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* Finalidade da análise sintática.

A análise sintática serve para tornar “claras e racionalmente perceptíveis as


relações entre os membros da frase” (sua concordância, sua regência, sua
colocação); serve, mais, como elemento de verificação da boa construção de
uma frase: “a análise lhe revelará o ponto fraco, a estrutura mal urdida”; permite,
ainda, racionalizar a pontuação. (Cf. Gladstone Chaves de Melo, NMAS, 25, e
Augusto Gotardelo, O Emprego da Vírgula, 3.)
Advirto
Não estudaremos a análise sintática apenas com a finalidade de
aprendermos as diversas nomenclaturas. Isso seria um retrocesso. No entanto,
não podemos desprezar os vários nomes existentes na sintaxe, pois eles nos
ajudarão a racionalizar outros aspectos da nossa língua como: pontuação,
regência, crase, concordância. Como estudaremos regência e crase, sem
entendermos a predicação verbal (transitividade)? Como ensinarei concordância
verbal a um aluno que não consegue achar o sujeito? Como racionalizaremos a
pontuação, sem sabermos a diferença entre o adjunto adverbial e o aposto?
Ressalto: a morfologia nos leva à análise sintática (sintaxe I) e esta nos leva à
sintaxe II (chamo de sintaxe II as matérias que constituem finalidade: pontuação,
regência, crase, concordância, colocação)
MOFOSSINTAXE
MORFOLOGIA SINTAXE
Substantivo núcleo dos termos
Artigo adjunto adnominal
Adjetivo adjunto adnominal ou predicativo
Advérbio adjunto adverbial
Locução adverbial adjunto adverbial
Preposição não possui função sintática
Conjunção não possui função sintática
Pronome substantivo núcleo dos termos
Pronome adjetivo adjunto adnominal
Numeral substantivo núcleo dos termos
Numeral adjetivo adjunto adnominal
Verbo VTD/VTI/VTDI/VI/VL
Classifique sintaticamente os vocábulos em destaque.
A primeira tarefa da Educação é ensinar (1)a ver… É através dos olhos que as
crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos tem de
ser educados para que (2)nossa alegria aumente.
“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao
falar, aponta. O aluno olha (3)na direção apontada e vê o que nunca viu. (4)Seu
mundo se expande. Ele fica (5)mais rico interiormente… E ficando mais rico
interiormente ele pode sentir (6)mais alegria – que é a razão pela qual vivemos.
Já li (7)muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação,
Filosofia da Educação… Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar
de (8)qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na
educação, em qualquer um deles.
A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das
Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são (9)tolas e sem
sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões
para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda tem olhos (10)encantados. Seus olhos são
dotados daquela qualidade que, para os (11)gregos, era o início do pensamento:
a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de
caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião
na terra. Coisas que os eruditos não veem.
(Rubem Alves)

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