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ANÁLISE SINTÁTICA

Claiton Natal
ANÁLISE SINTÁTICA decompõe os elementos componentes (sintagmas) da “frase”,
examina a estrutura: divide um “período” nas “orações” que o compõem, e cada
oração nos seus termos (essenciais, integrantes acessórios).
* Finalidade da análise sintática.
A análise sintática serve para tornar “claras e racionalmente perceptíveis as
relações entre os membros da frase” (sua concordância, sua regência, sua
colocação); serve, mais, como elemento de verificação da boa construção de uma
frase: “a análise lhe revelará o ponto fraco, a estrutura mal urdida”; permite, ainda,
racionalizar a pontuação. (Cf. Gladstone Chaves de Melo, NMAS, 25, e Augusto
Gotardelo, O Emprego da Vírgula, 3.)
Advirto
Não estudaremos a análise sintática apenas com a finalidade de
aprendermos as diversas nomenclaturas. Isso seria um retrocesso. No entanto, não
podemos desprezar os vários nomes existentes na sintaxe, pois eles nos ajudarão a
racionalizar outros aspectos da nossa língua como: pontuação, regência, crase,
concordância. Como estudaremos regência e crase, sem entendermos a predicação
verbal (transitividade)? Como ensinarei concordância verbal a um aluno que não
consegue achar o sujeito? Como racionalizaremos a pontuação, sem sabermos a
diferença entre o adjunto adverbial e o aposto? Ressalto: a morfologia nos leva à
análise sintática (sintaxe I) e esta nos leva à sintaxe II (chamo de sintaxe II as
matérias que constituem finalidade: pontuação, regência, crase, concordância,
colocação)
MOFOSSINTAXE
MORFOLOGIA SINTAXE
Substantivo núcleo dos termos
Artigo adjunto adnominal
Adjetivo adjunto adnominal ou predicativo
Advérbio adjunto adverbial
Locução adverbial adjunto adverbial
Preposição não possui função sintática
Conjunção não possui função sintática
Pronome substantivo núcleo dos termos
Pronome adjetivo adjunto adnominal
Numeral substantivo núcleo dos termos
Numeral adjetivo adjunto adnominal
Verbo VTD/VTI/VTDI/VI/VL
Como recurso didático, iremos dividir a análise sintática em dois momentos:

1 – Termos relacionados a verbos:


- Objeto direto
- Objeto indireto
- Adjunto adverbial
- Agente da passiva

2 – Termos relacionados a nomes:


- Adjunto adnominal
- Complemento nominal
- Aposto
- Predicativo
A gramática tradicional utiliza as nomenclaturas abaixo.

Termos essenciais da oração


Sujeito e predicado

Termos integrantes da oração


Complemento nominal
Objeto direto
Objeto indireto
Agente da passiva

Termos acessórios da oração


Adjunto adnominal
Adjunto adverbial
Aposto
Classifique sintaticamente os termos em destaque.

Folha de São Paulo – 17/1/2017


As rebeliões em presídios, com cenas de cefalectomia e cardiectomia,
surpreendem pela carga de violência, mas não por terem ocorrido. Elas são o
resultado (1)lógico de décadas de descaso para com a política (2)penitenciária.
"Descaso" talvez não seja a melhor palavra. Se o sistema tivesse sido desenhado
com o propósito explícito de criar poderosas organizações criminosas rivais fadadas
a se enfrentar, dificilmente os projetistas poderiam ter sido (3)mais eficientes do
que foram (4)nossas autoridades.
O primeiro passo é construir as cadeias, preferencialmente (5)pouco funcionais e
bem desconfortáveis. O segundo é ir trancafiando nelas legiões crescentes de
pessoas, sem observar lotações máximas e sem (6)nenhum critério de separação
dos presidiários por periculosidade ou mesmo por condenação –cerca de 40% dos
presos no Brasil são provisórios.
Encontramos aqui um mecanismo de "feedback" positivo. Quanto (7)mais gente é
presa, (8)mais insuportáveis se tornam as condições na cadeia. A (9)certa altura, o
melhor meio de um recém-ingresso sobreviver no sistema é jurar obediência às
organizações criminosas que, no vácuo da inação estatal, conseguem impor alguma
ordem ao caos. Isso significa que, quanto mais prendemos (e quanto piores forem
as cadeias), mais fortalecemos PCCs, CVs, FDNs etc.
Como as prisões (e mesmo o crime nas ruas) ficam mais fáceis de administrar
quando há (10)poucos bandidos fazendo as vezes de soberano hobbesiano, os
sindicatos de delinquentes foram tolerados pelo Estado e se expandiram até que o
confronto entre organizações rivais ficou (11)inevitável.

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