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CARREIRA

4 táticas para derrotar o procrastinador que


existe em você
Procrastinar é humano. Mas existem algumas técnicas simples para cumprir prazos no
trabalho e melhorar a sua relação com o tempo
Por
Claudia Gasparini
15 abr 2016, 06h00

São Paulo - O hábito da procrastinação faz parte da natureza humana. Em sua


busca constante por prazer e conforto, nosso cérebro é hábil em criar desculpas
para adiar tarefas complexas, intrincadas ou desinteressantes.

Embora universal, essa postura é reforçada por um traço cultural do brasileiro, diz
diz Andrea Piscitelli, professora da Faap e especialista no tema.

Tradicionalmente menos preocupados com atrasos, costumamos dar uma


importância relativamente menor às pequenas (ou grandes) acomodações de
prazos no trabalho.

Assim, dos problemas pessoais às horas extras trabalhadas no dia anterior, tudo
vira motivo para se permitir mais alguns minutos de descontração antes de iniciar
uma tarefa maçante.

Na visão do professor Alessandro Saade, fundador da iniciativa Empreendedores


Compulsivos, a característica má administração do tempo do brasileiro tem ainda
um fator agravante: a crise econômica vivida pelo país.

“Diante de tanto desânimo no mercado de trabalho, muita gente acaba ficando


melancólica, paralisada e improdutiva, o que por sua vez causa ainda mais
insatisfação”, explica ele.

A boa notícia é que é possível vencer o marasmo e o vício de adiar tarefas com
algumas táticas simples. Veja a seguir 4 delas:

1. Não comece a trabalhar imediatamente

Sim, isso mesmo: para evitar atrasos, você não precisa ter pressa. De acordo com
Piscitelli, é mais estratégico dedicar os primeiros 20 minutos do expediente ao
planejamento. “Em vez de começar a trabalhar imediatamente em qualquer coisa,
pare para analisar com calma quais são os seus compromissos e tarefas do dia”,
orienta a professora da Faap.

Faça então uma lista com as suas prioridades: primeiro o que é urgente e
importante; depois o que não é urgente, mas é importante; em seguida, o que não é
importante, mas é urgente; e, por último, o que não é urgente nem importante.
Quanto mais claro e organizado estiver o seu roteiro para o dia, menor a
probabilidade de você “sair dos trilhos”.

Ainda assim, pondera Piscitelli, é importante ter jogo de cintura para flexibilizar a
sua agenda diante de eventuais imprevistos - mas só até certo ponto.

2. Procure conectar pequenas tarefas a grandes propósitos

Para Tathiane Deândhela, autora do livro “Faça o tempo trabalhar para você” (Editora
Ser Mais, 2016), muitos procrastinadores criam mecanismos inconscientes para
atrasar certas atividades porque no fundo não querem executá-las. “Isso ocorre
especialmente quando você não enxerga como aquela tarefa agrega valor à sua
vida”, explica.

Uma forma eficaz de lidar com isso é visualizar como cada pequena entrega do seu
cotidiano se liga aos seus grandes objetivos de carreira. Preencher uma planilha
semanal de acompanhamento para o seu chefe pode parecer uma tarefa
operacional e pouco importante, mas servirá para mostrar a ele a qualidade do seu
trabalho - o que, a médio prazo, poderá se traduzir numa promoção ou num
aumento, por exemplo.

Para Deândhela, faz toda a diferença pensar nas razões mais significativas para
cada ação do dia a dia. Enquanto não enxergar um sentido profundo nos seus
afazeres, você sempre estará suscetível à autossabotagem.

3. Adote um “assistente”

Você já teve a sensação de que precisaria de um secretário pessoal para organizar a


sua agenda? Saiba que a sua demanda faz todo o sentido - mas que não
necessariamente a ajuda precisa ser humana. Há uma infinidade de sites,
aplicativos e dispositivos tecnológicos que foram desenvolvidos especialmente
para salvar os procrastinadores.

Saade recomenda duas ferramentas gratuitas. A primeira é o Google Keep,


gerenciador de tarefas que possibilita criar, editar e cruzar tarefas. Nele, é possível
criar rótulos para cada atividade, como “reunião”, “aula”, “família”, “projeto A”,
“projeto B”, além de programar lembretes. A segunda sugestão do professor é a
ferramenta Insightly, que permite gerir projetos por meio de pipelines e compartilhar
tarefas com outros usuários.

Há, porém, uma ressalva fundamental. Sem clareza sobre as suas prioridades ou
motivação para cumprir seus compromissos, dificilmente a tecnologia vai ajudar.
“Se você estiver desorganizado, os sons, luzes e notificações constantes dos
aplicativos podem até se tornar uma fonte de irritação, e logo você irá abandoná-
los”, diz Saade.

4. Crie mecanismos de recompensa

A psicologia comportamental fornece alguns dados interessantes para gerir melhor


o tempo. Um deles é a suscetibilidade do nosso comportamento às recompensas.

De acordo com Saade, o autoconhecimento é fundamental para usar esse


mecanismo a seu favor. “Você precisa se conhecer bem para saber o que traz prazer
e gratificação para você”, explica ele. “Pode ser uma sessão de 10 minutos numa
rede social, uma pausa para tomar um café ou ler um livro, por exemplo”.

Definidos os “presentes” que você mais deseja, o passo seguinte é vinculá-los ao


cumprimento de cada etapa de trabalho. Se você precisa fazer um relatório, por
exemplo, combine consigo mesmo que só levantará para tomar um café assim que
concluí-lo. Além de representar uma motivação extra para terminar a sua atividade,
a recompensa trará uma sensação de conquista e merecimento, dois ingredientes
fundamentais para impulsionar ainda mais a sua produtividade.

1. Diversão que alimenta o cérebro

S
(Thinkstock/8213erika)
ã
o
P
aulo - Num mundo fixado em trabalho, investir em lazer e distração é essencial para
levar uma vida saudável. Mas alguns hobbies oferecem muito mais do que prazer:
eles têm impacto direto sobre as suas funções cerebrais e podem ser um grande
combustível para a produtividade. Caminhar, jogar videogame e tocar um
instrumento musical, por exemplo, são atividades que estimulam a criatividade, a
memória e o pensamento estratégico. Navegue pelos slides para ver 9 hobbies que
podem ajudá-lo a se tornar um profissional melhor, de acordo com pesquisas
científicas recentes.

2. Caminhar
Al
(Thinkstock/BrianAJackson)
é
m
d
e fazer bem para a saúde, andar pode melhorar o seu humor e até tornar você mais
criativo. Um experimento conduzido por pesquisadores da Stanford University
revelou uma associação direta entre a atividade e a capacidade de ter ideias
originais. Os participantes da experiência mostraram um aumento de 60% em sua
criatividade enquanto caminhavam.

3. Tocar um instrumento musical

O
(Thinkstock/Ingram Publishing)
fil
ó
s
ofo Friedrich Nietzsche dizia que, sem música, a vida seria um erro. O benefício
trazido pela arte é ainda maior se você é quem está tocando. Uma pesquisa
publicada em 2012 no Journal of Neuroscience revelou que treinamento musical -
sobretudo na juventude - ajuda a aumentar o corpo caloso do cérebro, isto é, a parte
que liga os dois hemisférios. Essa “ajudinha” impulsiona a memória e a capacidade
de resolver problemas.

4. Ler

S
(Getty Images)
e
g
u
ndo pesquisadores da Universidade de Sussex, na Inglaterra, meia hora de leitura
profunda causa reduz mais o estresse do que qualquer outra técnica tradicional de
relaxamento. Outro estudo mostra que a leitura também melhora a capacidade de
foco e a concentração, por simular uma espécie de transe parecido com o
provocado pela hipnose. 

5. Jogar videogame
N
(João Paulo / Stock Xchng)
er
d
s
e geeks podem comemorar: jogar certos tipos de videogames melhora o raciocínio
estratégico. De acordo com cientistas ingleses, jogos de estratégia em tempo real
aceleram a capacidade de raciocinar sob pressão e aprender com erros passados.
Já games de ação podem aumentar a capacidade de tomar decisões rapidamente.

6. Jogar golfe

P
(Thinkstock/Ingram Publishing)
ar
ti
d
as de golfe podem durar horas. Além de ser um grande exercício de calma e
paciência, a prática do esporte incrementa a capacidade de resiliência e o
desempenho em atividades diversas, segundo pesquisadores da Princeton
University.
7. Aprender uma nova língua

U
(Thinkstock/Creatas)
m
e
st
udo conduzido por pesquisadores da Northwestern University revelou que pessoas
bilíngues têm mais facilidade para resolver problemas do que aquelas que falam
apenas um idioma. Além disso, cientistas suecos descobriram que a fluência numa
segunda língua pode aumentar o córtex cerebral, que controla quase toda a
capacidade mental de uma pessoa, da memória à capacidade de planejamento. 

8. Fazer exercícios físicos regulares


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(Thinkstock/Purestock)
m
e
st
udo da Dartmouth University tornou evidente a contribuição dos exercícios físicos
regulares para o desempenho do cérebro. Em cerca de 60% da população, esse tipo
de atividade aumenta o nível de BDNF, uma proteína ligada à inteligência, à
concentração e à capacidade de aprendizado. 

9. Ouvir música

N
(Stefano Tinti)
ã
o
s
abe tocar nenhum instrumento? Ainda assim é possível aproveitar as vantagens da
música para o seu cérebro. De acordo com cientistas da University of Birmingham,
no Reino Unido, escutar música impulsiona o rendimento em atividades diversas.
Gostou da ideia? Veja a lista de músicas para aumentar a concentração de
EXAME.com no Spotify.

10. Veja agora 15 frases budistas para deixar o seu trabalho mais inspirado
(Thinkstock/Julien Grondin) Tr
a
b
alho zen

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