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DAS PRELIMINARES 9:5

Incompetência do juízo por inexistência de relação de consumo 7


Rejeito a preliminar de incompetência do juízo por inexistência de relação de consumo, tendo em vista que,
conforme entendimento firmado no STJ, “...deve-se abrandar a teoria finalista, admitindo a aplicação das normas do
CDC a determinados consumidores profissionais, desde que seja demonstrada a vulnerabilidade técnica, jurídica
ou econômica” (REsp 1010834/GO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/08/2010,
DJe 13/10/2010), como ocorre no presente caso em que o Autor, pessoa física, mesmo se tratando de pequeno
comerciante revela-se hipossuficiente diante da Ré, segundo as regras ordinárias de experiências.

Ilegitimidade passiva
I) A preliminar de ilegitimidade passiva argüida pela 1ª acionada (ITAU UNIBANCO S.A), merece ser acolhida, haja
vista que a ação proposta visa o restabelecimento da linha telefônica da autora que não foi paga porque a 2ª
acionada (TELEMAR NORTE LESTE S.A) não enviou a fatura com valor a ser debitado, sendo de responsabilidade
do fornecedor do serviço, integrante da lide. Desta forma, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito apenas
e tão somente em face do ITAU UNIBANCO S.A., por tratar-se de parte ilegítima ad causam.

II) A preliminar de ilegitimidade passiva argüida pela 1ª acionada (EMBRATEL), merece ser acolhida, haja vista que
o objeto da lide gira em torno de vício do aparelho, sendo de responsabilidade do fabricante, integrante da lide.
Desta forma, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito apenas e tão somente em face da EMBRATEL
LIVRE, por tratar-se de parte ilegítima ad causam.

Ilegitimidade ativa
I) A preliminar suscitada de ilegitimidade ativa ad causam, não tem qualquer pertinência, restando caracterizada a
legitimidade ativa da parte demandante, haja vista que os documentos juntados no evento processual nº 01 estão
todos em nome da autora.

II)A preliminar argüida pela ré não merece prosperar, por restar caracterizada a legitimidade ativa da parte autora,
haja vista que o 2º autor é quem utilizava o serviço prestado pela Ré como destinatário final, passando a ser titular
do direito pleiteado, conforme lhe assegura o CDC em seu art. 2º: “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”, sendo legitimada a exigir do fornecedor a respectiva
prestação dos serviços.

O tecnicismo exigido pelo Réu não pode prosperar, pois a Lei dos Juizados, que tem como um dos princípios
basilares a informalidade, não admite que se deixe de examinar as pretensões levadas à apreciação judicial, por
mera formalidade, não se podendo, portanto, deixar de entregar a prestação jurisdicional, por questões formais que
não podem subsistir, sobretudo quando em foco o direito fundamental à saúde, constitucionalmente assegurado.

Falta de Interesse de Agir


I) A preliminar suscitada da Falta de Interesse de Agir Quanto Pedido de Detalhamento da Cobrança de Pulsos
Além da Franquia não merece agasalho, haja vista, que tem interesse de agir o(a) consumidor(a), em exigir de
concessionária de serviço público, que demonstre que o serviço por ela fornecendo, no caso o de telefonia, atende
os ditames legais, sobretudo no que diz respeito ao direito à informação clara, quanto a preço e quantidade, tanto
mais se não disponibiliza meios para que este controle seja diretamente feito pelo seu usuário. Não se sustenta
esta preliminar.

II) A preliminar de Falta de Interesse de Agir argüida pela empresa Ré não merece prosperar, haja vista que tem
interesse de agir o(a) consumidor(a), em exigir de concessionária de serviço público, que demonstre que o serviço
por ela fornecido, no caso o de telefonia, atende os ditames legais, sobretudo no que diz respeito ao direito à
informação clara, quanto a preço e quantidade, tanto mais se não disponibiliza meios para que este controle seja
diretamente feito pelo seu usuário. Não se sustenta esta preliminar.

III) No que tange às preliminares de Carência de Ação – falta de interesse de agir à autora e Ausência de Interesse
de Agir – litígio resolvido administrativamente argüidas pelo contestante, entendo que o pleito Autoral tem plena
correspondência com o disposto no Código de Defesa do Consumidor (Lei nº. 8.078/90), na medida em que é
direito que lhe assiste, obter a tutela jurisdicional contra práticas abusivas. Afasto as preliminares.

Inépcia da Inicial
I) A preliminar de Inépcia da Petição Inicial argüida pela 2ª acionada (HUAWEI DO BRASIL TELECOMUNICAÇÕES
LTDA), não merece ser acolhida, haja vista que o autor juntou documentos, no evento processual nº 01,
comprovando a restituição do valor pago pelo aparelho celular, devidamente atualizado. Quanto a preliminar de
ilegitimidade passiva argüida também pela 2º acionada, não merece prosperar, por restar caracterizado que o
objeto da lide gira em torno de vício do aparelho, sendo de responsabilidade do fabricante. A preliminar de
incompetência do juízo em razão da complexidade de causa não merece prosperar haja vista que não há
necessidade de perícia técnica para a solução do litígio.
II) A preliminar de Inépcia da Inicial por violação ao direito à ampla defesa argüida pela Ré não merece prosperar,
tendo em vista que o fato de o autor não ter informado sobre quais seriam as ligações não efetuadas por ele
acarretou em prejuízo própria, tendo a parte ré formulado consistente e bem elaborada defesa.  Sendo assim, não
houve qualquer prejuízo à defesa, bem como, ao conjunto probatório dos autos é que indefiro a preliminar
levantada pela defesa.

III) A preliminar de Inépcia da Inicial não merece prosperar, tendo em vista que o termo de queixa mencionada
demonstra o claramente o pedido do autor, tendo a parte ré formulado consistente e bem elaborada defesa.  Sendo
assim, não houve qualquer prejuízo à defesa, bem como, ao conjunto probatório dos autos é que indefiro a
preliminar levantada pela defesa.

Extinção do feito sem julgamento do mérito, em razão da ausência da parte autora


O requerimento feito pelo Réu, na Audiência de Instrução e Julgamento, pela extinção do feito sem julgamento do
mérito, em razão da ausência da parte autora não merece prosperar, haja vista que não houve requerimento de
produção de prova oral e a defesa já havia sido juntada.
O tecnicismo exigido pelo Réu não pode prosperar, pois a Lei dos Juizados, que tem como um dos princípios
basilares a informalidade, não admite que se deixe de examinar as pretensões levadas à apreciação judicial, por
mera formalidade, não se podendo, portanto, deixar de entregar a prestação jurisdicional, por questões formais que
não podem subsistir.

Parcelamento da dívida
A preliminar da impossibilidade jurídica do pedido de parcelamento em audiência ante falta de previsão legal não
merece prosperar, haja vista que não dispõe o juiz de mecanismos legais para autorizar o parcelamento de dívida
reconhecida pelo consumidor, como é o caso dos autos, excetuada a hipótese do art. 745-A do CPC, que
eventualmente pode ser aplicado por analogia.

Incompetência do Juízo em face da Condição de “Me”


A preliminar suscitada de Incompetência do Juízo em face da Condição de “Me”, não tem qualquer pertinência,
restando caracterizada a legitimidade ativa da parte demandante, haja vista que os documentos juntados no evento
processual nº 01 são suficientes para demonstrar a condição de Microempresa.

Conexão e Litispendência
As preliminares de Conexão e Litispendência não merecem acolhimento. Do exame da inicial, e da documentação
acostada, verifica-se que a inscrição se refere ao valor de R$ 4.737,64 (quatro mil setecentos e trinta e sete reais e
sessenta e quatro centavos), relativo ao contrato GSM0250024399771. Embora a ré alegue que as ações são
idênticas, não efetuou comprovação no processo. Dessa forma, não há como se  reconhecer a ocorrência de
litispendência, haja vista que a causa de pedir é diversa. Assim como, não se pode falar em conexão, pois não há
identidade entre as ações, não sendo o caso do art. 104 do CPC.

Prescrição
A preliminar de Prescrição não merece acolhimento, haja vista que a pretensão à reparação pelos danos causados
por fato do produto ou do serviço prescreve em 5 anos e inicia-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
dano e de sua autoria, sendo o caso do art. 27 do CDC. Não se sustenta esta preliminar.

Incompetência do juízo, em razão da complexidade da causa


A preliminar de incompetência do juízo, em razão da complexidade da causa não tem como prosperar. Há
entendimento jurisprudencial pacificado no sentido que a complexidade que retira a competência dos juizados
especiais deve recair sobre a prova, não sobre a questão jurídica posta a deslinde.
tem todos os meus modelos
Vistos, etc...

Dispensado o relatório como dispõe o art. 38 - Lei 9.099/95.

As ocorrências da audiência de conciliação constam do evento processual nº 33. A contestação foi oferecida na forma
escrita, em 12 (doze) laudas, com 01 preliminar e sem pedido contraposto, acostada aos autos no evento processual nº
32.

A preliminar suscitada de Incompetência do Juízo em face da Condição de “Me”, não tem qualquer pertinência, restando
caracterizada a legitimidade ativa da parte demandante, haja vista que os documentos juntados no evento processual nº
01 são suficientes para demonstrar a condição de Microempresa.

Ato contínuo: atendendo ao quanto requerido pela empresa acionada, determino que as citações, intimações e
publicações endereçadas a acionada sejam realizadas em nome do Bel. Eduardo de Faria Loyo, OAB/BA 30.607 e que
sejam excluídos da lide os antigos patronos.

No mérito a queixa é PROCEDENTE EM PARTE.

Alega a parte autora que contratou os serviços da ré para utilização de oito linhas telefônicas, com pacotes de 1500
minutos por mês no valor de R$ 63,20, com validade de 24 meses através do plano Nosso Modo. Em março de 2009 a
autora constatou que as contas estavam sendo emitidas com valores altos em razão da empresa ré cobrar tarifas de
ligações entre o grupo, por esse motivo encaminhou as contas para o setor de análise, onde os valores foram reduzidos
e o débito, supostamente, parcelado.

Aduz a parte autora que a empresa ré, a partir da terceira parcela, desconsiderou o acordo de parcelamento e passou a
cobrar de todas as linhas as contas dos meses de abril, maio, junho e julho de 2009. Alega, ainda, que a linha de nº
9222-0773 foi bloqueada em 13/12/2009, e as demais linhas foram bloqueadas o dia 14/12/2009 e o nome da empresa
foi negativado, constante do comprovante de negativação do seu nome  junto aos órgãos de restrição ao crédito,
conforme evento processual 12.

A acionada, por seu turno, sustenta que procedeu corretamente com a prestação de seus serviços, tendo o autor
utilizado perfeitamente, tendo sido cobrado apenas pelos serviço prestados e que a  negativação é procedimento legal
decorrente de ato de comércio, em razão da mora verificada.

Na espécie cabia à acionada, data vênia, fazer a prova, por qualquer meio, que não cobrou as tarifas de ligações entre
o grupo. Esta prova não foi feita, afigurando-se, assim, indevida a cobrança, não podendo o autor ser responsabilizado
pelo atraso no pagamento, haja vista que as faturas foram encaminhadas para o setor de análise da empresa ré.

Por outro lado,  a acionada não nega a existência do parcelamento e não justifica o motivo do descumprimento do
acordo.

Dano moral

Como verificado dos arestos citados a hipótese descortinada nos autos enseja a compensação por danos morais, pois a
cobrança, além de indevida teve como desdobramento a negativação do nome da parte  autora, fato este
reconhecidamente danoso.

Na fixação do dano moral, contudo, não deve o juiz propiciar  enriquecimento sem causa do destinatário da
indenização, tampouco fixá-la em valores irrisórios, a ponto de extrair qualquer caráter punitivo, em relação ao
fornecedor faltoso.

Ante ao exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE A QUEIXA para:

a) determinar que a acionada refature as contas dos meses de abril, maio, junho e julho de 2009 se abstendo de cobrar 
tarifas de ligações entre o grupo e parcele o débito em 6 parcelas.

b)  determinar a exclusão do nome da parte autora, dos cadastros dos órgãos de restrição ao crédito (SPC, SERASA,
ACSP, CHEQUE-CHEQUE e assemelhados), especialmente este último, sob pena de ser contata a multa fixada na
liminar.

c) determinar que, após o trânsito em julgado, a parte autora proceda o levantamento dos valores depositados
judicialmente.

d) condenar a acionada a pagar à parte autora, no prazo de lei, indenização à título de danos morais, decorrente da
negativação do seu nome, no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), com os acréscimos legais e observada a Súmula
362, do STJ
Declaro extinto o processo, com julgamento do mérito, na forma do art. 269, I, do CPC.  Sem custas e sem honorários,
nessa fase.

P.R.I

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