:
série de outros bons motivos. Dessa forma, a CVM auxilia - Associação Brasileira das Empresas de Capital Aber-
no desenvolvimento de um mercado financeiro cada vez to (ABRASCA);
melhor.3 - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais (ANBIMA);
CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINAN- - Comissão Nacional de Bolsas (CNB);
CEIRO NACIONAL - Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN);
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na-
cional (CRSFN) é um conselho que julga em segunda e Suplentes:
última instância administrativa os recursos interpostos - Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imo-
contra Bacen, CVM e Secretaria de Comércio Exterior (do biliário e Poupança - ABECIP;
Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio). - Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
O - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

– ANCORD;
15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacio-
- Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organiza-
nal - CMN para o CRSFN a competência para julgar, em
ção das Cooperativas Brasileiras – OCB/CECO;
segunda e última instância administrativa, os recursos
- Instituto dos Auditores Independentes do Brasil –
interpostos das decisões relativas à aplicação das penali-
IBRACON;
dades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1° Os representantes são indicados em lista tríplice e
do referido Decreto. Permanece com o CMN a compe- escolhidos pelo Ministro da Fazenda (dão 3 opções de
tência residual para julgar os demais casos ali previstos, representante e o Ministro decide quem é o “melhor”).
por força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64. Eles têm mandato de 2 anos e podem ser reconduzidos
3 Fonte: www.blog.toroinvestimentos.com.br/www.politize. por mais 2 anos.4
com.br 4 Fonte: www.conhecimentosbancarios.blogspot.com.br

19
Alguns Operadores do SFN A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
As caixas econômicas são instituições de cunho emi-
OS BANCOS MÚLTIPLOS nentemente social, concedendo empréstimos e financia-
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais mentos a programas e projetos de assistência social, saú-
significativa mudança introduzida no Sistema Financei- de, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte,
ro Nacional foi a instituição dos Bancos Múltiplos, pela sendo seu único representante, hoje, a Caixa Econômica
Resolução n. 1.524, de 21.09.1988, do Banco Central do Federal, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759,
Brasil. Por esta resolução, foi facultado aos bancos co- de 12/08/1969, das 23 Caixas Econômicas Federais até
merciais, bancos de desenvolvimento, bancos de inves- então existentes.
timento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades Suas origens confundem-se com as dos primeiros ban-
de crédito, financiamento e investimento a organização cos comerciais. Estes, pela falta de interesse em captar pe-
opcional em uma única instituição financeira, através de quenos valores e pelos altos riscos dos empreendimentos
processos de fusão, incorporação, cisão e transformação em que se envolviam, afastavam os pequenos depositan-
- ou ainda por constituição direta. Os bancos múlti- tes. Assim, surgida da iniciativa particular, a primeira caixa
plos passaram a operar em todos os segmentos do econômica que se constituiu no país (Rio de Janeiro) re-
sistema de intermediação financeira, mediante as monta a 1831, que não obteve êxito. Em 1860, o Governo
seguintes carteiras especiais, sem vinculação entre Imperial criou outra instituição do gênero, que começou a
as fontes de recursos captados e as suas aplicações: operar em 1861 (que corresponde hoje à Caixa Econômica
- carteira comercial; Federal do Rio de Janeiro). Em 1955, o Parlamento rejeitou
- carteira de desenvolvimento (no caso de bancos projeto de lei para autorizar a caixa a conceder financia-
mentos para a casa própria, permanecendo suas opera-
múltiplos públicos);
ções limitadas ao atendimento de necessidades populares
- carteira de investimentos (no caso de bancos múl-
de curto prazo. Atendendo a essa faixa de crédito, a caixa
tiplos privados);
federal abriu agências em todos os Estados da União. Ao
- carteira de crédito imobiliário;
mesmo tempo, devido a sua reduzida flexibilidade ope-
- carteira de crédito, financiamento e investimento; racional, ensejou o aparecimento de caixas estaduais, ini-
- carteira de arrendamento mercantil. cialmente em São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Goiás. Mas só a partir de 1964, com a instituição
OS BANCOS COMERCIAIS do mecanismo da correção monetária, com a criação das
Os bancos comerciais se dedicam à captação e apli- cadernetas de poupança e com a integração das caixas
cação de recursos financeiros em operações de curto e econômicas no SFH e no SBPE, é que as atividades dessas
médio prazos, normalmente de até um ano, bem como instituições foram dinamizadas. Hoje encontram-se todas
prestam serviços de pagamentos e recebimentos ao pú- extintas, exceto a CEF.
blico em geral, a partir de uma estrutura descentralizada A CEF é uma instituição financeira responsável pela
que é proporcionada por sua capacidade de abrir agên- operacionalização das políticas do Governo Federal para
cias bancárias. No Brasil, atualmente, os bancos comer- habitação popular e saneamento básico, caracterizando-
ciais geralmente estão integrados em uma estrutura de -se cada vez mais como o banco de apoio ao trabalhador
banco múltiplo, a partir da qual exercem, total ou parcial- de baixa renda.
mente, uma diversificada gama de operações monetárias À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades relativas
e financeiras. a bancos comerciais, sociedades de crédito imobiliário e de
Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais saneamento e infraestrutura urbana, além de prestação de
podem: a) descontar títulos; b) realizar operações de serviços de natureza social, delegada pelo Governo Federal.
abertura de crédito simples ou em conta corrente (con- Suas principais atividades estão relacionadas com a
tas garantidas); c) realizar operações especiais, inclusive captação de recursos em cadernetas de poupança, em
de crédito rural, de câmbio e comércio internacional; d) depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em emprés-
captar depósitos à vista e a prazo e recursos nas institui- timos vinculados, preferencialmente à habitação. Os re-
ções oficiais, para repasse aos clientes; e) obter recursos cursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de
externos para repasse; e f) efetuar a prestação de servi- Serviço-FGTS são direcionados, quase na sua totalidade,
ços, inclusive mediante convênio com outras instituições. para as áreas de saneamento e infraestrutura urbana.
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos
É importante frisar que a captação de depósitos à vis-
e de programas, entre os quais destacavam-se o FGTS,
ta, que nada mais são do que as contas correntes livre-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

o Fundo de Compensação de Variações Salariais-FCVS,


mente movimentáveis, é a atividade básica dos bancos
o Programa de Integração Social-PIS, o Fundo de Apoio
comerciais, configurando-os como instituições finan-
ao Desenvolvimento Social-FAS e o Fundo de Desenvol-
ceiras monetárias. Tal captação de recursos, junto com vimento Social-FDS.
a captação via CDB e RDB, cobrança de títulos e arreca-
dação de tributos e tarifas públicas, permite aos bancos COOPERATIVAS DE CRÉDITO
repassar tais recursos aos seus clientes, em especial às A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacional de
empresas, sob a forma de empréstimos que vão girar a Cooperativismo como sendo a atividade decorrente das ini-
atividade produtiva (estoques, salários etc.). ciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias de setor
público ou privado, isoladas ou coordenadas entre si, desde
que reconhecido o seu interesse público, e instituiu o regime

20
jurídico das sociedades cooperativas. Na lei ficou estabele- Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC re-
cido que celebram o contrato de sociedade cooperativa as novou as regras para a constituição de bancos cooperati-
pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com vos, cuja atuação deve observar no cálculo do patrimônio
bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômi- líquido exigido os mesmos fatores e parâmetros estabe-
ca, de proveito comum, sem objetivo de lucro, e classificou as lecidos pela regulamentação em vigor para os bancos
sociedades cooperativas como: comerciais e múltiplos.
- singulares, as constituídas pelo número mínimo de
20 (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmen- ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIO
te permitida a admissão de pessoas jurídicas que Pessoas físicas e jurídicas podem usar os serviços de
tenham por objeto as mesmas ou correlatas ati- uma administradora para adquirir bens e serviços na for-
vidades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, ma de autofinanciamento.
aquelas sem fins lucrativos; Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas
- centrais de cooperativas ou federações de coopera- em grupo, com prazo de duração e número de cotas pre-
tivas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singula- viamente determinados, promovida por administradora
res, podendo, excepcionalmente, admitir associados de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus in-
individuais. tegrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou
serviços, por meio de autofinanciamento.
Quanto aos tipos de operações a que estão autoriza-
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica
das, as cooperativas de crédito podem:
prestadora de serviços com objeto social principal voltado
- na ponta da captação:
à administração de grupos de consórcio, constituída sob a
a) captar depósitos, somente de associados, sem
emissão de certificado; forma de sociedade limitada ou sociedade anônima.
b) obter empréstimos ou repasses de instituições fi- A adesão de um consorciado a um grupo de consór-
nanceiras nacionais ou estrangeiras; cio se dá mediante assinatura de contrato de participa-
c) receber recursos oriundos de fundos oficiais e re- ção. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e
cursos, em caráter eventual, isentos de remunera- os deveres das partes, tais como a descrição do bem a
ção, ou a taxas favorecidas, de qualquer entidade, que o contrato está referenciado e seu respectivo preço(-
na forma de doações, empréstimos ou repasses; que será adotado como referência para o valor do crédi-
- na ponta de empréstimos: to e para o cálculo das parcelas mensais do consorciado).
a) conceder créditos e prestar garantias, inclusive em No contrato deve haver, ainda, as condições para con-
operações realizadas ao amparo da regulamenta- correr à contemplação por sorteio, bem como as regras
ção do crédito rural, em favor de produtores rurais, da contemplação por lance.
somente a associados; O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o
b) aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em interesse individual do consorciado. Os grupos de con-
depósitos à vista e a prazo, com ou sem a emissão sórcio caracterizam-se como sociedade não personifica-
de certificado, observadas eventuais restrições le- da com patrimônio próprio, o qual não deve ser confun-
gais e regulamentares específicas de cada aplicação; dido com o patrimônio dos demais grupos nem com o
- na ponta de serviços: da administradora.
a) prestar serviços de cobrança, de custódia, de re-
cebimentos e pagamentos por conta de terceiros, Contemplação no consórcio
sob convênio com instituições públicas e privadas; A contemplação é atribuição de crédito ao consorcia-
b) prestar serviços de correspondente no país, nos do para a aquisição de bem ou serviço.
termos da regulamentação em vigor.

BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS FIQUE ATENTO!


O Banco Central, através da Resolução 2.193, de O vendedor do consórcio não pode prometer
31/08/1995, autorizou a constituição de bancos comer- a contemplação imediata. Mesmo se houver
ciais na forma de sociedades anônimas de capital fecha- quitação ou antecipação do pagamento de
do, com participação exclusiva de cooperativas de crédi- prestações, só há duas maneiras de você ser
to singulares, exceto as do tipo Luzzati (as que admitem
contemplado: o sorteio e o lance.
a participação de não-cooperados) e centrais de coo-
perativas, bem como de federações e confederações de
cooperativas de crédito, com atuação restrita à Unidade
da Federação de sua sede, cujo Patrimônio de Referên- Os critérios para participar dos sorteios e para ofere-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cia-PR deverá estar enquadrado nas regras do Acordo de cimento de lances devem estar previstos no seu contrato,
Basiléia. Não podem participar no capital social de insti- que deve, inclusive, indicar se há possibilidade de ofere-
tuições financeiras autorizadas a funcionar pelo BC, nem cimento de lance ou realização de sorteios pela internet.
realizar operações de swap por conta de terceiros. Os critérios de desempate também devem estar previa-
O Banco Central deu autorização para que as coope- mente definidos.
rativas de crédito abrissem seus próprios bancos comer- Lembre-se de que as contemplações dependem da
ciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco existência de recursos em seu grupo.
comercial faz: ter talão de cheques, emitir cartão de cré- A contemplação por lance somente pode ocorrer de-
dito, fazer a compensação de documentos e, principal- pois de efetuadas as contemplações por sorteio ou se
mente, passar a administrar a carteira de crédito antes estas não forem realizadas por insuficiência de recursos
sob responsabilidade das cooperativas. do grupo de consórcio.

21
Uma vez contemplado, o consorciado terá a faculda-
BANCO CENTRAL DO BRASIL;
de de escolher o fornecedor e o bem desde que respei-
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
tada a categoria em que o contrato estiver referenciado.
O fato de a administradora eventualmente ser vincu-
lada a alguma concessionária, revendedora ou montado- O Banco Central do Brasil
ra de bens não pode restringir a liberdade de escolha do A Superintendência da Moeda e do Crédito, através
consorciado. da Lei nº 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autar-
quia federal, tendo sede e fôro na Capital da República,
sob a denominação de Banco Central do Brasil. Além da
#FicaDica sua sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui representa-
o que fazer quando o bem de interesse do ções regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, For-
consorciado for de valor diferente ao do taleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen
contrato: pode ser considerado como:
- Para adquirir um bem de maior valor, o • banco dos bancos;
consorciado ficará responsável pelo paga- - depósitos compulsórios;
mento da diferença de preço. - redescontos de liquidez;
- Caso você decida adquirir bem, conjunto • gestor do Sistema Financeiro Nacional;
de bens, serviço ou conjunto de serviços - normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
com preço inferior ao valor do respectivo • executor da política monetária;
crédito, a diferença deve ser utilizada, a seu - determinação da taxa Selic;
critério, para: - controle dos meios de pagamento (liquidez do mer-
- pagamento de obrigações financeiras, cado);
vinculadas ao bem ou serviço, observado - orçamento monetário, instrumentos de política
o limite total de 10% do valor do crédito monetária;
objeto da contemplação, relativamente às • banco emissor de moeda;
despesas com transferência de proprieda- - emissão do meio circulante;
de, tributos, registros cartoriais, instituições - saneamento do meio circulante;
de registro e seguros; • banqueiro do governo;
- quitação das prestações vincendas na for- - financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e
ma estabelecida no contrato; venda de títulos públicos);
- devolução do crédito em espécie ao con- - administração da dívida pública interna e externa;
sorciado quando suas obrigações financei- - gestor e fiel depositário das reservas internacionais
ras para com o grupo estiverem integral- do país;
mente quitadas. - representante, junto às intituições financeiras inter-
nacionais, do Sistema Financeiro Nacional;
• centralizador do fluxo cambial;
CORRETORAS DE CÂMBIO - normas, autorizações, registros, fiscalização, intervenção.
As corretoras de câmbio atuam, exclusivamente, no
mercado de câmbio, intermediando operações entre Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém
clientes e bancos ou comprando e vendendo moedas es- diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na
trangeiras de/para seus clientes. economia.
Popularmente conhecidas como casas de câmbio, por Para poder atuar como autoridade monetária plena, o
sua expressiva atuação na compra e venda de moeda es- Banco Central exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento.
trangeira em espécie, as corretoras de câmbio também As dificuldades residiam no fato de, até a sua criação, as
realizam operações financeiras de ingresso e remessa de funções de banco central estarem sendo exercidas pela
valores do/para o exterior e operações vinculadas a im- Superintendência da Moeda e do Crédito, pelo Banco do
portação e exportação, desde que limitadas ao valor de Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalida-
US$ 100.000,00 ou o seu equivalente em outras moedas. de de exercer o controle monetário, a fiscalização dos
bancos comerciais e a orientação da política cambial. O
Banco do Brasil era o executor das normas estabelecidas
#FicaDica pela Sumoc e exercia as funções de Banco do Governo
Diferença entre banco de câmbio e corretora Federal, controlador das operações de comércio exterior,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de câmbio: recebedor dos depósitos compulsórios e voluntários dos


A diferença com relação aos bancos que bancos comerciais e, ainda, Banco de crédito agrícola,
operam em câmbio é que estes, além de comercial e industrial. O Tesouro Nacional era o órgão
atuarem sem limites de valor, podem realizar emissor de papel-moeda.
outras modalidades de operação como Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor,
financiamentos a exportações e importações, mas realizava as emissões em função das necessidades do
adiantamentos sobre contratos de câmbio Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos, mas não
e operações no mercado futuro de dólar em detinha com exclusividade os depósitos das instituições
bolsa de valores. financeiras. Era agente financeiro do Governo, pois fora
encarregado de administrar a dívida pública federal, mas

22
não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao re-
esta função era atribuída ao Banco do Brasil. Também era gime da nova Lei, como sendo:
o órgão formulador e executor da política de crédito, mas • ações, debêntures e bônus de subscrição;
não tinha o pleno controle do crédito, porque outros or- • cupons, direitos, recibos de subscrição e certifica-
ganismos governamentais tinham idêntico poder. dos de desdobramento de valores mobiliários;
Operacionalmente, os recursos do Banco Central • certificados de depósito de valores mobiliários;
eram acessados automaticamente pelo Banco do Brasil, • cédulas de debêntures;
através da “Conta Movimento”, para expansão do cré- • cotas de fundos de investimento em valores mobiliá-
dito e para o custeio do Governo. Até 1988, as funções rios ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
de autoridade monetária exercidas pelo Banco do Brasil • notas comerciais;
foram progressivamente transferidas ao Banco Central, e • contratos futuros, de opções e outros derivativos,
as atividades de administração da dívida pública federal, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
• outros contratos derivativos, independentemente
que vinham sendo exercidas pelo Banco Central, foram
dos ativos subjacentes; e,
transferidas ao Tesouro Nacional.
• quando ofertados publicamente, quaisquer outros
títulos ou contratos de investimento coletivo, que
A Comissão de Valores Mobiliários gerem direito de participação, de parceria ou de
remuneração, inclusive resultante de prestação de
A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi cria- serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do
da pela Lei nº 6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida empreendedor ou de terceiros.
como a Lei da CVM, pois, até aquela data, faltava uma Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
entidade que absorvesse a regulação e a fiscalização do • os títulos da dívida pública federal, estadual ou
mercado de capitais, especialmente no que se referia às municipal;
sociedades de capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, • os títulos cambiais de responsabilidade de institui-
como um órgão normativo do sistema financeiro, espe- ção financeira, exceto as debêntures.
cificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina
e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (So-
emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional ciedade Operadora do Mercado de Ativos), a CVM tem
– basicamente, o mercado de ações e debêntures, cupões por objetivos fundamentais: a) estimular a aplicação de
desses títulos e bônus de subscrição. É uma entidade au- poupança no mercado acionário; b) assegurar o funcio-
xiliar, autônoma e descentralizada, mas vinculada, como namento eficiente e regular das bolsas de valores e de
autarquia, ao Governo Federal. outras instituições auxiliares que operam nesse mercado;
A Lei nº 10.303, mais popularmente conhecida como c) proteger os titulares de valores mobiliários (notada-
a Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e mente os pequenos e minoritários) contra emissões ir-
alterou os dispositivos da Lei nº 6.404, de 15/12/1976, Lei regulares e outros tipos de atos ilegais, que manipulem
das Sociedades Anônimas, da Lei da CVM e das peque- preços de valores mobiliários nos mercados primário e
nas modificações em ambas introduzidas, anteriormente, secundário de ações; d) fiscalização da emissão, do regis-
pela Lei nº 9.457, de 15/05/1997. tro, da distribuição e da negociação de títulos emitidos
Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM fo- pelas sociedades anônimas de capital aberto.
ram ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e
Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE
e as entidades de compensação e liquidação de opera- CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO
ções com valores mobiliários que, da mesma forma que DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO
a Bolsa de Valores, funcionam como órgãos auxiliares da RURAL, CADERNETA DE POUPANÇA,
Comissão de Valores Mobiliários. CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA,
Elas operam com autonomia administrativa, financei- INVESTIMENTOS E SEGUROS
ra e patrimonial e responsabilidade de fiscalização direta
de seus respectivos membros e das operações com valo-
Cartões de Crédito
res mobiliários que nelas realizadas, mas, sempre, sob a
A modernidade fez da pecúnia uma coisa obsoleta.
supervisão da CVM.
Os cartões de crédito têm hoje maior poder liberatório
Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram conso-
que qualquer moeda, sendo mesmo o preferido nas tran-
lidadas as seguintes atividades: sações comerciais, pela maior facilidade e segurança, que
• emissão e distribuição de valores mobiliários no
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

propicia aos contratantes.


mercado;
• negociação e intermediação no mercado de valores Há por trás de um cartão de crédito vários contratos,
mobiliários; imprescindíveis à sua utilização:
• negociação e intermediação no mercado de derivativos; 1. Primeiramente, um contrato de crédito entre a en-
• organização, funcionamento e operações das Bolsas tidade financeira e o usuário;
de Valores; 2. Depois, outro contrato de crédito entre o comer-
• organização, funcionamento e operações das Bolsas ciante e a entidade financeira;
de Mercadorias e Futuros; 3. E, finalmente, o contrato entre o usuário e o co-
• auditoria das companhias abertas; merciante, em que o pagamento será feito com o
• serviços de consultor e analista de valores mobiliários. débito no cartão de crédito.

23
A entidade financeira é denominada “emissor“, en- Ex: Uma pessoa possui um cartão com limite de 800
quanto o comerciante (ou prestador de serviços), que o reais, e gasta 300 desse limite em uma compra parcelada
aceitará, se chama “fornecedor”, e o usuário é o “titular por 3 vezes sem juros. Seu limite agora irá baixar para
do cartão”. 500 reais (R$ 800,00 – R$ 300,00). A cada mês, conforme
Ao emissor cabe a tarefa de dar lastro ao crédito, pois for pagando as parcelas, seu limite irá subir – consideran-
sua obrigação será pagar o fornecedor, ainda que não do que, nesse caso, pagaria 100 reais por mês, no primei-
receba do “titular do cartão”: é dele o maior risco da ope- ro mês o limite de compra subiria de 500 para 600 reais,
ração, razão por que lhe caberá o zelo de não conceder o e assim por diante.
crédito a quem o não mereça. Naturalmente, será remu- Lembrando que, se você gastar 300 reais do seu limite
nerado não só pelo titular do cartão, como também pelo – dado no exemplo, você não poderá comprar nada de
fornecedor, já que concede crédito ao primeiro e facilita 800 reais até quitar a dívida, pois o único limite que terá
a venda para o segundo. disponível no primeiro mês será de 500 reais, com acrés-
O titular do cartão é o beneficiário do crédito conce- cimo de 100 reais cada mês.
dido pelo emissor, e haverá de ser pessoa maior e capaz,
para poder assumir as obrigações financeiras conexas ao E como eu faço para aumentar meu limite do car-
uso do cartão, desde o pagamento das despesas, que tão de crédito?
fizer, até o pagamento do custo do crédito, que lhe foi É comum uma pessoa começar a ganhar mais e que-
dado pelo emissor. rer aumentar o limite do seu cartão de crédito. Mas nem
É oportuna a consideração de que no contrato en- só de renda se faz o teto do cartão. Fatores como ina-
tre o titular e o emissor há previsão da possibilidade de dimplência ou atrasos em pagamentos podem ser uma
o débito ser parcelado, porém, respondendo o devedor barreira na hora de aumentar o seu crédito. Então, nada
por pesados juros. de deixar de pagar sua fatura ou esquecer de fazer o
Finalmente, o fornecedor (vendedor ou prestador de pagamento das contas!
serviço) assume perante o emissor a obrigação de aceitar Os fatores, no entanto, variam muito entre as insti-
o valor do preço da mercadoria vendida ou do serviço
tuições financeiras que oferecem o serviço de crédito. É
prestado, mediante a apresentação do cartão de crédi-
sempre bom conversar com o gerente e ficar atento aos
to pelo usuário: será preenchido um documento, devi-
detalhes e prazos estipulados em contrato.
damente assinado pelo titular do cartão, que produzirá
o crédito do fornecedor junto ao emissor (desse crédi-
Limite de crédito x limite de saque
to será descontada uma comissão de remuneração do
Há diferenças entre esses dois diferentes tipos de li-
emissor por ter intermediado o negócio).
Embora os fornecedores – de regra – obriguem-se a mite do seu cartão de crédito. O limite de crédito pes-
aceitar os cartões e não lançarem no preço da mercado- soal, como já dito acima, é o valor total que a instituição
ria/serviço qualquer acréscimo, a realidade do mercado que gere o cartão disponibiliza para o cliente. É definido
tem mostrado uma distorção contratual, pois àqueles no momento em que o cartão é adquirido, e leva como
que pagam em cash (dinheiro) ou em cheque, alguns co- base sua renda e perfil de compras.
merciantes concedem desconto (não raro em valor supe- Já o limite de saque é o serviço que alguns cartões
rior ao da comissão, que pagarão a financeiras emissoras disponibilizam, funcionando como um saque emergen-
de cartão): é que só receberão do emissor algum tempo cial. Não costuma estar vinculado ao limite de crédito,
depois, e muitas vezes têm necessidades de caixa (paga- portanto o cliente pode fazer o saque emergencial sem
mento de duplicatas, funcionários, etc.), que antecedem modificações no valor do limite para compras. Essa forma
àquela data do recebimento. de saque, no entanto, está sujeita a juros e taxas, fazendo
com que se torne necessário somente em uma ocasião
Natureza Jurídica dos Cartões de Crédito de verdadeira necessidade.
O cartão concede crédito ao titular e facilita o negó- Há ainda o limite disponível que, como indica o pró-
cio (venda ou serviço) para o fornecedor: é, pois, uma prio nome, mostra o valor que está a disposição do clien-
contratação acessória, que constitui relevantíssima pres- te no momento da consulta. Ao comprar um produto de
tação de serviço ao negócio principal, entre o usuário e o 400 reais em um limite de 1000, o limite do cartão de
comerciante (ou prestador de serviços). crédito disponível será de 600 reais, por exemplo.6
Dessa natureza de prestação de serviços decorre
que o emissor se sujeitará à incidência do I.S.S. sobre Títulos de capitalização
suas operações todas, conforme já decidiu o Supremo Começamos dizendo que o Título de Capitalização
Tribunal Federal (decisão em Recurso Extraordinário nº não é um investimento.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

75.952-SP).5 Diferente do que muitos acreditam, essa modalidade


não pode ser considerada um investimento.
Limite do cartão de crédito Na verdade, a sua classificação está mais para um se-
Ele é uma quantia fixada que – como diz o nome – guro do qualquer outra coisa.
limita seu gasto a um determinado valor. Esse valor vai Uma prova disso é o fato de o mercado de capitaliza-
ser definido no momento de contratação do cartão, onde ção ser controlado e fiscalizado pela SUSEP, ou Superin-
sua renda será analisada, juntamente com uma estimati- tendência de Seguros Privados.
va de quanto você pode gastar por mês, de acordo com Em palavras simples, poderíamos dizer que o Título
seu salário. Ou seja, ele é definido pelo banco e apenas de Capitalização é uma forma de economia programada
ele pode alterar. com um prazo definido.
5 Fonte: www.portaleducacao.com.br 6 Fonte: www.bidu.com.br

24
Isso porque seu funcionamento depende de paga- • A forma de pagamento: (única, mensal ou periódica);
mentos que você faz para o “emissor” do título. • O resgate (total ou parcial);
Esse pagamento pode acontecer de forma única, por • O tamanho da série;
meio de parcelas mensais (o mais comum) ou periódicas. • A carência;
Ao final do prazo, você poderá resgatar os pagamen- • E alguns outros fatores.
tos realizados.
Esse resgate pode envolver a totalidade do valor Em resumo, temos a seguinte definição:
pago, parte do valor pago ou até mesmo o valor pago O Título de Capitalização é uma forma de guardar
acrescido de uma mísera taxa de juros (muito inferior às dinheiro e, ao mesmo tempo, participar de sorteios.
taxas que você conseguiria investindo seu dinheiro).
Vantagens dos títulos de capitalização
Por que escolher um título de capitalização para Vamos começar com a vantagem mais “divulgada”
“investir”? pelos principais emissores de títulos de capitalização:
Se muitas vezes você não conseguirá resgatar a tota-
lidade do valor pago e, em outras, receberá o valor pago #1 – Forma forçada de poupar
acrescido de uma pequena taxa de juros, por que optar Agora que já entendemos o que é um Título de Capi-
por um título de capitalização? talização, é fácil concluir que essa é uma forma forçada
Aqui entra o maior atrativo para aqueles que optam de poupar.
por essa modalidade de poupança: os sorteios. E por que isso é uma vantagem?
Ao pagar um título de capitalização, você passa a Simples: porque há pessoas que simplesmente não
concorrer a um – ou alguns – sorteios. possuem disciplina para guardar dinheiro.
O valor dos prêmios distribuídos nesses sorteios pode Por meio de um contrato de capitalização, o indiví-
variar bastante. duo fica “obrigado” a pagar o título sob pena de multa e
Alguns contratos preveem o pagamento de quantias atualização monetária em caso de atrasos.
pequenas. Além disso, o contratante perde o direito de partici-
Outros, entretanto, podem sortear valores que che- par dos sorteios.
gam a milhares ou até milhões de reais. E esse acaba sendo o motivo mais forte que força mui-
Tudo isso, é claro, está embutido dentro do seu pa- tas pessoas a se manterem fiéis ao Título de Capitalização.
gamento. Para quem tem controle zero sobre os gastos, essa
pode até ser uma opção a ser considerada.
Quem emite um título de capitalização? Entretanto, eu nunca recomendo esse caminho.
Mas afinal, quem são os responsáveis por emitir os Afinal, há outras formas de se forçar a fazer aportes
Títulos de Capitalização? financeiros que podem ser considerados investimentos.
Geralmente estamos falando de grandes instituições O fato de você desenvolver um planejamento finan-
financeiras, como os bancos. ceiro formal, por exemplo, é uma delas.
Se você já foi abordado com alguma oferta de capi- À medida que se estuda e se conhece outros produ-
talização, é muito provável que tenha ouvido algum dos tos financeiros, mais opções (muito mais interessantes)
seguintes nomes: começam a surgir.
• Banco do Brasil: Ourocap Único 36, Ourocap Men-
sal 36, Ourocap Mensal 48, Ourocap Mensal 60, #2 – Comodidade
Ourocap Flex e Ourocap Multi Sorte; Quem vai com frequência ao banco para conversar
• Bradesco: Pé Quente Max Prêmios Bradesco Capita- com o gerente sabe como é “fácil” dizer um “sim” para
lização (Pagamento Mensal ou Único), Pé Quente uma oferta que parece tentadora.
Bradesco SOS Mata Atlântica, Pé Quente Bradesco O profissional do banco, alegando que precisa de
Cem, Pé Quente Bradesco Mil, Pé Quente Bradesco uma ajudinha para fechar a meta do mês, acaba florean-
Nikkei, Pé Quente Bradesco Empresarial, Pé Quen- do o Título de Capitalização.
te Bradesco SOS Mata Atlântica Empresarial e Pé Como resultado, os aportes para essa modalidade
Quente; acabaram se transformando em algo extremamente “in-
• Caixa Econômica Federal: Cap Torcedor, Ideal Cap, dolor” para o consumidor.
Caixacap Sucesso, SuperXcap e Caixa Cap Aluguel; Basta apenas dizer um “sim” ou um “ok”.
• Itaú: PIC (R$ 20), PIC (R$ 30), PIC (R$ 70), PIC (R$ No final das contas, o cliente não faz nada.
100), SUPER PIC 500 (R$ 500) e Super PIC (R$ Só precisa acompanhar os aportes financeiros e tor-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

1.000); cer para ser sorteado.


• Santander: CapSorte do Milhão, CapSorte Total e Além dessa comodidade, outro aspecto que acaba re-
CapSorte Universitário. forçando essa vantagem são exatamente os valores dos
aportes (no caso dos pagamentos mensais).
É claro que pode haver algumas variações. Em alguns contratos, os preços começam em apenas
A Caixa, por exemplo, oferece alguns títulos focados R$ 30.
em aposentados, servidores públicos e empresários. Para muitos, esse é um valor bem baixo a ser pago
Porém, o funcionamento do título é basicamente o para concorrer a 1.000 vezes esse mesmo valor.
mesmo para todos os casos. O raciocínio é simples:
O que varia é: “Eu pago R$ 30 por mês e concorro a R$ 300 mil. Existe

25
coisa melhor?” Título de Capitalização.
Realmente não há como negar que as instituições finan- Essa parece uma coisa boa, não é?
ceiras facilitam o acesso ao Título de Capitalização e o trans- Mas não se engane!
formam em uma alternativa aparentemente interessante. Se você está cedendo o seu dinheiro, o mínimo espe-
Afinal, eles são “mestre” nisso. rado é que ele seja de alguma forma corrigido na hora
O importante aqui é que você não confunda a “co- da devolução.
modidade”, que de fato não deixa de ser uma vantagem, Isso é o que boa parte das instituições financeiras fa-
com “qualidade”. zem.
Afinal, como eu já comentei, os títulos de capitaliza- Porém, a rentabilidade é tão baixa que não chega a
ção não estão nem perto de serem considerados como superar nem mesmo a inflação, o que significa que o di-
boas opções de investimento. nheiro desvalorizou.
Portanto, tenha muito cuidado com a comodidade. Ou seja: houve perda financeira por causa da desva-
lorização.
#3 – Sorteios A remuneração é baixa porque somente uma parte
É aqui que está a “cereja do bolo” para quem compra do valor pago é corrigido pelos juros.
um Título de Capitalização. Essa quantidade é chamada de cota de capitalização.
É nesse ponto que os bancos e outras instituições fi- Dependendo do tipo de pagamento (único, mensal
nanceiras acabam ganhando os consumidores. ou periódico), esse valor pode variar de 10% a 70%.
Afinal, é bem fácil ceder à tentação de sonhar com a Isso significa que, na pior das hipóteses, somente
possibilidade de ganhar uma grande bolada. 10% do valor pago estaria sendo corrigido pelos juros da
Ainda mais se você é brasileiro e vive a nossa “cultura Taxa Referencial (TR).
da loteria”. Dessa forma, podemos dizer que o Título de Capi-
Às vezes os prêmios realmente são bem convidativos. talização é uma modalidade pior que a Caderneta de
Quer ver só? Poupança, que também considera a TR para compor seu
Vamos usar o Banco do Brasil como exemplo. rendimento.
A modalidade Ourocap Mensal 36 pede aportes que Lembrando apenas que a capitalização não pode ser
variam de R$ 200 a R$ 1.000 mensais durante 36 meses considerada um tipo de investimento, diferente do que
para concorrer a: acontece com a tradicional Poupança, embora ela tam-
• Prêmios mensais de R$ 10 mil; bém possa apresentar uma remuneração bem baixa.
• Prêmios mensais especiais de até R$ 100 mil; Na melhor das hipóteses, é uma forma de poupar di-
• Prêmios semestrais de até R$ 10 milhões. nheiro com um bônus de eventualmente (e com muita
sorte) você ser premiado com um sorteio.
Parece tentador, não é mesmo? Feita essa consideração, vamos ao segundo ponto:
São mais de 36 vezes a chance de ganhar uma bolada
gigantesca. #2 – Baixa liquidez
Só o prêmio mais baixo (R$ 10 mil) seria o suficien- Nem todos os Títulos de Capitalização permitem um
te para superar o montante que você estaria pagamento resgate antecipado.
pelo título, que soma o valor de R$ 7.200,00. Alguns contratos dispõem do chamado prazo de ca-
Com base nessa perspectiva, é bem fácil entender rência, que é o tempo mínimo por meio do qual o dinhei-
porque tantos clientes acabam comprando Títulos de ro precisa ficar guardado.
Capitalização. Somente depois desse período você poderá resgatar
Ser sorteado transformaria o título em uma verdadei- o valor pago.
ra mina de ouro. Na hipótese de ser permitido o resgate antecipado
Aqui, um parênteses muito importante precisa ser fei- (total ou parcial), o cliente pode estar sujeito ao paga-
to: não existe almoço grátis. mento de multa para a emissora do título.
Os prêmios distribuídos nos sorteios já estão “embu- O dinheiro fica literalmente “preso” ao banco.
tidos” na sua mensalidade do título. Caso o consumidor decida não pagar o Título de Ca-
Ou seja: a probabilidade de você realmente mudar de pitalização, ele pode ter o seu título suspenso, o que tira
vida com um desses sorteios é realmente baixa e a rela- o direito de participar dos sorteios.
ção entre “custo x benefício” de um título de capitaliza- Se o atraso no pagamento superar quatro meses, o
ção jamais é positiva. título é cancelado.
Nesse caso, parte do valor é devolvido, funcionando
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Desvantagens dos títulos de capitalização como uma espécie de resgate antecipado.


A grande verdade, aqui, é que as desvantagens são Atente-se ainda para o fato de que não é investimen-
muito mais importantes do que as aparentes vantagens. to.
Portanto, sugiro especial atenção nos tópicos seguin- Caso você ainda não tenha memorizado, refor-
tes deste artigo. çamos: o Título de Capitalização não é um investimento.
Vamos lá! Essa modalidade funciona mais como um seguro com
direito à premiação que acaba sendo o seu maior apelo.
#1 – Baixa rentabilidade Além de não garantir o retorno do valor aplica-
Para atrair mais clientes, as empresas oferecem de- do ao longo do período de vigência, as chances de ser
volução de 100% do valor pago durante a vigência do sorteado são bem remo­tas. Isso sem falar sobre o im-

26
posto de renda sobre os prêmios, que pode chegar a até fundos de investimento de mercado financeiro). O valor
30%. Apesar disso, várias instituições acabam vendendo do benefício será calculado em função da provisão mate-
a capitalização como uma forma de fazer o dinheiro cres- mática de benefícios a conceder na data da concessão do
cer. Algumas até a chamam de uma “boa opção de inves- benefício e do tipo de benefício contratado, de acordo
timento” para quem quer guardar dinheiro e concorrer a com os fatores de renda apresentados na Proposta de
prêmios. Inscrição.
Pura falácia, ao menos no que se refere a parte É uma aplicação oferecida pelos bancos, seguradoras
de ser uma opção de investimento. e empresas de previdência privada como mais uma alter-
Pelo menos algumas mudanças recentes na re- nativa de complementação de aposentadoria.
gulamentação ajudam a aumentar a transparência nas Ao invés de garantir uma rentabilidade mínima, corno na
condições de comercialização dos Títulos de Capitaliza- previdência privada aberta, oferece ao investidor três modali-
ção. Porém, muitos ainda acabam sendo “enganados” dades distintas de investimentos, com riscos distintos:
por gerentes de bancos que usam os títulos como moe- - Plano soberano: aplica os recursos em títulos públi-
da de troca para oferecer outros benefícios, como uma cos federais;
taxa mais baixa na contratação de crédito. - Plano renda fixa: aplica os recursos em títulos pú-
Por isso, é sempre bom anotar muito bem todos blicos federais e outros títulos com características
os números passados para poder se defender posterior- de renda fixa;
mente. Há casos em que essa imposição acontece de for- - Plano composto: aplica os recursos em títulos pú-
ma tão veemente que pode acabar sendo caracterizada blicos federais, outros títulos com característica de
de forma ilegal. renda fixa e até 49% dos valores em renda variável.
Portanto, não caia na pegadinha de quem diz
que o Título de Capitalização é um in­vestimento. A rentabilidade vai depender do plano escolhido, da
Enfim, como os títulos de capitalização se pres- capacidade do administrador e das tendências da eco-
tam, teoricamente, a disciplinar as pes­soas a guardarem nomia.
dinheiro, eles acabam sendo a primeira aquisição de As principais características do PGBL são: flexibilidade
muita gente, que do contrário iria gastar esse dinheiro e na contribuição ao fundo, liberdade na escolha de aplicar
não o guardar. Portanto, poderíamos dizer, também, que os recursos financeiros e liberdade de resgate.
ele pode servir como uma “porta de entra­da” para uma
vida financeira mais regrada. VGBL – VIDA GERADO DE BENEFICIO LIVRE - é uma
das modalidades de plano previdenciário privado (previ-
Planos de aposentadoria e pensão privados dência privada) adotada no Brasil.
É um plano de seguro de pessoas com cobertura por
Fundo de aposentadoria programada individual – sobrevivência, cuja principal característica é a ausência
FAPI de rentabilidade mínima garantida durante a fase de
É constituído sob a forma de um condomínio aberto acumulação dos recursos, sendo a rentabilidade da pro-
e administrado por instituições financeiras credenciadas visão idêntica à rentabilidade do fundo onde os recursos
no SISBACEN, ou seguradoras autorizadas pela SUSEP. estão aplicados.
Trata-se de um fundo de investimento como os FIF, O VGBL é ideal para quem declara Imposto de Renda
cujo objetivo é constituir para o aplicador um plano de no formulário simplificado ou para quem excedeu o limi-
complementação da aposentadoria básica da Previdên- te de dedução do Imposto de Renda (12% da renda bruta
cia Social na forma de um condomínio capitalizado. anual) com contribuições a outros planos de previdência,
Qualquer pessoa física poderá aplicar no Fapi mediante como por exemplo, o PGBL.
a abertura de uma conta específica em banco múltiplo, co- Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por
mercial, de investimento, caixa econômica ou seguradora. duas fases: o período de investimento e o período de be-
O público-alvo são as pessoas físicas que não dispõem nefício. O primeiro normalmente ocorre quando estamos
de fundos de pensão, tais como profissionais liberais, em- trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase de forma-
presários e funcionários de pequenas e médias empresas. ção de patrimônio. Já o período de benefício começa a
partir da idade que você escolhe para começar a desfrutar
PGBL - PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE - Os do dinheiro acumulado durante anos de trabalho.
planos denominados (sob a sigla) PGBL, durante o perío- A maneira de recebimento dos recursos fica a critério
do de diferimento, terão como critério de remuneração de escolha do comprador do plano. É possível resgatar
da provisão matemática de benefícios a conceder, a ren- o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de be-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tabilidade da carteira de investimentos do FIE instituído nefício (renda) para passar a receber, mensalmente, da
para o plano, ou seja, durante o período de diferimento empresa seguradora.
não há garantia de remuneração mínima. As contribui- A grande diferença entre os VGBL e os PGBL é que o
ções pagas permitem a dedução do Imposto de Renda imposto de renda no resgate do VGBL incide sobre os
até o limite de 12% da renda bruta anual. lucros do investimento, enquanto que no PGBL incide so-
O Plano PGBL poderá ter sua carteira de investimen- bre o patrimônio total do investimento.
tos estruturada sob as seguintes modalidades: SOBERA-
NO, RENDA FIXA OU COMPOSTO. Previdência privada aberta – PPA
O objetivo do Plano é a concessão de benefícios de É uma opção de aposentadoria complementar ofe-
previdência aberta complementar (não confundir com recida pelos bancos e seguradoras. Há duas opções de

27
acordo com o plano adquirido: principal o pré-financiamento do benefício, ou seja, o
- Benefício definido: o participante determina a futura próprio trabalhador, durante a sua fase laborativa, pro-
renda mensal, mas suas contribuições não são fixas. duzirá um montante de recursos necessários para sus-
- Contribuição definida: o valor do benefício vai de- tentar o seu benefício previdenciário. Dessa forma, não
pender do saldo ao final do prazo de contribuição, existe o pacto direto entre as gerações, pois é a geração
determinado pelo contribuinte. A contribuição é atual (o próprio beneficiado) que financia os seus bene-
fixa, mas o benefício não. fícios previdenciários.
A lógica do regime capitalizado consiste em que o
Na PPA, o participante contribui com a aposentadoria próprio trabalhador, durante a sua fase laborativa, gere o
por sobrevivência, e poderá garantir, desde que contri- montante de recursos necessários para suportar o Custo
Total da sua aposentadoria. Por isso, é chamado de regi-
bua com as parcelas: aposentadoria por invalidez, renda
me de pré-financiamento.
vitalícia por morte e pecúlio por morte.
Os fatores que mais impactam o Regime de Capitali-
zação são as alterações das taxas de juros e da expecta-
Previdência Privada Fechada (Fundo De Pensão) tiva de vida da sociedade.9
É uma aposentadoria complementar oferecida pelas
empresas aos empregados. Um fundo de pensão para o
qual contribuem a empresa e os funcionários. Portanto,
não é aberto à participação de outras pessoas e tem ca- EXERCÍCIOS COMENTADOS
racterísticas diferentes de uma empresa para outra.7
01. (FADESP/2018 – BANPARÁ) Ainda em relação ao
Seguros, Previdência complementar, Capitalização Recibo de Depósito Bancário (RDB) e ao Certificado
A previdência sempre foi muito associada com apo- de Depósito Bancário (CDB), é correto afirmar que
sentadoria, mas, além disso, é também uma maneira de
formar uma reserva financeira, ou seja, segurar o futuro a) os CDB e RDB são títulos de renda fixa que servem
através de planos de médio e longo prazo. como captação de recursos dos bancos. Ambos são
O Regime de Previdência Complementar – RPC tem empréstimos que o banco faz para seus clientes e a
por finalidade proporcionar ao trabalhador uma prote- rentabilidade vem dos juros pagos pelo cliente à ins-
ção previdenciária adicional àquela oferecida pelo Regi- tituição.
b) o RDB é um recibo que pode ser negociado a qualquer
me Geral de Previdência Social – RGPS ou pelo Regime
momento desde que seja entre correntistas do mesmo
Próprio de Previdência Social – RPPS, para os quais as
banco. 
contribuições dos trabalhadores são obrigatórias. c) o CDB, por ser um depósito à vista, permite negocia-
 A adesão ao RPC é facultativa e desvinculada da pre- ção do título antes do vencimento.
vidência pública (RGPS e RPPS), conforme previsto no d) o RDB, por ser um depósito à vista, é inegociável e
art. 202 da Constituição Federal. Nesse contexto, o RPC intransferível.
possui regras específicas estabelecidas pelas Leis Com- e) o CDB, por ser considerado um título de crédito, é nego-
plementares nºs. 108 e 109 de 29/05/2001. ciável e pode ser endossável e vendido para outra pessoa.
 No RPC o benefício de aposentadoria será pago com Resposta: Letra E.
base nas reservas acumuladas ao longo dos anos de Em “a”, Errado – não são empréstimos feitos e sim in-
contribuição, ou seja, o que o trabalhador contribui hoje vestimos que o cliente faz.
formará a poupança que será utilizada no futuro para o
Em “b”, Errado – trata-se de um título nominativo, in-
pagamento de seu benefício. Esse sistema é conhecido
transferível, não é admitida negociação em mercado
como Regime de Capitalização.
 O RPC é composto por dois segmentos: aberto, secundário.
operado pelas Entidades Abertas de Previdência Com- Em “c” e “d”, Errado – são depósitos a prazo e não a
plementar – EAPC e o fechado, operado pelas Entidades vista.
Fechadas de Previdência Complementar – EFPC, cada
qual com suas especificidades e características próprias, 02. (CESGRANRIO/2018 - Banco da Amazônia) O mer-
sendo fiscalizadas por órgãos de governo específico para cado financeiro capta recursos junto ao público, median-
cada segmento: o fechado pela Superintendência Na- te a emissão de diversos títulos de crédito, diferenciados
cional de Previdência Complementar – Previc e o aberto por características, tais como o tipo de emissor (bancos,
pela Superintendência de Seguros Privados – Susep. entidades de crédito e financiamento, governos, etc.),
As EFPC administram planos de benefícios de caráter formas de remuneração (renda fixa ou variável), dentre
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

previdenciário para indivíduos que possuam vínculo em- outras. Existe, por exemplo, um título de renda fixa, emi-
pregatício ou associativo com empresas, órgãos públicos, tido pelas sociedades de crédito, financiamento e inves-
sindicatos e/ou associações representativas. Já o segmen- timento (“financeiras”), destinado à captação de recursos
to aberto oferece planos de benefícios de caráter previ- que serão utilizados, sobretudo, no financiamento de
denciário concedidos em forma de renda continuada ou operações de crédito entre financiadoras e comerciantes.
pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.8
O título descrito acima é o(a) 
Capitalização a) certificado de depósito bancário (CDB)
O Regime de Capitalização tem como característica b) título do Tesouro Nacional
7 Fonte: www.portaleducacao.com.br c) letra financeira do Tesouro (LFT) 
8 Fonte: www.previdencia.gov.br 9 Fonte: www.agros.org.br

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d) caderneta de poupança Compror, que ocorre quando pequenas indústrias ven-
e) letra de câmbio dem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez
de o vendedor (indústria) ser o fiador do contrato, o
Resposta: Letra E. próprio comprador é que funciona como tal. Trata-se,
Considerando que o enunciado se refere a título de na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de
renda fixa e emitido por financeiras, fica fácil saber pagamento de compra sem envolver o vendedor (for-
que a alternativa correta é Letra de Cambio. necedor). Em síntese: Compror: financia suas compras
Assim como os CDBs são títulos privados emitidos pe- Como o enunciado diz, são as grandes lojas que buscam
los bancos para financiar suas atividades e o papéis os bancos, ou seja, quem está comprando, portanto,
do Tesouro Direto são títulos públicos lançados pelo
governo pela mesma razão, as Letras de Câmbio são
papéis emitidos para capitalizar as financeiras (como 05. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) No
Fininvest, BV Financeira, Cacique, Crefisa, etc.). mercado financeiro, além dos bancos, existem outras
O nome Letra de Câmbio vem do sentido de troca. instituições que podem realizar transações financei-
Câmbio no sentido de trocar o investimento feito agora ras. Entre elas, estão as Sociedades de Fomento Mer-
pela rentabilidade que será recebida no futuro. cantil, que prestam o serviço de compra de direitos
de um contrato de venda mercantil, como, por exem-
03. (FCC/2011 - Banco do Brasil) A Cédula de Crédito plo, a compra de duplicatas de uma empresa median-
Bancário (CCB) é te um deságio. No mercado financeiro, essa operação
é denominada
a) um título de crédito judicial, dotado de liquidez, certeza
e exigibilidade. A. Aval bancário
b) emitida sem prazo mínimo de vencimento. B. Hot Money
c) um título com garantia do Fundo Garantidor de Cré- C. Leasing
dito (FGC). D. Factoring
d) negociável no mercado secundário. E. Finança bancária
e) emitida obrigatoriamente com garantia real.
Resposta: Letra D.
Resposta: Letra D. Vejamos cada uma das alternativas:
Em “a”, Errado – é um titulo executivo extrajudicial AVAL BANCÁRIO – o banco avaliza a transação, ou seja,
Em “b”, Errado - representa dívida certa, líquida e exi- dá uma garantia de cumprimento da obrigação assumi-
gível. da pelo cliente em operações de livranças ou em letras
Em “c” e “e”, Errado - é garantida tanto por meios reais sacadas, aceites ou endossadas pelo seu cliente.
quanto por meios fidejussórias constituídas no próprio HOT-MONEY –  trata-se de uma tipo de financiamento
título. para despesas de curtíssimo prazo, normalmante, dentro
de 30 dias.
04. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) Atual- FIANÇA BANCÁRIA - contrato onde o banco consta
mente, os bancos possuem diversos tipos de produtos como fiador, garantindo que a obrigação assumida pelo
para financiar as relações comerciais, desde as reali- cliente será cumprida. Vale para diversas modalidades.
zadas por microempresas até as realizadas por gran- Agora, para não você não se confundir mais, basta lem-
des empresas. Qual é o nome da operação realizada brar dessa associação:
quando pequenas indústrias vendem para grandes lo- Fomento mercantil, associar com o factoring.
jas comerciais e estas procuram os bancos para dilatar Arrendamento mercantil, associar com o Leasing.
o prazo de pagamento mediante a retenção de juros?
Crédito rural
A. Compror Finance O crédito rural é um financiamento destinado a pro-
B. Vendor Finance dutores rurais  e cooperativas ou associações de produ-
C. Capital de Giro tores rurais. Seu objetivo é estimular os investimentos e
D. Contrato de Mútuo ajudar no custeio da produção e comercialização de pro-
E. Crédito Rotativo dutos agropecuários.
Para conseguir o crédito, o tomador deve ser idôneo,
Resposta: Letra A. apresentar um projeto, plano ou orçamento que justifi-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Vendor Finance que o valor pedido são também beneficiárias do crédito


É uma operação de financiamento de vendas baseadas rural empresas agropecuárias de pesquisa  ou produção
no princípio da cessão de crédito, que permite a uma de mudas, sementes e de sêmem para inseminação arti-
empresa vender seu produto a prazo e receber o paga- ficial, de prestação de serviços mecanizados e insemina-
mento à vista. A operação de Vendor supõe que a em- ção artificial e outras companhias com finalidade comer-
presa compradora seja cliente tradicional da vendedora, cial no ramo da pesca, aquicultura, medição de lavouras
pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao e atividades florestais.
banco. Em síntese: Vendor: financia suas vendas.
Compror Finance
Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada

29
Onde obter: butidos na prestação, é possível saber quanto vai
Nos bancos e cooperativas integrantes do Sistema se pagar ao longo do período;
Nacional de Crédito Rural. • Na opção prefixada, as prestações são fixas em
reais e não sofrem correção.
Prazos:
Variam conforme a  fonte de recursos, a finalidade  e Desvantagens do CDC – Crédito Direto ao Consu-
o plano de produção apresentado. midor
• As taxas de juros são mais baixas nos prazos de fi-
Juros e encargos: nanciamentos curtos e mais elevadas no caso de
Dependem das fonte de recursos que darão suporte financiamentos mais longos.
ao financiamento. Para recursos controlados, relativos a • Em períodos longos, o consumidor acaba pagando
aplicações obrigatórias dos bancos ao amparo da exigi- uma pesada parcela de juros.10
bilidade dos depósitos à vista, os juros  estão fixados à
taxa efetiva de juros de 6,75 % ao ano, de modo geral, O fundo de investimento é um mecanismo de investi-
sendo que se concedidos no âmbito do Pronaf podem mento coletivo, ou seja, que reúne o dinheiro de diversas
variar de 1,0 % a 5,5% ao ano. Nas operações de crédito pessoas (chamadas de cotistas) com o objetivo contratar
rural a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras um gestor para cuidar do dinheiro ali investido. O objeti-
(IOF) é zero. vo final dos cotistas é obter ganhos a partir da aplicação
no mercado financeiro.
Garantias: Tecnicamente, diz-se que a figura é de um condomí-
Podem ser acertadas entre o financiado e o financia- nio — e essa comparação ajuda muito a compreender
dor, de acordo com a natureza e o prazo do crédito. As sua estrutura. O fundo funciona de maneira semelhante
garantias podem ser o penhor (agrícola, pecuário ou mer- a um condomínio residencial, onde cada condômino é
cantil); a alienação fiduciária; a hipoteca comum ou cedu- dono de uma cota (um apartamento) e paga a alguém
lar; o aval ou fiança e outras que o Conselho Monetári (síndico ou administrador) para administrar e coordenar
as diversas tarefas do condomínio (jardineiro, limpeza,
Crédito direto ao consumidor porteiro, manutenção de elevadores e equipamentos de
O CDC – Crédito Direto ao Consumidor é um finan- academia, entre outros).
ciamento destinado a aquisição de bens duráveis e Assim como no condomínio residencial, o fundo de
serviços ou mesmo sem propósito específico. São os va- investimento possui um regulamento, onde estão es-
lores emprestados por bancos ou financeiras destinados tabelecidas as regras de funcionamento que se aplicam
a itens sem financiamentos específicos como eletrodo- igualmente a todos os cotistas.
mésticos ou veículos. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotis-
O bem adquirido serve de garantia da operadora, fi- ta aceita suas regras de funcionamento (aplicação, res-
cando a ela vinculado pela figura da alienação fiduciária gate, horários, custos, etc), e passa a pagar uma taxa de
(a propriedade do bem adquirido fica com a financeira administração para que um administrador coordene o
até a quitação do empréstimo). funcionamento do fundo.
Para exemplificar, temos o financiamento de veículos Os fundos de investimentos são classificados de acor-
onde o bem (automóvel) fica alienado ao banco até o do com a composição da carteira, objetivo de rentabili-
pagamento total da dívida. dade e prazo de aplicação. 
Para obter um CDC é necessário que não hajam restri-
ções no cadastro e os dados financeiros do cliente. Após a Saiba mais: 
aprovação do crédito é possível retirar o valor diretamente
no caixa eletrônico no caso de bancos ou a retirada do ele- Fundos de ações
trodoméstico a exemplo das grandes redes de varejistas. Os fundos de investimento em ações direcionam cer-
ca de 67% dos seus investimentos em ações da bolsa de
Características do CDC – Crédito Direto ao Consu- valores. Dessa forma, a rentabilidade esperada depende
midor da valorização dos papéis.
• CDC (Crédito Direto ao Consumidor) gera IOF Além disso, eles pode ser classificados como: 
(Imposto sobre Operações Financeiras); • Fundos passivos: as ações são alocadas de forma a
• O Prazo Máximo é de 60 meses; obter rendimentos atrelados à um índice, como o
• As taxas são livremente acordadas entre a insti- Ibovespa. 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tuição financeira e o cliente, porém a taxa padrão • Fundos ativos: a composição da carteira é feita com
do CDC de cada banco pode ser consultada no site base em análises macroeconômicas. 
do Banco Central;
Fundos de Curto Prazo
Vantagens do CDC – Crédito Direto ao Consumidor Os fundos de curto prazo buscam acompanhar as
• As prestações podem ser antecipadas e o plano variações das taxas de juros com investimento exclusivo
quitado a qualquer momento; em títulos públicos prefixados ou privados de baixo risco
• O cliente escolhe quanto vai dar de entrada e de crédito.
quanto vai financiar;
• Nos contratos prefixados, que já têm os juros em-
10 Fonte: www.topinvest.com.br

30
multimercados, por exemplo. Os aspectos estruturais de
Em geral, a rentabilidade destes fundos está atrelada funcionamento são os mesmos, mas cada um tem uma
à Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). diretriz de investimento própria, chamada política de in-
Os fundos de curto prazo são considerados investi- vestimento. É essa política que determina o tipo de in-
mentos conservadores e de baixíssimo risco.  vestimento que você está escolhendo.
Na prática, o investidor não precisa se preocupar com
Fundos de Renda Fixa
Os  fundos de renda fixa direcionam, no mínimo, as atividades do dia a dia do fundo, apenas com a esco-
80% dos seus investimentos em ativos de renda fixa pre- lha do gestor e do fundo que estejam alinhados às suas
fixados ou pós-fixados. expectativas. Toda a parte operacional fica a cargo de um
A porção de 20% pode ser alocada em derivativos. grande banco, inclusive o recolhimento de impostos.
Isso é feito para aumentar a sua rentabilidade, que cos- Toda essa estrutura tem um preço. É importante aten-
tuma seguir o CDI.  tar também para os custos dos fundos de investimento,
Os fundos de renda fixa são indicados para o perfil pois eles podem ter um impacto enorme na sua renta-
conservador, principalmente para aqueles que buscam bilidade.
bons rendimentos sem abrir mão da segurança. 
Tributação dos fundos de investimento
Fundos Cambiais
A tributação nos fundos de investimento é simples.
Os fundos cambiais são compostos por investimentos
O fundo em si é isento de Imposto de Renda sobre
em moeda estrangeira, como os títulos públicos de ou-
os ganhos que acumula, ou seja, o fundo não recolhe IR
tros países. Os mais comuns são os de dólar e euro.
quando vende um ativo para comprar outro. O ganho das
Fundos da Dívida Externa
operações vai ficando acumulado na valorização das cotas,
Estes fundos são compostos por, no mínimo, 80% de
e o fundo vai provisionando o imposto que seria devido
títulos da dívida externa da União. A sua rentabilidade é
pelo cotista, um sistema conhecido como come-cotas.11
determinada por uma combinação entre:
• Taxas de juros pagas pelos ativos
• Desempenho dos papéis no mercado internacional
• Taxa de câmbio do dólar ante o real

Fundos Multimercado
Os fundos multimercado são compostos por diver-
sos ativos da renda fixa e variável. Neste caso, o gestor
possui uma gama de investimentos maior do que para as
demais categorias. 
Esse tipo de aplicação é ideal para os investidores que
buscam rentabilidade mais atrativas com riscos menores.
Além disso, a maioria dos fundos multimercado
são altamente diversificados. Se você busca pulverizar
os seus investimentos, eles são ótimas opções. 

Fundos Imobiliários
Os Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecidos
como FIIs, são feitos de investimentos do setor imobi-
liário. 
Ao aplicar no setor imobiliário por meio destes ativos,
você possui pequenas partes de imóveis. 
Os Fundos Imobiliários têm um profissional especia-
lizado para fazer a gestão do FI e, conforme os resulta-
dos, alocações são feitas, com foco na maior rentabili-
dade.

Fundos Referenciados
Um fundo referenciado possui um benchmark como
objetivo de rentabilidade. Então, a composição deve ter
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

95% de ativos que estejam atrelados à esta referência. 


Ele é um investimento seguro, pois, o patrimônio
possui cerca de 80% de títulos públicos ou privados com
baixo risco de crédito. 
Nesta categoria, você encontra os fundos DI. A no-
menclatura é porque eles são referenciados na taxa CDI. 

Estratégia de investimento dos fundos


Existem diversos tipos de fundos, como os que in-
vestem em ações, em renda fixa, fundos DI e os fundos 11 Fonte: www.serranafidc.com.br/ www.verios.com.br/ www.
tesouroinvest.com.br

31
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS.
NOÇÕES DE MERCADO CÂMBIO: INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS.

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de proporcionar
liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.

Estrutura do mercado de capitais


O Mercado de Capitais é constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras
autorizadas. O mesmo é subdividido em Mercado Primário e o Mercado Secundário.
No Mercado Primário é onde se negocia a subscrição de novas ações ao público, isto é, onde os valores mobiliários
circulam pela primeira vez e onde a empresa obtém o capital para seus empreendimentos, pois o dinheiro da venda
vai para a empresa.
Já o Mercado Secundário são as demais negociações com esses títulos, como simples trocas de possuidores, pois
a empresa emissora já não terá mais contato com o dinheiro proveniente dessas trocas. Esse último mercado se ca-
racteriza também pelas negociações realizadas fora das bolsas, em negociações que denominamos como mercado de
balcão, trazendo dessa forma mais liquidez para esses ativos financeiros.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Segundo Fortuna (2005) “Mercado de Balcão é um mercado sem local físico determinado para a realização das
transações. Elas são realizadas por telefone, entre as instituições financeiras. Neste mercado, normalmente, são nego-
ciadas ações de empresas não registradas na BOVESPA, além de outras espécies de títulos. O mercado de balcão é dito
organizado quando se estrutura como um sistema de negociações de títulos e valores mobiliários administrados por
entidade autorizada pela CVM.”

Por que investir no Mercado de Capitais?


À medida que cresce o nível de poupança individual e a poupança das empresas (entende-se por poupança o lucro
das mesmas) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o
motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com consequente aumento da poupança
e do investimento, assim por diante.

32
As empresas, à medida que se expandem, carecem • Aprimoramento dos princípios da Governança Cor-
de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por porativa, através de melhorias na administração e
meio de eficiência, visto que as companhias abertas preci-
— Empréstimos. sam cumprir a regras cada vez mais rígidas propos-
— Reinvestimentos de lucros tas pelo governo e pelas Bolsas de Valores, além de
— Participação de acionistas. deixar o mercado mais transparente;
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. • Possibilita a inserção de pequenos investidores, já que
Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua para investir em ações não há a necessidade de grandes
atividade operacional. somas de capital como outros tipos de investimentos;
Mas é pela participação de novos sócios – nesse caso • O Mercado de Ações atua como indicador econô-
os acionistas – que uma empresa ganha condição de ob- mico, uma vez que é extremamente sensível e a
ter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à cotação das ações pode refletir as forças do mer-
participação no seu capital. cado, como momentos de recessão, estabilidade,
Com esses novos recursos, as empresas têm condi- crescimento, etc.
ções de investir em novos equipamentos ou no desen-
volvimento de pesquisas melhorando seu processo pro- Investimentos em Títulos
dutivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a • Renda: Divido em fixa e variável. A renda é fixa
comunidade. O investidor em ações contribui assim para quando se conhece previamente a forma do ren-
a produção de bens, dos quais ele também é consumi- dimento que será conferida ao título. Nesse caso,
dor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se benefi- o rendimento pode ser pós ou prefixado, como
cia da distribuição de dividendos sempre que a empresa ocorre, por exemplo, com o certificado de depósito
obtiver lucros. bancário. A renda variável será definida de acordo
Essa é a mecânica da democratização do capital de com os resultados obtidos pela empresa ou insti-
uma empresa e da participação em seus lucros. tuição emissora do respectivo título.
Antes de investir no mercado de capitais deve-se • Prazo: Há títulos com prazo de emissão variável ou
também analisar o tipo de investidor que você é, pois no indeterminado, isto é, não têm data definida para
resgate ou vencimento, podendo sua conversão
mercado de capitais você possui diversas formas de ob-
em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os
ter retorno buscando equilibrar os três aspectos básicos
títulos de prazo fixo apresentam data estipulada
em um investimento: retorno, prazo e proteção. Ao ava-
para vencimento ou resgate, quando seu detentor
liá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez
receberá o valor correspondente à sua aplicação,
e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente
acrescido da respectiva remuneração.
relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de
• Emissão: Os títulos podem ser particulares ou pú-
risco que está disposto a correr, em função de obter uma blicos. Particulares, quando lançados por socieda-
maior ou menor lucratividade. Tornando-se desta forma des anônimas ou instituições financeiras autori-
uma ótima forma de investir seu dinheiro com diversas zadas pela CVM ou pelo Banco Central do Brasil,
formas de rentabilidade de pequeno, médio e grande respectivamente; público, se emitidos pelo gover-
risco, sendo de pequena, media e grande rentabilidade no federal, estadual ou municipal.
respectivamente.
Como investir e operar no mercado de capitais?
Principais Benefícios do Mercado Acionário Para operar no mercado secundário de ações é neces-
Para que o Mercado Acionário se desenvolva, consiga sário que o investidor se dirija a uma sociedade corretora
cumprir com sua função e traga benefícios para as partes membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários
envolvidas, o ambiente de negócios no país de atuação especializados poderão fornecer os mais diversos escla-
deve ter total liberdade e possuir regras claras e definidas. recimentos e orientação na seleção do investimento, de
Eis abaixo alguns dos principais benefícios que um Mer- acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pre-
cado de Ações desenvolvido pode propiciar a uma nação: tender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no merca-
• Financia a produção e os negócios, pois através da do primário, o investidor deverá procurar um banco, uma
venda de ações as empresas obtêm recursos para corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que
expandir seu capital, com obrigações apenas no participem do lançamento das ações pretendidas.
longo prazo;
• Possibilita que os recursos poupados se tornem in- Mercado de capitais
vestimentos, proporcionando crescimento econô- O mercado de capitais é um sistema de distribuição
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mico e crescimento de produtividade com a inser- de valores mobiliários, que tem o propósito de propor-
ção das poupanças no setor produtivos; cionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e via-
• Constitui uma forma de crescimento das companhias, bilizar seu processo de capitalização.
que podem aumentar sua participação no mercado É constituído pelas bolsas de valores, sociedades
através da distribuição de ações, além de possibili- corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.
tar a elas aumentar seus ativos e valor de mercado; No mercado de capitais, os principais títulos nego-
• Auxilia a redistribuição de renda, à medida que pode ciados são os representativos do capital de empresas - as
proporcionar a seus investidores ganhos decorrentes ações - ou de empréstimos tomados, via mercado, por em-
de valorizações do valor da ação e distribuição de divi- presas - debêntures conversíveis em ações, bônus de subs-
dendos, compartilhando assim o lucros das empresas; crição e “commercial papers” -,que permitem a circulação
de capital para custear o desenvolvimento econômico.

33
O mercado de capitais abrange, ainda, as negocia- tem direito a voto, conforme os estatutos.
ções com direitos e recibos de subscrição de valores Pode ser assegurado um dividendo mínimo às ações
mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais preferenciais. Entretanto, após o pagamento desse divi-
derivativos autorizados à negociação. dendo e ao das ordinárias, aquelas participam, , dos lu-
cros remanescentes. 
Mercado Primário de Ações Em alguns casos as ações preferenciais têm assegu-
O mercado primário de ações é onde se negocia a rado odireito a um dividendo fixo.
subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, onde
a empresa obtém recursos para seus empreendimentos. TIPOS DE AÇÕES
É a primeira negociação da ação e o dinheiro da ven- Quanto à espécie:
da vai para a empresa. Ordinárias (ON): ações que concedem àqueles que
Os lançamentos de ações novas no mercado de uma as possuem o poder de voto nas assembléias deliberati-
forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acio- vas da companhia.
nistas, chamam-se lançamentos públicos de ações ou  Preferenciais (PN): ações que oferecem preferência
operações de UNDERWRITING. na distribuição de resultados ou no reembolso do capital
em caso de liquidação da companhia, não concedendo o
Mercado Secundário de Ações direito de voto.
O mercado secundário de ações é onde se transfe-
rem títulos entre investidores e/ou instituições (Bolsas de O acionista preferencial recebe 10% a mais de divi-
Valores e Mercado de Balcão). dendos do que os acionistas ordinários, caso o estatuto
O Mercado de Balcão é simplesmente um mercado social da Cia. não estabeleça um dividendo mínimo.
organizado de títulos, mas cuja  negociação não faz em
local determinado e sim por telefone ou por meio eletrô- Quanto à forma:
nico, através do qual os operadores promovem entre si Nominativas registradas: quando a empresa man-
ofertas de compra e venda de títulos, cumprindo ordens tém um registro do controle de propriedade das ações.
de seus clientes ou por conta própria. Este controle também pode ser efetuado por terceiros.
Um mercado secundário organizado e eficiente é ex- Pode ocorrer ou não a emissão de certificados que apre-
tremamente importante. É condição para a existência do sentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a
Mercado Primário. entrega de cautela e a averbação de termo, em livro próprio
da empresa emitente, identificando o novo acionista.
Classificação das Ações:  O termo denominado para a guarda destes títulos se
Ações ordinárias: caracterizam-se, principalmente, chama custódia infungível, onde os títulos são manti-
pelo direito de voto que dão aos seus possuidores (além, dos discriminadamente por depositante.
naturalmente, da participação nos lucros da sociedade).  Escriturais nominativas: neste caso não há emissão
Normalmente, a cada ação corresponde um voto e, de cautelas ou movimentação física dos documentos.
portanto, quando a diretoria é eleita, os indivíduos que de- Hoje em dia, quase a totalidade das ações é do tipo
tém o maior número de ações podem eleger os diretores. escritural, controlada por meio eletrônico e custodiadas
No Brasil, na maioria dos casos, os dirigentes da em- na CBLC, empresa responsável pelo serviço de custódia
presa são os próprios acionistas majoritários. Na medida fungível das ações.
em que a sociedade se desenvolve, cada vez mais pro- O termo custódia fungível, é quando as ações ou
priedade e administração vão se dissociando.  os valores mobiliários quando depositados podem ser
Isto é, as empresas tendem a ser administradas por substituídos, na retirada, por outros iguais (mesma espé-
profissionais especializados e não por aqueles que de- cie, qualidade e quantidade).
tém o maior número de ações. 
O acionista, possuidor dessas ações, tem responsabi- Pouco conhecidas, ao menos por enquanto, pela
lidades e obrigações correspondentes ao montante das maioria dos investidores, as debêntures aparecem como
ações possuídas.  a principal forma de captação de recursos por parte das
O fato de poder votar permite ao seu titular tomar empresas. Dada sua versatilidade, elas se ajustam às ne-
parte ativa na administração da sociedade: influir na mo- cessidades de financiamento das companhias, combi-
dificação de estatutos, na eleição da diretoria, na autori- nando custos competitivos com prazos longos.
zação de venda de bens fixos, etc. Para se ter uma idéia, em 2005, as empresas brasilei-
ras captaram cerca de R$ 43,5 bilhões em debêntures, de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Ações preferenciais: geralmente garantem ao acio- acordo com dados da CVM (Comissão de Valores Mobi-
nista a prioridade no recebimento dos dividendos e, em liários), dez vezes mais do que em ações.
caso de dissolução da empresa, têm também prioridade Boa parte destes títulos foi parar nas mãos de inves-
(em relação aos acionistas possuidores de ações ordiná- tidores institucionais, como administradores de recursos
rias) no reembolso do capital, mas, normalmente, não e fundos de pensão. No entanto, existem estudos avan-
dão direito a voto. çados para popularizar esta aplicação. Assim, vale a pena
Existem três casos em que os acionistas preferenciais saber um pouco mais sobre estes títulos, que prometem
passam a ter direito ao voto: quando a empresa passa estar cada vez mais presentes nas carteiras dos pequenos
três anos consecutivos sem pagar dividendos; quando investidores.
são títulos conversíveis; e quando as ações preferenciais

34
O que são debêntures? investidor, a debênture é mais segura do que a ação, pois
As debêntures são títulos de dívida de médio e longo o debenturista recebe antes dos acionistas no caso de
prazo emitidos por empresas, que conferem ao detentor falência da empresa, por ser classificado como credor.
do título, o debenturista, um direito de crédito contra a Como vantagens, o ganho do investidor é mais cer-
emissora. Assim, ao comprar uma debênture, você passa to no caso da debênture, pois o principal risco de não
a ser credor da empresa. receber o que investiu é se a empresa não honrara seus
As debêntures podem ser conversíveis em ações, sim- compromissos. Mas a existência de garantias e de um
ples ou permutáveis. As primeiras podem ser convertidas agente fiduciário, que tem como obrigação emitir relató-
em ações de emissão da empresa, nas condições estabe- rios periódicos sobre a empresa, reduz esse risco.
lecidas pela escritura de emissão. As segundas são aquelas Como desvantagem na comparação com as ações,
que são resgatáveis exclusivamente em moeda local. um ponto é que seu mercado secundário ainda é bem
Já as terceiras podem ser transformadas em ações menos desenvolvido. Ou seja, as debêntures apresentam
de emissão de outra companhia que não a emissora de maior dificuldade para serem vendidas e compradas.
papéis, ou ainda, menos frequente, em outros tipos de Sociedade anônima (normalmente abreviado por
bens, tais como títulos de crédito. S.A., SA ou S/A) é uma forma de constituição de empre-
sas na qual o capital social não se encontra atribuído a
Quais são as garantias?
um nome em específico, mas está dividido em ações que
Uma pergunta importante que as pessoas que in-
podem ser transacionadas livremente, sem necessidade
vestem devem fazer diz respeito ao risco. Vale detalhar
de escritura pública ou outro ato notarial. Por ser uma
aqui as garantias que podem ser dadas à emissão. Com
sociedade de capital, prevê a obtenção de lucros a serem
respeito a isso, existem basicamente quatro tipos de de- distribuídos aos acionistas.
bêntures: com garantia real, com garantia flutuante, qui-
rográfica e subordinada. Há duas espécies de sociedades anônimas:
Debêntures com garantia real são garantidas por 1. a companhia aberta (também chamada de em-
bens dados em hipoteca, penhor ou anticrese, pela com- presa de capital aberto), serão assim consideradas se os
panhia emissora, por empresas de seu conglomerado ou valores imobiliários de sua emissão estiverem sendo ne-
por terceiros. Já as debêntures com garantia flutuante gociados em Bolsas ou n mercado de Balcão que capta
são aquelas com privilégio geral sobre o ativo da empre- recursos junto ao público e é fiscalizada pela CVM (Co-
sa, o que não impede, entretanto, a negociação dos bens missão de Valores Mobiliários)
que compõem esse ativo. Elas possuem, porém, prefe-
rência de pagamento sobre outros créditos. 2. a companhia fechada (também chamada de em-
As quirográficas são aquelas sem as vantagens dos presa de capital fechado), que obtém seus recursos dos
dois tipos citados acima. Por fim, as subordinadas são próprios acionistas. Não possuem registro na CVM; são,
debêntures sem garantia, que preferem apenas aos acio- na sua maior parte, empresas familiares; o controle é in-
nistas no ativo remanescente, em caso de liquidação da terno, dos seus sócios majoritários.
companhia.
No Brasil, as sociedades anônimas ou companhias
Como é feita a remuneração? são reguladas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
As formas de remuneração podem variar muito de 1976 (Lei das SA), com as alterações dadas pelas Leis
debênture para debênture. Elas podem ser representadas 9.457, de maio de 1997, 10.303, de 31 de outubro de
por juros fixos ou variáveis, participação e/ou prêmios. 2001, 11.638, de 28 de dezembro de 2007 e 11.941, de
Em suma, a remuneração dependerá do contrato 27 de maio de 2009.
pactuado na escritura de emissão da debênture. Essa he- Não houve alteração em decorrência da entrada em
terogeneidade na remuneração é apontada por alguns vigor do novo Código Civil (art.1089). De acordo com o
especialistas como um dos fatores que limita a expansão artigo 1º (primeiro) deste diploma legal “A companhia ou
desse mercado. sociedade anônima terá o capital dividido em ações e a
Atualmente, a maioria das debêntures emitidas para responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada
colocação junto a investidores em mercado de capitais ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas”.
é efetuada utilizando como indexador o IGP-M (Índice
Geral de Preços - Mercado) ou a variação do CDI (Certifi- Underwriting ou subscrição ocorre quando uma com-
cado de Depósito Interfinanceiro). panhia contrata um intermediário financeiro, que será o res-
ponsável pela colocação de uma subscrição pública de ações
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ou obrigações no mercado. Geralmente a operação é organi-


Debêntures ou ações?
zada por um consórcio (pool) de instituições sob coordena-
Você pode se perguntar também se vale mais a pena
ção de uma ou mais instituição líder (coordenador).
comprar a ação de uma empresa ao invés de debêntu-
res emitidas por ela. A principal diferença entre os dois Underwriter é a denominação da instituição finan-
investimentos é que quem adquire uma debênture vira ceira que realiza operações de lançamento de ações no
credor da empresa. Já quem compra ações dela vira acio- mercado primário, que podem ser bancos múltiplos,
nista, ou seja, sócio da empresa, com direito à participa- bancos de investimentos, sociedades corretoras e distri-
ção nos lucros, mas também sujeito às oscilações diárias buidoras de títulos e valores mobiliários.
do valor do papel no mercado. As operações de underwriting são ofertas públicas
O que isso implica? Em termos de garantia para o de títulos em geral (ações por exemplo), e de títulos de

35
crédito representativo de empréstimo (debênture por Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC.
exemplo), em particular, por meio de subscrição, cuja
prática é permitida somente pela instituição financeira Título-objeto
autorizada pelo Banco Central do Brasil (BACEN) para Todas as ações de emissão de empresas admitidas à
esse tipo de intermediação. negociação na BOVESPA.

Os lançamentos públicos de ações podem ser basi- Formação de Preços


camente de três tipos: Os preços são formados em pregão, pela dinâmica
Underwriting puro ou firme – É a modalidade de lança- das forças de oferta e demanda de cada papel, o que tor-
mento no qual a instituição financeira, ou consórcio de insti- na a cotação praticada um indicador confiável do valor
tuições subscreve a emissão total, encarregando-se, por sua que o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou
conta e risco, de colocá-la no mercado junto aos investidores menor oferta e procura por determinado papel está di-
individuais (público) e institucionais. Neste tipo de operação, retamente relacionada ao comportamento histórico dos
no caso de um eventual fracasso, a empresa já recebeu inte- preços e, sobretudo, às perspectivas futuras da empre-
gralmente o valor correspondente às ações emitidas. O risco sa emissora, aí se incluindo sua política de dividendos,
é inteiramente do underwriter (intermediário financeiro que prognósticos de expansão de seu mercado e dos seus
executa uma operação de underwriting). lucros, influência da política econômica sobre as ativida-
O fato de uma emissão ser colocada por meio de Un- des da empresa etc.
derwriting Firme oferece uma garantia adicional ao inves-
tidor, porque, se as instituições financeiras do consórcio Negociação
estão dispostas a assumir o risco da operação, é porque A realização de negócios no mercado a vista requer a
confiam no êxito do lançamento, uma vez que não há inte- intermediação de uma Sociedade Corretora que poderá
resse de sua parte em imobilizar recursos por muito tempo. executar, em pregão, a ordem de compra ou venda de
Melhor esforço ou best-effort underwriting – É a seu cliente, por meio de um de seus representantes (ope-
modalidade de lançamento de ações, no qual a institui- radores), ou ainda autorizar seu cliente a registrar suas
ção financeira assume apenas o compromisso de fazer o ordens no sistema eletrônico de negociação do MEGA
melhor esforço para colocar o máximo de uma emissão BOLSA, utilizando para isso o Home Broker da Corretora.
junto à sua clientela, nas melhores condições possíveis e É possível acompanhar o andamento das operações a
num determinado período de tempo. As dificuldades de vista, durante todo o pregão, por meio da rede de termi-
colocação das ações irão se refletir diretamente na em- nais da BOVESPA, dos terminais de um “Vendor” de infor-
presa emissora. Neste caso o investidor deve proceder a mações, do serviço de videotexto da Telefônica e da rede
uma avaliação mais cuidadosa, tanto das perspectivas da nacional ou internacional de telex, bem como por telefo-
empresa quanto das instituições financeiras encarrega- ne, pelo serviço Disque Bovespa. Além disso, também é
das do lançamento. possível acompanhar as informações relevantes sobre os
Residual ou stand-by underwriting – nessa forma de negócios a vista no site da BOVESPA e, após o encerra-
subscrição pública, a instituição financeira não se respon- mento das negociações, no BDI - Boletim Diário de Infor-
sabiliza, no momento do lançamento, pela integralização mações da BOVESPA e nos jornais de grande circulação.
total das ações emitidas. Há um comprometimento, en-
tre a instituição e a empresa emitente, de negociar as Formas de Negociação
novas ações junto ao mercado durante certo tempo, fin- a) Sistema Eletrônico de Negociação - é um siste-
do no qual, poderá ocorrer à subscrição total, por parte ma que permite às corretoras cumprir as ordens
da instituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das de clientes diretamente de seus escritórios. Pelo
ações que não foram absorvidas pelos investidores indi- S.E.N., a oferta de compra ou venda é feita por
viduais e institucionais. meio de terminais de computador. O encontro das
Aspectos Operacionais do Underwriting: a decisão ofertas e o fechamento de negócios realizados au-
de emitir ações, seja pela oferta pública tanto para aber- tomaticamente pelos computadores.
tura ou aumento do capital, pressupõe que a socieda- b) After market - É o pregão eletrônico que acontece
de ofereça certas condições de atratividade econômica, diariamente após o fechamento do mercado. No
bem como supõe um estudo da conjuntura econômica After Market, só podem ser feitas operações no
global a fim de evitar que não obtenha êxito por falta de mercado à vista.
senso de oportunidade. É preciso que se avaliem, pelo
menos, os seguintes aspectos: existência de um clima de Desde 29/03/99, também entrou em operação um
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

confiança nos resultados da economia, estudo setorial, novo conceito de atendimento e de realização de ne-
estabilidade política, inflação controlada, mercado se- gócios no mercado acionário: o Home Broker. O Home
cundário e motivações para oferta dos novos títulos. Broker é um moderno canal de relacionamento entre
É a compra ou venda de uma determinada quantida- os investidores e as Sociedades Corretoras, que torna
de de ações, a um preço estabelecido em pregão. Assim, ainda mais ágil e simples as negociações no mercado
quando há a realização de um negócio, ao comprador acionário, permitindo o envio de ordens de compra e
cabe arcar com o valor financeiro envolvido na operação, venda de ações pela Internet, e possibilitando o acesso
sendo que o vendedor deve fazer a entrega dos títulos- às cotações, o acompanhamento de carteiras de ações,
-objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela Bol- entre vários outros recursos.
sa de Valores de São Paulo - BOVESPA e pela Companhia

36
Liquidação
Após a execução da ordem, é feita a liquidação física É a compra ou venda de uma determinada quantida-
e financeira, processo pelo qual se dá a transferência da de de ações, a um preço estabelecido em pregão. Assim,
propriedade dos títulos e o pagamento e/ou recebimen- quando há a realização de um negócio, ao comprador
to do montante financeiro envolvido, dentro do calendá-
cabe arcar com o valor financeiro envolvido na operação,
rio específico estabelecido pela bolsa para cada mercado.
sendo que o vendedor deve fazer a entrega dos títulos-
No mercado à vista, vigora o seguinte calendário de -objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela Bol-
liquidação: sa de Valores de São Paulo - BOVESPA e pela Companhia
• D+0 – dia da operação; Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC.
• D+1 – prazo para os intermediários financeiros espe-
cificarem as operações por eles executadas junto à bolsa; O mercado de balcão nada mais é que mais um seg-
• D+2 – entrega e bloqueio dos títulos para a liqui- mento do mercado de capitais, no qual são negociados
dação física da operação, caso ainda não estejam na cus-
títulos autorregulados sob fiscalização da Comissão de
tódia da CBLC;
• D+3 – liquidação física e financeira da operação. Valores Mobiliários (CVM). Neste segmento, não existe
um local físico determinado para as operações de com-
A liquidação é realizada por meio de empresas de pra e venda de ativos – que costumam acontecer por te-
compensação e liquidação de negócios, que podem lefone ou através de sistemas eletrônicos.
ser ligadas à bolsa ou independentes. A BM&FBOVES- Enquanto a Bolsa de Valores é um mercado organi-
PA utiliza a CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e zado onde ativos financeiros são negociados, o mercado
Custódia para liquidar as operações realizadas em seus de balcão –  também conhecido como OTC – é um mer-
mercados. As corretoras da BM&FBOVESPA e outras ins-
cado onde são negociados os mais diversos títulos de
tituições financeiras são os agentes de compensação da
CBLC, responsáveis pela boa liquidação das operações valores mobiliários que não possuem autorização para
que executam para si ou para seus clientes. serem negociados na Bolsa de Valores.
Apesar disso, todas  as negociações no mercado de
Liquidação Física balcão devem respeitar determinadas regras – que têm
É a entrega dos títulos à CBLC (Companhia Brasileira como objetivo prezar pela manutenção da transparência
de Liquidação e Custódia), pela corretora que representa das negociações.
o «vendedor». Ocorre no segundo dia útil após a reali- Para muitas empresas, o mercado de balcão é de vital
zação do negócio em pregão (D+2). As ações só ficam
importância. Isso porque existe uma série de condições
disponíveis ao «comprador» após a liquidação financeira.
que devem ser preenchidas pelas companhias para que
Liquidação Financeira ações e outros ativos sejam negociados em bolsa de
Compreende o pagamento do valor total da opera- valores. E muitas destas empresas que não conseguem
ção, pela corretora intermediária do “comprador”, e o res- preencher todos estes requisitos.
pectivo recebimento pelo “vendedor”. Ocorre no terceiro Já no mercado de balcão, as exigências são menores
dia útil após a realização do negócio em pregão (D+3). No e mais flexíveis, permitindo que mais empresas possam
caso de operações o pagamento ocorre em (D+1). participar deste mercado e se aproximar dos investido-
res. Sem o mercado de balcão, portanto, muitas empre-
Custos de Transação
Sobre as operações realizadas no mercado à vista, sas – especialmente as menores – não teriam como ter
incidem a taxa de corretagem pela intermediação – li- acesso ao mercado de capitais.
vremente pactuada entre o cliente e a Corretora e inci-
dente sobre o movimento financeiro total (compras mais Mercado de balcão SOMA
vendas) das ordens realizadas em nome do investidor, O primeiro mercado de balcão organizado destinado
por uma mesma Corretora e em um mesmo pregão – às negociações de ativos no Brasil foi a SOMA – Socieda-
os emolumentos e o Aviso de Negociações com Ações de Operadora de Mercados Ativos, que foi adquirida pela
- ANA, cobrado por pregão em que tenham ocorrido ne-
BM&FBovespa (atual B3) em 2002.  Após o negócio, a
gócios por ordem do investidor, independentemente do
número de transações em seu nome (esse aviso, no mo- SOMA passou a se chamar de SOMA FIX – atual mercado
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mento, está isento de custo por tempo indeterminado). de balcão organizado de títulos de renda fixa da bolsa
de São Paulo.
Tributação A maior parte das negociações eletrônicas envolven-
O nível atual de tributação no mercado de ações é do ativos, títulos e derivativos que acontece no mercado
composto de Imposto de renda pela de 15% aplicada so- de balcão brasileiro é registrada pela Cetip (Central de
bre os ganhos de capital (diferença entre o preço médio Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados).
de aquisição da ação e o que você recebeu pela venda).
É a companhia que oferece a este mercado suporte
Essa alíquota vale para todos os tipos de operações nos
vários mercados de ações, com exceção das operações ao registro eletrônico, depósito, negociação e liquidação
de day trade em que a alíquota é de 20%. financeira das negociações – garantindo maior transpa-
rência e segurança nas transações.

37
Mercado de balcão organizado de ouro físico para entrega em uma data futura pelo pre-
O mercado de balcão organizado é aquele que possui ço apregoado;
uma estrutura – como já diz o nome – organizada para • Mercado de Opções – são negociados direitos de
negociação de títulos e valores mobiliários. compra ou de vendas em uma data futura por “preço
Neste caso, existe um sistema que permite que as de exercício” previamente estipulado, mediante o paga-
operações de compra e venda sejam realizadas – como mento de um “prêmio”; e
o sistema eletrônico, permitindo que instituições e inves- • Mercado a Termo – onde são negociados contratos
tidores processem suas ordens e fechem seus negócios de ouro físico para entrega futura por preço diretamente
eletronicamente e remotamente. acertado entre o comprador e o vendedor.

Mercado de balcão “desorganizado” Sistema de liquidação e custódia


O mercado de balcão “desorganizado” nos dias de Da mesma forma que existe sistema de custódia para
hoje é representado pelos intermediários que atuam os títulos no mercado de capitais, também existe sistema
neste ambiente. Entre estes agentes estão as instituições de custódia para o ouro enquanto ativo financeiro.
financeiras, bancos de investimento, sociedades que O ouro como ativo financeiro, sempre fica custodiado
compram e revendem valores imobiliários e corretores em instituição financeira credencia pela Bolsa de Merca-
de valores mobiliários. dorias e Futuros, onde é negociado por corretoras de tí-
tulos e valores mobiliários credenciada. Após a custódia,
Ativos negociados no mercado de balcão é emitido para o adquirente, o certificado de custódia
São negociados, no mercado de balcão organizado, que é o documento utilizado para a transferência de pro-
ativos e títulos, como debêntures, índices representati- priedade do metal.
vos de carteira de ações, ações de companhias abertas, Caso o proprietário do certificado de custódia resolva
opções de compra e venda de valores mobiliários, quotas retirar o metal físico da custódia, quando resolver vendê-
de fundos fechados de investimento, quotas de Fundos -lo por intermédio do pregão da Bolsa, deverá solicitar à
Imobiliários, etc. corretora interveniente a sua custódia, caso em que será
No Brasil,  valores mobiliários como debêntures, fun- necessária a realização de nova aferição do grau de pure-
dos de investimento, ações, fundos fechados, certifica- za e do peso padrão do lingote, o que resultará em custo
dos de recebíveis imobiliários (CRIs), entre outros, são adicional para o proprietário do metal.
negociados na SOMA FIX, no mercado paulista.
Contrato de Mútuo de Ouro
Como operar no mercado de balcão? A operação de Mútuos de Ouro foi autorizada pelo
Os investidores que desejam realizar negociações no BACEN como forma de permitir que as distribuidoras e
mercado de balcão organizado devem buscar orientação corretoras de títulos e valores mobiliários pudessem ob-
das corretoras ou bancos dos quais são clientes sobre as ter capital de giro para suas operações nos garimpos e
regras de operação sobre os negócios que podem ser nas Bolsas de Mercadorias e de Futuros.
executados neste ambiente. O BACEN por meio da Circular BCB n° 2.350/93 per-
Em geral, as operações são realizadas de modo sim- mitiu a arbitragem internacional de ouro sem a sua in-
ples e sem burocracia. É importante, no entanto, escolher terveniência.
uma instituição devidamente habilitada para realizar es-
tas negociações no mercado com maior segurança. No mercado de câmbio são negociados ativos finan-
ceiros (não todos da mesma moeda) com vencimento
Mercado de ouro bruto determinado, cujos papéis em uma determinada moeda
É o ouro negociado nas regiões de garimpo pelos pró- podem ser negociados contra papéis em outra moeda.
prios garimpeiros ou por cooperativas legalmente habili- Esse mercado existe porque as nações querem manter
tadas que vendem o metal nos Postos de Compra de Ouro seu direito soberano de ter e controlar suas moedas pró-
(PCO) para as instituições credenciadas pelo BACEN. prias. Caso todos os países do mundo usassem a mesma
moeda, o mercado de câmbio não existiria.
Ouro fino O início de uma operação no mercado de câmbio
É o metal beneficiado por fundidoras devidamente ocorre quando, por exemplo, uma empresa dos EUA ex-
autorizadas pelas Bolsas de Mercadorias e de Futuros. porta produtos para o Japão. O fabricante dos EUA pre-
cisa ser pago em dólares americanos, já o comprador no
Operações no mercado de balcão Japão possui yen, com o qual pagará o fabricante nos
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Trata-se do mercado de ouro mais ativo. Nessa moda- EUA. Assim, existem duas possibilidades dessa operação
lidade as negociações com o metal não transitam pelas entre os EUA e o Japão, pois o exportador americano fa-
Bolas, elas são realizadas por telefone entre as institui- tura o importador japonês em dólares ou em yens:
ções autorizadas a funcionar pelo BACEN e seus clientes. •  Se o exportador americano faturar em dólares, o
importador japonês venderá yens para comprar
Operações nas Bolas de Mercadorias e de Futuros dólares americanos no mercado de câmbio;
As negociações são efetuadas nos seguintes mercados: •  Se o exportador americano faturar em yens, o ex-
• Mercado à Vista – modalidade de negociação com portador deve vender os yens para comprar dólares.
ouro físico (Spot) para entrega imediata; Qualquer que seja a moeda da fatura, alguém irá ao
• Mercado Futuro – onde são negociados contratos mercado de câmbio vender yens para comprar dólares.

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GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO
EXERCÍCIOS COMENTADOS NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR
MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
1. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2014) Uma HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS
desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente
à moeda norte-americana (dólar), implica a(o)
Aval
a) diminuição do número de reais necessários para com- O aval é a garantia de pagamento formal e solidária
prar um dólar. firmada por terceiro em um título de crédito, onde os
b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central intervenientes são: o avalista (aquele que presta o aval),
do Brasil. o avalizado (aquele que recebe o aval) e o credor. Para
c) diminuição do preço em reais de um produto impor- tanto, basta que se lance o aval no próprio título ou na
tado dos EUA. folha de alongamento. A simples assinatura no anverso
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA. do título é suficiente para configurar o aval.
e) aumento das cotações das ações das empresas impor- Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-
tadoras na bolsa de valores. -se de garantia solidária, implica que o avalista é coobri-
gado, isto é, é co-devedor principal.
Resposta: Letra D. Analisemos as alternativas:
a) Se a moeda nacional sofre desvalorização, significa Fiança
que vou gastar mais para comprar um dólar. Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satis-
b) essa diminuição é um dos fatores da desvalorização. fazer determinada obrigação, caso o respectivo devedor
c) se a moeda está desvalorizada, fica mais caro im- não a cumpra. A fiança é um contrato acessório; pode
portar um produto em dólar. ser gratuito ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor
d) se a moeda está mais baixa, maior será o interesse (afiançado), o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e
do mercado estrangeiro. o credor. Caso o devedor principal não cumpra a obri-
e) as cotações caem, não aumentam.
gação e o fiador venha a ser acionado para responder
pela dívida, sem que antes tenha sido acionado aquele,
2. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2012) O mer-
poderá alegar o benefício de ordem para que os bens do
cado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem
devedor sejam excutidos em primeiro lugar, salvo se foi
operações de negociação com moedas internacionais. A
estipulada solidariedade no contrato de fiança. O fiador
operação que envolve compra e venda de moedas es-
tem a prerrogativa de renunciar a este direito.
trangeiras em espécie é denominada
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando
a) câmbio manual o outro der seu consentimento. A este requisito se dá o
b) câmbio sacado nome de outorga uxória. A falta da autorização torna o
c) exportação ato anulável.
d) importação
e) transferência Fiança bancária
É um compromisso contratual pelo qual uma insti-
Resposta: Letra A. Essa também está fácil, até porque, tuição financeira garante o cumprimento de obrigações
como o enunciado refere-se ao mercado cambial, elimi- de seus clientes. O público alvo são as pessoas físicas e
namos de cara três alternativas (C, D e E). jurídicas. A fiança bancária é uma obrigação por escrito
Aí temos dois tipos de cambio restando, vejamos a dife- (carta de fiança) assumida pelo banco, responsabilizan-
rença entre eles, que também é bem simples: do-se por dívida total ou parcial de cliente que queira
Câmbio manual – olhem só – manual – o próprio nome assumir uma obrigação perante terceiros.
diz, troca física de moeda em espécie ou travellers checks. Regulamentação do CMN estipula o limite máximo
Câmbio sacado – troca ocorre na propria conta corrente de exposição por cliente a ser observado pelas institui-
através de operações de débito ou crédito. ções financeiras na prestação de garantia de fiança ban-
cária. A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que
Prezado candidato, complete seus estudos com o a garantia oferecida pelos bancos goza de grande res-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

material referente a Atualidades no Mercado Finan- peitabilidade no mundo dos negócios. A fiança bancária
ceiro. está sujeita a cobrança de tarifas, mas não se sujeita a
cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato.

 Garantias Reais
Vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação
assumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou
imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiro; se ele
não pagar, haverá um processo de execução em que será
requerida a venda judicial do bem, pagando-se preferen-
cialmente o credor.

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Penhor Legislação sobre garantias do SFN
É um direito real que consiste na tradição de coisa
móvel, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou AVAL – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02)
por terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do Art. 897 O pagamento de título de crédito, que conte-
débito. Tem como sujeitos o devedor pignoratício (pode nha obrigação de pagar soma determinada, pode ser
ser tanto o sujeito passivo da obrigação principal como garantido por aval.
terceiro que ofereça o ônus real) e o credor pignoratício Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
(o que empresta o dinheiro). Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso
do próprio título.
Penhor mercantil § 1° Para a validade do aval, dado no anverso do títu-
É caracterizando-se pela dispensa da tradição da lo, é suficiente a simples assinatura do avalista.
coisa onerada, ou seja, o devedor continua na sua pos- § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
se, equiparando-se ao depositário para todos os efeitos. Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
Visa garantir obrigação comercial. car; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empe- § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso
nhado faz parte integrante do negócio comercial. Pode contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
abranger tanto estoques de matérias-primas quanto es- § 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que
toques de produtos acabados. Os estoques objeto de nula a obrigação daquele a quem se equipara, a me-
penhor mercantil são confiados a fiel depositário, que se nos que a nulidade decorra de vício de forma.
torna responsável pela guarda, existência e conservação Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
dos bens dados em garantia. mesmos efeitos do anteriormente dado.
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autoriza-
Hipoteca ção do outro, exceto no regime da separação absoluta:
A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou ...
aos que forem a ele equiparados, que tem por objetivo III - prestar fiança ou aval.
assegurar o pagamento de uma dívida. A posse do bem
gravado não se transfere ao credor. A hipoteca abrange
FIANÇA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02)
todas as acessões, melhoramentos ou construções no
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante
imóvel e deve ser registrada no Cartório de Registro de
satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo de-
Imóveis.
vedor, caso este não a cumpra.
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus aces-
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite
sórios, as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas
interpretação extensiva.
e vagões), as minas e pedreiras, os navios e os aviões.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem
consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
 Alienação fiduciária
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança;
Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor
transfere ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou mas o fiador, neste caso, não será demandado senão
imóvel, até que a dívida daquele seja inteiramente paga. depois que se fizer certa e líquida a obrigação do prin-
O devedor é chamado fiduciante e o credor denomina-se cipal devedor.
fiduciário. Uma vez completado o pagamento, a proprie- Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreende-
dade do bem alienado volta ao fiduciante. rá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obri-
Código Civil os contratos de empréstimos com garan- gação principal e contraída em condições menos one-
tia de alienação fiduciária de coisa móvel só podiam ser rosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais
pactuados entre instituições financeiras e o financiado, onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da
pessoa física ou jurídica. A partir de da entrada em vigor obrigação afiançada.
da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação fi- Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de
duciária da coisa imóvel. fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de inca-
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibi- pacidade pessoal do devedor.
lita ao fiduciário requerer em juízo a busca e apreensão Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do bem móvel objeto do contrato, para vendê-lo a ter- não abrange o caso de mútuo feito a menor.
ceiros e tornar efetiva a sua garantia. Se o bem móvel Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o
não for encontrado na posse do fiduciante, a busca e credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for
apreensão podem transformar-se em ação de depósi- pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha
to; se ele não entregar a coisa, poderá ser considerado de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para
depositário infiel. cumprir a obrigação.
A lei faculta a venda da coisa independentemente Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz,
de leilão, avaliação prévia ou interpelação do devedor. O poderá o credor exigir que seja substituído.
credor deve aplicar o preço da venda no pagamento de Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dí-
seu crédito e das despesas decorrentes, entregando ao vida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que
devedor o saldo apurado, se houver. sejam primeiro executados os bens do devedor.

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Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de cia, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar
ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens que os bens por ele indicados eram, ao tempo da pe-
do devedor, sitos no mesmo município, livres e desem- nhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.
bargados, quantos bastem para solver o débito. Art. 1.647... , nenhum dos cônjuges pode, sem auto-
Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador: rização do outro, exceto no regime da separação ab-
I - se ele o renunciou expressamente; soluta:
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor III - prestar fiança ou aval.
solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido. PENHOR – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02)
Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só dé- Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência
bito por mais de uma pessoa importa o compromisso efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor
de solidariedade entre elas, se declaradamente não se ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por
reservarem o benefício de divisão. ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil
responde unicamente pela parte que, em proporção, e de veículos, as coisas empenhadas continuam em
lhe couber no pagamento. poder do devedor, que as deve guardar e conservar.
Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a
dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor co-
que não será por mais obrigado. mum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.
Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
fica sub-rogado nos direitos do credor; mas só poderá I - à posse da coisa empenhada;
demandar a cada um dos outros fiadores pela respec- II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas
tiva quota. devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distri- ocasionadas por culpa sua;
buir-se-á pelos outros. III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido
Art. 832 O devedor responde também perante o fiador por vício da coisa empenhada;
por todas as perdas e danos que este pagar, e pelos IV - a promover a execução judicial, ou a venda ami-
que sofrer em razão da fiança. gável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe
Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso autorizar o devedor mediante procuração;
pela taxa estipulada na obrigação principal, e, não ha- V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que
vendo taxa convencionada, aos juros legais da mora. se encontra em seu poder;
Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia
a execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador autorização judicial, sempre que haja receio fundado
promover-lhe o andamento. de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, de-
Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que ti- vendo o preço ser depositado. O dono da coisa empe-
ver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe nhada pode impedir a venda antecipada, substituin-
convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fian- do-a, ou oferecendo outra garantia real idônea.
ça, durante sessenta dias após a notificação do credor. Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a de-
Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; volver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes
mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requeri-
decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapas- mento do proprietário, determinar que seja vendida
sar as forças da herança. apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada,
Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que suficiente para o pagamento do credor.
lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação que Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:
competem ao devedor principal, se não provierem I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir
simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso ao dono a perda ou deterioração de que for culpado,
do mútuo feito a pessoa menor. podendo ser compensada na dívida, até a concorrente
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobri- quantia, a importância da responsabilidade;
gado: II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ci-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mo- ência, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem
ratória ao devedor; necessário o exercício de ação possessória;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar
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nos seus direitos e preferências; (art. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conser-
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami- vação, nos juros e no capital da obrigação garantida,
gavelmente do devedor objeto diverso do que este era sucessivamente;
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões,
por evicção*. uma vez paga a dívida;
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida
duma coisa em conseqüência da reivindicação judicial for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor. Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o I - extinguindo-se a obrigação;
devedor, retardando-se a execução, cair em insolvên- II - perecendo a coisa;

41
III - renunciando o credor; Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades o gado empenhado ou, por negligência, ameace pre-
de credor e de dono da coisa; judicar o credor, poderá este requerer se depositem os
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a animais sob a guarda de terceiro, ou exigir que se lhe
venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por pague a dívida de imediato.
ele autorizada. Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados
§ 1o Presume-se a renúncia do credor quando con- para substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor.
sentir na venda particular do penhor sem reserva de Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista
preço, quando restituir a sua posse ao devedor, ou neste artigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se
quando anuir à sua substituição por outra garantia. não constar de menção adicional ao respectivo con-
§ 2o Operando-se a confusão tão-somente quanto a trato, a qual deverá ser averbada.
parte da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o pe- Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas,
nhor quanto ao resto. aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois funcionamento, com os acessórios ou sem eles; ani-
de averbado o cancelamento do registro, à vista da mais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à
respectiva prova. exploração das salinas; produtos de suinocultura, ani-
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante ins- mais destinados à industrialização de carnes e deriva-
trumento público ou particular, registrado no Cartório dos; matérias-primas e produtos industrializados.
de Registro de Imóveis da circunscrição em que estive- Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas
rem situadas as coisas empenhadas. aos armazéns gerais o penhor das mercadorias neles
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dí- depositadas.
vida, que garante com penhor rural, o devedor poderá Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mer-
emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, cantil, mediante instrumento público ou particular, re-
na forma determinada em lei especial. gistrado no Cartório de Registro de Imóveis da circuns-
Art. 1.439 O penhor agrícola e o penhor pecuário so- crição onde estiverem situadas as coisas empenhadas.
mente podem ser convencionados, respectivamente, Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dí-
pelos prazos máximos de três e quatro anos, prorro- vida, que garante com penhor industrial ou mercantil,
gáveis, uma só vez, até o limite de igual tempo. o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula
§ 1o Embora vencidos os prazos, permanece a garan- do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei
tia, enquanto subsistirem os bens que a constituem. especial determinar.
§ 2o A prorrogação deve ser averbada à margem do Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento
registro respectivo, mediante requerimento do credor por escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou
e do devedor. mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor
Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor ru- que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas,
ral poderá constituir-se independentemente da anu- deverá repor outros bens da mesma natureza, que fi-
ência do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o carão sub-rogados no penhor.
direito de preferência, nem restringe a extensão da Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das
hipoteca, ao ser executada. coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acha-
Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das rem, por si ou por pessoa que credenciar.
coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acha-
rem, por si ou por pessoa que credenciar. HIPOTECA – CÓDIGO CIVIL (LEI 10.406/02)
Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor: Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca:
I - máquinas e instrumentos de agricultura; I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjunta-
II - colheitas pendentes, ou em via de formação; mente com eles;
III - frutos acondicionados ou armazenados; II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor
IV - lenha cortada e carvão vegetal; do imóvel);
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou
agrícola. usufruir do imóvel);
Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita IV - as estradas de ferro;
pendente, ou em via de formação, abrange a imedia- V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais
tamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insufi- recursos minerais) independentemente do solo onde
ciente a que se deu em garantia. se acham;
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Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova sa- VI - os navios;


fra, poderá o devedor constituir com outrem novo pe- VII - as aeronaves.
nhor, em quantia máxima equivalente à do primeiro; VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
o segundo penhor terá preferência sobre o primeiro, X - o direito real de uso;
abrangendo este apenas o excesso apurado na colhei- X - a propriedade superficiária (o domínio da constru-
ta seguinte. ção ou da plantação separado do solo).
Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que rt. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões, me-
integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. lhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os
Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais em- ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à
penhados sem prévio consentimento, por escrito, do credor. hipoteca, sobre o mesmo imóvel.

42
Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a
alienar imóvel hipotecado. obrigação perdurar; mas a especialização, em com-
Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode consti- pletando vinte anos, deve ser renovada.
tuir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em Art. 1.499 A hipoteca extingue-se:
favor do mesmo ou de outro credor. I - pela extinção da obrigação principal;
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o II - pelo perecimento da coisa;
credor da segunda hipoteca, embora vencida, não po- III - pela resolução da propriedade;
derá executar o imóvel antes de vencida a primeira. IV - pela renúncia do credor;
Parágrafo único. Não se considera insolvente o deve- V - pela remição;
dor por faltar ao pagamento das obrigações garanti- VI - pela arrematação ou adjudicação.
das por hipotecas posteriores à primeira. Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a aver-
Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde bação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do
que não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as registro, à vista da respectiva prova.
dívidas aos credores hipotecários, poderá exonerar-se
da hipoteca, abandonando-lhes o imóvel. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS
Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por DECRETO-LEI 911/69
ambas as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao
30 (trinta) anos da data do contrato. Desde que perfa- credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa
ça esse prazo, só poderá subsistir o contrato de hipote- móvel alienada, independentemente da tradição efe-
ca reconstituindo-se por novo título e novo registro; e, tiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em
nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então possuidor direto e depositário com todas as respon-
lhe competir. sabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo
Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato cons- com a lei civil e penal.
titutivo da hipoteca, autorizar a emissão da corres- § 1º A alienação fiduciária somente se prova por escri-
pondente cédula hipotecária, na forma e para os fins to e seu instrumento, público ou particular, qualquer
previstos em lei especial. que seja o seu valor, será obrigatoriamente arquiva-
Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garan- do, por cópia ou microfilme, no Registro de Títulos e
tia de dívida futura ou condicionada, desde que de- Documentos do domicílio do credor, sob pena de não
terminado o valor máximo do crédito a ser garantido. valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados,
§ 1o Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca os seguintes:
dependerá de prévia e expressa concordância do deve- a) o total da divida ou sua estimativa;
dor quanto à verificação da condição, ou ao montante b) o local e a data do pagamento;
da dívida. c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for per-
§ 2o Havendo divergência entre o credor e o devedor, mitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipu-
caberá àquele fazer prova de seu crédito. Reconheci- lação de correção monetária, com indicação dos índi-
do este, o devedor responderá, inclusive, por perdas e ces aplicáveis;
danos, em razão da superveniente desvalorização do d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e
imóvel. os elementos indispensáveis à sua identificação.
Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório § 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciá-
do lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título ria, o devedor ainda não for proprietário da coisa obje-
se referir a mais de um. to do contrato, o domínio fiduciário desta se transferi-
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o rá ao credor no momento da aquisição da propriedade
título, requerer o registro da hipoteca. pelo devedor, independentemente de qualquer forma-
Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem lidade posterior.
em que forem requeridas, verificando-se ela pela da § 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica
sua numeração sucessiva no protocolo. por números, marcas e sinais indicados no instrumen-
Parágrafo único. O número de ordem determina a to de alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduci-
prioridade, e esta a preferência entre as hipotecas. ário o ônus da prova, contra terceiros, da identidade
dos bens do seu domínio que se encontram em poder
Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hi-
do devedor.
potecas, ou uma hipoteca e outro direito real, sobre o
§  No caso de inadimplemento da obrigação garan-
mesmo imóvel, em favor de pessoas diversas, salvo se
tida, o proprietário fiduciário pode vender a coisa a
as escrituras, do mesmo dia, indicarem a hora em que
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terceiros e aplicar preço da venda no pagamento do


foram lavradas.
seu crédito e das despesas decorrentes da cobrança,
Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro
entregando ao devedor o saldo porventura apurado,
título de hipoteca que mencione a constituição de an-
se houver.
terior, não registrada, sobrestará ele na inscrição da
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pa-
nova, depois de a prenotar, até trinta dias, aguardan-
gar o crédito do proprietário fiduciário e despesas, na
do que o interessado inscreva a precedente; esgotado
forma do parágrafo anterior, o devedor continuará pes-
o prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a hipo-
soalmente obrigado a pagar o saldo devedor apurado.
teca ulterior será registrada e obterá preferência.
§ 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fidu-
Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza,
ciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a
deverão ser registradas e especializadas.
dívida não for paga no seu vencimento.

43
§ 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a ter- fiduciante, equivalente a cinqüenta por cento do valor
ceiros, coisa que já alienara fiduciàriamente em ga- originalmente financiado, devidamente atualizado, caso
rantia, ficará sujeito à pena prevista no art. 171, § 2º, o bem já tenha sido alienado.
inciso I, do Código Penal. § 7o A multa mencionada no § 6o não exclui a res-
§ 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo ponsabilidade do credor fiduciário por perdas e danos.
automotor deverá, para fins probatórios, constar do § 8o A busca e apreensão prevista no presente artigo
certificado de Registro, a que se refere o artigo 52 do constitui processo autônomo e independente de qual-
Código Nacional de Trânsito. quer procedimento posterior.
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obri- Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for en-
gações contratuais garantidas mediante alienação contrado ou não se achar na posse do devedor, o cre-
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá dor poderá requerer a conversão do pedido de busca
vender a coisa a terceiros, independentemente de lei- e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito,
lão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer ou- na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro
tra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição IV, do Código de Processo Civil.
expressa em contrário prevista no contrato, devendo Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva
aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito ou, se for o caso ao executivo fiscal, serão penhorados,
e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o a critério do autor da ação, bens do devedor quantos
saldo apurado, se houver. bastem para assegurar a execução.
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abran-
ge o principal, juros e comissões, além das taxas, cláu- ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS
sula penal e correção monetária, quando expressa- LEI 9.514/97
mente convencionados pelas partes. Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do pra- imóvel mediante registro, no competente Registro de
zo para pagamento e poderá ser comprovada por Imóveis, do contrato que lhe serve de título.
carta registrada expedida por intermédio de Cartório Parágrafo único. Com a constituição da propriedade
de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornan-
critério do credor. do-se o fiduciante possuidor direto e o fiduciário pos-
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações con- suidor indireto da coisa imóvel.
tratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio fi-
ocorrência legal ou convencional de algum dos casos duciário conterá:
de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao I - o valor do principal da dívida;
credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo
obrigações contratuais, independentemente de aviso ou do crédito do fiduciário;
ou notificação judicial ou extrajudicial. III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor poderá re- IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduci-
querer contra o devedor ou terceiro a busca e apreen- ária, com a descrição do imóvel objeto da alienação
são do bem alienado fiduciàriamente, a qual será con- fiduciária e a indicação do título e modo de aquisição;
cedida liminarmente, desde que comprovada a mora V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto
ou o inadimplemento do devedor. adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do
§ 1o Cinco dias após executada a liminar menciona- imóvel objeto da alienação fiduciária;
da no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse VI - a indicação, para efeito de venda em público lei-
plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fi- lão, do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva
duciário, cabendo às repartições competentes, quan- revisão;
do for o caso, expedir novo certificado de registro de Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos
propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele resolve-se, nos termos deste artigo, a propriedade fi-
indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. duciária do imóvel.
§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá Art. 26º Vencida e não paga, no todo ou em parte, a
pagar a integralidade da dívida pendente, segundo dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-
-se-á, nos termos deste artigo, a propriedade do imó-
os valores apresentados pelo credor fiduciário na ini-
vel em nome do fiduciário.
cial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu
do ônus.
nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados
§ 3o O devedor fiduciante apresentará resposta no
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da data do registro de que trata o § 7º do artigo an-


prazo de quinze dias da execução da liminar.
terior, promoverá público leilão para a alienação do
§ 4o A resposta poderá ser apresentada ainda que o
imóvel.
devedor tenha se utilizado da faculdade do § 2o, caso
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance ofe-
entenda ter havido pagamento a maior e desejar res-
recido for inferior ao valor do imóvel, estipulado na
tituição.
forma do inciso VI do art. 24, será realizado o segundo
§ 5o Da sentença cabe apelação apenas no efeito de-
leilão, nos quinze dias seguintes.
volutivo.
§ 2º No segundo leilão será aceito o maior lance ofere-
§ 6o Na sentença que decretar a improcedência da ação
cido desde que igual ou superior ao valor da dívida, das
de busca e apreensão, o juiz condenará o credor fidu-
despesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais,
ciário ao pagamento de multa, em favor do devedor
inclusive tributos, e das contribuições condominiais.

44
Art. 31º O fiador ou terceiro interessado que pagar a pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do do-
dívida ficará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e micílio do subscritor da Nota Promissória. A Nota
na propriedade fiduciária. Promissória que não contenha indicação do lugar
Os títulos de crédito são instrumentos que facilitam onde foi passada considera-se como tendo-o sido
a circulação de riqueza materializada na cártula, com fun- no lugar designado ao lado do nome do subscritor;
damento no crédito. O crédito, por seu turno, pode ser 7. A assinatura de quem passa a Nota Promissória
definido como a junção da confiança (moral e jurídica) (subscritor). Os títulos cambiais e as duplicatas de
com o prazo conferido para cumprimento da obrigação fatura conterão, obrigatoriamente, a identificação
descrita no referido instrumento ou cártula. do devedor pelo número de sua cédula de identi-
Segundo o conceito clássico do italiano Cesare Vi- dade, de inscrição no cadastro de pessoa física, do
vante, “título de crédito é o documento necessário para título eleitoral ou da carteira profissional.
o exercício do direito, literal e autônomo, nele menciona-
do”. Esse conceito doutrinário foi praticamente reprodu- TÍTULOS DE CRÉDITO
zido pelo art. 887 do CC, senão veja-se: “título de crédito
é o documento necessário ao exercício do direito literal Duplicata
e autônomo nele contido, mas que somente produz efei- Documento emitido pelas empresas, em que o com-
tos quando preenche os requisitos da lei”. prador se declara conhecedor do débito através de sua
assinatura.
Nota Promissória
Promessa de pagamento de uma quantia em dinhei-
Características Gerais
ro, em dia e local determinado.
a) diferencia-se dos outros títulos de credito estuda-
São características gerais da nota promissória:
dos por necessitar de uma causa de natureza em-
 a) a nota promissória, conforme exposto, e uma pro-
presarial (se emitida por um empresário) ou civil (se
messa de pagamento, ao passo que a letra de cam-
emitida por um prestador de serviços não empresá-
bio e uma ordem de pagamento;
 b) em virtude do seu caráter de promessa unilateral, rio) para sua emissão;
a nota promissória não necessita de aceite por par- b) a causalidade afigura-se como um elemento essen-
te do devedor; cial para a existência e a validade da duplicata, sen-
c) e um título abstrato, pois a sua emissão não exige do que o CP, em seu art. 172, prevê, inclusive, o cri-
uma causa legal especifica, não necessitando, as- me de emissão de duplicata simulada (“Emitir fatura,
sim, trazer expresso o motivo que lhe deu origem; duplicata ou nota de venda que não corresponda à
d) no Brasil, a nota promissória somente pode ser mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade,
emitida como titulo a ordem; ou ao serviço prestado”);
  c) caracteriza-se como uma ordem de pagamento
 Requisitos Essenciais emitida pelo sacador (empresário ou prestador de
 A Nota Promissória contém: serviços) contra o sacado (obrigado cambiário),
1. Denominação “Nota Promissória” inserta no pró- tendo por finalidade primordial assegurar a eficaz sa-
prio texto do título e expressa na língua emprega- tisfação do direito de credito detido pelo sacador
da para a redação desse título. A nota promissó- contra o sacado; a esse respeito observa
ria é uma promessa de pagamento e deve conter Rubens Requião (Curso de direito comercial, v. 2, p.
estes requisitos essenciais, lançados, por extenso 549): “Poder-se-ia conceituar a duplicata comer-
no contexto, a denominação de “Nota Promissó- cial como um titulo formal, circulante por meio de
ria” ou termo correspondente, na língua em que endosso, constituindo um saque fundado sobre o
for emitida; credito proveniente de contrato de compra e venda
2. A promessa pura e simples de pagar uma quantia mercantil.”
determinada, promessa direta e incondicional de d) é um titulo de credito formal, pois a forma e essen-
pagamento; cial para a sua validade;
3. A época do pagamento. A Nota Promissória em e) na contabilidade empresarial, a duplicata e conside-
que se não indique a época do pagamento será rada um recebível, comumente utilizada pelos em-
considerada pagável à vista; presários como garantia para a obtenção de credito
4. A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; no mercado financeiro, sendo utilizada em opera-
5. O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem
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ções de desconto bancário, como se vera adiante;


deve ser paga (promissário credor ou beneficiário); f ) no caso de perda ou extravio da duplicata, poderá
6. A indicação da data, a Nota Promissória em que ser emitida uma triplicata, que e a segunda via da
se não indique a época do pagamento será consi- duplicata;
derada pagável à vista,  em que e do lugar onde a g) Uma só duplicata não pode corresponder a mais
Nota Promissória é passada. O título em que faltar de uma fatura. Nos casos de venda para pagamen-
algum dos requisitos indicados rio artigo anterior to em parcelas, poderá ser emitida duplicata única,
não produzirá efeito como Nota Promissória, salvo em que se discriminarão todas as prestações e seus
nos casos determinados das alíneas seguintes. Na vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada
falta de indicação especial, o lugar onde o título
prestação distinguindo-se a numeração, pelo acrés-
foi passado considera-se como sendo o lugar do
cimo de letra do alfabeto, em sequência;

45
 A adoção do regime de vendas de Fatura e da Du- • Entrada – Indica o “sentido” de entrada do do-
plicata obriga o vendedor a ter e a escriturar o Livro de cumento, consequentemente dos produtos.
Registro de Duplicatas. • Saída – Indica o “sentido” de saída do docu-
Requisitos Essenciais mento, consequentemente dos produtos.
No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraí- Outra característica da Nota Fiscal de Produto são
da uma duplicata para circulação como efeito comercial, suas finalidades que podem ser:
não sendo admitida qualquer outra espécie de título de • Normal – É a finalidade que é utilizada para
crédito para documentar o saque do vendedor pela im- emissão das notas por padrão.
portância faturada ao comprador. • Complementar – É usado nos casos em que
  precisá-se corrigir algum preço da operação ou presta-
A duplicata conterá: ção, como também mudanças na quantidade de merca-
  doria.
A) A denominação “duplicata”, a data de sua emissão • NF-e Ajuste – Utilizada para fins de escriturais
e o número de ordem; onde, a operação não envolve um produto ou mercado-
B) O número da fatura; ria, mas sim escriturações.
C) A data certa do vencimento ou a declaração de ser • Devolução de Mercadoria – Está finalidade é
a duplicata à vista; usada quando é preciso devolver uma mercadoria ao for-
D) O nome e domicílio do vendedor e do comprador. necedor, sendo assim, anulado a operação de compra.
Os títulos cambiais e as duplicatas de fatura conte- Recomendamos que sempre entre em contato com
rão, obrigatoriamente, a identificação do devedor seu contador para saber qual finalidade você pode usar,
pelo número de sua cédula de identidade, de ins- pois existem regras claras para cada uma delas que nós
crição no cadastro de pessoa física, do título elei- não comentaremos neste artigo.
toral ou da carteira profissional;
E) A importância a pagar, em algarismos e por extenso; NFCe ou Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica
F) A praça de pagamento; Utilizado amplamente no comércio varejista e tem
G) A cláusula à ordem; como um dos objetivos substituir o Cupom Fiscal. Está nota
H) A declaração do reconhecimento de sua exatidão e é usada para comprovar a aquisição de bens e produtos.
da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo com- Algumas das suas características são:
prador, como aceite, cambial; • Não obrigatoriedade do contribuinte informar o
I) A assinatura do emitente; destinatário.
J) Data de emissão do título; • Possuir QR-Code para facilitar a pesquisa da
K) Número de ordem nota no site da SEFAZ
• Simplicidade, não necessita de Redução Z, Lei-
Fatura tura X ou algum tipo de lacre ou bloqueio na impressora.
É uma síntese da nota fiscal, que relata as mercado- • Utiliza impressora não fiscal.
rias fornecidas ao comprador pelo vendedor. Numa fatu- • Contingência offline, que possibilita a impressão
ra podem ser incluídas várias notas fiscais, globalizando da DANFE mesmo sem o acesso a Sefaz ou internet. O
o valer da venda de um determinado período. documento deve ser emitido assim que voltar a conexão
No Brasil usa-se também como documento fiscal, com a Secretaria da Fazenda.
quando inclui elementos da legislação fiscal, principal- • Estrutura do XML é semelhante ao da NFe.
mente as do IPI-ICMS-ISSQN. Nesse caso o formulário
denomina-se “nota fiscal/fatura”. NFSe ou Nota Fiscal de Serviço Eletrônica
Em geral, a fatura só é emitida para pagamentos ain- Está é a nota emitida pelas empresas de prestação de
da não efetuados (vendas a prazo ou contra-apresenta- serviço para os municípios do país.
ção). Nela são discriminados todos os itens comprados Sua estrutura é bem diferente das outras duas notas
na operação, e por isso, a fatura também é usada como que citamos anteriormente e as notas são autorizadas
controle. Nesse caso assemelha-se a um romaneio, que é pelas prefeituras. Dessa forma, os municípios possuem
um documento comercial. autonomia para criar o seu próprio padrão de campos e
Da fatura se extrai a duplicata, que é um título de crédito.
obrigatoriedades.
Sua principal característica é a obrigatoriedade de
Nota Fiscal
informar os dados referentes ao serviço prestado e, nela
Documento emitido pelos comerciantes industriais,
o destinatário é tratado como tomador do serviço, pois é
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

produtores para acompanhar mercadoria do vendedor


aquele que paga e contrata o prestador.
ao comprador. É exigido pela Legislação tributária e fis-
cal.
Fonte e adaptação de:
www.bnb.gov.br/www.meupositivo.com.br/www.por-
Tipos e Características
talfat.mte.gov.br/www.bb.com.br/www.direitoemsala.
com/www.centraljuridica.com/www.unisanta.br/www.di-
NFe ou Nota Fiscal Eletrônica
reitobrasil.adv.br/www.buscajus.com.br/www.bcb.gov.br/
Conhecida também como nota de produto, a NFe é
www.portaleducacao.com.br/www.clubedovalor.com.br/
uma das notas mais utilizadas e a que possui maior para-
www.verios.com.br/www.blog.rico.com.vc/www.cetip.com.
metrização da Sefaz.
br/www.portalprudente.com.br/www.jkolb.com.br/www.
Ela é separada em dois tipos de operação:

46
brasil.gov.br/www.topinvest.com.br/www.sebrae.com.br/ junto de operações de ocultar a origem do dinheiro ou
www.ie.ufrj.br/www.marcelotoledo.com/www.blogcasa- dos bens resultantes das atividades delitivas e integrá-los
doestudante.blogspot.com.br/www.focusnfe.com.br/Pro- no sistema econômico ou financeiro, em operações ca-
naf/Banco Central do Brasil/Moyses Simão Sznifer/Maria pazes de converter o dinheiro sujo em dinheiro limpo.
Bernardete Miranda/Rita Valente/Robson Carlos Nas palavras de André Luís Callegari é a atividade de
investir, ocultar, substituir ou transformar e restituir o di-
Fiança bancária nheiro de origem sempre ilícita aos circuitos econômi-
É um compromisso contratual pelo qual uma insti- co-financeiros legais, incorporando-o a qualquer tipo de
tuição financeira garante o cumprimento de obrigações negócio como se fosse obtido de forma lícita.
de seus clientes. O público alvo são as pessoas físicas e Faz-se necessário esclarecer que o crime de lavagem
jurídicas. A fiança bancária é uma obrigação por escrito de capitais é um delito parasitário ou derivado, depen-
(carta de fiança) assumida pelo banco, responsabilizan- dendo, necessariamente, da existência de um delito
do-se por dívida total ou parcial de cliente que queira antecedente para que se configure. Por assim ser, no
assumir uma obrigação perante terceiros. delito de lavagem de dinheiro a punição volta-se, exclu-
Regulamentação do CMN estipula o limite máximo sivamente, para a utilização que se faz do dinheiro sujo,
de exposição por cliente a ser observado pelas institui- ou seja, às formas de movimentar, ocultar, dispor ou se
ções financeiras na prestação de garantia de fiança ban- apropriar dos ativos oriundos de atividades ilícitas. 
cária. A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que Diante da importância deste assunto, e dos efeitos
a garantia oferecida pelos bancos goza de grande res- devastadores provocados por este delito, Vladimir Aras
peitabilidade no mundo dos negócios. A fiança bancária defende que os Estados nacionais não podem ignorar,
está sujeita a cobrança de tarifas, mas não se sujeita a diante da complexa problemática que envolve a questão,
cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato. o fenômeno da lavagem de dinheiro, uma vez que não se
restringe a uma abstração que se cinja a números, pois,
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: ao contrário disto:
CONCEITO E ETAPAS. PREVENÇÃO E “São concretos e às vezes dolorosos, os danos causa-
COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE dos à sociedade pela lavagem de dinheiro. De um lado,
DINHEIRO desemprego, vultosos prejuízos econômicos para em-
presários e investidores, diminuição dos índices de de-
senvolvimento humano, corrupção, insegurança pública
Certo é que o crime organizado disponibiliza fundos e redução da arrecadação de impostos e de investimen-
incalculáveis e envolve milhares de pessoas, com siste- tos em educação e saúde. De outro lado, o enriqueci-
ma funcional implantado e bem estruturado. Entretanto, mento ilícito e a utilização indevida de valores oriundos
apesar de se tratar de uma atividade altamente lucrativa, de graves crimes.”
para serem utilizados seus rendimentos é imprescindível
a ocultação de sua origem. Fases ou técnicas de lavagem de dinheiro
Desta necessidade de uso, movimentação, ocultação Considerando que a lavagem de capitais é um pro-
e disposição de ativos oriundos das mais variadas espé- cedimento complexo, pode-se afirmar que a conduta do
cies do comércio criminoso surge a lavagem de dinheiro, agente passa por um modus operandi bastante linear e
com a finalidade de evitar que se descubra a cadeia cri- multifacetado. Vários são os métodos ou fases utilizados
minal, bem como a identificação de seus agentes. com a finalidade de lavar o dinheiro:
Sendo pacífico que as organizações criminosas, de
modo geral, têm sua atuação no eixo dinheiro/poder e A) A primeira delas é a fase da ocultação, na qual há
que o seu êxito está intimamente vinculado ao sucesso da uma tentativa dos agentes de conseguir menor vi-
lavagem de dinheiro, há um forte impulso para que estas sibilidade do dinheiro oriundo da prática de ativi-
organizações pratiquem o referido processo de reciclagem. dade ilícitas. Para tanto, costuma-se utilizar o sis-
Ocorrida a reciclagem do dinheiro, este pode ser inves- tema financeiro, negócios de condições variadas,
tido sem levantar suspeitas e contribuir para que os seus enfim, emprega “intermediários” que trocarão os
detentores eliminem empreendimentos legítimos sob a valores ilicitamente recebidos.
cobertura de atividades honráveis, gerando o inegável ris- B) Com a posse do dinheiro, tem início a segunda
co de que economias inteiras se submetam ao seu contro- fase: a cobertura, fase de controle, ou ainda, mas-
le, provocando alterações nos mercados financeiros. caramento. Consistente em desligar os fundos de
Neste contexto, vários países fomentam seus apare- sua origem, em outras palavras, fazer desaparecer
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

lhos de cooperação internacional para a persecução de o vínculo entre o agente e o bem precedente de
crimes de lavagem de capitais e outros praticados por sua atuação. São comuns múltiplas transferências
organizações criminosas. de dinheiro, compensações financeiras, remessas
aos paraísos fiscais, super faturação de exporta-
O crime de lavagem de dinheiro ções, dentre outros.
O crime de “lavagem de dinheiro”, cuja expressão re- C) Finalmente, o dinheiro deve retornar ao circuito
monta às organizações mafiosas norte-americanas, que, econômico, transparecendo a imagem de produto
na década de 1920, aplicavam em lavanderias o capital normal de uma atividade comercial, é a chamada
proveniente das muitas espécies do comércio criminoso, fase de integração.  Neste momento, há a conver-
é uma forma genérica de referir-se ao processo ou con- são de dinheiro sujo em capital lícito, adquirindo

47
propriedades e bens, constituindo estabelecimen- - As unidades coercitivas são exclusivamente ad-
tos lícitos, financiando atividades de terceiros, ministrativas, mas podem determinar medidas
além de investir parte deste dinheiro na prática de preventivas como suspensão de transações, con-
novos delitos. gelamento e sequestro de bens.
- As unidades administrativas tem atribuição ex-
Criminalização da lavagem de dinheiro clusiva de sistematização de informações e produ-
Cumpre ressaltar que o início das preocupações mun- ção de análises sobre possíveis operações ilegais
diais com a lavagem de dinheiro data da Convenção de ou atípicas. Não tem poder de determinar medidas
Viena de 1988, ocasião em que os membros da Organi- de coerção ou de iniciar processos judiciais. Ape-
zação das Nações Unidas aprovaram a Resolução que os nas colhem a informação e enviam para os órgãos
obrigava a penalizar a lavagem de capitais oriundos do competentes para a persecução penal ou inves-
tráfico de entorpecentes. tigação, como o Ministério Público e a Polícia. O
Desde então, várias nações passaram a inserir no seu Brasil segue esse modelo.
corpo de normas, dispositivos legais reservados a repri-
mir a utilização de bens, direitos ou valores provenientes, LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES,
direta ou indiretamente, de crimes. CIRCULAR BACEN
Neste sentido, Roberto Podval, ao discorrer sobre o bem
jurídico do delito de lavagem de dinheiro, assevera que:
“O que se nota é que a criminalização da lavagem de A lei 9.613/98 e seus aspectos penais
dinheiro surge como forma de coibir o tráfico ilícito de en- A Lei nº 12.683/12 alterou a Lei nº 9.613/98 para tor-
torpecentes, já que não obstante a intervenção do Direito nar mais eficiente o combate e a prevenção de lavagem
Penal nessa matéria (através de leis cada vez mais seve- de dinheiro. Foram diversas as alterações realizadas, e
ras e com penas menos brandas), tal criminalidade não só dentre elas podem ser destacadas a exclusão do rol de
persiste como aumenta. Assim, uma vez evidenciada a im- crimes antecedentes à lavagem de dinheiro, manutenção
possibilidade de o Direito Penal evitar o tráfico de drogas, da pena de três a dez anos de reclusão para os pratican-
houveram por bem os Estados punir suas consequências”. tes do crime, elevação do valor máximo da multa a ser
Observa-se, portanto, que frente à fracassada e aplicada para 20 milhões de Reais, e aumento do número
inoperante estratégia de atacar as antecedentes ativida- de profissionais que devem reportar-se ao COAF, alcan-
des ilícitas, há um redirecionamento do Direito Penal em çando empresários que negociam direitos de atletas, co-
controlar os efeitos destas, quais sejam, os fluxos finan- merciantes de artigos de luxo, e prestadores de serviços
ceiros oriundos das primeiras atuações ilegais. como por exemplo os contadores.
Seguindo, portanto, a mesma tendência mundial e A fim de garantir o uso, movimentação, ocultação e
diante dos índices de ocorrências envolvendo crime or- disposição de ativos oriundos das mais variadas espé-
ganizado, desvio e lavagem de dinheiro, provenientes cies do comércio criminoso, surge a lavagem de dinheiro,
de variadas transações ilícitas, e da inserção destes te- com o intuito de evitar que se descubra a cadeia criminal,
mas no rol de destaque da construção dogmática e da bem como a identificação de seus agentes.
política criminal, houve nítido interesse do Direito Penal A lavagem de capitais é uma forma genérica de refe-
Brasileiro em atingir um efetivo controle da circulação de rir-se ao processo ou conjunto de operações de ocultar
capitais e suas origens, por meio da criminalização desta a origem do dinheiro ou dos bens resultantes das ativi-
multimencionada conduta. Ademais, a base ética à crimi- dades delitivas e integrá-los no sistema econômico ou fi-
nalização consistiu em evitar que a circulação do dinhei- nanceiro, em operações capazes de converter o dinheiro
ro sujo em circulação no mercado, bem como impedir sujo em dinheiro limpo.
que o dinheiro lavado proporcione outros ilícitos. Considerando que a lavagem de capitais é um proce-
dimento complexo, vários são os métodos ou fases uti-
Unidades de inteligência financeira lizados com a finalidade de lavar o dinheiro: ocultação,
As unidades de inteligência são responsáveis por re- mascaramento e integração.
ceber, além de requisitar, informações sobre operações Seguindo a mesma tendência mundial e diante dos
financeiras atípicas ou suspeitas, analisar e informar às índices de ocorrências envolvendo crime organizado,
autoridades competentes aquelas que constituem indí- desvio e lavagem de dinheiro, e da inserção destes te-
cios do crime de lavagem. mas no rol de destaque da construção dogmática e da
Essas unidades apresentam diferentes estruturas a política criminal, houve nítido interesse do Direito Penal
depender de sua vocação institucional e das tradições Brasileiro em atingir um efetivo controle da circulação de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

jurídicas de cada país. capitais e suas origens, por meio da criminalização desta
Existem basicamente três espécies de Unidades de multimencionada conduta.
Inteligência Financeira, sem considerar as híbridas que A exemplo e por imposição das comunidades internacio-
mesclam elementos de cada uma delas. Vejamos: nais, bem como em razão da globalização do mundo mo-
- As unidades judiciais são previstas, em geral, nos derno, em 1998 foi editada Lei Especial nº. 9.613, destinada a
países em que o Ministério Público é parte inte- coibir as ações dos chamados “lavadores de dinheiro”.
grante do Judiciário. Nesses países as unidades Ocorre que há alguns pontos controvertidos que,
tem natureza persecutória penal porque o próprio almejando asseverar a pena, suprimiram direitos fun-
órgão responsável pela acusação possui instru- damentais, tais como proibição de fiança e inversão do
mentos de acompanhamento ou recebimento de Ônus da Prova em relação à ilicitude dos bens que foram
informações sobre operações suspeitas. objeto de apreensão e ao sequestro.

48
Respeitar a ordem constitucional, neste caso específi- Para efeitos de regulamentação e aplicação das pe-
co, revela  enorme dificuldade no efetivo combate à lava- nas, o legislador preservou a competência dos órgãos re-
gem de dinheiro, isto porque enquanto os agentes crimi- guladores já existentes, cabendo ao COAF a regulamen-
nosos não têm limitações na realização de suas condutas, tação e supervisão dos demais setores.
o Estado tem de respeitar os direitos fundamentais. Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei
Por tudo quanto exposto, concluímos que para o êxi- nº 12.683, de 2012, que trouxe importantes avanços para
to nas operações de combate à lavagem de dinheiro, e, a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, tais como:
por conseguinte, na recuperação de ativos, é necessária • a extinção do rol taxativo de crimes antecedentes,
reforma legislativa que atinja as normas-chave, aprofun- admitindo-se agora como crime antecedente da
damento de programas de capacitação de autoridades e lavagem de dinheiro qualquer infração penal;
servidores, bem como da especialização de juízos e uni- • a inclusão das hipóteses de alienação antecipada e
dades do Ministério Público e da Polícia. outras medidas assecuratórias que garantam que
os bens não sofram desvalorização ou deterioração;
Acessse o link a seguir e veja na íntegra o texto da lei
• inclusão de novos sujeitos obrigados tais como car-
acima citada:
tórios, profissionais que exerçam atividades de as-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9613.htm
sessoria ou consultoria financeira, representantes
de atletas e artistas, feiras, dentre outros;
3.461/2009 E SUAS ALTERAÇÕES E • aumento do valor máximo da multa para R$ 20 milhões.
CARTA-CIRCULAR BACEN ; 3.542/12.
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA Com base na análise de operações suspeitas ou atípi-
cas, o COAF prepara um relatório que é enviado ao Mi-
nistério Público e à Polícia, para que seja averiguado o
Circular Bacen nº 3461, de 2009 e suas alterações
Consolida as regras sobre os procedimentos a serem cometimento ou não de algum delito.
adotados na prevenção e combate às atividades relacio- O COAF faz parte do GAFI e do Grupo de Egmont,
nadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de constituído por algumas unidades financeiras de inteli-
março de 1998. gência, que se reuniram pela primeira vez no Palácio de
Acesse o link a seguir e veja na íntegra o texto: Egmont-Arenberg, em Bruxelas, com o intuito de pro-
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?ur- mover um fórum objetivando impulsionar o apoio aos
l=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fnormativos%- programas nacionais de combate à Lavagem de Dinheiro
2Fbusca%2Fnormativo.asp%3Ftipo%3DCirc%26ano%- dos países que o integram.
3D2009%26numero%3D3461 Referido apoio engloba a ampliação de cooperações
entre os países e a sistematização do intercâmbio de ex-
Carta-Circular Bacen nº 3.542, de 2012 periências e de informações de inteligência financeira,
Divulga relação de operações e situações que podem aperfeiçoando a capacidade e a perícia dos funcionários
configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei das unidades e proporcionando uma efetiva comunica-
nº 9.613, de 3 de março de 1998, passíveis de comunicação ção por meio de aplicação de tecnologia específica.
ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Os organismos internacionais indicam uma série de
Acesse o link a seguir e veja na íntegra o texto: regras para a persecução penal referente ao crime em
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?ur- questão, que, em resumo, se traduzem na cooperação
l=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fnormativos%- das instituições e empresas que possam ser utilizadas
2Fbusca%2Fnormativo.asp%3Ftipo%3DC_Circ%26ano%- para lavagem, sujeitas a deveres de identificação dos
3D2012%26numero%3D3542 clientes, conservação dos registros e comunicação de
operações consideradas suspeitas.
Conselho de Controle de Atividades Financeiras -
Desse modo, o COAF é o principal órgão brasileiro de
COAF
inteligência ao combate ao crime em comento, além de
O COAF é um órgão administrativo, no âmbito do
Ministério da Fazenda, com sede no Distrito Federal, e ser responsável por elaborar autoavaliações, cujos rela-
funciona como agência de inteligência brasileira no com- tórios são enviados anualmente ao GAFI. 
bate ao crime de lavagem de dinheiro.  É a unidade de
inteligência financeira do Brasil. Composição do COAF
É responsável pela prevenção e fiscalização da prática O Conselho é composto de servidores públicos de re-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do delito de lavagem, foi instituído pela Lei no 9.613/98. putação ilibada e reconhecida competência, designados
Tem por finalidade disciplinar, aplicar penas administrati- em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os in-
vas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspei- tegrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central
tas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Supe-
competência de outros órgãos e entidades. rintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral
Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diver- da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de
sos setores econômico-financeiros maior responsabilida- órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departa-
de na identificação de clientes e manutenção de registros mento de Polícia Federal, do Ministério das Relações Ex-
de todas as operações e na comunicação de operações teriores e da Controladoria-Geral da União, atendendo,
suspeitas, sujeitando-as ainda às penalidades adminis- nesses quatro últimos casos, à indicação dos respectivos
trativas pelo descumprimento das obrigações. Ministros de Estado.

49
O presidente do Conselho é nomeado pelo Presiden- Ressalte-se que referido rol de hipóteses é apenas
te da República, cuja indicação é do Ministro de Estado exemplificativo, com intuito de orientar as entidades na
da Fazenda. identificação de operações suspeitas, sendo possível a
ocorrência de outras operações que não estejam nele
Das pessoas sujeitas à lei previstas.
O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pes- Além disso, as entidades também deverão manter
soas obrigadas a comunicar o COAF, em razão das ati- cadastros que possibilitem a identificação do cliente. Da
vidades que exercem, a respeito de qualquer atividade mesma forma, os órgãos verificarão se há compatibili-
atípica ou operações consideradas suspeitas. dade financeira entre as movimentações efetuadas pelo
Dentre essas atividades estão a captação, a interme- cliente e a sua capacidade econômica. Este controle deve
diação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, abranger não só a totalidade das operações de um indi-
em moeda nacional ou estrangeira; a compra e venda víduo, mas também aquelas feitas por grupos e conglo-
de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou merados, conforme recomendação contida na Circular
instrumento cambial; a custódia, emissão, distribuição,
nº. 2.852/1999 do Banco Central do Brasil.
liquidação, negociação, intermediação ou administração
O COAF, após receber a comunicação, avaliará as
de títulos ou valores mobiliários; entre outras previstas
operações suspeitas e, se existirem evidencias de ocor-
no parágrafo único do artigo retro mencionado.
rência do crime de lavagem, efetuará um intercâmbio de
As obrigações a que essas pessoas estão sujeitas se
traduzem em identificar seus clientes e manter registros, informações com as autoridades competentes, conforme
bem como comunicar as operações suspeitas aos órgãos preconiza o art. 15 da Lei.
de inteligência financeira, conforme dispõe os arts. 10 e Cumpre esclarecer que são consideradas autoridades
11 da Lei. competentes, a Polícia Federal e o Ministério Público Fe-
Descrever essas operações consideradas suspeitas ou deral que, de posse dessas de informações, tomarão as
atípicas é uma atribuição da autoridade competente, que medidas necessárias.
por meio da elaboração de uma lista que, a depender das Diante da necessidade de promover esse intercambio
pessoas envolvidas, dos valores, das formas de realiza- de informações entre o COAF e outros organismos, na-
ção, dos instrumentos utilizados, ou pela falta de funda- cionais e internacionais, foi desenvolvido um sistema in-
mento econômico ou legal, possam demonstrar ilicitude. formatizado que permite ao Conselho desempenhar suas
Se houver descumprimento das obrigações elencadas funções com maior agilidade e segurança, o SISCOAF –
no art. 9º, caberá aplicação de sanções administrativas Sistema de Informações COAF, que auxilia nos processos
pela autoridade competente, conforme previsto no art. internos de tomada de decisão, representa um veículo
12 da Lei, a saber: advertência, multa pecuniária, inabili- rápido e eficaz de captação, tratamento, disponibilização
tação temporária para o exercício do cargo de adminis- e guarda de dados.
trador, e até cassação ou suspensão da autorização para O COAF não é dotado de poderes de investigação,
operação ou funcionamento. tem competência para realizar a troca de informações e
O procedimento para aplicação das sanções será re- solicitar a abertura de investigações às autoridades, caso
gulado por decreto, sendo assegurado o contraditório e verifique, nas informações recebidas, solicitadas ou em
a ampla defesa, cabendo recurso ao Ministro de Estado decorrência de suas análises, forte indício de operações
da Fazenda. consideradas suspeitas.
Além disso, também tem o poder de requisitar infor-
A atuação do Coaf mações cadastrais bancárias e financeiras aos Órgãos da
O COAF atua de forma integrada com órgãos super- Administração Pública de pessoas envolvidas em ativida-
visores e entidades representativas de diversos segmen- des suspeitas (art. 14, §3º. da Lei 9.613/98).
tos, tais como: Comissão de Valores Mobiliários – CVM,
Secretaria de Previdência Complementar – SPC, Supe-
O papel do COAF no combate à lavagem de dinheiro
rintendência de seguros privados – SUSEP, Conselho
O COAF, além do seu papel como Unidade de Inte-
Federal de Corretores de Imóveis – COFECI, Associação
ligência Financeira, é também um órgão de regulação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços
e repressão dos setores econômicos que não possuem
– ABECS, Associação Brasileira das Entidades Fechadas
de Previdência Privada – ABRAPP, Federação Brasileira instituição supervisora própria, tais como as empresas de
de Bancos – FEBRABAN. factoring, de comércio de joias e metais preciosos, pe-
Esta integração tem por finalidade evitar que esses dras, objetos de arte e antiguidades.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

setores sejam utilizados para a prática de lavagem de No campo regulatório cabe ao COAF elaborar regras
dinheiro. Desta forma, os órgãos supervisores e as enti- voltadas a estes setores sobre a forma e método de re-
dades representativas que se depararem com operações gistro de informações de clientes e sobre os atos suspei-
atípicas praticadas por seus clientes, tem o dever de in- tos de lavagem que devem ser comunicados, além dos
formar o COAF. previsto em Lei.  Por fim, a função de regulação consiste
O Banco Central do Brasil, visando auxiliar na inter- em o Órgão editar normas que orientem os setores obri-
pretação do que seriam essas operações consideradas gados no art. 9º da Lei 9.613/98.
atípicas ou suspeitas, apresentou a Carta-Circular nº. A atividade repressiva decorre da competência do
2.826/1998, que foi posteriormente complementada pela COAF para instaurar processo administrativo e aplicar
Carta-Circular nº. 3.098/2003, contendo um extenso rol sanções as entidades e pessoas que descumprirem as re-
dessas operações. gras previstas nos arts. 10 e 11 da Lei de Lavagem.

50
As empresas que contam com órgão de controle Resposta: Letra E.
específico, como bancos (regulados pelo Banco Central A Lei 9.613 discorre sobre o crime de lavagem de di-
do Brasil) ou agentes de custódia, emissão, distribuição, nheiro, basicamente, consiste na análise: CADASTRO x
liquidação de títulos ou valores imobiliários (regulados MOVIMENTAÇÃO (verificar se o dinheiro movimenta-
pela CVM), empresas de seguro, capitalização ou previ- do possui lastro, verificar se o dinheiro é lícito, a ma-
dência privada (regulados pela Susep) devem observar as neira como ele foi adquirido é lícita). 
regras estabelecidas pelo órgão regulatório correspon- As instituições financeiras são obrigadas a informar aos
dente (art. 11, §1º. da Lei de Lavagem) e perante estes órgãos responsáveis movimentações atípicas de seus
processados administrativamente. É do órgão regulador clientes: no caso da questão, a matriz no Brasil (da ins-
o papel de normatizador e repressor.  tituição responsável pelo cartão) é obrigada a comuni-
No entanto, todas as entidades responsáveis pelos car acerca desta movimentação atípica no exterior. Ob-
setores sensíveis (art. 9º. da Lei), tenham ou não órgão servação: a Lei não especifica qual a área da instituição
regulador próprio, devem atender as requisições de in- responsável por informar as autoridades competentes,
formações formuladas pelo COAF. como afirmam as demais alternativas.
É função do COAF a organização de estudos e diag- Capítulo V - DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO
nósticos sobre lavagem de dinheiro e formulação de es- DE CONTROLE
tratégias de combate à prática. Para tanto, o órgão tem Art 9°  Parágrafo Único: 
participado de fóruns nacionais e internacionais para o XVIII- as dependências no exterior das entidades men-
desenvolvimento de boas práticas para o enfrentamen- cionadas neste artigo, por meio de sua matriz no
to do delito, como, por exemplo, da ENCLLA (Estratégia Brasil, relativamente a residentes no país.(Incluído pela
Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Di- lei 12.683, de 2012)
nheiro) e do Grupo de Egmont,  que reúne as Unidades (Fonte: ww.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9613.htm)
de Inteligência Financeira de diversos países para apoio
mútuo, formação conjunta e assistência técnica para pre- 02. (CESPE/2016 – FUNPRESP/EXE) A respeito da pre-
venção e repressão a lavagem de dinheiro. venção e do combate à lavagem de dinheiro, julgue os
O crime de lavagem de dinheiro é um fenômeno item que se segue.
mundial, de amplitude internacional, que não atinge As comercializações feitas por pessoas físicas estão ex-
apenas as esferas econômicas e financeiras, mas tam- cluídas do escopo do monitoramento e da prevenção à
bém as sociais, uma vez que fomenta a prática de outros lavagem de dinheiro.
delitos, fazendo-se necessária a união de esforços, bem
como a cooperação mútua entre os países para comba- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
tê-lo e o COAF, na qualidade de unidade de inteligên-
cia financeira, tem desempenhado um importante papel Resposta: Errado
neste certame.12   O art. 9º da Lei de Lavagem apresenta o rol das pessoas
obrigadas a comunicar o COAF, em razão das ativida-
des que exercem, a respeito de qualquer atividade atí-
EXERCÍCIOS COMENTADOS pica ou operações consideradas suspeitas, sendo que,
nesse rol consta pessoas físicas ou jurídicas.
01. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) Sr. X é 03. (CESGRANRIO/2015 – BANCO DO BRASIL) Sr.
cidadão brasileiro, possuindo bens, direitos e obrigações Q é diretor executivo do Banco LX & T, tendo sido
no Brasil, bem como atividades negociais no exterior. Por designado para ser responsável pela implementa-
força de suas atividades empresariais, ele possui um car- ção das medidas previstas na Circular do Bacen no
tão de crédito ilimitado, com validação fora do país, emi- 3.461/2009, bem como pelas comunicações aos ór-
tido por instituição financeira transnacional com autori- gãos nela indicados para a prevenção da lavagem de
zação para atuar no país. Em determinado momento, as dinheiro. Não sendo a instituição integrante de um
sociedades empresariais das quais participa não atingem conglomerado financeiro, não poderá o diretor, nos
as suas metas, gerando prejuízos. Apesar disso, o nível termos da citada Circular, exercer função relativa à
dos seus gastos e transferências externos aumenta, o que (A) gerência de contas de pessoas jurídicas
gera comunicação preventiva aos órgãos de controle. (B) comissão governamental
Nos termos da Lei no 9.613/1998, a comunicação em (C) avaliação de recursos humanos
resposta à requisição do órgão competente ocorrerá por
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

(D) administração de recursos de terceiros


meio da (E) participação em entes associativos
a) seção de auditoria Resposta: Letra D.
b) gerência especial Por isso a importância dos dispositivos, a resposta
c) área de inteligência quase sempre está “ao pé da letra”.
d) responsável financeira Art. 18 - § 1º Para fins da  responsabilidade de que tra-
e) matriz no Brasil ta o caput, admite-se que o diretor indicado desem-
12Fonte: www.ambito-juridico.com.br/Dayane Sanara de Ma-
penhe outras funções na instituição, exceto a relativa
tos Lustosa/www.conteudojuridico.com.br/Norma Jeane Fon- à administração de recursos de terceiros.
tenelle Marques

51
e) funcionam como entidades operacionais o Banco Cen-
tral do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliá-
HORA DE PRATICAR! rios (CVM), a Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) e a Superintendência Nacional de Previdência
1. (FADESP – BANPARÁ – 2018) O Sistema Financeiro Complementar – PREVIC.
Nacional encontra-se estruturado pelo Conselho Mone-
tário Nacional, pelo Banco Central do Brasil, pelo Banco 3. (CESGRANRIO – BANCO DA AMAZÔNIA – 2018)
do Brasil, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- Recentemente duas instituições se fundiram criando a
nômico e pelas demais instituições financeiras públicas e B3.
privadas. Nesse sentido, pode-se afirmar que As instituições que se fundiram foram

a) compete, privativamente ao Banco Central do Brasil e a) Susep e Cetip 


ao Banco do Brasil, a emissão de papel-moeda e mo- b) Cetip e Bacen 
eda metálica, nas condições e nos limites autorizados c) Bacen e CVM
pelo Conselho Monetário Nacional. d) BM&FBovespa e Bacen
b) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e) BM&FBovespa e Cetip
opera como agente financeiro do Governo Federal e
é o principal executor das políticas de crédito rural e 4. (FADESP – BANPARÁ – 2018) Em relação ao Recibo
industrial e de banco comercial do governo. de Depósito Bancário (RDB) e ao Certificado de Depósito
c) as demais instituições financeiras públicas e privadas Bancário (CDB), é correto afirmar que
são responsáveis pela política de investimentos a lon-
go prazo do Governo Federal, necessários ao fortale- a) o RDB é considerado um depósito à vista enquanto o
cimento da empresa privada nacional. CDB é considerado um depósito a prazo.
d) o Banco Central do Brasil opera exclusivamente com b) o RDB é considerado um depósito a prazo enquanto o
instituições financeiras públicas e privadas, vedadas CDB é considerado um depósito à vista.
operações bancárias de qualquer natureza com outras c) o RDB e o CDB são considerados depósitos à vista.
pessoas de direito público ou privado, salvo as expres- d) o RDB e o CDB são considerados depósitos a prazo.
samente autorizadas por lei. e) o RDB e o CDB podem ser tanto depósitos à vista
e) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico tem quanto depósitos a prazo.
a responsabilidade primordial de formular a política da
moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da mo- 5. (CESPE – FUNPRESP-JUD – 2016) No que se refere
eda e o desenvolvimento econômico e social do País. aos investidores qualificados e não residentes e aos títu-
los corporativos, julgue o item subsequente.
2. (FADESP – BANPARÁ – 2018) De acordo com a sub- É permitido por lei que cédula de crédito bancário em
divisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em enti- favor de instituição domiciliada no exterior seja emitida
dades normativas, supervisoras e operacionais, pode-se em moeda estrangeira.
afirmar que:
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
a) funcionam como entidades normativas: o Banco Cen-
tral do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliá- 6. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2014) Uma
rios (CVM), a Superintendência de Seguros Privados desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente
(SUSEP) e a Superintendência Nacional de Previdência à moeda norte-americana (dólar), implica a(o)
Complementar (PREVIC).
b) funcionam como entidades supervisoras: o Conselho a) diminuição do número de reais necessários para com-
Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de prar um dólar.
Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central
Previdência Complementar (CNPC). do Brasil.
c) funcionam como entidades operacionais: Agências de c) diminuição do preço em reais de um produto impor-
Fomento, Associações de Poupança e Empréstimo, tado dos EUA.
Bancos de Câmbio, Bancos de Desenvolvimento, Ban- d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA.
cos de Investimento, Companhias Hipotecárias, Coo- e) aumento das cotações das ações das empresas impor-
perativas Centrais de Crédito, Sociedades de Crédito, tadoras na bolsa de valores.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Financiamento e Investimento, Sociedades de Crédi-


7. (FADESP – BANPARÁ – 2014) As instituições financei-
to Imobiliário e Sociedades de Crédito ao Microem-
ras podem receber depósitos à vista e depósitos a prazo.
preendedor.
As instituições financeiras que não recebem depósitos à
d) funcionam como entidades supervisoras: entidades
vista são
operadoras auxiliares, administradores de mercados
organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa,
a) bancos comerciais e bancos cooperativos.
de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado, as
b) bancos comerciais e bancos de investimentos.
companhias seguradoras, as sociedades de capitaliza-
c) bancos de investimentos e bancos de desenvolvimento.
ção, as entidades abertas de previdência complemen-
d) bancos de desenvolvimento e bancos comerciais.
tar e os fundos de pensão.
e) bancos cooperativos e cooperativas de crédito.

52
8. (CESPE – CAIXA – 2014) No que diz respeito às ca- • Prazo máximo: financiamento em até 420 meses (35 anos);
racterísticas das ações e das debêntures, bem como ao • Tipos de imóvel: novo ou usado; residencial ou comer-
funcionamento do mercado de capitais, julgue o próximo cial; edificado em alvenaria; localizado em área urbana;
item. • Garantia: alienação fiduciária do imóvel.
Em caso de alienação do controle acionário de uma
companhia, o acionista adquirente é obrigado a realizar (Disponível em: <http://www.bb.com.br/portalbb/page44, 116,2117,1,0,1,1.
bb?codigoMenu=172&codigoNoticia= 9518&codigoRet=184&bread=5>.)
oferta pública de aquisição das demais ações ordinárias e Acesso em: 01 ago. 2015.(Adaptado.)
preferenciais, podendo, nesse caso, aplicar um desconto
de, no máximo, 10% em relação ao valor pago pelo bloco A garantia informada
de controle.
a) concede ao devedor a propriedade do imóvel, asse-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO gurada por registro em cartório logo depois do paga-
mento da primeira prestação.
9. (FADESP – BANPARÁ – 2018) Refere-se a uma ope- b) é um tipo de garantia, tal como a fiança, baseada na
ração de crédito bancário com um valor limite. Nor- confiança.
malmente é movimentada pelo cliente através de seus c) possui o mesmo teor legal da hipoteca, já que propor-
cheques, desde que não haja saldo disponível em sua ciona ao credor o direito de reaver o imóvel em caso
conta corrente de movimentação. À medida que entram de inadimplência do devedor, depois de finalizado o
recursos na conta corrente do cliente, eles são usados processo judicial.
para cobrir o saldo devedor. Essas características dizem d) possibilita ao credor, diferentemente da hipoteca,
respeito ao(às) executar o bem sob garantia sem que seja necessário
recorrer ao poder judiciário, caso o devedor se torne
a) Hot Money. irremediavelmente inadimplente.
b) Crédito Rotativo.  e) permite que o credor coloque o imóvel em leilão pú-
c) Contas Garantidas. blico em caso de inadimplência do devedor, ficando
d) Banco Virtual. aquele obrigado a repassar à União eventuais diferen-
e) transferências automáticas de fundos. ças, quando houver, entre o valor arrecadado e o valor
da dívida.
10. (FGV – BANESTES – 2018) Uma das garantias ao
cumprimento de um contrato celebrado no âmbito do 12. (CEF – TÉCNICO BANCÁRIO NOVO – CESGRAN-
Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) é a alienação RIO – 2012) No ato de abertura de uma conta-corrente,
fiduciária. Sobre o instituto e suas disposições legais, os bancos devem apresentar aos clientes todas as con-
analise as afirmativas a seguir. dições básicas para movimentação e encerramento de
conta.
I. Por meio da alienação fiduciária o devedor, ou fi- Essas condições devem constar, obrigatoriamente, no(a):
duciante, com a finalidade de garantia, contrata a
transferência ao credor, ou fiduciário, da proprie- a) folheto de propaganda do banco;
dade resolúvel de bem imóvel. b) contrato de abertura de conta-corrente;
II. A alienação fiduciária poderá ser contratada por c) site do banco, para consulta de todos os interessados;
pessoa física ou jurídica, não sendo privativa das d) intranet do banco, para consulta dos funcionários;
entidades que operam no SFI. e) proposta para cadastro no Banco Central.
III. Constitui-se a propriedade fiduciária de bem imó-
vel através do registro do contrato que lhe serve 13. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO BAN-
de título no competente Registro de Imóveis. CÁRIO NOVO – CESPE – 2014) Julgue os próximos
itens, relativos à abertura e à movimentação de contas-
Está correto o que se afirma em: -correntes.
Candidato a cargo legislativo que esteja inscrito no CCF
a) somente I; não pode abrir conta-corrente.
b) somente II; 
c) somente I e III; (  ) CERTO   (  ) ERRADO
d) somente II e III;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e) I, II e III. 14. (BNB – ANALISTA BANCÁRIO – CESPE – 2018)


No que se refere a procedimentos para abertura, movi-
11. (CESGRANRIO – BANCO DO BRASIL – 2015) Um mentação e encerramento de conta-corrente, julgue os
cliente interessado na compra de um imóvel próprio en- itens a seguir.
contra, entre outras, as seguintes informações no website Para a abertura de conta-corrente, é obrigatória a com-
do Banco do Brasil: pleta identificação do depositante, mediante o preenchi-
mento de ficha-proposta, cujas informações deverão ser
• Percentual máximo financiável: até 90% do valor do verificadas pela instituição financeira a partir dos docu-
imóvel, baseado no menor dos seguintes valores: avalia- mentos originais apresentados.
ção ou compra e venda;
• Forma de pagamento: débito em conta-corrente; (  ) CERTO   (  ) ERRADO

53
15. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESPE
– 2009) Julgue os itens a seguir, acerca do atendimento
prioritário obrigatório nas instituições financeiras. GABARITO
O atendimento prioritário regulamentado por lei com-
preende tratamento diferenciado e atendimento imedia- 1 D
to.
2 C
(  ) CERTO   (  ) ERRADO 3 E
4 D
16. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESPE
– 2009) Julgue os itens a seguir, acerca do atendimento 5 CERTO
prioritário obrigatório nas instituições financeiras. 6 D
A permanência de cão-guia no interior de agência ban-
7 C
cária pode ser licitamente impedida por funcionário res-
ponsável, mesmo diante da apresentação da carteira de 8 ERRADO
vacinação atualizada do animal. 9 C
10 E
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
11 D
17. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESPE 12 B
– 2008) Sob o ponto de vista das instituições financeiras
13 ERRADO
bancárias, as operações podem ser classificadas como
passivas, ativas, de serviços financeiros e de captação de 14 CERTO
recursos. Acerca das operações das instituições financei- 15 CERTO
ras bancárias, julgue os próximos itens.
A atividade bancária é mais orientada por produto que 16 ERRADO
por cliente, pois um mesmo cliente pode ser consumidor, 17 ERRADO
concomitantemente, de diversos produtos. 18 ERRADO
(  ) CERTO   (  ) ERRADO 19 CERTO
20 CERTO
18. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO BAN-
CÁRIO NOVO – CESPE – 2014) No que concerne às
entidades operadoras do SFN, julgue os itens a seguir.
Os bancos de desenvolvimento possuem, tal como os
bancos comerciais, a faculdade de criar moeda na forma
de empréstimos bancários.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

19. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO BAN-


CÁRIO NOVO – CESPE – 2014) No que concerne às
entidades operadoras do SFN, julgue os itens a seguir.
O financiamento de capital de giro e a subscrição ou
aquisição de títulos e valores mobiliários fazem parte das
operações ativas dos bancos de investimento.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

20. (CEF – TÉCNICO BANCÁRIO NOVO – ADMINIS-


TRATIVA – CESPE – 2014) Com relação ao CRSFN, jul-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

gue os itens a seguir.


Constitui atribuição do CRSFN julgar a aplicação de mul-
tas e custos financeiros associados a recolhimento com-
pulsório.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

54
ÍNDICE

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Linguagens de programação: Java (SE 8 e EE 7), Phyton 3.6, JavaScript/EcmaScript 6, Scala 2.12 e Pig 0.16................... 1
Estruturas de dados e algoritmos: busca sequencial e busca binária sobre arrays, ordenação (métodos da bolha,
ordenação por seleção, ordenação por inserção, lista encadeada, pilha, fila, noções sobre árvore binária), noções de
algoritmos de aprendizado supervisionados e não supervisionados;............................................................................................... 15
Banco de dados: conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD), modelagem
conceitual de dados (a abordagem entidaderelacionamento), modelo relacional de dados (conceitos básicos,
normalização), banco de dados SQL (linguagem SQL (SQL2008), linguagem HiveQL (Hive 2.2.0)), banco de dados
NoSQL (conceitos básicos, bancos orientados a grafos, colunas, chave/valor e documentos), data Warehouse
(modelagem conceitual para data warehouses, dados multidimensionais);................................................................................... 17
Tecnologias web: HTML 5, CSS 3, XML 1.1, Json (ECMA-404), Angular.js 1.6.x,Node.js 6.11.3, REST;................................... 22
Manipulação e visualização de dados: linguagem R 3.4.2 e R Studio 5.1, OLAP,.......................................................................... 32
MS Excel 2013;......................................................................................................................................................................................................... 33
Sistema de arquivos e ingestão de dados: conceitos de MapReduce, HDFS/Hadoop/YARN 2.7.4,Ferramentas de
ingestão de dados (Sqoop 1.4.6, Flume 1.7.0, NiFi 1.3.0 e Kafka 0.11.0).......................................................................................... 49
LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO: JAVA (SE 8 E EE 7), PHYTON 3.6, JAVASCRIPT/
ECMASCRIPT 6, SCALA 2.12 E PIG 0.16

Nós falamos por meio de um idioma, no caso, nós brasileiros, falamos o idioma Português, já o computador entende
binário. Então para que ambos consigam se comunicar, é necessário um interlocutor, e esse interlocutor é a linguagem
de programação. Com ela, é possível programar de uma forma que um compilador traduza as instruções para o com-
putador. Um compilador é o que transforma os códigos nas instruções, ou seja, é um interpretador.
As Linguagens de Programação são programas que fazem outros programas, são usadas por desenvolvedores para
criar softwares que sigam exatamente um determinado requisito.

#FicaDica
Tão importante quanto saber as linguagens de programações é saber a lógica de programação, pois
com uma boa lógica é possível programar em qualquer linguagem.

Java (SE 8 e EE 7)

O Java para muitos é uma linguagem de programação orientada a objetos, mas o termo também se refere às inú-
meras aplicações que podem ser utilizadas no cotidiano de uma navegação na internet, até mesmo o Sistema Opera-
cional Android por exemplo toda vários aplicativos desenvolvidos em Java.
Ele foi criado no início dos anos 90 por James Gosling, da Sun Microsystems, que hoje é a Oracle Corporation.
Imporrtante mencionar que o Java faz bastante sucesso tanto entre os programadores quanto usuários comuns por
permitir um rápido desenvolvimento e por ter a capacidade de rodar em qualquer sistema que possua suporte à Java
Virtual Machine (JVM), ou Máquina Virtual Java.

Figura 1: Logotipo Java

O Java 8 é a release mais recente do Java que contém novas funcionalidades, aprimoramentos e correções de
bug para aumentar a eficiência do desenvolvimento e execução de programas Java. A nova release do Java primeiro
é disponibilizada para desenvolvedores, a fim de permitir um tempo adequado de teste e certificação, e só então fica
disponível no site java.com para que usuários finais façam download.
 Essa atualização teve seu momento mais crítico em janeiro de 2015, os usuários com a funcionalidade de atualiza-
ção automática ativada estão sendo solicitados a atualizar do Java 7 para o Java 8. Além disso, a release para CPU de
abril de 2015 será a última versão do Java 7 disponível publicamente.
As interfaces do Java 8 podem definir métodos static. Por exemplo, a classe java.util.Comparator agora possui o
método static naturalOrder:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

public static <T extends Comparable<? super T>> Comparator<T> naturalOrder() {


return (Comparator<T>) Comparators.NaturalOrderComparator.INSTANCE;
}

Isso significa que é possível as interfaces fornecerem métodos padrões, permitindo que o desenvolvedor adicione
novos métodos sem quebrar os códigos existentes. Por exemplo, o padrão forEach foi incluído na interface java.lang.
Iterable:

public default void forEach(Consumer<? super T> action) {


Objects.requireNonNull(action);
for (T t : this) {

1
action.accept(t);
}
}

FIQUE ATENTO!
Sempre que tivermos mais que uma instrução após um if, for, while, entre outros comandos, deve-se deixar
essas instruções entre chaves ({}), com esse conhecimento é possível eliminar algumas alternativas de ques-
tões.

Deixando claro que uma interface não pode fornecer uma implementação padrão para os métodos da classe Object.

Expressão Lambda
Além de ficar mais prático de escrever o código sem o uso direto da Collections, pode-se também criar o Compa-
rator de maneira bem mais leve sem a utlizaçãoda sintaxe de classe anônima:

Comparator<String> comparador = (s1, s2) -> {


return Integer.compare(s1.length(), s2.length());
};

=Essa é a sintaxe do Lambda no Java 8, podendo rodar em qualquer interface funcional. Uma interface funcional é
aquela que possui apenas um método abstrato (semanticamente falando pode haver diferenças).
Com isso o compilador consegue mensurar qual método está sendo implementado nessas linhas. Diferente da
geração de classes em tempo de compilação, como é feito para as classes anônimas, o lambda do Java 8 utiliza Me-
thodHandles e o invokedynamic.
 
Referências de métodos: São expressões lambdas compactas para métodos que já possuem um nome. Abaixo é
possível observar amostras de referências de métodos, com o seu equivalente em expressão lambda à direita:

String::valueOf x -> String.valueOf(x)


Object::toString x -> x.toString()
x::toString () -> x.toString()
ArrayList::new () -> new ArrayList<>()
 
java.util.function: Muitas novas interfaces funcionais foram adicionadas no pacote java.util.function. Abaixo alguns
exemplos:

• Function<T, R> − recebe T como entrada, retorna R como saída;


• Predicate<T> − recebe T como entrada, retorna um valor booleano como saída;
• Consumer<T> − recebe T como entrada, não retorna nada como saída;
• Supplier<T> − não recebe entrada, retorna T como saída;
• BinaryOperator<T> − recebe duas entradas T, retorna um T como saída.
 
java.util.stream: O novo pacote java.util.stream fornece classes para apoiar operações no estilo funcional sobre os
fluxos de dados. Uma maneira comum de obter um fluxo será por meio de uma coleção (collection):

Stream<T> stream = collection.stream();


 
 Java.time: A nova API de data e hora está dentro do pacote java.time. Todas as classes são imutáveis e thread-safe.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Os tipos de data e hora inclusos são: Instant, LocalDate, LocalTime, LocalDateTime e ZonedDateTime. Além das datas
e horas, também existem os tipos Duration e Period. Para completar também foram incluídos os tipos Month, DayO-
fWeek, Year, Month, YearMonth, MonthDay, OffsetTime e OffsetDateTime. A maioria das novas classes de data e hora
são suportadas pelo JDBC.
 
Houve também uma melhora a habilidade do compilador Java para inferir tipos genéricos e reduzir os argumentos
de tipos informados nas chamadas dos métodos genéricos, ou seja, foi melhorada a inferência de argumentos e o en-
cadeamento de chamadas permite escrever um código como o visto abaixo:

foo(Utility.bar());
Utility.foo().bar();

2
Já para filtrar as Strings com menos de 8 caracteres O mesmo exemplo usando for ficaria assim:
em nossa lista pode-se fazer assim:
public class ExemploFor {
palavras.stream()     public static void main(String args[]) {
.filter(s -> s.length() < 8)         int i = 0;
.forEach(System.out::println);         for (i=0;i<30;i++) {
            System.out.println(«Repetição nr: « + i);
O método filter recebe a interface funcional Predica-         }
te como parâmetro. Essa interface possui apenas o méto-     }
do test que recebe T e retorna um boolean. }

No caso das  anotações de tipos que poderão ser Java EE é um conjunto de especificações destinadas
escritas em mais locais, como um argumento de tipos para facilitar a criação de aplicações “Enterprise” em Java.
genéricos como List<@Nullable String>. Aprimorando Com isso, o Java EE define um modelo de programação
assim a detecção de erros pelas ferramentas de análise para criar aplicações para empresas, onde diversas tare-
estáticas o que fortalecerá e refinará o sistema de tipos fas comuns (persistência de dados, validações, transa-
ções, tratamento de requisições HTTP, entre outras) são
embarcados no Java.
especificadas e “colocadas no papel” para todos lerem,
O Nashorn é a implementação mais nova, leve e de
implementarem e usarem.
alto desempenho de JavaScript integrado no JDK. O
As aplicações podem ser desenvolvidas em qual-
Nashorn é o sucessor do Rhino com desempenho apri-
quer IDE (ambiente integrado de desenvolvimento) re-
morado e melhor uso de memória. Ele contará com a cente que tenha suporte ao Java EE, as mais utilizadas
API javax.script, mas não incluirá o suporte a DOM/CSS são, o Eclipe e o Netbeans.
e também não incluirá API de plugins para navegadores. O código pode ser executado após a criação e teste
  de seu sistema, no momento de colocar em produção, é
Outro método que será muito utilizado no cotidiano necessário utilizar um servidor de aplicação que compro-
do programador Java 8 é o map, que é utilizado quando vadamente suporta todas as especificações JavaEE. Ao
precisa-se aplicar transformações na lista sem a necessi- seguir todas as especificações, é possível utilizar qualquer
dade de variáveis intermediárias. um dos servidores aprovados, entre os quais destaca-se
Para se usar o IF no java, a sintaxe é: o JBoss Application Server que passou a chamar Wildfly,
o Glassfish e o TomEE, todos eles trabalham com código
if ( condição ){ aberto e são gratuitos.
caso a condição seja verdadeira Servidores de aplicação representam a divisão en-
esse bloco de código será executado tre a programação e a infraestrutura, por esse motivo
} os mesmos levam a um assunto complexo cujo estudo
Por exemplo, para mandar uma mensagem quando o pode levar a certificações exclusivas, independente dos
Canal do Ovidio tiver mais de 5 mil inscritos no Youtube. conceitos por trás do JavaEE.

if (inscritos > 5000) {


System.out.println(“Meta atingida”);} EXERCÍCIO COMENTADO
else{
System.out.println(“Meta não atingida”);}
1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - PROFISSIONAL
JÚNIOR - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE
FIQUE ATENTO! DE SISTEMAS) Uma certa tecnologia Java foi projetada
Tanto FOR como WHILE trabalham estruturas para permitir que desenvolvedores criem facilmente apli-
de repetição, fique atento que ao usar FOR, cações Web com interfaces ricas (RIAs) que se compor-
o valor inicial, o valor final e o incremento tem de forma consistente em múltiplas plataformas. Essa
sempre ficam na mesma linha. tecnologia é a:

a) JavaServer Faces.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos ver agora uma exemplo usando while para re- b) JavaFX.
petir um determinado código 30 vezes: c) JSP.
d) EJB.
public class ExemploWhile { e) JRE.
    public static void main(String args[]) {
        int i = 0; Resposta: Letra B
        while (i < 30) { JavaFX é uma plataforma de software multimídia de-
            System.out.println(“Repetição nr: “ + i); senvolvida pela Sun Microsystems baseada em java
            i++; para a criação e disponibilização de Aplicação Rica para
        } Internet que pode ser executada em vários dispositivos
    } diferentes. A versão atual (JavaFX 2.1.0) permite a cria-
} ção para desktop, browser e dispositivos móveis

3
2. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO • Spyder 2 : Ambiente de desenvolvimento criado
FINANCEIRA II) Em um programa Java, considere a especificamente para programadores Python. Gra-
existência de uma variável do tipo long chamada cod tuito.
contendo o valor 1234. Para passar o valor contido nessa • Eric4 : Um dos mais completos IDEs não comerciais
variável para uma variável do tipo byte chamada codNo- disponíveis no mercado. Gratuito.
vo, deve-se fazer casting. Para isso, utiliza-se a instrução: • DrPython : Editor de texto criado com wxPython
byte codNovo = para ser utilizado em escolas. Gratuito.
• IPython : Shell em modo texto com recursos po-
a) Byte.valueOf(cod);. derosos, que pode ser incorporada em projetos.
b) (long) cod;. Gratuito.
c) Byte.pasreByte(cod);. • KDevelop :  IDE para GNU/Linux e outros, com su-
d) (byte) cod;. porte a Python. Gratuito.
e) (cast) cod;. • PythonCard :  Kit de desenvolvimento de GUI para
aplicações multiplataforma em Windows, Mac OS
Resposta: Alternativa D X e Linux, usando a linguagem de programação
Java você possui os tipos primitivos byte, char, short, Python. Gratuito.
int, long, float, double e boolean e para cada tipo exis- • PyPE : Editor Python, leve, prático e rico em recur-
te uma classe empacotadora Byte, Character, Short, sos e multiplataforma. Gratuito.
Integer, Long, Float, Double e Boolean. Para atender o • Rodeo : IDE focada na análise de dados. Gratuito.
procedimento acima o correto é (byte) cod;. • Iron Python : Implementação da linguagem Python
para o framework .NET que permite integração
Phyton 3.6 com o Visual Studio, da Microsoft, e outros IDEs.
Python é uma linguagem de alto nível com uma pro- Gratuito.
posta geral por ser multi paradigma, indo desde o pro- • Pillow : Biblioteca de manipulação de imagens para
cedural até a orientação a objetos, sua tipagem dinâmica Python. Gratuito.
permite uma fácil leitura do código e o melhor com pou- • Refactoring Bycicle Repair Man : Ferramenta de au-
cas linhas, quando comparado com outras linguagens. tomação de refactoring para Python. Gratuito.
É muito utilizado para páginas dinâmicas para a web, • Rope : Biblioteca de refactoring para Python. Gra-
criação de CGIs e até mesmo para dados científicos, lem- tuito.
brando que é gratuita, possui uma comunidade online • PyInstaller : Instalador de aplicações criadas em Py-
gigante, constante aumento das bibliotecas, além de thon. Gratuito.
uma linguagem funcional, fácil de ler, aprender e focada • Gooey: Converte aplicações em texto para interfa-
em produtividade. ce gráfica. Gratuito.
Para a instalação é necessário acessar o https://www. • Pyrasite : Ferramenta que permite injeção de códi-
python.org/. Uma vez o programa baixado é possível go em processos Python. Gratuito.
acessá-lo pelo ícone executável, ou até mesmo construir • Pandas : Biblioteca de análise de dados para Py-
os códigos em Notepad++ e executar pelo Prompt de thon. Gratuito.
Comando. • Arrow : Biblioteca de conversão, criação e manipu-
lação de datas. Gratuito.
• Beautiful Soup : Biblioteca de produtividade para
#FicaDica extração de dados. Gratuito.
• Apache Libcloud : Biblioteca que permite conexão
A ferramenta certa para a tarefa certa é fun-
com a API de diversos serviços de nuvem. Gratuito.
damental para se aventurar em uma nova lin-
guagem de programação. Felizmente, já existe
Abaixo é possível ver alguns exemplos de operações
todo um ecossistema de programas focados
simples feitas no Python. O primeiro código abaixo não é
para desenvolvedores de Python.
exatamente a saída do Terminal, afinal ao executar linha
a linha, os comentários não aparecerão. Além disso, não
• Idle :   Esse é o editor básico que vem com a insta- será utilizado o símbolo ‘>>>’ que aparece no terminal.
lação do próprio Python. Gratuito. Entenda que a ordem de cada conjunto de três linhas é:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Komodo-Edit : Um dos mais populares editores comentário, comando do usuário e saída do Python.
para a linguagem, rico em recursos para desenvol- Começando pelo básico, o Python serve como uma
vedores. Pago, com versão de testes. calculadora. Veja alguns cálculos que podem ser feitos
• Wing : Um dos mais poderosos e elogiados IDEs com a ferramenta:
do mercado. Com versões gratuita e profissional.
• NINJA-IDE : IDE multiplataforma com suporte a Py-
thon. Gratuito.
• PyCharm : IDE profissional dotada de um conjun-
to de ferramentas úteis para agilizar o desenvolvi-
mento. Pago.
• SPE : IDE desenvolvido com wxPython, com funcio-
nalidades poderosas. Gratuito.

4
1 # modulo math
2 import math as math
3  
4 # calcula log de 10
5 math.log(10)
6  
7 # calcula modulo de -10
8 math.fabs(-10)
9  
10 # calcula raiz quadrada de 4
11 math.sqrt(4)
12  
13 # calcula somatorio de 1,1,1,1,1
14 math.fsum([1,1,1,1,1])

Antes da criação dos gráficos, é bom importar o arqui-


vo com os dados que serão utilizados. Primeiro é preciso
importar a biblioteca Pandas utilizar a função read_csv():

1 # carrega biblioteca
2 import pandas as pd
3  
4 # carrega arquivo
5 iris = pd.read_csv(“../Iris.csv”)

Pandas também possui outras funções comuns para


manipulação de dados, como drop(), groupby() e rena-
me().

Para leitura das primeiras linhas da tabela importada,


a função será parecida com a utilizada no R. Deve ser uti-
lizado o comando head(), mas este deve ser antecedido
pelo nome da tabela em questão:

1 iris.head()
Se quiser fazer algo mais amigável, insira um texto:
HISTOGRAMA E GRÁFICO DE DISPERSÃO
Pode-se fazer também histograma e gráfico de dis-
persão X Y, vejamos abaixo:

## histograma
1 iris.plot(kind=”hist”, x=”SepalLengthCm”,
2 y=”SepalWidthCm”)
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Alguns operadores que pensamos ser triviais, não fun-


cionam no Python, a não ser que seja utilizada alguma
biblioteca ou módulo. É o caso do logaritmo, valor absolu-
to, raiz quadrada e somatório que fazem parte do módu-
lo math. Para utilizá-la, primeiro importamos e atribuímos
um nome, para em seguida fazer uso da função com no-
meatribuido.nomedafuncao. Veja o exemplo abaixo:

5
Também é possível fazer um gráfico de dispersão:

1 ## grafico de dispersao
2 iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”, y=”SepalWidthCm”)
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Algumas pequenas mudanças podem ser feitas sem grandes dificuldades no gráfico acima, como por exemplo
alterar seu título e sua cor:

## grafico de dispersao
1 iris.plot(kind=”scatter”, x=”SepalLengthCm”, y=”SepalWidthCm”, color=’Green’, title=’Grafico de
2 Dispersao’)

6
Note que o Python é bem coerente. Uma vez que se entende que o nome da tabela sendo utilizada deve anteceder
as funções, a sintaxe começa a fazer sentido e até se assemelha ao R.
Outras bibliotecas capazes de fazer gráficos mais elegantes são a Seaborn e Bokeh.
Em relação aos módulos e bibliotecas, dentro de cada uma é disponibilizado um conjunto de funções já construídas
para facilitar as tarefas dos usuários. Algo que pode causar estranheza é que às vezes aparecerá a palavra biblioteca
(library) e outras vezes a palavra módulo (module). Porém, não há muito o que se preocupar, a ideia é a mesma, uma
biblioteca é apenas uma forma de fazer referência ao módulo

Estrutura Condicional Simples: Vamos ver como fazer uma estrutura condicional em Python. Iremos verificar se a
soma dos valores que o usuário informou é maior que zero e exibir o resultado na tela.
Abaixo podemos perceber a estrutura do condicional IF:
if soma > 0:
print “Maior que Zero.”

Estrutura Condicional Composta: A Estrutura Condicional Composta executa um comando quando a condição for
verdadeira e outra condição quando for falsa. Vamos melhorar o nosso exemplo anterior, agora teremos que mostrar a
mensagem “Menor que Zero” caso o resultado da soma seja menor que zero, como podemos ver abaixo:
if soma > 0:
print “Maior que Zero.”
else:
print “Menor que Zero.”

Loops com FOR e WHILE: Em algumas situações, é comum que uma mesma instrução (ou conjunto delas) precise
ser executada várias vezes seguidas. Nesses casos, normalmente utilizamos um loop (ou laço de repetição), que permite
executar um bloco de código repetidas vezes, enquanto uma dada condição é atendida.
Em Python, os loops são codificados por meio dos comandos for e while. O primeiro nos permite percorrer os itens
de uma coleção e, para cada um deles, executar um bloco de código. Já o while, executa um conjunto de instruções
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

várias vezes enquanto uma condição é atendida.

Na Listagem 2 temos um exemplo de uso do comando for.

7
1 nomes = [‘Pedro’, ‘João’, ‘Leticia’]
2 for n in nomes:
3    print(n)
4 >>>
5 Pedro
6 João
7 Leticia
Listagem 2.Comando for
A variável definida na linha 1 é uma lista inicializada com uma sequência de valores do tipo string. A instrução for per-
corre todos esses elementos, um por vez e, em cada caso, atribui o valor do item à variável n, que é impressa em segui-
da. O resultado, então, é a impressão de todos os nomes contidos na lista, como vemos nas linhas 5 a 7.
O comando while, por sua vez, faz com que um conjunto de instruções seja executado enquanto uma condição for
atendida. Quando o resultado passa a ser falso, a execução é interrompida, saindo do loop, e passa para o próximo
bloco.
No código a seguir, vemos um exemplo de uso do laço while, onde definimos a variável contador, iniciando com 0,
e enquanto seu valor for menor que 5, executamos as instruções das linhas 3 e 4.

01 contador = 0
02 while contador < 5:
03     print(contador)
04     contador = contador + 1
Observe que na linha 4 incrementamos a variável contador, de forma que em algum momento seu valor ultrapasse
5. Quando isso for verificado na linha 2, o laço será interrompido. Caso a condição de parada nunca seja atingida, o
loop será executado infinitamente, gerando problemas no programa.
Estruturas de controle, condicionais e de repetição, estão presentes na maioria das linguagens de programação e
representam uma parte fundamental de cada uma delas. Sendo assim, é muito importante conhecer a sintaxe e o fun-
cionamento dessas estruturas.
Nota: Em Python, para indicar o bloco de código pertencente ao while, devemos apenas indentar o código, confor-
me demonstrado no exemplo.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL – INFORMÁTICA) Em Python, os métodos de lista permitem uti-
lizar listas como pilhas, onde o item adicionado por último é o primeiro a ser recuperado. Para adicionar um item ao
topo da pilha, e para recuperar um item do topo da pilha utilizam-se, respectivamente os métodos:

a) append() e pop().
b) insert() e top().
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

c) addTop() e pop().
d) add() e get().
e) addItem() e top().

Alternativa correta: A
A função append(), do inglês, significa “anexar”, logo, aqui no Python, essa função irá adicionar o elemento passado
como argumento ao final da lista. Existem duas maneiras de usar o método pop . A primeira, sem parâmetros, re-
move e retorna o último item da lista. Se for dado um argumento para a posição, pop remove e retorna o item da
posição. De qualquer maneira a lista é alterada.
JavaScript/EcmaScript 6

8
#FicaDica
ECMAScript x JavaScript x ES: Uma dúvida bem comum é o porquê dessa mudança do nome.  Na verdade
não houve nenhuma mudança: JavaScript é como nós chamamos a linguagem, só que esse nome é um tra-
demark da Oracle (que veio após a compra da Sun). O nome oficial da linguagem é ECMAScript. E ES é
simplesmente uma abreviação do mesmo.

A sintaxe da ECMAScript é bem similar a algumas linguagens como C e Java. Identificadores: É o nome de uma
variável, função, propriedade ou argumento de uma função.
Regras Básicas: O primeiro caractere deve ser uma letra, underscore _, ou o símbolo de dólar $. Os outros caracteres
podem ser letras, underscores, símbolo de dólar ou números. Não é recomendado o uso de acentuação, embora seja
permitido.

Abaixo alguns exemplos de identificadores válidos:


var myVar;
var _Ovidio;
var $Netto;

Importante mencionar que todos os identificadores são case-sensitive, ou seja, diferenciam as letras maiúsculas e
minúsculas.
Uso de camel case (modo camelo): Por convenção os identificadores da ECMAScript usam camel case, ou seja, a
primeira letra é minúscula e cada nova palavra começa com uma letra maiúscula. Isso melhora a leitura dos identifica-
dores. Seguem alguns exemplos:
var myVar;
var firstOvidio;
var lastNetto;

function minhaFuncaoIncrivel() {
console.log(“Se inscreva no Canal do Ovidio no Youtube”);
}

Não é obrigatório seguir essa recomendação, mas é bom que em seu projeto tenha um padrão de como dar nome
aos identificadores e que você siga ele durante todo o desenvolvimento.
A ECMAScript utiliza o mesmo padrão para comentários da linguagem C e similares, tanto para comentários de uma
única linha como blocos de comentários.
Os comentários em uma única linha começam com //. Tudo que estiver após //, até o final da linha, será ignorado
pelo motor JavaScript, não vai ser executado.
Também é possível adicionarmos um comentário no final da mesma linha que ocorre a declaração:
var a = 3 + 2;
console.log(a); // Imprime no console o valor de ‘a’
Podemos utilizar também para desabilitar a execução de uma declaração, isso pode ser útil ao procurarmos resolver
erros em nosso código:
var a = 3 + 2;
//a = a * 5;
console.log(a);

Agora, se um trecho de código precisar de uma explicação mais detalhada, podemos usar o bloco de comentário.
Iniciamos ele com /*, e podemos então nas próximas linhas escrever nosso comentário e ao final usar */ para indi-
carmos o final do bloco de comentário.
É comum usar este tipo de comentário para separar os principais blocos de nosso código, por exemplo as funções.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Ao rolarmos pelo arquivo conseguimos ver mais claramente a separação de cada parte.
/**
* Isso é um bloco
* de comentário
*/

FIQUE ATENTO!

Algumas bancas colocam algo errado entre comentários, isso não desqualifica a questão, uma vez que o
que é colocado no comentário não é compilado.

9
Nas linguagens de programação um grupo de instru- As declarações são compostas de uma ou mais ex-
ções que executam uma determinada tarefa é chamado pressões. Uma expressão é composta de valores, ou um
de declaração. grupo de variáveis e valores combinados com operado-
A maioria dos programas em JavaScript são compos- res.
tos de várias declarações. Vejamos um exemplo: a = 1 + b;
var x = 35; No exemplo acima temos várias expressões:
var y = 22; 1 é uma expressão literal
var z = x + y; b é uma expressão de uma variável, nela o valor
console.log(z); de b é adquirido
1 + b é uma expressão aritmética, onde 1 é somado
No código acima, em cada linha temos uma declara- ao valor adquirido de b
ção que será executada na ordem em que aparece. a = 1 + b é uma expressão de atribuição, onde es-
Para separarmos as declarações, usamos em JavaS- tamos atribuindo o resultado da expressão aritmética a
cript, o ponto e vírgula ; no final delas. Conforme vemos variável a
no exemplo anterior. Para fazermos uso das declarações precisamos execu-
É possível escrevermos várias declarações em uma tar nosso programa JavaScript. Para isso as linguagens de
mesma linha e separarmos elas com ; conforme segue:
computação costumam usar um interpretador ou compi-
var x = 35; var y = 22; var z = x + y;
lador para traduzir nosso código em um que o computa-
console.log(z);
dor possa executar.
Em algumas linguagens isso ocorre por cada linha ir
O uso de ; não é obrigatório em JavaScript, a lingua-
gem vai procurar descobrir onde começam e terminam sendo interpretada de cima para baixo, conforme foram
as declarações. Alguns desenvolvedores apoiam a ideia escritas no código. Isso ocorre toda vez que executamos
de usarmos ela apenas onde estritamente necessário. nosso programa.
Provavelmente o local onde você trabalha deve ter já Em outras linguagens, como C e Java, a tradução de
uma forma de trabalhar. Você vai ter que se adaptar ao nosso código para um que o computador possa rodar
que é usado pela empresa para manter a consistência do ocorre previamente a execução, chamamos isso de com-
código. pilar o código. Mais tarde sempre que executarmos nosso
Se você, além de JavaScript, programa em outras lin- programa estamos na verdade executando as instruções
guagens que usam ; talvez opte por usar também em JS. que foram compiladas já na linguagem do computador.
O contrário também é verdade, se programa em Py- Normalmente JavaScript é associado como sendo
thon talvez prefira não usar ;. uma linguagem interpretada, já que nosso código é in-
No final das contas, o importante é você escolher um terpretado toda vez que executamos ele, mas isso não é
padrão e se manter nele durante todo seu projeto. totalmente verdade. Os motores JavaScript toda vez que
Espaços em branco executamos nosso programa, compilam nosso código e
Vários espaços em branco seguidos são ignorados imediatamente executam ele.
pelo motor JavaScript. É recomendável adicionar espaços Toda linguagem reserva algumas palavras chave e ou-
para tornar o código mais legível. Também é uma boa tras reservadas para seu uso interno, não é diferente com
prática colocar espaços em branco em volta dos opera- JavaScript.
dores = + - * /. Um exemplo disso é var, não podemos usar ela para
var firstName=”Ovidio”; o nome de um a variável pois é reservada para uso da
var job = “Professor na Nova Concursos”; linguagem, ou seja, não podemos ter a seguinte declara-
var age = 35; ção var var = “Minha variável”;.

var x=y+z;
var x = y + z;
EXERCÍCIO COMENTADO
Para uma melhor leitura do código, programadores
muitas vezes evitam que as linhas de código ultrapassem 1 .(CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
80 caracteres. Se uma declaração não couber em uma GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca do conceito de in-
linha, o melhor é quebrar ela em uma nova linha. O me- terface de interação com usuário, interface gráfica, ergo-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

lhor ponto para fazermos isso é após algum operador, nomia e usabilidade, julgue os próximos itens.
conforme vemos nas linhas 6 e 7 abaixo: Uma página desenvolvida em conformidade com as nor-
var firstName = “Ovidio”; mas sintáticas de Javascript, Java ou PHP terá necessaria-
var lastName = “Netto”; mente usabilidade de boa qualidade, bem como de boa
var job = “Professor na Nova Concursos “; acessibilidade.
var age = 35;
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
console.log(“Meu nome é “ + firstName + “ “ +
lastName + Resposta: Errado
“. Tenho “ + age + “ anos e trabalho como quem determina a usabilidade é o front-end, mesmo
“+ tudo bem programado, pode possuir erros.
job + “.”);

10
Scala 2.12
1 scala> 1.+(1)
A Linguagem Scala (Scalabel Language) é uma lin-
e aperte Enter. Repare na saída:
guagem de programação de propósito geral baseado em
dois paradigmas: o orientado a objetos e funcional. Ela é 1 res1: Double = 2.0
fortemente baseada no Java, mas inclui uma série de re-
quisitos, principalmente retirados de linguagens funcio- Com exceção do tipo que era int e agora é Double,
nais, para deixar o desenvolvimento de aplicações mais o funcionamento é exatamente o mesmo. Tal sintaxe já
simples do que em Java. Scala roda na máquina virtual deve estar bem claro na cabeça da maioria dos progra-
Java, e isso traz a vantagem de permitir o uso de classes madores, mas a primeira sintaxe é só uma maneira dife-
e métodos Java em um programa Scala, e vice e versa. tente de se fazer a mesma chamada.
Outras características da linguagem Scala são: Vamos definir uma função para entender um pouco
mais da sintaxe. Digite o seguinte:
• Inferência de Tipos: Em Scala não precisamos
declarar explicitamente o tipo das variáveis, pois 1 scala> def a = 2 + 2
o próprio compilador infere os tipos no momen-
to do uso delas, o que traz grande flexibilidade na 2 a: Int
programação;
Aqui define-se uma função com o nome ‘a‘ que não
• Pattern Matching: Funciona mais ou menos como
recebe parâmetros, e devolve o resultado da soma ‘2 +
um Switch/Case, mas é muito mais poderoso, per- 2‘. A palavra restrita return não é necessária, o com-
mitindo a comparação utilizando expressões regu- pilador consegue inferir que a última expressão da
lares; função será o valor devolvido. Repare também que
• Traits: É um conceito de várias linguagens de pro- não precisamos definir o tipo que a função devolve, o
gramação OO, que foi adicionado em Scala tam- qual também foi inferido pelo compilador. Scala é uma
bém, e é mais ou menos como uma interface Java, linguagem tipada em tempo de compilação, portanto o
mas que permite que os métodos sejam imple- seguinte trecho não compila:
mentados, e não apenas declarados;
• Funções de Alta Ordem: Em Scala funções são 1 scala> var b = “abc”
objetos, por isso podemos utilizá-las de muitas 2 b: java.lang.String = abc
formas, como por exemplo, passá-las como parâ-
metros para outras funções. 3
• Objetos: Em Scala tudo é um objeto, inclusive 4 scala> b = a
os tipos básicos, como Integers e Floats, e até
funções. 5 <console>:7: error: type mismatch;
A linguagem Scala está sendo usada em diversas 6  found   : Int
empresas, como por exemplo, o Twitter, o GitHub e o
FourSquare, e em diversos projetos OpenSource famo- 7  required: java.lang.String
sos, como por exemplo, o Apache Spark. 8        b = a
Para instalar o Scala basta acessar a página oficial e
baixar a versão de acordo com sua plataforma. Feito isso, 9            ^
descompacte o conteúdo em alguma pasta na sua má-
quina e adicione a pasta ‘bin‘ ao path do seu sistema Observe que o compilador inferiu que o tipo da va-
operacional. Para se certificar que foi tudo instalado cor- riável ‘b‘ é String (note que é o String do java), e que o
retamente, abra um console e digite ‘scala‘, o terminal do tipo devolvido por ‘a‘ é Int, logo o código não compila.
scala deve abrir e aparecer uma tela como essa: De certa forma esse comportamento é bom, pois garante
uma maior integridade do código, sem que você tenha
que programar para “deixar o compilador feliz“, ou seja,
não existem tantas regras na escrita do código, porque
muitas podem ser deduzidas a partir do contexto.
Um outro conceito de Scala é a diferença entre cha-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Agora que o terminal está sendo executado, digite ‘2 mada por valor, e chamada por nome. Na chamada por
+ 1‘ e repare na saída: valor é feita a evaluação da expressão assim que o código
é executado, mesmo que não seja necessário usar o resul-
1 res0: Int = 3 tado da chamada. A vantagem é que evitamos executar
outras vezes a expressão para obter o resultado, pois este
É uma saída um tanto quanto confusa, mas que faz já foi determinado. Na chamada por nome a evaluação
sentido no contexto do Scala. O que está acontecendo é da expressão ocorre apenas quando o resultado da cha-
que a unidade básica em Scala é uma função, portanto mada será usado, tendo um comportamento mais lazy.
a operação + também é uma função, que foi executada A desvantagem é a execução da expressão várias vezes
no objeto ‘1‘, passando o parâmetro ‘1‘. Para se ter uma para se obter o mesmo resultado, mas a vantagem é não
ideia melhor desse funcionamento, digite o seguinte no fazer a execução quando não for necessário. Vamos ver
terminal: um exemplo da diferença entre a chamada por valor e por
nome. Volte no terminal e defina a seguinte função:

11
1 scala> def loop: Int = loop
2 loop: Int
Agora defina uma função que recebe dois inteiros e devolve o primeiro:
1 scala> def primeiro(x: Int, y: Int) = x
2 primeiro: (x: Int,y: Int)Int

Agora execute a chamada passando ‘loop‘ como segundo parâmetro e se prepare porque seu console irá travar na
execução =):

1 scala> primeiro(0, loop)
2 _

Vamos fazer uma pequena modificação na definição de ‘primeiro‘ para tornar possível a execução de tal código:
1 scala> def primeiro (x: Int, y: => Int) = x
2 primeiro: (x: Int,y: => Int)Int

O que definimos agora foi que o segundo parâmetro de ‘primeiro‘ será uma função que devolve um Int. Assim
seu resultado só será obtido quando for feita a chamada direta na expressão. Agora conseguimos fazer a chamada em
nossa função:
1 scala> primeiro(0, loop)
2 res0: int = 0

Nossa função executou e finalizou sem problemas dessa vez, isso porque não foi necessário utilizar o segundo valor
para obter o resultado. Essa é chamada por nome, e o primeiro exemplo é a chamada por valor.
Até agora vimos como invocar funções, como definir funções (def) e como definir variáveis (var). Vimos também o
básico de inferência de tipo pelo compilador do scala e os primeiros conceitos da linguagem. Mas como eu havia dito,
Scala também tem conceitos de orientação a objetos, portanto vamos definir nossa primeira classe em Scala:
scala> class AcumSoma {
1
var acum = 0; def acum(i: Int) = { acum = acum + i; acum } }
2
defined class AcumSoma

Lembre-se que não somos obrigados a definir o tipo devolvido pela função caso esteja explícito e também não
precisamos da palavra reservada ‘return‘. O que fizemos foi definir uma classe que se chama ‘AcumSoma‘ que tem um
atributo, que por padrão do Scala é de acesso privado, chamado acumulado e que o compilador inferiu o tipo inteiro
baseado no valor atribuído. Também definimos para a classe a função ‘acum‘ que recebe um inteiro, guarda o valor
acumulado até então da soma com o parâmetro passado e devolve tal valor. Vamos instanciar um objeto da nossa
classe e fazer a chamada ao método:

1 scala> val ac = new AcumSoma
2 ac: AcumSoma = AcumSoma@cbbe37

#FicaDica
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Algumas diferenças com o Java (supondo que estamos mais acostumados com a sintaxe do Java) já podem
ser notadas. Além da inferência do tipo de ‘ac‘ para ‘AcumSoma‘, criamos ‘ac‘ com a a palavra reservada
‘val‘, ou seja, estamos dizendo que diferente de ‘var‘ onde criamos uma variável, estamos criando um va-
lor e estamos garantindo em tempo de compilação que este valor não pode ser alterado no código.

No Java teríamos que usar a palavra ‘final‘ para obter o mesmo comportamento, em Scala temos que “satisfazer
menos o compilador“. Também não foi necessário usar ‘()‘ para invocar o construtor de AcumulaSoma, e assim como no
Java toda classe em Scala tem por padrão o construtor que não recebe parâmetros com acesso público. Continuando
o exemplo:

12
scala> ac.acum(2)
1
2
res0: Int = 2
3
4
scala> ac.acum(1)
5
res1: Int = 3

Nada de novidade aqui, estamos invocando a função ‘acum‘ no objeto ‘ac‘. Porém ‘acum‘ é uma função que recebe
um único parâmetro e devolve um valor. Dessa forma podemos executar a chamada da nossa função da outra forma
que vimos anteriormente:
1 scala> ac acum 4
2 res2: Int = 7

Em Scala não existe exatamente o conceito de classes, atributos e parâmetros estáticos, porém existe um conceito
mais bem definido: ‘object‘. Criamos um ‘object‘ igual criamos uma classe, com a diferença de que não é possível
instanciarmos um object, afinal estamos definindo o próprio. Com essa diferença, estamos garantindo em tempo de
compilação que o design do código, em que foi tomada a decisão de restringir a existência de apenas uma definição
para determinada classe seja seguida. Em Java também é possível garantir tal critério em tempo de compilação, mas
demanda a escrita de bem mais código e de uma compreensão um pouco maior do funcionamento e limitações da
linguagem. Um exemplo de object:

scala> object Objeto { def valor = 5 }


1
2
defined module Objeto
3
4
scala> Objeto.valor
5
res3: Int 5

Existem os tipos primitivos básicos em Scala como Int, Long, Boolean, Float, Double, Short, Byte, Char e String, sendo
que String é a String do ‘java.lang‘. Um fato interessante sobre Scala é que como a linguagem roda em cima da JVM,
todas as bibliotecas disponíveis para Java também estão disponíveis para Scala.
O tipo que não vimos ainda é o ‘void‘. Em Scala não existe o conceito de void, toda função devolve um valor e quan-
do não há um valor explícito a ser devolvido o compilador se encarrega de devolver um valor do tipo ‘Unit‘. Exemplo:

1 scala> def imprime = print(“Hello!”)
2 imprime: Unit

‘print’ é uma função que imprime um valor no terminal e não devolve valor, logo nossa função ‘imprime‘ também
não devolve valor, portanto o tipo devolvido é ‘Unit‘, que também pode ser expressado/escrito como ‘()‘. A diferença
básica entre void e Unit, é que Scala permite criar valores e variáveis do tipo Unit, e em Java por exemplo não é possível
criar uma variável do tipo void. Também é possível analisar o valor devolvido por qualquer função mesmo que a função
não devolva um valor definido e neste caso será um Unit. Um exemplo trivial de como usar este comportamento:

scala> def num = 9
1 num: Int
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

2
3 scala> def verificaUnit(f: => Any) = { f match { c
4 ase x:Unit => print(“Eh Unit!”) case _ => print(“Nao
5 eh Unit!”) } }
verificaUnit: (f: => Any)Unit

O tipo ‘Any‘ é análogo ao ‘Object‘ do Java, portanto pode ser qualquer valor, função ou objeto.
Nessa função estamos usando um tipo de switch case para obter o mesmo comportamento do ‘instanceof‘ em
Java, afinal não existe tal operação em Scala. O que está acontecendo é que a função verifica Unit recebe uma função
que não recebe argumentos e devolve um valor qualquer. A função ‘f‘ é então estimada e o resultado da função é tes-
tado nos cases da operação ‘match‘. Caso seja do tipo Unit, imprimimos “Eh Unit!”, e no caso padrão imprimimos “Nao
eh Unit!”. Repare que diferente do ‘switch‘, no ‘macth‘ não temos que chamar a operação ‘break‘ para não executar

13
os outros casos. Para testar verifica Unit vamos fazer a Você pode executar Pig em qualquer modo usando o
chamada usando nossas outras duas funções que foram comando “pig” (o script perl do bin / pig) ou o comando
definidas: “java” (java -cp pig.jar ...).
Este exemplo mostra como executar Pig no modo lo-
1 scala> verificaUnit(num) cal e mapreduz usando o comando pig.
2 /* modo local */
Nao eh Unit!
$ pig -x local ...
3 scala> verificaUnit(imprime)
4 Vou passar no concurso!
/ * Modo local Tez * /
$ pig -x tez_local ...
Pig 0.16
Os usuários do Unix e do Windows precisam do se-
/ * modo mapreduce * /
guinte:
$ pig ...
• Hadoop 0.23.X, 1.X ou 2.X - http://hadoop.apa-
ou
che.org/common/releases.html (Você pode execu-
$ pig -x mapreduce ...
tar o Pig com diferentes versões do Hadoop con-
figurando HADOOP_HOME para apontar para o
/ * Modo Tez * /
diretório onde você instalou Hadoop. Se você não
$ pig-x tez ...
configurou HADOOP_HOME, por padrão, o Pig
executará com a versão incorporada, atualmente
Você pode executar Pig no modo interativo usando o
o Hadoop 1.0.4.)
shell Grunt. Invoque o escudo Grunt usando o comando
• Java 1.7 - http://java.sun.com/javase/downloads/
“pig” (como mostrado abaixo) e, em seguida, insira suas
index.jsp (configure JAVA_HOME na raiz da sua ins-
declarações Pig Latin e comandos Pig na página de co-
talação Java)
mando interativamente.
Opcional
Essas instruções Pig Latin extraem todas as IDs de
• Python 2.7 - https://www.python.org (ao usar
usuários do arquivo / etc / passwd. Primeiro, copie o ar-
Streaming Python UDFs)
quivo / etc / passwd para o diretório de trabalho local. Em
• Ant 1.8 - http://ant.apache.org/ (para compila-
seguida, invoque o shell Grunt digitando o comando
ções)
“pig” (no modo local ou hadoop). Em seguida, insira as
declarações Pig Latin de forma interativa no prompt do
Para construir um pig, faça o seguinte:
grunt (certifique-se de incluir o ponto e vírgula após cada
1. Confira o código do pig do SVN: svn co http://svn.
declaração). O operador DUMP exibirá os resultados na
apache.org/repos/asf/pig/trunk
tela do terminal.
2. Crie o código do diretório superior: 
grunt> A = load ‘passwd’ usando PigStorage (‘:’);
3. Se a compilação for bem-sucedida, você deve ver o
grunt> B = foreach A gera $ 0 como id;
arquivo pig.jar criado nesse diretório.
grunt> dump B;
4. Valide o pig.jar executando um teste de unida-
de: ant test
Local Mode
5. Se você estiver usando o Hadoop 0.23.X ou 2.X,
$ pig -x local
adicione -Dhadoopversion = 23 na linha de co-
... - Conectando à ...
mando da sua formiga nas etapas anteriores
grunhido
Tez Local Mode
Pig tem dois modos de execução ou exectypes:
$ pig -x tez_local
Local Mode - Para executar Pig no modo local,
... - Conectando à ...
você precisa acessar uma única máquina; Todos os ar-
grunhido
quivos são instalados e executados usando seu host
Mapreduce Mode
local e sistema de arquivos. Especifique o modo local
$ pig -x mapreduce
usando a bandeira -x (pig -x local).
... - Conectando à ...
Tez Local Mode - Para executar Pig no modo lo-
grunhido
cal. É semelhante ao modo local, exceto internamen-
te, o Pig irá invocar o motor de tempo de execução. Es-
ou
pecifique o modo local de Tez usando a bandeira -x (pig
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

-x tez_local).
$ pig
Nota: o modo local Tez é experimental. Existem
... - Conectando à ...
algumas consultas que apenas provocam erros nos
grunhido
dados maiores no modo local.
Tez Mode
Mapreduce Mode- Para executar Pig no modo ma-
$ pig-x tez
preduce, você precisa acessar um cluster Hadoop e uma
... - Conectando à ...
instalação HDFS. O modo Mapreduce é o modo pa-
grunhido
drão; você pode, mas não precisa , especifique-o usando
a bandeira -x (pig ou pig -x mapreduz).
Use scripts de pig para colocar instruções Pig Latin
Tez Mode - Para executar o modo Pig no Tez, você
e comandos Pig em um único arquivo. Embora não seja
precisa acessar um cluster Hadoop e instalação HDFS. Es-
necessário, é uma boa prática identificar o arquivo usan-
pecifique o modo Tez usando o sinalizador -x (-x tez).
do a extensão * .pig.

14
Você pode incluir comentários em scripts Pig: Vetores, ou arrays são estruturas de dados clássi-
Para comentários multi-line use / * .... * / cas, são lineares e estáticas, isto é, são compostas por
Para uso de comentários de uma única linha - um número fixo (finito) de elementos de um determina-
/ * myscript.pig do tipo de dados. O tempo de acesso aos elementos de
Meu script é simples. um vetor é muito rápido, sendo considerado constante:
Inclui três afirmações Pig Latin. o acesso aos elementos é feito pelo seu índice no vetor.
*/ Porém, a remoção de elementos pode ser custosa se não
for desejável que haja espaços “vazios” no meio do vetor,
A = LOAD ‘student’ USANDO PigStorage () AS (nome: pois nesse caso é necessário “arrastar” de uma posição
chararray, age: int, gpa: float); -- carregando dados todos os elementos depois do elemento removido. Essa
B = FOREACH A GENERATE name; - transformando é uma estrutura muito recomendada para casos em que
dados os dados armazenados não mudarão, ou pouco muda-
DUMP B; - recuperação de resultados rão, através do tempo.
Uma aplicação dos vetores são as buscas binárias,
O Pig suporta a execução de scripts (e arquivos Jar) que são algoritmos de busca verificam se uma dada in-
que são armazenados em HDFS, Amazon S3 e outros formação ocorre em uma sequência ou não. Por exem-
sistemas de arquivos distribuídos. O URI de localização plo, dada uma sequência de números guardados em
completa do script é necessário. Por exemplo, para exe- uma lista seq e um número x, escreva uma função que
cutar um script Pig em HDFS, faça o seguinte: responda à pergunta: x ocorre na sequência?
$ pig hdfs: //nn.mydomain.com: 9020 / myscripts / Uma possível solução é percorrer a lista toda variando
script.pig o índice i de 0 a len(seq)-1 e comparando cada elemen-
to seq[i] com x. Caso o valor seja encontrado a função re-
torna True e, caso contrário, retorna False. Essa solução é
ESTRUTURAS DE DADOS conhecida como Busca Sequencial, vejamos um exemplo:
E ALGORITMOS: BUSCA
SEQUENCIAL E BUSCA def busca_sequencial( seq, x):
BINÁRIA SOBRE ARRAYS, ‘’’(list, float) -> bool’’’
ORDENAÇÃO (MÉTODOS DA for i in range(len(seq)):
BOLHA, ORDENAÇÃO POR if seq[i] == x:
SELEÇÃO, ORDENAÇÃO POR return True
INSERÇÃO, LISTA ENCADEADA, return False
PILHA, FILA, NOÇÕES SOBRE
ÁRVORE BINÁRIA), NOÇÕES DE
FIQUE ATENTO!
ALGORITMOS DE APRENDIZADO
SUPERVISIONADOS E NÃO Um vetor ou array pode ser unidimensional (li-
SUPERVISIONADOS nhas) ou bidimensional (linhas e colunas), no
caso de vetores bidimensionais, eles também
podem ser chamados de matrizes.
Algoritmo é um meio finito de resolver problemas.

Uma Lista é uma estrutura de dados linear. Uma lista


#FicaDica ligada, também chamada de encadeada, é linear e dinâ-
mica, é composta por nós que apontam para o próxi-
No meu canal do youtube tenho uma playlist
mo elemento da lista, com exceção do último, que não
específica de Lógica de Programação, acesse:
aponta para ninguém. Para compor uma lista encadeada,
http://gg.gg/logicaovidio
basta guardar seu primeiro elemento.
As  Pilhas são estruturas baseadas no princípio LIFO
No caso das estruturas de dados, elas são modos (last in, first out), na qual os dados que foram inseridos
particulares de armazenamento e organização de dados por último na pilha serão os primeiros a serem removi-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

em um computador de modo que possam ser usados dos. Existem duas funções que se aplicam a todas as pi-
de maneira eficiente. Tanto os algoritmos como as Es- lhas: PUSH, que insere um dado no topo da pilha, e POP,
truturas de dados são temas fundamentais no mundo que remove o item no topo da pilha.
da informática, sendo utilizados nas mais diversas áreas Podemos criar uma classe Pilha para implementar
do conhecimento e com os mais diferentes propósitos esta estrutura de dados. Os métodos públicos desta clas-
de aplicação. Sabe-se que algoritmos manipulam dados. se serão a implementação das operações.
Quando estes dados estão organizados (dispostos) de
forma coerente, caracterizam uma forma, uma estrutura public class Pilha {
de dados. A organização e os métodos para manipular
essa estrutura é que lhe conferem singularidade. public void insere(Peca peca) {
// implementação
}

15
public Peca remove() { public class Teste {
// implementação
} public static void main(String[] args) {
public boolean vazia() { Fila fila = new Fila();
// implementação
} Aluno aluno = new Aluno();
} fila.insere(aluno);

O primeiro fato importante que devemos observar é Aluno alunoRemovido = fila.remove();


que uma vez que a interface da Pilha foi definida, já sa-
beríamos usar a classe Pilha. Vamos criar uma classe de if (fila.vazia()) {
teste bem simples para exemplificar o uso de uma Pilha. System.out.println(“A fila está vazia”);
}
public class Teste { }
}
public static void main(String[] args) {
Pilha pilha = new Pilha(); Uma Árvore é uma estrutura de dados em que cada
elemento tem um ou mais elementos associados, poden-
Peca pecaInsere = new Peca(); do definir-se uma árvore recursivamente como:
pilha.insere(pecaInsere); 1. uma estrutura (uma árvore);
2. um nó (designado por raiz), que contém a infor-
Peca pecaRemove = pilha.remove(); mação a armazenar e um conjunto finito de árvores (as
sub-árvores).
if (pilha.vazia()) { 3. Não Existe árvores vazias, no minímo haverá um
System.out.println(“A pilha está vazia”); nó raiz(que não possui pai)
} Cada árvore tem apenas uma raiz. Além disso, os ele-
} mentos associados a cada nó são habitualmente chama-
} dos de filhos desses nós. Os nós sem filhos de uma árvore
são chamados de folhas.
As  Filas são estruturas baseadas no princí- Em matemática e ciência da computação, grafo é o
pio FIFO (first in, first out), em que os elementos que fo- objeto básico de estudo da teoria dos grafos. Tipicamen-
ram inseridos no início são os primeiros a serem remo- te, um grafo é representado como um conjunto de pon-
vidos. Uma fila possui duas funções básicas: ENQUEUE, tos (vértices) ligados por retas (as arestas). Dependendo
que adiciona um elemento ao final da fila, e DEQUEUE, da aplicação, as arestas podem ser direcionadas, e são
que remove o elemento no início da fila. A operação DE- representadas por “setas”.
QUEUE só pode ser aplicado se a fila não estiver vazia, Os grafos são muito úteis na representação de pro-
causando um erro de underflow  ou fila vazia se esta blemas da vida real, em vários campos profissionais. Por
operação for realizada nesta situação, por exemplo um exemplo, pode-se representar um mapa de estradas
procedimento de fila de alunos seria: através dos grafos e usar algoritmos específicos para de-
terminar o caminho mais curto entre dois pontos, ou o
1. Insere um Aluno (coloca um aluno no fim da caminho mais económico. Assim, os grafos podem pos-
Fila). suir também pesos (ou custo), quer nas arestas quer nos
2. Remove um Aluno (retira o aluno que está no vértices, e o custo total em estudo será calculado a partir
começo da Fila). destes pesos.
3. Informa se a Fila está vazia. Outro exemplo da utilização de grafos são as redes
O esboço da classe Fila seria mais ou menos assim: PERT no âmbito do planejamento de projetos. Neste
caso, a cada aresta está associado o custo de execução,
public class Fila { e as tarefas precedentes de uma outra serão suas afluen-
tes.
public void insere(Aluno aluno) {
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

// implementação
} EXERCÍCIO COMENTADO
1. (BASA 2012 - CESPE - TÉCNICO CIENTÍFICO - TEC-
public Aluno remove() {
NOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE SISTE-
// implementação
MAS) Acerca da utilização de algoritmos e fluxogramas
}
em lógica de programação, julgue os itens a seguir.
public boolean vazia() {
Quando um break é encontrado dentro de um laço for,
// implementação
a execução do código é interrompida e o programa é
}
finalizado.
}
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Agora que já temos a interface de uso da Fila definida
vamos escrever algum teste sobre como ela deveria se
Resposta: Errado
comportar.

16
O break só interrompe quando se utiliza o switch();
2. (BASA 2012 - CESPE - TÉCNICO CIENTÍFICO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE SISTEMAS) Acerca
da utilização de algoritmos e fluxogramas em lógica de programação, julgue os itens a seguir.
O comando while utilizado em algoritmos implementa laços com teste antecipado de condições, testando a condição
e, sendo ela verdadeira, executando o bloco de comandos.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: Certo
O comando While faz exatamente o que é afirmado acima.

BANCO DE DADOS: CONCEITOS DE BANCO DE DADOS E SISTEMAS GERENCIADORES


DE BANCOS DE DADOS (SGBD), MODELAGEM CONCEITUAL DE DADOS (A ABORDAGEM
ENTIDADE RELACIONAMENTO), MODELO RELACIONAL DE DADOS (CONCEITOS BÁSICOS,
NORMALIZAÇÃO), BANCO DE DADOS SQL (LINGUAGEM SQL (SQL2008), LINGUAGEM
HIVEQL (HIVE 2.2.0)), BANCO DE DADOS NOSQL (CONCEITOS BÁSICOS, BANCOS
ORIENTADOS A GRAFOS, COLUNAS, CHAVE/VALOR E DOCUMENTOS), DATA WAREHOUSE
(MODELAGEM CONCEITUAL PARA DATA WAREHOUSES, DADOS MULTIDIMENSIONAIS)

#FicaDica
Todo banco de dados possui várias tabelas, nas tabelas temos diversos campos, e nos campos temos
diversos dados. Não esqueça essa hierarquia.

Vimos muitas informações sobre as linguagens de programação nos itens anteriores, elas executam toda a parte
lógica de um sistema, mas onde as informações ficam gravadas? A resposta é simples, em um banco de dados, sem ele
as informações não ficariam de forma permanente dentro do sistema, logo pode-se dizer que um banco de dados é
uma coleção de informações que se relacionam de modo que criem algum sentido, isto é uma estrutura bem organi-
zada de dados que permite a extração de informações. Assim, são muito importantes para empresas e tornaram-se a
principal peça dos sistemas de informação.
Além dos dados, um banco de dados também é formado pelos metadados. Um metadado é todo dado relativo a
outro dado, sem o qual não seria possível organizar e retirar as informações de um banco de dados.
Alguns afirmam que a expressão é sinônimo de SGBD (Sistema Gerenciador de Banco de Dados), que é um progra-
ma de gerenciamento de dados. O termo “banco de dados” também é usado para definir uma base de dados, que é
um grupo de dados agrupados por um SGBD.
O SGBD usa uma linguagem para criar a base de dados, sendo que, atualmente, a mais usada é a SQL (Structured
Query Language). São vários os SGBDs disponíveis no mercado; alguns são pagos e outros gratuitos.
Alguns dos tipos de SGBD existentes no mercado:
• SQLServer: Um dos maiores do mundo, sob licença da Microsoft;
• MySQL: Trata-se de um software livre, com código fonte aberto;
• FirebirdSQL: Possui código fonte aberto e roda na maioria dos sistemas Unix;
• Microsoft Access: É um Sistema Gerenciador de Banco de Dados que acompanha o pacote Office da Microsoft.
Este SGBD tem poucas atribuições profissionais, sendo mais usado para aprendizagem, devido à sua interface
amigável;
• mSQL: Sistema pequeno e que trabalha mais com o uso eficiente da memória. Foi criado pela Hughes Techno-
logies Pty Ltd.
No armazenamento de um dado, é necessário criar tabelas, dentro das quais são criadas colunas, onde serão guar-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

dadas as informações. Para que os dados presentes na base de dados fiquem bem organizados, as tabelas devem ser
criadas para que não misturem as informações.

Modelagem Conceitual
Quando o assunto é a modelagem conceitual dos dados pode-se começar falando sobre as entidades que formam
um conjunto de “coisas” com conceitos comuns às quais desejamos armazenar os dados. Entidades podem ser pessoas,
lugares, organizações, objetos físicos e tangíveis.
As entidades são representadas através de um retângulo com o nome da entidade escrito em seu centro.
Relacionamentos são associações entre entidades com um significado específico dentro do mundo real. Os objetos
do mundo real não ocorrem de forma isolada, eles se associam ou se vinculam.
A figura de um relacionamento é representada através de um losango, tal como as entidades os relacionamentos
são classificados em fortes ou fracos. Tal como as entidades, os relacionamentos também possuem nome e devem
expressar o real significado dentro do contexto modelado. A figura a seguir mostra como os relacionamentos são re-

17
presentados em um modelo conceitual de dados. O modelo conceitual representa as regras de negócio
sem limitações tecnológicas ou de implementação e, por
isso, é a etapa mais adequada para o envolvimento do
usuário, que não precisa ter conhecimentos técnicos.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Reposta: Certo
As regras de negócios do modelo conceitual não pos-
suem limitações em sua implementação

Modelo Relacional 
Figura 2: Notação de Relacionamento Forte e Relacio-
namento Fraco O modelo relacional é um modelo de dados repre-
  sentativo (ou de implementação), adequado a ser o mo-
Na figura acima DEPENDENTE é uma entidade fraca delo subjacente de um Sistema Gerenciador de Banco de
em relação ao EMPREGADO, sempre que esta relação Dados (SGBD), que se baseia no princípio de que todos
existir de forma fraca, o relacionamento também será os dados estão armazenados em tabelas (ou, matemati-
fraco, por esta razão o losango desta relação está repre- camente falando, relações). Toda sua definição é teórica
sentado com uma linha dupla. Já na relação entre EM- e baseada na lógica de predicados e na teoria dos con-
PREGADO e CARGO não há dependência de existência juntos.
ou identificação, pois um CARGO não depende de um O conceito foi criado por Edgar Frank Codd em 1970,
EMPREGADO para existir e ser identificado e vice-versa. sendo descrito no artigo “Relational Model of Data for
 Quando o assunto são os relacionamentos, deve-se Large Shared Data Banks”. Na verdade, o modelo relacio-
ter em mente três conceitos importantes que influenciam nal foi o primeiro modelo de dados descrito teoricamen-
diretamente na modelagem e entendimento de um mo- te, os bancos de dados já existentes passaram então a ser
delo conceitual. Os conceitos são o grau, cardinalidade e conhecidos como (modelo hierárquico, modelo em rede
tipo do relacionamento. ou Codasyl e modelo de listas invertidas).
 O simples fato de associar duas entidades através O modelo relacional para gerência de bases de dados
de um relacionamento com suas cardinalidades às vezes (SGBD) é um modelo de dados baseado em lógica e na
não são suficientes para representar todas as regras de teoria de conjuntos.
negócio existentes dentro dessas relações. Em definição simplificada, o modelo baseia-se em
 Para isto, podemos usar mecanismos de representa- dois conceitos: conceito de entidade e relação - Uma en-
ção um pouco mais detalhados. Sob esta ótica, podemos tidade é um elemento caracterizado pelos dados que são
ainda classificar os relacionamentos em três tipos: recolhidos na sua identificação vulgarmente designado
• Relacionamentos independentes; por tabela. Na construção da tabela identificam-se os
• Relacionamentos Contingentes; dados da entidade. A atribuição de valores a uma enti-
• Relacionamentos mutuamente exclusivos. dade constrói um registro da tabela. A relação determina
Relacionamentos Independentes: Tipo de relaciona- o modo como cada registro de cada tabela se associa a
mento presente na maioria das relações. Não há necessi- registros de outras tabelas.
dade de interpretação simultânea de outro relacionamen- Historicamente ele é o sucessor do modelo hierárqui-
to. Ou seja, é independente, não depende de ninguém co e do modelo em rede. Estas arquiteturas antigas são
para existir ou influenciar o seu comportamento. até hoje utilizadas em alguns data centers com alto volu-
Relacionamentos Contingentes: Estabelecem associa- me de dados, onde a migração é inviabilizada pelo custo
ções simultâneas entre os elementos envolvidos. Ou seja, que ela demandaria; existem ainda os novos modelos ba-
mais de um relacionamento deve ocorrer em um mesmo seados em orientação ao objeto, que na maior parte das
instante. vezes são encontrados como kits em linguagem formal.
Relacionamentos Mutuamente Exclusivos: Estabele- O modelo relacional foi inventado pelo Frank Codd
cem associações onde, se um relacionamento ocorre, os e subsequentemente mantido e aprimorado por Chris
outros não deverão ocorrer em relação a um determina- Date e Hugh Darwen como um modelo geral de dados.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

do objeto. No Terceiro Manifesto (1995) eles mostraram como o


modelo relacional pode ser estendido com caracterís-
ticas de orientação a objeto sem comprometer os seus
EXERCÍCIO COMENTADO princípios fundamentais.
A linguagem padrão para os bancos de dados rela-
cionais, SQL, é apenas vagamente remanescente do mo-
1. (TRE/RJ 2012 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - delo matemático. Atualmente ela é adotada, apesar de
PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os seguintes suas restrições, porque ela é antiga e muito mais popular
itens, relativos à modelagem de dados: diagramas en- que qualquer outra linguagem de banco de dados.
tidade-relacionamento e mapeamento para modelo re-
lacional.

18
SELECT NumeroSerie
#FicaDica FROM precos
WHERE Preco > 10;
Crie chaves cegas (Blind Key) toda vez que não
for possível identificar a chave primária, ou Veja os exemplos abaixo e descubra o que eles fazem.
quando esta for muito complexa, composta
por muitos atributos. Esses tipos de atributos SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
geralmente são conhecidos por atributos fal- WHERE salario > 4000;
sos, ou seja, não fazem parte de forma explícita SELECT * FROM jogadores WHERE time = “Palmeiras”;
da regra de negócio, porém foram criados para Nos exemplos acima é possível filtrar apenas funcio-
garantir flexibilidade ou integridade ao modelo nários que ganham mais que 4 mil reais por mês e no
de dados desenvolvido.  outro exemplo mostra em uma tabela apenas jogadores
do time Palmeiras.
Para melhorar a busca, pode se usar as condições do
EXERCÍCIO COMENTADO WHERE. É nele que “filtramos” os atributos escolhidos.
O WHERE é opcional, sendo assim você omití-lo, então
1. (Questão 24 – MPE/AL Técnico do Ministério Públi-
você terá todos os registros com os atributos escolhidos.
co FGV 2018)
As condições mais comuns são:
O conjunto de programas responsável pelo gerencia-
= (igual)
mento de uma base de dados e que, entre outras fun-
!= ou <> (diferente)
ções, suporta uma linguagem de consulta, gera relatórios > (maior que)
e disponibiliza uma interface para que os seus clientes < (menor que)
possam incluir, alterar ou consultar dados, é chamado de: >= (maior ou igual a)
<= (menor ou igual a)
a) Banco de Dados Relacional (BDR). LIKE (similar a)
b) Dicionário de Dados (DD). BETWEEN (entre X e Y)
c) Modelo Entidade Relacionamento (MER). IN (vários valores dentro da lista)
d) Sistema de Suporte à Decisão (SSD). AND (e)
e) Sistema Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD). OR (ou)
XOR (mistura do OR com
Resposta: Letra E NOT (negação)
A “Alternativa A” está incorreta, pois o BDR é um ban- IS (valores iguais)
co de dados que modela os dados de uma forma que Com exceção dos dois últimos, todos possuem a se-
eles sejam percebidos pelo usuário como tabelas. guinte sintaxe:
A “Alternativa B” está incorreta, pois o DD é uma cole- <expressao1> operador <expressao2>
ção de metadados que contém definições e represen- Se a qualquer das anteriores condições lhe ante-pu-
tações de elementos de dados; sermos o operador NOT o resultado da operação será o
A “Alternativa C” está incorreta, pois MER é um mode- contrário ao devolvido sem o operador NOT.
lo de dados para descrever os dados ou aspectos de O último operador denominado IS se emprega para
informação de um domínio de negócio ou seus requi- comparar duas variáveis de tipo objeto <Objeto1> IS
sitos de processo, de uma maneira abstrata que em úl- <Objeto2>. Este operador devolve verdadeiro se os dois
tima análise se presta a ser implementada em um ban- objetos forem iguais.
co de dados, como um banco de dados relacional; Vou utilizar um mesmo exemplo, só variando as con-
A “Alternativa D” está incorreta, pois um SSD ou SAD dições. Perceba que será fácil entender o que o comando
(Sistema de Apoio a Decisão), pode ser definido como irá retornar na consulta. Veja alguns exemplos de utiliza-
um conjunto de pessoas, procedimentos, software, ção dessas condições:
banco de dados e dispositivos utilizados para dar su- SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
porte à tomada de decisões específica de um proble- WHERE nome = “Ovidio”;
ma; SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
A “Alternativa E” está correta, pois O SGBD é o con- WHERE salario > 2000;
junto de softwares responsáveis pelo gerenciamento SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

WHERE salario < 7000;


de um banco de dados, e, portanto, com ele podemos
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
incluir, alterar ou consultar dados dos clientes assim
WHERE salario BETWEEN 1000 AND 5000;
como propõe o enunciado.
SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE salario > 1000 AND salario < 5000;
Banco de dados SQL (linguagem SQL (SQL2008) SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
WHERE (salario > 1000 AND salario < 5000) OR (nome =
Vamos começar com o comando para se fazer uma “Ovidio” AND cargo = “Professor Nova Concursos”);
consulta de dados. Imagine que você quer “selecionar SELECT nome,cargo,salario FROM tbl_funcionarios
todos os números de série de sua tabela de preços acima WHERE NOT nome = “Ovidio”;
de R$ 10,00.” Se formos transformar isto em SQL, será tão SELECT nome,cargo,salario,cidade FROM tbl_funcio-
simples quanto. Veja o comando: narios WHERE cidade IN(“Guarulhos”, “São Paulo”, “Praia
Grande”)

19
Para se criar tabelas, o comando é o CREATE TABLE, Alguns exemplos:
usando a seguinte a estrutura abaixo:
UPDATE funcionarios SET salario = 8000 WHERE id_
CREATE TABLE tabela ( funcionario = 57;
nome_atributo tipo_dado opções, UPDATE funcionarios SET salario = 7800, nome =
... ... ..., “Ovidio Lopes” WHERE id_funcionario = 1;
nome_atributo tipo_dado opções); UPDATE funcionarios SET salario = 545 WHERE salario
= 530;
Vamos agora criar uma tabela chamada tblprofessor,
que conterá os campos nome, endereço, telefone, data Dica importante para este comando, é não esquecer
de nascimento e sexo. do WHERE, ou então ele irá alterar todos os registros da
sua tabela. Afinal, você não filtrou em quais registros ele
CREATE TABLE tblprofessor( irá afetar, não é verdade?
codprofessor INTEGER CONSTRAINT primarykey PRI- Vimos acima a estrutura do SELECT, então vamos
MARY KEY, acrescentar algumas funcionalidades a este comando
nome TEXT (50), e melhorar ainda mais nossas consultas com o ORDER
endereco TEXT (50) BY, responsável por ordernar nosso resultado capturado
telefone TEXT (15), de forma crescente ou decrescente baseado nas colunas
nascimento DATE, que quisermos. O WHERE é opcional. Sintaxe básica é:
sexo TEXT (1), SELECT atributos FROM tabela ORDER BY atributo
{ASC / DESC};
Parar cadastrar os dados em nossas tabelas, utiliza-se Os nomes ASC e DESC são opcionais, mas por padrão
o comando Insert into, conforme a estrutura abaixo: o ASC é utilizado, pois ele define de forma ascendente
(crescente) a lista. O DESC faz o inverso, decrescente.
INSERT INTO nome_tabela ( Veja os exemplos:
nome_campo1, nome_campo2, ..., nome_campoN) SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios OR-
VALUES ( DER BY nome;
valor_campo1, valor_campo2, ..., valor_campoN SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios OR-
); DER BY nome ASC;
SELECT nome, salario, cargo FROM funcionarios OR-
Vejam alguns exemplos: DER BY nome DESC;

INSERT INTO Pessoas VALUES (4,’Ovidio’, ‘Bruna’, ‘Pie-


tra’, ‘Eleonora’); FIQUE ATENTO!
INSERT INTO agenda (nome, email) VALUES (“Ovidio”, Para não esquecer:
“canaldoovidio@gmail.com”); Insert – Inserção de dados
INSERT INTO PAÍSES VALUES (‘Brasil’, ‘Itália’, ‘Japão’); Select – Consulta de dados
INSERT INTO CanaldoOvidio (nomeCanal) VALUES Update – Alteração de Dados
(“Se inscreva no Canal do Ovidio”); Delete – Exclusão de Dados

O comando DELETE é responsável pela exclusão de


registros que não queremos mais dentro de nossas tabe-
las. Segue a estrutura básica: EXERCÍCIO COMENTADO
DELETE FROM nome_tabela
WHERE condição 1. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA-
ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRA-
Lembra que olhamos alguns operadores para ser uti- ÇÃO/MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em SQL, uma
lizado junto ao WHERE do SELECT? Ele continua valendo visão é uma relação que não está no modelo lógico do
aqui. Veja os exemplos: banco de dados, mas que é visível ao usuário como uma
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario =
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

relação virtual. Marque a alternativa que possui o coman-


200; do utilizado para a criação desta visão.
DELETE FROM funcionarios WHERE id_funcionario <
500; a) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
DELETE FROM funcionarios WHERE func_nome = CONSULTA].
“Ovidio”; b) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO
DA CONSULTA].
Quando queremos atualizar/modificar os valores de c) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
algum registro na tabela, precisamos dar um UPDATE. O CONSULTA].
WHERE continua presente. Veja a estrutura básica: d) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO
UPDATE tabela SET coluna = valor_novo WHERE con- DA CONSULTA].
dição e) UPDATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO
DA CONSULTA].

20
Resposta correta: A Já os bancos de dados do tipo chave-valor são forma-
Para realizar o solicitado, o comando SQL correto é o dos por conjuntos de chaves e seus respectivos valores.
CREATE, e na sua sintaxe não se adequa o FROM, por Cada um destes conjuntos, por sua vez, conta ainda com
isso elimina-se a alternativa B. uma chave que funciona como um identificador único:

Linguagem HiveQL (Hive 2.2.0)

É um Data Warehouse criado com base no Apache


Hadoop, demonstrando exemplos de seu uso para mani-
pular dados através da linguagem HiveQL e, também, da
sua utilização dentro de uma aplicação Java.
Esse tema é útil para desenvolvedores que tenham
interesse em ferramentas para manipulação e tratamento
de informações em grande escala, visando uma melhor
performance e facilidade no manuseio de dados. Além
disso, programadores que tenham interesse em conhe-
cer soluções para diminuir a complexidade das tarefas
dentro do Apache Hadoop, sem perder as vantagens da
utilização do Map/Reduce, encontrarão uma alternativa
Figura 3: Banco de Dados Chave-Valor
fácil e eficiente na ferramenta Apache Hive.
Assim como acontece no modelo orientado a docu-
Banco de Dados NoSQL
mentos, a estrutura de um banco do tipo chave-valor é
bastante flexível. Chaves podem, se repetir, ou não, ao
Banco de dados relacionais estão presentes na maio-
longo de vários agrupamentos de dados.
ria das incorporações, porém há situações que eles po-
Constituem exemplos deste tipo de banco o Redis
dem não representar a solução mais adequada para o ar-
(solução open source bastante utilizada para cache de
mazenamento de dados. A modelagem relacional pode
dados) e o DynamoDB.
se revelar como limitada em cenários nos quais um mes-
Existe também os bancos de dados orientados a co-
mo tipo de informação apresenta um formato variável,
lunas, esse é o modelo que mais difere do modelo re-
fato este que resultaria na criação de inúmeras tabelas
lacional, em que uma linha representa um conjunto de
para atender a requisitos aparentemente simples em ter-
dados relacionados (com cada um destes últimos corres-
mos funcionais.
pondendo a colunas):
Existem também questões sobre como garantir uma
• Em termos práticos, a organização dos dados
alta disponibilidade e aumentar o poder de processa-
ocorre com base em colunas;
mento para atender a níveis de uso crescente (escalabi-
• Dados de colunas distintas representando um
lidade). Muitas vezes, os investimentos em infraestrutura
mesmo agrupamento ocupam as mesmas posições no
requeridos para isto serão pesados, podendo mesmo se
banco.
revelar como inviáveis do ponto de vista financeiro.
São exemplos de bancos orientados a coluna o HBase
Uma opção interessante para atender a estas diferen-
e o Cassandra, com ambos constituindo iniciativas man-
tes necessidades seriam os bancos de dados NoSQL que
tidas atualmente pela Apache Foundation.
no mercado é interpretado como uma sigla de “Not only
Por último existe os bancos de dados orientados a
SQL”, englobando alternativas com capacidades que vão
grafos que empregam conceitos da teoria de grafos para
além das características típicas dos sistemas gerenciado-
a representação de relacionamentos entre diferentes
res relacionais.
conjuntos de dados. Uma das soluções mais conhecidas
O banco de dados pode ser orientado a documento
baseadas neste modelo é o Neo4j.
que representam a unidade básica neste tipo de tecno-
logia, sendo possível comparar os mesmos aos registros
das tabelas convencionais.
Embora exista um paralelo com as linhas do modelo EXERCÍCIO COMENTADO
relacional, um documento possui uma estrutura flexível e
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

que não está presa à existência de colunas pré-definidas. 1. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁ-
Do ponto de vista prático, isto significa que inúmeros LISE DE SISTEMAS) No que se refere ao desenvolvimen-
documentos vinculados a uma mesma coleção podem to web de alto desempenho, julgue os itens subsequen-
contar com formatos variáveis. tes.
Muitas das soluções orientadas a documento fazem Apesar de implementarem tecnologias distintas, todos
uso do padrão JSON (JavaScript Object Notation) para o os bancos de dados NoSQL apresentam em comum a
armazenamento de dados. implementação da tecnologia chave-valor.
Dentre os diversos bancos orientados a documento, é
possível citar como exemplos o MongoDB, o DynamoDB (  ) CERTO   (  ) ERRADO
(alternativa oferecida na nuvem pela Amazon) e o Docu-
mentDB (este último um serviço que integra o Microsoft
Azure).

21
Resposta: Errado Resposta: Certo
os bancos de dados NoSQL apresentam não apresen- Ao se trabalhar com Armazém de Dados simultanea-
tam em comum a implementação da tecnologia cha- mente com valores agregados, cria-se o que chama-
ve-valor. mos de cubo de dados, causando assim, a generaliza-
ção, também conhecida de tabulação cruzada.
2. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁ-
LISE DE SISTEMAS) No que se refere ao desenvolvimen-
to web de alto desempenho, julgue os itens subsequen-
TECNOLOGIAS WEB: HTML 5, CSS 3, XML 1.1,
tes.
JSON (ECMA-404), ANGULAR.JS 1.6.X,NODE.
Uma característica de bancos de dados NoSQL é o supor-
JS 6.11.3, REST
te à replicação de dados. Entre as abordagens utilizadas
para replicação, inclui-se a mestre-escravo.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
As tecnologias web estão em constante avanço e hoje
Resposta: Certo vem atuando no que é conhecido como responsivo, ou
O NoSQL oferece sim esse suporte. seja, um site pode ser visualizado da melhor maneira
possível conforme o device que está sendo utilizado.
Data Warehouse Por exemplo, no meu projeto de Doutorado desen-
volvi um software para auxiliar crianças com síndrome de
Um sistema Data Warehouse é projetado para fazer Down, esse jogo pode ser aberto em qualquer dispositi-
com que informações sejam disponibilizadas de forma vo que se adequará normalmente.
integrada, histórica, não volátil e de forma simples, tor-
nando-se assim uma ferramenta de fácil usabilidade e HTML 5
compreensão para os administradores e gerentes de or-
ganizações.
É a nova versão da linguagem de marcação HTML,
Uma solução de Data Warehouse junta vários ele-
bastante aperfeiçoada. O HTML5 tornou a marcação mui-
mentos, como algoritmos e ferramentas que permitem
to mais clara, se adaptou a forma que os desenvolvedo-
que dados já selecionados de diversos provedores de
informações independentes, heterogêneos e geografica- res estão trabalhando.  Possibilita colocar áudio e vídeo
mente distantes um dos outros possam ser integrados nos sites sem uso de plugins, o que é positivo tanto para
em uma base de dados única, que se dá o nome de Data o desenvolvedor quanto para o usuário, que não precisa
Warehouse. se preocupar com a atualização de plugins, facilita a for-
ma que os desenvolvedores lidam com formulários, entre
outras vantagens.
#FicaDica
 doctype do HTML5 é muito mais simples:
A granularidade é uma das mais importantes de-
finições na modelagem de dados do Data Wa- <!doctype html>
rehouse (DW) e requer atenção.
O grão é o menor nível da informação e é defi- A tag <script> também diminuiu, não necessitando
nido de acordo com as necessidades elencadas mais do atributo “type”:
no início do projeto. Ele é determinado para cada
tabela Fato, já que normalmente as tabelas Fatos <script  src=”arquivo.js”></
possuem informações e granularidades distintas. script>
Isso também é verdade para a tag <link>

EXERCÍCIO COMENTADO Uma série de restrições em relação as letras maiúscu-


las ou minúsculas, até mesmo fechar tags, tudo isso não
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

1. (MEC 2011 - CESPE - ATIVIDADE TÉCNICA DE COM- é mais obrigatório, porém deve-se tomar cuidado para
PLEXIDADE GERENCIAL - ADMINISTRADOR DE DA- que o código não fique sujo.
DOS) Julgue os itens subsequentes, a respeito de data- Vamos ver abaixo alguns comandos:
warehouse e business intelligence (BI).
A representação multidimensional dos dados, junto com <header> – É o topo do site, podendo ter a navega-
todos os agregados, é conhecida como cubo de dados, ção.
sendo este uma generalização do que é conhecido na <nav> – Engloba links de navegação principal. Não
terminologia estatística como tabulação cruzada. deve ser utilizada para links fora da navegação.
<section> – Para um grande grupo de conteúdo, po-
( ) CERTO ( ) ERRADO dendo conter vários <article>.
<aside> – Define conteúdo a parte do artigo em que
esteja inserido.

22
<footer> – Pode ser utilizado para o rodapé do site e para outras partes do site também.
<áudio src=”musica.mp3”></áudio>

Os atributos autoplay, loop, controls mudam o player, sem necessidade de true ou false. Incluí-los os torna verda-


deiros, excluí-los, falsos.
Contudo, nem todos os navegadores suportam .mp3, então deve-se usar também .ogg e, para o Internet Explorer,
o flash.
.ogg – Firefox 3.5, Opera 10.5, Chrome 3.0 e Safari 3.0
.mp3 – Chrome 3.0 e Safari 3.0.wav – Firefox 3.5, Opera 10.5, Chrome 3.0 e Safari 3.0
Vídeo
Funciona exatamente igual ao áudio:
<video src=”filme.mp4”  controls
width=”340” height”230”></video>
É bom definir tamanhos para o vídeo, já que normalmente ocupam mais espaço. E, claro, há variações de formato
de acordo com o navegador:
Existem novos atributos novos para formulários que simplificam e complementam o desenvolvimento com Javas-
cript e CSS.

<input type=”text” placeholder=”stuff”> – texto cinza que desaparece quando em foco, por enquanto só funciona
para Chrome e Safari
<input type=”text” autofocus> – automaticamente foca no campo
<input type=”text” required> – campo de preenchimento obrigatório
<input type=”text” autocomplete=”off”> – “on” por padrão, como medida de segurança.

Usar armazenamento local permite que aplicações web funcionem offline. Por exemplo, quando o usuário estiver
usando a aplicação em um celular e perder o sinal, ele simplesmente continua utilizando e depois apenas atualiza os
dados quando a conecção voltar. E os navegadores que suportam são: Opera, Firefox, Chrome, Safari e IE!
Funciona via Javascript, então os tipos de dados só poderão ser aqueles suportados por javascript: string, booleans
e floats. Se for armazenar outro tipo de dado, terá que realizar parse.  É permitido armazenar 5mb localmente por na-
vegador. O Gmail em smartphone já utiliza armazenamento local.

1
2
localStorage.key=”value”;
if (typeof(localStorage) == ‘undefined’ ) {
3     alert(‘Your browser does not support HTML5 localStorage. Try
4 upgrading.’);
5 } else {
6
    try {
        localStorage.setItem(“name”, “Hello World!”); //saves to
7 the database, “key”, “value”
8     } catch (e) {
9         if (e == QUOTA_EXCEEDED_ERR) {
            alert(‘Quota exceeded!’); //data wasn’t saved due to
10 quota exceed, error
11         }
12     }
13 }

FIQUE ATENTO!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

A permissão para o armazenamento de até 4Gbytes de dados estruturados pelo banco de dados presente
no browser, no lado do cliente _ de forma parecida a como vinha ocorrendo com o uso das cookies, mas
tentando eliminar as limitações impostas, como o tamanho de 4Kb _ é uma das funcionalidades mais bada-
ladas do HTML5.
O desenvolvedor deve lembrar, no entanto, que o armazenamento local é por site e estará disponível para
seus scripts toda vez que o site que originalmente armazenou os dados for acessado, de modo a poupar
largura de banda e melhorar o desempenho.

23
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (Questão 39 - MPU Técnico Administrativo CESPE 2010) Para facilitar a publicação de arquivos na Internet, usuá-
rios do aplicativo Impress podem visualizar uma apresentação de slides em forma de arquivo HTML por meio da opção
Visualizar no Navegador da Web, disponível no menu Arquivo.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Resposta: CERTO
Com o BrOffice Impress é possível visualizar como os slides serão apresentados em formato HTML, tal opção se
encontra no menu Arquivo do BrOffice Impress.
CSS 3

O Cascading Style Sheets (CSS) é uma “folha de estilo” composta por “camadas” e utilizada para definir a apresenta-
ção (aparência) em páginas da internet que adotam para o seu desenvolvimento linguagens de marcação (como XML,
HTML e XHTML). O CSS define como serão exibidos os elementos contidos no código de uma página da internet e sua
maior vantagem é efetuar a separação entre o formato e o conteúdo de um documento.
Com a evolução dos recursos de programação as páginas da internet estavam adotando cada vez mais estilos e
variações para deixá-las mais elegantes e atrativas para os usuários. Com isto, linguagens de marcação simples como o
HTML, que era destinada para apresentar os conteúdos também precisou ser aprimorada.
No início foi desenvolvido para habilitar a separação do conteúdo e formato de um documento (na linguagem de
formatação utilizada) de sua apresentação, incluindo elementos como cores, formatos de fontes e layout. Esta separa-
ção proporcionou uma maior flexibilidade e controle na especificação de como as características serão exibidas, permi-
tiu um compartilhamento de formato e reduziu a repetição no conteúdo estrutural de uma página.

Exemplos de CSS:
selector {
property:value;
}
Sendo que o selector representa qualquer tag HTML. Dessa forma, ao invés de formatar
todo título H1 individualmente, usamos o seguinte CSS para formatar todos de uma vez só. Assim,
toda tag h1 que for utilizada no HTML, será formatada com a fonte Arial: */
h1 {
font-family:Arial;
}
Toda tag p do html será formatado com a cor azul. */
p{
color:blue;
}

Toda tag span do html será formatado com a cor verde e em negrito. */
span {
color:green;
font-weight:bold;
}
Quando uma tag possui um id, ele é referenciado aqui com #. O ID significa uma formatação
única para determinada situação. Cada página HTML pode ter somente uma tag usando este ID.
#sou-unico {
/* Use cores em hexadecimal para obter mais variedades. */
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

background-color:#FFD700;
color:#000000;
font-family:Courier;
}

A seguinte formatação será feita na tag span que está dentro da classe ‘listas’ apenas. O
CSS vai dar preferência sempre para o código mais detalhado. Sendo assim, o código a seguir vai
sobrescrever o que já foi definido para a tag span (mais acima nesse documento).
.listas span {
font-size:2em;
color:red;
}

24
/* Formatação da classe ‘primeira_div’ */
.primeira-div {
background-color:blue;
/* Largura */
width:150px;
/* Altura */
height:150px;
}
Isso significa que toda tag ‘p’ que está dentro da classe ‘primeira_div’ vai ser formatada da
seguinte forma. Sendo assim, isso sobrescreverá a formatação da tag ‘p’ que foi declarada acima. */
.primeira-div > p {
color:white;
text-align:center;
padding-top:50px;
}

O parâmetro border suporta mais de um valor (tamanho, formato e cor).
.borda {
border:2px dotted green;
}

Formatação do link, cujo id é ‘link_principal’. Na formatação de links, existem as pseudo-


-classes, que nos permite formatar não somente o link, mas também seu estado:

- link = link normal, não visitado;


- hover = quando o mouse está sobre o link;
- visited = um link que o usuário já visitou;
- active = link no momento em que é clicado.
#link-principal:link {
Com o parâmetro text decoration você indica se quer o sublinhado abaixo, acima, cortado
ou nada.
text-decoration:none;
font-size:20px;
font-family:Courier, sans-serif;
background-color:blue;
color:white;
font-weight:bold;
Com text transform você pode dizer se quer o texto maiúsculo ou minúsculo.
text-transform:uppercase;
}
#link-principal:hover {
background-color:green;
}
#link-principal:visited {
color:white;
}
#link-principal:active {
font-weight: normal;
}
Formata um quadrado fixo, para inserirmos um elemento float dentro dele. A tag float serve
para fazer um elemento flutuar dentro do elemento em que ele se encontra.
.fixo {
width:100px;
height:100px;
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

background-color:blue;
}
Insere um elemento flutuante dentro da DIV cuja classe é ‘fixo’. Esse elemento flutua à direita
dessa DIV.
#flutuando1 {
width:30px;
height:90px;
background-color:yellow;
float:right;
}

25
Insere um elemento flutuante dentro da DIV cuja classe é ‘fixo’. Esse elemento flutua à es-
querda dessa DIV.
#flutuando2 {
width:30px;
height:90px;
background-color:yellow;
float:left;
}
Posição absoluta significa que o elemento será posicionado relativamente ao parente mais
próximo, cuja position não seja static.
#absolute-position1 {
width:40px;
height:40px;
background-color:yellow;
position:absolute;
margin:30px 0px 0px 50px;
}

#FicaDica
Trabalhe com divs ao invés de tables: A não ser que seu dados sejam realmente tabeláveis, não utilize ta-
bles! Para a construção de templates e posicionamento de elemento trabalhe sempre com Divs! Se você
tem alguma dúvida, consulte o artigo sobre posicionamento de Divs.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os itens seguintes, acerca
de conceitos de tecnologias web, como webservices, Ajax, XML, DHTML, CSS.
O CSS (cascading style sheets) é uma linguagem de script interativa, orientada aos objetos contidos em uma página
HTML.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Resposta: Errado
O CSS é uma folha de estilos, é nele que posso definir os padrões de estilos da minha página

2. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁLISE DE SISTEMAS). Em relação às tecnologias empregadas em
portais corporativos, julgue os itens que se seguem.
O CSS é uma linguagem de estilo que permite separar o formato e o conteúdo de documentos. Entretanto, as defini-
ções do CSS não são suportadas igualmente por todos os navegadores.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Resposta: Certo
A afirmação acima é totalmente adequada

XML 1.1

Do inglês eXtensible Markup Language, é uma linguagem de marcação recomendada pela W3C para a criação de
documentos com dados organizados hierarquicamente, tais como textos, banco de dados ou desenhos vetoriais. A
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

linguagem XML é classificada como extensível porque permite definir os elementos de marcação, pode-se definir uma
linguagem de marcação como um agregado de códigos que podem ser aplicados a dados ou textos para serem lidos
por computadores ou pessoas. Por exemplo, o HTML é uma linguagem de marcação para organizar e formatar um
website, já o XML tem o mesmo conceito, mas para padronizar uma sequência de dados com o objetivo de organizar,
separar o conteúdo e integrá-lo com outras linguagens.
O XML traz uma sintaxe básica que pode ser utilizada para compartilhar informações entre diferentes computadores
e aplicações. Quando combinado com outros padrões, torna possível definir o conteúdo de um documento separada-
mente de seu formato, tornando simples para reutilizar o código em outras aplicações para diferentes propósitos, como
por exemplo auxiliar os sistemas de informação no compartilhamento de dados (especialmente via internet), codificar
documentos e inserir seriais nos dados comparando o texto com o de outras linguagens baseadas em serialização.
Vejamos um exemplo de documento XML (vamos dar a ele o nome de aviso.xml ), e a seguir vamos analisar cada
linha de código:

26
<?xml version=”1.1”?>
<aviso>
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de>
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho>
<corpo>Parabéns filha! Hoje é dia da mulher!</corpo>
</aviso>
<?xml version=”1.1”?>
Esta primeira linha do documento é uma declaração XML e deve sempre ser incluida pois define a versão XML do
documento. Neste caso estamos especificando a versão 1.1 da XML.
<aviso>
Esta linha define o primeiro elemento do documento – o elemento raiz.(nó raiz)
<para>Pietra data=”08/03/2018”</para>
<de>Ovidio</de>
<cabecalho>Lembre-se</cabecalho>
<corpo>Parabéns! Hoje é dia da mulher!</corpo>
Estas quatro linhas definem 4 elementos filhos da raiz ( para, de, cabeçalho e corpo)
</aviso>
A última linha define o fim do elemento raiz.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (MPU Analista: Especialidade Atuarial CESPE 2010)
Antes de permitir a execução do complemento MSXML 5.0, recomenda-se que o usuário clique a opção
e, em seguida, clique Ativar Filtragem InPrivate para executar o antivírus do IE 8.0.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Resposta: ERRADO
A Navegação InPrivate permite que você navegue na Web sem deixar vestígios no Internet Explorer. Isso ajuda a
impedir que as outras pessoas que usam seu computador vejam quais sites você visitou e o que você procurou na
Web. Para iniciar a Navegação InPrivate, acesse a página Nova Guia ou clique no botão Segurança.

2. (MPU Analista: Especialidade Atuarial CESPE 2010) A mensagem de alerta exibida na figura, introduzida pelo
símbolo , refere-se ao complemento MSXML 5.0 e solicita permissão do usuário para que esse complemento seja
instalado no computador. Existem, no entanto, complementos que podem ser instalados sem o conhecimento do usuá-
rio, quando, por exemplo, for parte de outro programa instalado anteriormente.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Com base na figura acima, que apresenta um texto em edição no Microsoft Word 2007 (MS Word 2007), julgue os
próximos itens, relativos à edição de textos e planilhas.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

27
Resposta: CERTO
O complemento MSXML 5.0 na verdade não é instalado no computador, ele apenas é executado. Observando-se
que em momento nenhum a mensagem de alerta pede a instalação do complemento; ela pede apenas permissão
para que o complemento seja executado. Alguns complementos precisam ser instalados, outros não, e o MSXML 5.0
não precisa. Instalação e execução são conceitos diferentes que a banca acabou confundindo.

Considerando a situação mostrada na figura acima, que reproduz parte de uma janela do MPU no Internet Explorer,
julgue os itens seguintes.

3. (MPU Técnico: Especialidade Administração CESPE 2013). O complemento MSXML, exibido como alerta na pá-
gina acima, indica a existência de vírus, não devendo, portanto, ser executado.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: ERRADO
O alerta é apenas relativo à existência de conteúdo na página em questão que precisa ser executado por meio do
plugin (complemento) de execução de XML (linguagem de marcação estendida, que deu origem ao HTML).

Json (ECMA-404)

Pode-se definir JSON (Javascript Object Notation) como um modelo para armazenamento e transmissão de infor-
mações no formato texto, independente de qualquer linguagem de programação. 
Este formato é nativo do Javascript e é de uso extremamente fácil. Podemos utilizar este formato em diversas plata-
formas de desenvolvimento, sendo que o mais usual seria por aplicações Web, devido a sua capacidade de estruturar
informações de uma forma bem mais compacta do que o modelo XML, tornando mais rápido o “parsing” (processo de
analisar uma sequência de entrada dessas informações) dessas informações. 

FIQUE ATENTO!
É importante lembrarmos que existem uma variedade de opções de protocolos abertos padronizados, tais
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

como SOAP, XML, entre outros, que podem ser adotados e isso vai depender da finalidade e dos requisitos
da sua aplicação.

Destaca-se como algumas características marcantes:


• Auto-Descritivo;
• Simples e mais rápido;
• Hieráquico (valores dentro de valores);
• Pode ser Analisado pelo Javascript;
• Os dados podem ser transportados usando o AJAX;
• Não utiliza a tag de fechamento;
• Utiliza matrizes (diferente do XML);
• Não possui palavras reservadas;

28
• Possui “parser” nas principais linguagens e navegadores.

Algumas regras de sintaxe, como: os dados são definidos aos pares no formato “nome: valor”, são separados por
vírgulas, as chaves { } contém objetos e os colchetes [ ] expressam matrizes e vetores.
 Exemplo: “razaosocial”: “the club”

Para valores do tipo texto devemos inserir a aspas duplas ( “ “ ).


Exemplo: “razaosocial”: “Canal do Ovidio”

Para valores reais não utilizamos aspas.


Exemplo: “distancia”: 5.92

Para valor negativo não utilizamos aspas.


Exemplo: “grau”: -8

Para Valor booleano não utilizamos aspas.


Exemplo: “status”: false

A partir dos tipos básicos, é possível construir tipos complexos: array e objeto. Os arrays são delimitados por col-
chetes [  ], com seus elementos separados entre vírgulas.
Os Valores Array de Strings são delimitados por colchetes, vírgula e aspas duplas.
Exemplo:
[
“SIM”, “NÃO”, “TALVEZ”, “QUEM SABE”
]
Valores de Array de Inteiros
Os valores são delimitados por colchetes e vírgula.
Exemplo:
[
1, 10, 20, 30, 40, 50
]

Os valores de Matriz de Inteiros são delimitados por colchetes e vírgula.


 
Exemplo:
[
 [1,2], [10. 20], [20,30]
]

Já os objetos são especificados entre chaves e podem ser compostos por múltiplos pares nome/valor, por arrays e
também por outros objetos. Desta forma, um objeto JSON pode representar, virtualmente, qualquer tipo de informa-
ção.

  “nome”: “Ovidio Lopes”, 
“documento”: “301.235.878-48”, 
“sexo”: “masculino”, 
“tipopessoa”: [“juridica”, “fisica”]    
}
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Para Valor nulo basta referenciar valores nulos basta utilizar a palavra “null”.

Angular.js 1.6.x

É um framework baseado no pattern MVW (Model, View, Whatever) onde a Model é a camada que representa as
entidades da app, as Views seriam a camada de apresentação e Whatever seria qualquer coisa que você queira chamar
as Controllers e os Services.
Views são as tags html, já as diretivas, são os atributos especiais que grudam as Views com as controllers do An-
gular. Vamos ver o exemplo abaixo:

29
1 <!doctype html>
2 <html ng-app>
3 <body>
4  <div>
        <label>Name:</label>
5
        <input type=”text” ng-model=”yourNa-
6
me” placeholder=”Enter a name here”>
7
 <hr>
8  <h1>Hello {{yourName}}!</h1>
9  </div>
10  </body>
11 </html>

Perceba nas linhas destacadas vemos dois elementos que não pertencem ao nosso bom o velho html, as diretivas
ng-app e ng-model.
ng-app: “Sinaliza” para o Angular que a partir daquele ponto é iniciada nossa aplicação.
ng-model: Liga o valor inserido no campo com o valor apresentado entre chaves (curly braces ou double musta-
ches). Quando um valor é passado de dentro do framework para a view chamamos isso de Data-binding. Calma.. Vamos
falar mais disso depois.
Diretivas mais comuns
ng-repeat: Itera entre elementos criando uma repetição de resultados. Muito comum quando você tem uma lista
de objetos e quer mostra-los na View.

1
2 <ul>
3  <li ng-repeat=”cor in cores”>
4         {{cor}}
5     </li>
6 </ul>
7

ng-click: Invoca o evento click de uma objeto na View. Muito comum quando queremos executar uma função pre-
sente em nossa controller.
1 <button class=”btn btn-primary” ng-click=”btnClick()”>Click aqui</button>

ng-show / ng-hide: Exibe ou oculta um determinado item da view.

#FicaDica
O Angular abstrai muito o uso do JavaScript, provendo inclusive algumas funções auxiliares, mas você
precisará entender bem o assincronismo.

Node.js 6.11.3

Node.js é uma plataforma construída sobre o motor JavaScript do Google Chrome para facilmente construir apli-
cações de rede rápidas e escaláveis. Node.js usa um modelo de I/O direcionada a evento não bloqueante que o torna
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

leve e eficiente, ideal para aplicações em tempo real com troca intensa de dados através de dispositivos distribuídos.
Na JSConf 2009 Européia, um programador jovem chamado Ryan Dahl, apresentou um projeto em que estava
trabalhando. Este projeto era uma plataforma que combinava a máquina virtual JavaScript V8 da Google e um laço de
eventos. O projeto apontava para uma direção diferente das outras plataformas em JavaScript que rodam no servidor:
todos I/O primitivos são orientado a evento. Aproveitando o poder e a simplicidade do Javascript, isso tornou tarefas
difíceis de escrever aplicações assíncronas em tarefas fáceis. Desde quando foi aplaudido de pé no final do seu discurso,
o projeto de Dahl tem recebido uma popularidade e uma aprovação sem precedentes.
Node estabeleceu o objetivo número um que é “fornecer uma maneira fácil para construir programas de rede escalá-
veis”. Qual é o problema com os programas servidores atuais? Vamos fazer os cálculos. Em linguagens como Java™ e PHP,
cada conexão cria uma nova thread que potencialmente tem anexado 2 MB de memória com ela. Em um sistema que
tenha 8 GB de RAM, isso põe o número máximo teórico de conexões concorrentes a cerca de 4.000 usuários. E quando
o número de usuários aumenta, se você quer que sua aplicação web suporte mais usuários, você tem que adicionar mais

30
e mais servidores. Somado a estes custos também podem haver possíveis problemas técnicos: um usuário pode usar
diferentes servidores para cada requisição, então cada recurso compartilhado deve ser compartilhado para todos os ser-
vidores. Por todas estas rações, o gargalho em toda a arquitetura de aplicações web (incluindo velocidade de tráfego, ve-
locidade do processador e velocidade da memória) é o número de conexões concorrentes que o servidor pode manipular.
Node resolve esta questão trocando a maneira como a conexão é tratada no servidor. Ao invés de criar uma nova
OS threads a cada conexão (e alocar a memória anexa a ela), cada conexão dispara um evento executado dentro da
engine de processos do Node. Node afirma que nunca vai dar deadlock, já que não há bloqueios permitidos, e ele não
bloqueia diretamente para chamadas de I/O. Node também alega que um servidor rodando ele pode suportar dezenas
de milhares de conexões simultâneas.
Então, agora que você tem um programa que pode manipular dezenas de milhares de conexões simultâneas, o
que você pode realmente fazer com o Node? Seria incrível se você tivesse uma aplicação web que necessitasse desta
quantidade de conexões. Este é um daqueles tipos de problema: “se você tem um problema, não é mais um problema”.
O Node roda em uma JavaScript V8 VM

Rest

Representational State Transfer, abreviado como REST, não é uma tecnologia, uma biblioteca, e nem tampouco
uma arquitetura, mas sim um modelo a ser utilizado para se projetar arquiteturas de software distribuído, baseadas em
comunicação via rede.
REST é um dos modelos de arquitetura que foi descrito por Roy Fielding, um dos principais criadores do protocolo
HTTP, em sua tese de doutorado e que foi adotado como o modelo a ser utilizado na evolução da arquitetura do pro-
tocolo HTTP.
Muitos desenvolvedores perceberam que também poderiam utilizar o modelo REST para a implementação de Web
Services, com o objetivo de se integrar aplicações pela Web, e passaram a utilizá-lo como uma alternativa ao SOAP.
O REST na verdade pode ser considerado como um conjunto de princípios, que quando aplicados de maneira cor-
reta em uma aplicação, a beneficia com a arquitetura e padrões da própria Web.
O principal benefício de um esquema de nomes consistente para as coisas é que você não tem que criar o seu
próprio esquema - você pode confiar em um que já tenha sido definido, trabalha muito bem em escala global e é en-
tendido por praticamente qualquer um. Se você considerar um objeto arbitrário de alto nível com a última aplicação
que você construiu (assumindo que não foi construído de forma RESTful), e quase certo que havia muitos casos de uso
onde você deve ter lucrado com isso. Se a sua aplicação incluir uma abstração de Cliente, por exemplo, eu estou quase
certo de que os usuários gostariam de poder enviar um link para um determinado cliente via e-mail, para um colega
de trabalho, criar um favorito para ele no seu navegador, ou mesmo anotá-la em um pedaço de papel. Para esclarecer
melhor, imagine que decisão de negócio terrivelmente ruim teria sido se uma loja on-line como a amazon.com não
identificasse cada um dos seus produtos com um ID único (uma URI).
Veja a seguir o padrão de utilização dos métodos HTTP em um serviço REST, que é utilizado pela maioria das apli-
cações e pode ser considerado uma boa prática. Como exemplo será utilizado um recurso chamado Cliente.

Método URI Utilização


GET /clientes Recuperar os dados de todos os clientes.

GET /clientes/id Recuperar os dados de um determinado cliente.

POST /clientes Criar um novo cliente.


PUT /clientes/id Atualizar os dados de um determinado cliente.
DELETE /clientes/id Excluir um determinado cliente.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Como boa prática, em relação aos métodos do protocolo HTTP, evite utilizar apenas o método POST nas requisições
que alteram o estado no servidor, tais como: cadastro, alteração e exclusão, e principalmente, evite utilizar o método
GET nesses tipos de operações, pois é comum os navegadores fazerem cache de requisições GET, as disparando antes
mesmo do usuário clicar em botões e links em uma pagina HTML.
Os recursos ficam armazenados pela aplicação que os gerencia. Quando são solicitados pelas aplicações clientes,
por exemplo em uma requisição do tipo GET, eles não “abandonam” o servidor, como se tivessem sido transferidos
para os clientes. Na verdade, o que é transferido para a aplicação cliente é apenas uma representação do recurso.
Um recurso pode ser representado de diversas maneiras, utilizando-se formatos específicos, tais como XML, JSON,
HTML, CSV, dentre outros. Exemplo de representação de um recurso no formato XML.

31
<cliente> R 3.4.2 e R Studio 5.1
  <nome>Ovidio</nome>
  <email>canaldoovidio@gmail.com</email> R é uma linguagem e um ambiente de desenvolvi-
  <sexo>Masculino</sexo> mento integrado, para cálculos estatísticos e gráficos.
  <endereco> Foi criada originalmente por Ross Ihaka e por Robert
    <cidade>Guarulhos</cidade> Gentleman no departamento de Estatística da universi-
    <uf>SP</uf> dade de Auckland, Nova Zelândia, e foi desenvolvido por
  </endereco> um esforço colaborativo de pessoas em vários locais do
</cliente> mundo .
O nome R provêm em parte das iniciais dos criadores
A comunicação entre as aplicações é feita via trans- e também de um jogo figurado com a linguagem S (da
ferência de representações dos recursos a serem mani- Bell Laboratories, antiga AT&T).
pulados. Uma representação pode ser também conside- R é uma linguagem e ambiente similar ao S – pode ser
rada como a indicação do estado atual de determinado considerado uma implementação distinta do S; embo-
recurso. ra com importantes diferenças, muitos códigos escritos
Essa comunicação feita via transferência de repre- para o S rodam inalterados no R. A implementação co-
sentações dos recursos gera um desacoplamento entre mercial de S é S-PLUS.
o cliente e o servidor, algo que facilita bastante a manu- O código fonte do R está disponível sob a licença
tenção das aplicações. GNU4 5 GPL e as versões binárias pré-compiladas são
fornecidas para Windows, Macintosh, e muitos sistemas
operacionais Unix/Linux.
MANIPULAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE R é também altamente expansível com o uso dos pa-
DADOS: LINGUAGEM R 3.4.2 E R STUDIO cotes, que são bibliotecas para funções específicas ou
5.1, OLAP áreas de estudo específicas.
Um conjunto de pacotes é incluído com a instalação
de R, com muito outros disponíveis na rede de distribui-
A visualização é essencial na análise de dados. Ela ção do R (em inglês CRAN).
estabelece uma linha de frente nesse campo e revela a A linguagem R é largamente usada entre estatísticos
complexa estrutura dos dados, impossível de ser assimi- e data miners para desenvolver software de estatística e
lada de outras formas. Por meio dela, descobrimos efei- análise de dados. Inquéritos e levantamentos de data mi-
tos que não foram imaginados, assim como desafiamos ners mostram que a popularidade do R aumentou subs-
os que já imaginamos. tancialmente nos últimos anos.
(Hobart Press)— William S. Cleveland (do Visualizing
Data) OLAP
Os dados por si só, bits e bytes armazenados em um
disco rígido, são invisíveis. Para avaliá-los e encontrar OLAP On-Line Analytical Processing (Processamen-
neles algum sentido, precisamos primeiro visualizá-los. to Analítico On-Line) é um conceito de interface com o
Nesta seção, vou adotar uma interpretação ampla do ter- usuário que proporciona a capacidade de ter idéias sobre
mo visualização, que inclui até mesmo puras represen- os dados, permitindo analisá-los profundamente em di-
tações textuais dos dados. Por exemplo, o simples fato versos ângulos. As funções básicas do OLAP são:
de você abrir um conjunto de dados em um programa • Visualização multidimensional dos dados;
de planilhas pode ser considerado uma visualização de • Exploração;
dados. Assim, o que era invisível transforma-se em uma • Rotação;
“figura” na sua tela. A questão não deveria ser se os jor- • Vários modos de visualização.
nalistas precisam ou não visualizar os dados, mas sim O OLAP e o Data Warehouse são destinados a tra-
que tipo de visualização é mais útil em cada situação. balharem juntos, enquanto o DW armazena as informa-
Em outras palavras: quando vale a pena ir além da vi- ções de forma eficiente, o OLAP deve recuperá-las com a
sualização em tabelas? A resposta é curta: quase sempre. mesma eficiência, porém com muita rapidez. As duas tec-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Tabelas definitivamente não são suficientes para dar uma nologias se complementam, ao ponto de que um Data
visão geral de um conjunto de dados. E, sozinhas, não Warehouse para ser bem sucedido, já na sua concepção,
permitem identificar padrões imediatamente. O exemplo deve levar em consideração o que se deseja apresentar
mais comum são padrões geográficos, que podem ser na interface OLAP.
notados apenas depois de visualizar os dados em um O OLAP é uma interface com o usuário e não uma
mapa. Mas também existem outros tipos de padrões, forma de armazenamento de dados, porém se utiliza do
que veremos mais adiante. armazenamento para poder apresentar as informações.
Os métodos de armazenamento são:
• ROLAP (OLAP Relacional):
Os dados são armazenados de forma relacional.
• MOLAP (OLAP Multidimensional):
Os dados são armazenados de forma multidimensional.

32
• HOLAP (OLAP Híbrido): O ROLAP possibilita um carregamento mais rápido
Uma combinação dos métodos ROLAP e MOLAP. devido à estrutura de tabelas e colunas, menos complexa
• DOLAP (OLAP Desktop): em comparação à estrutura de arrays utilizada pelo MO-
LAP. Outro fator importante na rapidez da carga é o nú-
O conjunto de dados multidimensionais deve ser cria- mero menor de informações pré-calculadas e resumidas.
do no servidor e transferido para o desktop. Permite por-
tabilidade aos usuários OLAP que não possuem acesso
direto ao servidor.
Os métodos mais comuns de armazenamento de da- EXERCÍCIO COMENTADO
dos utilizados pelos sistemas OLAP são ROLAP e MOLAP,
a única diferença entre eles é a tecnologia de banco de 1.(TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - ANÁ-
dados. O ROLAP usa a tecnologia RDBMS (Relational Da- LISE DE SISTEMAS) Os sistemas OLAP materializam sele-
taBase Management System), na qual os dados são ar- tivamente as visões estratégicas a fim de alcançar respos-
mazenados em uma série de tabelas e colunas. Enquan- tas rápidas às consultas. Uma das fórmulas utilizadas em
to o MOLAP usa a tecnologia MDDB(MultiDimensional relação às visões é a fórmula de Cardenas que se aplica
Database), onde os dados são armazenados em arrays
multidimensionais. a) à estimativa do número de linhas em uma visão.
Os dois fornecem uma base sólida para análise e b) ao cálculo da quantidade de visões em um DW em
apresentam tanto vantagens quanto desvantagens. Para relação a cada necessidade.
se escolher entre os dois métodos deve-se levar em con- c) à quantidade de tabelas dimensão necessárias para
sideração os requisitos e a abrangência do aplicativo a cada tabela fato.
ser desenvolvido. d) ao número de colunas nas tabelas fato em relação às
ROLAP é mais indicado para DATA WAREHOUSE pelo tabelas dimensão que as geram.
grande volume de dados, a necessidade de um maior nú- e) à quantidade de chaves identificadoras nas tabelas
mero de funções e diversas regras de negócio a serem fato diretamente relacionadas à quantidade de visões
aplicadas. que irão gerar.

Resposta: Letra A
#FicaDica Os sistemas OLAP materializam seletivamente as vi-
ROLAP sões estratégicas a fim de alcançar respostas rápidas
Ponto positivo: Dados são constantemente às consultas. Uma das fórmulas utilizadas em relação
alterados/atualizados. às visões é a fórmula de Cardenas que se aplica à esti-
Ponto negativo: Para uma análise multidimen- mativa do número de linhas em uma visão.
sional, várias tabelas precisam ser processadas,
o que acaba gerando alto tempo de resposta. 2. (Escrivão de Polícia CESPE 2013) Se uma solução
MOLAP de armazenamento embasada em hard drive externo de
Ponto positivo: Maior velocidade quando estado sólido usando USB 2.0 for substituída por uma
comparado com ROLAP. solução embasada em cloud storage, ocorrerá melhoria
na tolerância a falhas, na redundância e na acessibilidade,
Ponto negativo: Grande quantidade de dados.
além de conferir independência frente aos provedores de
serviços contratados.
MOLAP é mais indidado para DATA MARTS, onde os
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
dados são mais específicos e o aplicativo será direcio-
nado na análise com dimensionalidade limitada e pouco
Resposta: ERRADO.
detalhamento das informações.
Não há “maior independência frente aos provedores de
Para se fazer uma comparação básica entre os dois
serviço contratados”, pois o acesso aos dados depende-
métodos, as regras mais importantes são desempenho
rá do provedor de serviços de nuvem no qual seus dados
da consulta e desempenho do carregamento.
ficarão armazenados, qualquer que seja a nuvem. Inde-
O MOLAP fornece uma resposta rápida para pratica-
pendência para mudar de fornecedor, quando existente,
mente qualquer consulta, pois no modelo multidimen-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

não implica em dizer que o usuário fica independente do


sional são gerados previamente todas as combinações e
fornecedor que esteja usando no momento.
resumos possíveis.
O ROLAP responde às consultas da mesma forma que
os aplicativos RDBMSs, a velocidade da resposta depen-
de da informação desejada, pois a maior parte do pro-
MS EXCEL 2013
cessamento é feito em tempo de execução tendo em vis-
ta que os dados pré-calculados e resumidos geralmente
não atendem a todas as solicitações dos usuários.
O MOLAP necessita de um longo período para exe- O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir
cução da carga de dados, raramente esta carga é diária e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e
devido ao grande volume de informações a serem atua- rastrear informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre
lizadas para possibilitar um retorno rápido às consultas iniciar a partir de documento em branco ou permitir que
da inferface OLAP. um modelo faça a maior parte do trabalho por você.

33
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

 Figura 4: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela.
Ao iniciar o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa
de Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um
tipo de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

 Figura 5: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 6: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela
apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a
todos os comandos do Excel.

 Figura 7: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o
status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 8: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 9: Personalizar Barra de Status

35
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da -Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes
região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos,
setas para cima ou para baixo para mover a tela vertical- necessários para a totalização geral, mas desnecessários
mente, ou para a direita e para a esquerda para mover a na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
tela horizontalmente, e assim poder visualizar toda a sua -Re-exibir: reexibe colunas ocultas.
planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca-
uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando
dados e fórmulas para colher os resultados desejados. no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células.
As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas no-
meadas com letras (A, B, C, etc.).

 Figura 11: Cabeçalho de linha

 Figura 10: Planilha de Cálculo #FicaDica


Célula: As células, são as combinações entre
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeça- linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, li-
lho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, nha 1, temos a célula A1. Na Caixa de Nome,
toda a coluna é selecionada. aparecerá a célula onde se encontra o cursor.
Ao dar um clique com o botão direito do mouse so-
bre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-
-up, onde as opções deste menu são as seguintes: Célula: As células, são as combinações entre linha e
colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a cé-
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida lula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se
permite escolher a formatação de fonte e formato de da- encontra o cursor.
dos, bem como mesclagem das células (será abordado Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
mais detalhadamente adiante). o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transfe- ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digi-
rência, para que possa ser colada em outro local deter- tar o endereço da célula em que deseja posicionar o cur-
minado e, após colada, essa coluna é excluída do local sor. Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente
de origem. posicionado na célula desejada.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transfe-
rência, para que possa ser colada em outro local deter- Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel,
minado. ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três plani-
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de lhas já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão,
itens que estão na área de transferência e que tenham somente uma planilha é criada, e você poderá criar ou-
sido recortadas ou copiadas. tras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da pas-
-Colar especial: permite definir formatos específicos ta de trabalho, clique no sinal + ( ).
na colagem de dados, sobretudo copiados de outros Para alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia,
aplicativos. na planilha que deseja trabalhar.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

antes da coluna selecionada. Você verá, no decorrer desta lição, como podemos
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas
dados nela contidos e sua formatação. de trabalho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das pla-
coluna, mantendo a formatação das células. nilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá
-Formatar células: permite escolher entre diversas op- um menu pop up.
ções para fazer a formatar as células (será visto detalha-
damente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da co-
luna selecionada.

36
Figura 12: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (pla-
nilha: o principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha
eletrônica. Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma
pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma
pasta de trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, es-
paços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.).
É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será
abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impres-
sas juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 13: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.

37
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias
de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos
que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números
comuns de uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

Figura 14: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o
último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:

= nome da função (

1 – Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível clicar
e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a célula
que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois
clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primeiro
número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. No
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da seguinte função:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor da célula C2.

Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.

Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a maior
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

idade digitada no intervalo de células de A2 até A5. A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
o maior valor. No caso a resposta seria 10.

Mínimo: Mostra o menor valor existente em um intervalo de células selecionadas.


Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digitado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = mí-
nimo (A2:A5).
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é o
maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.

Média: A função da média soma os valores de uma sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.

38
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
pressionada, o resultado será automaticamente colocado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for alterado, recalculam o valor final.

Data: Esta fórmula insere a data automática em uma planilha.

Figura 15: Exemplo função hoje

Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da função =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.

Inteiro: Com essa função podemos obter o valor inteiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lembra-
mos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.

Arredondar para cima: Com essa função, é possível arredondar um número com casas decimais para o número
mais distante de zero.
Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_dígitos)
Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 16: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a
qual queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na
coluna C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 17: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número
sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)

39
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 18: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial
o dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 19: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 20: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE

40
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
RESULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:


=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e co-
lunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada con-
dição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:

=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)

=Significa a chamada para uma fórmula/função


SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avaliados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verificada a condição para soma dos valores

Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar o re-
sultado na célula D16. E também queremos somar os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na célula
D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição:

HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULINO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, ENTÃO

41
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10

Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:

=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de contagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de registros,
SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)

= : significa a chamada para uma fórmula/função


CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “intervalo”

Usando a planilha acima como exemplo, queremos saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e mostrar
o resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso pre-
cisamos criar a seguinte condição:

R$ 1200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200

Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:


=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)

MENOS DE R$ 1200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200
Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200)
não entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

42
Figura 21: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 22: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 23: Formatando a planilha (Passo 1)


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as
formatações.

Figura 24: Formatando a planilha (Passo 2)

43
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C Grupo ferramentas de dados:
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode - Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célu-
ser realizado vários outros tipos de formatação, como, la do Excel em colunas separadas.
porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dro- - Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
pbox onde está escrito geral planilha - Validação de dados: permite especificar valo-
E escolher. res inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos
especificar que a planilha não aceitará receber valores
menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em
um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
mula na planilha.

Figura 25: Formatando a planilha (Passo 3) Gráficos: Outra forma interessante de analisar os
dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
O resultado final nos traz uma planilha muito mais rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
agradável e de fácil entendimento: Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
ser utilizados.

Figura 27: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova,


teremos o seguinte gráfico escolhido:

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados


em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta
muito útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classi-
ficar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decres-
cente) ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula
da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação
crescente ou decrescente. Mas cuidado, se você selecio-
nar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel,
você irá classificar os dados dessa coluna, mas vai manter
os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus
dados ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará
a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma,
fazer a classificação dos dados junto com a coluna de ori-
gem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente
a coluna selecionada.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

#FicaDica
Figura 28: Gráfico de Colunas – 3D
Filtrando os dados: Ainda no botão temos
a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas
cada uma das colunas da nossa planilha irá bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfi-
abrir uma seta para fazer a seleção dos dados co na página, clicando nas linhas e arrastando até o local
que desejamos visualizar. Assim, podemos desejado.
filtrar e visualizar somente os dados do mês
de Janeiro ou então somente os gastos com
contas de consumo, por exemplo.

44
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (QUESTÃO 21 – TRT-6ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA – FCC – 2018) A planilha abaixo,
criada no Microsoft Excel 2010, em português, mostra o pagamento hipotético de honorários periciais a um perito
trabalhista.

Na célula E3 foi digitada uma fórmula que aplica ao valor contido na célula D3 o percentual de aumento contido
na célula E1. Após a fórmula ser corretamente digitada, ela foi copiada puxando-se a alça da célula E3 para baixo, até
a célula E5, gerando os resultados corretos automaticamente. A fórmula digitada foi:

a) =SOMA((D3+D3)*E1)
b) =D3+D3*E$1
c) =AUMENTO(D3+D3;E1)
d) =D3+(D3*$E1)
e) =D3+D3*E1

Resposta: Letra B
Na célula E3 foi digitada uma fórmula que aplica ao valor contido na célula D3 o percentual de aumento contido na
célula E1.
Esse percentual tem de ser aplicado no cálculo das células E4 e E5, o que significa que têm-se que referenciar a célula
E1, pode-se usar, portanto, o operador de referência absoluta $ para ficar a célula. A única alternativa que referência
de forma correta é a B, não é necessário referenciar a coluna, é necessário fixar somente a linha.
O símbolo correspondente a fixação de uma célula/coluna/ambos no Excel é o símbolo de cifrão “$”.
Para fixar só a linha, por exemplo: E$1
Para fixar só a coluna, por exemplo: $E1
Para fixar linha e coluna, por exemplo: $E$1
Percebe-se que só é necessário fixar a linha, uma vez que não é necessário mexer na coluna. Portanto, a resposta
correta é: =D3 + D3*E$1

2. (QUESTÃO 20 – TRT-24ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL DE


JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL – FCC – 2017) A planilha abaixo, criada no Microsoft Excel 2007, em português, mos-
tra hipoteticamente os encargos trabalhistas sobre o salário de um funcionário de uma empresa optante pelo Simples
Nacional.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

45
Na célula C12 foram somados os valores percentuais de C2 a C11 e na célula B16 foram calculados os encargos com base no per-
centual contido na célula C12 sobre o salário contido na célula B15. As fórmulas digitadas nas células C12 e B16 são, respectivamente,

a) =SOMA(C2:C11) e =B15*C12/100
b) =SOMA(C2;C11) e =MULTIPLICA(B15;C12)
c) =CALCULAR(SOMA(C2:C11)) e =CALCULAR(B15*C12)
d) =SOMA(C2:C11) e =MULTIPLICA(B15*C12)
e) =SOMA(C2:C11) e =B15*C12

Resposta: Letra E
Alternativa “A” está incorreta, porque a fórmula =B15*C12/100 utiliza a referência C12 que já está em formato de
percentual, ou seja, não haveria a necessidade de dividir por cem ao final.
Alternativa “B” está incorreta, porque não existe a função MULTIPLICA no Microsoft Excel 2007.
Alternativa “C” está incorreta, porque não existe a função CALCULAR no Microsoft Excel 2007.
Alternativa “D” está incorreta, porque não existe a função MULTIPLICA no Microsoft Excel 2007.
Alternativa “E” está correta, porque o resultado das fórmulas representa a realidade dos dados demonstrados na
planilha em questão.

3. (QUESTÃO 15 – TRT-20ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUS-
TIÇA AVALIADOR FEDERAL – FCC – 2016) Considere a planilha abaixo editada no Microsoft Excel 2007 em português.

Para a apresentação dos valores das células B10, B11 e B12 foram digitadas, correta e respectivamente, as fórmulas:

a) =MÁXIMO(B2:B8;1) =MÍNIMO(B2:B8;1) =MED(B2:B8)


b) =MAIOR(B2:B8) =MENOR(B2:B8) =MÉDIA(B2:B8)
c) =MAIOR(B2:B8;1) =MENOR(B2:B8;1) =MÉDIA(B2:B8)
d) =MAIOR(B2:B8;0) =MENOR(B2:B8;0) =MED(B2:B8;7)
e) =MAIORVAL(B2:B8) =MENORVAL(B2:B8) =MÉDIAVAL(B2:B8)
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Resposta: Letra C
Os valores das células B10, B11 e B12 são respectivamente, maior percentual, menor percentual e média dos per-
centuais, logo:
Alternativa “A” está incorreta, porque a função MED é utilizada para calcular a mediana.
Alternativa “B” está incorreta, porque nas funções MAIOR e MENOR faltaram o valor do parâmetro obrigatório “k”,
ou seja, a posição (do maior e do menor) na matriz ou intervalo de célula de dados.
Alternativa “C” está correta, porque as funções MAIOR e MENOR retornam respectivamente o maior e o menor valor
k-ésimo de um conjunto de dados. A função MÉDIA retorna o valor da média aritmética de um intervalo de células.
Alternativa “D” está incorreta, porque nas funções MAIOR e MENOR o valor do parâmetro obrigatório “k”, não pode
ser igual a zero. A função MED é utilizada para calcular a mediana.
Alternativa “E” está incorreta, porque as funções MAIORVAL, MENORVAL, MEDIAVAL não existem no Microsoft Excel
2007.

46
4. (QUESTÃO 17 – TRT-16ª REGIÃO – ANALISTA JUDI- 5. (QUESTÃO 26 – ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP –
CIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2014) Luiza 2018) Observe a tabela a seguir, extraída do MS-Excel
trabalha no Tribunal Regional do Trabalho da 16a Região 2010, em sua configuração padrão. O intervalo B2:B5
do estado do Maranhão e recebeu uma planilha criada contém valores no formato Moeda, com duas casas de-
no Microsoft Excel 2010 em português, com apenas os cimais.
nomes e os cargos dos magistrados que compõem o
Tribunal, dados também presentes no site da instituição.
A tarefa de Luiza é, a partir desta planilha, criar mais 2
colunas, uma com o primeiro nome dos magistrados e a
outra com seu último sobrenome.

Assinale a alternativa que apresenta o novo valor da cé-


lula B4, quando nela for aplicada, apenas uma vez, o re-
curso associado ao botão , do grupo Número, da
guia Página Inicial.
Para exibir o primeiro nome dos magistrados, Luiza digi-
tou na célula C2 uma fórmula que obteve e exibiu ape- a) R$ 2.323,34
nas a primeira parte do nome contido na célula A2, neste b) R$ 2.323,3
caso, “Luiz”. Em seguida Luiza arrastou a fórmula para c) R$ 2.323
as células abaixo, obtendo o primeiro nome de todos os d) R$ 2.323,0
demais membros do Tribunal. A fórmula correta digitada e) R$ 2.323,00
por Luiza na célula C2 foi
Resposta: Letra B
a) =SEERRO(DIREITA(A2;PROCURAR(“-”;A2)-1);A2) O botão destacado na pergunta serve para diminuir
b) =PROCURAR(ESQUERDA(A2,1);A2) as casas decimais. Se a célula B4 estiver selecionada
c) =SEERRO(ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)-1);A2) o resultado caso o botão seja “clicado” uma vez é R$
d) =SEERRO(LEFT(A2;PROCURAR(A2)-1);A2) 2.323,34. Tal recurso utiliza as regras de arredonda-
e) =SEERRO(ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)+1);A2) mento matemático, ou seja, se o número for maior ou
igual a 5 ocorre arredondamento, caso contrário ocor-
Resposta: Letra C re o truncamento.
É necessário analisar as fórmulas para compreender a
resposta correta desta questão: 6. (QUESTÃO 28 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP –
A função PROCURAR localiza uma cadeia de texto em 2017) Tem-se, a seguir, a seguinte planilha criada no Mi-
uma segunda cadeia de texto e retornam o número da crosoft Excel 2010, em sua configuração padrão
posição inicial da primeira cadeia de texto do primeiro
caractere da segunda cadeia de texto, então, a fórmula
=PROCURAR(“ “;A2) retorna cinco (5), ou seja, a pri-
meira ocorrência do caractere espaço vazio no texto
que está na célula A2, logo a fórmula =PROCURAR(“
“;A2)-1 retorna quatro (4).
A função ESQUERDA retorna o primeiro caractere ou
caracteres em uma cadeia de texto baseado no nú-
mero de caracteres especificado pelo usuário, então,
a fórmula =ESQUERDA(A2;PROCURAR(“ “;A2)-1) seria
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

a mesma coisa que =ESQUERDA(A2;4), que resultaria


no texto Luiz. Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto
A função SEERRO retorna um valor especificado se da fórmula =CONTAR.SE (A2:D4;”<6”), inserida na célula
uma fórmula gerar um erro; caso contrário, retorna o B5.
resultado da fórmula. Usa-se a função SEERRO para
capturar e controlar os erros em uma fórmula, logo se a) 2
houver algum erro na função =ESQUERDA(A2;PROCU- b) 4
RAR(“ “;A2)-1) será retornado o valor da célula A2 de c) 7
acordo com a fórmula =SEERRO(ESQUERDA(A2;PRO- d) 12
CURAR(“ “;A2)-1);A2). e) 13

47
Resposta: Letra B
A função “CONTAR.SE” não existe no Excel 2010 esta questão é passiva de anulação, o correto seria “CONT.SE”, que
conta a ocorrência de uma determinada condição em um determinado intervalo. Para esta questão, no intervalo de-
monstrado pela figura existem 4 células com valores menores que 6, são eles: 3 (em A1), 4 (em A2), 1 (em B4) e 2 (em
D4). Cuidado com o valor da célula B3, que é 6, a condição da função descrita contará apenas se for menor que 6.

Obs.: Algumas páginas oficiais do MS Office foram traduzidas “ao pé da letra” para o português, nestes casos existem
divergências nos nomes das funções, um dos exemplos é pode ser visto em:: https://support.office.com/pt-pt/ar-
ticle/contar-se-fun%C3%A7%C3%A3o-contar-se-e0de10c6-f885-4e71-abb4-1f464816df34, onde pode-se perceber
o nome “CONTAR.SE” porem foi traduzido de “COUNT.IF”

7. (QUESTÃO 85 – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP – 2018) Questão-85 Considere a seguinte tabela, editada
no MS-Excel 2016 (versão em português e em sua configuração padrão).

Suponha, ainda, que a fórmula a seguir tenha sido digita da na célula D6.
=SE(MENOR(A1:C4;5)<>MAIOR(A1:C4;6);MENOR(A2:B3;2);MAIOR(A1:B4;3))
O resultado produzido em D6 é:
a) 12
b) 3
c) 2
d) 1
e) 11

Resposta: Letra C
Para facilitar a compreensão da resposta desta questão é necessário compreender o passo a passo do cálculo, para
isso, didaticamente deve-se ordenar todos os dados do intervalo “A1:C4”, tem-se então: {1, 2, 2, 3, 4, 5, 5, 6, 8, 10, 11,
12}, vamos chamar este conjunto de “conjunto_1”, deve-se também ordenar todos os dados do intervalo “A2:B3”,
tem-se então: {1, 2, 5, 5}, vamos chamar este conjunto de “conjunto_2”, por último ordenar também todos os dados
do intervalo “A1:B4”, tem-se então: {1, 2, 2, 3, 5, 5, 10, 11}, vamos chamar este conjunto de “conjunto_3”.

Analisando as funções separadamente

=MENOR(A1:C4;5) 4, é o quinto menor valor do “conjunto_1”


=MAIOR(A1:C4;6) 5, é o sexto maior valor do “conjunto_1”
=MENOR(A1:C4;5)<>MAIOR(A1:C4;6) VERDADEIRO, o quinto menor valor do “conjunto_1” (valor 4) é diferente do
sexto maior valor do “conjunto_1” (valor 5)
=MENOR(A2:B3;2) 2, é o segundo menor valor do “conjunto_2”
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

=MAIOR(A1:B4;3) 5, é o terceiro maior valor do “conjunto_3”

Sintaxe da função SE

=SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])

Leitura da fórmula da questão


=SE(MENOR(A1:C4;5)<>MAIOR(A1:C4;6);MENOR(A2:B3;2);MAIOR(A1:B4;3))
Se o quinto menor valor do “conjunto_1” (valor 4) for diferente do sexto maior valor do “conjunto_1” (valor 5), então
o resultado será o segundo menor valor do “conjunto_2” (valor 2), caso contrário o resultado será o terceiro maior
valor do “conjunto_3” (valor 5).
Como a condição é verdadeira, o resultado é 2

48
SISTEMA DE ARQUIVOS E INGESTÃO DE DADOS: CONCEITOS DE MAPREDUCE, HDFS/
HADOOP/YARN 2.7.4,FERRAMENTAS DE INGESTÃO DE DADOS (SQOOP 1.4.6, FLUME 1.7.0,
NIFI 1.3.0 E KAFKA 0.11.0)

O MapReduce é um modelo de programação que permite o processamento de dados massivos em um algoritmo


paralelo e distribuído, geralmente em um cluster de computadores. Hoje, o Hadoop é utilizado em larga escala por
grandes corporações, como Facebook e Twitter, em aplicações Big Data. Este tema será útil para aplicações que envol-
vam dados massivos para processamento paralelo (embora seja interessante para processamento de quaisquer dados),
geralmente utilizando um cluster de computadores.
A capacidade dos discos rígidos e outros elementos de armazenamento aumentaram bastante nos últimos anos,
mas a velocidade de leitura e escrita dos mesmos não acompanhou o mesmo ritmo. Como um exemplo, a leitura de
todo um disco rígido 20 anos atrás levava cerca de cinco minutos. Atualmente, leva mais de duas horas e meia. Trata-se
de um longo período para ler todos os dados, e escrever é ainda mais lento. A solução mais óbvia para resolver esse
problema é ler/escrever os dados em paralelo, utilizando vários discos. Deste modo, se existem 100 HDs, cada um com
1% do total dos dados, por exemplo, a leitura pode ser realizada 100 vezes mais rapidamente, em teoria.
No caso dessa leitura/escrita paralela dos dados, dois problemas são bastante comuns. O primeiro é bastante óbvio:
se há 100 vezes mais discos rígidos, a chance de existir falha em um deles é 100 vezes maior, o que pode ocasionar
perda de dados. Para evitar esse problema, geralmente utiliza-se a replicação, onde cópias de segurança dos dados são
mantidas em diferentes discos. Outro problema é que muitas tarefas de análise de dados necessitam combinar dados
“espalhados” em discos diferentes. Entretanto, esses problemas não geram dores de cabeça aos programadores, pois
o MapReduce oferece um modelo de programação que os abstrai, uma vez que o processamento é realizado através
de uma combinação entre chaves e valores (keys e values) que podem estar em diferentes discos.
Checklist Programador Java: Tenha ao seu alcance tudo que precisa para se tornar um programador Java.
No meio da análise de dados, um conceito que ganha força, e no qual grande parte do MapReduce está baseado, é
o Big Data. Trata-se de um termo empregado para descrever o crescimento, o uso e a disponibilidade das informações,
sejam elas estruturadas ou não. Para o Big Data, o importante não é a coleta de grandes quantidades de dados, mas
sim como eles são processados. O potencial que ele traz para as empresas é imenso e para utilizá-lo, elas precisam ser
capazes de aproveitar as informações contidas em suas gigantescas bases de dados para tomar as melhores decisões.
Em outras palavras, Big Data não se refere apenas aos dados, mas também às soluções tecnológicas criadas para lidar
com esses dados em quantidade, variedade e velocidade bastante significativos.
Nesse cenário, é praticamente impossível falar de MapReduce e esquecer do Hadoop. Basicamente, foi ele quem
trouxe o MapReduce como solução para o processamento paralelo de dados e deu a ele o status que tem hoje.
O Hadoop é um framework open-source que permite o armazenamento e processamento de grandes quantidades
de dados através de um cluster de computadores.
É possível utilizar o Hadoop desde servidores simples de uma pequena empresa até clusters com milhares de má-
quinas de uma grande corporação. O sucesso do Hadoop se dá graças à sua tolerância sobre falhas, baixo custo e a
possibilidade de ser altamente escalável.
Baseado em linguagem de programação Java, o Hadoop é feito para que várias máquinas compartilhem o mesmo
trabalho, otimizando assim a performance. Além disso, na sua forma de armazenamento, os dados são replicados em
diversas máquinas e é assegurado que o processamento desses dados não será interrompido ou danificado caso uma
ou várias máquinas parem de funcionar.
O software vem sendo amplamente desenvolvido ao longo dos últimos anos e novas tecnologias e ferramentas
surgem a cada dia. Todas estas ferramentas compõem o denominado Ecossistema Hadoop.

FIQUE ATENTO!
HDFS é uma sigla para High Distributed File System e é a chave para administrar Big Data e utilizar ferramentas
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

analíticas de uma forma escalável, com baixo custo e em alta velocidade.


O HDFS divide os dados em pequenos blocos, os replica e os distribui em diferentes máquinas do cluster (cada
máquina é denominada node), permitindo assim o processamento paralelo desses dados.

A importância do HDFS se dá por sua:


Portabilidade: funcionamento em diferentes hardwares e sistemas operacionais; e
Escalabilidade: se o seu volume de dados está aumentando, basta aumentar a quantidade de máquinas (nodes) e
estender o sistema do HDFS para estas novas máquinas.
Eficiência: como os dados estão divididos ao longo do cluster, a leitura dos dados é feita muito rapidamente.
Segurança: com a replicação dos dados, não há o perigo de perda de dados caso algum node deixe de funcionar.

49
HORA DE PRATICAR!

1. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar,
por data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na
lista disponibilizada, clicar ordenar data.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

2. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se
o Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve
ser digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é

a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

3. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao desen-
volvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os próximos itens.1Para usar o JSP com Java embutido e algumas tags de
marcação complexas, o programador tem de conhecer a fundo as complexidades do desenvolvimento de aplicações.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

4.(LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - PROFISSIONAL JÚNIOR - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - ANÁLISE DE


SISTEMAS) Uma certa tecnologia Java foi projetada para permitir que desenvolvedores criem facilmente aplicações
Web com interfaces ricas (RIAs) que se comportem de forma consistente em múltiplas plataformas. Essa tecnologia é a

a) JavaServer Faces.
b) JavaFX.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

c) JSP.
d) EJB.
e) JRE.

5. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) Em um programa Java, considere a existência
de uma variável do tipo long chamada cod contendo o valor 1234. Para passar o valor contido nessa variável para uma
variável do tipo byte chamada codNovo, deve-se fazer casting. Para isso, utiliza-se a instrução: byte codNovo =

a) Byte.valueOf(cod);.
b) (long) cod;.
c) Byte.pasreByte(cod);.
d) (byte) cod;.
e) (cast) cod;.

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6. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN- I - Entidades fracas não podem ter quaisquer atributos-
FORMÁTICA) Em Python, os métodos de lista permitem -chaves. Por essa razão, são identificadas por estarem
utilizar listas como pilhas, onde o item adicionado por associadas a entidades específicas de um outro tipo de
último é o primeiro a ser recuperado. Para adicionar um entidade em combinação com alguns de seus valores de
item ao topo da pilha, e para recuperar um item do topo atributos.
da pilha utilizam-se, respectivamente os métodos: II - Os atributos de uma entidade que podem ser eleitos
como chave primária são conhecidos como chaves-can-
a) append() e pop(). didatas.
b) insert() e top(). III - A terceira forma normal é baseada no conceito de
c) addTop() e pop(). dependência funcional.
d) add() e get(). IV - A DDL é utilizada pelo DBA e projetistas de base de
e) addItem() e top(). dados para definir seus esquemas, enquanto que a DML
é utilizada para realizar as manipulações.
7. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) No que se refere ao Em relação às afirmativas acima, estão corretas:
desenvolvimento de aplicações HTML e JSP, julgue os a) Apenas I, II e III.
próximos itens.3No ciclo de vida de um servlet, o servi- b) Apenas I, III e IV.
dor recebe uma requisição e a repassa para o container, c) Apenas I, II e IV.
que a delega a um servlet. O container carrega a classe d) Apenas II, III e IV.
na memória, cria uma instância da classe do servlet e ini- e) I, II, III e IV.
cia a instância chamando o método init().
11. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Julgue os itens seguintes,
acerca de conceitos de tecnologias web, como webser-
8. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - vices, Ajax, XML, DHTML, CSS.4O CSS (cascading style
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação a sis- sheets) é uma linguagem de script interativa, orientada
temas de gerenciamento de banco de dados, julgue os aos objetos contidos em uma página HTML.
itens seguintes.1Uma forma de se empregar o SQL para
o gerenciamento de bancos de dados distribuídos é por (  ) CERTO   (  ) ERRADO
meio de replicações transacionais, em que, na transac-
tional publication, os dados são enviados apenas para os 12. (CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
assinantes, e, na transactional publication with updatable ANÁLISE DE SISTEMAS) Em relação às tecnologias em-
subscriptions, as alterações são feitas tanto nas tabelas pregadas em portais corporativos, julgue os itens que se
como nos assinantes. seguem.8O CSS é uma linguagem de estilo que permite
separar o formato e o conteúdo de documentos. Entre-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO tanto, as definições do CSS não são suportadas igual-
mente por todos os navegadores.
9. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFORMA-
ÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINISTRA- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
ÇÃO/MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em uma certa
arquitetura, o frontend executa as tarefas do aplicativo,
e o backend executa as consultas no SGBD, retornando
13. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFOR-
os resultados ao cliente. Apesar de ser uma arquitetura
MAÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINIS-
bastante popular, são necessárias soluções sofisticadas
de software que possibilitem o tratamento de transações, TRAÇÃO/MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Em SQL, uma
confirmações de transações, desfazer transações, dentre visão é uma relação que não está no modelo lógico do
outras funcionalidades. banco de dados, mas que é visível ao usuário como uma
relação virtual. Marque a alternativa que possui o coman-
Marque a alternativa que representa essa arquitetura que do utilizado para a criação desta visão.
foi descrita.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

a) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA


a) Arquitetura Bando de Dados Centralizada. CONSULTA].
b) Arquitetura Baseada em Computador Pessoal. b) CREATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO
c) Arquitetura Banco de Dados Distribuída. DA CONSULTA].
d) Arquitetura Banco de Dados Cliente-Servidor. c) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] AS [EXPRESSAO DA
e) Arquitetura Banco de Dados Móvel. CONSULTA].
d) SELECT VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO
10. (CEITEC 2012 - FUNRIO - SISTEMAS DE INFOR- DA CONSULTA].
MAÇÃO/INFORMÁTICA/ENGENHARIA/ADMINIS- e) UPDATE VIEW [NOME DA VISAO] FROM [EXPRESSAO
TRAÇÃO/MATEMÁTICA - ETEA-AGPRFA) Considere as DA CONSULTA].
proposições abaixo a respeito de banco de dados.

51
ANOTAÇÕES
GABARITO

1. B _________________________________________________
2. D _________________________________________________
3. B
_________________________________________________
4. B
_________________________________________________
5. D
6. A _________________________________________________
7. A _________________________________________________
8. A
_________________________________________________
9. D
10 C _________________________________________________

11. B _________________________________________________
12. A _________________________________________________
13. A
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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