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Aula 02

ESPÉCIES NORMATIVAS E
A HERMENÊUTICA NO
DIREITO MINERÁRIO
• CONSTITUIÇÃO:
É a mais importante fonte do Direito Minerário.

Estabelece as diretrizes maiores da Nação politicamente


organizada.

A Constituição de 1988, traz várias normas


regulamentando o direito de exploração, aproveitamento
e conservação dos recursos minerários, vejamos alguns:
Obs.: Emenda – aprovação em dois turnos por 3/5 dos
votos.
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• Art. 20 – São bens da União IX – os recursos
minerais, inclusive os do subsolo.

• Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais


recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do
solo, para efeito de exploração ou aproveitamento,
e pertencem à União, garantida ao concessionário
a propriedade do produto da lavra.
1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o
aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput"
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante
autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por
brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e
que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei,
que estabelecerá as condições específicas quando essas
atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras
indígenas.
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário
do solo nos resultados da lavra, na forma e no
valor que dispuser a lei.

§ 3º - A autorização de pesquisa será sempre por


prazo determinado, e as autorizações e
concessões previstas neste artigo não poderão
ser cedidas ou transferidas, total ou
parcialmente, sem prévia anuência do poder
concedente.

§ 4º - Não dependerá de autorização ou


concessão o aproveitamento do potencial de
energia renovável de capacidade reduzida.
LEI COMPLEMENTAR

• Posicionamento hierarquicamente abaixo da


Constituição.
• Trata-se de norma destinada a complementar o
texto constitucional.
• A própria Constituição estabelece os casos em que
a lei complementar deve ser editada.

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• As normas gerais de Direito Minerário têm
caráter nacional, ou seja, suas diretrizes devem
ser observados pelos legisladores comuns nos
três níveis: federal, estadual e municipal.

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• A lei complementar convive lado a lado da
Constituição, mas não tem força de alterá-la. Sua
função é meramente supletiva.
• Sua criação pode ser proposta por qualquer membro
do Congresso Nacional (deputados, senadores), ou
por qualquer comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, pelo
Presidente da República, pelo Supremo Tribunal
Federal, pelos Tribunais Superiores, pelo Procurador
Geral da República e por iniciativa popular. (art. 61,
caput, CF)
• A aprovação da lei complementar exige maioria
absoluta dos membros das duas Casas do
Congressos. – Por exemplo 41 senadores (Maioria
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dos eleitos)
LEIS ORDINÁRIAS
• É a mais comuns das leis, existem nos três
níveis de governo,
• É a forma mais comum da materialização do
princípios constitucional da legalidade.
• Sua aprovação ocorre por maioria simples do
Congresso Nacional, ou seja, maioria dos
presentes.

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MEDIDAS PROVISÓRIAS
Tem o mesmo nível da lei ordinária,
Só pode versar de casos excepcionais, artigo 62 da CF/88:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-
las de imediato ao Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos 11
adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
MEDIDAS PROVISÓRIAS
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

MP 789 – Royalties da Mineração - A principal mudança está na forma de


cobrança da Cfem – que deixa de ser calculada sobre o faturamento
líquido e passa a ser estipulada sobre o faturamento bruto da venda do
minério – e nas alíquotas de cobrança.

A MP 790/17 alterou o decreto-lei 227/67, o Código de Minas. As


mudanças, como é possível perceber, têm o objetivo claro de incrementar
a atividade mineradora e de "destravar" alguns aspectos do processo de
exploração mineral.

Finalmente, a MP 791/17 transformará o DNPM – uma autarquia ligada ao


Ministério de Minas e Energia (MME) –, em uma agência, a Agência
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Nacional de Mineração (ANM)


LEIS DELEGADAS

• Elaborada pelo Presidente da República, por delegação


do Congresso Nacional.

• Não serão objeto de delegação os atos de competência


exclusiva do Congresso Nacional, os de competência
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, a matéria reservada à lei complementar.

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DECRETOS LEGISLATIVOS.

• Praticado pelo Congresso Nacional para legislar de matéria da sua


competência exclusiva, que tenha efeito externos.
• Por sua natureza não necessita de sanção do Poder Executivo.

Regula matérias de competência exclusiva do Congresso, tais como:


Ratificar atos internacionais, sustar atos normativos do presidente da
República, julgar anualmente as contas prestadas pelo chefe do
governo, autorizar o presidente da República e o vice-presidente a se
ausentarem do país por mais de 15 dias, apreciar a concessão de
emissoras de rádio e televisão, autorizar em terras indígenas a
exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa 14 e
lavra de recursos minerais.
RESOLUÇÕES

• Competência do Poder Legislativo, mas com efeitos


internos.
• Podem ser editados pelo Congresso Nacional, pela
Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal.
Os temas da resolução mais corriqueiros referem-se à
concessão de licenças ou afastamentos
de deputados ou senadores, a atribuição de benefícios

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FONTES SECUNDÁRIAS.

• São normas emanadas do Poder Executivo.


• Decretos e as normas complementares, com a função
de determinar as Obrigações.

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DECRETOS

• Privativa do chefe do Poder Executivo.


• Através do Decreto o Executivo exerce sua função
regulamentar,
• O decreto tem efeitos regulamentar ou de execução -
expedido com base no artigo 84, IV da CF, para fiel
execução da lei, ou seja, o decreto detalha a lei. Não
podendo ir contra a lei ou além dela.

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NORMAS COMPLEMENTARES.

São normas complementares das leis, dos tratados


e das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas


autoridades administrativas;
(portarias, instruções normativas, dentre outros)
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos
de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
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(decisões administrativas de órgãos singulares,
superintendentes, delegacias) A lei deve determinar que a
decisão tem eficácia de norma complementar)
III - as práticas reiteradamente observadas pelas
autoridades administrativas;
(costume administrativo em uma determinada prática
reiteradamente observados pelas autoridades
administrativas)
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

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Portaria é um ato editado pelo chefe máximo da
administração pública ou quem a lei autorizem ou
decreto, no entanto a portaria por ser um ato
administrativo só tem força de lei se editada para
regulamentar lei ou decreto.
A sua edição às vezes pode sofrer certa
discricionariedade, vez que as coisas da administração
pública de menos importância não pode estar
estritamente a espera da lei para disciplinar
determinado assunto. Sendo a portaria ilegal ou abusiva,
ela sofre pela inconstitucionalidade ou choque com a lei
ou o decreto, o que deve ser anulada pelo crivo da Justiça
ou mesmo ser revogada pela própria administração 20

quando for conveniente e moral.


A portaria editada como ato discricionário na ausência de
qualquer norma, deve ser cuidadosamente elaborada
para não ferir direitos adquiridos ou a própria lei, vez
que a portaria formalmente não é lei, visto que a lei ou
decreto são normas que passam pelo Congresso
Nacional e recebem o nome de lei.

As lei são editadas por autorização do Congresso nacional


e as Portaria são editadas por autorização das lei,s assim
só são atos meramente regulamentares com o toque da
discricionariedade da Administração Pública.

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TRATADOS E CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS.

• São firmados entre os países sobre questão de


ordem política, econômica, comercial, dentre
outros temas.

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HERMENÊUTICA: ANTINOMIAS

• Contradição real ou aparente de leis.


- Critérios de resolução:

A- hierárquico: superior afasta o nível mais baixo.


B- cronológico: mais nova revoga a mais antiga
C- especialidade: a lei especial prevalece sobre a geral.
• All or nothing: tudo ou nada – duas normas nunca podem
incidir no mesmo momento.
• Conflito entre princípios: soluciona-se com a ponderação/
mandado de otimização – um princípio não anula o outro.
ex.: meio ambiente e mineração.

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